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também, às vezes, recorremos a esses oito animais, por exemplo, haveria oito
gestos para reforçar nosso pensamento. conchas de lã branca, cinco azuis e duas
vermelhas.
A partir do momento em que o homem
teve acesso à abstração dos números e Nem todas as civilizações resolveram
aprendeu a distinção sutil entre o número do mesmo modo o problema da base. A
cardinal e o número ordinal, ele retomou base não foi a única referência do homem
seu antigos “instrumentos” (pedras, através dos tempos. Alguns povos
conchas, pauzinhos, terços de contas, adquiriram o hábito de agrupar os seres e
bastões entalhados, nós de cordas etc.). os objetos por feixes de cinco. Já outros
Mas desta vez passou a considerá-los sob o povos preferiram adotar uma base
ângulo da contagem. Portanto, de simples vintesimal: eles se habituaram a agrupar
instrumentos materiais eles tornaram-se, por vintenas e potências de 20 os seres e
assim, verdadeiros símbolos numéricos, objetos enumerados.
bem mais cômodos para assimilar, guardar,
diferenciar ou combinar números inteiros. Muito mais difundida é a contagem
duodecimal, que, se tivesse evoluído,
Foi então que o ser humano se poderia ter dado origem a uma numeração
defrontou com um problema completa de base doze, o que nos teria
aparentemente impossível de ser resolvido: dado, como já vimos, um sistema
como designar (concretamente, oralmente certamente mais cômodo que a nossa
ou, mais tarde, por escrito) números numeração decimal, sendo o número doze
elevados com o mínimo de símbolos divisível ao mesmo tempo por 2,3,4 e 6.
possível? Esta numeração foi empregada em antigos
sistemas comerciais, dos quais temos o
Em certas regiões da África ocidental, testemunho nas nossas dúzia e grosa (dúzia
há relativamente pouco tempo, os pastores de dúzias), que ainda conservamos para os
tinham um costume bastante prático para ovos e as bananas, por exemplo.
avaliar um rebanho. Eles faziam os animais
passarem, em fila, um a um. Após a Maravilha de mobilidade e de eficácia,
passagem do primeiro enfiavam uma a mão do homem é o mais antigo e
concha num fio de lã branca, após o difundido dos acessórios de contagem e de
segundo outra concha, e assim por diante cálculo para os povos através dos tempos. É
até dez. Nesse momento desmanchava-se o a primeira “máquina de calcular” de todos
colar e se introduzia uma concha numa lã os tempos, seguramente mais prática do
azul, associada às dezenas. E se recomeçava que seria, para um polvo, o conjunto de
a enfiar conchas na lã branca até a seus oito tentáculos.
passagem do vigésimo animal, quando se
Podemos, assim, imaginar como,
introduzia uma segunda concha no fio azul.
Quando este tinha, por sua vez, dez durante séculos, homens que não
conchas, e cem animais haviam sido dispunham de nosso cálculo moderno, feito
contados, desfazia-se o colar das dezenas e por algarismos “arábicos”, foram capazes,
enfiava-se uma concha numa lã vermelha, graças à memória e aos múltiplos recursos
dos dedos da mão, de soltar sua imaginação
reservada desta vez para as centenas. E
assim por diante até o término da contagem para eliminar barreiras.
dos animais. Para duzentos e cinquenta e
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Os Números – Georges Ifrah
De fato, foi no norte da Índia, por volta Nesta escuridão quase total, os
do século V da era cristã, que nasceu o ocidentais tinham perdido até a memória
ancestral de nosso sistema moderno e que das artes e das ciências. Com exceção talvez
foram estabelecidas as bases do cálculo de Carlos Magno, os príncipes europeus
escrito tal como é praticado hoje em dia. A desta época se preocupavam muito pouco
partir desta época, o sistema deveria com a cultura e nem procuraram
conhecer um considerável sucesso junto aos salvaguardar os raros tesouros antigos que
matemáticos e astrônomos hindus, que o ainda subsistiam.
empregaram em sua maioria até uma data
relativamente recente. A célebre biblioteca de Alexandria, a
mais rica da antiguidade grega, foi pilhada e
A partir do século VI, ele se expandiu destruída duas vezes: uma primeira no
até fora das fronteiras da Índia, sendo século IV por vândalos cristãos e outra,
largamente empregado pelos gravadores de paradoxalmente, por muçulmanos fanáticos
inscrições em pedra das civilizações khmer do século VII. Vários manuscritos originais
(Camboja), cham (sudoete do Vietnã), vieram a desaparecer e várias obras-primas
javanesa etc., para a expressão de suas da literatura e da ciência gregas teriam sido
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