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TARDE E MANHÃ EM GÊNESIS 1

Os Dias, o Tempo e a Relatividade


Jorge L. Sperandio e outros

Resumo
O ensaio busca discutir os dias na Criação. Re-avalia a interpretação usual, segundo a noção
comum do tempo, e propõe um método de estudo alternativo, a partir das noções
desenvolvidas, na física, pela Relatividade. Estuda as descrições dos dias, como se
apresentam no Pentateuco, referindo-as a três sistemas coordenados, identificados nesse
mesmo conjunto de textos; de acordo com essa estrutura de referências, avalia o primeiro
capítulo de Gênesis como expressão inicial desse ordenamento descritivo, que pode indicar,
para a primeira semana, uma concepção diferenciada do tempo.

Introdução e Justificativa
As menções tarde e manhã, características dos dias na primeira semana da Criação, não se
deixam explicar pela noção clássica do tempo. Uma boa amostra das dificuldades de
interpretação que elas nos impõem pode ser encontrada no artigo Does the Day Begin in the
Evening or Morning?, publicado em 1966 por H. R. Stroes. Referência obrigatória para o estudo
dos dias bíblicos, o artigo apresenta uma ampla revisão da literatura disponível e discute os
diversos pontos de vista sob duas teorias básicas: de um lado, com a teoria da noite, estão as
opiniões que advogam o início da contagem dos dias pelo pôr-do-sol; e de outro, com a teoria
da manhã, estão as opiniões que defendem o início da contagem dos dias pelo nascer- do-sol.
O artigo mostra que as duas teorias reúnem pontos favoráveis e desfavoráveis, não havendo
lugar, portanto, para uma conclusão definitiva, em prol de uma ou de outra teoria.

O presente estudo (a) também concorda que a questão não está fechada e pode acolher novas
contribuições. (b) Avalia que, em grande parte, as dificuldades de interpretação ainda
existentes decorrem de um tratamento indistinto dos dias; e (c) propõe que os Dias Criativo,
Comum e Cúltico sejam reconhecidos em molduras bem distintas: o Dia Criativo não deve ser
entendido na moldura em que se conhece o Dia Comum e o Dia Cúltico, por sua vez, deve ser
entendido de maneira diferente de ambos.

Bibliografia Fundamental e Método


O Trabalho confronta a descrição dos dias na Criação com as demais descrições dos dias no
Pentateuco. A escolha dos cinco primeiros livros, sem perder de vista o restante da Escritura,
foi motivada pela co-incidência, nesses textos, das seguintes características: 1) conjunto
relativamente pequeno de narrativas; 2) origem a partir do mesmo complexo histórico e
redacional; 3) apresentação dos principais temas da Escritura; 4) narrativas densas e
multiformes; e 5) ênfase freqüente nas descrições dos dias.

O método consiste em aplicar, na leitura dos dias, duas idéias que foram progressivamente se
tornando mais claras: 1) Com o discernimento trazido pela Carta aos Romanos, pode-se
reconhecer, no Pentateuco, várias situações em relação ao pecado: inicialmente, com o
Primeiro Pecado, duas situações básicas são definidas - fora dele (Ø) e dentro dele (#); depois
do Primeiro Pecado (e dentro dele), duas outras situações ainda serão possíveis -uma com
pecados (+) e outra sem pecados (-). 2) Com o método de estudo exposto por Einstein e Infeld
-em A Evolução da Física, é possível reconhecer também, nesse mesmo conjunto de livros,
uma estrutura interna de referências orientando a composição dos dias. De acordo com essa
estrutura, aquelas várias situações em relação ao pecado (Ø,#,+,- ) se mostram configuradas
de maneiras diversas, perfazendo três sistemas coordenados (Ø-, # +, # -) que irão distinguir
as descrições: os dias serão descritos, assim, conforme o sistema aos quais se referem.

Estrutura de Referências (a) , em Três Composições Diferentes (b)


Ø - Fora do Pecado,
 Primeiro Pecado
sem pecados
Ø Fora do Pecado
# + Dentro do Pecado,
# Dentro do Pecado
com pecados
+ com pecados
# - Dentro do Pecado,
- sem pecados
sem pecados

Objetivos

1) Discutir os dias na Criação; 2) Oferecer um método de trabalho alternativo, que possa


auxiliar na compreensão (a) das menções tarde e manhã, (b) dos processos criativos e (c) das
realidades pré e pós-pecado.

Desenvolvimento

1. O método:

1.1) Desvincula para estudo os três principais conceitos envolvidos: o dia, os crepúsculos e o
tempo. Avalia separadamente cada um deles e verifica como é possível que existam dias e
tempos diferentes. Reconhece inicialmente que o termo dia, longe de significar uma duração
determinada, encerra uma idéia bem mais ampla: a ocorrência na mesma unidade, de duas
condições sucessivas e opostas; assim, a claridade é chamada dia porque, nela, a manhã é
sucedida pela tarde; o total das vinte e quatro horas pode continuar sendo chamado dia
porque, nelas, o claro e o escuro se sucedem; e em Gênesis 2:4b, o termo dia (no original
hebraico yõm) aparece com o mesmo sentido: nesse dia, a criação do céu e da terra sucedeu
a ausência anterior de céu e terra. Reconhece que os dois crepúsculos pertencem ao dia (já
que ambos mostram luz) e vê neles o principal significado para manhã e tarde. Entretanto,
como existiram dias em que o sol não figurava no firmamento, substitui a referência habitual sol
(crepúsculo matutino: antes do sol; crepúsculo vespertino: depois do sol) pela referência luz
(comum a todos os dias, desde o primeiro em Gn 1:5) e entende os crepúsculos,
simplesmente, como a presença de luz sem sol no firmamento. E sobre o tempo, admite que
ele não é único e muito menos absoluto; como um produto do movimento, o tempo não ocorre
por si mesmo e pode se apresentar de maneiras diferentes, desde que, para isso, existam
situações diferentes de movimento.
1.2) Associando descrições afins, separa, no conjunto do Pentateuco, dois grupos descritivos
distintos: no primeiro grupo, os segmentos tarde e manhã são repetidamente enfatizados e no
segundo, todos os segmentos do dia são tratados indistintamente, sem enfatizar, com
repetições, os segmentos da tarde e da manhã.

1.3) Verifica que no primeiro grupo estão as narrativas que tratam do tema proximidade e favor
de Deus e no segundo, as narrativas que tratam do tema afastamento e desfavor.

Grupos Descritivos e Temas

Ênfase (com repetições) Sem ênfase nas repetições


nas tardes e manhãs das tardes e manhãs
 
Proximidade e Favor Afastamento e Desfavor

1.4) Avalia que os temas proximidade/favor e afastamento/desfavor são apresentados,


alternadamente, sob três cenários distintos, com volumes de textos progressivamente maiores:
Paraíso, Exílio do Paraíso e Libertação.

Grupos Descritivos, Temas e Cenários

Ênfase (com repetições) Sem ênfase nas repetições Ênfase (com repetições)
nas tardes e manhãs das tardes e manhãs nas tardes e manhãs
Proximidade e Favor Afastamento e Desfavor Proximidade e Favor

EXÍLIO DO
PARAÍSO   LIBERTAÇÃO
PARAÍSO

1.5) Relaciona os três cenários a três sistemas coordenados. Cada um desses sistemas é
obtido por arranjos diferentes entre as várias situações com relação ao pecado (Ø,#,+,-): o
Paraíso, no sistema Criação, existe antes do Pecado e é isento de pecados (Ø-); o Exílio do
Paraíso, no sistema Decriação, existe depois do Pecado e é gerador de pecados (#+); a
Libertação, no sistema Instrução, existe depois do Pecado e oferece a isenção de pecados
-pelo exercício da Lei e do Culto (#-). (Cf. Ex 20:20; Lv 5:5,6 -nota 5)

Três Sistemas Coordenados


1.6) À luz da Carta aos Romanos, separa o Primeiro Pecado dos outros pecados. Ainda que,
como pecado, possa ser comparado aos demais, o Primeiro Pecado destoa muito dos pecados
seguintes, quando avaliado na gravidade e extensão do dano resultante. Além de ocorrer num
ambiente que não conhecia o pecado, a atitude de Adão, descumprindo a primeira ordem de
obediência, inaugura e dá continuidade à morte, que se infiltra na Criação inteira. Trazendo a
morte, o Primeiro Pecado abala e transtorna toda a disposição anterior da Criação, e com isso,
finaliza o sistema Criação e desencadeia o sistema Decriação. Neste segundo sistema, que
passa a experimentar a morte, o pecado avança progressivamente na geração e multiplicação
dos demais pecados, até ser contido pela intervenção do Dilúvio. Resultado, portanto, dessa
mescla de ações degenerativas, punitivas ou reparadoras, o sistema Decriação oferece, a partir
do Dilúvio, o formato atual da Criação -como é investigado pela ciência comum. O terceiro
sistema, menor, ocorre dentro do sistema Decriação: iniciando-se no êxodo do Egito, o sistema
Instrução vai acolher, no cenário da libertação, a segunda ordem de obediência, a Lei, à qual
serão aferidos os demais pecados. Nessa aliança, estabelecida restritamente com Israel, se
conhece sobre a fatalidade do pecado, o qual, realçado pela Lei, é entendido como inevitável
na disposição atual da Criação; ou, de outro modo, o mundo que temos diante de nós, é o que
resultou da Criação inicial, à maneira de cicatriz, depois do trauma do pecado e do tratamento
reparador do Dilúvio.

Limites, Conteúdos e Relações entre os Sistemas

1.7) Propõe que os sistemas Criação, Decriação e Instrução terão, cada um deles, dias que
lhes serão próprios e exclusivos. Assim, o Dia Criativo refere-se ao sistema Criação; o Dia
Comum ao sistema Decriação, e o Dia Cúltico ao sistema Instrução.

Três Tipos Relativos de Dia

2. Nessa estrutura de referências:

2.1) O Primeiro Pecado divide dois tipos de tempo: antes dele, na Criação e no Paraíso, o
tempo evolui sem a morte, sob leis que desconhecemos, numa seqüência tarde→manhã (Cf.
Gn 1:5,8,13,19,23,31 –nota 14); depois dele, e como decorrência dele, o tempo comum evolui
com a morte, sob leis físicas que conhecemos, numa seqüência manhã→tarde.

2.2) Os demais pecados definem dois tipos de dia, ambos no tempo comum: o Dia Comum
vem descrito na seqüência dia-noite e o Dia Cúltico na seqüência noite-dia. Entretanto, além
dessa precedência da noite sobre o dia, o Dia Cúltico ainda mostra outra distinção em relação
ao Dia Comum: como no Dia Criativo, enfatiza repetidamente os segmentos da tarde e da
manhã .
O Tempo e os Dias Conforme o Pecado e a Lei

2.3) Tanto o Dia Criativo, isento do Pecado, como o Dia Cúltico, isento de pecados, realçam os
segmentos da tarde e da manhã. Mas, embora o Dia Cúltico possa ser comparável ao Dia
Criativo nesse aspecto, difere dele em outros. 1) No Dia Criativo, a extremidade da tarde inicia
um dia-luz, que se estende até à extremidade da manhã; no Dia Cúltico, o que a extremidade
da tarde inicia é uma noite, que se estende até à extremidade da manhã. 2) Iniciada pela
extremidade da tarde e finalizada pela extremidade da manhã, a noite, no Dia Cúltico, se
coloca entre uma tarde e uma manhã -no curso habitual do tempo que conhecemos:
tarde→[Noite]→manhã→dia. Entretanto, no Dia Criativo, a noite não cabe entre a tarde e a
manhã, sinalizando um curso de tempo completamente diferente, já que a tarde, invertida,
aparece antes da manhã: noite→tarde→manhã (noite→tarde→[DIA]→manhã).

Tarde e Manhã nos Três Tipos de Dia

DIA CRIATIVO DIA COMUM DIA CÚLTICO

TARDE Primeira metade


Final do Dia-luz Início da Noite
(luz sem sol) do Dia-luz
TARDE Segunda metade
Início do Dia-luz Final da Noite
(luz sem sol) do Dia-luz

2.4) A sequência noite→tarde→manhã para o Dia Criativo, pode ser atestada pelas evidências
seguintes, entre outras: 1) O versículo 2 revela que as trevas, chamadas Noite no versículo 5,
existiam antes da luz; portanto, noite do Primeiro Dia ocorreu antes do primeiro dia-luz. 2) Não
sendo desta maneira, a noite do Primeiro Dia teria de ser entendida entre a Tarde e a Manhã
do versículo 5, o que traria algumas situações anômalas. Por exemplo: I) vinda depois da
primeira tarde, essa noite, ao suceder a luz, seria, na verdade, a segunda noite (porque a
primeira noite -as trevas do versículo 2- aconteceu antes da Luz), e, por isso, como segunda
noite, deve pertencer ao Segundo Dia; II) se essa noite for, então, do Segundo Dia, o Primeiro
Dia ficaria sem manhã, já que a Manhã relatada no versículo 5, vinda depois da segunda noite,
teria que ser do Segundo Dia; III) se a Manhã do versículo 5 for do Segundo Dia, o primeiro
dia-luz, de fato, só seria completado com a Tarde relatada no versículo 8!

A posição da noite em Gênesis 1

A) Na Interpretação Usual
Primeiro dia descrito, v. 5 Segundo dia descrito, v. 8

TARDE noite MANHÃ TARDE noite MANHÃ

Primeiro dia-luz

Reconhecendo-se a noite depois da TARDE, não é possível completar o primeiro dia-luz no v.


5: o primeiro dia, de fato, teria de ser composto com a MANHÃ do v. 5 e a TARDE do v. 8.

B) Na Interpretação Sugerida

Primeiro dia descrito, v. 5 Segundo dia descrito, v. 8

Primeiro dia descrito, v. 5 Segundo dia descrito, v. 8

noite TARDE MANHÃ noite TARDE MANHÃ

Primeiro dia-luz

Reconhecendo-se a noite antes da TARDE, o primeiro dia-luz é completado no v. 5.

3. Assim:

3.1) Admitindo-se os dias como mostradores e marcadores do tempo, é possível afirmar que o
Dia Criativo "invertido" vem sinalizar um tempo também "invertido", se comparado aos dias e
tempo que a nossa percepção habitualmente reconhece.

3.2) Com os recursos da Relatividade, na física de campos, pode-se aceitar que o tempo na
primeira semana, apesar de invertido, não "correu para trás". O tempo que agora conhecemos
segue numa continuação daquele; mas, depois do Pecado, carrega um contexto adverso de
forças, que o cenário inicial da Criação provavelmente não conheceu.

3.3) A descrição do Dia Criativo parece indicar, portanto, que o perfil do tempo nos primeiros
seis dias era outro. Finalizando, se tomamos como exemplo a segunda lei da termodinâmica,
poder-se-ia dizer que o autor do primeiro capítulo de Gênesis, "conhecendo-a", quis excluí-la
do mundo da Criação -ou até mesmo "invertê-la"!

Conclusão

A noção comum do tempo não consegue explicar, com nitidez, a evolução dos dias na primeira
semana da Criação. Ao apresentar uma ordem física diferenciada, a redação de Gênesis 1
sugere compartilhar da mesma orientação descritiva utilizada posteriormente pela Relatividade:
situações diferentes devem ser tratadas de maneiras diferentes. Reconhecendo os dias, à luz
desse método, o texto da Criação ganha clareza e deixa entender melhor a realidade que
precedeu o pecado.

Apêndice A

Gn 3:14-19 Então Iahweh Deus disse à serpente: "Porque fizeste isso és maldita entre todos os

animais domésticos e todas as feras selvagens. Caminharás sobre teu ventre e comerás poeira
todos os dias de tua vida. Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem
dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar. " À mulher, ele disse: Multiplicarei
as dores de tuas gravidezes, na dor darás à luz filhos. Teu desejo te impelirá ao teu marido e
ele te dominará." Ao homem, ele disse: "Porque escutaste a voz de tua mulher e comeste da
árvore que eu te proibira comer, maldito é o solo por causa de ti! Com sofrimentos dele te
nutrirás todos os dias de tua vida. Ele produzirá para ti espinhos e cardos, e comerás a erva
dos campos. Com o suor de teu rosto comerás teu pão até que retornes ao solo, pois dele
foste tirado. Pois tu és pó e ao pó tornarás."

Gn 3: 22-24 Depois disse Iahweh Deus : "Se o homem já é como um de nós, versado no bem e
no mal, que agora ele não estenda a mão e colha também da árvore da vida, e coma e viva
para sempre!" E Iahweh Deus o expulsou do jardim de Éden para cultivar o solo de onde fora
tirado. Ele baniu o homem e colocou, diante do jardim de Éden, os querubins e a chama da
espada fulgurante para guardar o caminho da árvore da vida..

Gn 4:15 Iahweh lhe respondeu: "Quem matar Caim será vingado sete vezes." E Iahweh
colocou um sinal sobre Caim, a fim de que não fosse morto por quem o encontrasse.

Gn 6:3,4,5,6 Iahweh disse:"Meu espírito não se responsabilizará indefinidmente pelo homem,


pois ele é carne; não viverá mais que cento e vinte anos." Ora, naquele tempo (e também
depois), quando os filhos de Deus se uniam às filhas dos homens e estas lhes davam filhos, os
Nefilim habitavam sobre a terra; estes homens famosos foram os heróis dos tempos antigos.

Gn 6:17 "Quanto a mim, vou enviar o dilúvio, as águas, sobre a terra, para exterminar de
debaixo do céu toda carne que tiver sopro de vida: tudo o que há na terra deve perecer..."

Gn 7:11 No ano seiscentos da vida de Noé, no segundo mês, no décimo sétimo dia do
segundo mês, nesse dia jorraram todas as fontes do grande abismo e abriram-se as comportas
do céu.

Gn 8:21,22 Iahweh respirou o agradável odor e disse consigo: "Eu não amaldiçoarei nunca
mais a terra por causa do homem, porque os desígnios do coração do homem são maus desde
a sua infância; nunca mais destruirei todos os viventes, como fiz. Enquanto durar a terra,
semeadura e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite não hão de faltar."

Gn 9: 1,2,3 Deus abençoou Noé e seus filhos, e lhes disse: "Sede fecundos, multiplicai-vos,
enchei a terra. Sede o medo e o pavor de todos os animais da terra e de todas as aves do céu,
como de tudo o que se move na terra e de todos os peixes do mar: eles serão entregues nas
vossas mãos. Tudo o que se move e possui a vida vos servirá de alimento, tudo isso eu vos
dou, como vos dei a verdura das plantas.

Gn 9: 12-15 Disse Deus: "Eis o sinal da aliança que instituo entre mim e vós e todos os seres
vivos que estão convosco, para todas as gerações futuras: porei meu arco na nuvem e ele se
tornará um sinal da aliança entre mim e a terra. Quando eu reunir as nuvens sobre a terra e o
arco aparecer na nuvem, eu me lembrarei da aliança que há entre mim e vós e todos os seres
vivos: toda carne e as águas não mais se tornarão um dilúvio para destruir toda carne.

Apêndice B

O papel desempenhado pelo capítulo dois, no conjunto de textos que vai da Criação ao
Pecado, aparece decisivo na sustentação desse argumento. Ao invés de tomá-lo como
narrativa que repete o tema do capítulo um, na versão de outra fonte literária, ele foi
considerado como episódio real e seguinte à criação dos seis dias, exatamente como sugere a
progressão da leitura. Os capítulos um e dois não seriam, portanto, duas histórias diferentes do
mesmo fato, mas dois fatos diferentes, e sucessivos, na mesma história.

É como se Deus, ao terminar no sétimo dia o projeto de construir um mundo "muito bom",
passasse a tratar, na vigência do Repouso, de outro projeto, separado, distinto do primeiro, e
ainda melhor: a oferta, especialmente reservada, do Seu Descanso. Apontam nessa direção,
por exemplo, (a) uma sequência diferente, invertida, na ordem de surgimento dos seres: na
semana se evolui do mundo ao homem; no descanso, do homem ao paraíso. (b) O Deus
criador da semana, ainda que seja verdadeiro e pleno de poder, é um Deus formal, pouco
conhecido, vago e distante; o Deus criador do descanso, pelo contrário, é um Deus próximo,
que se deixa conhecer, tem nome -IAHWEH- e se envolve pessoalmente com a Criação. (c)
Todos os seres que são levantados do barro, no capítulo 2, também têm nome; e o homem,
recebendo a única vida que vem pela boca achegada de IAHWEH, é sagrado filho de Deus. (d)
Essa intimidade entre Deus e o homem, iniciada e revelada por IAHWEH no capítulo 2, tem,
entretanto, um custo de manutenção: obediência exclusiva a Ele; na fidelidade absoluta do
homem, tornado filho de Deus, coloca-se a chave geral de toda a criação. Desligada em
seguida pelo primeiro pecado, a criação inteira entra na morte, perde o paraíso e recebe de
volta o primeiro homem que, feito filho, saiu do Repouso de Deus. Sob a morte, enquanto a
criação esvazia-se de vida, o pecado avança até um limite determinado e desencadeia o
dilúvio. Baixando a água do dilúvio, a criação emerge no seu perfil atual: a deterioração que
vinha progressiva, passa a ser periodicamente renovada nos ciclos da nova ordem (Cf. Gn 8:22
-nota anterior). (e) A mesma idéia de separação, que deu a Adão -junto com alguns animais- a
singularidade de conhecer duas situações diferentes da criação (antes do pecado no paraíso e
depois do pecado na morte), será repetida no restante da Escritura em contextos diferentes:
Noé, separado da velha ordem com alguns animais, atravessa o dilúvio e conhece a nova
ordem; Israel, especialmente separado das nações, distingue animais puros de impuros,
conhece a proximidade e o afastamento de Deus e escreve sobre o Seu favor e desfavor. Em o
Novo Testamento, o mesmo Descanso que inicia o capítulo 2, ainda continua reservado aos
que foram, separados pessoalmente por Ele, tornados filhos de Deus. E não só o homem
entrará nesse Descanso, mas toda a criação, que igualmente anseia por isso, na esperança de
ela também ser libertada da escravidão da corrupção, a que foi submetida (Romanos, 8:20,21).

Bibliografia Auxiliar
Livros

A Bíblia de Jerusalém. Nova Edição Revista. São Paulo, Edições Paulinas, 1989.

A Bíblia Sagrada. Edição Revista e Corrigida ("Almeida"). Rio de Janeiro, Imprensa Bíblica
Brasileira,1982.

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Bibelgesellschaft,1984.

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com o texto latino: Prof. Antonio da Silveira Mendonça. São Paulo, Edições Paulinas,1986.

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3ª ed. SãoPaulo, E. P. U. -Editora Pedagógica e Universitária, 1977.

Dicionário Escolar Inglês-Português e Português-Inglês. Por Leonel Valandro, 1ª ed. Porto


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Jorge Luiz Sperandio, médico, membro do Corpo Clínico do Hospital e Maternidade São José,
Atibaia (SP), e pesquisador do AT com projeto de dissertação sobre "Os regulamentos levíticos
no estudo da criação".
sperandios@uol.com.br

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