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FACULDADE DE CIÊNCIAS
GERENCIAIS/FACULDADE CIDADE DE SALTO
"INSTITUIÇÕES DE
DIREITO PÚBLICO E
PRIVADO (IDPP-I)"
1º. semestre
COMPLEMENTARIDADE DO DIREITO
LINGUAGEM DO DIREITO
Ciência política - que estuda o poder e o governo do estado, tem laços estreitos
com o direito, por ser o direito estatal o direito por excelência do mundo atual. A ciência
política é de fundamental importância para o direito constitucional.
Além dessas que podem ser consideradas com estreita relação com o direito, temos
também as ciências auxiliares do direito:
Conceito de Direito
Direito Positivo
que está acima e prepondera sobre todas as normas dos grupos menores nela contidos, a fim
de que haja a unidade no todo. Nenhuma ordenação deve ordenar contra a ordenação da
sociedade maior, da sociedade política (Estado).
Toda a norma do grupo social deve se harmonizar com a ordenação da
sociedade política para que seja jurídica.
Só é jurídica a norma harmonizada com a ordenação da sociedade política.
Assim, a ordenação da sociedade política é a fonte de juridicidade de todas as normas.
O Estado é fator mais alto da unidade normativa de uma Nação e só é ,
propriamente direito, a ordenação que se apoiar na ordenação do ESTADO.
A norma jurídica da sociedade política (Estado) chama-se DIREITO
POSITIVO; chama-se positivo por ser o direito posto pela sociedade política e confere
eficácia às demais normas.
O Direito Positivo tem, ainda, caráter formal, pois é estabelecido por meio de
uma fonte formal (lei, tratado, decreto-lei, costumes, precedente judicial, regulamentos etc.).
Caracteriza-se por autocontrolar a sua própria criação, modificação ou revogações,
estabelecendo regras para a elaboração legislativa.
Finalmente, estabelece uma ordem na qual há hierarquia de suas normas, sendo
as superiores, como por exemplo, a CONSTITUCIONAL, mais densa em conteúdo e
quantitativamente menos numerosa, enquanto as subordinadas, `a medida em que
particularizam a matéria das normas hierarquicamente superiores, tornam-se menos gerais,
menos densas de matéria e mais casuísticas, sendo, por isso, mais numerosas.
Direito Natural
Leis existem, realmente, que, apesar de não escritas, são indeléveis, jamais se
apagarão. São exemplos de Direito natural: a) respeito à liberdade; b) aos bens; c) o direito
a vida
O Direito Natural, ao meu ver, simboliza a JUSTIÇA PERFEITA, o ideal do
Direito Positivo. Deve o Direito Natural constituir o modelo a inspirar o legislador, ao
editar normas. Observa-se que toda vez que o legislador se afasta do Direito Natural, realiza
obra má e injusta. A prerrogativa que dele decorre para o titular do domínio (proprietário)
de invocar a norma, na defesa de seu interesse, é o direito subjetivo do proprietário.
A norma de Direito Objetivo determina que será o possuidor garantido em sua
posse.
Daí decorre, para o indivíduo que se viu turbado ou esbulhado na sua posse, a
prerrogativa de ser nela mantido ou reintegrado. De um lado, vemos o preceito de direito
objetivo (norma agendi) que a todos é interessado, de outro, encontramos a prerrogativa
individual, isto é, a faculdade conferida ao possuidor de invocar, a seu favor e na defesa de
seu interesse, o preceito geral (facultas agendi).
Para Ihering, jurista alemão, direito subjetivo é o interesse juridicamente
protegido.
Para Groppali, jurista italiano, é o poder de agir garantido pela norma jurídica,
para a satisfação de um interesse.
Institutos Jurídicos
a) Estado
b) Família
c) Propriedade
d) Herança
e) Responsabilidade
f) Contrato
g) Sanção
h) Processo
melhora a posição social da mulher e o casamento, apesar de ser decidido pelos pais dos
nubentes, não dava ao marido poderes despóticos. Mais tarde o casamento passou a
depender livremente da vontade dos nubentes.
Hoje, a família se legitima, como antes pelo casamento, mas a Constituição
Brasileira de 1988, em seu art. 226, reconhece a união estável entre o homem e a mulher
como unidade familiar, sendo o concubinato, hoje, reconhecido por lei, devendo o Estado
facilitar sua oficialização.
Finalmente, a família moderna é marcada pela humanização e o
enfraquecimento da autoridade marital. A mulher deixa de ser subordinada, adquirindo,
também, pela Constituição de 1988, direitos e deveres iguais aos dos homens.
mais tarde as mulheres começaram a herdar, somente quando não houvessem varões.
Mesmo assim, não tinham a propriedade, ma apenas o usufruto.
A mulher adquiriu, no direito romano, o direito de suceder com o advento das
LEIS DAS XII TABUAS, em Roma. Finalmente deixou de haver distinção de sexo em
matéria de sucessão.
Completando-se a individualização da propriedade, foi permitida a partilha da
herança entre os herdeiros. Primeiro surge a sucessão legítima, só mais tarde, a
testamentária.
nota:
culpa - consiste na prática não intencional do delito, faltando ao agente um dever de
atenção e cuidado, modalidade de culpa são a negligência, a imprudência e a imperícia.
culpabilidade - mesmo quando existe um crime, seja ele doloso ou culposo, para aplicação
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da pena deve-se avaliar o agente, saber se ele tem condições de responder pelo ato que
praticou, se é louco, menor, independente do ato praticado, isto é a culpabilidade, diferente
da culpa. Exemplificando: se um louco mata alguém, houve a prática de um ilícito penal,
mas para poder haver uma avaliação da culpabilidade tem-se que avaliar o grau de
insanidade deste indivíduo
convenções coletivas, os contratos de adesão, contratos com cláusulas leoninas são temas de
altas discussões, e vão pondo fim à teoria individualista dos contratos.
Há indicações que estamos partindo para uma nova fase contratual, para uma
Teoria Social dos Contratos, compatível com o momento de crise em que os interesses
gerais pairam acima dos interesses privados, fundada numa visão histórica de maior
solidariedade entre os homens.
Normas Jurídicas
Características
I) imperatividade ou obrigatoriedade - ela estabelece um comando,
impondo um tipo de relação social que tem que ser observado. Ninguém pode esquivar-se
ao seu cumprimento. Tanto é imperativa quando impõe uma conduta, como quando proíbe
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uma ação.
Também é imperativa quando impõe uma organização social, uma situação
jurídica e quando confere poderes, prerrogativas, competências etc.
Não fogem à regra de imperatividade as normas dispositivas (podem ser
modificadas pelas partes), porque em tais normas a imperatividade está, conforme a vontade
do legislador, na dependência de uma condição: a vontade das partes.
As partes, no caso dessas normas, podem estabelecer regra diversa daquela
estabelecida pela lei, como ocorre no direito dos contratos. Nesse caso, a imperatividade da
lei se transfere para a regra estabelecida pelas partes (contrato é lei entre as partes).
Conclusão : a norma jurídica é imperativa (obrigatória) Não só quando
comanda, impõe ou proíbe conduta, como também quando impõe ou estabelece forma
obrigatória de organização de uma situação jurídica.
Fontes do direito
Definição - classificação
A palavra fonte tem o significado comum de lugar onde a água surge, nasce ou
jorra. É nesse sentido que se diz: a praça desta cidade tem uma bela fonte. Mas podemos usar
essa palavra num sentido amplo e figurado quando falamos, por exemplo, em fontes do
Direito ou fonte da norma jurídica. Neste caso, queremos saber qual é a origem do Direito,
de onde provêm as normas.
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A LEI
A Lei é a mais importante fonte formal do direito. Entende-se por lei a norma
jurídica escrita emana do poder competente. A Lei está presente na legislação, que é o
conjunto das Leis vigentes em um país.
Em sentido técnico estrito, a Lei é a norma jurídica ordinária elaborada pelo
Poder Legislativo. Distingue-se, nesse sentido, dos decretos, regulamentos e portarias
expedidos pela Administração Pública (Poder Executivo).
O COSTUME JURÍDICO
O costume não faz parte da legislação, é criado espontaneamente pela
sociedade, sendo o resultado de uma prática geral obrigatória, constante e prolongada.
Nas comunidades primitivas, o costume era a principal fonte do Direito, não
existiam Leis escritas e as normas fixavam-se pelo uso reiterado e pela transmissão oral de
geração a geração.
Nos dias atuais, com exceção de poucos países, o costume deixou de ser a
principal fonte do Direito. Entretanto ainda mantém seu valor como fonte alternativa ou
supletiva, nos casos em que a Lei for omissa, isto é na falta da Lei. O costume também é
utilizado quando a própria Lei o autoriza.
O costume jamais será usado contra a Lei, apenas como subsidiário ou na falta
dela.
A JURISPRUDÊNCIA
Chamamos jurisprudência o conjunto de decisões judiciais uniformes e
reiteradas sobre determinados assuntos. A jurisprudência vai-se formando a partir das
decisões adotadas pelos órgãos judiciais ao julgar casos ou questões semelhantes.
A DOUTRINA JURÍDICA
A doutrina jurídica é o conjunto sistemático de teorias sobre o Direito
elaborado pelos grandes juristas. A doutrina é o produto da reflexão e do estudo que os
juristas desenvolvem sobre o Direito.
O parecer comum sobre determinados assuntos, de diversos especialistas de
notório saber jurídico, constitui verdadeiras normas que orientam legisladores, juízes e
advogados.
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DIREITO PENAL
De todos os ramos do Direito, é o Direito Penal aquele que protege os
valores mais preciosos e significativos para a convivência social, que são: a vida, a saúde, a
honra, a liberdade, a paz pública etc. Em razão da relevância desses valores, a sua
preservação não é de interesse apenas dos indivíduos, mas de toda a sociedade. Por isso,
quando um crime é cometido, não compete aos amigos da vítima punir os autor do delito,
mas sim, ao Estado, pois o crime tem caráter público e não privado, isto é ofende a todos, cria
o caos social.
Princípio da legalidade
É o princípio originado de um provérbio latino - “nullum crimen sine lege”
(não há crime sem lei que o defina), ou seja, não pode o juiz incriminar uma conduta, mesmo
que imoral, se não estiver descrita no Código Penal como sendo crime.
Código Penal
O Direito Penal, ramo do Direito Público, é representado por um livro,
denominado Código Penal.
O Código Penal contém a maioria das leis penais e divide-se em duas partes: a
Parte Geral e a Parte Especial.
A Parte Geral disciplina os princípios gerais relativos aos crimes, à pena e às
medidas de segurança, é a parte teórica de todo Direito Penal.
Na Parte Especial estão tipificados todos os crimes e as respectivas penas.
O Código penal é de 1940, distribui a matéria em 10 títulos, assim como segue:
1. Crime contra a pessoa - crimes contra a vida (homicídio e tentativa); lesões corporais;
periclitação da vida e da saúde; rixa; crimes contra a honra e a liberdade individual.
2. Crimes contra o patrimônio – furto; roubo e extorsão; usurpação; dano; apropriação
indébita; estelionato e outras fraudes; receptação.
3. Crimes contra a propriedade imaterial - crimes contra a propriedade intelectual; contra o
privilégio da invenção; contra as marcas de indústria e comércio; concorrência desleal.
4. Crimes contra a organização do trabalho
5. Crimes contra o sentimento religioso e o respeito aos mortos
6. Crimes contra os costumes – crimes contra a liberdade sexual; sedução e corrupção de
menores; rapto; lenocínio e tráfico de mulheres; ultraje público ao pudor.
7. Crimes contra a família - crimes contra o casamento; contra estado de filiação; contra a
assistência familiar; contra o pátrio poder; a tutela e a curatela.
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8. Crimes contra a incolumidade pública - crimes de perigo comum; contra a segurança dos
meios de transporte e comunicação e outros serviços públicos; contra a saúde pública.
9. Crimes contra a paz pública e contra a fé pública – moeda falsa; falsificação de títulos e
outros papéis públicos; falsidade de documentos; outras falsidades.
10. Crimes contra a administração pública - crimes praticados por funcionário público
contra a administração em geral; crimes praticados por particular contra a administração
em geral; crimes contra a administração da justiça.
Quem por meio de gestos, palavras ou agressão, ataca a honra e a boa imagem de uma pessoa,
comete um crime que pode ser classificado como calúnia, difamação ou injúria, dependendo
da forma como a ofensa ocorreu.
Vamos mostrar como esses crimes acontecem na prática.
Em uma casa de material de construção, um balconista informou que os materiais
pedidos por um consumidor custariam 500 reais. O consumidor concordou com o preço e se
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dirigiu ao caixa para fazer o pagamento. Ficou sabendo que o preço dos materiais já não era
mais 500 e sim 700 reais
- Isso não é possível. Tem alguma coisa errada – disse o consumidor.
- Não tem nada errado, senhor – respondeu o gerente da loja. – Nossos caixas são
ligados ao computador da matriz. E a matriz comunica automaticamente o aumento e nós
somos obrigados a cobrar.
- Mas não podem fazer isso depois do expediente? Como pode haver um aumento de
preços enquanto caminho do balcão até o caixa? Vocês são uns ladrões. É o que vocês são.
Passado algum tempo, esse consumidor consultou um advogado para saber se o
gerente e os donos da casa de material de construção poderiam processá-lo por calúnia.
O advogado explicou-lhe que não. Quem chama alguém de ladrão não comete o crime
de calúnia.
- Como, doutor? Chamar alguém de ladrão não é uma ofensa?
- Sim. Mas não é uma calúnia.
- É o que, então?
- É uma injúria.
- Dá pro senhor me explicar a diferença?
- Claro. É muito fácil. Se você, ao chamar o gerente da loja de material de construção
de ladrão, tivesse dito qual foi o objeto seu, ou de outra pessoa, que ele furtou, o dia em que o
furto ocorreu e o local, e nada disso fosse verdade, você teria cometido uma calúnia.
- Entendi. É preciso haver uma acusação falsa e detalhada para haver uma calúnia.
Certo?
- Quase certo. É que a ofensa, além de detalhada e mentirosa, precisa estar prevista em
uma lei como crime, para que a conduta do acusador caracterize uma calúnia. Isso ocorre, por
exemplo, quando a acusação falsa se refere a um furto, um assassinato, um estupro, um
assalto, uma lesão corporal, uma corrupção, etc. Portanto, diante de acusação genérica não há
calúnia. Assim, não adianta achar que quando alguém diz que o fulano A ou B “ é bebedor de
uísque com dinheiro roubado do povo”, esse alguém está cometendo calúnia. Não está. Estará
cometendo uma injúria, porque não há detalhes, ao menos de tempo e de lugar, em que o
bebedor de uísque surrupiou o dinheiro do povo.
- Mas, o doutor, cá entre nós, faz alguma diferença, para a pessoa que vai ser
processada, saber se a ofensa é uma calúnia ou uma injúria?
- Claro que faz diferença. Se você for condenado à pena máxima por uma calúnia,
pegará dois anos de prisão, mais uma multa. Mas se você for condenado à pena máxima por
injúria, a pena será somente de seis meses de prisão. E, além disso, no caso de injúria, a lei
permite que o juiz substitua a pena de prisão por uma multa e permite até que o juiz, mesmo
reconhecendo a culpa, decrete o perdão judicial, deixando de aplicar qualquer espécie de pena
à pessoa que praticou a injúria.
- Uma pessoa comete o crime de injúria quando chama outra pessoa de “salafrário”,
“vagabundo”, “cornudo” , “caloteiro”, “professorinha vaquinha” , “professorzinho veado”,
“freqüentador de casa suspeita”, “criminoso”, “infrator”, “débil mental”, “megalômano”,
“leviano”, etc.
- Pelos exemplos acima, nota-se que o injuriador apenas atribui negativas e
depreciativas à vítima, sem entrar em detalhes do local ou de como a vítima se tornou
“cornudo”, “larápio”, etc.
Na injúria não se diz que alguém fez isso ou aquilo, mas que é isso ou aquilo
(irresponsável, especulador, agiota, bicha...)
Uma vez, numa audiência sobre pensão alimentícia, um ex-marido, ao ouvir a
advogada de sua mulher alegar que ele era um mau pagador da pensão alimentícia, ficou
furioso e chamou a advogada de “puta mal-amada”, tendo inclusive sido preso em flagrante
pela juíza que presidia a audiência por cometer o crime de injúria.
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Quando foi processado, o ex-marido alegou que não cometeu o crime de injúria
porque estava protegido pela imunidade judiciária. É que a lei entende que quem ofender
outra pessoa na discussão de causa em juízo, mesmo cometendo uma injúria ou difamação,
não será punido por isso. Para que haja esse benefício é indispensável que ofensa tenha
relação com a causa em discussão.
O tribunal, porém, não aceitou o argumento do marido, uma vez que, nesse caso, a
imunidade não se aplicaria, pois o réu extrapolou o direito que lhe cabia ofendendo a
advogada, sem Ter havido nenhuma relação com a causa que estava sendo discutida, bem
como porque não foi provocada por ela.
Durante a assembléia de um sindicato, um dos membros desentendeu-se com o
presidente do sindicato e disse que tudo que estava acontecendo era porque o outro era
portador da “Síndrome de Klinefelter”. Tal síndrome significa doença genética, que se
manifesta por meio de sinais como obesidade, pênis pequeno, voz aguda, retardamento
mental e crescimento dos seios do tipo feminino.
Diante disso, o presidente do sindicato sentiu-se gravemente ofendido e processou o
ofensor pelo crime de injúria. A Justiça condenou o ofensor a um mês e 10 dias de prisão. De
acordo com o tribunal, “a atribuição gratuita de anomalia genética que tem a ver com
indivíduos deformados e desajustados até para a vida social ofende gravemente a honra da
pessoa mencionada”.
INJÚRIA E RACISMO
Quando o injuriador apelar para ofensas á raça, á cor, á etnia, á religião ou á origem
da pessoa ofendida, vai pagar caro por isso. É que a pena nesse caso varia de um a três anos
de prisão e multa. E aqui estamos falando de prisão mesmo (cadeia). É exemplo desse tipo de
injúria chamar alguém de “negro” ou “preto” sem vergonha”, “africano sujo”, “judeu
explorador”, “católico papa-óstias”, “baiano frouxo”, etc.
DIFAMAÇÃO
O LOBISOMEM
- Como não vai dar em nada? Como vou continuar morando em uma cidade em que as
pessoas acham que eu que viro lobisomem, se não for feito nada contra isso?
- É que o “X” é louco, Dr. Teixeira. Todo mundo aqui na cidade sabe disso e inclusive
o juiz tem o “X” como louco.
- Ele não é louco coisa nenhuma. Ele é um sem-vergonha!
- É louco, sim, Dr. Teixeira. E, como o senhor deve saber, os loucos são inimputáveis.
Isto é, estão isentos de pena quando cometem algum crime.
Na história acima, caso o “X” não fosse louco, responderia pelo crime de difamação.
Isso porque ele disse que o Dr. Teixeira praticava uma ato que era ofensivo e pegava mal para
a imagem do Dr. Teixeira (virar lobisomem). Além disso deu detalhes de como tudo
acontecia.
O crime de difamação ocorre da mesma forma que o crime de calúnia. O ofensor diz
que o ofendido fez alguma coisa que pega mal para a sua imagem, dando detalhes do tempo e
do lugar e como o ato ofensivo foi praticado. A única diferença é que, no caso de difamação,
a conduta praticada pela vítima não se encontra descrita como sendo um crime em nenhuma
lei. Por exemplo, virar lobisomem pode ser feio, mas não é crime.
Um homem se dirige a uma mulher e diz: “Você é uma prostituta. Todo fim de
semana eu te vejo na esquina da Rua Aurora se oferecendo por dinheiro aos homens...”
Esse homem cometeu uma difamação. Ele atribuiu uma conduta ofensiva à mulher,
dando detalhes do tempo e do lugar, e como tal conduta não constitui um crime, já que a
prostituição não é crime, o delito seria uma difamação e não uma calúnia.
Se, o mesmo exemplo, o homem tivesse dito à mulher somente o seguinte: “Você é
uma prostituta”, o delito seria de injúria, porque não foi dito que a mulher fez alguma coisa.
Foi dito que ela é alguma coisa. Além disso, não foram informados detalhes a respeito do
tempo e do lugar, pelo menos.
A pena para o crime de difamação varia de três meses a um ano de prisão e multa.
É possível uma pessoa caluniar, injuriar e difamar outras pessoas e não acontecer
nada. Porque? Porque o processo no caso desses crimes só pode começar e ir em frente se a
vítima quiser. A vítima tem total autonomia para decidir se o ofensor deve ou não deve ir às
barbas do tribunal. Não é como no caso de um crime de furto ou lesão corporal, em que,
mesmo que a vítima não queira, o criminoso será processado. Nos crimes contra a honra, tudo
depende da vítima. São os chamados crimes de ação privada. Isto é, crimes em que só as
próprias vítimas podem iniciar e prosseguir com o processo. E se elas abrirem mão desse
direito não haverá processo.
Como se trata de um processo movido pelo próprio ofendido, ele terá de contratar um
advogado para fazer o processo e o ofensor contratará outro advogado para se defender. Se o
ofensor for condenado, pagará os gastos que o ofendido teve com o advogado e outras custas.
Mas, se o ofensor tiver razão e sua defesa for aceita, tais custas serão pagas pelo ofendido.
O ofendido tem o prazo de seis meses para dar entrada no processo. Esse prazo é
contado do dia em que o ofendido descobre quem foi que praticou o delito. Exemplo: A
chamou B de estelionatário no dia 5/1. Mas B só ficou sabendo que foi xingado no dia 10/1.
Só a partir do dia 10 começa a contar o prazo de seis meses.
ofensa é um particular.
Então, o funcionário apenas levará o caso, por escrito, à presença de um promotor e
pedirá que o ofensor seja processado. O promotor passará a agir em lugar do funcionário
ofendido, no sentido de que o ofensor responda pelo crime.
Mas vale lembrar que o processo feito pelo promotor não tem nenhuma superioridade,
em temos de condenação do réu, à ação penal privada promovida pelo particular, apenas a lei
passa para o promotor o poder de enquadrar o ofensor quando a vítima do crime contra a
honra é um funcionário público – esse funcionário solicita ao promotor a punição do causador
da ofensa.
QUERELANTE E QUERELADO
Esses são os nomes que se dão às partes que se envolveu o tipo de processo . O
querelante é o que foi vítima da ofensa e que apresenta a queixa do crime e o querelado é o
denunciado ou réu.
Fala-se também em querelante e querelado como referência aqueles que se envolvem
em uma querela, ou seja, em uma demanda judicial. Mas a terminologia só é usada quando se
trata dos crimes contra a honra e de outros crimes de ação penas privada.
É possível que alguém se dirija a você e faça uma insinuação ou diga alguma coisa
que deixe uma dúvida no ar a respeito da sua conduta moral ou profissional. Por exemplo,
alguém que diz que você tem mania de empinas pipas ou outras coisas mais; que você é uma
pessoa muito honesta, que o digam os seus ex-amigos...
Nesses casos, ao invés de você entrar direto com o processo contra o possível ofensor,
você pode, antes disso, fazer uma interpelação. Essa interpelação consiste em fazer um pedido
de explicações ao ofensor, de modo que ele esclareça melhor o que disse, detalhando,
reforçando ou negando suas insinuações ou acusações.
A interpelação deve ser feita por meio de advogado e dirigida a um juiz, que manda
notificar o ofensor para que se explique quanto ao que disse a respeito da vítima.
Passado o prazo dado pelo juiz para o ofensor se explicar, o processo referente à
interpelação, com a resposta do ofensor ou sem ela, será entregue à vítima. De posse da
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interpelação, a vítima avalia e decide se deve ou não deve entrar com o processo principal
para tentar obter a condenação do ofensor pelo crime de calúnia, injúria ou difamação,
conforme o caso.
Na interpelação não há julgamento sobre a inocência ou a culpa do ofensor. A
interpelação é apenas um procedimento preparatório do futuro processo que a vítima poderá
mover contra o ofensor.
O ofensor não está obrigado a responder à interpelação. Não há nenhuma punição se
deixar de dar explicações ao ofendido. De qualquer forma, é aconselhável, nesse caso,
consultar um advogado.
A interpelação precisa ser feita por meio de um advogado, mas a resposta do ofensor
pode ser dada pelo próprio ofensor. Ele é que escolhe se quer ou não a participação de
advogado.
Mulher casada que sinta ofendida pode fazer a interpelação ou o processo principal,
sem aviso ou autorização do marido (ofensa do marido).
Muitas vezes, é válido fazer a interpelação antes de dar entrada no processo principal.
É que, diante da resposta dada pelo ofensor na interpelação, a vítima pode considerar melhor
se vale ou não vale a pena processar o ofensor. Além disso, mesmo que se trate de um ofensor
disposto a ferir a honra da vítima, a interpelação poderá intimidá-lo, fazendo-o recusar em
suas agressões morais.
PESSOA JURÍDICA
ACUSAÇÕES GENÉRICAS
Quando uma pessoa fez ofensas genéricas como “os católicos são hipócritas”, “os
comunistas são mentirosos”, “os policiais são torturadores”, “os políticos são corruptos”,
etc., essa pessoa não comete o crime de calúnia, difamação ou injúria. É que, para haver um
desses crimes, é preciso que a ofensa seja dirigida a uma ou mais pessoas específicas e
determinadas. Acusação genérica não caracteriza crime contra a honra.
EXCEÇÃO DA VERDADE
Uma pessoa que está sendo processada por calúnia é absolvida desse crime quando
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consegue provar ao juiz que a acusação que fez a pessoa B é verdadeira. A isso se chama
“exceção da verdade”, isto é, a defesa feita por meio da apresentação da verdade.
Em geral, só o crime de calúnia admite a exceção da verdade. A injúria não admite. E
a difamação só admite quando o ofendido é um funcionário público e a ofensa está
relacionada com as funções exercidas por esse funcionário.
Calúnia a presidente da República e chefe de governo estrangeiro não admite a
exceção da verdade.
RETRATAÇÃO
Nos crimes de calúnia e difamação, a pessoa que praticou o delito pode ficar livre da
punição se fizer uma retratação. Isso significa que essa pessoa retira a acusação falsa e
ofensiva que praticou contra a vítima e confessa que errou ao ter proferido as ofensas
dirigidas à vítima e confessa que errou ao ter proferido as ofensas dirigidas à vítima.
No crime de injúria não cabe retratação.
Não cabe retratação quando a calúnia ou difamação for praticada contra funcionário
público.
A retratação pode ser feita até antes da decisão do juiz (sentença).
A retratação tem força para evitar a punição mesmo que o ofendido se negue a aceitá-
la.
DIREITO CONSTITUCIONAL
Conceituação
A Constituição é a lei máxima e fundamental do Estado. Ocupa o ponto mais
alto da hierarquia das normas jurídicas, por isso recebe o nome enaltecedores que indicam
essa posição de ápice na Pirâmide de Normas : Lei Suprema, Lei Maior, Carta Magna,
Leis das Leis ou Lei Fundamental.
Na Constituição encontram-se, geralmente, as normas básicas que compõem a
estrutura jurídica, política, social e econômica do Estado.
Qual o conteúdo específico de uma Constituição?
Não existe um conteúdo específico, previamente identificável, do que seja
próprio ou não de uma Constituição. O conteúdo jurídico de uma Constituição é
extremamente elástico, variando conforme a vontade política do povo. Tudo o que
determinada sociedade considera fundamental e relevante pode ser ou tornar-se conteúdo de
uma Constituição.
Apesar da variedade de conteúdos constitucionais, adotamos como adequada a
definição a seguir:
Contudo, podem ser classificadas de acordo com três critérios básicos - a forma, a origem
e a consistência - que por sua vez subdividem-se em outros.
1934 - Votada.
Mantém a federação, mas restringe um pouco a autonomia dos
Estados-Membros.
Preocupa-se com o estabelecimento de leis econômicas e sociais.
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1946 - Votada.
Fortalece o regime democrático, assegurando o pluripartidarismo.
Proclama respeito ao direitos humanos.
Restabelece o federalismo: autonomia dos Estados-Membros.
1988 - Votada.
Institui o Estado Democrático de Direito, auto limitando o poder do
Estado ao cumprimento das Leis a que todos subordinam.
Assegura a livre participação dos cidadãos à vida política.
Assegura o pluripartidarismo.
Fortalece o federalismo, conferindo maior autonomia aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios.
Procurou remover as instituições autoritárias legadas pelo regime militar.
Regime político-jurídico
O Brasil consagrou como regime político-jurídico o Estado Democrático de
Direito. Para melhor entendermos o significado desta expressão, vamos analisá-la em duas
etapas:
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• Estado democrático : refere-se ao regime político que permite ao povo (governados) uma
efetiva participação no processo de formação da vontade pública (governo). Por isso, diz a
Constituição: todo pode emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
direta ou indiretamente.
• Estado de Direito - é o regime jurídico que autolimita o poder do governo ao
cumprimento das leis que a todos subordinam.
Os fundamentos do Estado democrático de Direito são:
A) Soberania (poder máximo de que está dotado o Estado para fazer valer suas
decisões e
sua autoridade dentro de seu território)
B)Cidadania (qualidade do cidadão caracterizada pelo livre exercício dos direitos
e
deveres políticos e civis)
C) Dignidade da pessoa humana
D) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
E) Pluralismo político (existência de mais de um partido ou associação disputando o
poder político)
Forma de Governo
Brasil é uma República, cujas características são:
A) Os agentes políticos são eleitos pelo povo;
B) Os agentes políticos ocupam o poder, exercendo mandatos por tempo
limitado.
Forma de Estado
O Brasil é uma federação formada pelas seguintes entidades estatais
autonômas: a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Brasília é a capital
federal. Em razão de sua autonomia político-administrativa, as entidades da federação exibem
auto-organização, autogoverno e autolegislação na esferas de suas respectivas competências.
A União, além da autonomia no plano interno, exerce soberania quando
representa o Estado Federal (o Brasil) perante a comunidade internacional.
Bibliografia
www.clementino.hpg.ig.com.br