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Os egípcios sabiam trabalhar muito bem com as razões. Descobriram logo que a razão
entre o comprimento de uma circunferência e seu diâmetro é a mesma para qualquer
circunferência.
Por definição, "Pi " é a razão entre a circunferência de um círculo e seu diâmetro. " PI "
será sempre o mesmo valor não importando o tamanho do círculo.
HISTÓRIA:
Desde muito antes de Cristo, sabe-se que a razão C / D é constante. A procura desta
constante foi tarefa árdua de grandes matemáticos ao longo da história.
Antes do tempo de Viéte havia já muitas aproximações boas e más para a razão da
circunferência para o diâmetro de um círculo, tais como a de V.Otho e A.Anthonisk
que, independentemente, redescobriram (por volta de 1573) a aproximação 355 / 113 ,
subtraindo numeradores e denominadores dos valores de Ptolomeu e Arquimedes, 377 /
120 e 22 / 7 respectivamente. Viéte calculou p corretamente a dez algarismos
significativos, aparentemente sem conhecer a aproximação ainda melhor de Al- Kashi.
O uso do valor 3 para p na matemática chinesa antiga não chega a ser um argumento
para afirmar dependência com relação à Mesopotâmia, especialmente porque a busca de
valores mais precisos, desde os primeiros séculos da era cristã, era mais persistente na
China que nos demais lugares. Valores como 3.1547 , , 92 / 29 e 142 / 45 são
encontrados; e no terceiro século Liu Hui, um importante comendador do "Nove
Capítulos", obteve 3.14 usando um polígono de 96 lados e a aproximação 3.14159
considerando um polígono de 3072 lados.
A fascinação dos chineses com o valor de p atingiu o ápice na obra de Tsu Chúng-
Chisch (430-501). Um de seus valores era o familiar valor arquimediano 22 / 7, descrito
por Tsu como "inexato", seu valor "preciso" era 355 / 113.
O inglês Willian Shanks calculou p com 707 algarismos exatos em 1873. Em 1947
descobriu-se que o cálculo de Shanks errava no 527º algarismo ( e portanto nos
seguintes).
Com auxílio de uma pequena máquina manual, o valor de p foi, então calculado com
808 algarismos decimais exatos.
Os motivos que levam as pessoas a se esforçarem tanto para calcular p com centenas ou
milhares de algarismos decimais seriam: o "Livro dos Recordes de Guines"; e testes em
computadores ( fazer as máquinas calcularem e comparar resultados).
Nos tempos antigos não havia uma notação padronizada para representar a razão entre a
circunferência e o diâmetro. Euler, a princípio, usava ‘p’ ou ‘c’ mas, a partir de 1737,
passou a adoptar sistematicamente o símbolo p . Desde então, todo o mundo o seguiu.
Na verdade, alguns anos antes, o matemático inglês Willian Jones (1706) propusera a
mesma notação, ou seja, utilizou a letra grega p para o número PI, sem muito êxito.
Questão de prestígio.
Grau é uma unidade de medida angular. Por convenção, a idéia de grau está diretamente
relacionada como uma unidade que mede ângulos, assim como o metro mede duração,
grama mede massa, segundo mede tempo,...
Além do grau, temos outra unidade para medir arcos e ângulos que é o radiano.
O angulo AOB mede 1 rad. se, e somente se, determine numa circunferência de centro
O um arco de 1 rad.
Rad. U
1 ____________ R
X ____________ 2p R
\ X= rad.
Como definição temos que uma medida a graus é equivalente a outra medida b radianos
se, e somente se:
FACILITANDO CÁLCULOS
Como podemos observar o número p serve para tornar mais acessíveis alguns cálculos.
Um número fascinante
PI, o valor da razão entre a circunferência de qualquer círculo e seu diâmetro, é a mais
antiga constante matemática que se conhece. E' também um dos poucos objetos
matemáticos que, ao ser mencionado, produz reconhecimento e ate mesmo interesse em
praticamente qualquer pessoa alfabetizada.
Como uma conseqüência dessa situação, e como uma outra maneira de demonstrar o
interesse e fascinação despertados pelo PI, os editores estão sempre a publicar livros
dedicados inteiramente ao tema e dirigidos tanto ao grande público como a professores
e pesquisadores. Entre os mais recentes, podemos destacar:
Os vários tipos de PI
Usando as fórmulas clássicas da Geometria, fica muito fácil expressarmos qualquer uma
dessas constantes de proporcionalidade em termos das demais. Por questão de tradição,
prefere-se trabalhar exclusivamente com o PI da circunferência de círculos, o qual é
denotado internacionalmente pela letra pi minúsculo, a letra inicial da palavra grega
peripheria que significa perímetro ou circunferência ( essa notação surgiu no início do
sec. 1700 e foi adotada e popularizada pelo importante livro Análise Infinitesimal,
escrito por Euler c. 1750 ).
A descoberta do PI
Muitas pessoas acham que precisamos ter o valor do PI para calcular circunferência de
círculos. Um exemplo clássico mostrando que isso NAO e' verdade e' o cálculo da
circunferência da Terra por Erathostenes c. 250 AC. Ele mediu um arco de meridiano
terrestre de 5000 estádios e, usando um instrumento de forma semi-esférica ( chamado
skaphe ), verificou que esse arco de meridiano era proporcional a um arco de meridiano
da skaphe, o qual media 1/50 do meridiano da esfera desse instrumento.
Conseqüentemente, concluiu que o meridiano terrestre e' 50*5000 = 250000 estádios.
Ou seja, em lugar nenhum precisou saber o valor do PI!
É preciso que fique bem claro que o que o trabalho de Seidenberg achou na noite dos
tempos, em bem remota antiguidade, foram apenas indícios indiretos de envolvimento
com PI. Os mais antigos documentos concretos que temos e que tratam explícitamente
de PI são tabletas mesopotâmicas de c. 2 000 AC, como a mostrada ao lado.
Examinando a figura desenhada, fica fácil ver que a mesma corresponde a adotar a
aproximação grosseira PI = 3, que é a mais comum das aproximações para PI que
encontramos nos documentos mesopotâmicos.
A principal razão é que PI não é uma fração. Com efeito, se PI pudesse ser escrito como
uma fração m / n, seu cálculo poderia
( por exemplo, se fosse verdade que PI = 22 / 7 = 3.142857 142857 142857 ..., então
nos bastaria achar o valor da parte inteira, 3, e o bloco 142857 que se repete
indefinidamente )
O fato de que, por mais de 2000 anos, ninguém tivesse conseguido explorar nenhuma
das duas possibilidades acima é exatamente o que sugeriu que PI não deva ser uma
fração. A verificação rigorosa desse fato, ou seja a demonstração da irracionalidade de
PI, veio só com Lambert, em 1 761.
Em verdade, por si só, a irracionalidade de PI não seria suficiente para determinar a
dificuldade de seu cálculo; com efeito, existem irracionais de representação decimal
previsível, e então fáceis de calcular, como é o caso de 3.10110111011110... . PI é
difícil de calcular porque é um irracional imprevisível: sua representação decimal não
mostra nenhuma previsibilidade, sendo que acredita-se que seus algarismos se
distribuam aleatoriamente.