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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DO ESPÍRITO SANTO


CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

ADILSON GUIOTTO FILHO


EDUARDO MÉDICI
ELBER FREITAS
GISELLE AMORIM CAVATI
JONATHAN RIBEIRO
MARYLIA BARCELOS RIBEIRO CABELINO
RENATA ROCHA

CORPOREIDADE NO ESPORTE

VITÓRIA
2008
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ADILSON GUIOTTO
EDUARDO MÉDICI
ELBER FREITAS
GISELLE AMORIM CAVATI
JONATHAN RIBEIRO
MARYLIA BARCELOS RIBEIRO CABELINO
RENATA ROCHA

CORPOREIDADE NO ESPORTE

Seminário de disciplina de graduação do


curso de Educação Física apresentado aos
professores DSc. Fabian Tadeu do Amaral;
MSc. Eliane Cunha Gonçalves; MSc. José
Maurício Diascânio; MSc. Otaviano Afonso
Pereira, MSc. Rinaldo Andrade Paoliello,
respectivamente das disciplinas de Fisiologia
do Exercício, Metodologia da Dança e suas
Manifestações Populares, Metodologia do
Voleibol, Metodologia da Natação, Sociologia
e Bioestatística, como requisito final para
obtenção do grau de AV2.

PROFESSORES AVALIADORES: DSC.Fabian Tadeu do Amaral


MSc. Eliane Cunha Gonçalves
MSc. José Maurício Diascânio
MSc. Otaviano Afonso Pereira
MSc. Rinaldo Andrade Paoliello
9

AGRADECIMENTOS

Aos nossos mestres, que contribuíram para a execução deste trabalho,


em especial à professora Eliane, pela orientação e atenção dispensadas;

Ao Artur, cuja participação se tornou ativa e fundamental para o bom


funcionamento do grupo, seja chorando, pedindo colo, comida ou nos
alegrando com um belo sorriso;

À Cecília, que tem nos transportado com tanto vigor.


10

“E tinha um seminário no meio do


caminho, e no meio do caminho, tinha
um seminário.”
11

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................................7

1.1. PROBLEMA...................................................................................................................10

1.2. OBJETIVOS .................................................................................................................11

1.2.1. OBJETIVO GERAL ........................................................................................ 11

1.2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO ..........................................................................................11

1.3. JUSTIFICATIVA ..........................................................................................................12

2. METODOLOGIA .............................................................................................................14

2.3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ......................................................14

2.3.1.1 NATUREZA ...................................................................................14

2.3.1.2 OBJETIVOS...................................................................................14

2.3.1.3 PROCEDIMENTOS TÉCNICOS................................................... 14

3. CORPOREIDADE...................................................................................................................15

3.1 PROCESSO DE CIVILIZAÇÃO E SEUS REFLEXOS NA CORPOREIDADE..............17

3.1.1 AS DIFERENTES FORMAS DE UTILIZAÇÃO DO CORPO - DA


ANTIGUIDADE AO CAPITALISMO ..........................................................................................18

4. CORPOREIDADE NO ESPORTE.......................................................................................... 22

4.1. CORPO, EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE .............................................................25

4.2 INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA E TREINAMENTO DESPORTIVO.........................27

4.2.1 REQUISITOS ANTROPOMÉTRICOS ............................................. 28

4.2.2 VALÊNCIAS FÍSICAS .......................................................................32

4.2.2.1 AGILIDADE............................................................................................... 33

4.2.2.2 FORÇA ......................................................................................................33

4.2.2.3 VELOCIDADE........................................................................................... 34

4.2.2.4 EQUILÍBRIO.............................................................................................. 36

4.2.2.5 COORDENAÇÃO...................................................................................... 36

4.2.2.6 RESISTÊNCIA...........................................................................................36

4.2.2.7 FLEXIBILIDADE........................................................................................44
12

4.2.2.8 DESCONTRAÇÃO.....................................................................................46

4.2.2.9 RITMO........................................................................................................46

4.2.3.0 POTÊNCIA MUSCULAR ...........................................................................47

4.2.3 PREPARAÇÃO PSICOLÓGICA .................................................... 47

5. AS CAPACIDADES FÍSICAS E SUAS RELAÇÕES COM O VOLEIBOL, A NATAÇÃO E A


DANÇA ...............................................................................................................................................52

5.1 . VOLEIBOL E SUAS VALÊNCIAS FÍSICAS............................................................. 52

5.1.1 ANÁLISE DA ALTURA EM ATLETAS DE VOLEIBOL.................. 56

5.2. A NATAÇÃO E SUAS VALÊNCIAS FÍSICAS.......................................................... 58

5.3. A DANÇA E SUAS VALÊNCIAS FÍSICAS ................................................................62

5.4. COMPARAÇÃO ENTRE AS CARACTERÍSTICAS DE CORPOREIDADE


OBSERVADAS NO VÔLEI, NA NATAÇÃO E NA DANÇA ......................................................64

6. CONCLUSÃO .......................................................................................................................67

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................70


13

Palavras-chave: corporeidade, esporte

1. INTRODUÇÃO

Corporeidade é incorporar signos, símbolos, prazeres, necessidades, através


de atos ousados ou através de recuos necessários sem achar que um nega o
outro. É cativar e ser cativado por outros, pelas coisas, pelo mundo numa
relação dialógica. (MOREIRA, 2003, p. 149).

A corporeidade remete o corpo a uma totalidade, cuja dimensão ampla de


significados e intenções, deve ser entendida para que se compreenda a
capacidade do ser humano de existir, evoluir e se apresentar por meio dele.

A importância do corpo e os diversos valores a ele atribuídos, impõem uma


necessidade de reflexão a respeito da forma de sua utilização ao longo do
processo histórico, procurando-se entender a diversidade e complexidade que
envolvem os indivíduos diante de todas as suas possibilidades corporais.

Cada corpo expressa a história acumulada de uma sociedade que nele marca
seus valores, suas leis, suas crenças e seus sentimentos, que estão na base
da vida social. (GONÇALVES, 1994).

A utilização do corpo e as percepções desenvolvidas pelo homem diante de


sua corporeidade, são reflexo das inter-relações sociais, culturais e políticas, as
quais fazem parte do contexto vivenciado no processo histórico, que permite
uma construção corporal distinta e variável ao longo do tempo.

A modificação na forma de utilização do corpo ocorreu progressivamente


conforme as sociedades foram se estabelecendo e se caracterizando. Foi
deixado para trás o pensamento estritamente mecanicista, a partir do qual as
práticas corpóreas buscavam incessantemente desempenhos imediatos, sem
considerar o corpo como um todo.
14

Dessa maneira, observa-se a diferenciação, variação e evolução de técnicas


corporais, que traduzem a relação estabelecida entre o corpo e o contexto
social ao qual o homem está submergido.
O corpo, diante de todas as dimensões, justifica por meio de suas expressões
o ser humano, seja no pensar, sentir ou movimentar-se, representando,
externalizando e internalizando significados.

Assim, o corpo e a mente, tornaram-se aspectos indissociáveis, cujo trabalho


deveria ser realizado em conjunto, objetivando uma integração corpórea
completa.

A corporeidade passou a exprimir as diversas possibilidades de práticas


corporais, como forma de inter-relacionar as pessoas e seus corpos de maneira
homogênea, considerando sempre a possibilidade de melhores perfomances e
atividades corporais.

A finalidade de trabalhar a perspectiva da corporeidade, é promover o


desenvolvimento da sensibilidade e da percepção corporal, permitindo à
pessoa o auto-conhecimento, com as noções do seu próprio corpo, seus limites
e suas possibilidades.

Na Educação Física, vê-se “... o corpo-objeto sendo mecanicamente preparado


para obter um rendimento melhor, aperfeiçoando um ritmo uniforme,
padronizado através de seqüências ‘fabricadas’, onde o objetivo é o
desempenho máximo, mais uma vez na perspectiva do corpo perfeito,
desprezando-se as possibilidades corporais.” (MOREIRA, 1994, in: DANTAS,
1994)

O entendimento do que seja corporeidade implica em importante reflexão no


esporte, vez que abrange toda a extensão de possibilidades que o corpo
humano pode contemplar, unificando suas dimensões, sem perder suas
características biológicas, mecânicas e intelectuais, estreitando as relações
entre a dicotomia que envolve a teoria e a prática de atividades físicas.
15

As características corporais presentes em cada indivíduo, permitem a


apreciação da corporeidade sob pontos de vista que induzem para o
direcionamento a uma determinada modalidade, do praticante de uma
atividade, conforme as peculiaridades corporais por ele apresentadas,
possibilitando seu melhor rendimento, aproveitamento, e conseqüentemente o
alcance de resultados positivos no esporte.

Na prática de atividades físicas e no esporte, o aprimoramento dos aspectos


corpóreos exprime a possibilidade de se alcançar melhores resultados,
contemplando-se um corpo melhor explorado e trabalhado, com o objetivo de
obtenção do êxito.

Os indivíduos, diante de suas distintas características corporais, possuem


diferentes tipos de condicionamentos e adaptações no processo de preparação
esportiva. No esporte competitivo e na dança, o preparo físico aperfeiçoa o
desenvolvimento das capacidades físicas, que refletem diretamente na
corporeidade dos praticantes dessas atividades.

O domínio do corpo, indispensável no esporte, implica na melhora de sua


capacidade fisiológica, com adaptações cardiorrespiratórias, eficácia mecânica,
progressos neuromusculares, aprimoramento de expressões corporais, que
aliados a uma integração psicológica, possibilitam a busca e o alcance sucesso
pelo atleta ou equipe.

A capacidade física está relacionada à aptidão de cada um para a prática de


atividades. Dessa forma, os objetivos do treinamento devem ser bem
determinados. É importante que se tenha consciência do tipo de solicitação
física exigida conforme a atividade realizada para o cumprimento de um treino
direcionado, que possibilita um desempenho com o alcance de melhores
resultados.

Tantos os esportes, quanto a dança, são caracterizados como atividades bem


estruturadas que buscam, por meio de treinamentos metódicos, o domínio
apropriado de suas respectivas técnicas, táticas e melhores execuções físicas,
16

devendo-se estabelecer para cada um, o melhor processo de preparação


conforme suas características individuais.

Desta maneira, a corporeidade é trabalhada de forma que possibilite o melhor


preparo físico do atleta ou bailarino por meio do aperfeiçoamento das
qualidades físicas específicas nas atividades realizadas, com o aprimoramento
da realização de movimentos técnicos, execução de táticas e com o amparo de
um bom trabalho psicológico.

O presente estudo abordará, os diferentes aspectos físicos que compõem a


corporeidade, observados no voleibol, na natação e na dança, conforme as
características exigidas por cada uma dessas modalidades e os aspectos
corpóreos que levam os praticantes dessas atividades a um melhor
desempenho considerando-se a individualidade de cada um.

1.1. PROBLEMA
Qual a forma como a corporeidade se constitui no esporte?
17

1.2 OBJETIVOS

1.2.1. OBJETIVO GERAL

Investigar a forma como a corporeidade se constitui no esporte.

1.2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO

Pesquisar o conceito de corporeidade, e a evolução e variação na forma de


utilização do corpo ao longo do processo histórico humano;

Pesquisar os aspectos que compõem a corporeidade e a sua importância no


esporte competitivo.

Pesquisar as características específicas de corporeidade observadas em


atletas de vôlei;

Pesquisar as características de corporeidade observadas em atletas de


natação;

Pesquisar as características específicas de corporeidade observadas em


praticantes da dança;

Comparar as características de corporeidade específicas observadas no vôlei,


na natação e na dança.
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1.3. JUSTIFICATIVA

O acompanhamento da evolução e utilização do corpo é necessário para que


se entenda a forma como as relações sociais, culturais e políticas exerceram
influência na conceituação de corporeidade no decorrer do processo evolutivo.

Entender o significado de corporeidade proporciona ao educador físico avaliar


sob diversas perspectivas as dimensões que podem ser contempladas quando
realizado um trabalho corpóreo, considerando os aspectos biológicos,
mecânicos e psicológicos dos atletas ou praticantes de atividades físicas de
maneira integrada. A importância desse estudo consiste em entender de que
forma o conceito de corporeidade se apresenta e se constitui, por meio da
integração dos trabalhos físicos, técnicos e psicológicos realizados em conjunto
em dançarinos e atletas.

A análise das diversas possibilidades corporais permite a apreciação da


corporeidade sob pontos de vista que convergem para o direcionamento a uma
modalidade especifica, do praticante de determinada atividade, conforme as
características corporais por ele apresentadas, possibilitando sua satisfação
com melhor rendimento, aproveitamento, e conseqüentemente o alcance de
resultados positivos no esporte.

Nesta perspectiva, ASSMANN (1994, p. 75-76), esclarece:

O assunto corporeidade é tão agudamente relevante para a


Educação em geral, para a vida humana e para um futuro humano
neste planeta ameaçado, que urge alargar nossa visão para incluir
necessidades ainda não suficientemente despertadas, mas que
seguramente se manifestarão mais e mais ao ritmo da deterioração
da Qualidade de Vida.
19

A importância acadêmica consiste na necessidade do estudo das diversas


possibilidades constituídas por meio da corporeidade, que refletem no
reconhecimento da existência e na necessidade de integração de fenômenos
físicos, técnicos-táticos, psicológicos, sociais e culturais, onde por meio das
constantes transformações processadas na maneira como o corpo é pensado,
sentindo, vivido e expressado, possibilitam a constituição de novos conceitos
que se adaptam às constantes necessidades de mudanças e evolução do
trabalho da corporeidade de maneira que contribuam para o alcance de
melhores resultados no esporte.
20

2. METODOLOGIA

2.3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

2.3.1.1 Natureza

Quanto à abordagem, a pesquisa é do tipo qualitativa. De acordo com


GIL (2002):

“A analise qualitativa depende de muitos fatores, tais como a


natureza dos dados coletados, a extensão da amostra, os
instrumentos de pesquisa e os pressupostos teóricos que nortearam
a investigação. Pode-se então definir esse processo como uma
seqüência de atividades, que envolve a redução dos dados, a
categorização desses dados, sua interpretação e a redação do
relatório”.

2.3.1.2 Objetivos

Quanto aos objetivos a pesquisa é do tipo explicativa, que conforme GIL


(2002), visa observar, registrar, analisar, classificar, interpretar e correlacionar
fatos ou fenômenos (variáveis) sem que o pesquisador interfira nos mesmos.

2.3.1.3 Procedimentos técnicos

Em relação aos procedimentos técnicos utilizados, a pesquisa


apresenta-se na forma de pesquisa bibliográfica, visto que para GIL
21

(2002) é aquela “desenvolvida a partir de material já elaborado,


constituído principalmente de livros e artigos científicos.”

3. CORPOREIDADE

SANTIN (1987, p. 50) afirma que, todo indivíduo se percebe e se sente como
corporeidade. Segundo ele, é na corporeidade que o homem se faz presente:
“A dimensão da corporeidade vivida, significante e expressiva, caracteriza o
homem e o distancia dos animais. Todas as realidades humanas são
realizadas e visíveis na corporeidade [...]. O ser humano é corporeidade.”

A corporeidade pode ser entendida sob diversas interpretações, onde o


primeiro aspecto a ser analisado para a sua compreensão, é a capacidade do
homem de existir e evoluir como ser humano, através do corpo. Desta maneira,
é de fundamental importância, o entendimento do conceito de corpo e das
diferentes formas de utilização do mesmo no processo histórico evolutivo
humano.

Entender o conceito de corpo, segundo ASSIS (in: DANTAS,1994), exige uma


regressão filogenética, vez que o mesmo, é a resposta da vida ao mundo
circundante. Esclarece o autor, que

as amebas que se formaram na superfície das águas, tornaram-se os


primeiros símbolos do que a vida pretendia ser. Vida que tentou
novas formas, até que depois de muitas tentativas, investiu na
modificação do cérebro, permitindo que um primata afastasse seu
ventre do chão, atingindo assim, a posição ereta. Desta forma,
iniciou-se a sensação de verticalidade, o alongamento das
articulações, o levantar da cabeça e poder olhar o céu. Os braços e
as pernas aprenderam um ritmo que os harmonizava, surgindo o
andar, um movimento alternado e tipicamente humano e, podendo
olhar para frente e para cima, o rosto ganhou em expressões. Com as
mãos e os dedos, o pensamento e a linguagem, foi possível construir
a cultura.
22

Enquanto uns defendiam a instrumentalização do corpo, outros tentavam


superar a idéia de sua fragmentação para justificar o sentido dos
acontecimentos.

GÓIS & MOREIRA (2003) destacam o padrão cartesiano, onde a visão era
bastante objetiva, enfatizando a separação entre o mundo e o ser humano.
Segundo eles, Descartes, nos estudos dos corpos, o reduz e associa a uma
máquina, constituída de partes e peças isoladas, com uma forte separação e
diferença entre o corpo e a alma. As funções e os sentidos atribuídos ao corpo
eram compreendidos por meio de divisões, que determinavam o que lhe era
próprio e o que pertencia à alma, ao espírito.

Descreve SILVA (2001, p. 14), que:

Em Descartes, o corpo humano é do domínio da Natureza: o corpo é


puramente corpo, assim como a alma é puramente alma, princípio
que autoriza a razão, e a ciência, como sua instituição, a conhecer e
dominar o corpo humano, tarefas as quais serão exacerbadas na
atualidade. A perspectiva cartesiana, ao separar radicalmente as
dimensões corpo e alma, reforça a perspectiva de funcionamento
corporal independente da idéia de essência, como uma maquinaria
que atua com princípios mecânicos próprios.

A concepção mecanicista do ser humano, observada no pensamento


cartesiano, distancia a compreensão do corpo e da corporeidade por meio de
sua totalidade. O corpo, embora represente presença no espaço, também
reproduz a relação de existência no mundo por meio de experimentos e produz
significados de experiências corpóreas, que podem sofrer influências de
valores culturais, sociais e econômicos.

Para DAÓLIO (1997, p. 53),

O corpo é uma síntese da cultura, porque expressa elementos


específicos da sociedade da qual faz parte. O homem, por meio do
seu corpo, vai assimilando e se apropriando de valores, normas e
costumes sociais, num processo de inCORPOração (a palavra é
significativa). Mais do que um aprendizado intelectual, o indivíduo
23

adquire um conteúdo cultural, que se instala no seu corpo, no


conjunto de suas expressões.

Deve-se compreender o corpo, por meio de todas as suas possibilidades, que


vão além das práticas exclusivamente corporais, englobando, também, ações,
sentimentos, valores e atitudes.

Nesse sentido, MERLEAU-PONTY (2006) opôs-se à perspectiva imposta pela


filosofia e ciência, que entendiam corporeidade apenas por meio da
compreensão mecanicista do corpo e do movimento humano, que considerava
a disjunção entre suas partes, não contemplando as várias dimensões do se
humano, por meio de sua unidade. Segundo ele, “o corpo não é coisa, nem
idéia, o corpo é movimento, sensibilidade e expressão criadora.”

A noção de corporeidade está pautada na integração de um todo e na


utilização desse todo como instrumento para estabelecer relações com o
mundo. O mesmo autor, entende que, tal integração deve estar relacionada
com

“a motricidade, a percepção, a sexualidade, a linguagem, ao mito, a


experiência vivida, a poesia, ao sensível e ao invisível, apresentando-
se como um fenômeno complexo, não se reduzindo à perspectiva de
objeto, fragmento do mundo regido pelas leis de movimento da
mecânica clássica, submetido a leis e estruturas matemáticas exatas
e invariáveis.” (Merleau-Ponty, 1971; 2006)

As práticas corporais verificadas em cada sociedade refletem as características


e os valores observados em cada época do processo histórico evolutivo.

3.1 PROCESSO DE CIVILIZAÇÃO E SEUS REFLEXOS NA


CORPOREIDADE

A corporeidade e a maneira como o homem se comporta corporalmente estão


diretamente relacionadas aos condicionamentos sociais e culturais, que
imprimem normas e influenciam diretamente nas aptidões intelectuais, afetivas,
24

morais e físicas dos indivíduos em dado momento da evolução e vida em


sociedade.

Conforme observado por GONÇALVES (2002, p. 14),

“ao longo da história humana, o homem apresenta inúmeras


variações na concepção e no tratamento do seu corpo, bem como
nas formas de comportar-se corporalmente, que revelam as relações
do corpo com um determinado contexto social. Desse modo, variam
as técnicas corporais relativas a movimentos como andar, pular,
correr, nadar etc; b). os movimentos corporais expressivos (posturas,
gestos, expressões faciais), que são formas simbólicas de expressão
não-verbal; c). a ética corporal, que abrange idéias e sentimentos
sobre a aparência do próprio corpo (pudor, vergonha, ideais de
beleza etc.); d). o controle de estrutura dos impulsos e das
necessidades.”

BETRÁN & BETRÁN (1995, apud FERREIRA, p.3) analisam essas novas
atividades da seguinte forma:
cada sociedade, em cada época, tem sua própria cultura corporal
relacionada aos seus parâmetros ideológicos, técnico-econômicos,
sociais e, é claro culturais. A idéia de corpo, os usos, hábitos e
costumes, movimentos que suscitam, práticas corporais e atividades
físicas recreativas que aparecem neste período se inscrevem na
mentalidade da época.

3.1.1 As diferentes formas de utilização do corpo - da Antiguidade ao


Capitalismo

As determinantes históricas do processo evolutivo demonstram que as


necessidades, num primeiro momento, foram decisivas na maneira de
utilização do corpo para a sobrevivência, fosse por meio da caça e da pesca,
para se alimentar ou da necessidade de percorrer, a pé, grandes distâncias,
para evitar ser atacado por animais ou pela necessidade de buscar alimentos
em outras regiões.
25

Para a realização de tais tarefas, houveram adequações fisiológicas, que


possibilitaram a fortificação da estrutura muscular e óssea, e um sistema
respiratório, cardíaco e imunológico melhor adaptado para a sobrevivência.

Durante a Antiguidade, os trabalhos corporais eram realizados por escravos,


considerados inferiores aos seus senhores. Logo, a idéia de utilização do corpo
para realização de tarefas, estava estritamente ligada às classes mais pobres
da sociedade, enquanto os dominantes, eram intelectuais que utilizavam-se do
conhecimento para exercer seu domínio, conforme elucida FREIRE (in
DANTAS,1994): “As sociedades passaram a ter seus representantes do
espírito e seus representantes do corpo. Os primeiros, com todos os privilégios
sociais; os segundos, apenas servindo de suporte ao bem-estar dos primeiros.”

Na Idade Média, os servos dos senhores feudais, realizavam os trabalhos


braçais e o corpo figurava no centro dos acontecimentos. Conforme elucida
GONÇALVES, (2002, p. 37), três características da época uniam o corpo às
finalidades das ações:
“a noção de tempo, personalidade e de economia. Estas não se
constituíam como idéias abstratas, separadas de experiências vivas e
concretas, mas, sim, como propriedades que se ligavam
funcionalmente ao corpo. Nas sociedades tradicionais a ação real do
homem submetia-se ao desenrolar natural do tempo, às estações do
ano, ao crescimento das plantas e ao ritmo de produção dos animais.
A idéia de personalidade orientava-se no sistema de castas, uma
muralha dentro da qual o indivíduo nascia e não tinha condições de
sair [...] a economia, em geral, era orientada para a subsistência, uma
economia para viver e sobreviver. Assentados em necessidades vitais
como a fome e a sede, os fins da economia quase não conheciam os
elementos de planejamento e cálculo, permitindo que a ação dos
homens ainda estivessem estritamente ligadas às necessidades
básicas.”

Desta forma, corpo e mente eram submissos ao sistema feudal que imperava,
vez que não havia muitas possibilidades para escapar às ordens às quais os
26

indivíduos eram submetidos e às suas necessidades, que deveriam ser


saciadas.
Com o Renascimento e o desenvolvimento das ciências, o homem passou a
utilizar a razão como principal instrumento de conhecimento, realizando uma
ruptura no processo de dependência pessoal, que preponderava pela
imposição de trabalhos corpóreos por dada camada da sociedade e a
obrigação de sua realização por outra. Na busca pela “liberdade”, passou-se a
encarar o corpo como um objeto que deveria ser controlado, e por meio do
desenvolvimento das ciências e das técnicas modernas, deu-se um grande
passo para as transformações econômicas, que abriram espaço para o
desenvolvimento do sistema capitalista.

Com a expansão e afirmação do sistema capitalista, a relação do homem com


sua corporeidade sofreu transformações progressivas. Com o desenvolvimento
da indústria, o trabalho passou a ser realizado em etapas distintas, onde cada
operário realizava tarefas isoladas, cujo somatório com as atividades realizadas
por outros operários, originava o produto final. “Separando-se do produto final,
o operário moderno tornou-se indiferente em relação ao seu trabalho, perdendo
a ligação afetiva com o produto de suas mãos.” (GONÇALVES, 2002, p. 50).
Diante dessa situação, o homem empobreceu as vivências corporais que até
então faziam parte do seu trabalho, perdendo o contato com a natureza,
experiências sensoriais e a individualidade com que se empenhava na
realização de tarefas. Ele passou a ser moldado e controlado, sujeito à
exploração de seus superiores, que buscavam produção quantitativa para
obedecer às demandas no mercado, deixando de lado a busca de melhor
qualidade nos produtos ofertados.

Observa, ainda, GONÇALVES (2002, p.50) que

“a abstração inerente ao modo de produção capitalista trouxe, assim,


a ruptura das relações imediatas do homem com seu corpo e com a
natureza. [...] a força muscular do trabalhador, sua energia e sua
resistência passaram a ser objetos da exploração capitalista; seu
corpo passou a ser um corpo oprimido, manipulável, um instrumento
para a expansão do capital.
27

Enquanto as classes trabalhadoras impulsionavam a expansão do sistema


capitalista por meio de sua força de trabalho, a classe mais rica se distanciava
cada vez mais de qualquer tipo de trabalho corporal. O vigor físico, que antes
poderia lhes impor ameaça, era substituído pelo status social e prestígio que o
dinheiro lhes proporcionava. Sentimentos e expressões que antes eram
externalizados por meio de lutas corporais, onde vencia o que tivesse a melhor
técnica e força, passaram a ser reprimidos, desenvolvendo no homem moderno
doenças psicossomáticas e insatisfação.

Segundo FREIRE (in: DANTAS,1994), “em algumas sociedades o corpo era


formado pelos escravos; o espírito, a mente, pelos cidadãos, pelos políticos.
Em outras sociedades, o espírito é o dirigente, o executivo; o corpo, os
trabalhadores braçais.”

GONÇALVES (2002) esclarece que as relações com a corporalidade são


reflexo da inadequação, perplexidade e despersonalização do homem
contemporâneo e que trazem consigo o irracionalismo, presente em todas as
etapas da vida humana, seja enraizada nas condições sociais, políticas ou
econômicas da moderna sociedade industrial capitalista. De um lado, o homem
moderno, com a ciência e técnica, exerceu um enorme poder sobre seu corpo,
combatendo doenças e prolongando a vida, e que com os produtos da
moderna tecnologia possibilitou ao homem, inúmeras formas de locomoção e
comunicação, que lhe permitiu ultrapassar os limites da sua corporalidade,
criando novas concepções de espaço e tempo e abrindo também novas
possibilidades de realização de atividades corporais. Entretanto, por outro lado,
além dessas possibilidades só atingirem a minoria, o homem moderno se
tornou alvo das conseqüências do stress, com grande parte da humanidade
passando a sofrer de doenças psicossomáticas e de doenças causadas pela
falta de movimentos. A negação do corpo, trazida pela razão iluminista
apresentou-se juntamente com a perda da acuidade sensorial e a considerável
diminuição da capacidade de memória. A oposição e o distanciamento entre o
mundo do corpo e o mundo da racionalidade convergiu para a eliminação da
vivência subjetiva da corporalidade.
28

GÓIS & MOREIRA (2003, p. 52) citam que,

em cada época, foi definido um perfil corporal para o ser humano,


levando-se em consideração valores exigidos pelo poder dominante.
As práticas corporais eram consideradas capazes de controlar e
generalizar as ações das classes sociais. Classes que entendiam, ou
mesmo, absorviam as concepções sobre o corpo, como
simplesmente de utilidade para o trabalho, defendendo, assim, o
grande domínio e os interesses da classe dominante de cada época.
29

4. CORPOREIDADE NO ESPORTE

A Educação Física, segundo GÓIS & MOREIRA (2003), exige um corpo com
ênfase no rendimento, na perfeição na execução dos movimentos, nos acertos
e na técnica aperfeiçoada, devendo considerar as capacidades, as
possibilidades e as diferenças humanas.

Para o exercício de atividades esportivas, é fundamental o aprimoramento de


práticas corporais e trabalho do corpo considerando a sua totalidade. O corpo
do atleta é preparado sob aspectos técnicos, mecânicos e psicológicos para o
aperfeiçoamento de movimentos, precisão na sua execução e por fim, como
conseqüência, obter do melhor resultado.

Os trabalhos de força, agilidade, rapidez, esforço e também a dedicação e o


empenho, visam converger para o maior objetivo do esporte, que é o
rendimento máximo. Na perspectiva de se angariar o melhor resultado,
trabalha-se o corpo diante de todas as suas possibilidades, não permitindo que
reações previsíveis ou até mesmo imprevisíveis influenciem de maneira
negativa no resultado de um atleta ou uma equipe.

Importante destacar, que com a prática esportiva, o corpo passa por


transformações, sendo elucidado por ALONSO (2003, apud FERREIRA, p. 37),
que

junto com o cansaço e eventuais frustrações provocadas pela


atividade, ocorrem descargas hormonais que produzem bem-estar e
proporcionam uma consciência corporal. O conhecimento dos limites
e das potencialidades, o prazer com o próprio corpo e a auto-estima
são modificados.

A corporeidade está englobada na subjetividade do atleta e, ambas são


passíveis de transformações. BAUMAN (1998, p. 36) relata que o processo de
constituição da identidade na sociedade pós-moderna, passa por um momento
30

de incerteza, onde os indivíduos buscam novas formas para constituí-la. Cita o


autor:

Em vez de constituir sua identidade, gradual e pacientemente, como


se constrói uma casa – mediante a adição de tetos, soalhos,
aposentos, ou de corredores, uma série de “novos começos”, que se
experimentam com formas instantaneamente agrupadas, mas
facilmente demolidas, pintadas umas sobre as outras: uma identidade
de palimpsesto. Essa é a identidade que se ajusta ao mundo em que
a arte de esquecer é um bem não menos, se não mais, importante do
que a arte de memorizar, em que esquecer, mais do que aprender é,
a condição de contínua adaptação, em que sempre novas coisas e
pessoas entram e saem sem muita ou qualquer finalidade do campo
de visão da inalterada câmara de atenção e em que a própria
memória é como uma fita de vídeo, sempre pronta a ser apagada a
fim de receber novas imagens, e alardeando uma garantia para toda
vida exclusivamente graças a essa admirável perícia de uma
incessante autoobliteração.

Como observado, a constituição das identidades se dá a partir das adaptações


feitas pelos sujeitos no decorrer da vida. A prática de esportes, proporciona aos
sujeitos, a vivência de situações em que a necessidade de criar, improvisar e
se adaptar são inerentes, constituindo assim, para os atletas um novo campo
de aprendizado.

No âmbito desse aprendizado, são extremamente importantes o trabalho em


equipe, a experimentação, o arriscar-se, devendo os atletas não criar
abstenções às mudanças, adaptando-se e superando-se sempre que
necessário, para atingir o seu objetivo final.

A corporeidade no esporte deve ser entendida de maneira que a característica


de cada atividade, aliada ao mundo de possibilidades corporais, permite
trabalhá-la de modo a incentivar a dedicação, a determinação e a superação
dos atletas.
31

Desta maneira, a prática esportiva é fundamentalmente importante na


construção da corporeidade e do auto-conhecimento, possibilitando o
redescobrimento do corpo e suas formas de se expressar.

As experiências corporais, que decorrem da prática esportiva, proporcionam o


prazer, o encontro dos indivíduos consigo mesmos e a experimentação de
diversas e variadas sensações, afetos e emoções.

4.1. CORPO, EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

TUBINO (in: DANTAS, 1994) afirma que para se entender as relações entre
corpo, educação física e esporte, há de ser fazer uma discussão profunda,
considerando-se principalmente alguns estudos que caracterizam o uso do
corpo nas atividades físicas em geral. BENILDE VASQUEZ & IZIDORO
ALONSO (apud TUBINO, in: DANTAS, 1994) identificaram um corpo exaltado e
um corpo agredido.

Cita TUBINO (In: DANTAS, 1994, p. 62):

Ao tratar do corpo exaltado, aqueles autores mostram que, após um


esquecimento histórico do corpo pela chamada sociedade industrial,
a sociedade pós-industrial ou tecnológica, ou ainda sociedade de
serviços, está conduzindo-se a uma inequívoca volta ao corpo. Isso
pode ser explicado:
a). pela prescindibilidade do corpo nessa sociedade automatizada e
de serviços;
b). pela tendência de busca de espaços pelo homem, deixando os
núcleos residenciais urbanos congestionados;
c). pela chegada da chamada sociedade do ócio, em virtude da
diminuição do tempo de trabalho;
d). pela busca da qualidade de vida, que exige mais atenção ao
corpo.

Segundo ele, tais representações, poderiam ser vistas “nos ídolos difundidos
pela mídia,como os artistas, os atletas e até os políticos, pelos seus gestos,
posições e expressões minuciosamente evidenciados.”
32

Quanto ao corpo agredido, esclarecem VASQUEZ & ALONSO (apud TUBINO,


in: DANTAS, 1994), o explicaram pelas diversas formas de violência a que o
corpo tem sido submetido em termos físicos, verbais e até simbólicos, a saber:

“Os castigos corporais, as disputas esportivas desniveladas, as


atividades corporais exigidas sem os devidos condicionamentos
anteriores, e até a participação compulsória em guerras, podem ser
listados como exemplos de corpo agredido. [...] um tipo de agressão
corporal muito comum atualmente no esporte é o doping, considerado
o maior flagelo do esporte.”

Outra análise foi a realizada por MACCARIO (1984), que pesquisou a relação
entre Educação Física e avaliação de perfomance, classificando o corpo como
corpo numerado e corpo observado.

Para MACCARIO (1984), o corpo numerado, é aquele onde foi reconhecido um


valor físico e foi estabelecida uma operacionalização desse valor, por meio da
ficha biométrica. Já o corpo observado surgiu, quando o desempenho físico
passou a ser avaliado por critérios abstratos, sendo que, a observação de um,
não anula o outro.

Mister ressaltar, a concepção de CAGIGAL (apud TUBINO, 1994, In DANTAS,


p. 64), na relação Corpo-Educação Física, onde o homem vive desde o corpo
e através do corpo. Quando o homem apresenta um autodomínio, pode-se
afirmar que é dono dele mesmo, está vivendo desde o corpo, e que quando o
homem adapta-se ao espaço e ao mundo social, ele está adaptado através do
corpo ao meio ambiente. Cita o autor:

“... quando o homem consegue o domínio do seu corpo, ele adquire


uma capacidade fisiológica com as respectivas adaptações
cardiorrespiratórias, eficiências mecânicas e melhorias
neuromusculares, e uma integração psicológica pelo conhecimento
vivencial do corpo, pela aquisição de padrões básicos de movimento
e coordenação, pelo desenvolvimento do seu esquema corporal, pela
aprendizagem de gestos úteis para o resto de sua vida, pelo prazer
33

em praticar exercícios físicos e pela percepção cognitiva e afetiva


desses exercícios.
Quando o homem apresenta-se através do corpo, adaptando-se ao
espaço, [...], ele renova sua capacidade de executar novas tarefas,
preparando-se para diversas possibilidades de uso de objetos,
desenvolvendo todo o seu potencial.”

4.2 INDIVIDUALIDADE BIOLÓGICA E TREINAMENTO DESPORTIVO

Os indivíduos, por apresentarem características corporais distintas, possuem


capacidades de adaptação ao treinamento físico diferentes. WILMORE &
COSTILL (2003) citam a influência da hereditariedade na determinação de
quão rapidamente e em que grau o corpo se adapta a um programa de
treinamento, programa este, que deve levar em consideração as necessidades
e as capacidades dos indivíduos ao qual ele é destinado.

Esclarecem TUBINO & MOREIRA (2003, p. 93):

Chama-se individualidade biológica o fenômeno que explica a


variabilidade entre elementos da mesma espécie, o que faz com que
se reconheça que não existem pessoas iguais entre si. Cada ser
humano possui uma característica física e uma formação psíquica
própria, o que obriga estabelecer-se diferentes tipos de
condicionamento para um processo de preparação esportiva que
atenda às características físicas e psíquicas individuais dos atletas.

Os requisitos antropométricos (tamanho do corpo, peso, proporções, local do


centro de gravidade), as características físicas (resistência aeróbica e
anaeróbica, força dinâmica e estática, velocidade da ação-reação, flexibilidade,
etc.) e os fatores afetivos (estabilidade psíquica, prontidão para competições,
severidade e capacidade de controle do estresse durante as competições), são
alguns dos fatores e condições influenciam no rendimento do atleta.
34

4.2.1 Requisitos antropométricos

Segundo FERREIRA (et al, 2007), a antropometria é uma técnica de medida


externa das dimensões corporais, que visa mensurar peso, altura, diâmetros,
espessura de tecido adiposo e perímetros do corpo humano. Essas
mensurações tornam-se métodos potenciais quando utilizadas para o estudo
da composição corporal, que avalia a quantificação obtida pelas medidas
antropométricas.

A composição, a constituição e o tamanho corporal de um atleta são


fundamentais para o seu desempenho em um determinado esporte. Segundo
WILMORE & COSTILL (2003,p.492),

A constituição, o tamanho e a composição corporal são em grande


parte predeterminados pelos genes herdados dos pais. No entanto,
isso não significa que os atletas devam descartar esses componentes
de seu perfil físico, sentido que nada pode ser feito para modificá-los
ou melhorá-los. Embora o tamanho e a constituição corporal possam
ser alterados apenas discretamente, a composição corporal pode ser
alterada substancialmente pela dieta e pelo exercício.

A constituição se refere à morfologia ou na forma e estrutura do corpo. A


constituição corporal identifica os três componentes principais: Muscularidade,
linearidade e gordura. A constituição que cada atleta possui pra um bom
desempenho e se dá pela formação desses três componentes.

O tamanho corporal se refere à estatura e a massa (em peso) de um


determinado indivíduo. O tamanho corporal se classifica como: baixo ou alto,
grande ou pequeno, pesado ou leve. Todas essas características variam de um
atleta para o outro dependendo da sua modalidade específica, sendo exigido
de cada esporte o peso e o tamanho adequado.
35

Segundo GUEDES & GUEDES (2003), o tamanho corporal deve ser avalizado
levando-se em consideração as dimensões obtidas pelo eixo longitudinal do
corpo, sendo a estatura, a medida antropométrica mais utilizada. Quanto ao
peso, apontam que essas informações são bastante úteis na mensuração do
crescimento, sendo essa a principal medida para se verificar o crescimento
somático.

O IMC (Índice de Massa Corporal) segundo FERNANDES FILHO (2002), é o


mais popular índice de estatura e peso, sendo utilizado para estabelecer níveis
de aptidão física e graus de obesidade.

Segundo TUBINO (2003), os atletas de maior estatura têm mais dificuldades


para se deslocar os seus centros de gravidade durante a execução de
movimentos esportivos. Tal fato, não acontece com os atletas de baixa
estatura, que mantém seus centros de gravidade perto de suas bases de
sustentação, favorecendo o equilíbrio. Assim, é explicável a facilidade de
atletas de baixa estatura para as modalidades que exige grande destreza.

A avaliação da composição corporal é de extrema importância, pois fornece


tanto ao atleta quanto ao técnico, informações importantes, tanto de massa
isenta de gordura quanto de massa gorda, com tais dados o técnico pode
chegar a uma conclusão de uma porcentagem boa de massa isenta de gordura
sendo uma composição corpórea ideal para o atleta ou em um sobrepeso do
atleta, que pode gerar transtornos a um atleta de elite, afinal quanto maior for à
porcentagem de gordura corporal, pior será seu desempenho durante os
treinos ou campeonatos.

Um atleta pode apresentar sobrepeso pelas tabelas de estatura e peso padrões


e ainda assim possuir um conteúdo de gordura corporal normal ou abaixo do
normal. Da mesma maneira, um atleta pode estar dentro da faixa de peso
aceitável para sua estatura, mas apresentar excesso de gordura.

Os tipos de mensuração são os mais diversos. A densitometria é um tipo de


mensuração da densidade do corpo do atleta onde se define por uma equação
36

da densidade igual a massa medida em uma balança dividida pelo volume que
pode ser obtido o valor pela pesagem hidrostática. A radiografia, a ressonância
magnética, a hidrometria e outros tipos de exame podem ser utilizados
também, porém envolvendo muita técnica e equipamentos caros. Existe
também varias técnicas disponíveis para a avaliação da composição corporal,
tais técnicas são melhores por serem mais acessíveis e ter equipamentos mais
baratos, sendo mais fácil a utilização dos mesmos. A técnica mais utilizada é a
mensuração da espessura da dobra cutânea onde se possa estimar a
densidade corporal, gordura corporal relativa ou massa isenta de gordura.
Outro tipo de mensuração é a bioimpedância elétrica, era mais usado na
década de 1980, tal método é simples, a realização do exame chega a ser feito
no Maximo em cinco minutos. Esse método se constitui em colocar quatro
eletrodos fixados ao corpo, tornozelo, no pé, no punho, e no dorso da mão. A
partir daí, correntes indetectável passam por todo corpo, assim a avaliação é
feita através de uma técnica a composição corporal.

A interactância de raios infravermelhos se baseia nos princípios da absorção e


na reflexão luminosa utilizando a espectroscopia com luz infravermelho perto
do local aonde se deseja ser mensurado. Essa técnica se torna precisa quando
múltiplas vezes ela é realizada em diferentes locais do corpo.

Segundo FOX (1998, p.521), dois são os procedimentos para a avaliação da


composição corporal:
- a avaliação direta por análise química do esqueleto humano;
- a avaliação indireta por pesagem hidrostática ou com mensuração simples
das pregas cutâneas e das circunferências, ou utilizando outros procedimentos.

Para FOX & MATHEWS (1998, p.521 ), “a avaliação da composição corporal


proporciona uma excelente oportunidade para repartir a dimensão
macroscópica de uma pessoa em dois grandes componentes estruturais –
gordura corporal e peso corporal magro.”

A composição corporal está relacionada à composição química do corpo, cujos


modelos diferenciam a sua composição. Tais modelos separam a composição
37

corporal em compartimentos por componentes químicos e anatômicos, outro


tipo de modelo é a divisão de massa magra e a massa corpórea isenta de
gordura.

A massa corpórea magra é definida para incluir a massa isenta de gordura e a


gordura essencial, a qual seria necessária para a sobrevivência. Entretanto, por
mais que tal conceito já esteja correto, ele apresenta problemas na
mensuração, na qual ficaria difícil diferenciar a gordura essencial para a não-
essencial. Contudo, cientistas acabaram adotando modelo de dois
componentes que inclui a massa gorda e a massa isenta de gordura. A massa
gorda é também discutida como gordura corporal relativa, a qual é responsável
pela composição percentual total de gordura. E a massa isenta de gordura se
refere a todos os tecidos corporais onde não possam existir gordura, como
órgãos, ossos, músculos e o tecido conjuntivo.

A massa corporal, conforme TUBINO & MOREIRA (2003) limitam o gesto


esportivo dentro de uma ordem direta, ou seja, quanto maior a massa, mais
limitada a capacidade de destreza para o atleta, uma vez que exigirá maior
esforço para o desencadeamento do movimento.

Para um bom desempenho de um determinado atleta a massa gorda e a


massa magra (isenta de gordura) tem que ser regulada. O biótipo ideal do
atleta vai variando de acordo com a prática desportiva.

A massa isenta de gordura ou massa magra deve ser muito levada a serio e ter
uma maior preocupação quanto a ela ao invés de haver uma maior
preocupação com o tamanho corporal ou peso corporal. O aumento da massa
magra deve ser prioridade para atletas que praticam atividades físicas que
envolvem e exigem força, potência e resistência muscular e em contrapartida o
aumento de massa magra é indesejável para aqueles atletas que praticam
endurance como um corredor. Existem técnicas e programas que envolvem o
aumento e a potência da massa de isenta de gordura, mantendo a massa
gorda em níveis baixos.
38

A gordura corporal relativa é uma das maiores preocupações em atletas de


elite. Isso devido além de aumentar o peso do atleta, o tamanho global
geralmente é prejudicial ao desenvolvimento do atleta durante suas
competições, atletas de corrida de curta distância ou de saltos extensos
sofreriam muito mais com o sobrepeso.Estudo mostraram que a gordura
corporal esta associada a piores testes realizados com velocidade, endurance ,
equilíbrio,agilidade e capacidade de salto.

4.2.2 Valências físicas

Para WILMORE & COSTILL (2003, p. 19) “cada pessoa deve ser reconhecida
como única, e devem ser elaborados programas de treinamento que permitam
a variação individual. Pessoas diferentes respondem a um determinado
programa de treinamento de maneiras diferentes.”

Cada esporte envolve-se com determinadas valências físicas, que deverão ser
desenvolvidas e aperfeiçoadas nas diversas fases do treinamento, conforme
esclarecem TUBINO & MOREIRA (2003).

O trabalho realizado individualmente com os atletas, levando em consideração


o aspecto físico de cada um e o seu desenvolvimento no esporte em que
praticam, possibilita uma melhora significativa em sua capacidade física, e
reflete diretamente no seu desempenho, tornando-o um atleta competitivo, que
alcança os resultados almejados.

Segundo DANTAS (2003), o preparo físico deve identificar tanto a qualidade


física necessária à realização do gesto desportivo quanto o seguimento
corporal que ela se manifesta e o seu grau de importância na performance.

O ponto fundamental para o êxito desejado no esporte, é a identificação das


valências físicas e o seu aprimoramento, conforme as exigências de cada
modalidade. As valências físicas observadas no esporte são:
39

4.2.2.1 AGILIDADE

TUBINO & MOREIRA (2003) explicam que agilidade é a qualidade física que
permite mudar de posição e/ou trajetória do corpo no menor tempo possível,
devendo ser desenvolvida desde o período da preparação física geral. Tal
valência é específica na maioria das modalidades, sendo indispensável durante
o período preparatório para as competições. Explicam ainda, que o tempo é
uma variável importante para essa valência, vez que evidencia a presença de
velocidade nessa qualidade física, o que faz com que a agilidade seja
denominada como “velocidade de mudança de direção”. A medição da
agilidade por meio dos testes, envolve também a coordenação e pode ser
realizada por meio do “Burpe Test e o Teste de Corrida Sinuosa.

Conforme GUEDES & GUEDES (2003), a agilidade é definida como a


capacidade de mudar a posição do corpo no espaço.

FERREIRA (et al. 2007) esclarece que alguns especialistas a definem como
capacidade do indivíduo em mudar a direção do corpo movendo-se de um
ponto a outro mais rapidamente.

4.2.2.2 FORÇA

“A força muscular é a quantidade máxima de força que um músculo ou um


grupo muscular pode gerar” (WILMORE & COSTILL, 2003, p. 86)

Segundo TUBINO & MOREIRA (2003, p. 184), é “a qualidade física que


permite a um músculo ou a um grupo de músculos produzir uma tensão e se
opor a uma resistência”, e se subdivide em força dinâmica e forma estática.

Para DANTAS (2003), força dinâmica é aquela em que, havendo movimento, a


intensidade da resistência a ser vencida, e não a velocidade da execução, é
40

fator determinante. Já TUBINO & MOREIRA (2003, p. 184) citam que força
dinâmica “é uma qualidade que envolve forças dos músculos nos membros em
movimento ou então suportando o peso do corpo em movimentos repetidos,
durante um período de tempo”.

Força estática, para os mesmos autores, “é o tipo de força aplicada nas ações
em que não ocorre movimento externo aparente”, também chamada de força
isométrica. Ela nem sempre é muito evidente, mas está presente em situações
especiais das disputas esportivas, quando ocorrem reações contrárias de
mesma intensidade para os gestos específicos de modalidade.

Importante ressaltar que o treinamento de força deve ser realizado na medida


da exigência que cada esporte requisita de tal valência, uma vez que o
treinamento que ultrapassa essas exigências pode ser desnecessário,
conforme citam WILMORE & COSTILL, 2003. O treinamento geralmente é
oneroso em termos de tempo e os atletas não podem se permitir desperdiçar
tempo em atividades que não resultem em desempenhos atléticos melhores,
caso a força não seja muito requisitada na modalidade praticada.

4.2.2.3 VELOCIDADE

Para FAUCONNIER (apud TUBINO & MOREIRA, 2003, p. 184) velocidade “é a


qualidade física particular do músculo e das coordenações neuromusculares,
que permite a execução de uma sucessão rápida de gestos que, em seu
encadeamento, constituem uma só e mesma ação, de uma intensidade
máxima e de uma duração breve ou muito breve.”

Segundo DANTAS (2003), “a velocidade de movimento é uma habilidade


motora e como tal, preponderantemente, depende do determinismo
energético”.

Esclarece o autor que, ela depende de três fatores: amplitude do movimento,


força do grupo muscular empregado e eficiência do sistema neuromotor..
41

TUBINO & MOREIRA (2003) divide a velocidade em velocidade de reação,


velocidade de deslocamento e velocidade segmentar.

Segundo ele, a velocidade da reação pode ser definida como a velocidade por
meio da qual um atleta é capaz de responder a um estímulo com uma ação
adequada, sendo imprescindível para velocistas na natação e voleibolistas. Ela
está diretamente ligada à predominância das fibras de contração rápida e o
rendimento dos atletas depende da ação integrada entre músculos e nervos,
sendo a melhor indicação para uma melhoria na velocidade de reação, o
emprego de um número grande de repetições de exercícios de “estímulo e
rápida resposta”.

WEINECK (2003, p. 380) esclarece que tal velocidade “é determinada pela


rapidez de análise da situação, pelo processamento das informações obtidas e
execução de uma ação motora adequada”

Já a velocidade de deslocamento, segundo TUBINO & MOREIRA (2003), “é a


capacidade máxima de um indivíduo deslocar-se de um ponto para o outro.
Também chamada de velocidade de movimento, [...] a velocidade de
deslocamento depende em grande parte do dinamismo dos processos
nervosos que atuam sobre o sistema motor”, sendo suas variáveis principais,
as fibras de contração rápida.

A velocidade segmentar, segundo TUBINO & MOREIRA (2003,p. 187) “é a


capacidade de mover segmentos corporais, como por exemplo, os membros
superiores ou inferiores, tão rápido quanto possível.”

A diferença entre velocidade de deslocamento e velocidade segmentar, pode


ser percebida na observação de dois corredores, onde um apresenta uma
maior freqüência de passada (velocidade segmentar maior), enquanto
outro,tem uma maior velocidade de deslocamento, que decorre de sua maior
amplitude de passada.
42

4.2.2.4 EQUILÍBRIO

Equilíbrio “é a qualidade física conseguida por uma combinação de ações


musculares com o propósito de assumir e sustentar controladamente a
posição do corpo.” TUBINO & MOREIRA (2003,p. 184), podendo ser dividido
em estático, que é o conseguido numa determinada posição, dinâmico, o que é
conseguido em movimento e o recuperado, que é o que explica a recuperação
numa posição qualquer. Todos os tipos de equilíbrio dependem do dinamismo
dos processos nervosos.

Segundo DANTAS (2003), o equilíbrio se refere à manutenção da projeção do


centro de gravidade dentro da área da superfície de apoio

4.2.2.5 COORDENAÇÃO

Coordenação “é a qualidade física que permite controlar a execução de


movimentos por meio de uma integração progressiva de cooperações intra e
intermusculares, favorecendo uma ação com um máximo de eficiência e
economia energética.” TUBINO & MOREIRA (2003, p. 184)

Ela possibilita uma Integração articulada de diversas habilidades ou


movimentos motores, com ações que envolvem vários músculos, grupos
musculares e também a mente.

4.2.2.6 RESISTÊNCIA

“É a qualidade física que permite um continuado esforço durante o maior tempo


possível” TUBINO & MOREIRA (2003,p. 184), podendo ser dividida em
cardiorespiratória, resistência muscular de força, geral e localizada.
43

Segundo TUBINO & MOREIRA (2003), os programas de preparação esportiva


o objetivam sempre adaptações e regulações cardiorespiratórias, que
desenvolvem um coração musculoso, forte e volumoso, alem de uma
respiração mais bem-sucedida.

Segundo TUBINO & MOREIRA (2003),

o sangue circula continuadamente num sistema fechado, que constitui


o sistema circulatorio, o qual é formado pelo coração, as arterias, as
veias e os vasos capilares. O coração é o órgão central do aparelho
circulatório, e tem como função principal impulsionar o sangue
através das artérias. Ele esta dividido em quatro cavidades: dois
átrios e dois ventrículos. O músculo cardíaco contrai-se, expulsando o
sangue para as artérias, sendo esta a contração conhecida como
sístole.

O repouso ou relaxamento que se segue a contração ocorre quando os átrios


enchem-se novamente de sangue originado das veias, e é conhecida como
diástole.

TUBINO & MOREIRA (2003) esclarecem ainda que o coração conhecido como
“esportivo” é aquele submetido a um método eficaz de treinamento, e que
bombeia mais sangue, conseqüentemente, transportando mais oxigênio aos
músculos, obtendo uma maior eliminação de anidrido carbônico. Elecam os
autores a existência de 3 tipos de corações treinados: o coração aeróbico, que
apresentam câmaras cardíacas aumentadas; o coração anaeróbio, onde ocorre
hipertrofia na parede do coração e por fim o coração misto, que possui as
características do coração aeróbio e do anaeróbio.

FOX & MATHEWS (1998) afirma que, para a demanda de transporte de gases
(oxigênio e gás carbônico) serem atendidas com eficácia, é necessário que
aumente o fluxo sanguíneo ou a quantidade de sangue levado aos músculos
ativos. As duas principais maneiras de aumentar o fluxo sanguíneo é
aumentando o débito cardíaco e distribuindo o sangue dos órgãos menos
ativos para os músculos que estão trabalhando.
44

MCARDLE (et al,1998) esclarece que o débito cardíaco se refere à

Quantidade de sangue bombeada pelo coração, habitualmente


durante um período de 1 minuto. O valor máximo para o débito
cardíaco reflete a capacidade funcional da circulação em atender
demandas da atividade física. O rendimento (débito) do coração,
como ocorre com qualquer bomba, depende do seu ritmo de
bombeamento (freqüência cardíaca) e da quantidade de sangue
ejetada com cada golpe (volume de ejeção). O débito cardíaco é
computado de acordo com a seguinte equação:

Débito Cardíaco = Freqüência Cardíaca X Volume de ejeção.

Segundo TUBINO & MOREIRA (2003), a freqüência cardíaca (FC) é o número


de batimentos cardíacos por minuto, correspondendo ao número de sístoles
por minuto. Em um indivíduo treinado a recuperação da FC é mais rápida e o
tempo que ela leva para voltar ao normal após o esforço, varia conforme a
condição física do indivíduo. Outro fato importante é que a FC de atletas em
repouso vai diminuindo de acordo com a evolução do seu treinamento.

Citam os autores que freqüência cardíaca é um dos meios mais efetivos de


controle fisiológico de um treinamento, podendo ser acompanhada diariamente
por meio da freqüência cardíaca basal, da comparação de tempo de
recuperação da FC entre os estímulos aplicados em etapas diferentes da
preparação, e por meio da monitoração da mesma nos ciclos de treinamento.

O débito sistólico, é o volume de sangue que é expelido pelo coração a cada


sístole. O treinamento aeróbico favorece o seu aumento. Já a tensão arterial é
descrita como sendo a pressão exercida nas paredes elásticas das artérias
pelo sangue impulsionado pelo coração. Como a tensão arterial é proveniente
da contração cardíaca, ela diminui na diástole e aumenta na sístole. Durante o
exercício ocorre um aumento na tensão arterial, uma vez que há a necessidade
de se aumentar a quantidade de sangue que vai para os músculos atuantes.
(TUBINO & MOREIRA, 2003)
45

Já o sistema respiratório tem como função manter a permuta gasosa e assim


suprir as necessidades do corpo humano através do sistema de ventilatório.

Segundo WILMORE e COSTILL (2001, p.250)

“Os dois primeiros processos do sistema respiratório é a respiração


externa e a respiração interna. A respiração externa envolve a
mobilização de gases do exterior do corpo para os pulmões e, em
seguida, para o sangue. Uma vez no sangue, os gases devem ir ate
os tecidos. Quando o sangue chega aos tecidos, ocorre a troca
gasosa entre o sangue e os tecidos acontecendo à respiração
interna”.

A estrutura do sistema respiratório se subdivide nas formas de zona de


condução (vias de condução) e na zona respiratória (onde ocorrem as trocas
gasosas). A zona de condução é constituída pelo nariz, nasofaringe, laringe,
traquéia, brônquios, bronquíolos e bronquíolos terminais. E a zona respiratória
e constituída pelos bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, alvéolos e
paredes alveolares.

Segundo MCARDLE (et al, 1998, p.209) o sistema de ventilação se da na


seguinte forma:
“O ar ambiente (atmosférico) é levado e permutado pelo ar presente
nos pulmões através do processo da ventilação pulmonar. O ar que
penetra pelo nariz e pela boca flui para dentro da porção condutiva do
sistema ventilatório, onde é ajustado á temperatura corporal, filtrado e
umedecido quase completamente ao passar através da traquéia.
Esse processo de condicionamento do ar continua à medida que o ar
inspirado penetra nos dois brônquios, que são os grandes tubos que
funcionam como condutos primários que conduzem para dentro de
cada um dos pulmões. Os brônquios se subdividem em numerosos
bronquíolos, estreito ate que acaba se misturando com o ar existente
nos ductos alveolares. Esses ductos são circundados completamente
por alvéolos microscópicos, que são os ramos terminais do trato
respiratório”.
46

Os pulmões proporcionam a separação entre o sangue e o meio ambiente


externo gasoso alveolar circundante, onde sua principal função é fazer a
permuta gasosa. Permuta gasosa é o processo onde os pulmões transferem o
oxigênio para o sangue venoso e transferem dióxido de carbono desse sangue
para as câmeras alveolares, de onde ele é expelido subseqüentemente para o
ar ambiente (MCARDLE, et al, 1998).

Os alvéolos são sacos membranosos elásticos e de paredes finas que


proporcionam a superfície vital para a permuta gasosa entre o tecido pulmonar
e o sangue. Existem dentro dos pulmões mais de 300 milhões de alvéolos.

A difusão pulmonar se dá nas trocas gasosas onde tem como principal função
repor o suprimento de oxigênio do sangue onde no tecido ele é utilizado para a
produção oxidativa de energia e remover o dióxido de carbono do sangue
venoso que retorna. De acordo com WILMORE e COSTILL (2001, p.250):

“A difusão pulmonar exige duas coisas: que o ar leve oxigênio para o


interior dos pulmões e que o sangue receba o oxigênio o oxigênio e
elimine dióxido de carbono. O ar é levado aos pulmões durante a
ventilação pulmonar e a troca gasosa deve ocorrer entre o ar e o
sangue”.

A difusão pulmonar é um processo pelo qual a troca é feita pela membrana


respiratória nos alvéolos. Através da membrana a difusão pode ocorrer
dependendo principalmente da pressão parcial de cada gás, sendo importante
a solubilidade e temperatura serem fatores fundamentais. Os gases se
difundem através de um gradiente de pressão movendo-se de uma área de
maior pressão para uma área de menor pressão, assim o oxigênio entra no
sangue e o dióxido de carbono sai.

A capacidade de difusão é aumentada quando você sai de um estado de


repouso ao exercício, assim aumentando a capacidade de consumo de
oxigênio, logo a troca de oxigênio é facilitada. O gradiente de pressão para a
troca do dióxido de carbono é do que para a troca do oxigênio, sendo que a
47

solubilidade do dióxido de carbono é quase vinte vezes maior do que o


oxigênio sendo assim, ele atravessa a membrana mais facilmente mesmo sem
um grande gradiente de pressão.

Para MCARDLE (et al, 1998) existem compostos metálicos no sangue que
funcionam no sentido de aumentar a sua capacidade de transportar (carrear)
oxigênio. Nos seres humanos, esse composto é a hemoglobina, sendo um
pigmento protéico globular que contém ferro. A cerca de 280 milhões de
moléculas de hemoglobina que estão aglomeradas em cada uma das mais de
25 milhões de hemácias existentes no corpo; essa concentração de
hemoglobina permite ao sangue carrear 65 a 70 vezes mais oxigênio que a
quantidade dissolvida normalmente no plasma.

De acordo com WILMORE & COSTILL (2001), a saturação da hemoglobina de


oxigênio diminui quando: a pressão de oxigênio diminui, quando o pH diminui
ou a temperatura aumenta. A hemoglobina se encontra 98% saturada de
oxigênio e o dióxido de carbono é transportado no sangue principalmente sob a
forma de íon bicarbonato, o que pode fazer com que ocorra o acumulo de
hidrogênio, assim diminuindo o ph. Pequenas quantidades de dióxido de
carbono são transportadas dissolvidas no plasma ou ligada a hemoglobina. O
limiar anaeróbio é a intensidade ou o consumo de oxigênio em que o
metabolismo anaeróbio é acelerado. O limiar anaeróbio reflete o limiar de
lactado na maioria das condições, apesar de nem sempre essa relação ser
exata.

MCARDLE (et al, 1998), deduz que os volumes pulmonares estáticos ou


capacidade respiratória é a medida em que o ar é inalado e exalado sendo
registrado através de um espirômetro.

O volume corrente (VC) é o volume de ar movimentado durante a fase tanto


inspiratória quanto expiratória de cada incursão respiratória, oscilando entre 0,4
e 1,0 litro de ar.
48

Após o registro do volume corrente, a inspiração mais profunda de um individuo


é chamado de volume de reserva inspiratório (VRI), esse volume adicional tem
a capacidade de 2,5 a 3,5 L acima da capacidade do volume corrente.

O Volume de reserva expiratório (VRE) é a capacidade de uma exalação


normal e força o máximo possível de ar para fora dos pulmões, oscilando entre
1,0 e 1,5 L.

A capacidade vital forçada (CVF) é o volume total de ar que pode ser


movimentado voluntariamente em cada incursão respiratória, desde a
inspiração plena ate a expiração máxima, esta capacidade é constituída pelo
volume corrente mais os volumes de reserva inspiratório e expiratório, o valor
de tal capacidade varia, isso devido às dimensões corporais. Em homens o
valor varia de 4 e 5 L. e em mulheres de 3 a 4 L.

O volume pulmonar residual (VPR) é o volume de ar que não pode ser exalada,
sua capacidade oscila entre 0,8 e 1,2 L. em homens e em mulheres 0,9 e 1,4 L.
A capacidade pulmonar total (CPT) é o volume pulmonar residual mais a
capacidade vital.

A capacidade residual funcional (CRF) inclui o volume reserva expiratório


conhecido e o volume residual desconhecido.

O espaço morto anatômico é o volume de gás mantido nas vias aéreas


condutoras, o espaço morto aumenta na medida em que cresce o volume
corrente. Já o espaço morto fisiológico é o volume de gás nos pulmões que não
participa das trocas gasosas, incluído o espaço morto anatômico e o espaço
morto funcional dos alvéolos. O espaço morto fisiológico no pulmão sadio é
pequeno e pode ser desprezado, porém ele pode aumentar até representar
50% do volume corrente.

Conforme WILMORE & COSTILL (2003) muitas atividades esportivas


dependem da capacidade dos músculos de desenvolver e sustentar
repetidamente forças máximas ou quase máximas.
49

A resistência muscular localizada,

“é a qualidade física que permite a um atleta realizar num maior


tempo possível a repetição de uma determinação ação muscular com
a mesma eficiência [...] É essencial ressaltar que a mesma é uma
qualidade física que abrange continuação de esforços
musculares,tanto em condições musculares, tanto em condições
anaeróbicas e aeróbicas.” (TUBINO & MOREIRA, 2003,p. 215)

NANNI (2003, p. 45) esclarece que a resistência muscular localizada é a


“qualidade física que um músculo possui de realizar grandes contrações, sem
diminuir a amplitude do movimento, freqüência, velocidade e força de
execução.”

Segundo DANTAS (2003) a sua forma de desenvolvimento é a execução de


diversas repetições (no mínimo trinta) com a maior carga que se possa utilizar
sem diminuir o volume.

WEINECK (2003) classifica a resistência muscular nas formas de resistência


geral e localizada, onde há participação da musculatura em um exercício e
resistência energética, aeróbia e anaeróbia, que determina a intensidade do
exercício em curta, média e alta duração.

Segundo ele, uma resistência básica trabalha e desenvolve fatores como:

• A capacidade do organismo em eliminar metabólitos que promovem


fadiga muscular, o que promove uma participação ativa durante as
competições.
• Redução de lesões, onde atletas bem condicionados têm um menor
risco de sofrer lesões decorrentes da fadiga muscular.
• Maior tolerância a cargas. A resistência em atletas bem adaptados
apresenta uma resistência ao estresse e uma boa estabilidade psíquica.
Sendo assim, tais atletas são mais preparados a superar alguns
fracassos sem apresentar problemas na motivação.
50

• Melhora na velocidade de percepção, de antecipação, de tomada de


decisões e reações graças à capacidade dos atletas de se manterem em
alerta, concentrados e atentos.

• Redução dos erros técnicos, já que pessoas com a resistência bem


treinada permanecem o tempo todo concentrado diminuindo a
probabilidade de erros durante o treinamento ou competição.
• O atleta com resistência bem apurada não apresenta elevação
excessiva do ácido lático, sendo assim, durante as competições o
desempenho do atleta é otimizado por não reclamar de dores
acarretadas pelo cansaço.

Para TOMÉS a resistência

Es la capacidade de soportar la fadiga em uma carga de larga


duracion [...] ela trabajo de la resistência hace que el organismo
produzca energia ya que todo redimiento motor humano, depende de
uma transformacioón energética. Segundo el tipo de carga,la
intensidad y la duración se producirán diferentes combios em el
sistema de producción de energía.

Segundo o autor, a resistência se subdivide em geral e localizada, sendo que a


geral é aquela que não prepara para trabalhos longos de maior ou menor
potencial, incorporando às ações muitos grupos musculares e exigindo uma
elevada atividade dos sistemas cardiovasculares, respiratório e nervoso
central. Já a resistência localizada é condicionada pelas particularidades e
capacidades de realizar a tarefa de forma mais efetiva, em condições de
rigorosa limitação, como o tempo.

4.2.2.7 FLEXIBILIDADE

Segundo (TUBINO & MOREIRA, 2003,p. 184), flexibilidade é a qualidade física


que condiciona a capacidade funcional das articulações a movimentarem-se
dentro dos limites ideais a determinadas ações. É uma qualidade física que
51

pode ser evidenciada por meio da amplitude dos movimentos das diferentes
partes do corpo num determinado sentido.

Para DANTAS (2003), ela é uma qualidade física responsável pela execução
voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação
ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de
lesão.

Ela depende tanto da mobilidade articular, quando da elasticidade muscular,


sendo que a mobilidade articular é expressa pelas propriedades anatômicas
das articulações, e a elasticidade muscular é revelada pelo grau de
alongamento dos músculos envolvidos. (TUBINO & MOREIRA, 2003)

Segundo WEINECK (2003), a flexibilidade é um requisito elementar para uma


boa execução de movimentos sob os aspectos qualitativos e quantitativos. Seu
desempenho exerce influência tanto sob aspectos físicos quanto técnicos no
esporte. O aumento da flexibilidade proporciona uma maior amplitude de
movimentos, maior força e com maior velocidade.

WEINECK (2003) ressalta ainda as necessidades de cada desporto, que exige


este ou aquele nível de flexibilidade para determinado segmento do corpo, por
exemplo, os músculos da parte anterior do corpo e o grande dorsal quando,
quando da execução do movimento de ataque. Por isso,deve-se observar o
desenvolvimento da flexibilidade específica a cada atividade, pois sua maior ou
menor articularidade influi na performance, na capacitação e na coordenação
dos gestos motores do atleta. O desenvolvimento da flexibilidade (de acordo
com a modalidade esportiva) tem efeitos positivos tanto sobre fatores físicos
(ex: força,velocidade), como sobre a técnica esportiva.

NANNI (2003) esclarece que a flexibilidade utiliza exercícios ou posturas


forçando a obtenção de limites para o movimento além dos normais, atuando
sob a elasticidade muscular e a modalidade articular propiciando os níveis
52

4.2.2.8 DESCONTRAÇÃO

É a habilidade que possibilita a recuperação de esforços físicos. Segundo


TUBINO & MOREIRA (2003, p. 185) “é a qualidade física compreendida como
um fenômeno neuromuscular resultante de uma redução de tensão na
musculatura esquelética”. A descontração pode ser total ou diferencial.

A descontração total está presente em todos os esportes e é ligada a


processos biológicos, onde a mente é variável principal para o desenvolvimento
dessa variável. Trata-se da capacidade de relaxamento muscular após as
sessões de treinamento. Já a descontração diferencial é aquela que permite a
descontração de grupos musculares que não são necessários a um ato motor
específico, ela possibilita aos atletas o máximo de economia energética, já que
capacita os mesmos a executarem as técnicas esportivas específicas a
modalidade que pratica. (TUBINO & MOREIRA, 2003)

4.2.2.9 RITMO

Conforme TUBINO & MOREIRA (2003), ritmo é a qualidade física que ocorre
por meio de um encadeamento de tempo, encadeamento dinâmico-energético,
sincronismo de tensão e de repouso, com variação regular com repetições
periódicas. Está ligado ao sistema nervoso e esta ligado ao sistema nervoso
em todas as modalidades esportivas. É obtido através de um bom período de
treinamento em percurso demarcados, onde o atleta que adquiri a sensibilidade
de ritmo, possuem mais possibilidades para direcionar novas metas em termos
de performance.

Para TOMÉS, o ritmo “posibilita comprender y realizar los câmbios dinâmicos


que caracterizan el recorrido de um movimiento durante uma actividad
específica.”
53

4.2.3.0 POTÊNCIA MUSCULAR

TUBINO & MOREIRA (2003) a definem como “a qualidade que capacita


alguém a produzir o máximo de energia num ato explosivo.”

A potência, aspecto explosivo da força, é o produto da força e da velocidade do


movimento: potência = (força x distância) / tempo. A potência é a aplicação
funcional da força e da velocidade. Ela é o componente fundamental da maioria
dos desempenhos atléticos. (WILMORE & COSTILL, 2003)

4.2.3 Preparação psicológica

Segundo VANEK (apud TUBINO & MOREIRA, 2003, p. 337), a preparação


psicológica é “a totalidade de medidas, métodos e meios, que influenciam
diretamente ou tangencialmente os esportistas, fortalecendo suas reações, as
qualidades e as atitudes necessárias para um treinamento bem orientado, e
para obter êxito na competição, em conformidade com o regulamento esportivo
e a moral social”.

No treinamento desportivo, o respeito à necessidade de auto-expressão de


cada atleta, impõe às equipes a necessidade do preparo psicológico, que em
conjunto com os planos de treinamento físico e técnico, tornam-se essenciais
na estratégia que objetiva o resultado positivo nas competições.

Durante as competições, os atletas são constantemente expostos a pressões,


seja do treinador, torcida ou exercida por ele mesmo, diante da ânsia de
alcançar o resultado esperado. FEIJÓ (1998) conceitua competição como
sendo um jogo entre adversários, com a intenção de se selecionar o melhor,
entre os pares; ou o vencedor, quando se trata de enfraquecimento, durante o
jogo. Para o autor, além da apresentação individual dos jogadores em
sucessão, existe também o enfrentamento do adversário, individualmente ou
coletivamente, onde as reações mentais e físicas, apresentam suas próprias
peculiaridades.
54

De acordo com FRANCO (2000) a preparação psicológica de um atleta pode


estar divida nas seguintes classes: Período de planejamento de calendário
esportivo; período pré-competitivo (semanas antes da competição); período
competitivo (semana da competição); período da competição; período pós-
competição e período de manutenção.

TUBINO & MOREIRA (2003) dividem o preparo psicológico em 4 fases:

1ª fase – Fase de psicodiagnóstico dos atletas;


2ª fase – Fase de preparo psicológico de treinamento;
3ª fase – Fase de preparo psicológico de competição;
4ª fase – Fase de preparo psicológico pós-competição.

A fase de psicodiagnóstico é relativa ao período pré-preparatório do


treinamento, é a fase em que se compreende as sondagens psicológicas nos
atletas e as formulações de procedimentos adequados para os mesmos nas
próximas fases.

A fase de preparo psicológico de treinamento é onde ocorrem os principais


estímulos da preparação psicológica para que os atletas sejam adaptados ao
progresso do treinamento e sofram adaptações no treinamento que permitam a
aceitação das cargas de treinamento impostas, além de adquirirem condições
favoráveis para uma maximização psicológica na competição-alvo.

O psicólogo do esporte faz parte da comissão técnica, e deve acompanhar a


equipe ou o atleta, no período que antecede e no que se refere à competição.
Entretanto, na maioria das equipes, tal trabalho só é realizado, quando os
resultados negativos insistem em aparecer, mesmo ela estando bem preparada
física e tecnicamente.

Já a fase de preparo psicológico de competição necessita da abordagem de


alguns aspectos que podem interferir no desempenho dos atletas, tais quais: as
reações dos atletas em competição; os pontos de partida para o incentivo dos
atletas nas competições; a experiência esportiva dos atletas nas modalidades;
55

a chamada acomodação psicológica; a necessidade do endurecimento dos


atletas e, por fim, a adequação da ansiedade dos atletas.

A fase de preparo psicológico pós-competição, é onde todas as condutas serão


avaliadas para as reformulações necessárias, com a formulação de sugestões
e indicações para a preparação psicológica do próximo treinamento.

FRANCO (2000) descreve as cinco aptidões para básicas para que um atleta
se torne mais inteligente emocionalmente: “conhecer as próprias emoções,
saber lidar com as emoções, saber se auto-motivar, reconhecer as emoções no
outro e saber lidar com os relacionamentos.”

A boa relação entre técnico e psicólogo, é imprescindível para o bom


desempenho de um time ou atleta. O técnico é de extrema importância para o
bom desempenho da equipe nas competições, e compartilhando seus planos
táticos e aquilo que espera de cada um dos seus jogadores (ou do seu único
atleta, no caso de esporte individual), possibilitará uma melhor percepção do
psicólogo, resultando na contribuição que poderá dar à equipe (FEIJÓ, 1998).
Sendo essencial antes, durante e após um campeonato, o técnico tem o poder
de visão de cada atleta, dando-lhes os feedbacks e assim motivando-os,
focalizando e aperfeiçoando mais os respectivos treinamentos.

Segundo TUBINO & MOREIRA (2003), “os treinadores são os responsáveis


diretos pelo ajustamento individual dos atletas e pelo ajustamento do grupo”.

Desta forma, a relação atleta-técnico é a chave fundamental para que uma


equipe seja vitoriosa, ou saiba superar momentos de derrotas, não deixando
que as mesmas influenciem nos demais desafios que estão por vir.

Estudos científicos comprovam que as variáveis motivação e concentração,


entre outras, interferem diretamente no desempenho do atleta na competição.

A motivação, conforme TUBINO & MOREIRA (2003) é definida como “o


conjunto de fatores e condições necessárias para mobilizar a disposição de um
56

atleta ou de uma equipe para determinadas ações (de treinamento ou


competição)”. Segundo o autor, ela deve ser observada nas performances dos
atletas em competições e também durante os treinamentos.

FRANCO (2000) define concentração como sendo uma atenção seletiva. É um


fenômeno que procura focalizar o máximo de atenção num determinado
aspecto, ignorando os demais.

A concentração é bastante discutida e observada principalmente em finais de


campeonatos, uma vez que é quando a adrenalina dos competidores estão a
“flor da pele”. Ela está dentre uma das principais vilãs, e pode determinar a
vitória ou a derrota de um campeonato. Ela é passível de sofrer influências
externas como, por exemplo, a pressão da própria torcida em querer ver o seu
time ganhar, ou a pressão da torcida adversária, a pressão dos patrocinadores,
entre outros.

Diversas equipes de grande porte no cenário nacional e internacional adotam


treinamentos mentais específicos que visam melhorar os seus rendimentos
durante a competição. Samulski, doutor em psicologia do esporte da
Universidade Federal de Minas Gerais deduz que o treinamento mental é a
imaginação de forma planejada, repetida e consciente, das habilidades motoras
e técnicas esportivas, sendo comprovado cientificamente, que todos esses
movimentos realizados mentalmente produzem micro-contrações e
conseqüentemente uma melhora na coordenação neuromuscular dos atletas,
gerando também, efeitos fisiológicos significativos. (FRANCO, 2000)

FIGUEIREDO (2005) destaca que em um jogo de voleibol, por exemplo, o


atleta tem que estar atento, a todo o momento, aos estímulos relevantes aos
quais tem que dirigir sua atenção e ser capaz de deslocar esse foco
rapidamente. Um atleta que vai realizar um saque pode, inicialmente, ter sua
atenção voltada para o treinador, caso ele queira passar uma instrução sobre o
direcionamento do saque, logo em seguida necessita de uma atenção ampla
(habilidade de focalizar vários estímulos simultaneamente), visualizando o
posicionamento da equipe adversária. Então volta a atenção para sua
57

respiração, seus pensamentos e sentimentos momentos antes de realizar o


saque. Finalmente focaliza o local onde vai sacar, olha para a bola e executa o
movimento.
58

5. AS CAPACIDADES FÍSICAS E SUAS RELAÇÕES COM O VOLEIBOL, A


NATAÇÃO E A DANÇA

A aptidão física está relacionada diretamente à capacidade de cada um para a


prática de atividades físicas. No esporte e na dança, a preparação física
aprimora o desenvolvimento das capacidades físicas que têm influência direta
na corporeidade dos praticantes dessas atividades.

Dessa forma, os objetivos do treinamento devem ser bem determinados, é


importante que se tenha consciência do tipo de solicitação física exigida
conforme a atividade realizada para a efetivação de um treino direcionado, o
que possibilita um desempenho com o alcance de melhores resultados.

BOMPA (2002), afirma que o treinamento desportivo deve considerar as


diferenças individuais dos treinados, assim como seu potencial de treino. Desta
maneira, o programa de treinamento deve ser pautado em um planejamento a
longo prazo, que busque o desenvolvimento gradual, progressivo e cuja
intensidade não cause frustrações ou lesões no atleta.

5. 1. VOLEIBOL E SUAS VALÊNCIAS FÍSICAS

O voleibol é uma atividade praticada pelos fundamentos saque, recepção,


ataque, bloqueio e defesa (PROENÇA, 2004). Assim como em outros esportes,
o atleta deve ter uma preparação de base, com elementos técnicos-táticos e
também contar com um bom preparo físico. Entretanto, não basta dominar a
execução técnico-tática e não ter um bom condicionamento, há que se aliar
ambos os preparos para que a equipe seja vitoriosa.

As principais exigências físicas de uma partida decorrem da alternância de


esforços e da quantificação do trabalho físico, conforme elucida PROENÇA
(2004, p.1):

Todo planejamento voltado para o rendimento físico tem como ponto


de partida uma reflexão sobre em qual nível se trabalhará as
59

atividades físicas, durante todas as etapas competitivas. Ao fazer


considerações sobre as qualidades físicas que de alguma maneira
influem no rendimento do voleibolista, antes de tudo, é necessário
analisar qual é a solicitação física nesse esporte. Dentre os vários
tipos de exigências físicas numa partida, destacaremos dois tipos
fundamentais: a alternância de esforços e a quantificação do trabalho
físico.

Durante um jogo de voleibol, a atividade física não é contínua e sim alternada,


uma vez que há momentos de bola em jogo e momentos de descanso, que
variam conforme o apito do juiz e o desempenho das equipes. A intensidade
física varia também, conforme a posição que os atletas ocupam em quadra, ora
eles são submetidos ao esforço das ações realizadas na rede e ora ao esforço
das ações executadas no fundo da quadra.

Conforme FERREIRA (et al., 2007), o jogo de voleibol consiste na distribuição


dos jogadores na sua posição de jogo na quadra, onde os atletas vão se
revezando.

Esclarece PROENÇA (2004, p. 4):

Na rede, as principais habilidades motoras realizadas são: saltos,


deslocamentos e a combinação de saltos com deslocamentos. No
fundo, as habilidades de deslocamentos em atitude defensiva e
gestos acrobáticos predominam, havendo poucas situações de saltos,
destacando os atacantes do fundo. Se compararmos um atacante que
tenha a função de passe com o líbero, veremos que o primeiro tem
necessidades físicas de, após o passe, deslocar-se rapidamente e
saltar para o ataque. Por outro lado, o segundo é solicitado
constantemente a deslocar-se e a executar movimentos acrobáticos
para realizar um passe ou uma defesa. Essa é uma solicitação
específica. Acontece que ambas as funções estão presentes durante
uma partida e o atleta irá repetir essas ações muitas vezes,
requerendo um bom nível de resistência que é uma qualidade física
relacionada com a saúde desse atleta.
60

O planejamento e o estabelecimento de objetivos utilizando o grau de esforço


físico do atleta de voleibol conforme o nível de competição, é de fundamental
importância no preparo físico do atleta e na sua performance durante o jogo.

Segundo TUBINO & MOREIRA (2003), as valências físicas mais exigidas em


um atleta de voleibol são: as velocidades de reação, deslocamento e de
membros superiores, a potência muscular, a coordenação, o ritmo, a
flexibilidade, a agilidade, a resistência aeróbica e anaeróbica, a resistência
muscular localizada nos membros superiores (principalmente braço de uso) e
membros inferiores, entre outras.

Conforme PROENÇA (2004, p. 1):

as ações presentes no decorrer do jogo requerem um elevado índice


de velocidade corporal para se obter o rendimento pretendido. Devido
ao curto espaço de tempo que pode ser verificada pelo início e o final
de uma ação, observada nas diferentes trajetórias e velocidades da
bola, o atleta precisa estar preparado para agir em situações
variadas. Deve apresentar uma boa leitura do jogo para antecipar e,
deter um alto nível de velocidade de reação e deslocamento, para
poder se ajustar ao percurso e interceptar a trajetória da bola, tanto
no bloqueio como na defesa. Normalmente a velocidade de
deslocamento não é em linha reta. Essa velocidade é cheia de
paradas e arranques, condicionada pela pequena duração das ações,
o que não permite a acumulação progressiva de aceleração.

A coordenação, ritmo, flexibilidade e agilidade são imprescindíveis para o


desenvolvimento do jogo, pois os atletas devem executar com precisão saques,
passes, levantadas e ataques, ao mesmo tempo que devem se manter atentos
ao posicionamento e jogadas dos companheiros, numa demonstração de total
entrosamento da equipe.

Os momentos de esforço no voleibol são curtos, porém intensos. A média de


tempo da bola em jogo está entre 7 e 10 segundos, considerando saque,
recepção e ataque e, possivelmente, contra-ataque (bloqueio, defesa,
61

levantamento e ataque). Raramente pode ser encontrado no jogo um “rally”


(tempo de esforço) com uma duração de 20 segundos a um minuto. Todas as
solicitações mais qualificadas como saltar mais alto, deslocar-se no menor
tempo, atacar mais forte entre outras, estarão presentes e influindo diretamente
no resultado do jogo. Trata-se de uma necessidade para obter sucesso nas
ações do jogar. É preciso, portanto, manter uma boa resistência aeróbica e
anaeróbica nos atletas, além de melhorar o índice de força dos mesmos,
principalmente dos grupos musculares extensores (sobretudo os membros
inferiores). Considerando a grande aceleração para realizar os movimentos, é
fundamental aplicar a força adquirida no menor tempo, caracterizando assim a
busca da potência muscular.

Os membros superiores também são bastante requisitados, uma vez que a


cada movimento do jogo, são realizados contatos com as mãos na bola, cuja
técnica e precisão determinam as jogadas.

Mesmo sem a previsão de tempo de duração de um jogo e com o grande


número de intervalos, há uma grande exigência do sistema cardiorespiratório.
A regra possibilita que a cada “set” ocorra um tempo no oitavo e um no décimo
sexto ponto denominado parada técnica, além de outros dois tempos que
podem ser solicitados pelos técnicos, logo, em cada set é possível atingir até
seis pausas. A descontinuidade do jogo cria possibilidades de recuperação,
tanto da freqüência cardíaca como respiratória. Sendo assim, o problema recai
nas necessárias repetições de velocidade e força explosiva que os jogadores
devem apresentar, com a mesma precisão, do início ao final da partida. O
objetivo, portanto, é que o jogador tenha resistência muscular suficiente para
que o rendimento atingido nas ações do primeiro “set” (potência no salto e
ataque, a mesma velocidade de reação e deslocamento) seja mantido no
decorrer de todo o jogo, inclusive no quarto ou quinto “set”, se necessário.

Especificamente, o tipo de solicitação do voleibol provoca um cansaço de


características tanto nervosas quanto fisiológicas. A alternância de situações
requerem muita atenção e concentração, em conjunto com uma atuação física
que requer constantemente a máxima velocidade de execução. Por mais que
62

os intervalos possam ajudar na recuperação e contribuir para limitar o


aparecimento do cansaço fisiológico, eles não se constituem em possibilidades
para impedir o cansaço acumulado pelo sistema nervoso. Desta forma, deve-se
realizar um planejamento conjunto, envolvendo todos os seguimentos que
cuidam de uma equipe. (PROENÇA, 2004)

5.1.1 Análise da altura em atletas de voleibol

O aumento da estatura da população mundial é uma tendência estimulada pela


melhoria da qualidade de vida em geral. Alguns esportes vêm se beneficiando
disso, com atletas mais altos que aliam força e habilidade para exercer seus
domínios nas competições das quais participam.

A nova geração da seleção brasileira masculina de voleibol, obteve os


melhores resultados com o time renovado e mais alto, desde a sua participação
nas Olimpíadas de 1984, em Los Angeles, onde conquistou o vice-campeonato
com a medalha de prata.

Desde 1980, quando o Brasil passou a integrar a elite do vôlei mundial, a


média de estatura dos jogadores só tem aumentado. (VEJA, 1998). Segundo
consta na revsita, a seleção de 1984 possuía média de altura de 1,91 m. Já a
seleção brasileira atual, convocada em maio de 2008 (CBV) possui média de
altura de 1,97m, conforme os dados apresentados a seguir:

A seleção é composta pelos seguintes jogadores e respectivas alturas:


ATLETA ALTURA
Alan 1,89 m
Anderson 1,90 m
André Heller 1,99 m
André Nascimento 1, 95 m
Bruno Rezende 1,90 m
Dante 2,01 m
Eder 2,04 m
Giba 1,92 m
Gustavo 2,03 m
Lucas 2,09 m
Marcelo 1,83 m
Murilo 1,90 m
Rodrigo 2,05 m
Samuel 2,00 m
63

Sérgio 1,84 m
Sidão 2,03 m

1,83 m 1,90m 1,99 m 2,03m


1,84 m 1,90 m 2,00m 2,04m
1,89m 1,92 m 2,01 m 2,05 m
1,90 m 1,95 m 2,03 m 2,09 m

Log 16= 1,2041

i = 1 + 3,3 X log 16
i = 1 + 3,3 X 1, 2041
i = 4,97 ~ 5

h = 2,09 – 1,83 = 0,052


5

I Altura (m) fi fri (%) Fi Fri xi fixi


1 1,83 -----1,88 5 12,5 2 12,5 1,855 3,71
2 1,88 ----- 1,93 5 31,25 7 43,75 1,905 9,525
3 1,93 ----- 1,98 1 6,25 8 50 1,955 1,955
4 1,98 ----- 2,03 3 18,75 11 68,75 2,055 6,015
5 2,03 ----- 2,09 5 31,25 16 100 2,06 10,3

Média de altura dos jogadores:

X barra = Σ fixi = 31,505 = 1,96990 ~1,97 m

Σ fi 16

5.2 A NATAÇÃO E SUAS VALÊNCIAS FÍSICAS

A natação é um ato de propulsão e auto-sustentação na água com movimentos


combinados de braços e pernas que foi aprendido pelo homem através do
instinto ou observado animais. CATTEAU & GAROFF (1988)
64

Elucida DAMASCENO (1992):

entende-se habitualmente a natação como um desporto estruturado e


regulamentado, que busca obter registros de tempo cada vez mais
inferiores através de um treinamento metódico, individualizado e
específico, supondo-se para o mesmo fim, pelo menos, o domínio
apropriado das técnicas, conhecimento de ritmo, além de uma boa
preparação física.

A natação é uma modalidade esportiva que exige do atleta a força propulsora


do corpo no meio líquido, que é executada por meio de movimentos dos
membros superiores e inferiores (braçadas e pernadas), sincronizadamente,
para o seu deslocamento, e combinadas com a respiração.

Os estilos na natação tem especificações quanto ao posicionamento do tórax


do atleta e ao movimento de pernas e braços, conforme esclarece CATTEAU &
GAROFF (1988). “No estilo crawl, o atleta se posiciona com o peito voltado
para o fundo da piscina, em posição horizontal no nível d’água; os braços saem
da água em posição paralela ao corpo, sendo jogados para frente por cima da
água alternadamente (enquanto um é jogado para frente, o outro braço volta
para trás por baixo d’água); as pernas movimentam-se para cima e para baixo
também alternadamente. Já no nado borboleta, o atleta também fica com o
peito voltado para o fundo da piscina, mas joga os dois braços ao mesmo
tempo para frente e produz um movimento também sincronizado com as
pernas, para cima e para baixo. No nado costas, o atleta fica com o peito
voltado para cima, e as costas voltadas para o fundo da piscina.” Já no nado
peito, os braços executam 3 movimentos laterais diferentes, sendo eles:
puxada lateral, do centro para fora do corpo; puxada para baixo; e, por último, a
puxada para dentro, que tem como objetivo diminuir o arrasto para dar início a
uma nova braçada. As pernas se movimentam simultaneamente e em forma de
chute para trás.

CATTEAU & GAROFF (1988), lembra ainda, que nos jogos olímpicos há
provas de nado livre nas distâncias de 50, 100, 200, 400, 800m (apenas para
mulheres) e 1500 m (apenas para homens), provas Medley (quatro estilos)
65

individuais de 200 e 400m, revezamento Medley 4 X 100 e 4 X 200 (só para


homens) em nado livre; e revezamento Medley 4 X 100. Fora de competições
olímpicas, disputam-se outras três provas de nado livre: 1500 m e revezamento
4X 200 m nado livre (mulheres) e 800 m (homens). Nas provas de nado livre,
os nadadores podem escolher qualquer um dos estilos, mas quase sempre
optam pelo crawl, por ser o mais rápido. Nos revezamentos Medley,cada
nadador executa um estilo a cada 100 m, na seguinte ordem: costas, borboleta,
peito e crawl.

As habilidades motoras exigidas na prática da natação são específicas para


atividades na água e foram relacionadas por BONACELLI (2004), da seguinte
maneira:

Respiração: capacidade de respirar no meio líquido, pois a respiração aquática


é diferente da respiração terrestre. Enquanto no meio terrestre inspiramos pelo
nariz e expiramos pela boca, no meio aquático a inspiração é feita pela boca e
a expiração pode ser feita pela boca e/ou nariz.

Equilíbrio: capacidade do corpo de manter-se inalterado, em situação de


repouso ou movimento, em relação a um sistema de eixos de referência.

Flutuação: capacidade do corpo de manter-se na superfície da água, com ou


sem ajuda de terceiros.

Propulsão: capacidade de superar a resistência natural da água, com a ajuda


das pernas e/ou braços.

A estruturação do esquema corporal na natação se dá por meio da relação


estabelecida entre a atividade e as práticas corporais que são observadas em
sua prática, conforme citado por PICQ & VAYER (1977, apud DAMASCENO,
p.32):

Na percepção e controle do próprio corpo; num equilíbrio postural


econômico; numa lateralidade bem definida; na independência dos
66

segmentos em relação ao tronco e uns em relação aos outros; e no


controle e equilíbrio das contrações ou inibições estreitamente
associados ao esquema corporal e ao controle da respiração.

Diversos são os fatores que influenciam na execução e desempenho corpóreo


dos atletas de natação:
- a composição corporal, pelo papel que a gordura corporal tem na flutuação;
- a aptidão cardiovascular, pelo papel na tolerância à fadiga;
- a flexibilidade muscular, pelo papel na técnica de nado;
- o biótipo do nadador, pelo papel que as características antropométricas têm
na eficiência do nado.

O desempenho de atletas na natação, além de resultar do treinamento, está


relacionado ao perfil antropométrico dos mesmos, que visa estabelecer as
melhores características físicas do nadador.

Conforme FERNANDES FILHO et. al. (2002), a envergadura corporal é um


marcador antropométrico preditor do desempenho esportivo na natação, pois
está diretamente relacionada a uma melhor condição biomecânica de
propulsão no meio líquido. Ela representa a medida do comprimento entre os
dedos médios, da mão direita à mão esquerda, sendo feita com a pessoa na
posição ortostática e com os membros superiores abduzidos horizontalmente.
A medida é expressa em metros, com precisão de centímetros, sendo obtida
por meio de uma trena metálicas fixada sobre a parede.

O nadador Michael Phelps, que quebrou cinco recordes mundiais em uma


mesma competição, possui envergadura muito maior que sua estatura exige, o
que lhe permite braçadas extremamente fortes. Seu biótipo é ainda beneficiado
por suas pernas curtas, que oferecem menos resistência à água e auxiliam em
sua flutuação. (Veja, 2007)

As atletas de natação variam as técnicas conforme o nado que deve ser


executado para cada distância e prova. Cada distância representa para o nado
uma velocidade diferente, com prova de fundo, meio-fundo e velocidade. Dessa
67

maneira, o atleta deve aliar as suas características individuais com a técnicas


que melhor se adapta ao estilo do nado, o que favorece ser desempenho e
contribui para o alcance de melhores resultados.

Segundo TUBINO & MOREIRA (2003), as valências físicas mais exigidas em


um atleta de natação, em provas de velocidade são: velocidade de reação, de
deslocamento e dos membros superiores, potência muscular nos membros
superiores, coordenação, ritmo, agilidade, resistência anaeróbica, flexibilidade,
descontração diferencial e descontração total, já em atletas de provas de fundo
e meio-fundo: velocidade de deslocamento, força dinâmica dos membros
superiores, coordenação, ritmo, resistência aeróbica e anaeróbica, resistência
muscular localizada nos membros superiores e inferiores, flexibilidade,
descontração diferencial e descontração total.

Os atletas de velocidade geralmente são atletas mais altos e rápidos , já os de


meio-fundo, tem um padrão ideal de freqüência de nado, e os de fundo são
atletas mais baixos porém com mais força. Geralmente os atletas que
executam nado de velocidade possuem capacidade de se saírem bem em
provas de fundo e meio-fundo, entretanto a recíproca normalmente não
acontece, uma vez que atletas de meio-fundo e fundo tendem a ser mais
lentos, não executando bem provas de velocidade.

5.3 A DANÇA E SUAS VALÊNCIAS FÍSICAS

“Dançar é vivenciar, é exprimir com o máximo de intensidade e emoção a


relação do homem com a natureza, com a sociedade, com o futuro, com os
seus deuses...” (SACHS, apud NANNI, 2003, p.95).
68

A dança, sempre foi utilizada como forma de comunicação, expressando


diferentes sentidos. Os primitivos dançavam para louvar, agradecer
manifestações da natureza, exteriorizar suas crenças, conquistas, medos e
sentimentos.

Segundo GONÇALVES (2002, p.15): “na expressividade de seus movimentos,


o homem primitivo revela sua íntima união com a natureza. Seu corpo, como
parte da natureza, também produz ritmos, que se revelam na harmonia de seus
movimentos corporais.”

A dança é uma expressão artística que se exterioriza por meio de movimentos


e sentimentos que podem ser exibidos de maneira coreografada ou livre. Os
movimentos na dança podem ser caracterizados por giros, piruetas, pegadas,
elevação e sustentação de membros inferiores e superiores, pequenos e
grandes saltos, entre outros, conforme esclarece NANNI (2003).

A forma como a dança é apresentada se constitui dos mais diversos estilos,


tais quais: o sapateado, o Hip Hop, o ballet clássico, o ballet moderno, o jazz, a
dança contemporânea, a dança de salão (salsa), entre outros.

Os estilos possuem peculiaridades que determinam as diferenças entre os


mesmos, que são destacadas por fatores fundamentalmente observados nas
coreografias: ritmo, percepção espacial e figurino.

O ritmo varia de acordo com a consonância alcançada entre a coreografia


estabelecida e a música escolhida. A percepção espacial determina o domínio
de movimentos, que devem ser realizados com precisão, já que há
necessidade de sincronia entre os dançarinos ou pode envolver mudança de
plano. Por fim, o figurino diferenciado, por meio da roupagem específica,
determina o estilo.

Esclarece NANNI (2003) que os movimentos corporais na dança evoluem das


características reais e integrais do corpo ou de partes do mesmo numa ação
espontânea e de concentração a partir da consciência corporal. Tal consciência
69

permite que o corpo seja percebido em sua unidade e as suas partes através
da sua diversidade, em seus segmentos e partes de segmentos, demonstrando
que as possibilidades de combinações, seqüências e progressões na dança
são ilimitadas.

O alto nível da técnica e a constante melhora da performance, são


determinantes para o alcance da perfeição do movimento, conforme cita
NANNI (2003, p. 17):

A manutenção desses níveis de qualidade física torna-se


necessidade básica dos profissionais desse gabarito. Aliando-se um
plano de trabalho de preparação física ao estudo das expressões
dramáticas e ao contraste do desenvolvimento de força e leveza..

O objetivo principal do preparo físico do bailarino é o aprimoramento das


qualidades físicas, que minimizem as dificuldades encontradas na realização
dos movimentos, objetivando o máximo do desenvolvimento e manutenção da
performance durante a realização dos espetáculos e temporadas de dança.

Segundo NANNI (2003), as qualidades físicas intervenientes na dança são:


flexibilidade, resistência aeróbica e anaeróbica, resistência muscular localizada,
força dinâmica e estática, agilidade, velocidade de membros, equilíbrio,
coordenação, descontração total e diferencial e ritmo.

Elucida a autora, que a flexibilidade é utilizada em diversos movimentos na


dança, seja por meio dos exercícios de abertura, pé na mão, ou grand de cart,
e devem ser trabalhados por meio de alongamento. Quanto à força, a carga
utilizada no trabalho de seu desenvolvimento, deve ser realizado com aumento
progressivo, conforme a adaptação do indivíduo ao movimento e também com
os movimentos específicos da dança.

A resistência aeróbica, anaeróbica e muscular são indispensáveis à dança,


uma vez que os dançarinos saltam, dão piques e realizam movimentos rápidos
a todo momento em suas coreografias e espetáculos. Para TOMÉS (p. 56) a
70

resistência permite ao bailarino “soportar mejor los grandes volúmenes de


ejercicios,no cansarse después de uma clase prolongada o ensaios generales
y resistir largas temporadas de funciones o concursos.”

O ritmo, a coordenação, a agilidade e o equilíbrio também são fundamentais, já


que os movimentos realizados pelos bailarinos devem ser realizados com
conformidade entre a coreografia estabelecida, a música escolhida, com a
capacidade de mudança de plano ou de direção do corpo, com rapidez e
dentro do tempo estabelecido.

5.4. COMPARAÇÃO ENTRE AS CARACTERÍSTICAS DE CORPOREIDADE


OBSERVADAS NO VÔLEI, NA NATAÇÃO E NA DANÇA

O condicionamento físico e o preparo específico no esporte variam conforme a


atividade realizada. O planejamento e o estabelecimento de objetivos são
determinados conforme a necessidade do preparo do atleta é determinada.

No vôlei, o grau de esforço físico do atleta varia conforme o nível de


competição, e as principais exigências físicas de uma partida decorrem da
alternância de esforços e da quantificação do trabalho físico requisitado, sendo
as valências físicas mais exigidas nos atletas as velocidades de reação,
deslocamento e de membros superiores, a potência muscular, a coordenação,
o ritmo, a flexibilidade, a agilidade, a resistência aeróbica e anaeróbica, a
resistência muscular localizada nos membros superiores (principalmente braço
de uso) e membros inferiores, entre outras.

O voleibol é um esporte que além de exigir o aprimoramento de tais


capacidades, exige, na maioria das vezes, jogadores altos e bastante ágeis,
que realizem seus fundamentos com a maior precisão possível, desde ataques,
a passes, defesas e bloqueios. Além da altura, a envergadura é de grande
importância no voleibol, vez que possibilita o alcance da bola em maior
elevação no ataque e bloqueios mais altos. Com a criação da posição do
líbero, passou-se a observar também a presença de jogadores mais baixos em
quadra, que se locomovem com maior rapidez e agilidade para buscar a bola e
71

tornaram-se de fundamental importância para a permanência da bola em jogo e


competitividade do esporte.

Na natação, diversos são os fatores que influenciam a execução e o


desempenho corpóreo dos atletas. A composição corporal tem papel
fundamental na flutuabilidade, a aptidão cardiovascular determina a tolerância
à fadiga, a flexibilidade muscular influencia na técnica de nado, e por fim, o
biótipo do atleta com a influência que as características antropométricas
exercem na eficiência do nado.

As valências físicas exigidas em um atleta de natação, em provas de


velocidade são: velocidade de reação, de deslocamento e dos membros
superiores, potência muscular nos membros superiores, coordenação, ritmo,
agilidade, resistência anaeróbica, flexibilidade, descontração diferencial e
descontração total, já em atletas de provas de fundo e meio-fundo: velocidade
de deslocamento, força dinâmica dos membros superiores, coordenação, ritmo,
resistência aeróbica e anaeróbica, resistência muscular localizada nos
membros superiores e inferiores, flexibilidade, descontração diferencial e
descontração total.

Na natação busca-se a eficiência máxima dos movimentos do atleta, onde a


velocidade do nadador depende da rapidez e da amplitude das braçadas que
ele executa. Desta forma a altura e a envergadura são fundamentais para bons
resultados, já que com braços mais compridos o atleta terá uma braçada mais
eficiente. Entretanto, observa-se que a altura é fundamental em estilos como
nado peito e crawl, não influenciando tanto nas provas de longa distância.

Os atletas que competem em provas de velocidade na natação são atletas


mais altos e rápidos, os que participam de provas de meio-fundo, são os que
possuem um padrão ideal de freqüência de nado, e os que competem em
provas mais longas, ou seja, de fundo, são atletas mais baixos porém com
mais força.
72

Já na dança, as qualidades físicas observadas são a flexibilidade, resistência


aeróbica e anaeróbica, resistência muscular localizada, força dinâmica e
estática, agilidade, velocidade de membros, equilíbrio, coordenação,
descontração total e diferencial e ritmo.

A expressão na dança é realizada por meio do corpo do bailarino, onde a


beleza dos movimentos se caracteriza por meio da leveza corporal e dos
gestos. Desta forma, a exposição física leva à busca por corpos magros e com
baixo peso e percentual de gordura, geralmente com bailarinos longilíneos,
com braços e pernas finas e longas.

6. CONCLUSÃO

A corporeidade se constitui no esporte por meio da prática de atividades


corporais, sob aspectos técnicos-táticos, mecânicos e psicológicos,
considerando o corpo por meio de sua totalidade.
73

O esporte exige do corpo um bom rendimento, devendo ser consideradas as


capacidades, possibilidades e diferenças entre os seus praticantes.

A corporeidade no esporte é trabalhada por meio da característica de cada


atividade, que aliada ao mundo de possibilidades corporais, permite trabalhá-la
de modo a incentivar a dedicação, a determinação e a superação dos atletas,
visando sempre o melhor resultado e rendimento.

Diversas interpretações levam à compreensão do que seja a corporeidade,


sendo fundamental para o seu entendimento, a conceituação de corpo e o
estudo das diferentes formas de sua utilização no decorrer processo histórico
evolutivo humano.

O corpo deve ser compreendido por meio de possibilidades que ultrapassam as


práticas exclusivamente corpóreas, devendo englobar ações, sentimentos,
valores e atitudes. A noção de corporeidade se baseia na integração de um
todo e a maneira como o homem se comporta corporalmente apresenta
inúmeras variações que revelam as relações do corpo com um determinado
contexto social.

As práticas corporais e as concepções sobre o corpo variaram, considerando-


se os valores exigidos e impostos pelas classes dominantes, em cada
sociedade e conforme a época.

O aprimoramento das capacidades corporais e qualidades físicas foram


fundamentais para o desenvolvimento das práticas esportivas, sendo
observado que as diferentes capacidade físicas levam os indivíduos a
apresentarem características corporais distintas, que exigem adaptações ao
treinamento físico diferentes.

Os objetivos do treinamento devem ser bem estabelecidos, e por meio do


conhecimento do tipo de solicitação física exigida conforme a atividade
realizada, o treinamento deve ser direcionado, possibilitando um desempenho
com o alcance de melhores resultados.
74

As características antropométricas (tamanho do corpo, peso, proporções, local


do centro de gravidade), físicas (resistência aeróbica e anaeróbica, força
dinâmica e estática, velocidade da ação-reação, flexibilidade, etc.) e os fatores
psicológicos (estabilidade psíquica, prontidão para competições, severidade e
capacidade de controle do estresse durante as competições), influenciam no
rendimento do atleta e constituem conjuntamente a sua corporeidade.

O preparo físico, no esporte e na dança, desenvolve as capacidades físicas


que influenciam diretamente na corporeidade dos praticantes dessas
atividades.

As qualidades físicas observadas na dança são: flexibilidade, resistência


aeróbica e anaeróbica, resistência muscular localizada, força dinâmica e
estática, agilidade, velocidade de membros, equilíbrio, coordenação,
descontração total e diferencial e ritmo.

Já no vôlei, as principais exigências físicas decorrem da alternância de


esforços e da quantificação do trabalho físico, sendo encontradas as seguintes
valências físicas: velocidades de reação, deslocamento e de membros
superiores, a potência muscular, a coordenação, o ritmo, a flexibilidade, a
agilidade, a resistência aeróbica e anaeróbica, a resistência muscular
localizada nos membros superiores (principalmente braço de uso) e membros
inferiores, entre outras.

Na natação, a respiração, o equilíbrio, a flutuação e a propulsão são algumas


das habilidades motoras são exigidas por se tratar de atividade realizada na
água. As valências físicas mais exigidas em um atleta de natação, variam
conforme a prova que ele realiza. Em provas de velocidade as valências
observadas são: velocidade de reação, de deslocamento e dos membros
superiores, potência muscular nos membros superiores, coordenação, ritmo,
agilidade, resistência anaeróbica, flexibilidade, descontração diferencial e
descontração total, já em atletas de provas de fundo e meio-fundo: velocidade
de deslocamento, força dinâmica dos membros superiores, coordenação, ritmo,
75

resistência aeróbica e anaeróbica, resistência muscular localizada nos


membros superiores e inferiores, flexibilidade, descontração diferencial e
descontração total.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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