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Índice ................................ ................................ ................................ ................................ ....... 1
Introdução ................................ ................................ ................................ ................................ 2
Características da região ................................ ................................ ................................ ........... 2
Iguarias da região ................................ ................................ ................................ ..................... 4
Sopas ................................ ................................ ................................ ................................ ... 4
Pratos Principais ................................ ................................ ................................ ................... 5
Doçaria ................................ ................................ ................................ ................................ 7
Comentário Final ................................ ................................ ................................ ..................... 8
Bibliografia ................................ ................................ ................................ .............................. 9
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³O azul não é bem aceite no âmbito da alimentação: praticamente não comemos nem bebemos
nada de cor azul´ (Heller; 2009; 2). É portanto a cor inexistente nos alimentos, a menos que seja
utilizado um corante alimentício. Deste modo, ao nível da higiene e segurança alimentar, os
pensos utilizados aquando de um corte, são azuis. Dado que neste trabalho será abordado,
maioritariamente, o tema das cores nos alimentos, quis apenas de forma introdutória referir este
facto. Optei por escolher a região do alentejo, uma vez que me parece ser uma região com alto
valor gastronómico, e toda ela também repleta de produtos de grande potencial nutritivo. Além
destes factores que caracterizam esta região, outro não tão menos importante é o turismo. Com
isto a região vê-se ³obrigada´ a apostar no aspecto visual da sua gastronomia. Embora adopte
uma postura globalista, implementando na região restauração internacional, o alentejo continua
também a manter a sua tradição. Facto é que encontramos ainda muitos estabelecimentos de
restauração ao longo do alentejo, que oferecem aos seus clientes iguarias apresentadas neste
trabalho, e outras.
Irei começar por apresentar alguns pontos que me parecem importantes referir, caracterizantes
da região. Seguidamente faço a apresentação de alguns pratos tradicionais alentejanos, que
serviram como referência para apreciação ao longo do trabalho. Cada prato terá como
identificação os ingredientes necessários e uma breve explicação da preparação, bem como a
sub-região pertencente, (alto ou baixo alentejo). Sendo as sub-regiões os factores de
comparação, escolhi para o trabalho uma sopa, um prato e uma sobremesa de cada região. Serão
comparados pela coloração e também por factores como a textura, a ocasião, e o local onde são
confeccionados. Os pratos escolhidos são: sopa de beldroegas (baixo alentejo) e sopa de cação
(alto alentejo); carne de porco à alentejana (alto alentejo) e caldeirada de peixe (baixo alentejo)
e na doçaria, sericaia (alto alentejo) e toucinho do céu (baixo alentejo). Optei por comparar um
prato de carne do alto alentejo com um prato de peixe do baixo alentejo, parecendo-me a melhor
forma de expor a variedade de produtos oferecidos no alentejo, tendo em conta o limite de
páginas deste trabalho.
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O Alentejo é uma região localizada na zona sul de Portugal acima do Algarve, constituída por
cinco sub-regiões: Baixo e Alto Alentejo, Alentejo Litoral e Central e Lezíria do Tejo,
compreendendo nelas os distritos de Beja, Évora, Portalegre e parte de Setúbal e Santarém.
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Ocupa 30% do terrotório nacional. Enquadra-se numa área de 27 mil kilometros quadrados,
embora seja a região do país menos habitada, tendo apenas 5% da população nacional.
Caracterizado por invernos pouco chuvosos e verões quentes e secos, o clima alentejano é
considerado ao longo do ano como temperado, sendo que as regiões litorais são ligeiramente
mais frescas e húmidas que as restantes. Estas características ambientais e outras, são
responsáveis pelas grandes e amarelas planícies que por lá se encontram.
O alentejo foi durante muito tempo ocupado pelo povo romano, (século. I a.C. até ao século II
d.C.). Com eles veio a arquitectura das terras, o estilo de vida mediterrâneo e impuseram a sua
religião, os seus costumes e os seus hábitos alimentares. Houve intensificação da agricultura,
focada na produção de vinho, azeite e trigo. Acredita-se que o alentejo, de todas as regiões
portuguesas, seja a região com mais costumes romanicos. Desta forma o intercâmbio de
produtos aumentou exponencialmente. Além destas, outras influências como as fenícias,
contribuiram também para o que é hoje, a gastronomia alentejana. Os fenícios levaram ao
melhoramento de técnicas agrícolas como o cultivo de cereais, introdução de novos métodos no
fabrico de azeite, entre outras.
Contudo foi a população árabe-mulçumana que vincou o maior número de hábitos e costumes
alimentares, ainda hoje praticados na região alentejana. A cozinha árabe é por si só a matriz da
cozinha alentejana. À execpção do tomate, do pimentão, da batata, do perú e de alguns feijões,
tudo o resto presente na alimentação alentejana, era já consumido nas mesas árabes. A título de
exemplo pensa-se que a famosa açorda alentejana é semelhante à sopa árabe Tharid, onde era
mergulhado pão num caldo, que encorporava diversos produtos como vegetais, peixe, carne,
maricos, ovos, azeitonas, ervas aromáticas e azeite.
Actualmente alguns dos pratos tradicionais Alentejanos têm vindo a sofrer pequenas alterações,
de maneira a não descaracterizar as receitas locais ± que foram transmitidas de geração em
geração - nos métodos de confecção ou nos ingredientes utilizados, por forma a que estas se
tornassem mais saudáveis e mais apropriadas às necessidades nutricionais dos dias de hoje.
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âuanto à doçaria, igualmente rica e vasta, era feita à base de ovos (em consonância com o resto
do país), amêndoas e gila.
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Num tacho faz-se um pequeno refogado com a cebola, os alhos, a salsa e a folha de louro.
âuando estiver refogado, acrescenta-se o colorau, a pimenta e os orégãos. Põe-se água q.b. e
quando estiver a ferver põe-se o cação. Depois de cozido, desfaz-se a farinha num pouco de
água e coloca-se dentro da sopa para engrossar o caldo. Depois de pronta, adiciona-se o vinagre
e os coentros e serve-se com fatias de pão no prato.c
Prepara-se as beldroegas, ficando com as folhas. Corta-se as cebolas às rodelas e aloura-se com
o azeite. Junta-se as folhas de beldroegas lavadas e deixa-se refogar. Rega-se com cerca de 2
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litros de água e deixa-se levantar fervura. Coloca-se os alhos inteiros na panela com o caldo a
ferver e as batatas cortadas às rodelas grossas. Tempera-se a sopa de sal e deixa-se cozer. Na
altura de servir, introduz-se no caldo os ovos e deixa-se escalfar. Dispõe-se o pão cortado às
fatias numa terrina e rega-se com o caldo.
A base destas sopas, tal como outras, é a água. O que as distingue das outras sopas é o método
de confecção. Nestas os elementos não são triturados, ao contrário dos cremes normalmente
encontrados. Deste modo a coloração predominante nestas sopas é o amarelo, devido ao azeite
adicionado, também típico desta região. Repara-se no facto do pão estar presente nas sopas
apresentadas, e em inúmeras outras sopas alentejanas. Este é outro factor que leva à coloração
amarela nas sopas. Está também presente a côr verde, no caso da sopa de beldroegas, as próprias
beldroegas e no caso da sopa de cação são os coentros, também bastante característicos nesta
região. Esta côr simboliza o Sol, a luz, o ouro. Tal como as planícies alentejanas, repleta de
amarelo devido ao Sol que nelas inside, os próprios pratos alentejanos são também eles essa
própria luz. ³É a cor do optimismo mas também do nojo, da inveja, da mentira e da doença. A
cor da iluminação, do entendimento, mas também dos desprezíveis e dos traidores´ (Hellen;
2008; 7). Tal como todas as outras cores, o amarelo desperta sensações de prazer e de repulsa,
dependendo do leitor. Na minha opinião pessoal, estes pratos quando bem confeccionados,
despertam claramente uma sensação de luz, armonia e, como o próprio autor diz, optimismo.
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Corta-se a carne em cubos e tempera-se com massa de pimentão, alho esmagado, folhas de
louro, sal, pimenta e vinho branco. Envolve-se tudo muito bem e deixa-se nesta marinada cerca
de 4 horas.Põe-se as amêijoas em água com sal durante 2 horas para perderem a areia; findo
esse tempo lava-se muito bem em água corrente.Deita-se a banha numa frigideira grande e
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quando estiver quente, deita-se a carne bem escorrida e deixa-se fritar, mexendo de vez em
quando, até ficar frita e loura. Junta-se o líquido da marinada e deixe ferver cerca de 2 minutos.
Junta-se as amêijoas.Logo que as amêijoas estejam abertas, junta-se os coentros picados.
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Tanto a carne de porco como a caldeirada têm predominantemente a côr vermelha. A carne de
porco é um prato seco, onde o molho é apenas o essencial, ao contrário da caldeirada que
tipicamente é feita com bastante molho. A carne de porco é um prato confeccionado com
regularidade, não só no alentejo como noutras regiões do país. Já a caldeirada é considerado um
prato confeccionado em ocasiões festivas, dado o valor acrescido dos seus produtos. Eva Heller,
autora do livro r icologia da ore (2009), aponta o vermelho como uma côr de euforia,
excitação, caracterizando o fogo, a paixão, o sangue, entre outros. Na minha opinião esta
simbologia defendida pela autora vai de encontro à realidade. âuando confeccionada, a carne de
porco à alentejana leva, além de pimenta, massa de pimentão. Ora isto são produtos que além de
conferir a côr vermelha no prato (no caso da massa de pimentão), transmitem ao próprio prato
um gosto ligeiramente picante. O picante ³cria fogo´ dentro de nós, carrega portanto o factor
afrodisíaco. Tudo isto está inteiramente ligado com a simbologia do fogo e da paixão.
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Mistura-se o açúcar com 2 dL de água. Ferve-se até se obter uma calda. Peneira-se a farinha
para uma caçarola e adiciona-se o leite aos poucos, mexendo sempre. Acrescenta-se 2 cascas
finas de limão. Levar ao lume até a farinha cozer, mexendo sempre. Mistura-se com a calda de
açúcar e retira-se do lume. Adiciona-se as gemas uma a uma e por último as claras em castelo,
envolvendo tudo. Coloca-se num prato de barro e leva-se a cozer, abrindo umas fissuras, tal
como na foto, a meio da cozedura.
Escalda-se as amêndoas, escorre-se e retira-se a pele. Coloca-se num tabuleiro, juntamente com
os pinhões e com as avelãs, leva-se ao forno para torrar ligeiramente. Posteriormente moem-se
os três frutos na picadora. Leva-se o açúcar ao lume coberto de água, deixando ferver até ponto
pasta. Adiciona-se metade dos frutos e deixar cozinhar. De seguida deixar amornar. Adiciona-se
as gemas batidas com os ovos e mistura-se, levando novamente um pouco ao lume. Unta-se uma
forma de bolo inglês com manteiga e coloca-se uma base de molho, seguida de uma de frutos
secos, sucessivamente este processo até terminar com uma de doce. Leva-se ao forno até cozer.
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São dois exemplos doçaria tipica alentejana, confeccionados diariamente nas casas alentejanas.
São relativamente fáceis de fazer, o que os une são os elementos principais (farinha, ovos e
açúcar), embora cada um seja distinto, não só nos restantes ingredientes, como também na
própria textura. O Sericaia fica com uma textura mais pastosa, ao contrário do toucinho do céu
que fica consistente. Outro factor que une estes dois doces é a côr. O castanho é predominate em
ambos, embora seja a côr de grande parte dos bolos. Além do castanho também o amarelo está
presente, no que respeita ao sericaia. É opção de quem faz o sericaia abrir fissuras no bolo,
quando este está a meio da cozedura. âuando aberto, o sericaia emana uma luz amarela, vinda
do interior. Na minha opinião essa luz faz toda a diferença, havendo assim um contraste perfeito
entre o amarelo, com a simbologia descrita anteriormente e o castanho, côr da Natureza. ³O
castanho é especialmente agradável quando se combina com cores mais animadas, como o
dourado ou o cor-de-laranja´. (Heller; 2008; 19). Embora apontado como uma côr rejeitada, o
castanho simboliza também uma série de efeitos positivos. É acolhedor, quente e tantos outros
significados que definem também estas iguarias.
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A título meramente conclusivo, quero apenas referir que o alentejo é uma região do país com
uma tradição privilegiada. Constata-se que as sopas, os pratos principais e a doçaria, não variam
muito do alto para o baixo alentejo. As cores que normalmente predominam nestes pratos é o
amarelo, o vermelho e o castanho, sendo portanto cores que vão de encontro ao clima da região,
uma vez caracterizadas como cores quentes. Tanto nas sopas como em muitos pratos principais
alentejanos, o pão e o azeite são os elementos base. Sem dúvida que outros pratos não
apresentados aqui, poderão ter uma coloração e uma textura diferente, mas julgo que isso
acontece em todas as regiões do país. As receitas apresentadas estão definidas por sub-regiões
(alto e baixo alentejo). Esta definição é de acordo com algumas referências bibliográficas
apresentadas posteriormente. Em alguns casos há discórdia entre os autores, sendo que uns
apontam a receita para uma sub-região e outros para outra. Tentei basear-me em referências que
me pareceram credíveis, nomeadamente bibliográficas e não webgráficas. Conclu-o também que
o alentejo apresenta pratos de acordo com a zona. Mais no litoral predominam os pratos à base
de peixe, enquanto para o interior predominam os de carne. Daí que o distrito de Setúbal seja
considerado a nível nacional, o que tem melhor qualidade de peixe para oferecer.
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Heller, Eva (2009) ³r icologia da ore ± Apontamentos fornecidos pelo professor (³r
imbologia da ore). Editora: Barcelona: Ed. Gustavo Gili SL.
Albert, Aguinaldo Záckia (2006); abore do rlentejo itória,
inho e eceita, Editora
Senac São Paulo.
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http://www.lifecooler.com/edicoes/lifecooler/pesquisa.asp?ie=ISO-8859-1&oe=ISO-8859-
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http://www.lifecooler.com/edicoes/lifecooler/desenvRegArtigo.asp?art=7621&rev=2&cat=421
http://www.gastronomias.com/portugal/alentejo015.html
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http://www.receitasemenus.net/content/view/1721/262/
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Consultado em 12-11-10 às 16:40, Disponível em:
http://www.google.com/books?hl=pt-
PT&lr=&id=ziNVfsv3kNAC&oi=fnd&pg=PA4&dq=do%C3%A7aria+alentejana&ots=-
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