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UNIVERSIDADE FEDERAL TECNOLÓGICA DO PARANÁ

BACHARELADO EM SISTEMAS DA INFORMAÇÃO

BRUNO GUILHERME ANDRETTA DE MIRANDA


CELSO WOLSKI
EMERSON SHIGUEO SUGIMOTO
FERNANDO HIROSHI SUEMITSU
RODRIGO CIRINO
VAGNER VENGE

ALIENAÇÃO, IDEOLOGIA E MITOS NA ATUALIDADE.

TRABALHO DE GRADUAÇÃO DA DISCIPLINA DE TECNOLOGIA E


SOCIEDADE

CURITIBA
2009
BRUNO GUILHERME ANDRETTA DE MIRANDA
CELSO WOLSKI
EMERSON SHIGUEO SUGIMOTO
FERNANDO HIROSHI SUEMITSU
RODRIGO CIRINO
VAGNER VENGE

ALIENAÇÃO, IDEOLOGIA E MITOS NA ATUALIDADE.

TRABALHO DE GRADUAÇÃO DA DISCIPLINA DE TECNOLOGIA E


SOCIEDADE
TRABALHO DESENVOLVIDO PARA A DISCIPLINA DE TECNOLOGIA
E SOCIEDADE DO CURSO DE BACHARELADO EM SISTEMAS DA
INFORMAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL TECNOLÓGICA DO
PARANÁ COMO AVALIAÇÃO.

PROF. ROBERTO RANNA KELLER

CURITIBA
2009
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 4

2. CAPÍTULO 1: ALIENAÇÃO............................................................................... 5

3. CAPÍTULO 2: IDEOLOGIA................................................................................ 10

4. CAPÍTULO 3: MITOS NA ATUALIDADE........................................................ 12

5. CONCLUSÃO....................................................................................................... 16
INTRODUÇÃO

A alienação possui vários significados, contudo o mais comum é a


ausência de bens: materiais ou espirituais. Na Idade Média a religião
alienava as pessoas com uma doutrina rígida no qual quem detinha um
pensamento diferente o da igreja era amaldiçoado a ficar eternamente no
inferno. Com o avanço da técnica e do cientificismo, a humanidade
alienou-se a indústria, cuja classe do proletariado foi manipulada a ficar
horas em serviço e com pouco tempo de lazer para garantir o bem-estar de
seus patrões. Posteriormente, com a tecnologia da mídia ficou mais fácil
para a classe dominante alienar a “massa”, utilizando agora do rádio, da
televisão e do cinema para produzir entretenimento e conduzir o povo a
construir os desejos dos dominantes.
Ideologia é um conjunto de idéias de um indivíduo ou grupo, que
tem relação com a política. Ela também é um método de controle usado
pela classe dominante. Na história da humanidade houve ideologias que
mudaram conceitos que perduraram por séculos e outros que duram até
hoje.
Antigamente, os mitos tinha como significado a explicação dos
fenômenos naturais, hoje utiliza da palavra mito para referir-se, de forma
pejorativa, às crenças comuns. Mas ainda há um pouco do primeiro
significado nas histórias infantis e em revistas em quadrinhos, que visam
ter uma função pedagógica e de implantar desde criança as idéias de sua
sociedade e a conduta ao qual elas devem seguir.
ALIENAÇÃO, IDEOLOGIA E MITOS NA ATUALIDADE.

A ALIENAÇÃO

A definição da palavra alienação é ampla: podendo significar


ausência de bens, transferência de propriedade, desligamento da realidade,
ou ainda perda de personalidade. Ou seja, significa a perda de bens sejam
eles materiais, físicos, mentais, emocionais, culturais, sociais, políticos
ou econômicos.

O mito é uma das fontes da alienação. A religião, por exemplo,


causa alienação devida a “verdade” que a ciência não pode responder,
outrora, no passado a instituição religiosa, detentora do saber, o guarda
para si, na forma de textos em Latim, língua secreta para a maioria
(exceto para os “iniciados”), como forma de dominação sobre a massa, que
alienada segue “religiosamente” sobre o cabresto e domínio da instituição,
contestá-la seria o mesmo que contestar ao próprio Deus, Criador
Onipresente, que tudo sabe e tudo vê (aqui sem referências à fé de cada
um, mais à imagem que a instituição tomou para si), mito criado pela
instituição, não segui-la significa ser “excomungado” e passar uma
eternidade num lugar terrível e com os mais terríveis pesadelos.
Quando o mito torna-se esclarecimento, a natureza (e a imagem de
Deus) perde força, e o poder do esclarecimento concedido ao homem causa
a alienação do próprio. Afinal o esclarecimento é uma ferramenta de
manipulação que transforma o ser (por incorporá-la) em uma imagem
dessa mesma ferramenta. O dominante acaba sendo dominado por seu
próprio instrumento, perdendo assim sua personalidade, alienando-se.
Uma vez que a ciência, dona de toda verdade, não se permite estar errada.
E sendo verdade não pode ser contestada, assim mesmo a distorção
revestida de preceitos da ciência, é tida como verdade, tornando-se assim
um instrumento de manipulação, molda-se à medida da necessidade da
manipulação.
Quando algo parece certo, outras coisas perdem o valor. Um exemplo
disso é a produção: Uma pessoa produz vegetais de certa maneira e, com
isso, obtém um ótimo resultado, outras pessoas ao perceberem isto,
acabam copiando o processo sem levar em conta as suas diferenças. Isso
causou que certas pessoas acreditassem que ser diferente é ruim.
Padronizando também o individuo, tornando-o um ser que não pensa por si
mesmo, por estar preso por conceitos pré-definidos.
E quando a admiração passa a ser alienação, isso começa a afetar os
sistemas produtivos, que deixam de fabricar produtos personalizados, para
a produção de produtos padronizados com a “vantagem” de serem baratos.
O ideal burguês trouxe essa linha de pensamento com ele. Uma vez
que quanto menor o custo, maior o lucro e as vendas: “Todos vão querer
um (produto) igual”. Causando assim a alienação do trabalhador: que vive
em uma rotina faz tudo sempre igual e quase nunca tem um momento de
lazer, sob a dominação fabril, muitas vezes o trabalhador desconhece o
que é lazer, conhece apenas o entretenimento imposto pelo sistema, até o
momento que ele deveria dedicar ao lazer é dedicado ao entretenimento,
mesmo em busca do lazer, o que ele encontra é apenas o entretenimento,
manipulado torna-se um momento espelhado no trabalho, acondiciona-se o
ser humano à apenas um objetivo, à produção, à eficiência no produzir, a
individualidade se deturpa e se torna em uma pseudo-individualidade, o
homem unidimensional, instrumentalizado pela razão incapaz de realizar
qualquer pensamento crítico, segundo Marcuse. Diferente do escravo, o
trabalhador proletário é confinado no seu trabalho, é escravizado no mais
íntimo do seu ser, robotizado, não com grilhões mais de forma à retirar
sua reflexão, seu pensamento crítico. Pois se ficar desempregado deixará
de ter a pouca autonomia que possuí. Torna-se um outro tipo de escravo:
escravo do tempo, do ritmo de trabalho, do estudo e do dinheiro. Acaba
trabalhando para o dinheiro e não o contrário torna-se instrumento do
sistema. Alienando o trabalhador de sua humanidade. Fazendo com que o
ócio (antes visto pelos romanos com uma necessidade humana) se tornasse
algo prejudicial mal visto pela sociedade, enquanto o trabalho (que era
considerado um castigo) algo positivo, gravam-se os valores de dominação
de diversas formas no homem instrumentalizando-o. Segundo Marx, surgiu
então à alienação da sociedade burguesa: fetichismo, ou seja, idolatrar
certos objetos. O importante não é mais ser e também não é o sentimento,
a consciência, o pensamento. Sendo o dinheiro o maior fetiche desta
cultura, que acredita que com dinheiro se tem tudo. Seguindo Horkheimer,
essa inversão de valores (o homem deixa de ser fim para ser meio do
processo de produção, perdendo seu espaço para o dinheiro e para as
maquinas: mais vale uma máquina funcionando do que um empregado
contratado), produção em série, eficiência, produzir, produzir e produzir,
são os objetivos do sistema, o homem torna-se máquina.
Deturpa-se a cultura, onde o ser não possui importância, apenas o ter
é valorizado, sociedade de cultura moldada e forjada ao consumismo, “ter
é poder”, nos meios de entretenimento o que se vê são bens materiais,
carros, mansões e diversos bens de consumo, o trabalhador diante desta
universalidade manipulada se vê marginalizado, excluí-se o trabalhador e
se magnífica o sistema, as sociedades dominantes, a idéia passada é de
que por um acaso do destino ou pela sorte alguns são privilegiados e
acertaram na loteria, estes sim são os escolhidos a ter uma vida farta e de
prazeres, o trabalhador acostuma-se com o sistema e com a vida que lhe é
imposta, as idéias passadas pelos dominantes acondicionam o trabalhador
a “abaixar a cabeça” e aceitar sua vida miserável, a cumprir com o seu
“dever” e “obrigação” de servir aos interesses da sociedade dominante,
exatamente como quer o sistema, eximir-se de toda a culpa, mascarar a
verdade, que seu sucesso e seus frutos colhidos vem do suor do
trabalhador.
O processo industrial causa uma alienação do trabalhador que (após
o fordismo) só conhece sua parte do serviço. E deixa de ter o
conhecimento necessário para fazer seu próprio negócio, não conhece o
todo, não sabe o que esta fazendo (alienado), produz para o dono da
empresa, mais nunca terá acesso ao produto feito pelo seu suor, tornando-
se ainda mais dependente e facilmente dominado: Alienado do saber
técnico. “Robotizado” e “automatizado”, desempenha a mesma função
repetidamente, não sabe o que sua tarefa isolada esta fazendo, qual será o
fim que a sua parte terá, nem a dimensão do seu trabalho.
A humanidade se constrói com a cultura, pois o idealismo norteia os
valores. Mas o que é cultura? Cultura é tudo aquilo que o homem interage,
modifica, é a “liga” o cimento que une as pessoas. A cultura engloba
assim diversas áreas: crenças, costumes, códigos, ferramentas, arte,
religião e até mesmo a ciência. Ou seja, tudo que envolve o ser humano:
seus costumes. E é base para um grupo de pessoas que vivem em grupos,
todos são cultos.
E assim com a indústria cultural, nasce assim o entretenimento: mais
barato que o lazer, ora o lazer não pode ser industrializado o
entretenimento sim. Aquilo que agradaria um agora tem que agradar todos,
a indústria cultural baseia-se no que agrada a maioria, o entretenimento é
industrializado, padronizado, para gerar única e exclusivamente o lucro, e
quem não concordar está fora de moda, arcaico, velho, é discriminado,
marginalizado. Para não tornar-se um alienado social, muitos acabam
consumindo esse passatempo, segue a moda e a corrente, o entretenimento
não passa de um passatempo. Com isso desenvolve-se a cultura de massa,
que cria uma falsa imagem de individualidade, uma pseudo-
individualidade, já que é universal. Uma forma de cultura criada para
bitolar o individuo com conteúdos descontraídos, não comprometedores e
não reflexivos, que não causam o estranhamento. Músicas com ritmo sem
conteúdo (“música ligeira”, Adorno), feitas “sob medida” e que seguem
uma receita, filmes que roubam a imaginação. Tornando o homem
inexpressivo, sem opinião própria. Uma cultura desenvolvida para o gosto
médio da população, por pessoas diferentes daquela que a desenvolveu,
não é mais cultura, mais produto. Dirigida por modismos como diversão e
passatempo. Com sua “confiabilidade” domina as pessoas.
A indústria cinematográfica se esforça em criar uma realidade dentro
dos seus filmes, quanto mais real for filme, mais fácil o consumidor irá
“engolir” os preceitos passados na película, mesmo que o espectador
discorde dos valores deturpados passados ele não terá como discordar,
pois esta à frente de uma máquina, um projetor cinematográfico, e não
diante de uma pessoa com quem possa discutir e refletir sobre as idéias
passadas, não tem como refutar, o processo de reflexão e crítica não
existe, não existe um crescimento pessoal, mesmo que discorde do que lhe
é apresentado se não quiser perder a lógica do filme, que passa
velozmente no ritmo do filme, terá que ignorá-los, interiorizando-os,
assim acostuma-se a massa aceitar tudo que é imposto,
subconscientemente os valores são passados ao espectador, semelhante a
televisão e o rádio, transformado à todos em passivos.
Entretenimento se difere de lazer por visar o prazer e o bem estar
humano. Um resgate a humanidade retirada pelos tipos de alienação. O
lazer é um tempo no qual a pessoa se descobre, produz arte, se expressa,
desenvolve um pensamento crítico e reflexivo sobre as coisas, “visa o
prazer pessoal como um fim em si” (Aranha, M. L. A., Martins, M. H. P. –
Temas de Filosofia).
IDEOLOGIA

Ideologia foi definida por Marx como uma “teoria geral das idéias”,
utilizada com o fim de deformar a realidade. Ou seja, um conjunto de
idéias produzida por classes dominantes para dominar mais ainda o resto
da sociedade, manter os ricos onde no poder e a sociedade sobre seu
domínio. Cria uma falsa consciência, voltada no interesse da classe
dominante (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ideologia).
Existem diversos tipos de ideologias e essas usam como meio de
propagação os meios de comunicação, as instituições de ensino, as igrejas,
as entidades assistencialistas entre outras. A ideologia é uma ordem que
quando todos estão de acordo com ela ninguém a questiona e ela esta lado
a lado com os processos de alienação.
A ideologia suprime uma pessoa de seus conceitos e idéias próprias,
segue dominada pela ideologia do sistema.
A ideologia muitas vezes confunde-se com a religião, mesmo que
ambas tenham como ideal ser um sistema que visa transmitir uma doutrina
de conduta e de verdade a seus seguidores elas se diferem em seus
métodos de persuasão.
A religião defende uma idéia de sociedade justa, uma sociedade que
convive em ajuda mútua, ou seja, viver harmoniosamente em comunidade,
porém não possui uma relação com política ou econômica de um país, o
método de convencimento é feito pelo uso da fé e do culto no qual o
indivíduo busca na espiritualidade a redenção do espírito e da sua
purificação.
Já a ideologia tem como base o convencimento de um indivíduo, um
grupo, ou até mesmo uma nação pelo uso legítimo da razão (mesmo que de
forma falsa) para valorizar suas idéias.
No século XV a religião aproximou-se muito da ideologia, quando
surgiu a idéia proferida por Girolamo Savoranola na qual inspirou os
movimentos de reforma religiosa com o desenvolvimento do calvinismo e
as comunidades puritanas e com a relutância da igreja católica sobre esses
novos movimentos impondo uma rígida doutrina: a Contra-Reforma.
As ideologias tiveram um grande vigor no século XX destacando-se:
Ideologia anarquista – defende a liberdade e a eliminação do estado
e de suas formas de poder.
Ideologia conservadora – Vigora a idéia de manutenção de valores e
costumes de uma sociedade. No Brasil, essa idéia procura valorizar o
paternalismo herdado na época da colônia.
Ideologia nacionalista – tem a visão de exaltar e valorizar o seu
próprio país, promovendo a cultura nacional e os seus valores,
normalmente essa ideologia é utilizada para unificar a nação, um exemplo
será citado a seguir.
Ideologia fascista - Surgida por volta da década de 30 na Alemanha
que na época vivia uma crise econômica e política necessitava de uma
ideologia para evitar um desastroso declínio, adotou essa ideologia que
tinha como preceitos um caráter nacionalista extremista, que utilizou do
autoritarismo para unificar a população. Essas idéias foram adotadas
também por outros países europeus como a Itália e Portugal.
Ideologia comunista – Implantado na Rússia após a Revolução Russa
em 1917, o regime ideológico baseava-se numa sociedade em que o
proletariado tivesse o controle sobre os meios de produção, tornando-se
assim, uma sociedade com valores igualitários e coletivos.
Ideologia democrática – Surgida em Atenas, na Grécia Antiga, tem
como ideal a participação de cada cidadão na vida política. Atualmente,
essa ideologia é manipulada pela classe dominante que distorce
informações para se manter no poder e de forma enganosa, controlar o
povo.
Ideologia capitalista – Surgiu na Europa no século XV, com a
ascensão da burguesia ao poder, tornou-se a principal ideologia do mundo
contemporâneo. Valoriza o lucro e o acúmulo de riqueza. Proporcionando
o surgimento de novos valores na sociedade: tornou o capital como fim do
processo de produção, o setor terciário tornou-se o mais importante e o
homem busca no trabalho e no dinheiro a realização pessoal.
O MITO NA ATUALIDADE

O mito, apesar de há muito não mais possuir um conceito conciso e


unânime, tradicionalmente traduz-se a uma realidade antropológica
voltada a questões cosmogônicas e escatológicas, bem como interpretações
da própria existência coletiva e individual, particulares a cada cultura e
sociedade, referindo-se em seus níveis mais profundos a temas e
interesses que transcendem a experiência imediata.
Utilizando-se das crenças religiosas e sobrenaturais em suas
narrativas, que eram passadas de geração em geração, as culturas arcaicas
tinham no mito tanto um agente esclarecedor quanto pedagógico, em que
eram retratados humanos, deuses e bestas, heróis e vilões, em tempos que
iam daqueles anteriores à gênese do mundo até contemporâneos à
existência da própria civilização, ou referentes ao fim da humanidade, do
mundo e dos tempos.
Assim, com a finalidade de esclarecer e justificar toda uma
civilização, o mito devia possuir um caráter universal: as personagens
humanas e previsíveis segundo as expectativas de cada cultura,
representavam a humanidade como um todo, tanto quando retratavam-se
heróis quando como quando retratavam-se vilões.
Quando politeísta, a sociedade freqüentemente reduzia os deuses
míticos a personificações maniqueístas do bem e do mal. Talvez uma das
únicas exceções seja a mitologia grega antiga, em que os deuses possuíam
personalidades que se aproximavam das humanas, sendo suscetíveis a
fraquezas, anseios e desvios de conduta.
Numa generalização grosseira, os mitos dos antigos podem ser
divididos em dois temas principais: a origem e o desaparecimento. Sobre
este, os mitos tratam desde a morte individual até o desaparecimento de
todo um povo. Na mitologia, a morte era raramente citada como fato
natural; era um elemento estranho e oposto à criação, justificado em
alguns casos como castigo divino (aqui exemplifica-se o dilúvio, história
presente em religiões cristãs e anteriores a esta), e em outros como único
meio de evitar a superpopulação. Já a respeito daqueles que tratam da
origem (os cosmogônicos), é comum encontrar em vários mitos a figura de
um agente criador, em que é mencionado uma matéria preexistente, como
por exemplo os oceanos, o caos (segundo Hesíodo), ou a terra, para
algumas mitologias africanas. Neste mesmo tópico, ainda há alguns mitos
que tratam de uma criação ‘’ex nihilo’’, ou seja, a partir do nada; crença
esta que já requer algum tipo de elaboração filosófica ou racional. Temos
então, como exemplo, a cosmogonia chinesa, que atribui a origem do
universo, da humanidade e dos demais elementos a combinações das duas
forças ou princípios universais: ying e yang.
Hoje, porém, a idéia de mito reduziu-se a mera aliada no estudo de
civilizações primitivas.
Outra parte, entretanto, teve o significado adaptado, ou até
“deturpado” à sociedade atual, como será tratado a seguir.
Numa cultura escrava do pensamento cientificista, as crenças
míticas, supersticiosas e até religiosas perderam espaço. Augusto Comte,
filósofo francês do século XIX e fundador do positivismo (que se
aproxima do existencialismo, pregando a compreensão possibilidade
apenas pela experiência), define a maturidade do espírito humano pelo
abandono de todas as formas míticas, supersticiosas e religiosas. Tudo
deve ser comprovado pela experimentação, transformação da Ciência (no
caso a grega), de especulativa em empírica (Alexandre Magno), e as
crenças e explicações metafísicas à realidade foram postas de lado,
menosprezadas, tendo sido conservadas apenas às culturas consideradas
menos desenvolvidas, em que a tecnologia e a ciência ainda não
constituíram uma ditadura sobre a mentalidade.
Ao invés de desaparecer, todavia, a idéia de “mito” adaptou-se a
idéias modernas, tomando outras formas e tendo sua definição
flexibilizada.
Os antigos heróis míticos, como Hércules e Aquiles, foram reduzidos
a personagens infantis, como Superman, X-men, e outros personagens de
quadrinhos e desenhos animados. Todas criaturas que possuem habilidades
que vão além das do homem, mostrando-lhe quão limitado é. E este
universo de histórias infantis talvez tenha sido o único em que os mitos
foram admitidos enquanto histórias: contos de fada, super heróis e fábulas
ainda trazem retratos da universalidade da ação e pensamento humanos,
bem como a definição das diferenças entre bem e mal, certo e errado, e
exercem uma função pedagógica, constituindo os valores da sociedade
vigente às gerações mais novas, afirmando ideologias, dogmas e
comportamentos necessários à sociedade em que se inserem. E, por mais
insignificantes e irrelevantes que pareçam, esses são os que mais se
aproximam da idéia original de “mito”.
Também pode-se fazer referência aos mitos nas crenças e histórias
religiosas, que nada mais são do que as mitologias sobreviventes ao tempo
e ao ceticismo cientificista. Nas maiores religiões da atualidade
(cristianismo, hinduísmo, budismo, judaísmo, islamismo, etc.), encontram-
se diversas fábulas e contos sobre temas bastante familiares aos já
citados, como origem, destruição, conduta e ideologias. Na bíblia cristã,
um dos mitos mais conhecidos é o de “Adão e Eva”, em que são
explicados a origem da humanidade por um ente criador, a falha na
conduta caracterizada pela desobediência deste, e o castigo, a
mortalidade, que se resume à destruição individual, e em algumas
interpretações, da humanidade como um todo. Na crença budista, há, por
exemplo, a história da jornada de Sidarta, que trata da existência
momentânea, do tempo em si e de sua evidente inexistência, bem como das
previsões metafísicas do futuro e especulações sobre o fim da
humanidade.
“Mito”, também adaptou-se para designar situações e contextos que
soem inverossímeis, comumente acompanhado de certa ironia. Por
exemplo: “o mito da boa mãe”, ou “o mito do bom velhinho”, ou até
mesmo “o mito do casamento feliz”. Apesar de ser uma utilização um
pouco mais afastada, também adotou o uso do vocábulo, pois este, em sua
concepção original, refere-se a algo fantasioso e distante.
A última das adaptações da expressão “mito” é utilizada para definir
pessoas reconhecidas, ícones da sociedade atual, heróis populares ou
burgueses, atores, cantores e todo tipo de famosos com quem o povo se
identificou e passou a venerar.
Heróis, reis, rainhas são expressões que aparecem com freqüência
em mitos, terminologia esta que foi adotada pela mídia (rádio, cinema,
televisão, jornais...) para caracterizar indivíduos de destaque nos meios
de comunicação e no imaginário contemporâneo: “rainhas do rádio”, “rei
do futebol”, “estrelas de cinema”, entre outros títulos que remetem a
personagens míticos.
Ainda acima disso tudo, ainda estão personagens célebres da nossa
cultura ocidental que foram promovidos a “mitos” pela mídia e pela
população, o que acabou por simplificar e alterar ainda mais o termo.
Entre eles estão Marilyn Monroe, Pelé, Che Guevara, Ayrton Senna e
Leila Diniz: cada um, em seu modo particular, influenciou gerações
inteiras.
Alguns teóricos, a respeito de mitos criados pela mídia e
consentidos pela população, afirmam que a cultura de massa fornece à
vida privada as imagens e os modelos que dão forma às inspirações e
desejos do homem comum, e usa a terminologia mítica para referir-se a
eles.
Segundo o historiador Mircea Eliade, nas sociedades modernas, os
mitos encontram-se degradados e secularizados, foram obrigados a mudar
de “forma” a fim de assegurar sua sobrevivência.
Todavia, nesta última das interpretações atuais do termo “mito”, há
uma falha profunda e ao mesmo tempo sutil. Definamos antes, porém, as
diferenças entre a personagem mítica e a personagem romântica: segundo
o filósofo e escritor italiano Umberto Eco, pode-se notar uma diferença
fundamental entre os dois tipos de personagens: a personagem do romance
busca assemelhar-se aos humanos reais, assumindo o que o autor chama
“personalidade estética”, capacidade de tornar-se termo de referência para
comportamento e sentimentos que também pertencem a todos nós, mas que
não assume a universalidade e constância próprias ao personagem mítico.
A personagem romântica caracteriza uma determinada e bifurcada
linha do pensamento humano. Já a personagem mítica visa determinar toda
a ação humana. Portanto, essas personalidades célebres definidas
atualmente como “mitos”, são na verdade personagens românticas,
representando nada mais que a soma de certas aspirações coletivas, o que
nos leva a concluir que o termo não foi, nessa ocasião, adaptado, mas sim
deturpado.
CONCLUSÃO

Os conceitos transmitidos na síntese desse trabalho tem como função


explanar um pouco sobre os ideais de uma sociedade dividida em classes
extremamente desigual e cujo sistema (dominado pela classe dominante)
promove uma diferença alarmante entre classe dominante e classe
dominada.
Os mitos, as ideologias e a alienação são métodos utilizados para
dominar, que convém para um grupo pequeno que possui os meios de
produção.

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