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INTRODUÇÃO

O mito da caverna, de Platão, remete a várias questões atuais. A caverna pode


ser entendida como tudo o que aliena as pessoas, desde a educação dos pais,
a escola, até a religião e a política. Os prisioneiros (as pessoas) adquirem uma
visão quase intransigente sobre diversos assuntos, pois só “enxergam” as
“sombras” da realidade e, com isso, se fecham para outras visões de mundo.
O objetivo desse trabalho é analisar como a mídia pode ser uma grande
caverna, entendendo que ela tem o poder da manipulação e o utiliza em prol de
si mesma. A mídia, com todas suas técnicas e politicagem, influencia
completamente a vida cotidiana, de diversas maneiras.
Esse trabalho avaliará essa questão, colocando o jornalista como o prisioneiro
que se liberta da caverna e percebe a realidade. Esse profissional, tão
necessário no mundo contemporâneo, pode manter a ética em seu trabalho,
servindo à sociedade e mostrando o reflexo da realidade. O jornalista precisa
ser esse prisioneiro que se liberta e conta aos alienados a verdade sobre o
mundo para que então, tenhamos uma sociedade mais informada e instruída.
O MITO DA CAVERNA E A MÍDIA
o jornalista como o prisioneiro que se liberta

Platão, filósofo grego, escreveu um mito chamado de Mito da Caverna, ou


ainda, Alegoria da Caverna. Ele narrava a história de um grupo de pessoas
aprisionadas em uma caverna, onde teriam nascido e vivido toda sua vida ali.
Eles estavam algemados e não podiam girar suas cabeças, enxergando
apenas sombras projetadas pelo feixe de luz exterior que entrava na caverna.
Essas sombras eram de objetos, estátuas que representavam animais e
pessoas e eram transportadas por homens do lado de fora da caverna. Como
os prisioneiros só tinham aquela visão, eles imaginavam que aquelas sombras
eram as próprias coisas, a realidade.
Um dos prisioneiros decide libertar-se daquela condição e consegue construir
um instrumento que quebra os grilhões. Aos poucos ele vai percebendo que
existe um mundo do lado de fora, completamente diferente do que ele
conhecia, muito mais completo e deslumbrante. Então ele decide retornar à
caverna para contar aos outros que eles estavam sendo enganados. Porém
eles não acreditam no que o homem que se libertou diz e zombam dele,
caçoam de suas palavras e até o agridem para que fique calado.
O mito de Platão estabelece a relação entre o “nosso mundo” e o “mundo das
idéias” classificando nossa realidade como apenas uma sombra fosca do
mundo real, que seria formado por ideias concretas e imutáveis, das quais nós
seriamos apenas cópias imperfeitas. Ele representa a alienação das pessoas, o
mundo das “aparências” em que vivemos, nossos preconceitos, opiniões e a
certeza de que o que estamos vendo é sempre a realidade.
No mundo atual pode-se comparar a caverna principalmente com os veículos
de comunicação, a mídia, que procuram projetar uma realidade para o público,
porém uma realidade construída, planejada, recortada da realidade “total”.
Os acontecimentos midiáticos são escolhidos dentro de uma enorme
quantidade de fatos. Estes só se tornam acontecimentos se forem “marcados”,
ou seja, se tiverem características (critérios de noticiabilidade) como
atualidade, imprevisibilidade, novidade, qualidade, extensão, exclusividade,
interesse nacional, dentre outros. Assim, o mundo feito pela mídia é apenas
uma realidade parcial, construída a partir de informações que “interessam”, que
atraem o público. A sociedade acaba vendo aquela realidade como a mais
verdadeira, pois é a mais acessível, a mais completa, que engloba informações
do mundo todo. Passam a discutir sobre essas informações com as pessoas
que convivem, trazendo-as para o dia a dia, assistindo ao canal do tempo, por
exemplo, para saber que roupa vestir e formando opiniões sobre os assuntos
polêmicos tratados na mídia. As pessoas passam a acreditar em tudo e não
percebem, não enxergam que é tudo programado para elas se sentirem
exatamente daquele jeito, pensarem exatamente aquelas coisas. As pessoas
não questionam os dados oferecidos pela mídia, não têm a iniciativa de
buscarem por si próprias as informações, não fazem uma apuração, uma
análise. Elas aceitam e absorvem as informações como verdadeiras, como se a
mídia só estivesse interessada em demonstrar a realidade.
A mídia traz um “poder” para o espectador, que é o poder da ubiquidade. A
partir dela, o espectador se sente capaz de estar em todos os lugares ao
mesmo tempo, instantaneamente, até em lugares remotos, “inalcançáveis” e
“ver coisas que não pode tocar com muita proximidade” (de um poema de
e.e.cumings). O desejo da onipresença acaba sendo realizado pela mídia e as
pessoas se sentem confortadas em saber tudo que acontece em sua volta.
Como não conhecem “tal” lugar, mais uma vez aceitam como verdade as
informações da mídia sobre ele.
A mídia é uma grande caverna pois esconde das pessoas a realidade total.
Diferente do que se pensa, ela não é transparente, porque, por trás das
informações, tem todo um processo que envolve técnicas, tecnologia, pessoas,
condições políticas e econômicas, jogos de poder, ou seja, muita subjetividade.
O produto final é apresentado como a realidade e o público dificilmente terá
acesso aos critérios de decisão que orientaram a equipe para construí-lo e
muito menos ao que foi relegado e omitido.
A mídia chega para todas as pessoas. Seja diretamente, como assistindo a TV,
ouvindo o rádio, lendo o jornal, navegando na internet, ou indiretamente,
ouvindo os comentários de pessoas que se puseram de forma direta com a
mídia e passaram a reproduzir o que viram/ouviram/leram. Ou até mesmo
comprando uma roupa ou acessório que um personagem de alguma novela
utiliza. A influência da mídia vai passando de pessoa a pessoa, de várias
formas e em diversas intensidades.
Porém, é preciso ressaltar que não é a mídia a “culpada” por essa falta de
clareza. São as pessoas que a consomem que se sentem suficientemente
informadas apenas com ela. Os próprios cidadãos se alienam, pois não tem a
tal “curiosidade construtiva”, que é a curiosidade que busca conhecimento,
busca direitos e que sabe fazer cumprir os deveres. É neste ponto que se dá o
desfecho da manipulação, na medida em que ocorre a aceitação de tudo o que
é passado” (Lucas Peths). Infelizmente é mais fácil acreditar sem questionar, é
mais cômodo e poupa trabalho. Assim, para corrigir esse problema da
“alienação”, a sociedade teria que adotar uma postura muito diferente diante a
mídia, uma postura de contestação, de dúvida, de busca por todos os pontos
de vista e tudo o que estaria por trás da notícia.
A mídia, quando escolhe um assunto para focar, movimenta uma rede em que
todos os meios de comunicação passam a exibir exaustivamente o assunto
escolhido, não dando importância aos outros. No mesmo movimento, as
pessoas, ligadas a mídia, passam a pautar suas discussões diárias também
naquele assunto. A mídia tem um poder imenso, que as pessoas
desconhecem. Elas passam a reproduzir a mídia e tudo o que ela mostra,
passam a comprar os produtos dos comerciais, por exemplo, sem perceber. É
quase um processo automático e involuntário.
Cada meio de atuação profissional tem seu produto. No caso da mídia, o
produto é a notícia. A mídia cria uma indústria da informação baseada nessas
notícias, que se tornam mercadorias dentro da indústria. Por isso que existe
uma intenção bem esclarecida (não para o público, mas dentro do meio
midiático), de “vender” a mercadoria. Logo, quanto melhor, mais interessante
ela for, mais lucro a empresa midiática terá. Baseado nisso, a mídia tem uma
técnica classificada como “Pirâmide Invertida”. Ela consiste em fornecer as
informações em ordem decrescente de importância. Assim, a primeira frase
deve ser sempre a mais impactante, para dar destaque a notícia e chamar a
atenção do leitor. Posteriormente, as informações menos importantes, mais
detalhadas, que o leitor só terá interesse se a matéria o prender pelas
primeiras frases.
Assim, percebe-se que tudo na mídia é construído, preparado para guiar o
espectador em um único sentido, da mesma forma como era na caverna de
Platão.
Por esse poder “manipulador”, a mídia já foi intitulada como um “quarto poder”.
Depois dos três poderes (legislativo, judiciário e executivo) do Estado, a mídia
viria como o quarto, pois ela influencia diretamente os outros e a sociedade, e
assim como um dos poderes, para se manter, depende da confiança e da
satisfação da população. Já foram vários os casos de presidentes eleitos pela
influência da mídia. Ela pode escolher qual candidato será mais conveniente
para seus interesses e mostrar apenas imagens positivas dele, tornando-o um
ícone. Da mesma forma, pode tirar um presidente do poder e incriminar
pessoas, tudo de acordo com sua vontade “Eis aí o comportamento da
sociedade atual, as sombras (informações fornecidas pela mídia) são
fortemente controladas. Vivemos numa moderna caverna social, somos os
prisioneiros modernos, meros reprodutores da versão oficial estabelecida pelos
órgãos de comunicação sem perceber que se trata na verdade de um círculo
vicioso” (Lucas Antônio Morates).
A partir disso, aparece o jornalista. O profissional do meio de comunicação que
tem a função de produzir notícias, fornecer informações. Ele, antes disso,
precisa buscar os fatos, analisá-los, entende-los para então, torná-lo um
acontecimento e transmiti-lo como notícia à sociedade. Nesse processo há
muita subjetividade por se tratar de interpretações pessoais e uma construção
noticiosa que envolve uma política editorial, um modo de organização do texto,
tudo pré-estabelecido pelas empresas midiáticas. Porém, o jornalista inteligente
e ético sabe como transformar essas “imposições” em um texto concreto e que,
de fato, reflete o fato e não o refrata. Esse profissional entra na sociedade
como a pessoa que busca a verdade para passá-la a sociedade, não
permitindo mais o ocultamento de informações por parte do governo e de
qualquer instituição. O jornalismo vem para se infiltrar nessas instituições e
descobrir se tudo o que elas divulgam é ou não, a realidade. Caso não seja, o
jornalista precisa denunciar publicamente e mostrar a verdadeira face do
problema. Mais do que isso, ele trata todos os fatos como importantes, afinal,
todos trazem uma carga de interesse para certo público. Nesse sentido, o
jornalista se apresenta como o prisioneiro da caverna que se liberta e
desesperadamente, tenta contar a verdade sobre o mundo para as outras
pessoas (a sociedade). Essa prática existe desde o tempo do império romano,
sendo as “Actas Romanas” consideradas os primeiros jornais por
estabelecerem um padrão de escrita, de periodicidade e de tipo de informação,
que era disponível a população. Desde então, se tinha o desejo da
comunicação, o desejo de saber o que estava acontecendo no meio social, às
vezes apenas como interesse na vida alheia, mas muitas vezes como forma de
contestação ou aprovação das práticas sociais e governamentais. A opinião
pública sempre existiu, apesar de só ganhar espaço significativo na década de
60, com os estudos culturais. O jornalista precisa ser extremamente cauteloso
em seus textos, pois ele construirá diretamente opiniões e por isso ele tem todo
esse trabalho de pesquisa e análise. Por isso ele não se conforma com as
primeiras respostas. Dessas, ele desconfia. O jornalista quer mais, ele quer a
verdade plena, quer alcançar o mundo das ideias, quebrar as correntes que o
cercam para então, relatar como a realidade é, e, assim, despertar as pessoas
de sua alienação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Assim, percebemos que o jornalismo tem uma função essencial na sociedade:


a de perceber e narrar os fatos de forma verdadeira. O jornalista é o
profissional mais conceituado para fazer esse trabalho e sua missão não é
apenas pessoal, mas social. É necessária uma valorização cada vez maior
dessa profissão, para que os princípios democráticos de liberdade de
expressão sejam garantidos. Não se pode viver eternamente em uma caverna.
É preciso se libertar e não só ouvir o jornalista, mas agir como ele. Dessa
forma, ganha a verdade e, consequentemente, toda a sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/index.asp

http://incomuniquese.blogspot.com/

http://www.mariodeandrade.com.br/revistaeletronica/sophiavirtual/platao.htm

http://www.estadoanarquista.org/blog/?p=178

http://www.bocc.uff.br/pag/meditsch-eduardo-jornalismo-conhecimento.pdf

“A Narração do Fato – notas para uma teoria do acontecimento” – Muniz Sodré

http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/691805

http://www.youtube.com/results?search_query=m
%C3%ADdia+manipuladora&aq=f
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO
FILOSOFIA E COMUNICAÇÃO
PROFESSORA THAIS MORAES CORREIA

ALUNA: MARIA FERNANDA SANTOS SOUZA – 1º PERÍODO


CÓDIGO: CO10105-44

TEMA: MITO
SUBTEMA: “O MITO DA CAVERNA E A MÍDIA – O JORNALISTA COMO O
PRISIONEIRO QUE SE LIBERTA”

São Luís, 2010

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