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Enfermagem Materno-infantil | Obstetrícia

Gleysa Vasconcelos
1. SISTEMA GENITAL FEMININO
 Poucos mecanismos biológicos são tão forte quanto o impulso para a reprodução.
 Como todos sabem, a reprodução humana é sexuada, o que significa que são
necessários do homem e da mulher.
 Ao contrário, a reprodução de um organismo unicelular é assexuada, onde a referida
parceria não é necessário, isto é, eles simplesmente dividem-se.

1. O SISTEMA GENITAL EXECUTA DUAS FUNÇÕES:


# Produz, nutre, transporta os óvulos e os espermatozóides.
# Secreta hormônios.

2. OS ORGÃOS REPRODUTORES DIVIDEM-SE EM PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS


# Os órgãos reprodutores primários são as gônadas:
- As gônadas femininas são os ovários.
- As gônadas masculinas são os testículos.

# AS GÔNADAS DESEMPENHAM DUAS FUNÇÕES:


- Secretam Hormônios
- Produzem Gametas (Óvulos E Espermatozóides)

OS ORGÂOS REPRODUTORES SECUNDÁRIOS OU ACESSÓRIOS:


- Todos os outros órgãos.
- Ductos e glândulas do sistema genital.

# OS ÓRGÃOS REPRODUTORES SECUNDÁRIOS SÃO RESPONSÁVEIS POR:


- Pela nutrição e transporte dos óvulos e dos espermatozóides.

# As gônadas também proporcionam um ambiente seguro e nutritivo para os óvulos


fertilizados.

# O sistema genital feminino produz óvulos, secreta hormônios, nutre e protege o


desenvolvimento do bebê durante os nove meses.

Ovários
- SÃO AS GÔNADAS FEMININAS E POSSUEM A FORMA DE UMA AMÊNDOA.
- Estão localizados em ambos os lados do útero, no interior da cavidade pélvica.
- Os ovários não estão presos diretamente as tubas uterinas, mas envolvidas por elas.

DESENVOLVIMENTO DO ÓVULO
- No interior do ovário existem diversas estruturas minúsculas, em forma de saco, são
denominados folículos ováricos.
- A mulher nasce com aproximidade dois milhões de folículos. Todavia, este número diminui
de tal forma que, na puberdade, 400.000 folículos permanecem.

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- Destes, somente 400 amadurecem completamente, pois a mulher geralmente produz
apenas um óvulo a cada mês ao longo dos seus anos férteis,
- O desenvolvimento dos óvulos se inicia na puberdade e continua até a menopausa, que
acontece em torno de 45 e 55 anos de idade.
- Cada folículo ovárico consiste de um óvulo imaturo, denominado oócito, rodeado pelas
células folículares.
- No início da puberdade, diversos folículos amadurecem ou desenvolvem-se todos os
meses, entretanto, somente um termina a sua maturação.
- Com a maturação do óvulo, tem inicio a divisão meiótica, que irá reduzir o número de
cromossomos pela metade, de 46 para 23 (a meiose se inicia antes da fecundação e termina
após a sua ocorrência).
- Ao mesmo tempo, o folículo aumenta de tamanho, o centro é preenchido por líquidos e as
células foliculares começam a secretar – estrógeno.
- Posteriormente, o óvulo é envolvido por células arranjadas de tal forma que configuram a
– zona pelúcida (interior) e a coroa radiada (exterior).
- O folículo ovárico maduro, que se parece com uma bolha na superfície do ovário, pronta
para estourar.

Ovulação
- Uma vez por mês. O folículo ovárico se rompe e então o ovário lança um óvulo maduro
envolvido por uma camada de células.
- A fase em que a ejeção ocorre é chamada ovulação.
- O óvulo percorre desde a superfície do ovário até a cavidade peritoneal, onde é
imediatamente captado para o interior da tuba uterina por movimentos das fímbrias (projeções
digitiformes na extremidade da tuba) que varrem a superfície do ovário.
- O óvulo trafega gradualmente através da tuba uterina em direção ao utero.
- Se o óvulo é fertilizado, ele se implanta no revestimento interno do útero e se transforma
em um bebê.
- Se o óvulo não é fertilizado, ele morre e é eliminado na mestruação.
- Uma vez que a ovulação tenha ocorrido, as células foliculares que permanecem no ovário
se desenvolvem em uma estrutura glandular chamada corpo lúteo (corpo amarelo).
- O corpo lúteo secreta grandes quantidades de progesterona e pouco estrógeno.
- Se a fertilização não ocorre, o corpo lúteo se deteriora em torno de 10 dias e se transforma
no corpo albicante (corpo branco).
- O corpo albicante não possui a capacidade de secretar hormônios. Entretanto, se a
fertilização ocorre, o corpo lúteo não se deteriora. Ele permanece ativo e continua a secretar seus
hormônios até que essa função possa ser desempenhada pela placenta.

Hormônios Ovarianos
- Na puberdade, os ovários começam a secretar os hormônios sexuais estrógeno e
progesterona.
- As células dos folículos maduros secretam estrógeno e o corpo lúteo produz grandes
quantidades de progesterona e pouco estrógeno.
- Esses hormônios transformam a menina em uma mulher.
ESTRÓGENO
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- É um termo usado para designar um grupo de hormônios similares, sendo o mais
importante o estradiol.

O estrógeno exerce dois importantes efeitos:


# promove a maturação do óvulo;
# auxilia no desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários femininos.

Efeitos do estrógeno:
# o aumento e o desenvolvimento dos órgãos do sistema genital feminino;
# o aumento e o desenvolvimento das mamas;
# o alargamento da pelve;
# o início do ciclo menstrual;
# a deposição de gordura sob a pele, especialmente nas coxas, quadris e mamas;
# a ossificação da cartilagem epifisial dos ossos longos, interrompendo o crescimento em
altura.

PROGESTERONA
- O corpo lúteo secreta progesterona.
Lembre-se que o corpo lúteo é um acúmulo de células foliculares que nutrem o óvulo antes
da ovulação.

A progesterona produz três efeitos:


# trabalha junto com o estrógeno organizando o ciclo menstrual;
# auxilia na manutenção da gestação;
# prepara as mamas para a lactação durante essa fase, aumentando a sua capacidade
secretora.

Embora o corpo lúteo produza progesterona o suficiente para manter a gestação nos
primeiros meses, o corpo da mulher necessita de grandes quantidades de estrógeno e
progesterona durante os últimos estágios da gestação.
Este papel é desempenhado pela placenta. Assim, a maior parte do estrógeno e da
progesterona produzidos nesta fase são provenientes da placenta.
Resumo:
# O órgão reprodutor principal da mulher é o ovário.
# Uma vez por mês, diversos folículos ováricos iniciam a sua maturação, contudo somente
um folículo chega ao término do processo.
# Cada folículo contém um óvulo imaturo e células foliculares que secretam estrógeno.
# Sob a influência do ph, o óvulo é expelido do folículo vesiculoso. Esse evento é a
ovulação.
# Após a ovulação, as células foliculares, que são chamadas de corpo lúteo, começam a
secretar grandes quantidades de progesterona.
# Assim o ovário secreta estrógeno e progesterona.
# O estrógeno ajuda na maturação do folículo e é o principal responsável pelas
características sexuais secundárias, transformando a menina em mulher.

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# A progesterona atua com o estrógeno no controle do ciclo menstrual e desempenha uma
função importante na preparação do sistema genital para a gravidez.

O trato genital feminino inclui:


# tuba uterina # útero # vagina

Tubas Uterinas:
- As tubas uterinas com cerca de 10 cm de comprimento, são chamados ovidutos.
- Elas se estendem de cada lado do útero, desde a face lateral até o ovário.
- A extremidade distal da tuba, nas proximidades do ovário, tem a forma de um funil e é
chamada de infundíbulo, apresentando projeções digitiformes denominadas fímbrias.

A tuba uterina não é fixada diretamente ao ovário; porém, suas fímbrias repousam sobre ele
e seus movimentos oscilatórios captam o óvulo para o interior da sua luz.

- Uma vez no interior da tuba uterina, o óvulo se move vagarosamente até o útero. Como
ele não pode nadar como o espermatozóide, as contrações musculares peristálticas da tuba
uterina o empurram adiante.
- A movimentação oscilatória de cílios presentes nas células da camada de revestimento da
tuba uterina também ajuda na movimentação do óvulo.
- A movimentação oscilatória de cílios presentes nas células da camada de revestimento da
tuba uterina também ajuda na movimentação do óvulo.
-
A tuba uterina possui duas funções:

# transporta o óvulo do ovário ao útero;


# é que ela é geralmente o local onde ocorre a fertilização do óvulo pelo
espermatozóide.
- Se a fertilização não ocorre, o óvulo se deteriora e é eliminado do corpo no fluxo
menstrual.
- Se ela ocorre, o óvulo fertilizado se move através da tuba uterina até o útero, onde
implanta-se e cresce transformando-se em um novo ser.
- O trajeto através da tuba uterina leva em torno de 4 a 5 dias.

Curiosidades:
- Ocasionalmente, o óvulo fertilizado, em vez de se implantar no útero, o faz na tuba uterina.
- Essa condição é denominada gravidez ectópica.
- A gravidez tubária é, portanto uma gravidez ectópica, que geralmente resulta em aborto.
Ela causa sangramentos, hemorragias e até mesmo a morte da mãe.

Útero:
- O útero ou ventre tem a forma de uma pêra de cabeça para baixo e está localizado entre a
bexiga urinária e o reto.
- O ligamento largo envolve o útero e o mantém em posição.
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- Durante a gravidez, o tamanho do útero aumenta consideravelmente, pois ele envolve o
bebê e sua placenta enquanto cresce.

Função:
# promover um ambiente seguro e nutritivo para o crescimento do novo ser.

O útero tem três partes:


# o fundo, que é a região superior em forma de cúpula, situado acima da entrada das tubas
uterinas.
# o corpo, que é a região central.
# o colo, a região inferior estreitada que se abre na vagina.

O útero é formado por três camadas:


# Perimétrio, túnica serosa, sendo a camada mais externa.
# Miométrio, a camada média e é formada por musculatura lisa.
# Endométrio, é a camada mais profunda, formada por duas camadas: a basilar e a
funcional.

Camada basilar:
É delgada, vascularizada e situa-se junto ao miométrio.

Camada funcional:
- É a que responde aos hormônios ovarianos e se espessa na preparação do leito que
receberá o óvulo fertilizado.
- Esta camada é também a que descama durante a menstruação, quando a fertilização não
ocorre.

Vagina:
- A vagina é um tubo muscular com cerca de 10 cm de comprimento, que se estende desde
o colo do útero até o óstio da vagina, no períneo. O óstio da vagina é, em geral, parcialmente
obliterado por uma membrana delgada, o hímem.
- Este pode ser rompido de várias maneiras, com a primeira relação, o uso de tampões, ou
exercícios vigorosos.
- A mucosa de revestimento da vagina dispõe-se em dobras (rugas) capazes de se
expandir. Essa disposição é importante na gestação, pois permite a distensão da vagina e a
acomodação do bebê.
- Além de formar uma parte do canal do parto, a vagina é o órgão que recebe o pênis
durante a cópula e serve como saída para o fluxo menstrual.
- A população bacteriana (flora normal) da vagina cria um ambiente ácido que inibe o
crescimento de patógenos.

Órgãos Genitais Externos


# Os órgãos genitais externos ou genitália são conhecidos, em seu conjunto, como pudendo
feminino ou vulva.
# A vulva contém os lábios maiores e menores, o clitóris, as glândulas vestibulares.
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# Os lábios maiores são as dobras de pele cobertas por pêlos e que se situam lateralmente
as duas pregas menores, os lábios menores.
# Os lábios são separados por uma fenda que contém as aberturas da uretra e da vagina.
Eles previnem o ressecamento da mucosa vaginal.
# Os lábios maiores fundem-se anteriormente para formar o monte do púbis que é
arredondado, coberto de pêlos e esta sobre a região da sínfise púbica.
# O clitóris é a estrutura que se assemelha ao pênis.
# Apesar de pequeno, o clitóris contém tecido erétil e sua extremidade dilatada constitui a
glande do clitóris.
# Os lábios menores se estendem anteriormente e envolvem parcialmente a glande do
clitóris para formar o prepúcio.
# Como no pênis, o clitóris contém receptores sensoriais que permitem a excitação da
mulher durante o ato sexual.
# O vestíbulo é a fenda entre os lábios menores. Contém os óstios (aberturas) da uretra e da
vagina.
# As glândulas vestibulares maiores situam-se lateralmente à abertura vaginal e secretam
uma substância rica em muco, que umedece e lubrifica o vestibulo.
# Observe que os sistemas urinário e genital feminino são totalmente separados. A uretra
feminina conduz somente a urina, enquanto, a masculina conduz tanto a urina quanto o sêmen.
# O termo períneo refere-se a todo o assoalho da pelve. O uso comum da palavra,
entretanto, é mais restrito.
# A maioria dos clínicos defini períneo como a área entre a abertura vaginal e o ânus.

Noções de Anatomia e Fisiologia do Aparelho Genital Feminino


# O aparelho genital feminino é formado por órgãos externos e internos.
# Os órgãos externos são constituídos:

Vulva: que é formada por grandes e pequenos lábios, clitóris, meato uretral, intróito vaginal,
períneo, glândulas de bhartolin.
Monte de Vênus: que é a região pubiana.
Hímem: é uma membrana que circunda o intróito vaginal e que se rompe durante a primeira
relação sexual.

Órgãos Genitais Internos


# ovários: são duas glândulas situadas, uma em cada lado do útero, na cavidade pélvica.
Função: amadurecer e expulsar a célula feminina chamada óvulo, e produzir os hormônios
estrogênio e progesterona.
# tubas uterinas: são dois canais ligados ao útero, em sua porção superior, cuja função é
conduzir o óvulo até o útero.
# Útero: é um órgão único, oco, dividido em duas partes, colo e corpo, situado entre os
ovários. Compete ao útero expulsar o feto na hora do parto através de contrações. O útero é
revestido internamente por um epitélio chamado endométrio, onde o ovo se fixa e desenvolve.
# vagina: é um canal que liga o útero ao exterior.
Suas funções são: Dar passagem ao fluxo menstrual;
Ser órgão da cópula;
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Dar passagem ao feto.

2. FISIOLOGIA DO CICLO MENSTRUAL


Conceitos:
Menstruação: é uma perda sanguínea, por via vaginal, que ocorre na mulher desde a
menarca até a menopausa. Caracterizam-se por ter um ciclo de (15 – 60) dias, mais frequentes
(25 – 32) dias, com a duração de 3 a 5 dias em média. A quantidade de sangue perdida varia
entre 100 a 150g.
Menarca: é a primeira menstruação.
Menacme: é o período da vida da mulher em que ela é fértil. Vai da menarca até a
menopausa.
Menopausa: é a ultima menstruação.
Climatério: fase que antecede a menopausa.
Amenorréia: significa a ausência da menstruação.
Eumenorréia: significa menstruação normal.
Hipermenorréia: significa menstruação abundante.
Oligomenorréia: significa menstruação escassa.
Metrorragia: hemorragia vaginal.

Ciclo menstrual
- Inicia no primeiro dia de uma menstruação e termina no primeiro dia da menstruação
seguinte.
- Sua duração que é de 25 a 32 dias, varia de mulher para mulher e, às vezes, numa
mesma mulher.

O ciclo menstrual ocorre por ação de quatro hormônios:


- 2 hipofisários: fsh – hormônio folículo estimulante
lh – hormônio luteinizante

- 2 ovarianos: estrogênio
progesterona

Apresenta duas fases distintas:


- 1º fase – proliferativa
- 2º fase – secretória

Fase proliferativa
# Vai do primeiro dia da menstruação até o dia da ovulação.
# É assim chamada, porque nesta fase ocorre um espessamento do endométrio (mucosa)
com multiplicação de camadas celulares, vasos sanguíneos e glândulas, preparando a cavidade
uterina a receber o produto da fecundação (ovo).
# Durante esta fase, a hipófise produz e lança na corrente circulatória o hormônio folículo
estimulante (fsh) que age no ovário provocando o amadurecimento do folículo de graaf que
contém o óvulo. Na medida em que vai amadurecendo, o folículo migra para a superfície externa
do ovário.
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- Estimulado pelo fsh, o ovário produz um hormônio chamado estrogênio, que age sobre o
endométrio, provocando sua modificação.
- Quando o endométrio está devidamente preparado, o folículo maduro e já na superfície
externa do ovário, a hipófise lança na corrente sanguínea o lh (hormônio luteinizante), que
provoca o rompimento do folículo e, portanto, liberação do óvulo.
- Este é captado pela tuba uterina e trazido para seu interior. A este fenômeno –
rompimento de folículo de graaf e liberação do óvulo – damos o nome de ovulação.

Fase secretória
- Vai do momento da ovulação até o primeiro dia da menstruação seguinte.
- Dura mais ou menos 14 dias.
- Nesta fase, temos a ação da progesterona, que é produzida pelo o corpo amarelo no local
do folículo de graaf e que tem por função manter o endométrio proliferado.
- Se não ocorrer a fecundação, o corpo amarelo vai regredindo e diminuindo a produção de
progesterona, até que esta se torna insuficiente para continuar nutrindo o endométrio.
- O endométrio então se desloca da cavidade uterina e se exterioriza através do canal
vaginal sob a forma de fluxo menstrual, ou seja, menstruação.

Fecundação
É a penetração do espermatozóide no óvulo, dando origem a uma nova vida.
- Ocorre sempre no terço distal da trompa, passando o óvulo fecundado a chamar-se ovo.
- Através de movimentos peristálticos e ciliares, a trompa leva o ovo até a cavidade uterina
num percurso que dura cerca de 5 dias.

Nidação
- É a fixação do ovo no endométrio.
- Caracteriza o início da gestação.

3. DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO E FETAL.

FASE OVULAR – 1 SEMANA


- Até o 3º mês denomina-se fase embrionária.
- Com o início do 4º mês inicia-se a fase fetal.

FASE EMBRIONÁRIA
- Após a fecundação, há a migração tubária. Em torno do 6º dia ocorre a nidação na parede
do útero.
- Entre o 6º e 7º dia há o início da formação da placenta.
- Entre o 18º a 20º dia há no embrião um esboço auditivo, início da inervação, esboço
cardíaco e primeiras ilhotas vasculares.
- Entre o 24º e 26º dia de gestação, o tubo digestivo e brotação dos membros.
- No 28º dia aparece óptico e circulação embrionária.
- No 31º dia, ocorre migração das primeiras células sexuais.
- No 33º dia, formação definitiva dos rins.
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- No 40º dia, há início da formação das mãos.
- No 45º dia, diferenciação genital das gônadas.
- No 50º dia, quatro cavidades cardíacas.
- No 56º dia, dedos separados.

FASE FETAL
- Os vários órgãos e tecidos do feto não crescem em ritmo idêntico, não alcançam, ao
mesmo tempo, o mesmo grau de maturação. O feto a termo possui aparelho digestório,
respiratório, circulatório e urinário se encontram praticamente prontos para a vida extra-uterina,
enquanto os tecidos nervosos e ósseos, nessa fase, são imaturos e seu aperfeiçoamento
prossegue por muito tempo, após o nascimento.

CRESCIMENTO FETAL
- A exemplo da vida extra-uterina o índice de crescimento do feto é variável, mas pode-se ter
por base a seguinte tabela.
2º mês 07 cm
4º mês 16 cm
6º mês 32 cm
8º mês 45 cm
9º mês 50 cm
PESO
- Sofre maior variação individual do que o crescimento.
2º mês 04g
4º mês 120g
6º mês 700g
8º mês 2.200g
9º mês 3.300g

OSSIFICAÇÃO
- Os centros de ossificação fetal começam a aparecer em torno da 7º semana e se
completam em torno da 36º semana de gestação.

APARELHO CIRCULATÓRIO
- O coração inicia seu desenvolvimento na 3º semana após a concepção e no fim da 4º
semana tem contrações rápidas e irregulares, capazes de mover o sangue no interior dos vasos.
- Os batimentos cardíacos são audíveis ao fim da primeira metade da gestação e o coração
apresenta em média 140 batimentos por minuto.

APARELHO RESPIRATÓRIO
- O desenvolvimento embrionário do pulmão começa em torno do 24º dia de concepção.
- A dilatação dos alvéolos na hora do parto é atribuído ao desenvolvimento de uma pressão
negativa intratorácica que permite a inspiração do ar.

APARELHO DIGESTÓRIO
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- No 3º mês de gestação, o feto já possui estômago e intestinos formados, embora
rudimentares.
- Os movimentos intestinais aparecem no 5º mês. Existe bile na vesícula ao 4º mês e
enzimas pancreáticas como lipase e tripsina, entre o 4º e 5º mês. O mecônio é encontrado no
intestino do feto entre o 4º e 5º mês e são formados de células epiteliais, pêlos deglutidos com o
líquido amniótico, células descamadas dos aparelhos digestório e genito-urinário, verniz caseoso,
bile e enzimas.

APARELHO GENITAL
- Sua forma diferenciada estabelece-se na 12º semana.

LANUGEM, CABELOS E VERNIZ CASEOSO


-Surgem a partir da 20º semana.

TECIDO GORDUROSO
- Desenvolve-se rapidamente durante 6º a 8º últimas semanas.

ANEXOS DO EMBRIÃO E FETO


-Placenta, membranas, líquido amniótico e cordão umbilical
- A placenta é o órgão responsável pelas trocas entre o concepto, composta por duas faces,
a materna e a fetal.
- A que fica em contato com o útero é chamada face materna. A face fatal é a que entra em
contato com o líquido amniótico e o feto.
- Inserido na placenta temos o cordão umbilical que se une ao feto. Ele é formado por duas
artérias e uma veia que são revestidas por uma substância denominada geléia de Warton. Mede
em torno de 60 cm.
- O feto esta envolvido por um líquido chamado amniótico o qual está contido por duas
membranas chamadas âmnio (a interna) e córion (a externa). Rompem-se espontaneamente ou
artificialmente durante o trabalho de parto.
- Encontramos nele células de descamação do feto, lanugem e verniz caseoso. Sua função
é permitir a movimentação do feto, protegê-lo de traumas externos, lubrificar o canal do parto e
nutrir o feto. A partir da deglutição deste líquido forma-se mecônio.
- O líquido amniótico é claro, com grumos e odor particular. Seu volume vai até 1000 ml.
Caso esteja sanguinolento, esverdeado ou castanho é sinal de alarme. Através de exame
próprio é possível diagnosticar a idade do feto. Para isso se efetua, quando necessário, a
amniocentese.

4. GRAVIDEZ

MODIFICAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO


• ÚTERO - O útero não gravídico, que mede 7 cm de comprimento, atinge durante a
gravidez, até 35 cm e seu peso que normalmente é de 100 a 150 gramas, chega a atingir
de 1000 a 1500 gramas.

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• No primeiro trimestre ocorre espessamento das paredes uterinas que atingem o auge no 4º
mês de gestação.
• Durante o 2º mês torna-se acessível à palpação abdominal e vai ocupando, aos poucos,
toda a cavidade abdominal. Há uma modificação na consistência, no sentido de um
amolecimento.
• O colo de primípara, ou seja, na mulher que deu a luz o primeiro, é longo e fechado.
• O colo de multípara, em forma de fenda, ou seja, na mulher que já teve vários partos, é
encurtado e com pequena dilatação do orifício cervical externo.
• TAMPÃO MUCOSO – É um muco abundante e espesso que protege a cavidade do útero e
o feto contra a ascensão de germes vaginais.
• VAGINA – Apresenta coloração mais escura e espessamento de sua mucosa por
influencia hormonal, podendo ocorrer varizes vulvares.
• MAMAS – Apresentam aumento de volume e sensibilidade, hiperpigmentação da auréola
primária, Rede de Haller, Tubérculos de Montgomery e estrias.
• ROSTO – Apresenta hiperpigmentação (cloasma gravídico) e lanugem.
• ABDOME – Linha Alba se transforma em Linha Nigra, há planificação do umbigo, estrias e
aumento de volume.
• MEMBROS INFERIORES – Apresentam edemas, varizes, câimbras.
• POSTURA – Lordose e modificação na marcha (andar anseriano).
• APARELHO DIGESTÓRIO – Apresenta náuseas e vômitos matinais, pirose. Eliminações –
Constipação intestinal, hemorróidas, polaquiúria.
• PSIQUISMO – Irritabilidade, sonolência, alteração do humor.

Diagnóstico de Gravidez
• O diagnóstico de gravidez pode ser feito através de métodos clínicos, laboratoriais e ultra-
sonografia.
• Os métodos clínicos afastam ou confirmam os sinais e sintomas prováveis ou de certeza
de gravidez.

SINAIS PRESUMÍVEIS:
# Parada de menstruação (amenorréia);
# náuseas, vômitos matutinos, ptialismo, aumento ou diminuição de apetite, odontalgias;
# Aversão por odores (cigarros, perfumes, alimentos);
# Lipotímia, dispnéia, taquicardia;
# Nictúria, polaquiúria;
# Sonolência, alteração do psiquismo;
# Cloasma gravídico na face;
# Colostro, auréola secundária, Tubérculos de Montgomery, Rede venosa de Haller na
glândula mamária, aumento das mamas;
# Pigmentação de Linha Alba, estrias recentes, aumento do volume no abdome;
# Aparecimento ou aumento de varizes nos membros inferiores;
# Modificações da forma e consistência do útero, podendo ser percebido pelo toque.

SINAIS DE CERTEZA DE GRAVIDEZ


- Palpação de partes fetais;
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- Percepção de movimentos ativos do feto;
- Ausculta dos batimentos cárdio-fetais;
- Confirmação pelos diagnósticos laboratoriais.
Diagnósticos laboratoriais – atualmente através de:
- Reações imunológicas
- Reações biológicas

# ULTRASONOGRAFIA – É a emissão de ondas sonoras de freqüência elevada que vão


aos tecidos, são refletidas e recebidas no aparelho sob a forma de pontos luminosos ou sonoros.
É registrado em um gráfico próprio.

VANTAGENS – Permite observar todas as estruturas do útero gravídico, líquido amniótico,


placenta, feto e calcular a idade gestacional. É inócua para a mãe e concepto.

Pré-Natal
• A assistência pré-natal consiste em consultas periódicas onde são realizados exames
físicos e laboratoriais sempre que necessários e aplicação da vacina antitetânica.
• O Auxiliar de enfermagem deve conhecer os pontos importantes do exame físico e alguns
sintomas de complicação mais evidentes para encaminhar a gestante ao atendimento
adequado.

EXAME FÍSICO

# CONTROLE DE PESO – É importante verificar sempre o peso inicial da gestante para


comparação posterior.
É ideal até o final da gestação um aumento de 6 kg para o útero, placenta, feto, líquido
amniótico mais 5% do peso inicial embebição gravídica.
Uma paciente com 60 kg iniciais de gestação deve até o final aumentar 9 quilos. No
primeiro trimestre pode aumentar 2 kg (150g/semana); no segundo trimestre até 4 kg
(350g/semana), no terceiro trimestre, até 3 kg (250g/semana). O controle ponderal deve ser feito
em todas as consultas. O aumento excessivo pode ser ocasionado por erros alimentares da
gestante ou presença de edema.

EXAME FÍSICO – PRÉ-NATAL

CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL


Deve ser realizado em todas as consultas e assim como o peso, é de grande importância
verificar a pressão arterial desde o início da gravidez para comparação.
Admiti-se como limite de normalidade até 140/90 mmHg ou que a elevação da pressão
arterial anterior não ultrapasse 30mmHg de sistólica (máxima) e 15mmHg de diastólica (mínima).

# AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL


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Observar:
- Aspecto da mucosa oral e palpebral que deve ser íntegra, corada, úmida.
- Pele – deve estar íntegra, hidratada podendo apresentar estrias e hiperpigmentação
(cloasma);
- Dentes – se estão presentes e íntegros;
- Identificação de possíveis sinais patológicos;

# AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – PRÉ-NATAL


- Edema;
- Presença de varizes nos membros inferiores;
- Presença de varizes vulvares;
- Presença de hemorróidas

EXAME OBSTETRICO
- Medida de circunferência máxima passando a fita métrica sobre a cicatriz umbilical;
- Altura uterina – Com fita métrica mede-se a partir da sínfise pubiana até o fundo do útero;
- Palpação do abdome da gestante, para sentir as partes fetais;
- Ausculta de batimentos cardio fetais com estetoscópio de pinard ou sonar Doppler.

EXAMES LABORATORIAIS DE ROTINA NO PRÉ-NATAL


• Hemograma
• Glicemia
• VDRL
• Tipagem Sanguínea e fator Rh
• E.P.F
• E.A.S
• Toxoplasmose IgM e IgG
• Citomegalovirus IgM e IgG
• Rubéola IgM e IgG
• Anti HCV (Hepatite C)
• HbsAg (Hepatite B)
• Anti HIV 1 e 2.

Papel do Auxiliar de Enfermagem na Assistência Pré-Natal

# PRESTAR CUIDADOS DE ENFERMAGEM MEDIANTE:


* Recepção da cliente;
* Verificação de peso;
* Verificação de pressão arterial;
* Colocação da paciente na posição para exame;
* Permanecer ao lado da paciente prestando assistência psicológica;
*Orientar a paciente na pós-consulta sobre os exames pedidos, medicação prescrita,
retorno ou dúvida que surgirem;
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* Colaborar nos treinamentos a gestantes, orientando segundo os roteiros dados pela
enfermeira responsável pelo serviço.

NECESSIDADES ALIMENTARES
• Estudos realizados tem comprovado que é maior o número de abortamentos, partos
prematuros, complicações no parto e recém-nascidos com deficiências, quando a mãe tem
uma alimentação insuficiente.
• Vejamos a seguir alguns componentes importantes para a alimentação da gestante.

PROTEINAS
- São substâncias que fornecem materiais para formação, crescimento, e reparação dos
tecidos musculares, ósseo, nervoso, epitelial, sanguíneo, bem como, formação de hormônios e
enzimas.
- São alimentos ricos em proteínas: carnes em geral, peixe, camarão, bacalhau, ovos, leite,
iogurte, feijão de soja, lentilhas, ervilhas e gelatina em folhas.

SAIS MINERAIS
- O Cálcio: É importante para formação do esqueleto e dentes, dos tecidos em geral, no
funcionamento cardíaco, na coagulação do sangue.
- São alimentos ricos em cálcio: leite, iogurte, gema de ovo, peixe, camarão, acelga, agrião,
couve, grão de bico, feijão de soja, lentilha, mostarda em verduras e manga.

FÓSFORO
- Atua junto ao cálcio na formação dos ossos e células nervosas.
- Alimentos ricos em fósforo: carnes em geral, peixe cozido, bacalhau, gema de ovo,
presunto cozido, queijo, leite, milho verde, feijão preto, feijão de soja, grão de bico, lentilha,
couve-flor, ervilha, alho e chuchu.

FERRO
- É importante para a formação dos tecidos principalmente do sangue.
- Alimentos ricos em ferro: fígado de boi, carnes em geral, coração, rins, camarão seco,
ostra, feijão preto e soja, grão de bico, aspargo, couve, nabo e pêra.
- Nos últimos meses de gestação é necessário aumentar as dosagens de ferro, pois nem
todo o ferro da alimentação é assimilável e o feto armazena essa substância para compensar as
deficiências do leite materno.

IODO
- É importante no metabolismo da tireóide.
- Alimentos ricos em iodo: sal, pescado de água salgada e agrião.

POTÁSSIO
- Atua no equilíbrio hidro-eletrolítico, na atividade muscular principalmente no metabolismo
dos glicídios e síntese das proteínas.

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- Alimentos ricos em potássio: fígado, rins, língua, galinha, ovelha, peixes, camarão fresco,
feijão de soja, feijão preto, tomate, repolho, nabo, pepino, batata inglesa, beterraba, couve,
cenoura, espinafre, lentilha, pêssego, abacaxi, laranja e banana.

INGESTÃO DE VITAMINAS

VITAMINA A
- Mantém em bom estado as glândulas, pele, unhas, visão e atua no crescimento fetal.
- Alimentos ricos em vitamina A: fígado de boi, miolos, rins, manga, bergamota, caqui,
mamão, goiaba, couve, chicória, pimentão maduro, tomate, vagem, mostarda (verdura), abóbora,
pepino, acelga, agrião, cenoura, espinafre, alface, rabanete e margarina.

COMPLEXO B
- Atuam sobre o sistema nervoso, funções digestivas e cardíacas, na hematopoiese, no
crescimento e desenvolvimento fetal.
- Alimentos ricos em vitaminas do complexo B: fígado, coração, rins, carne em geral,
camarão, bacalhau, presunto, gema de ovo, leite, ervilhas, feijão preto e soja, lentilha, cogumelo,
enlatado, mostarda (verdura), arroz integral e farinha de trigo integral.

VITAMINA C
- Atua como elemento anti-infeccioso.
- Alimentos ricos em vitamina C: limão, laranja, nabo, espinafre, couve-flor, repolho, vagem,
mostarda em verdura, pimentão maduro e rabanete.

INGESTÃO DE ALIMENTOS

VITAMINA D
- Fundamental no metabolismo do cálcio e do fósforo.
- É formado pela ação dos raios solares sobre a pró-vitamina D.
- A exposição ao sol deve ser feita antes das 10:00 hs e após as 16:00 hs.
- Os alimentos são os mesmos que contêm cálcio e fósforo.

VITAMINA K
- Atua na coagulação do sangue.
- Alimentos ricos em vitamina K: vegetais verdes, tomate, frutas em geral, óleos vegetais,
carne de porco, gema de ovo.

HIDRATOS DE CARBONO:
- São elementos que dão energia e, por isso são necessários à vida, porém consumidos
em abundância, levam à obesidade.
- São eles: os doces em geral, farinhas, massas, pães, bolos, biscoitos, aveia, arroz, aipim,
batata, pipoca, banana e refrigerantes.

LÍPIDIOS (GORDURAS)

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- Além de favorecerem a obesidade, dificultam a digestão de outros alimentos ricos em
gorduras: carnes gordas, banha, toucinhos, óleos, nata, manteiga, maionese, laticínios, nozes,
castanhas, amendoim, cacau, abacate, pinhão e azeitonas.

Sugestões de alimentos que deveriam compor a alimentação diária da gestante:

• Ovo, queijo, leite – diariamente.


• Carne de porco – uma vez por semana.
• Peixe – se possível, duas vezes por semana.
• Frutas frescas e verduras da época devem ser comidas de preferência cruas, pois o calor e
a fervura destroem a vitamina c.
• São desaconselháveis as balas e os bombons, a não ser em pacientes cujo aumento de
peso é muito baixo, assim como as frituras e alimentos condimentados.
• Nos últimos meses, aumentar a ingestão de alimentos ricos em ferro.

Higiene Pessoal
ASSEIO CORPORAL – Durante a gravidez, como em todas as fases da vida, é
indispensável o banho diário e as demais medidas de higiene pessoal.

BANHO – Preferentemente de chuveiro.

DUCHAS VAGINAIS – São contra-indicadas, o ar injetado sob a pressão na vagina pode


causar embolia.

CUIDADOS DENTÁRIOS – É indispensável a higiene bucal com escovação dos dentes


após cada refeição e principalmente, antes de deitar.

VESTUÁRIO – Aconselha-se o uso de roupas amplas e folgadas, a partir do 4 mês a fim


de permitir a crescente e livre expansão do ventre. Ligas circulares são contra-indicadas por
dificultarem o retorno venoso e propiciarem o surgimento de varizes.

CALÇADO – Embora sem condenar formalmente o uso de sapatos de salto alto, deve-se
dar preferência aos de salto entre 3 a 4 cm.
CUIDADOS COM A PELE – O aparecimento de estrias no abdome, glúteos e mamas são
freqüentes, e ocasionadas pelo esticamento e rompimento das fibras elásticas da pele.

A melhor profilaxia é evitar o aumento do peso. Os cremes e hidratantes apenas evitam o


ressecamento da pele. A pigmentação da pele regride após o parto.

CUIDADOS COM AS MAMAS – As mamas se tornam mais sensíveis. Deve ser usado
sutiã; limpeza rigorosa, principalmente no mamilo onde pode haver presença de colostro.

MASSAGENS e EXERCÍCIOS nos mamilos preparando-os para a amamentação e


ginásticas apropriadas evitam o desconforto e diminuem as probabilidades de flacidez.

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Atividade Sexual
• Não há prova de que a atividade sexual seja causa de interrupção prematura de prenhez.
• O ritmo e o momento de interrompê-la é de decisão exclusiva do casal.
• Havendo, entretanto, ameaça ou abortamento de repetição cumpre evitá-la pelo menos
nos primeiros meses de gravidez.

OUTROS CUIDADOS

VIAGENS – Devem ser evitadas as viagens longas e cansativas. A viagem, nada tem de
nociva em si própria. Entretanto, pode influenciar nocivamente, de modo indireto, o curso da
prenhez, afastando a gestante da assistência médica competente em caso de emergência;
causando fadiga, tensão e ansiedade; interferência nos hábitos pessoais e na dieta e finalmente,
expondo a grávida a riscos de acidentes.

TRABALHO – Geralmente, deveria a grávida encerrar as atividades profissionais até a 36


semana. Corretamente, entretanto, adia enquanto pode, a fim de desfrutar o maior tempo possível
após o parto.
A gestante deve evitar grandes esforços físicos ou mentais e ambientes poluídos. A longa
permanência em pé, contribui para o aparecimento de varizes.

REPOUSO - Repouso noturno de 6 a 8 horas contínuas e 1 hora durante o dia.

5. ADMISSÃO DA PARTURIENTE E ASSISTÊNCIA DE


ENFERMAGEM

DADOS QUE INDICAM TRABALHO DE PARTO


• Apagamento do colo
• Dilatação do colo uterino
• Rompimento das membranas (córion e âmnio), nem sempre às vezes rompe por causa de
infecção (rutura alta) traumatismo e sem motivo aparente.
• Emissão do tampão mucoso
• Contrações uterinas (duas a cada dez minutos)

ADMISSÃO DA PARTURIENTE E ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

• Preenchimento da ficha de admissão, anotando cuidadosamente a hora do início das


contrações, frequência das mesmas. Hora da rutura das membranas, aspecto do líquido e
cor. Posição, situação e apresentação do feto. Número, ritmo e localização dos batimentos
cardíacos fetais.
• Preparação da paciente para o toque (posição e anti-sepsia vulvar). Anotar dilatação
cervical, altura e variedade de apresentação, apagamento do colo, dados sobre a bolsa
d`água, de acordo com as informações do examinador (médico ou enfermeira). Verificar
pressão arterial, pulso, temperatura, altura uterina e circunferência máxima do abdome.
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• TRICOTOMIA – Restringe-se à área perineal para partos normais e perineal-pubiana para
parto operatório.
• ENTEROCLISMA – (lavagem intestinal) – Faz-se em pacientes multíparas até 6 cm de
dilatação, primigestas até 8 cm de dilatação. Contra-indicado em período expulsivo, em
eclâmpsia, em apresentações anômalas, em partos prematuros e nas perdas sanguíneas e
em parturientes com bolsa rota.
• HIGIENIZAÇÃO DA PACIENTE – Quando o seu estado permitir, encaminhá-la para o
chuveiro.
• ALIMENTAÇÃO – Dependerá da evolução do trabalho de parto, sendo o jejum a melhor
maneira da paciente ficar preparada para qualquer emergência (cesárea).
• Encaminhar para a unidade de internação
• Orientar familiares.

CONTROLE DA EVOLUÇÃO DO TRABALHO DE PARTO

DINÂMICA UTERINA – Em uma técnica que consiste em colocar a mão espalmada sobre o
abdome, durante 10 minutos.
Coloca-se o número e a duração das contrações, considerando que no início da dilatação as
contrações são em número de 2 a 3 cm com duração de 30 segundos.

AUSCULTA DOS BATIMENTOS CÁRDIO-FETAIS – No início do trabalho de parto, as


auscultas são fetais mais espaçadas, diminuindo o intervalo de tempo entre uma ausculta e outra,
a medida que as contrações se tornam mais freqüentes e intensas, para detectar sofrimento fetal.

DEAMBULAÇÃO – Poderá locomover-se à vontade durante o período de dilatação até a


rotura das membranas.

Repouso em decúbito lateral esquerdo a fim de diminuir a compressão da veia cava


inferior, aorta abdominal e vasos ilíacos.

TOQUES – realiza-se o toque, afastando-se os pequenos lábios e introduzindo-se dedos


indicadores e médios untados em solução anti-séptica. Seu número deve ser reduzido ao mínimo,
sendo impossível ditar um limite.
BOLSA DÁGUA – Quando não houver rotura espontânea, faz-se a amniotomia com 8 para
9 cm de dilatação e apresentação fixa. A rotura é feita com amniótomo ou na ausência deste, um
ramo da pinça dente de rato. De preferência com a dilatação completa e cabeça fixa, para evitar
contaminação da cavidade e prolapso do cordão umbilical.

Evolução do Trabalho de Parto

AS FASES CLÍNICAS DO PARTO SÃO:


1ª fase: Dilatação
2ª fase: Expulsão
3ª fase: Dequitação

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DILATAÇÃO
- A dilatação do colo uterino ou canal cervical tem por finalidade aumentar-lhe o diâmetro
de modo que forme juntamente, com a vagina, o canal do parto.

1ª FASE: DILATAÇÃO

Abrange dois fenômenos, o apagamento do canal cervical e a dilatação.

- Na Primigesta dá-se primeiro o apagamento do colo e depois a dilatação, enquanto que


nas multíparas, é simultâneo.
- Este período se inicia com as contrações que começam a modificar a cervix e termina
com a dilatação completa, 10 cm.
- Terminada a dilatação, útero e vagina formam uma só cavidade.
- A rotura das membranas com o escoamento do líquido dá-se geralmente, em plena fase
de dilatação e como foi dito, pode ser espontâneo ou artificial, podendo ocorrer antes ou ao se
completar o segundo período.
- Quanto à localização, embora ocorra comumente central, no ponto abaulado, pode incidir
em zonas altas.
- A rotura atinge as duas membranas ao mesmo tempo, podendo atingir primeiro a externa
e depois, a interna ou vice-versa, raramente.

2ª FASE: EXPULSÃO

Inicia-se com a dilatação completa e termina com a expulsão do feto.

- Caracteriza-se pelo aumento das contrações, associadas à contractilidade do diafragma,


com um exercício expiratório violento.
- Graças a este esforço desce o bebê pelo canal do parto, a vulva se entreabre e dá
passagem ao feto.
- Flui a porção restante de líquido amniótico mesclado de sangue. O feto fica unido a mãe
pelo cordão umbilical até que se faça o pinçamento e realize o corte do cordão.
- O útero retrai-se ficando ao nível da cicatriz umbilical.
- A paciente passa por um período de euforia compensadora seguido de relaxamento,
embora persistam as contrações indolores.
- O pulso da paciente fica mais lento, a respiração calma, e às vezes, ocorrem calafrios que
perduram no pós-parto imediato.

3ª FASE: DEQUITAÇÃO

Delivramento, dequitação ou secundamento é o terceiro período do parto que começa


imediatamente após o nascimento da criança e termina com a expulsão da placenta e das
membranas.
- Inicia-se 5 a 10 minutos após a expulsão fetal.

EXISTEM DOIS MECANISMOS DE DESCOLAMENTO DA PLACENTA:


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# Central
# Marginal

O hematoma, alimentado pelos vasos rompidos, se difunde e acaba descolando a placenta


enquanto o útero se retrai.
# Quando a placenta está totalmente descolada, ela desliza para a vagina pelo orifício do
colo, ainda aberto.
# Greemberg ou Miotamponagem 2 horas após a saída da placenta: é o período mais
perigoso, por causa de hemorragias e falta de assistência médica.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PERÍODO DE DILATAÇÃO

• Manter higiene e conforto físico da paciente;


• Administrar água em pequena quantidade;
• Posicionar a paciente para exames;
• Manter a porta fechada durante a realização dos exames;
• Providenciar material necessário para amniotomia: comadres, luvas, amniótomo ou pinça
dente de rato.
• Dar apoio psicológico para a parturiente, orientando-a quanto à respiração;
• Controlar dinâmica e foco fetal;
• Administrar soro e medicação sempre que prescritos;
• Acompanhá-las ao banheiro, sempre que necessário;
• Levar a paciente para a sala de parto;
• Controlar Pressão Arterial e Temperatura;
• Observar perdas líquidas dos genitais (líquido amniótico, sangue);
• Observar psiquismo e comportamento da paciente.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PERÍODO EXPULSIVO

• Controlar os batimentos cardio-fetais;


• Controlar dinâmica uterina;
• Colocar a parturiente na mesa e posicioná-la para o parto (posição de litotomia);
• Abrir a bandeja de parto e completá-la com o material necessário;
• Ajudar a médica ou a enfermeira a vestir o avental;
• Permanecer ao lado da parturiente orientando-a nos momentos de fazer força;
• Pegar o bebê logo que nascer e levá-lo para o local mais adequado para realizar os
primeiros cuidados (berço aquecido ou incubadora);
• Identificar o recém-nascido no Serviço Pediátrico;
• Controlar os SSVV;
• Observar estado psicológico da paciente – agitação, queixa de dor...
• A anestesia locorregional – após o bloqueio locorregional é conveniente empregar
analgesia durante o primeiro período, para fazer elevar o limiar da dor.
• A seguir procede-se o bloqueio troncolar do nervo, pudendo interno na extremidade da
espinha ciática; antes da introdução da agulha, é o local meticulosamente reparado pelo

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indicador, colocado na vagina, só então faz-se a deposição de 10 ml do anestésico,
procede-se identicamente ao lado oposto.

A EPISIOTOMIA

• A proteção do períneo, a passagem do feto pelo anel vulvoperineal será raramente


possível sem lesar a integridade dos tecidos maternos, com lacerações e roturas das
mais variadas, a condicionarem frouxidão irreversível do assoalho pélvico.
• O momento adequado para a execução da episiotomia se dará início antes que
apresentação esteja a distender, acentuadamente, o períneo efetuadas de dentro
para fora.

Após o nascimento do pólo cefálico, busca-se a circulares do cordão que, presentes, serão
desfeitas ou seccionadas.

• Ultimada a rotação externa da cabeça, o parteiro apreende com ambas as mãos a


apresentação, traciona para baixo com objetivo de liberar ombro anterior depois para
cima, auxiliando a saída do posterior.
• Durante a expulsão do ombro anterior, ou logo que for possível, eis o momento
adequado para a injeção intra-venosa de metilergonovina ou 10 u.i. de ocitocina, com
o que consegue reduzir as perdas sangüíneas no quarto período e no puerpério
apressando a dequitação.

REVISÃO DA VAGINA E DO COLO

• Ausência de hemorragia ou rotura de extensão considerável, fazer a síntese.

EPISIORRAFIA

• A sutura principia pelo ângulo superior da ferida, na vagina.


• Usa-se pontos separados de categute número 00 cromado, na mucosa vaginal no plano
muscular, e no tecido conjuntivo difuso.
• E a pele é aproximada por pontos simples, do mesmo fio, que se soltam espontaneamente
em alguns dias.

DELIVRAMENTO, DEQUITAÇÃO OU SECUNDAMENTO.

• É o terceiro período do parto, se caracteriza pelo descolamento, dequitação, pela descida e


pela expulsão ou desprendimento da placenta e de suas partes para fora das vias vaginais.

SÃO TRÊS TEMPOS FUNDAMENTAIS


Descolamento | Descida | Expulsão

DESCOLAMENTO – decorre da retração do músculo uterino.

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DESCIDA – as contrações uterinas que não cessam, e a possível ação da gravidade
condicionam a migração da placenta, percorre a cérvice e cai na vagina.

EXPULSÃO – OU DESPRENDIMENTO – no canal vaginal a placenta provoca nova


sensação de puxo, determinando esforço abdominais, responsável pela expulsão do órgão para o
exterior.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA DEQUITAÇÃO

• Aplicar 1 ml de Methergin IM logo após a saída da placenta;


• Proceder a assepsia da região genital da paciente;
• Examinar a placenta para constatação que não sobraram restos de membranas e
placentários e de cotilédones;
• Controle rigoroso de sangramento via vaginal;
• Tirar a paciente da posição e passa - lá para a maca e aquecê-la;
• Deixar a puérpera limpa e seca;
• Controlar SSVV e encaminhar a paciente para o quarto ou enfermaria;
• Controle de retração uterina – consistência e sangramento;
• Controle de gotejamento do soro se estiver com este.

EXERCÍCIO PREPARATÓRIOS PARA O PARTO

• O preparo físico e psíquico da gestante é de grande importância para o êxito do parto.


• É necessário uma ativa participação da futura mamãe no período da gravidez, para que o
nascimento se dê nas melhores condições possíveis, sem sofrimento para a mãe e para o
nenê.
• Por isso, aqui alguns exercícios básicos que você, futura mamãe, deverá fazer com
regularidade e aplicação, e que lhe serão de muita utilidade no sublime momento do parto.

HORÁRIO

• # Não há horário determinado para a sessão de ginástica.


• # Aconselha-se, porém, o horário da manhã, ou da noite, antes do banho.
• # A ginástica deve ser realizada 3 a 4 horas após as refeições principais.

FREQÜÊNCIA

• # Os exercícios devem ser feitos de maneira suportável, aumentando-se pouco a pouco o


número de vezes.

EXERCÍCIO PARA O PERÍODO DE DILATAÇÃO

RELAXAMENTO – Você precisa aprender a praticar o relaxamento muscular, que é o


estado máximo de repouso em que se encontram os músculos.

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A finalidade do relaxamento é suprimir o estado de tensão muscular e levar maior dose de
oxigênio ao neném, principalmente na fase de dilatação do parto.

Siga as etapas, para relaxar:

a) Prepare um ambiente para o relaxamento e retire tudo que aperte seu corpo.
b) Deite-se de lado, com as pernas semi-flexionadas e livres.
c) Solte todo o corpo e despreocupe-se de tudo, permanecendo assim por 5 minutos.

RESPIRAÇÃO ABDOMINAL

• A respiração deve ser feita durante a fase de dilatação do colo uterino (desde o início das
contrações até cerca de 7 ou 8 cm de dilatação).

a) Inspire pelo nariz lenta e profundamente, distendendo a parede abdominal.


b) Expire pela boca, também lentamente.
c) Este exercício deve ser feito na posição lateral, como para o relaxamento. Faça-o por
cerca 10 vezes.

Cachorrinho Cansado

• É a respiração rápida e entrecortada, como a de um cachorro com sede.


• Deve ser feita no final da dilatação do colo (após 7 a 8 cm).
• Quando as contrações estiverem mais intensas e com intervalos mais curtos.

a) Entreaberta a boca e comece a respiração rápida, movimentando mais a caixa torácica.


b) Deixe que o ar penetre pelo o nariz e boca, não forçando a respiração para não se
cansar. Esta respiração deve ser feita também na posição lateral e há necessidade de muita
cooperação sua.

Exercícios para o período de expulsão

• Relaxamento do Períneo – É o preparo do trajeto muscular por onde vai passar o


neném.

a) Sente-se e junte as duas plantas dos pés.


b) Empurre os joelhos em direção ao chão, com o auxílio dos cotovelos, e vá curvando-se
para a frente.
c) Faça esses exercícios cerca de 10 vezes.

Fortalecimento Muscular

• É o preparo da musculatura abdominal, de muita importância no período expulsivo.


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a) Apóie-se sobre os joelhos e mãos , eleve a coluna, e ao mesmo tempo flexione a cabeça
para baixo.
b) Ainda na mesma posição, abaixe a coluna e eleve a cabeça, tentando olhar para o teto.
c) Faça isso 10 vezes.

“Respiração do Bloqueio”

• Será utilizada no período expulsivo:

a) Encha o peito de ar o maior tempo possível.


b) Levante a cabeça para ver seu nenê nascer.
c) Puxe os joelhos para trás e faça uma força “comprida”, e concentrada da cintura para
baixo.
# O seu nenê nascerá mais rapidamente e com menos sofrimento se você ajudá-lo a nascer.
# E isso só pode ser conseguido se você se preparar corretamente.

6. PUERPÉRIO
Introdução
É O PERÍODO QUE TRANSCORRE DESDE A DEQUITAÇÃO ATÉ O RETORNO AO
NORMAL DE TODAS AS MODIFICAÇÕES ORGÂNICAS.

Podemos dividi-los em:


# Puerpério Imediato: Primeiras 24 horas pós-parto.
# Puerpério Mediato: do 1º dia ao 10º dia
# Puerpério Tardio: do 10º dia ao 42º dia.
# Puerpério Remoto: a partir do 43º dia.

LÓQUIOS
• Com o nome de lóquios designa-se o fluxo sangüíneo que se escoa pelo trato genital nos
primeiros dias do puerpério.
• São quase completamente sangüíneos até o 3° dia, contendo mesmo pequeno coágulos;
tornam-se, a seguir, mais claros.
• Gradualmente, a proporção de sangue vai diminuindo, a cor mudando do vermelho para
marrom-amarelado e finalmente, para o amarelo.
• Em torno do 20º dia, tornam-se serosos e esbranquiçados, desaparecendo por fim.
• O cheiro dos lóquios é semelhante ao cheiro do sangue menstrual.
• A modificação de cheiro para fétido, é quase sempre sinal de infecção.

ÚTERO
• A involução uterina é rápida nos primeiros dias e mais lenta nos dias seguintes.

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• No puerpério imediato há formação do globo de segurança que tampona os vasos
sangrantes, com duração de poucas horas.
• O volume uterino regride diariamente.
• No primeiro dia, pós-parto, atinge a altura do umbigo.
• No final da primeira semana, o fundo uterino encontra-se cerca de cinco dedos horizontais
acima da sínfise púbica.
• Por volta do 12º ou 14º dia, torna-se novamente pélvico.
OBS: No mínimo 30 min. por dia a puérpera deverá ficar em decúbito ventral, para evitar
retroversão uterina.

VAGINA
• São marcantes as alterações involutivas da vagina.
• Logo após o parto a mucosa vaginal apresenta-se com a coloração arroxeada,
característica da gravidez, podendo apresentar algumas soluções de continuidade de origem
traumática, com perda de pequena quantidade de sangue.
• Volta à sua estrutura normal em 3 semanas.

MAMAS
• Depois do parto, durante dois ou três dias, a mama produz um líquido amarelo viscoso
denominado colostro.
• Este, em quantidade pequena, é pobre em calorias, lípidios e glicídios e muito rico em
proteínas e anticorpos.
• Por esta razão o recém-nascido normal pede 10% do seu peso até 5 dias – recuperando-o
até o 10 dia.
• Durante a amamentação, as glândulas mamárias aumentam de volume não só pela
proliferação dos ácinos e ductos, também pelo acúmulo de leite.
• As mamas necessitam de particular asseio.
• Os mamilos e a auréola devem ser lavadas, durante o banho, com sabonete neutro.
• No 3° dia do parto, dá-se a apojadura com desconforto considerável à paciente. Ficam as
mamas ingurgitadas e dolorosas.
• Consegue-se alívio, aplicando-lhes compressas quentes e úmidas e administrando
ocitocina, pela via nasal, que provoca a saída do leite e ameniza a congestão.
• Durante todo o período de aleitamento, devem as mamas ser mantidas bem elevadas pelo
sutiã para evitar acotovelamentos vasculares e empedramento.

CAUSAS DA PERDA DO PESO DO RN


# Eliminação do mecônio;
# Urina;
# Alimenta-se pouco (dorme muito);
# Perdas metabólicas.

INTESTINO
• Nos primeiros dias do puerpério, habitualmente há uma constipação intestinal.
• Recomenda-se dieta rica em fibras, bastante líquido e deambulação precoce.

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• Intestino foi esvaziado pela lavagem intestinal e não contém bolo fecal, paciente com
pouca movimentação e alimenta-se pouco no primeiro dia.

VOLTA DA MENSTRUAÇÃO
• Por volta dos 45 dias (pós-parto) há tendência a restabelecer os ciclos menstruais normais.
• Se a mulher continua a amamentar, a infertilidade poderá se prolongar.
OBS: O FATO DE ESTAR AMAMENTANDO NÃO SIGNIFICA QUE NÃO HÁ RISCOS DE
UMA NOVA GRAVIDEZ.

DIETA
• Durante a amamentação devem ser evitadas as bebidas alcoólicas e alimentos muito
condimentados os quais são prejudiciais ao lactente.
• Nas primeiras horas pós-parto ingerir bastante líquido.
• Os alimentos devem conter muitos resíduos a fim de melhorar a função intestinal.
• Orientar a puérpera que poderá se alimentar normalmente.

DEAMBULAÇÃO
• Desde as primeiras horas é aconselhável à paciente a mobilização ativa no leito.
• O levantar deverá ser precoce, entre 6 a 8 horas.
• Estas medidas, visam principalmente a prevenção da doença tromboembólica, bem como,
mais rápida mobilização da função vesical e intestinal.
• O escoamento dos lóquios, facilitado pela mais rápida retomada da postura vertical.
• Como medida higieno-social todas as mulheres devem ser aconselhadas à prática de
exercícios não só no período do puerpério tardio, como nos meses que se seguem.
• Conseguem-se assim, a mais completa e rápida recuperação funcional dos grupos
musculares e ligamentares que mais foram solicitados pelo processo de parturição.
• Sendo assim, a mulher deve reassumir o mais brevemente possível, seus afazeres
habituais visando vantagens, tanto orgânica como sócio-econômicas.

PERÍNEO
• Rapidamente a musculatura perineal se retrai, o que lhe confere certo tônus, estreitando-se
novamente a luz vaginal e do vestíbulo.
• De grande importância para o futuro psicológico da mulher, é a involução da musculatura
pelviana, perineal e dos órgãos genitais internos.
• Nos primeiros dias, os cuidados resumem-se na rigorosa higiene local.
• Para tanto, duas a três vezes por dia e tantas quantas a puérpera urinar ou defecar, é feita
a limpeza externa aplicando antisséptico, quando houver episiorrafia e laceração.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PUERPÉRIO NORMAL


• Controle dos SSVV;
• Observar os lóquios: cor, cheiro e quantidade;
• Observar as mamas e incentivar o aleitamento;
• Incentivar a deambulação 6 horas após o parto normal e cesárea, tão logo se restabeleça
da anestesia;
• Estimular a micção;
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• Observar e fazer curativos do períneo e ou incisão cirúrgica;
• Observar a involução uterina;
• Muito importante no puerpério observar se a paciente urinou, a bexiga cheia desloca o
útero à direita, aumentando sua altura acima da cicatriz umbilical, ocasionando sangramento;
• Banho 6 horas após o parto;
• Administração dos medicamentos prescritos;
• Orientar sobre medidas de saúde a serem adotadas ao longo do puerpério;
• Orientar para a alta.

Complicações no Puerpério

AS COMPLICAÇÕES QUE PODEM OCORRER COM MAIOR FREQÜÊNCIA NO


PUERPÉRIO SÃO:
• Hemorragias puerperais;
• Infecções puerperais;
• Rachaduras e fissuras no mamilo;
• Mastites;
• Flebites;
• Hematomas vulvares;
• Deiscência de sutura;
• Psicose puerperal.

Hemorragia Puerperais
# Podem ocorrer após o parto ou no decorrer de alguns dias.
# São perdas sangüíneas que por vezes tornam-se graves.

As causas mais comuns são:


• Retenção de restos placentários: os restos da placenta e das membranas que podem
permanecer após a dequitação, representam a causa mais comum das hemorragias puerperais;
deve ser avaliada pelo obstetra e provavelmente fará curetagem.
• Hipotonia uterina: principalmente em multíparas, o útero contrai, porém relaxa, não
comprimindo os vasos sangüíneos que formam o globo de pinard do útero, continuam sangrando
nas áreas onde descolou a placenta. Isso no puerpério imediato e 4º fase de parto.

Hemorragias Puerperais
• Atonia: útero não contrai;
• Cuidados de Enfermagem;
• Controle do sangramento;
• Controle de SSVV;
• Massagem do útero;
• Administração de medicamentos prescritos;
• Manter veia com soro fisiológico.

Infecção Puerperal
# É considerada aquela que se origina no aparelho genital, decorrendo de parto recente.
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# Em geral ocorre nas lacerações ou feridas do canal de parto ou zona de implantação da
placenta, podendo comprometer todo o aparelho genital e organismo materno.

SINTOMAS:
• Temperatura superior a 38C, principalmente;
• Lóquios fétidos;
• Dor.

CAUSAS:
# Pode ser causada pela falta de assepsia das pessoas que lidam com a paciente e do
material (luvas, instrumental); de infecções existentes nas vias genitais externas ou provêm de
qualquer foco de infecção: dentes, garganta, furúnculos.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Administração de medicamentos prescritos;
 Orientar, quanto à higiene perineal;
 Utilizar técnicas assépticas ao prestar cuidados;
 Prestar assistência à paciente no transcorrer da curetagem.

Rachaduras e Fissuras do Mamilo


# As feridas superficiais denominam-se rachaduras e as profundas fissuras são observadas
freqüentemente nos primeiros dias de lactação.
# São ocasionadas pela sucção do lactente e ocorrem com maior frequência nas
primiparturientes, nos casos de mamilo umbilicado, plano, grande e quando existem más
condições higiênicas e a falta de preparo do mamilo (massagens e raios de sol), a partir do 7°
mês de gravidez.
# A paciente sente dor espontânea, ao roçar das vestes e principalmente na hora da
mamada.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
• Incentivar a continuidade da amamentação;
• Expor a mama ao sol;
• Massagear o seio no sentido horário, lubrificando o mamilo e a aréola com o próprio leite;
• Esgotar manualmente a mama;
• Lavar bem as mamas no banho de chuveiro.

Mastites
# São processos inflamatórios das mamas.
# Tem maior facilidade para adquiri-la, a puérpera que possui lesões mamilares, e /ou
prática erros de amamentação, e de higiene.
# Desde que a mama se encontra ingurgitada até a comprovação de mastite, deve ficar
elevada com sutiã adequado, pode fazer uso de analgésicos, antibióticos e compressas quentes.
# A amamentação deve ser suspensa, se necessário. Quando houver abscesso mamário,
este será tratado convenientemente.
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Cuidados de Enfermagem
# Em casos de mastite sem abscessos:
• Não suspender a amamentação;
• Aumentar o número de mamadas;
• Limpeza com algodão e água morna;
• Compressas quentes e úmidas das mamas;
• fazer ordenha manual;
• Lâmpada infra-vermelha.

Flebites
# É a inflamação das paredes dos vasos.
# Para a sua prevenção e de outras complicações circulatórias a paciente deve sair do leito,
se o parto for normal, nas primeiras 6 ou 8 horas de puerpério.

Cuidados de Enfermagem
• Mobilização ativa dos membros inferiores no leito;
• Incentivar deambulação precoce;
• Incentivar uso de meias elásticas (meia-calça).

Hematomas Vulvares
# Quando são realizadas as episiotomias, após sua reparação, pode ocorrer que um vaso
fique sangrando dentro da ferida suturada, causando um hematoma.
# A paciente recebe analgésicos e antibióticos e a sutura deve ser reaberta para que se faça
a hemostasia do vaso.

Cuidados de Enfermagem:
• Administrar os medicamentos prescritos;
• Observar e fazer o curativo de episiorrafia.

Deiscência de Sutura de Episiotomia


# É a conseqüência de instalação de microorganismos na episiorrafia.
# É tratada com curativo locais, antibióticos e analgésicos.
Cuidados de Enfermagem:
• Orientar quanto à higiene;
• Evitar o excesso de esforço físico;
• Fazer curativo;
• Administrar medicamentos prescritos;
• Pode-se fazer irradiação com lâmpada infra-vermelha.

CONTRACEPÇÃO NO PUERPÉRIO

1. Lactação e Amenorréia como método (LAM)


 Este método necessita de amamentação exclusiva a livre demanda, até os seis meses do
parto e ausência de menstruação neste período.
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 Obedecidas estas exigências, a efetividade é de 98% para evitar uma nova gravidez.
 Esta prática reforça nas mulheres a importância do aleitamento exclusivo, contribuindo
para a melhoria da saúde das crianças.

2. Métodos de Barreira
 A utilização do preservativo masculino em todas as relações sexuais evita não somente
uma nova gravidez, como protege a mulher de contrair uma DST.
 No puerpério recomenda-se a utilização do preservativo lubrificado, para evitar o
desconforto ocasionado pelo ressecamento da mucosa vaginal.
 A utilização do preservativo feminino deve ser encorajada, apesar dos custos mais
elevados quando comparados ao masculino.
 A utilização do diafragma deve ocorrer após seis semanas do parto, pois a partir deste
período pode-se escolher o tamanho mais adequado.

3. Dispositivo Intra-Uterino (DIU)


 O DIU pode ser inserido logo após a eliminação da placenta, tanto no parto normal como
na cesárea.
 Quando sua introdução é feita nesta ocasião, as mulheres referem diminuição do
sangramento e das cólicas.
 Quando não inserido dentro das 48 horas pós-parto, recomenda-se inseri-lo apenas na
sexta semana pós-parto, independente do retorno da menstruação.

4. Esterilização Feminina
 Quando previamente discutido com o casal e dentro das condições em que a lei permite,
esta prática contraceptiva pode ser efetuada logo após o parto normal, através da
laqueadura tubária realizada por uma minilaparotomia, de preferência até 72 horas do parto,
ou durante a cesárea se esta for a via do parto.
 Não é norma aceitável a discussão sobre este método quando do momento do parto.
 O recomendado é que haja uma apresentação de todos os métodos disponíveis e que o
casal tome a decisão fora do ciclo grávido-puerperal, pela irreversibilidade do método.
5. Vasectomia
 Devem-se ter as mesmas precauções com a utilização deste método que as
providenciadas na laqueadura tubárea, principalmente no ciclo grávido-puerperal.
 Por ser de menor custo e de mais simplicidade, pode ser feita no ambulatório.
 Deve ser mais divulgada e encorajada sua escolha, pelas vantagens que tem e por
preservar a mulher de procedimentos invasivos.

6. Métodos Hormonais (Progestogênios)


 A utilização da minipílula deve ser iniciada após a sexta semana do parto (45 dias), e seu
uso é contínuo.
 Quando associada a amamentação, tem sua eficácia aumentada.
 Deve ser substituído por outro método quando ocorrer o retorno da menstruação.
 Os injetáveis (bimensais) também podem ser empregados, embora também mais
utilizados após as seis semana do parto.
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7. Métodos comportamentais
 Envolve vários métodos, incluindo o coito interrompido, a abstinência sexual, e o de
tabela.
 O método de tabela, é mais difícil a utilização, pois, neste período ainda não aconteceu o
retorno à função ovariana normal.

8. Anticoncepcional Oral Combinado


 Está contra-indicado o uso de anticoncepcionais orais combinados nas mulheres que
estão amamentando, pois o componente estrogênico interfere com a produção do leite.
 Evidentemente esta contra-indicação deixa de existir se, por qualquer motivo, o
aleitamento materno não estiver sendo praticado.

7. ALEITAMENTO MATERNO (Lactação)


• São inúmeros os benefícios que a prática do aleitamento materno oferece tanto para o
crescimento e desenvolvimento de lactentes, como para a mãe, criança e família, do ponto de
vista biológico e psicossocial.
• Atualmente, o aleitamento materno exclusivo é recomendado por um período de seis
meses.
• A partir dos seis meses, a criança deve receber alimentos complementares, estendendo a
amamentação por pelo menos dois anos, desde que a mãe e a criança o desejem.
• O desejo materno de amamentar ou não deve ser compreendido e respeitado.
• Apesar dos benefícios do aleitamento, deve-se aceitar a escolha, informada e consciente,
da mãe pela não amamentação.
• O direito da mulher de amamentar deve ser apoiado, especialmente quando ela tem um
trabalho remunerado e precisa conhecer a legislação trabalhista que protege a maternidade.
• Conhecer os aspectos relacionados à prática do aleitamento materno é fator fundamental,
no sentido de colaborar para que a mãe e criança possam vivenciar a amamentação de forma
efetiva e tranqüila, recebendo do profissional as orientações necessárias e adequadas para o seu
êxito.
• Pensando que a mulher passa por longo período de gestação até que possa
concretamente amamentar seu filho, entende-se que o preparo para a amamentação deva ser
iniciado ainda no período de gravidez.
• É importante, no caso de gestante adolescente, que a abordagem seja sistemática e
diferenciada, por estar em etapa evolutiva de grandes modificações corporais, que são acrescidas
daquelas referentes à gravidez e que podem dificultar a aceitação da amamentação.
• Durante os cuidados no pré-natal, é importante conversar sobre as vantagens da
amamentação para a mulher, criança, família e comunidade, além de garantir orientações sobre o
manejo da amamentação.

VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO

Para a mulher:
• Fortalece o vínculo afetivo mãe-filho;

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• Favorece a involução uterina e reduz o risco de hemorragia no pós-parto;
• Contribui para o retorno ao peso normal;
• contribui para o aumento do intervalo das gestações;
• Pode reduzir o risco de câncer de ovário e mama;
• Pode prevenir a osteoporose.

Para a criança
• É um alimento completo tanto no aspecto nutricional e digestivo, não necessitando de
nenhum acréscimo até os seis meses de idade;
• Facilita a eliminação de mecônio e diminui a incidência de icterícia;
• Protege contra infecções (especialmente as diarréias e pneumonias) pela ausência do
risco de contaminação e pela presença de anticorpos e de fatores antiinfecciosos;
• Aumenta o vínculo afetivo, promovendo mais segurança ao bebê;
• Diminui as chances de desenvolvimento de alergias, pelo retardo da introdução de
proteínas heterólogas existentes no leite de vaca.
• Melhor resposta as vacinações e capacidade de combater doenças mais rapidamente.

Para a Família e a Sociedade


• O leite materno não custa nada;
• É limpo e não contém micróbios;
• Já vem pronto e está na temperatura certa;
• Diminui os custos de internações por problemas gastrointestinais, respiratórios e outras
doenças;
• Representa uma economia quanto ao uso de gás de cozinha, porque dispensa o
aquecimento e o preparo;
• Diminui o absenteísmo dos pais ao trabalho, uma vez que a criança se mantém saudável.

Padrões de Aleitamento Materno:

1. ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO:


• Quando a criança só recebe leite materno, seja diretamente do seio ou ordenhado da
própria mãe, ou ainda leite humano de banco de leite, e não recebe nenhum outro líquido ou
alimento sólido.

2. ALEITAMENTO MATERNO PREDOMINANTE:


• Quando a principal fonte de alimento da criança é o leite materno, sendo permitido apenas
receber água, chá, medicamentos ou soro de reidratação oral.

3. ALEITAMENTO MATERNO TOTAL:


• É uma medida ou índice que reflete o período de aleitamento materno exclusivo e
predominante.

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4. ALEITAMENTO MATERNO PARCIAL OU MISTO:
• Quando a criança, além da amamentação ao peito, recebe, antes da época adequada,
outros alimentos (leite, cereais, frutas, legumes, etc) em alguma refeição.

Composição e Características do Leite Humano


• O Leite materno é o alimento ideal para o lactente.
• Ele contém todos os nutrientes, inclusive água, que a criança precisa nos seis primeiros
meses de vida.
• Devido as suas características físico-químicas, é facilmente absorvido e digerido.
• O leite materno contém anticorpos que protegem o organismo do bebê contra infecções.
• O leite materno contém também fatores de crescimento que preparam o intestino imaturo
da criança para digerir e absorvê-lo, evitando assim que proteínas não digeridas sejam
absorvidas, lesando o intestino e causando alergias.
• O leite humano sofre alterações em sua composição, de acordo com a hora do dia, os dias
após o parto e durante uma mesma mamada.
• O leite materno sofre alterações em sua composição, em relação ao início e final da
mamada. No intervalo das mamadas, é produzido o leite chamado anterior, que corresponde a
um terço do volume total produzido e, durante a sucção, é secretado o leite posterior, que
corresponde a dois terços desse volume.
• O leite posterior difere do anterior por ser mais rico em gorduras. O conhecimento deste
mecanismo mostra a importância da sucção no processo da produção do leite. O leite do começo
“mata a sede” e o leite do fim “engorda”.

A Produção de Leite
• A produção de leite se dá por um estímulo neuro-endócrino e três órgãos são importantes
neste processo:
Placenta | Hipófise | Mama

A PLACENTA – É responsável pela produção dos esteróides placentários (estrógenos e


progesterona) que, durante a gravidez, preparam a mama para a lactação, estimulando a
deposição de gorduras, o crescimento dos ductos e alvéolos.
Com a saída da placenta após o parto, os níveis de esteróides caem, conduzindo a hipófise
anterior a liberar prolactina, hormônio que vai estimular os alvéolos mamários a produzir leite.

• Durante a gravidez, as altas concentrações destes hormônios esteróides, presentes no


plasma, inibem a secreção do leite, ocorrendo somente a síntese do pré-colostro que é uma
substância que, na sua composição, contém grande quantidade de imunoglobulinas e lactoferrina.
• A medida que os níveis plasmáticos de estrógeno e progesterona caem, cerca de 3 a 5
vezes nos primeiros dias após o parto, a produção do leite tem início.
• O período em que se inicia a produção de leite é chamado de APOJADURA OU
“DESCIDA”. Acontece em torno de 48 a 72 horas após o parto.
• As mamas aumentam de tamanho e temperatura, tornam-se dolorosas e este fenômeno
dura, em média, 3 a 4 dias.
• O volume de leite produzido tende a aumentar gradativamente.

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• Assim, no 2° dia, está por volta de 50 ml/dia.
• No 4° dia, ao redor de 550 ml/dia.
• Já aos três meses, é de cerca de 850 ml/dia.
• Este conhecimento é importante para a informação da puérpera de que a pequena
quantidade de leite produzida nos primeiros dias é normal.
• Os níveis plasmáticos de prolactina elevam-se em resposta à sucção do RN e estão
diretamente relacionadas à freqüência, duração e intensidade da sucção.
• A sucção do mamilo produz uma elevação de prolactina basal, apresentando um pico de
produção entre os 20 a 40 minutos após o início da estimulação.
• Sabe-se que 30 minutos de sucção podem determinar níveis elevados de prolactina por
cerca de 3 a 4 horas.]
• Como a prolactina é o hormônio fundamental para a galactopoiese, permitir a sucção do
mamilo pela criança à livre demanda é o elemento básico para a manutenção da amamentação.
• Quanto mais rápido, após o nascimento, e mais frequentemente se coloque o RN ao seio,
maior será a produção de leite e menores os sintomas devido a apojadura.

A Ejeção do Leite
• O leite acumulado nos alvéolos não flui espontaneamente para os ductos lactíferos.
• A ocitocina, liberada pela hipófise posterior, é o hormônio que atua sobre as células
mioepiteliais, determinando sua contração e consequentemente expulsão de leite para os ductos.
• Nos primeiros dias após o parto, o reflexo de ejeção responde não somente a estímulos
tácteis, mas também olfatórios, visuais e auditivos. Pode responder ainda devido à proximidade
física ou pensamento no filho. O reflexo de descida do leite pode ser inibido pelo estresse.
• A liberação de ocitocina, decorrente da sucção do mamilo pela criança, determina,
também, contração das fibras musculares uterinas, favorecendo a contração do útero durante a
amamentação.
• Com relação a produção do leite, atualmente tem-se evidências de que o que realmente
controla a produção de leite é o esvaziamento da glândula pela sucção.

Ao se analisar a composição do leite, distinguem-se quatro tipos de leite, que se apresentam


com características bioquímicas diferentes e adequadas a cada determinado período da vida da
criança.

1. COLOSTRO
• Durante a gestação, a glândula mamária produz uma substância denominada de pré-
colostro, acumulada no lúmen dos alvéolos, e que tem na sua composição, principalmente,
exsudato do plasma, células, imunoglobulinas, lactoferrina, soroalbumina, sódio, cloro e uma
pequena quantidade de lactose.
• Nos primeiros dias após o parto, é produzido o colostro, e sua produção permanece ainda
por cerca de 7 dias.
• Apresenta-se como um líquido espesso, de coloração amarelada e alta densidade.
• O volume no início, varia de 2 a 20 ml em cada mamada, totalizando 50 a 100 ml/dia,
sendo suficiente para satisfazer as necessidades do lactente.

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• No colostro, observa-se alta concentração de IgA e de lactoferrina que, juntamente com a
grande quantidade de linfócitos e macrófagos,conferem uma ação de proteção ao recém-nascido.
• Tem ação laxativa, facilitando a eliminação de mecônio, auxiliando a prevenção da
icterícia.

2. LEITE DE TRANSIÇÃO
• Recebe esta denominação o leite humano produzido entre o 7 e 15 dia após o parto.
• O volume de leite e a composição variam no decorrer dos dias, permanecendo com
volume médio de 500 ml/dia.

3. LEITE MADURO
• É o leite produzido a partir do 15 dia, como continuação ao leite de transição.
• É um líquido branco e opaco, com pouco odor, sabor ligeiramente adocicado.
• Seu volume médio é de 700 a 900 ml/dia, durante os primeiros seis meses.
• A partir do segundo semestre, a quantidade média de produção diária é de 600 ml.
• O leite materno tem 88% de água e possui uma osmolaridade semelhante à do plasma
sangüíneo.
• Tem na sua composição básica, além da água, proteínas, carboidratos, lipídeos, minerais
e vitaminas.

4. LEITE DE PRÉ-TERMO
 O leite de mães de crianças prematuras difere do leite de mães de crianças de termo.
As diferenças básicas são:
 Maior teor de proteína, lipídeos e calorias, atendendo à maior necessidade de crescimento
do pré-termo;
 Menor teor de lactose, visto que o pré-termo tem mais dificuldade na sua digestão;
 Maior quantidade de IgA e lactoferrina;
 O leite materno não supre as necessidades de cálcio e fósforo, quando a criança tem peso
inferior a 1.500g.

MANEJO CLÍNICO DA AMAMENTAÇÃO

• Conhecer os aspectos relacionados à prática do aleitamento materno é fator fundamental


no sentido de colaborar para que mãe e criança possam vivenciar a amamentação de forma
efetiva e tranqüila, recebendo do profissional as orientações necessárias e adequadas para o seu
êxito.
• Pensando que a mulher passa por um longo período de gestação até que possa
concretamente amamentar seu filho, entende-se que o preparo para a amamentação deva ser
iniciado ainda no período da gravidez.
• O sucesso do aleitamento materno está relacionado ao adequado conhecimento quanto à
posição da mãe e do bebê e a pega da região mamilo areolar.

POSIÇÃO

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* É importante respeitar a escolha da mulher, pois ela deverá se sentir confortável e
relaxada.
* Desse modo, a amamentação pode acontecer nas posições sentada, deitada ou em pé.
* O posicionamento da criança deve ser orientado no sentido de garantir o alinhamento
do corpo de forma a manter a barriga da criança junto ao corpo da mãe e, assim, facilitar a
coordenação da respiração, sucção e deglutição.

PEGA
* A pega correta acontece quando o posicionamento é adequado e permite que a criança
abra a boca de forma a conseguir abocanhar quase toda, ou toda, a região mamilo areolar.
* Desse modo, é possível garantir a retirada adequada de leite do peito, capaz de
proporcionar conforto para a mulher e adequado crescimento e desenvolvimento da criança.

PREPARANDO AS MAMAS PARA O ALEITAMENTO

• Avaliar as mamas na consulta de pré-natal;


• Orientar a gestante a usar sutiã com orifício central para exposição de aréola e mamilo
durante a gestação;
• Recomendar banhos de sol nas mamas por 15 minutos, até 10 horas da manhã ou após
as 16 horas, ou banhos de luz com lâmpadas de 40watts, a cerca de um palmo de distância;
• Esclarecer que o uso de sabões, cremes ou pomadas no mamilo deve ser evitado;
• Orientar que a expressão do peito (ou ordenha) durante a gestação para a retirada do
colostro está contra-indicada;
• Ensinar a gestante a explorar suas mamas.

O mamilo pode ser:

Protuso | Semiprotuso | Invertido e | Falso invertido.

Mamilo Protuso:
Quando se apresenta saliente, bem delimitado.

Mamilo Semiprotuso:
Quando se apresenta pouco saliente e, quando estimulado, protai com dificuldade.

Mamilo Invertido:
Quando se apresenta em sentido oposto ao normal e, após estimulos, continua
inalterado, sem se protair.

Mamilo falso-invertido:
Que se apresenta em sentido oposto ao regular, mas, após estimulo de uma pega
adequada, exterioriza pobremente, ficando quase plano e voltando, logo a seguir, ao estado
anterior de inversão.

No caso de os mamilos não serem protusos, orientar a gestante para as seguintes condutas.
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1. Usar bomba de sucção do mamilo após o parto, desde que sua pressão seja muito
pequena e não machuque a pele.

2. Usar seringa plástica de 10 a 20 ml para tracionar o mamilo, na ausência da bomba de


sucção do mamilo:
 Pegar uma seringa plástica de 10-20 ml, retirar o êmbolo e conservar;
 Cortar a extremidade da seringa onde se adapta a agulha;
 Reintroduzir o êmbolo pela extremidade cortada;
 Ajustar a outra extremidade da seringa ao mamilo e puxar suavemente o êmbolo para
tracionar o mamilo.
 Fazer esta manobra uma vez ao dia, até que o mamilo se torne protuso.

INICIANDO A AMAMENTAÇÃO NA SALA DE PARTO

• A primeira hora após o nascimento é excelente para iniciar a amamentação, visto que o
RN usualmente está bem alerta e atento, com reflexo de sucção ativo, estimulando precocemente
a produção de ocitocina e prolactina.
• Toda instituição que deseja possuir um Programa de Incentivo ao Aleitamento Materno
deve ter como norma a prática de colocar o RN para sugar durante a primeira hora de vida, desde
que mãe e criança se encontrem em boas condições, favorecendo o contato olho-a-olho, pele-a-
pele de ambos.
• A equipe de saúde que assiste o parto deverá criar um ambiente de tranqüilidade e apoio,
assim como propiciar conforto físico e emocional no sentido de facilitar o contato íntimo entre a
mãe e criança, o mais precocemente possível.
• A administração de medicamentos, especialmente sedativos e analgésicos, à mãe deve
ser criteriosa.
• O recém-nascido deverá ser coberto com campo aquecido e seco e colocado junto de sua
mãe, em contato pele-a-pele, para que esta o coloque para mamar, sempre que possível.
CUIDADOS COM AS MAMAS E MAMILOS
• O uso de sutiã é necessário para manter a mama sempre elevada, evitando estases nas
porções inferiores da mama.
• O banho de sol nas mamilos continua recomendado com o objetivo de aumentar a
resistência da região mamilo-areolar.
• A lubrificação da região mamilo-areolar deve ser feita somente com o leite materno.
• Depois de amamentar, a mãe deve proceder à palpação das mamas. Se estiverem
pesadas e com pontos de dor, retirar o excesso de leite até o ponto de conforto, ou seja, até o
desaparecimento da dor.
• O aleitamento materno é, atualmente, considerado peça fundamental para a saúde
materna e perinatal e, portanto, faz parte das estratégias de todos os programas relacionados
com estes objetivos, além de representar ainda um elemento importante em todo o processo de
humanização do nascimento.
• No Brasil nos últimos anos tem sido particularmente estimulados, através de incentivos
oficiais constantes da chamada (IHAC) Iniciativa do Hospital Amigo da Criança, conferindo o

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respectivo título às instituições que tecnicamente cumprem com os requisitos considerados
necessários para uma adequada assistência técnica e humana aos recém-nascidos.
• Para a efetividade do aleitamento materno, a IHAC recomenda às instituições a
implementação dos chamados :

10 PASSOS PARA O SUCESSO DO ALEITAMENTO MATERNO (IHAC)

1.Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, que deve ser rotineiramente transmitida
a toda a equipe de saúde.
2. Treinar toda a equipe de saúde, capacitando-a para implementar esta norma.
3. Orientar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento materno.
4. Ajudar as mães a iniciar o aleitamento materno na primeira hora após o nascimento do
bebê.
5. Mostrar as mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser
separadas de seus filhos.
6. Não dá ao recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não
ser que tal procedimento tenha uma indicação médica.
7. Praticar o alojamento conjunto – permitir que mãe e bebê permaneçam juntos 24 horas
por dia.
8. Encorajar o aleitamento materno sob livre demanda.
9. Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio.
10. Encaminhar as mães, por ocasião da alta hospitalar, para os grupos de apoios ao
aleitamento materno na comunidade ou em serviços de saúde.

DIFICULDADES NO ALEITAMENTO

1. PREENSÃO INCORRETA DO MAMILO


* A preensão incorreta da região areolar faz com que a criança não consiga retirar leite
suficiente, levando à agitação e choro.
* A pega errada, só de mamilo, provoca dor e fissuras e faz que a mãe fique tensa, ansiosa
e perca a autoconfiança, acreditando que o seu leite seja insuficiente e/ou fraco.

2. FISSURAS (rachaduras)
* Evitar fissuras, colocando o bebê para mamar na posição correta e de forma que ele
apreenda a mama corretamente.
* Manter as mamas secas, não usando sabonetes, cremes ou pomadas.
* Tratar as fissuras com leite materno e sol. O importante é corrigir a “pega”.
* Quando estiverem com fissuras, a mãe deve ser orientada para iniciar a mamada pela
mama sadia ou menos comprometida e depois passar para a outra mama, pois o bebê está
menos faminto e suga com menos voracidade.
* Se elas não forem completamente esvaziadas desta maneira, deverão ser esvaziadas
após as mamadas.

3. MAMAS INGURGITADAS

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* As mamas ingurgitadas são dolorosas, edemaciadas (pele brilhante), podendo estar
avermelhadas e a mulher ter febre.
* É diferente das mamas cheias que são pesadas, endurecidas, quentes, mas a mulher não
tem febre e o leite está fluindo.
* Para evitar ingurgitamento, as mamas devem ser esvaziadas como explicado
anteriormente.
* Quando a mama estiver muito ingurgitada, fazer, antes de colocar o bebê para mamar, a
expressão manual para facilitar a pega.
* Caso a mulher não consiga dar o peito, o leite deve ser retirado por extração manual ou
por bomba.
* Se não ocorrer melhora nas 24 horas, e a mama estiver quente, com a pele avermelhada
em determinado local, e a mulher apresentar febre, provavelmente estará ocorrendo uma mastite
que deverá ser corretamente diagnosticada e tratada.

CONTRA-INDICAÇÕES

• São raras as situações, tanto maternas quanto neonatais, que contra-indicam a


amamentação.

MATERNAS
1. Mulheres com câncer de mama que foram tratadas ou estão em tratamento;
2. Mulheres com HIV+ (só pode dá o próprio leite se este for pasteurizado);
3. Mulheres com distúrbios da consciência ou comportamento grave, entre outras.

NEONATAIS
1. Alterações da consciência da criança de qualquer natureza;
2. Baixo peso com imaturidade para sucção ou deglutição (dar leite por sonda orogástrica);
3. Fenda palatina que impossibilite o ato de sugar (oferecer leite materno ordenhado).

* Raramente o uso de alguma medicação pela mulher contra-indica a amamentação.


* Nenhuma medicação deve ser utilizada pela puérpera amamentando sem orientação
médica.
* Na eventualidade de a medicação utilizada ser classificada como de uso criterioso ou
contra-indicada durante a amamentação, o procedimento de escolha é optar por outras
alternativas terapêuticas e não suspender o aleitamento, sempre que isto for possível.

FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO

• A fisiologia da lactação está intimamente ligada à esfera neuroendócrina, dividi-se em três


processos:
1. Mamogênese: desenvolvimento da glândula mamária;
2. Lactogênese: início da lactação;
3. Lactopoese: manutenção da lactação.

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MAMOGÊNESE
- O desenvolvimento da glândula mamária inicia com a puberdade e termina com o
climatério.
- Na gravidez o seu desenvolvimento é acelerado.

LACTOGÊNESE
 A prolactina (PRL), hormônio do crescimento (GH), cortisol, tireoxina e insulina durante
os primeiros dois dias pós-parto há pouca transformação nas mamas, apenas secreção
de colostro, substância amarela e grande concentração de proteínas e anticorpos.
 Após o 3º dia de pós-parto ou apojadura. O aumento de fluxo sanguíneo local e a
intensificação dos fenômenos secretários produzem calor na região (febre do leite).
 É a “subida do leite” o leite materno na sua constituição de proteínas, carboidratos,
lipídios, sais minerais e vitaminas.

LACTOPOESE
 Inicia a lactação (lactogênese) ela é mantida (lactopoiese) pela existência do reflexo
neuroendócrino da sucção.
 A sucção do lactente age no eixo hipotalâmico-hipofisário e acaba por determinar a
liberação da prolactina, aumento dos níveis de 6 a 9 vezes, e de ocitocina.

COMO ACONDICIONAR O LEITE MATERNO

• Retire o leite do peito e acondicione em frasco de vidro:


• Ele pode permanecer até 3 horas em temperatura ambiente;
• 24 horas na geladeira;
• 5 dias no congelador;
• 15 dias no freezer.
• Para utilizá-lo deve deixar descongelar em temperatura ambiente e aquecê-lo em banho
Maria.

8. ALOJAMENTO CONJUNTO
• O alojamento conjunto é fundamental para o incentivo do aleitamento materno, uma vez
que a mãe poderá oferecer o seu leite e satisfazer a criança sempre que ela demonstrar
fome.
• Além disso, o alojamento conjunto coletivo dá a mulher a oportunidade de observar outras
mães no cuidado com o filho.
• A mãe deve proceder à higiene das mãos, com água e sabão, antes de amamentar.
• Ensinar a mãe a oferecer o peito antes da apojadura, pela importância do colostro e
também pelo estímulo à produção do láctea.
• A amamentação deve ser iniciada pela mama que se encontra mais cheia de leite,
geralmente a que foi utilizada por ultimo . Caso a criança não consiga mamar nas duas
mamas, na próxima mamada começar pela mama que não foi solicitada.
• O local para amamentar deverá ser escolhido por ela, desde que se sinta confortável.

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• A melhor posição para a mãe amamentar depende de vários fatores, dentre eles o tipo de
parto, o dia do puerpério que se encontra. Considera-se importante que, em qualquer
posição, a mulher esteja confortável e relaxada.
• O posicionamento da criança para amamentar é importante para determinar uma
amamentação efetiva. A posição mais usualmente utilizada pela mãe para amamentar seu
bebê é a sentada.
• O posicionamento correto implica colocar o bebê de frente para a mama, com seu queixo
tocando a mama e o corpo | cabeça | membros em linha reta.
• A pega adequada será feita com sua boca bem aberta abocanhando toda a parte inferior
da auréola e parte superior.
• Verifica-se se a pega está correta se o bebê estiver fazendo sucções longas, seguidas de
pausas e pequenas sucções, e observando a deglutição.
• A pega correta nunca dói; se a mãe referir dor é porque o bebê não está pegando bem.
• Sabe-se que a amamentação é uma prática que deve ser aprendida, tanto pela mãe
quanto pela criança. Desta forma, é esperado que, nos primeiros dias, a mulher ainda
apresente dificuldades em posicionar corretamente a criança e que, no decorrer dos dias,
aprenda.
• Se a aréola estiver endurecida, deve-se retirar o excesso de leite por ordenha manual, até
que se consiga a flexibilidade desejada. Isto é importante, pois permite que o RN apreenda
completa e corretamente a região mamilo-areolar (pega correta), facilitando o
esvaziamento das mamas e prevenindo traumas mamilares.
• A duração de cada mamada é variável. Geralmente a criança se satisfaz mamando 10 a
15 minutos em cada peito, podendo se estender. Porém, deve-se deixar a criança mamar
enquanto a mesma estiver sugando.
• Para terminar a mamada, o ideal é que a criança solte o peito espontaneamente. Quando
este fato não ocorre, a mãe coloca a ponta do dedo mínimo na boca da criança. Dessa
forma, o vácuo se desfaz e a criança solta o peito, sem machucá-lo.
• Colocar o bebê para arrotar, em posição vertical, com a cabeça apoiada no ombro
materno. Pode ser feita uma leve massagem nas costas até que ele arrote. Crianças
maiores podem ser também colocadas no colo materno, sentadas e com o corpo inclinado
para a frente e apoiadas no braço da mãe.
ÁREA FÍSICA DA UNIDADE

• O ideal seria não existir área para o récem-nascido ficar junto à mãe. Só em casos
especiais o RN deveria ir à unidade de atendimento.
• A unidade tem por finalidade abrigar o RN durante sua permanência no hospital. Deve-se
proporcionar, no entanto, à mãe uma orientação tal que lhe permita atender às
necessidades do neonato.
• A função da enfermagem é facilitar para que mãe e filho fiquem juntos e que a mãe possa
identificar as necessidades do RN e satisfazê-lo ao máximo.

 A assistência de enfermagem visa:

 Possibilitar a função respiratória;


 evitar infecções;
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 ministrar alimentação adequada;
 manter a temperatura.

 É necessário ao organizarmos a construção de uma Unidade de Atendimento do RN


considerar:

LOCALIZAÇÃO – dentro da área da maternidade, próximo ao centro obstétrico e de fácil


acesso aos quartos das mães, devendo ser, no entanto, isoladas de outros serviços.

CONSTRUÇÃO E CAPACIDADE – a unidade de atendimento deve ser subdividida em:


Sala de normais; prematuros e infectados.

CADA SUBDIVISÃO DEVE TER:

 Sala de permanência para recém-nato;


 Sala de exame;
 Posto de enfermagem;
 Sala de orientação as mães.

* Estas dependências, deverão ser de material não absorvente, lavável, com todos os
cantos e rodapés arredondados para facilitar a limpeza.
* A construção da parede ideal é de 1,20m de alvenaria e daí para cima de vidro facilitando
a supervisão do pessoal e observação das crianças.
* A pintura deve ser à óleo e de cor suave, o teto, principalmente da sala dos prematuros
deve ser de material que isole os ruídos, o piso, de material lavável e as janelas providas
de telas.

CARACTERÍSTICAS

A. SALA DE RECÉM NASCIDOS NORMAIS

1) CAPACIDADE
 Um berço normal para cada leito obstétrico;
 Uma incubadora para cada 10 ou 15 berços normais.

2) Nenhuma sala deverá alojar mais que 12 recém-natos.

3) A área de cada sala não poderá ser inferior a 1,80 m2 por recém-nato.

4) Espaço de 60 cm entre cada berço.

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B. SALA DE TRABALHO

# Deve ser separada por parede de vidro, um metro acima do piso para manter a
visualização.

Esta deverá manter:


 Entrada com local para a troca de avental;
 Local para exames médicos com balcão ou mesa e lavatório;
 Local para cuidados de enfermagem dotado de balcão, banheira, balança e armário.

VENTILAÇÃO E UMIDADE

• Ventilação adequada, temperatura e umidade controladas contribuem de maneira decisiva


para o bem-estar dos recém-nascidos durante as primeiras horas de vida, particularmente
dos prematuros.
• O ideal seria um sistema de ar-condicionado com controle de temperatura, umidade e
circulação de ar filtrado.
• Na ausência deste, janelas ou outros meios equivalentes podem funcionar como substituto
desde que as correntes de ar alcancem os recém-nascidos.
• A temperatura deve ser regulada por meio de instalação termostática, ou por outros, ao
alcance da instituição.

ILUMINAÇÃO

A iluminação da unidade deveria ser instalada de modo a ser aumentada ou diminuída de


acordo com a necessidade assim, ter-se-ia, durante a higienização e cuidados ao recém-
nascido, uma claridade adequada e durante os períodos de repouso, uma ligeira
obscuridade.

EQUIPAMENTOS

A SALA DE PERMANÊNCIA DO RN DEVE CONTER:

 Material estritamente necessário;


 Berços;
 Incubadoras;
 Armários para roupa limpa;
 Mesas;
 pias com torneiras manobradas com o cotovelo ou pé;
 Toalheiro de papel;
 Dispositivo com pedal para anti-sepsia das mãos;
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 Suporte com saco removível para roupa suja;
 Recipiente metálico com tampa manobrada com pedal para fraldas sujas;
 Balança;
 Oxigênio, ar comprimido, vácuo (aspirador), preferencialmente canalizados.
 O berço deve ser metálico e com cesto removível para facilitar a limpeza diária com água e
sabão.
 Na sala de exames deve haver mesa acolchoada, com altura razoável para exames e
tratamentos, armário para guardar material e medicamentos.

INCUBADORAS

Devem ser de procedência reconhecida e que obedeçam as especificações de


temperatura, umidade, filtro de ar, pois a finalidade da incubadora é prover condições
ambientais adequadas ao recém nascido particularmente ao prematuro.

PESSOAL
CONSTITUIÇÃO DA EQUIPE

 A equipe de sarn deve ser composta pelo corpo médico e de enfermagem, e deve manter
estreita ligação com a equipe obstétrica.
 Corpo médico: os RN necessitam de assistência médica especializada permanente.
 Corpo de enfermagem: deve ser dirigido e supervisionado por enfermeira que além dos
conhecimentos técnicos básicos, seja especializada ou pelo menos, já tenha adquirido
bastante experiência no trabalho com rn.

SELEÇÃO DE PESSOAL:

 Para este serviço, a seleção de pessoal deve ser muito rigorosa, levando-se em
consideração, não somente fatores técnicos , mas também boas condições físicas,
gosto pelo trabalho com criança, delicadeza de gestos e grande responsabilidade.
 Deverá ser precedido exame de saúde periódico em todo o pessoal.
 Os prematuros, sempre que possível, devem ser cuidados por enfermeiras e técnicas
de enfermagem.
 Antes de iniciar as atividades é necessário lavar as mãos e vestir avental de uso
exclusivo do sarn.

ALOJAMENTO CONJUNTO

 O sistema de alojamento conjunto surgiu da necessidade de criar melhores condições


que propiciassem um relacionamento favorável entre mãe e o recém-nascido, desde os
primeiros momentos após o parto.
 O alojamento conjunto refere-se a um sistema especial de instalações em
maternidades, nas quais mães e filhos possam conviver em uma área, favorecendo,

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através desta, aproximação e o contato fisíco prolongado, o atendimento das
necessidades afetivas, sociais e biológicas da criança e de sua mãe.

VANTAGENS DO ALOJAMENTO CONJUNTO

 Maior interação afetiva entre mãe, filho e visitas da família;


 Participação da mãe nos cuidados prestados ao filho;
 Melhoria nas atitudes paternas para com o filho;
 Redução da ansiedade da mãe e diminuição do choro do recém-nascido;
 Permissão de um regime liberal de amamentação sem rigidez de horário;
 Aumento da ejeção do leite;
 Rápido aumento ponderal do rn;
 Melhor supervisão dos cuidados com o rn;
 Redução do risco de infecção cruzada;
 Integração das equipes neunatologia e obstetrícia.

ATRIBUIÇÕES DE ENFERMAGEM

 Preparar a unidade da paciente para receber o RN;


 Refazer a admissão da criança;
 Realizar a pesagem diária do RN;
 Prestar cuidados ao RN em casos de impossibilidade materna;
 Dar continuidade ao trabalho, supervisão e orientação à mãe, na realização dos
procedimentos e cuidados com o bebê, seguindo a mesma metodologia;
 Auxiliar e notificar à enfermeira as ocorrências observadas no RN;
 Supervisionar a criança quando a mãe dorme, vai ao banheiro, etc...

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