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ESCOLA POLITÉCNICA DAS FACULDADES NETWORK

ODAIR JOSÉ FIGUEREDO DE SANTANA

LÁTEX

SUMARÉ
2010
ODAIR JOSÉ FIGUEREDO DE SANTANA

LÁTEX

Orientador: Profº. Maria Cristina Pessoa Lucena

Trabalho apresentado como exigência


parcial à conclusão do Curso Técnico
em Química da Escola Politécnica
das Faculdades Network.

SUMARÉ
2010
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar pela oportunidade em realizar mais esse projeto em
minha vida. A minha querida mãe que sempre me apoiou na educação e incentivando a
estudar e jamais desistir dos planos. A minha amada esposa Roseli, que ajudou nos momentos
mais difíceis da trajetória do curso. Aos meus colegas de classe que foram ombros amigos nos
trabalhos, deveres e nas pesquisas. A todos os professores, que apostaram na capacidade que
temos para seguir em frente, respeitando os limites, cumprindo com os deveres e com a ética
da cidadania.

iii
RESUMO
A extração do látex não tem tanto segredo, a grande dificuldade encontrada para a produção
do látex é o plantio; a espera de sete anos para a primeira produção, e a demanda no mercado
que exige muito com o avanço da tecnologia. Muitos heveicultor não conseguem acompanhar,
devido o procedimento adotado para a extração do látex que ainda é manual. Dependendo do
estado na qual se aplica a heveicultura, a mão de obra do trabalhador e muito baixo. A
descoberta da borracha vulcanizada em 1845 por Goodyear trouxe a inovação nos
preservativos e luvas cirúrgicas e sem contar com a modernização das rodas que antes eram
de madeira ou de aço e passo a ser de borracha vulcanizada trazendo conforto e durabilidade.
Mas como todo produto que é processado industrialmente com adição de outros produtos
químicos, tem – se alertado sobre algumas alergias ocasionadas com luvas cirúrgicas a base
de látex. Portanto, a hevicultura de seringueiras no território brasileiro tem contribuído de
forma plena com o meio ambiente, dentro de muitas pesquisas realizadas sobre seqüestro de
carbono, as seringueiras se destacaram fortemente como uma árvore seqüestradora de
carbono. Entre tantos, isso tem trazido otimismo para os investidores da heveicultura, e
ajudado na contribuição da sustentabilidade ambiental do planeta, devido o incentivo
econômico para o replantio da espécie Hevea – brasileiras, que além de produzir a borracha
natural, produzem oxigênio e empregam muitos trabalhadores.

iv
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1

2. SERINGUEIRA........................................................................................................2

2.1. A SERINGUEIRA..................................................................................................2

2.1.1. CULTIVOS DAS SERINGUEIRAS....................................................................4

2.1.2. CULTIVOS DE SERINGAIS..............................................................................5

2.1.3. PRODUTOR DO ESTADO DE SÃO PAULO.....................................................5

2.1.4. PRODUTOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS................................................7

2.1.5. CULTIVO E EXPLORAÇÃO.............................................................................9

2.1.6. ONDE PLANTAR..............................................................................................10

2.1.7. PROPAGAÇÃO DE SERINGAIS.......................................................................11

2.1.8. PLANTIL E MANEJO........................................................................................11

2.1.9. HEIVECULTURA..............................................................................................11

2.1.10. DESENVOLVMENTO REGIONAL.................................................................13

2.1.11. MERCADOHEIVECULTOR............................................................................14

2.2. BORRACHA.........................................................................................................14

2.2.1. SÃO PAULO É O MAIOR PRODUTOR NACIONAL........................................14

2.2.2. ESTRUTURAÇÃO DO COMERCIO DA BORRACHA......................................15

2.2.3. INVENÇÃO DA BORRACHA HIDRGENADA..................................................21

2.2.4. EXPLORAÇÃO DA BORRACHA NATURAL...................................................22

2.3. PROCESSAMENTO..............................................................................................23

2.3.1. EXTRAÇÃO DO LÁTEX...................................................................................23

v
2.3.2. FORMULA ESTRUTURAL DO LÁTEX...........................................................24

2.4. PRODUÇÃO COM APLICAÇÃO DE LÁTEX...............................................................25

2.4.1. COLCHÕES DELÁTEX ..............................................................................................25

2.4.2. BALÕES DE LÁTEX....................................................................................................26

2.4.3. PREPARAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DOS BALÕES DE LÁTEX.............................26

2.4.4. OS PNEUS.....................................................................................................................28

2.4.5. AS CAMISINHAS.........................................................................................................28

2.4.6. AS ETAPAS DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA CAMISINA..........................29

2.4.7. AS LUVAS FABRICADAS COM LÁTEX..................................................................31

2.4.8. O SURGIMENTO DAS LUVAS DE LÁTEX..............................................................32

2.4.9. QUALIDADE E VARIEDADES DE LUVAS DE LÁTEX.........................................33

2.4.10. INOVAÇÃO DO LÁTEX NO MERCADO................................................................35

2.4. REAÇÕES ALERGICAS AO LÁTEX............................................................................36

2.4.1. ALERGIA OCUPACIONAL.........................................................................................37

2.4.2. MUDANÇAS NA FABRICAÇÃO................................................................................37

2.4.3. SUCESSO NOS RESULTADOS...................................................................................38

2.4.4. TIPOS DE ALERGIAS..................................................................................................38

2.5. SERINGUEIRAS E O MEIO AMBIENTE.....................................................................39

2.5.1. SEQUESTRO DE CARBONO......................................................................................40

3. CONCLUSÃO......................................................................................................................42

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................43

vi
1

1. INTRODUÇÃO

O conteúdo desde trabalho tem como objetivo a apresentação de um produto


natural e muito importante comercialmente, portanto se trata do mais rico derivado
extraído da fonte da natureza, onde se torna em benefícios para os homens. A
transformação em matéria prima para a produção industrial não necessita tanto de
adição de outros derivados. A seringueira (podemos dizer) foi um presente da “Mãe
Natureza”, entretanto além de fornecer um produto benéfico como o látex, que é
transformado em borracha e utilizado em outras aplicações, como vai ter o privilégio de
contrair neste trabalho, a riqueza fornecida por esta árvore nativa da Amazônia, terra
brasileira. Pesquisada e estudada por diversos cientistas e biólogos do mundo inteiro, a
seringueira fornecedora do látex que produz anualmente 18 a 45 mil toneladas anuais,
com força braçal de 100 mil homens. O Brasil se beneficia muito com a exportação de
látex, e ganha mais força exportando a borracha natural extraída da árvore nativa.
2

2. SERINGUEIRAS

2.1. A seringueira

Seringueira é o nome vulgar de uma planta do gênero Hevea, família


Euphorbiaceae, que foi introduzida na Bahia por volta de 1906. A sua dispersão natural
está circunscrita aos limites da região Amazônica Brasileira, porém mostrando grande
adaptabilidade aos mais variados ambientes. A espécie Hevea Brasileira a mais
explorada economicamente, por produzir látex de melhor qualidade e com elevado teor
de borracha. Esta espécie nativa da região amazônica, pertencente à família
Euphorbiaceae, podendo atingir até 40 m de altura (foto-01). Em condições de cultivo
alcança 15 a 20 m. Possui flores unissexuais (foto-02) amarelas e pequenas; folhas
pecioladas (foto-03) e repartidas em três folíolos, e fruto contendo três sementes (foto-
04).

Foto-01 Foto-02

Foto-03 Foto-04
3

Do seu tronco extrai-se o látex (foto-05) que, por coagulação espontânea ou por
processos químico-industriais, se transforma no produto comercial denominado de
borracha. A matéria-prima borracha é largamente utilizada na produção de bens
industrializados, sendo a indústria de pneumáticos a sua maior consumidora. São
inúmeras as áreas potencialmente aptas ao cultivo da seringueira na extensa faixa
costeira do estado da Bahia, especialmente nas regiões sudeste e extremo sul (mais de
dois milhões de hectares de terras nuas), onde a Mata Atlântica se encontra em
processo progressivo de extinção (foto-06). Vários plantios estabelecidos nessas
regiões vêm demonstrando componentes produtivos fitossanitários bastante
promissores. Uma das grandes vantagens do cultivo é sua exploração econômica
durante o longo ciclo de vida da planta, sem a necessidade de desnudamentos
periódicos do solo. Além do mais, a seringueira tem-se comportado muito bem em
consorciação com cultivos econômicos de ciclo curto, semiperenes, a exemplo do
cacau. O consórcio com o cacaueiro (foto-07), inclusive, tem demonstrado ser uma
prática muito vantajosa, por aumentar significativamente a receita das empresas, com a
exploração econômica de ambos os produtos. Entretanto, o sucesso de um
empreendimento heveícola está na rigorosa observância do uso de tecnologias
preconizadas para as diferentes fases de desenvolvimento, pois, desse modo, seringais
poderão ser formados dentro de padrões modernos de exploração, tornando-os
competitivos e rentáveis. A seringueira é suscetível a várias doenças. A mais grave,
sem dúvida, é o mal das folhas, causada pelo fungo (foto-08) Microcyclus ulei, que
provoca a queima das folhas e pode levar as plantas à morte (foto-09). O M. ulei é
originário Amazônia e só ocorre no continente americano, não havendo registro de sua
presença no Oriente e Sudeste Asiático. Este fungo causa prejuízos somente a espécies
do gênero Hevea (foto-10), sendo as mais resistentes a H. nítida, a H. pauciflora, a H.
benthamiana, a H. guianensis e a H. spruceana, que devem ser preferencialmente
utilizadas como controle preventivo.

Foto-05 Foto-06 Foto-07


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Foto-08 Foto-09 Foto-10

2.1.1. Cultivos das seringueiras

Cultivares: clones de alto rendimento. Recomendam-se para o litoral, clones


tolerantes ao mal das folhas. Atualmente, são indicadas para o Planalto Paulista. Solos
com permeabilidade e profundidade adequadas e pH entre 3,8 e 6,0 (ótimo: 4,0 a 5,5).
Evitar regiões frias e baixadas sujeitas a geadas. Época de plantio: mais favorável no
início da estação das águas. Tipos de mudas: mudas formadas no próprio saco plástico
ou toco parafinado transplantado para o saco plástico com um ou dois lançamentos
maduros. Espaçamento: 7 a 8 m, entre as linhas de plantio e 2,5 a 3,0 m entre as
plantas na linha. Mudas necessárias: ideal 500 plantas por hectare. Plantio: covas nas
dimensões de 0,4 x 0,4 x 0,5 m com uso da cavadeira ou em sulcos. Plantio em nível.
Controle da erosão: plantar em nível mantendo o solo vegetado no período das chuvas.
Calagem e adubação: segundo a análise de solo, aplicar calcário para elevar a
saturação por bases a 50%, usando preferivelmente calcário dolomítico, até a dose de
2 t/ha. A adubação de plantio, por cova, corresponde a 30 g de P2O5 e 30 g de K2O e
20 a 30 litros de esterco de curral bem curtido, quando disponível; para solos
deficientes, acrescentar 5 g de zinco. Cerca de um mês após o plantio, aplicar 30 g de
N por planta, em cobertura, repetindo essa aplicação mais duas vezes durante o
decorrer do 1° ano. A adubação de formação e exploração corresponde a 80 g/planta
de N, 40 a 80 g/planta de P2O5 e 40 a 80 g/planta de K2O, durante o 2° e 3° ano; do 4.°
ao 6° ano aplicar 120 g/planta de N, 60 a 120 g/planta de P2O5 e 60 a 120 g/planta de
K2O; do 7° ao 15°, aplicar 120 g/planta de N, 60 a 100 g/planta de P2O5 e 60 a 120
g/planta de K2O; e do 16° ao 25° ano, aplicar 100 g/planta de N, 40 a 80 g/planta de
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P2O5 e 60 a 100 g/planta de K2O. Parcelar a aplicação de fertilizantes, em duas vezes,


a 1.a no início e a 2.a no final da estação das águas. Outros tratos culturais: na
formação - controlar plantas daninhas com herbicidas específicos ou capinas manuais;
desfrutar para livrar o tronco até 2m. Fazer formação de copa com anelamento da
haste, quando necessário. Adulto - controle do mato com capinas ou herbicidas nas
fileiras. Roçar as entrelinhas. Culturas intercalares: indicado até o 3° ou 4° ano de
formação; culturas anuais recomendadas - feijão, soja, milho etc.; e perenes - palmito,
café, cacau, etc. Tomar o cuidado de respeitar uma faixa de pelo menos um metro de
cada lado da linha de seringueira, para evitar competição por nutrientes. Controle de
doenças: no litoral, clones tolerantes ao mal das folhas (Mycrocyclus ulei), doença que
não é problema no planalto. Em viveiros irrigados, em determinadas épocas do ano,
usar benomyl, triadimefom, enbuconazole methyl, propiconazole, mancozeb e
chlorotalonil. Antracnose ocorre em folíolos jovens e painel de sangria. Folíolos:
fungicidas cúpricos e chlorotalonil. Painel: fungicidas á base de chlorotalonil,
propiconazole e mancozeb. Oídio (Oidium heveae): enxofre. Produtividade normal:
varia com o clone e a idade de sangria. Entretanto, a produtividade média de borracha
seca nos seringais no Estado gira em torno de 1.000 kg/ha ao ano.

2.1.2. CULTIVOS DE SERINGAIS

2.1.3. Produtores do Estado de São Paulo

Na região do país predominam diversos agricultores de seringais, principalmente


no território sudeste, onde o clima favorece o plantio da planta nativa da Amazonas.
Muitos dos agricultores encontraram muitas dificuldades para adaptar a seringueira em
regiões onde o clima tem mudanças constantes. Apesar dos fatores climáticos existe a
preocupação com a demanda de produção e a mão de obra para cultivar a planta desde o
seu plantio até o ponto de extração do látex. Processo que não é fácil de adequar,
portanto deve se esperar um prazo de sete anos para iniciar a primeira incisão. Temos
como exemplo de um trabalho duro e dedicado, realizado pela produtora rural Helena
Junqueira do Val, 86 anos, (foto-11e12) proprietária de uma fazenda de 410 hectares,
situada em Colinas á 400 quilômetros da capital paulista. Depois da morte do marido
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teve que tocar sozinha uma enorme plantação de seringueiras, encarou sozinho o
desafio, lutou bravamente durante anos e acabou se saindo bem. Dimensiona a
importância de seu trabalho para o desenvolvimento da cultura da borracha no estado de
São Paulo.

Foto-12
Foto-11

Graças a ela e a outros produtores, o município dispõe hoje de 320 mil seringueira, atrás
apenas de Barretos, com 650 mil pés. Só na fazenda, distante 3,5 quilômetros da cidade,
são 100 árvores, a maioria das quais em condição de corte. O cultivo começou em
Colinas na metade do século passado por iniciativa do governo estadual, interessado em
disseminar o plantio para produção de borracha. Em 1959, Eugênio (falecido esposo de
Helena) plantou 20 mil árvores, mas acabou desistindo. Em 1968, seu filho retornou a
iniciativa e o seringal, finalmente, deslanchou. Autodidata (formou-se engenheiro)
adaptou procedimentos comuns em países do sudeste Asiático, para onde a borracha
migrou levada da Amazônia. Desenhou cópias do “gibongue” (a faquinha com que os
seringueiros sangram as árvores), criou a canequinha na qual se recolhe o látex, treinou
funcionários. Aos 22 anos teve morte súbita quando dirigia, e durante esses dez anos
Helena toca sozinha a fazenda. Em 1986, ergueu a usina de beneficiamento, capaz de
processar 80 toneladas de borracha/mês, valorizando enormemente a produção local. No
Total, a fazenda emprega 70 homens, 33 dos quais na sangria e abriga 300 pessoas,
incluindo esposas e filhos. “O corte e feito a cada quatro dias, diferente do manejo
ocorrente na Amazônia, onde as incisões são feitas em ‘V”, da altura dos olhos do
sangrador para baixo, as canaletas para escoamento do látex são cortadas de duas
formas. As descendentes, da esquerda para a direita, em ângulo de 37 graus em relação
á linha do horizonte, também a partir da altura do seringueiro, o que facilita o manejo.
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As ascendentes, em ângulo de 45 graus, com gibongue especial, na parte mais alta do


tronco (Foto-15), de modo a explorar melhor a seiva. Cada seringueiro cuida de um lote
(700 árvores), com salário ao torno de 400 reais. Na região chove 1550 milímetros por
ano, de outubro a março.

Foto-13
Foto-14 Foto-15

A produção cai de abril a setembro, época em que se alternam períodos de estiagens e


chuvas esparsas. Em média, uma árvore saudável fornece 10 mil litros de látex anuais.
Ela produz cernambi, o primeiro látex que verte do tronco recém-sangrado e que dá
80% de rendimento; o coagulo (o látex coagulado, com 53% de matéria seca, destinado
basicamente á produção de borracha granuladas para a fabricação de pneus), e o fundo
de caneca (as sobras da seiva ou “leite”, misturado eventualmente a ciscos, gravetos e
outras impurezas e, por isso mesmo, de menor valor comercial). O Brasil consome 250
mil toneladas/ano de borracha natural e produz 90 mil.

2.1.4. PRODUTOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Uma atividade não muito conhecida na região está dando bons frutos aos cooperados da
Serincoop – Cooperativa dos Seringalista do Estado de Minas Gerais , no distrito de
Vista Alegre, município de Leopoldina. Tendo a frente o administrador e produtor, José
Geraldo Ribeiro, 70 anos hoje a cooperativa que teve seu início 1996 conta com 32
cooperados participando diretamente na plantação e cultivo da seringueira, cada um em
sua propriedade. Atividade comum no Amazonas, tem na região o clima favorável e um
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trabalho pioneiro, já que além de serem os únicos, o cultivo, plantação e extração já foi
aprimorado e gera mensalmente uma produção de 40 toneladas de látex, que é vendido
para São Paulo, onde se inicia o processo de beneficiamento, até chegar nas grandes
fábricas para a produção principalmente de pneu. O cultivo da seringueira tem seus
segredos e como explica José Geraldo (fot-16) um deles é a paciência, já que da compra
da muda, que sai por um valor de R$ 3,50 a unidade, até a árvore formada começar a
dar o rendimento esperado, leva em média sete anos (fto-17).

Foto-16 Foto-17

“É como preparar uma aposentaria rentável, já que nesse sistema de cooperativa


chegamos a vender o quilo por R$2,45, mas o valor médio real é de R$ 2,00 por quilo”,
comentou o presidente da cooperativa. Além da área para a plantação, a cooperativa
conta com um viveiro de mudas, onde são feitas as misturas de qualidades para que se
obtenha uma árvore forte e que rende uma quantidade maior de látex (foto-18) em cada
corte. Na Serincoop (foto-19), o trabalho realizado conseguiu chegar na árvore chamada
de RIMM 600, como se fosse a melhor qualidade encontrada em uma mistura genética
para o gado.

Foto-18 Foto-19
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A diferença está no custo médio do trabalho e na mistura que é feita ainda na pequena
muda da seringueira. A plantação de seringueira é hoje uma atitude ecologicamente
correta, já que ela é capaz de captar quase que 100% do monóxido de carbono na área
onde é plantada, ajudando diretamente ao meio ambiente. Apesar do resultado positivo
alcançado pelos cooperados, ainda se busca através de estudos a melhoria da qualidade
das mudas que são plantadas em definitivo, para gerar uma maior produção de látex,
gerando mais vendas e a possibilidade de adquirir máquinas para iniciar o
beneficiamento aqui mesmo na região. Para o presidente José Geraldo “só temos
satisfação com a nossa cooperativa, pois além de trazer uma nova atividade para a
região, e como conseqüência uma rentabilidade no uso dos morros das propriedades de
forma garantida, o tempo do cultivo e do retorno nos dá um retorno como uma
aposentadoria e nos trazendo recursos bem mais rentáveis. Nossa cooperativa é uma
forma de trazer companheiros que se agregam ao trabalho e enquanto não tivermos um
produto significativo iremos tentar agregar vantagens como usina de processamento ou
até uma pequena indústria” completou o presidente. Um dos funcionários de José
Geraldo, já trabalha no setor há 15 anos e se diz satisfeito “Tem 15 anos que trabalho
aqui e estou satisfeito. Tenho meu rendimento fixo, comissão na produção, além do
ambiente saudável que escolhi para viver”, comentou Marcelo.

2.1.5. CULTIVO E EXPLORAÇÃO

A seringueira pertence ao gênero Hevea (família das euforbiáceas), com 11 espécies, das
quais, Hevea brasiliensis é a mais produtiva e plantada comercialmente, com superior
qualidade de látex. O gênero Hevea é originário da região amazônica (latitudes 7ºN a
15ºS), sendo que a área de plantios comerciais de H. brasiliensis compreende de 24ºN
(China) até 25ºS (São Paulo, Brasil). É uma árvore de hábito ereto, podendo atingir 30
m de altura total sob condições favoráveis, iniciando aos 4 anos a produção de
sementes, e aos 6-7 anos(quando propagada por látex (borracha). Esta pode se prolongar
por 30-35 enxertia) a produção de anos, com aproveitamento de madeira para
processamento mecânico e energia (galhos), ao final deste período. A seringueira
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Foto-20

desenvolve-se bem em solos de textura leve (foto-20), profundos bem drenados,


ligeiramente ácidos (pH 4,5-5,5), em altitudes até 600 m.

2.1.6. ONDE PLANTAR

A expansão da área de florestas plantadas de seringueira no Brasil, a partir do seu


habitat amazônico, procurou ocupar as chamadas "áreas de escape", ou seja, áreas sem
problemas com doenças foliares, em especial o "mal das folhas", causado pelo fungo
Microcyclus ulei. A busca pela auto-suficiência em borracha natural atingiu a região sul
do país, no noroeste do Paraná, com excelente potencial para o cultivo com o tipo
climático predominante subtropical úmido mesotérmico (Cfa, segundo Köppen), verões
quentes e baixa freqüência de geadas, temperatura média anual de 22ºC e com
precipitação anual de1.500 mm, mais concentrada no verão. Com34.990 km² aptos para
plantio (incluindo-se pequenas e médias propriedades com mão de obra familiar), e
considerando-se as projeções de redução da oferta e elevação de preços da borracha
natural, é possível vislumbrar-se o potencial de contribuição econômica e ambiental do
cultivo desta espécie sobre os solos arenosos daquela região.
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2.1.7. PROPAGAÇÃO DE SERINGAIS

As sementes de seringueira apresentam grande variabilidade vegetativa e produtiva,


sendo usadas somente para a formação de porta enxertos em viveiros, e não para
plantios a campo. A propagação preferencial é, portanto, por enxertia, utilizando-se
clones vigorosos e como potencial produtivo no Paraná, como o PB 235, RRIM 600 e
GT 1. O material para plantio consiste de tocos enxertados e parafinados (com indução
de raízes), transplantados em sacos plásticos. Ao apresentarem 1 a 2 "verticilos" foliares
maduras, as mudas são levadas ao campo.

2.1.8. PLANTIO E MANEJO

O plantio definitivo é feito após o preparo de covas de 40 x 40 x 40 cm, em


espaçamento de 8,0 x 2,5 m (500 árvores / ha). O manejo do plantio inclui a desbrotar
de ramos ladrões do porta enxerto e poda das ramificações laterais da haste do enxerto
até a altura desejada de formação de sistemas agroflorestais Pode ser obtido um melhor
uso dos recursos produtivos na área na propriedade rural através da diversificação de
cultivos. O aproveitamento do espaço intercalar em um arranjo de linhas duplas de
seringueira, no espaçamento 16 x 4,0 x 2,5 m (400 árvores /ha), permite a composição
de sistemas agroflorestais com culturas anuais e semi-perenes (arroz, milho, feijão,
abacaxi, pupunha, café e fruteiras). Seringueira com Café.

2.1.9. HEIVECULTURA

Uma nova alternativa econômica para dinamizar diferentes regiões e de incentivo à


agricultura familiar está aos poucos se fortalecendo e sendo fomentada pelo Governo
do Estado em parceria com prefeituras. A cadeia da heveicultura, - cultivo da
seringueira –, que encontra terreno fértil e apresenta resultados práticos há vários anos
em solo mato-grossense, começa a se tornar realidade para dezenas de pequenos
produtores do Estado. Com o incentivo dos programas MT Floresta, no fomento, e a
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coordenação do MT Regional, através dos consórcios intermunicipais de


desenvolvimento, esses agricultores estão sendo apresentados a uma nova chance de
diversificação local que gera oportunidades de trabalho e renda, além de transformação
das economias regionais e de ações de reflorestamento (foto-21).

Foto-21

Um dos exemplos está no município de Água Boa (700 km a Leste de Cuiabá), onde
com o apoio do Estado, quarenta pequenos produtores deram início ao plantio da
seringueira. O projeto é coordenado pelo Consórcio de Desenvolvimento Intermunicipal
do Médio Araguaia (Codema) e está em desenvolvimento em quatro, dos oito
municípios integrantes do consórcio. São R$ 360 mil investidos pelo Estado (280 mil) e
Prefeitura de Água Boa (80 mil) na aquisição de insumos e defensivos agrícolas para
sustentar o plantio da seringueira. Cada agricultor começou o plantio em dois hectares e
a previsão é de corte dentro de seis a sete anos, com renda de até R$ 750,00 por hectare
plantado, conforme explicou o engenheiro agrônomo e secretário executivo do Codema,
Luiz Omar Pichetti. “Além dos insumos e defensivos, o Estado fornece a assistência
técnica e orientação aos agricultores. Essa é uma das mais dinâmicas alternativas de
fomento às economias regionais, pois pode agregar diversos pequenos produtores e
fortalecer o trabalho de cada um, além de ser um mercado que possui demanda”,
afirmou Pichetti ao destacar a necessidade do mercado por borracha natural, uma vez
que Mato Grosso é o segundo produtor nacional. Integra inicialmente a cadeia da
seringueira do Consórcio do Médio Araguaia, 180 pequenos agricultores nos municípios
de Água Boa, Querência, Gaúcha do Norte e Canarana, sendo que os quatro demais
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municípios do Codemjá manifestaram interesse em participar do projeto.

2.1.10. DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Na sexta-feira (11), o governador Blairo Maggi junto com o secretário de


Desenvolvimento Rural, Neldo Egon e o prefeito de Água Boa, Maurício Tonhá,
visitaram uma das propriedades integrantes da cadeia da seringueira. No Assentamento
Jaraguá, parte dos agricultores aderiu à iniciativa e deu o ponta-pé no plantio de mil
mudas por hectare. É o caso de Arlindo Milkinel, mais conhecido como “Mano”, que
está bastante animado com a nova cultura e já aguarda com expectativa a época de
corte da seringueira. “É uma iniciativa que tem mercado e vai gerar benefícios para
muitas famílias de agricultores. O Governo nos deu um ótimo incentivo para melhorar
a agricultura”, disse todo animado, pois a cultivo da seringueira não impede que outras
culturas sejam plantadas no mesmo espaço - na mesma área seu Arlindo plantou
amendoim, mandioca e milho, cuja colheita é feita em menor espaço de tempo e é
utilizada como apoio econômico até o corte da seringueira. Maggi aposta na iniciativa,
considerada um das âncoras do desenvolvimento regional em Mato Grosso. “A
seringueira encontra solo fértil em Mato Groso e se apresenta como uma importante
alternativa econômica para a agricultura familiar. E o Estado está presente nó fomento
a essa cadeia como forma de agregar pequenos agricultores em torno de uma ação que
possa gerar mais desenvolvimento e alternativa de renda”, enfatizou o governador ao
ressaltar a aplicação dos recursos do programa MT Floresta na cadeia da
heveicultura. A investida do governo para desenvolver ações integradas de fomento,
validação, transferência de tecnologia, pesquisa, assistência técnica, crédito e
capacitação, envolve as secretarias de Projetos Estratégicos, de Desenvolvimento
Rural, de Meio Ambiente, de Indústria, Comércio Minas e Energia.
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2.1.11.MERCADO HEVEICULTOR

A meta é aumentar a produção da heveicultura em diversas regiões de Mato Grosso por


meio dos consórcios regionais, como o da Bacia do Alto Paraguai, o primeiro a
incentivar a cadeia da seringueira que já apresenta os resultados práticos. Mato Grosso
colhe 15 mil toneladas de borracha numa área cultivada de 36 mil hectares. O Brasil é
insuficiente na produção da seringueira. Só produz 100 mil toneladas, ante uma
demanda de 300 mil toneladas do produto utilizado em uma infinidade de setores da
economia. A previsão é de que em 2025, o Brasil deva consumir 1 milhão de toneladas
de borracha.

2.2.BORRACHA

2.2.1- SÃO PAULO É O MAIOR PRODUTOR NACIONAL

Hoje, o Estado de São Paulo é o maior produtor nacional de borracha natural, apontam
as estatísticas. De acordo com os dados publicados pelo IAC, em 2004, para uma
produção de borracha do gênero Hevea brasiliensis, a nossa popular seringueira, de
cerca de 105.000 toneladas (foto-22), São Paulo contribuiu com 51.450 toneladas, ou
seja, 49%, seguido dos Estados de Mato Grosso, com 22.500 t, 22%, Bahia, com 9.500
t, 10%, Espírito Santo, com 6.000 t, 7%, e os demais com 12.000 t, 11%. Embora esses
dados possam ser novidades para o grande público (foto23), para o cidadão comum,
para nós, em particular, que tivemos, diga-se, modestamente, a oportunidade de
participar do programa de implantação e consolidação da exploração comercial da
cultura da seringueira em nosso estado, eles têm um significado todo especial, de
satisfação e orgulho.
15

Borracha natural,
expostas a feira de
seringais em SP.

Foto-22 Foto-23

Como é conhecida, a introdução da cultura da seringueira no estado de São Paulo foi


feita em 1917, depois de uma tentativa fracassada em 1915, pelo Cel. José Procópio de
Araújo Ferraz, na Fazenda Santa Sofia, município de Gavião Peixoto, (Araraquara) com
sementes enviadas pelo Mal. Cândido Mariano da Silva Rondon: “... que colhidas
seringueiras das serras do Jarú (Estado de Rondônia), as melhores nesta região
conhecidas... que vão só um barril pequeno em serragem de cortiça, que por acaso, na
ocasião, me veio parar às mãos” (Introdução e Cultura da Seringueira no estado de São
Paulo, Luiz Procópio de A. Ferraz). Esta introdução, cujos belos e majestosos
exemplares podem ainda ser observados na Fazenda Santa Sofia( fotos-24,25 e 26), com
inúmeros descendentes, deu origem à formação de algumas plantações no Estado e a
grande maioria dos “cavalos” sobre os quais foram enxertados os clones distribuídos
pelo Serviço de Expansão da Cultura da Seringueira.

Foto-24 Foto-25 Foto-26

2.2.2. ESTRUTURAÇÃO DO COMERCIO DA BORRACHA

Em 1941/42, quando não se podia prever o desequilíbrio entre a produção e o consumo


de borracha, observado por volta de 1950, o Instituto Agronômico de Campinas, IAC,
deu inicio aos trabalhos de pesquisas com seringueira no Estado, efetuando o plantio de
16

pequenos lotes de progênies nas Estações Experimentais de Campinas (foto-27 e 28),


Pindorama e Ribeirão Preto. A partir de 1951, quando então tivemos que importar
borracha estrangeira para atender a demanda do nosso mercado interno, algumas
indústrias de artefatos de borracha, tendo em vista as perspectivas futuras de novas
importações de borracha, houveram por bem se unirem no sentido de colaborar com a
pesquisa no estudo do aumento da produção de borracha no Estado, a preço baixo e mais
próximo do Centro de Pesquisa.

Esforços do comercio da
borracha natural, para
manter a produção.

Foto-27 Foto-28

Em princípios de 1956, a comissão de técnicos da Secretaria da Agricultura – XVI


Comissão Técnica – Seringueira, criada em 23/12/55, para estudar as possibilidades do
cultivo da Seringueira no Estado, apresenta um relatório final, no qual é traçado um
programa de heveicultura em São Paulo, estabelecendo assim o desempenho de cada
membro no campo da pesquisa e do fomento. Em 20/11/1956, com a assinatura do
Decreto Estadual nº. 26.815, no governo do Sr. Jânio Quadros, é criado o Serviço de
Expansão da Seringueira que, no ano seguinte, dá inicio ao programa de instalação de
viveiros de mudas, através de contratos assinados com particulares cooperados, que,
nesse primeiro ano (foto-29), produziram pouco mais de 300.000 mudas enxertadas. Em
16/07/1956, o Fundo de Fomento à Cultura da Seringueira, criado pelo D.E. Nº. 26.816,
firmou um acordo com o Escritório Técnico de Agricultura dos Estados Unidos,
designado Projeto ETA-50, com duração até 31/12/60, mais tarde prorrogado até
31/12/61. A partir desta época, já em 1959, o Serviço de Expansão da Seringueira pode
contar com a introdução de clones orientais, do Sudeste Asiático, enviados pelo Projeto
ETA-50 ao Instituto Agronômico de Campinas, para a formação dos “jardins de clones”
17

Foto-29 Foto-30

e enxertia dos “cavalos” dos viveiros de mudas dos cooperados. Com a extinção do
Serviço de Expansão da Seringueira em 31/11/1959, todo trabalho de fomento da cultura
que vinha sendo feita até então, ficou a cargo da Seção de Seringueira e Plantas
Tropicais, da DATE, atual Coordenadoria de Assistência Técnica Integral,
CATI. Durante os trabalhos desenvolvidos com a expansão da seringueira em São Paulo,
os principais problemas encontrados e que, de certa forma não deixaram de produzir
alguns efeitos psicológicos (foto-3) sobre os agricultores e Engenheiros Agrônomos
Regionais da Secretaria da Agricultura, foram o baixo pega mento das mudas distribuídas
em 1959 no planalto e o surto imprevisto da doença “Mal Sul-americano das Folhas”,
causada pelo fungo Mycrocyclus ulei (Dotidella ulei) no inicio de 1960, em viveiros e
plantações novas enxertadas com material suscetível do litoral. De 1962 em diante, o
volume de mudas produzido sempre foi superior à demanda, dando inicio a Secretaria da
Agricultura a distribuição gratuita das mesmas para os agricultores, para a instalação de
Campos de Observação e replantio das culturas já instaladas.

Produtor Esquema de
Armazenando o secagem de
látex laminas de
borracha

Foto-31
Foto-32
18

Vencida a primeira etapa de trabalho de um Serviço criado com um programa bastante


amplo, sem, contudo, dispor de técnicos de nível superior e médio em quantidade
suficiente, assim como por se trabalhar em faixa climática limítrofe, sem contar com
muitos dados de pesquisas utilizáveis e na qual muita dificuldade teve que ser superadas,
com alguns prejuízos para o fomento, São Paulo podia, então, contar com excelentes
culturas de seringueira em vários de seus municípios.

Maquina de Produtor
trituração de mostrando
borracha folhas de
borracha

Foto-33 Foto-34

Em meados dos anos 60, quando os seringais instalados com mudas distribuídas para
plantio em 1959 começavam a apresentar um número razoável de árvores em condições
de serem sangradas para a extração do seu látex, demos início a um programa de
treinamento das primeiras equipes de sangradores. Agora, sem podermos mais contar
com a estrutura e os recursos disponíveis durante a vigência do Serviço de Expansão, era
chegada a hora da verdade, da cobrança: “Se a Secretaria da Agricultura mandou nós
plantarmos seringueira, gostaríamos de saber se é viável a sua exploração comercial ou
se devemos transformá-la em um bosque para fazer “pic-nic” ou lenha?” perguntavam os
agricultores. Geralmente, tratava-se de pequenos plantadores, com 600 a 1500 árvores
que, isoladamente, não tinham condições de encontrar no mercado todos os materiais
necessários para a sangria, coletar e beneficiamento do látex, a não ser sob encomenda, a
um preço muito elevado. Entretanto, como poderíamos ver mais adiante, a completa falta
de conhecimento dos nossos agricultores com relação às técnicas de sangria da
seringueira, uma prática altamente especializada e delicada para o sucesso econômico da
sua exploração, levou alguns deles a acharem que seria melhor e mais cômodo “roubar”
os sangradores (foto-35) de outras propriedades, oferecendo-lhes algumas vantagens, do
que treinar os seus funcionários.
19

Sangrador
experiente

Foto-35 Foto-36

Por outro lado, o mercado para nossa incipiente heveicultura era ainda uma incógnita.
Voltávamos, assim, sem alimentar maiores esperanças, para a estaca inicial. Finalmente,
em meados de1967, conseguimos programar um programa de instalação de 10 Centros-
Piloto de Sangria e Preparo do Látex, com um adiantamento de verba do então Fundo do
Departamento da Produção Vegetal, que permitiu a compra dos 10 conjuntos
laminadores de borracha (Calandras), tijelinhas, pingadeiras, faca de sangria (Jebong) e
outros materiais, que foram repassados, a preço de custo, para os primeiros heveicultores
paulista das regiões agrícola de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Vale do Paraíba,
Vale do Ribeira e Bauru. Desde então, com a instalação dos Centros-piloto nos seringais
das Fazendas Himalaia (foto-36), do Sr. Miguel Thomé, no município de Bálsamo e
Santa Helena, do Dr. Joaquim Junqueira do Val, em Colina, considerados, na ocasião, de
grande porte, pela primeira vez, foi possível se fazer um controle diário do rendimento de
látex e de borracha seca produzidos por árvore, da mão-de-obra utilizada e da evolução
das sangrias durante o ano agrícola, com inicio no mês de setembro, até o seu termino,
com suspensão das sangrias, no mês de julho. As primeiras borrachas produzidas, na
forma de laminas seca ao ar e cernambi (resíduo de borracha dos cortes de sangria e
fundo das tijelinhas) foram prontamente absorvidas na própria região pelas Indústrias de
Recauchutagem de pneus dos Irmãos Sagula, de Jaboticabal e Tiresoles, de Ribeirão
Preto. Logo a seguir, com a entrada da Xetal (látex ao contrário), no mercado, uma
indústria de pequeno porte, especializada na fabricação de artigos cirúrgicos e balões, de
São Roque, a venda de borracha passou a ser feita na forma de látex puro conservado
com amônia (foto-38).

Foto-37
Foto-38
20

Não deixava, pois, de ser curioso e pitoresco observar o caminhão da Xetal na sua
peregrinação pelas fazendas do interior do Estado, desde São Roque, perto da Capital, até
Jales, descarregando os seus tambores de 200 litros vazios e carregando aqueles já cheios
de látex puro, com mais de 70% de água. Mas, toda essa ginástica tinha uma justificativa.
Como era difícil importar o látex concentrado a 60% e os tambores que vinham da Bahia,
devido aos atrasos nos seus transportes, chegavam a más condições, a Xetal, por falta de
matéria-prima, não pode atender, na ocasião, uma encomenda de mais de um milhão de
pares de luvas cirúrgicas feita pelos Estados Unidos e outras 300 mil, feita pela
Alemanha. Assim, não raro, para felicidade dos produtores, era o próprio comprador que,
com medo de perder o seu fornecedor, propunha um reajuste dos preços do látex. Em
novembro de 1972, participamos, em Cuiabá, MT, do 1º Seminário Nacional da
Seringueira, promovido pela extinta Superintendência da Borracha – Sudhevea, do MIC
(Ministério da Indústria e Comércio): ali, para surpresa nossa, pela primeira vez,
podíamos discutir o assunto seringueira com os colegas representantes dos Estados
tradicionais produtores de borracha do Acre e da Amazônia, do Mato Grosso e da Bahia,
sem medo, sem preconceito. Foi nesse ambiente que, embora nos sentíssemos meio
deslocados, como um convidado “penetra”, pudemos ter uma visão mais realista das
precariedades da nossa agroindústria extrativa da borracha, e ver reforçada a nossa
convicção de que, graças ao potencial agrícola do nosso Estado e da capacidade
empresarial do nosso agricultor, São Paulo, um dia, daria a sua resposta. Desde então,
tendo em vista os resultados econômicos obtidos nesses Centros-Piloto, que foram, na
ocasião, amplamente divulgados pela imprensa, o nosso agricultor resolveu investir na
seringueira por conta própria, como uma nova e promissora opção agrícola, muitas vezes
em substituição de lavouras decadentes. Hoje, São Paulo pode contar com uma área
plantada de cerca de 90.000 hectares, com mais de 14 milhões de pés em produção e
mais de 4,5 milhões de pés novos, distribuídos entre 2,5 mil pequenos, médios e grandes
produtores, que empregam cerca de 15 mil trabalhadores (foto-39).

Foto-39 Foto-40
21

De acordo com a Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha,


Apabor, até 2020, é previsto um plano ambicioso de ampliação da área plantada no
Estado para 250 mil hectares – inteiramente custeado pela iniciativa privada, visando
reduzir o nosso déficit entre a produção e o consumo de 289.000 toneladas pelas nossas
indústrias manufatureiras de borracha (foto-40). Das suas 19 Usinas de Beneficiamento
de Borracha existentes, 72% da produção são destinadas para a indústria pesada (de
pneus) e 28% para a indústria leve (de autopeças, materiais cirúrgicos, preservativos,
entre outros). Entretanto, a nosso ver, a expansão da cultura da seringueira em São Paulo
foi retardada em, no mínimo, dez anos, devido à falta de uma política séria para o setor.

2.2.3. INVENÇÃO DA BORRACHA HIDROGENADA

Ângelo Artur Martinez é engenheiro agrônomo formado na Escola Superior de


Agronomia - "Luiz de Queiroz" ESALQ-USP em 1963, como funcionário da Secretaria
da Agricultura do Estado de São Paulo - Coordenadoria de Assistência Técnica Integral -
CATI foi um dos responsáveis pelo projeto de implantação e consolidação da exploração
comercal.. “Mistura de látices de borracha contendo um látex de borracha
hidrogenada”(foto-41).

Foto-41 Foto-42
22

A presente invenção refere-se a uma mistura de látices de borracha que compreende, com
base no peso seco (foto-42), (a) cerca de 80 até cerca de 50 phr de um látex selecionado
do grupo constituído por látex de polibutadieno, látex de borracha natural ou de poli-
isopreno, látex de copolímero de estireno-butadieno, látex de copolímero de agrilonitrila-
butadieno, látex de copolímero de butadieno-isopreno, látex de copolímero de isopreno-
isobutileno, látex de copolímero de estireno-isopreno-butadieno e suas misturas; e (b)
cerca de 20 até cerca de 50 phr de um látex de borracha hidrogenada que é preparado de
acordo com um processo que compreende: (1) combinar um polímero insaturado em
forma de látex, que é derivado de 5 a 100%, por peso, de um monômero de dieno
conjugado e 95 a 0%, por peso, de um monômero etilenicamente insaturado, com (a) um
oxidante selecionado do grupo constituído por oxigênio, ar e hidroperóxidos; (b) um
agente redutor selecionado entre hidrazina e seus hidratos; e (c) um ativador de ion
metálico; (2) aquecer a mistura até uma temperatura de 0°c até a temperatura de refluxo
de mistura de reação.

2.2.4. EXPLORAÇÃO DA BORRACHA NATURAL

Quando 50% das árvores atingem 45 cm de circunferência de tronco a 1,5 m do solo é


feita a abertura do painel de sangria (foto-43), para início da produção de borracha. A
freqüência mais adequada de exploração é efetuando-se uma sangria a cada 4 dias,
permitindo explorar 1.000 árvores/homem/dia, iniciando-se ás 6:00 h, ou seja, 8,0 ha /
homem. O uso de Ethrel a 2,5% proporciona aumento de produção, podendo atingir
produtividades da ordem de 2.000 kg de borracha seca ano. O déficit na produção
mundial de borracha natural, iniciado a partir de 2000, projeta para 2010-2020 escassez
total do produto e elevação significativa dos preços, o que enseja ao Noroeste do Paraná
com 34.900 km2 de áreas aptas, com cerca de 16.121 pequenas e médias propriedades
rurais (< 50 ha), implantar sistemas agroflorestais visando à produção de borracha
natural em regime de mão de obra familiar diversificada e competitiva no mercado
internacional.

Foto-43
23

2.3. PROCESSAMETO

2.3.1.EXTRAÇÃO DO LÁTEX

Para extrair o látex, são feitas incisões na casca (foto-44) ou retiram-se camadas bem
finas (sangria). A sangria consiste na remoção de um pequeno volume de casca (fot-45),
em um corte inclinado que permite o escoamento da seiva, líquido denso e viscoso,
colhido em pequenas canecas afixadas na extremidade inferior do corte (foto-46), que
endurece lentamente, em contato com o ar. Após 3 ou 4 horas da sangria, o látex é
retirado das canecas e acondicionado, onde pode-se adicionar amônia, numa proporção
de 0,05% como estabilizador, evitando a coagulação precoce. Antes de iniciar uma
sangria é importante estabelecer-se diversos critérios, que irão determinar a vida útil do
seringal e sua produtividade.

FOTO-44 FOTO-45 FOTO-46

Depois da coleta do látex, as árvores continuam a exudar látex em quantidades menores,


por várias horas, esse látex acaba por coagular-se espontaneamente sobre o corte na
casca. Na próxima sangria essa película será retirada e em seguida será feita uma nova
incisão. As películas retiradas das diversas árvores podem ser misturadas com as
borrachas em processamento. A quantidade de borracha obtida nesse processo constitui
entre 15 a 20% do total da produção. O líquido, o látex, contém em suspensão um
hidrocarboneto de elevado peso molecular. Por aquecimento e adição de ácido acético
coagula formando uma massa gomosa que, depois de separada da água e outros
produtos, denomina-se “borracha bruta”. A borracha assim obtida é deformável como
gesso e deverá ser processada para adquirir os requisitos necessários para ser utilizada
em suas inúmeras aplicações. Ela é introduzida em máquinas especiais que funcionam
mais ou menos como moedoras de carne, chamadas mastigadoras: servem para misturá-
la e empastá-la, libertando-a do líquido e das impurezas. A este ponto os indígenas
24

costumam defumá-la, quando em estado bruto, obtendo, assim, um produto bastante


elástico e impermeável, mas grudento e, por isso, não prático para trabalhá-lo. Na
indústria moderna, ao invés, segue-se uma fase importante, a da mistura, isto é, à
borracha são ajuntadas substâncias especiais, capazes de torná-la dura e elástica. para tal
fim, emprega-se enxofre ou seus compostos; juntam-se, ainda, corantes e outras
substâncias químicas, capazes de orientar a reação. A borracha, agora, está pronta para
ser utilizada dos modos mais variados. É-lhe dada a forma definitiva, antes de submetê-
la à vulcanização, cujo processo final a tornará realmente tal qual nós a conhecemos. A
qualidade das borrachas naturais brasileiras é determinada, em primeira instância,
através da inspeção visual, observando sua limpeza, cor, homogeneidade e defeitos.
Depois, através de ensaios de laboratório específicos e normalizados são classificadas e
comercializadas, com características padronizadas, exigidas pela norma ABNT-EB-
1866 de 1988.

2.3.2. FÓRMULA ESTRUTURAL DO LÁTEX

O látex é uma secreção esbranquiçada, raramente amarelada, produzida por algumas


plantas como a papoula, a seringueira e o Caucho (castilloa) quando seus caules são
feridos e que tem a função de, uma vez consolidada com a oxidação, provocar a
cicatrização do tecido lesado, por onde fluiu (foto-47).

Extração do
látex em forma
de incisões no
tronco da
seringueira.

FOTO-47

Largamente utilizado pela indústria para confecção de preservativos, luvas e drenos


cirúrgicos, é um material que pode causar processos alérgicos (dermatite de contato) de
intensidade variável. Na composição dele ocorre, em média, 35% de hidrocarbonetos,
25

destacando-se o 2-metil-1,3-butadieno 1,3 (C5H8) comercialmente conhecido como


isopreno, o monômero da borracha. O látex é uma dispersão coloidal estável de uma
substância polimérica em um meio aquoso. O látex é praticamente neutro, com pH 7,0 a
7,2, mas quando exposto ao ar por um período de 12 a 24 horas, o pH cai para 5,0 e
sofre coagulação espontânea, formando o polímero que é a borracha , representada por
(C5H8)n , onde n é da ordem de 10 000 e apresenta massa molecular média de 600 000 a
950 000 g/mol. Observação importante: Todas as plantas que contêm látex não devem
ser consumidas, pois a maioria representa um sério risco para a saúde, especialmente
quando cruas. Isso ocorre porque o látex tem muitas substâncias tóxicas. Um exemplo é
a mandioca-brava (presença de ácido cianídrico, precursor do cianureto, paralisante do
sistema respiratório). Além da borracha em si, o látex serve para diversos artefatos
produzidos por comunidades tradicionais, tais como sacos encauchados e encauchados
de vegetais da Amazônia. Aqueles precisam ser defumados e são aplicações do látex
sobre tecidos industrializados. Estes são uma evolução e trata-se apenas de látex e fibras
vegetais originando uma massa que pode ser moldada na forma de mantas ou de
artefatos.

Composição química do Látex Fórmula estrutural


Hidrocarbonetos de borracha ------------------- ~ 93,7%
Proteínas ------------------------------------------- ~ 2,2%
Carbohidratos ------------------------------------- ~ 0,4%
Lipídios naturais ---------------------------------- ~ 2,4%
Glicolipídios e Fosfolipídios -------------------- ~ 1,0%
Materiais inorgânicos ---------------------------- ~ 0,2%
Outros ---------------------------------------------- ~ 0,1%

2.4. PRODUÇÃO COM APLICAÇÃO DO LÁTEX

2.4.1. COLCHÕES DE LÁTEX

Os colchões de látex são:

• Mais adaptáveis à sua fisionomia, graças à sua elasticidade;


• Mais saudáveis porque a elasticidade à superfície combina-se com o suporte de
pesos para favorecer a adequada posição da coluna vertebral;
26

• Mais transpiráveis graças às suas células abertas e de maior tamanho, que


mantêm o colchão ventilado;
• Mais duradouros no caso do látex natural, porque mantém as suas características
durante mais tempo.

A sua longevidade varia entre os 5 e os 10 anos, consoante a origem e as características


do látex. Os colchões de látex permitem desfrutar de frescura no Verão e calor no
Inverno, graças à sua estrutura de células abertas. No entanto, existem pessoas que são
alérgicas ao látex sendo uma grande contra indicação. A solução pode passar por
escolher outro tipo de colchões, como os colchões de molas ou colchões de
viscoelástico.

2.4.2. BALÕES DE LÁTEX

Os balões de borracha do Látex são feitos do sap concentrado da árvore de borracha,


Hevea Brasiliensis. Estes concentrados contem aproximadamente 60% por peso da
borracha natural a que as quantidades pequenas dos produtos químicos e de pigmentos
não tóxico da cor são adicionadas. Está sendo essencialmente um produto vegetal
natural, balões do látex completamente biodegradável. O processo de manufactura para
obter os balões de borracha do látex pode ser quebrado para baixo em quatro etapas
principais. Preparação composta do Látex - Mergulhando - Leaching e secando - Balões
terminados descascando.

2.4.3. PREPARAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DOS BALÕES DE LÁTEX

O látex de borracha concentrado é não somente o ingrediente do princípio para a


manufatura dos balões, mas muitos outros produtos são feitos deste mesmo material cru.
Para fortalecer borracha, que são neste momento um grupo emaranhados de cordas
como de correntes do polímero de borracha e que não tem virtualmente nenhuma força
física quando esticada, os produtos químicos, incluindo o enxofre e os aceleradores, são
adicionados para vulcanizar parcialmente, que são ligação transversal, as cordas do
polímero de borracha para juntá-los acima em um material elástico forte. Esta pré
vulcanização ocorre antes da etapa seguinte. Os fabricantes de balões da alta qualidade
27

preparam o látex pre vulcanisados “in-house” sob circunstâncias estritas, tecnologia


controladas e desenvolveram formulários compostos especiais para servir as
características do balão requeridas. Este regime estrito assegura-se de que a qualidade
esteja mantida do material cru até o produto. O látex da borracha natural pode também
ser fornecido pelos produtores do concentrado do látex neste formulário pre-
vulcanisados, mas para razões óbvias os sistemas vulcanizados básicos são limitados a
alguns formulas padrão. Este látex do pico volt é conveniente para as operações de
fabricação não é capaz ou querendo de instalar o látex que combina seções e que
manufaturam uma escala larga de produtos baseados látex, balões incluídos, para o
mercado maciço. Quando pré vulcanizados o látex alcançou as características
requeridas, está pronto para o processo mergulhando, mas antes de pro seguir ao ponto
mergulhando, os pigmentos da cor e os modificadores obterem a pérola do pastel, a de
cristal ou revestimentos metálicos são adicionados. Mergulhar Formulários da forma do
balão, na forma e o tamanho dos balões não inflados requeridos, é usado produzir os
balões. Os antigos dados forma diferentes são depender usado em cima da qualidade
dos balões a ser produzidos. Os produtos do Mass-market estão produzidos geralmente
em formes liso-tom o partido, quando a maioria de balões do decorador for produzida
em formes arredondada. Os formes, feitos geralmente do alumínio, dos plásticos ou de
cerâmico, são mergulhados primeiramente em uma solução do coagulante, que seja
permitida secar. O anterior é mergulhado então no composto do látex e o coagulante faz
com que um gel molhado da borracha seja depositado no anterior. Dependendo em cima
do processo de produção, o anterior pode ser mergulhado uma segunda vez em um
composto terminando do látex. O grânulo (borda) de cada balão é feito enquanto os
formes, suportando o gel de borracha, são passados entre dois rolos da escova que giram
em sentidos opostos. Uma vez que o gel se ajustou firmemente nos formes estes estão
passados em leaching os tanques, onde a água extrai os resíduos e as proteínas químicos
não desejados, que ocorrem naturalmente no látex da borracha natural. O tempo gastado
sobre e as condições de leaching os balões molhados determinam a qualidade dos balões
terminados no respeito da saúde e os regulamentos e os padrões de segurança. Após
leaching os forme passe nas câmaras de secagem, onde a borracha é secada e a
vulcanização da borracha é terminada fora nas temperaturas de secagem. Os balões de
borracha do látex seco são removidos então dos formes descascando. Este processo
pode ser executado manualmente ou mecanicamente, usando a água ou ar comprimido.
Após ter descascado os balões são examinados para todos os defeitos e as amostras
28

selecionadas são testadas de encontro aos padrões estabelecidos. Armazenamento de


balões terminados. Os balões da qualidade boa terão um shelf-life longo, desde que não
está exposto à luz solar direta e as temperaturas extremas estão evitadas.

2.4.4. OS PNEUS

Os pneus foram inventados em 1845, depois que o norte-americano Charles Goodyear


descobriu casualmente o processo de vulcanização da borracha, quando deixou cair
borracha e enxofre no fogão. Tornaram-se então substitutos das rodas de madeira e
ferro, usadas em carroças e carruagens. A borracha além de ser mais resistente e
durável, absorve melhor o impacto das rodas com o solo (foto-48), o que tornou o
transporte mais confortável e funcional. A maior parte dos pneus hoje é feita de 10% de
borracha natural (látex), 30% de petróleo (borracha sintética) e 60% de aço e tecidos
(tipo lona), que servem para fortalecer ainda mais a estrutura.

Borracha
vulcanizada,
mas resistente e
durável.

FOTO-48

2.4.5. AS CAMISINHAS

A "camisinha-tripa" seguiu sendo usada, até 1839, quando Charles Goodyear descobriu
o processo de vulcanização da borracha, fazendo-a flexível a temperatura ambiente.
Mas não se anime que a higiene absoluta ainda não nasceu. Nesta época, os
preservativos de borracha eram grossos e caros e por isto lavados e reutilizados diversas
vezes. As camisinhas de látex só surgiram em 1880 (foto-49) e daí evoluíram à medida
que novos materiais foram desenvolvidos, adicionando novas formas, melhorando a
confiabilidade e durabilidade.
Camisinhas de
látex, mais
FOTO-49
resistência e
higienização
29

A camisinha é feita de látex natural, matéria-prima que vem da seringueira. Numa


primeira etapa da produção, o látex é misturado com substâncias químicas e é aquecido,
para se tornar mais resistente. Depois, vai para um tanque onde são mergulhados moldes
de vidro em formato de pênis. Esses moldes, banhados com um fina camada de látex,
irão secar em estufas especiais e receber a bainha da camisinha — feita por escovas
rotativas. Em seguida, os preservativos são retirados dos moldes por um jato de água,
recebem um pouco de talco e novamente vão para a secadora. Ao longo do processo são
feitos testes de tensão, ruptura, volume, pressão, espessura e comprimento, entre outros.
A principal garantia de qualidade da camisinha brasileira é o selo do Instituto Nacional
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), que só é dado para
produtos que seguem rígidas normas técnicas de fabricação.

2.4.6. AS ETAPAS DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA CAMISINHA

1 - A matéria-prima da camisinha é o látex, extraído dos pés de seringueiras. Mas o


látex usado para produzir camisinhas não chega à fábrica exatamente como saiu da
floresta: para ganhar mais elasticidade, ele é filtrado até ficar com 60% de borracha, o
dobro do original - o resto é basicamente água

2 - Apesar de chegar à fábrica com a elasticidade turbinada, o látex precisa ganhar mais
resistência. É isso o que faz o processo de vulcanização. O processo consiste em
adicionar enxofre e algumas outras substâncias químicas ao látex, e submeter a mistura
a altas temperaturas - o calor acelera a reação

3 - No tanque de imersão, o preservativo ganha cara de preservativo mesmo. Para isso,


são usados moldes de vidro que, depois de serem lavados e secos, são imersos em um
tanque cheio de composto de látex (látex com resistência e elasticidade aumentadas).
Dali ele passa por uma estufa, para secar, e passa por outra imersão e outra estufa, que
reforçam a camada de látex.
30

4 - Ainda no molde, a camisinha em estado bruto segue na linha de montagem. Primeiro


passa por escovas rotativas - como aquelas de lava rápido, que formam a bainha na boca
do preservativo, deixando-o pronto para a secagem final em uma grande estufa. Ali vai
embora toda água presente na matéria-prima e a borracha, enfim, fica durinha.

5 - Mais uma etapa de nome estranho: lixiviação. Uma máquina mergulha a camisinha
(ainda no molde) dentro de um tanque cheio de produtos químicos para eliminar
partículas ruins que podem eventualmente causar alergia ou desconforto aos usuários.
Tanto substâncias originais do látex quanto produtos adicionados na vulcanização caem
fora nesse processo.

6 - Um jato de água apontado para a bainha tira o preservativo do molde, lançando-o


direto em uma esteira. O molde volta ao seu ciclo, passando pela lavagem, e a
camisinha passa por um banho de talco, sílica ou amido de milho, que acabam com sua
consistência grudante. Depois disso, ela é secada novamente e está pronta para os testes
de qualidade.

7 - Os testes de qualidade são obrigatórios e detalhadamente regulados por normas da


Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Absolutamente todos os preservativos
passam pelo teste de furos: uma corrente elétrica é aplicada sobre a camisinha e se a
energia não correr através da sua superfície é sinal de que não existem furos.

8 - A máquina que faz o teste elétrico joga a camisinha na esteira, já enrolada e pronta
para receber uma gotinha de lubrificante e ser embalada. Algumas amostras são
encaminhadas a outros testes obrigatórios, como o de insuflação de ar (são analisados os
limites de pressão e volume) e o teste líquido (um jato de água enche a camisinha até
seu limite).

9 - O último teste quem faz é você. Lembre-se de que, apesar de todos os cuidados
tomados durante a produção, se você não colocar a camisinha com cuidado, ela pode
estourar e causar surpresas desagradáveis.
31

2.4.7. AS LUVAS FABRICADAS COM LÁTEX

Historicamente as luvas de látex foram utilizadas inicialmente, para proteger as mãos


dos profissionais dos agentes químicos anti-sépticos utilizados entre 1870 e 1880. As
luvas cirúrgicas de látex ganharam notoriedade no século XX, após a sua adoção pelos
cirurgiões da escola médica John Hopkins, que visava proteger os pacientes das
bactérias presentes nas mãos sem luvas. Já a grande popularização ocorreu com a
preconização das "Precauções Universais" (hoje chamadas de “Padrão”), em 1988, em
resposta ao surgimento da AIDS. As luvas de látex permanecem como o padrão ouro
em relação à barreira biológica e tem sido amplamente utilizadas nos serviços de saúde
(foto-50).

Cirurgias realizadas
com luvas de
borracha preta,
tecnologia da época.

FOTO-50

As luvas alternativas, livres de látex, são indicadas para aqueles que são alérgicos às
suas proteínas. As luvas de procedimento de látex são hoje o equipamento de proteção
individual mais utilizado pelos profissionais da saúde. Esta é uma grande conquista em
termos de proteção aos profissionais e pacientes. Por outro lado a sua popularização foi
tão grande que as luvas de procedimento de látex, vêm sendo utilizadas inadequadamente, seja
pela facilidade de acesso, comodidade e falta de informação. Os produtos possuem o
que chamamos de uso pretendido. Significa que aquele produto foi produzido e testado
para uma determinada finalidade. Tomemos como exemplo uma luva de procedimento,
comparando com uma luva cirúrgica. Embora ambas sejam utilizadas em serviços de
32

saúde, e ainda que haja a possibilidade da luva de procedimento ser vendida estéril, ela
não deverá ser utilizada em cirurgias. Os dois tipos de luvas passam por controle de
qualidade, porém com exigências diferentes, sendo mais rigorosas para as luvas
cirúrgicas. Por que então não fazer as mesmas exigências e desta forma diminuir o
risco? É uma questão de custo benefício, por este motivo as luvas de procedimento
custam menos que as cirúrgicas. Muitos profissionais desconhecem estas diferenças e
utilizam suas luvas de modo incorreto.

2.4.8. O SURGIMENTO DAS LUVAS DE LÁTEX

Até o início do século XX, não se preconizava o uso de luvas durante as operações,
apesar de já se estarem utilizando soluções anti-sépticas para limpar as mãos dos
cirurgiões e auxiliares. A invenção das luvas cirúrgicas começa com Uma história de
amor platônico entre um médico e sua enfermeira: o Dr. William Stewart Halstedt
(1852-1922/foto-51), grande cirurgião americano, inventor de dezenas de instrumentos
cirúrgicos e apetrechos hospitalares, quando era chefe de um hospital em Baltimore
(USA), ainda solteirão convicto, se apaixona, secretamente, platonicamente, pela
enfermeira Caroline Hampton (Carol), que o auxiliava nas cirurgias.

Dr. William Stewart


Dr.Willian StewartHalstedt
Halstedt

FOTO-51
À época os trabalhos pré-operatórios exigiam dos profissionais a lavagem das mãos em
fortes soluções anti-sépticas, já que não havia luvas. Carol, com isto, desenvolveu uma
dermatite de contato com tais substâncias. Com as mãos feridas ela não podia auxiliar
Halstedt. Desespero para o médico. Ele só aceitava operar se fosse com a ajuda dela,
33

tamanha era a paixão da presença, a segurança e a confiança que Carol lhe transmitia.
Apreensivo, em busca de uma solução para o conflito, Halstedt procurou um
microempresário chamado Goodyear (mais tarde um dos maiores produtores de pneus
do mundo foto-52) e pediu-lhe que fabricasse um par de luvas de borracha para a
enfermeira. Assim foi feito. Para não constranger a amada, pois as luvas eram de
borracha preta (tecnologia da época), Halstedt encomendou pares para os demais
auxiliares. E a partir do uso contínuo das luvas, constatou-se que as infecções pós-
operatórias, praticamente, desapareceram. Ele então determinou que em todas as
cirurgias fossem usadas as luvas, procedimento logo difundido em todo o mundo até se
chegar ao uso das finíssimas luvas atuais.

Goodyear

FOTO-52

Halstedt e Carol trabalharam por muito tempo, cada vez mais unidos pelos fortes laços
do amor, casaram-se e moraram na cobertura do Hospital até a morte dele em 1922. As
luvas cirúrgicas continuaram, por muito tempo, sendo chamadas de “as luvas do amor”,
em respeito à história dos dois e pela pureza que imprimiam no contato com as feridas
dos enfermos.

2.4.9. QUALIDADE E VARIEDADES DE LUVAS DE LÁTEX

As luvas de látex são utilizadas nas mais variadas situações. Praticamente toda indústria
ou prestadora de serviços utiliza em alguma etapa as luvas de látex. São normalmente
utilizadas na parte de higienização das empresas, mas também são muito utilizadas na
área alimentícia, laboratórios, construção civil, metalúrgicas entre outras. As luvas de
34

látex podem ser fabricadas em diferentes forros, cores, espessuras, comprimento e com
diferentes anti-derrapantes.

Cores
As luvas de látex são encontradas na cor natural, amarela (mais comum), azul, laranja,
dentre outras.

Luva Confort Látex Luva Maxi Látex Luva Max-Orange

Forros
Um dos pontos interessantes é a análise do tipo de forro. O forro adequado oferecerá
maior conforto e segurança. Os forros podem ser: flocado de algodão (mais comum);
sem forro; ou forro Silver Látex DANNY.

O flocado de algodão é o mais utilizado. Por absorver a umidade e suor, mantém as


mãos secas por mais tempo além de uma sensação de conforto. Devemos observar se o
forro está sempre seco ao utilizarmos a luva.

As luvas sem forro possuem uma boa vantagem. Por não terem forro flocado, são
facilmente higienizadas por dentro. Evitam acúmulo de bactérias e umidade.

SILVER LÁTEX DANNY – o forro Silver Látex DANNY é uma nova opção que a
DANNY oferece ao mercado. Ela possui um forro na cor cinza que evita acúmulo de
bactérias por ser impermeável além de possuir clorinação para baixar o nível de proteína
na luva (a proteína do látex é a principal causadora de alergias no usuário).

Espessuras
Quanto melhor o látex utilizado e mais espessa a luva, maior será a resistência.
Portanto, é muito importante observar que nem toda a luva de látex mais espessa que
35

uma outra é mais resistente. A resistência depende muito, também, da qualidade do


látex (do seu processamento) e da forma como a luva foi produzida. Portanto, o bom
casamento entre qualidade e espessura oferecerá a maior resistência. A DANNY
preocupa-se em fornecer luvas que tenham alta qualidade e espessura adequada. A
DANNY oferece luvas de látex de diferentes espessuras para atender as diferentes
situações.

Comprimento
O comprimentos da luva de látex deve ser muito bem avaliado conforme a aplicação da
luva. Luvas que serão utilizadas em locais com muita umidade e líquidos devem ser
mais longas. Se não houver risco de respingo para a parte interna, a luva pode ser mais
curta. A DANNY comercializa luvas de látex no tamanho padrão assim como luvas de
látex mais longas que oferecem segurança para aquelas situações que o usuário precisa
proteger uma parte maior do ante-braço.

Antiderrapante
A DANNY seleciona os diferentes antiderrapante de suas luvas de látex conforme o
desempenho que cada um deles têm. Buscamos colocar em cada luva o anti-derrapante
que oferece a melhor performance. Assim, o usuário se sentirá mais seguro ao utilizar
as luvas no seu dia-a-dia.

2.4.10. INOVAÇÃO DO LÁTEX NO MERCADO

As demandas das indústrias de papel, visando tornar mais eficiente e econômica a


produção, estão sendo interpretadas de acordo com uma visão mais global pela Ciba. A
empresa, em vez de apresentar ao mercado produtos de forma isolada, acentua a
importância da escolha criteriosa de soluções combinadas, as “Grade Solutions”, que
possam surtir efeitos duradouros para aplicações em cinco grandes Látex de alta
performance – As indústrias de papéis e cartões deverão se beneficiar da nova
tecnologia em látex para revestimentos da Dow, de alto desempenho em processos de
impressão gráfica.
36

Cuca Jorge – DOW Látex

FOTO-53

Trata-se de novo látex de estireno-butadieno de alta performance desenvolvido para


proporcionar maior rendimento às aplicações e maior economia em volume, entre 10%
a 15%, que reduz os custos das formulações e otimiza a qualidade das impressões off-
set. Para apresentá-lo ao mercado brasileiro, a unidade de negócios Dow Látex reuniu
durante a exposição da ABTCP cerca de 70 convidados, entre usuários e outros
profissionais, para antecipar a decisão de produzir o novo látex na unidade do Guarujá–
SP Em produção nas fábricas da Europa e Estados Unidos, o novo látex várias famílias
de produtos já desenvolvidas pela companhia, como de látices de estireno-butadieno
convencionais e modificados, látices de estireno-butadieno com baixo odor e de
estireno-acrílicos.

2.4. REAÇÕES ALERGICAS AO LÁTEX

O látex é um extrato viscoso, com aspecto leitoso, produzido no citoplasma de células


laticíferas ou produtoras de látex, juntamente com aminoácidos, lipídios, fosfolipídios,
carboidratos e proteínas (2% a 3%), cuja unidade funcional essencial é formada por
polímeros de cis -1,4- poliisopreno, cobertos por camada de proteínas lipídicas e
fosfolipídicas que garantem sua integridade estrutural. Estas proteínas contidas na sua
composição são os antígenos considerados responsáveis pela hipersensibilidade do tipo
I ao látex, sendo que aproximadamente 60% delas estão ligadas intimamente à borracha,
isto é, com os polímeros de isopreno e, 40% como proteínas solúveis, presentes no soro
do látex.
37

2.4.1. ALERGIA OCUPACIONAL

Em 1987, devido ao surgimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), o


Centers for Disease Control and Prevention (CDC) introduziu as "Precauções
Universais", atualmente denominadas "Precauções-Padrão", enfatizando a necessidade
de todos os trabalhadores da saúde rotineiramente usarem luvas ao entrar em contato
com fluídos corporais. Devido a esta recomendação, o uso de luvas de látex aumentou
no mundo todo e, como conseqüência deste novo comportamento, passou-se a observar
o aumento de relatos de casos de alergia ocupacional ao látex entre os trabalhadores
hospitalares.

2.4.2. MUDANÇAS NA FABRICAÇÃO

Nessa década, para abastecer o aumento da demanda no mercado mundial, muitos


fabricantes mudaram seu processo de fabricação, abreviando ou suprimindo etapas
importantes de remoção de proteínas e resíduos químicos, resultando em produtos de
baixa qualidade, e com altas concentrações de alérgenos, sugerem que em decorrência
do aumento da extração do látex da Hevea brasiliensis para suprir o aumento mundial
do consumo de luvas e preservativos, a planta passou a aumentar a produção das
proteínas de defesa pelo aumento da freqüência e intensidade dos cortes sofridos para a
extração da seiva. As luvas e os preservativos de borracha são exemplos de produtos
fabricados a partir da imersão de formas ou moldes em extrato de látex de borracha
natural.

2.4.3. SUCESSO NOS RESULTADOS

O processo de manufatura das luvas com ou sem pó inicia-se com a extração da seiva do
tronco da árvore Hevea brasiliensis e, logo após, adiciona-se amônia, tiram ou sulfitos
para prevenir a contaminação bacteriana e auto-coagulação do extrato, bem como
separar a fase líquida da sólida por centrifugação, concentrando a parte sólida em até
60% e removendo o soro que contém proteínas hidrossolúveis. Outros aditivos químicos
como aceleradores (tiuram e carbamatos) e antioxidantes (fenilenediamina) são
adicionados posteriormente à parte concentrada, contribuindo para a obtenção das
38

propriedades desejadas da borracha, tais como força de tensão, elasticidade,


durabilidade e sensibilidade tátil.

Luvas de látex com


adição de amônia para
prevenir contaminação.

FOTO-54

Formas de porcelana ligadas em cadeias contínuas são então imersas em mistura


lubrificante de amido de milho e em nitrato de cálcio, que coagula o látex. Depois de
aderidos às formas, os mesmos são secados em forno. Seqüencialmente, as formas são
imersas na solução de látex natural ficando depositado um filme uniforme desta
solução. O coagulante aplicado anteriormente e o calor convertem o látex natural de
líquido para sólido. Após, escovas giratórias em contato com as formas enrolam o
punho para formar a bainha. As formas passam, então por banho em água morna para
remover as proteínas hidrossolúveis e o excesso de aditivos químicos. Novamente as
formas entram em um forno a 100°C para completar a coagulação (vulcanização),
juntamente com aceleradores à base de enxofre. Finalmente é aplicado pó de amido de
milho na parte externa das luvas que posteriormente são removidas das formas.
Alternativa para a lubrificação das luvas é substituir o pó de amido pelo processo de
clorinação, tornando-as menos alergênicas. O desenvolvimento dos sintomas da
hipersensibilidade do tipo I ao látex envolve uma série de interações entre linfócitos T
ativados, que podem atuar modulando a resposta imune por mecanismo de cito
toxicidade ou por linfócitos B, que são responsáveis pela resposta humoral com
produção de anticorpos.

2.4.4. TIPOS DE ALERGIAS

As IgE produzidas pelas células B têm papel fundamental nas reações alérgicas e fazem
parte da fisiopatologia da alergia do tipo I ao látex, além de outras doenças alérgicas.
Estas reações são iniciadas quando a IgE específica a um determinado antígeno liga-se
aos receptores de alta afinidade localizados na superfície dos mastócitos e basófilos que,
39

posteriormente ligadas ao alérgeno, causam a ativação celular com a liberação de


mediadores inflamatórios. As três manifestações clínicas conhecidas e discutidas na
literatura relacionadas ao uso de luvas de látex de borracha natural no trabalho são:
dermatite irritante de contato, dermatite alérgica de contato e hipersensibilidade do tipo
I.
1- Dermatite de contato:
A dermatite de contato é conseqüência da resposta inflamatória a um ou mais agentes
externos que podem agir como irritantes da pele quando mecanismos imunológicos não
estão envolvidos ou como alérgenos, quando a hipersensibilidade é mediada por células
T.
2- Dermatite irritante de contato:
À dermatite irritante de contato é a dermatose ocupacional não imunológica mais
comum associada ao uso de luvas e ocorre quando substâncias exógenas causam danos
diretos à pele. As causas principais que levam os usuários a desenvolverem este tipo de
desconforto estão relacionadas à lavagem freqüente das mãos, uso de sabões anti-
sépticos, secagem incompleta das mãos e ao pó presente nas luvas.
3- Os sintomas:
Os sintomas mais freqüentes são: pele seca e avermelhada, fissuras, descamação e
coceira repercutindo na integridade de barreira da pele.
Por outro lado, a resposta imunológica predominante provocada pelo uso de luvas de
látex é a dermatite alérgica de contato ou hipersensibilidade do tipo IV. Trata-se de uma
manifestação de hipersensibilidade tardia resultante da resposta imune mediada por
linfócito T a um alérgeno, que são as substâncias químicas adicionadas ao látex durante
a sua manufatura, principalmente aceleradores e antioxidantes. Contudo, estas duas
ocorrências dermatite irritante e alérgica de contato podem ser confundidas, pois os
sinais clínicos são muito semelhantes.

2.5. SERINGUEIRAS E O MEIO AMBIENTE

A seringueira não produz só o látex, o que faz durante 30 anos após cerca de cinco anos
do plantio. Este é o componente econômico de uma cultura conhecida dos índios bem
antes da colonização brasileira. Ela também protege o solo e os mananciais (foto-55),
gera emprego e seqüestra carbono da atmosfera, este um dado fundamental no momento
em que o mundo abre os olhos para o efeito estufa, fenômeno que tem provocado o
40

aquecimento do planeta. E a heveicultura se mostra como excelente alternativa no


promissor mercado de crédito de carbono, pois consegue seqüestrar tantos gases de efeito
estufa quanto uma floresta natural. O mercado de crédito de carbono movimentou no ano
passado aproximadamente R$ 1 bilhão.

Seringueiras Seringueiras
plantadas as recebem selo
margens de de certificação
rios e lagos. ambiental

FOTO-55 FOTO-56

Com o selo de certificação ambiental, as empresas que investirem no plantio de


seringueiras poderão compensar as emissões de gases poluentes e aumentar a produção
do látex no país (foto-56). O investimento poderá ser no Rio de Janeiro ou em outros
Estados, por meio de parcerias com os produtores de látex. Um projeto piloto de plantio
de mudas já foi implantado no município de Silva Jardim, na região centro-oeste do Rio
de Janeiro, onde as primeiras árvores já estavam em fase de corte para a produção de
látex. Das 300 milhões de árvores do gênero Hevea, com 11 espécies, destaca-se a Hevea
brasiliensis, que possui maior capacidade produtiva e variabilidade genética. Natural do
sudeste da Bacia Amazônica, a Hevea brasiliensis foi levada para Inglaterra em 1867 e
depois seguiu para a Ásia, onde se adaptou de forma surpreendente.

2.5.1 SEQUESTRO DE CARBONO

Estudo aponta que a seringueira armazena quantidades maiores de gás carbônico em


seus galhos, seguido pelos troncos, raízes e folhas da árvore. Aos 12 anos de idade, a
seringueira é capaz de absorver do ambiente, em média, 62,10 toneladas de carbono por
hectare plantado. O estudo Quantificação do Carbono estocado na parte aérea e raízes
de Hevea. Aos 12 anos de idade, na Zona da Mata (foto-57), foi desenvolvido pelos
pesquisadores Tarcísio José Gualberto Fernandes, Carlos Pedro Boechat, Laércio
41

Gonçalves Jacovine e Antônio de Pádua Alvarenga e detalhou em números o carbono


estocado em cada parte da seringueira. A seringueira (Hevea brasilienses) é forte
candidata em projetos de MDL (Mecanismos de Desenvolvimento Limpo) e Cers
(Certificados de Emissões Reduzidas). O processo que absorve o gás carbônico através
da fotossíntese ganham destaque a medida em que se fortalecem as discussões sobre
meio ambiente. As análises indicaram que os galhos foram os responsáveis pelo maior
índice de acúmulo de gás carbônico na árvore (foto-58), com 35,9% do total. Os troncos
vieram em seguida com 30,1%, seguido pelas raízes (29,9%) e folhas (4,1%). Segundo
os pesquisadores, os números se alteram quando analisados a partir do diâmetro com
casca das árvores a 1,3 m do solo. Na classe de 12,5 cm de diâmetro, a raiz representa
maior percentual (38,8%), seguido pelo tronco (34,8%), galhos (22,8%) e folhas (3,6%).
Na classe de 17,5 cm de diâmetro, os galhos contribuíram mais (36,3%), seguidos pelas
raízes (31,1%), pelo tronco (27,9%) e folhas (4,7%). Na classe 22,5 com, os galhos
formaram o componente que mais contribuiu para o carbono armazenado (41.3%).
Diferente da classe 17,5, é seguido pelo tronco (32,6%), pelas raízes (22,9%) e pelas
folhas (3,2%), relatam. De acordo com os pesquisadores, as variações são explicadas
pela posição das árvores dentro dos plantios. Arvores menores, segundo eles,
normalmente têm um percentual de biomassa alocado para o sistema radicular em
detrimento da parte aérea.

Grande
Seringueiras quantidade de
com 12 anos carbonos
de idade encontrados em
sequestrando diversas partes da
carbono da árvore.
atmosfera.
FOTO-58
FOTO-57

Os resultados do estudo apontam que em média, nessas condições, um seringal tem a


capacidade de armazenar 132,8 kg de carbono por árvore aos 12 anos ou 62,10
toneladas de carbono por hectare (tC/ha). A pesquisa realizada na fazenda experimental
da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (foto-59), na cidade de
Oratórios (MG), considerou uma área cultivada de aproximadamente 10 hectares,
plantados no espaçamento de 7 x 3 metros. Os clones selecionados para análise foram o
FX 3864, FX 2261 e o IAN 873. Para determinar o acúmulo de carbono, os
42

pesquisadores locaram 27 parcelas de 252 metros quadrados, para caracterizar as


distribuições diamétricas das árvores.

Seringueiras usadas
para pesquisa de
seqüestro de carbono –
comparada com o
eucaliptos.

FOTO-59

Foram selecionadas seis árvores-amostras que representaram as classes diamétricas de


cada clone, com o objetivo de representar as condições reais do seringal, somando 18
árvores-amostras. O método utilizado na pesquisa foi método direto, que considera a
derrubada das árvores e pesagem de todos os seus componentes: tronco, galho grosso
(diâmetro maior que 3 centímetros), galho fino (diâmetro menor que 3 centímetros),
folhas e raízes; para determinar a biomassa. Os pesquisadores comparam os
números com estudos de seqüestro de carbono realizados com eucaliptos no Brasil. De
acordo com eles, experiências com eucaliptos plantados no Cerrado de Minas Gerais
indicam que a espécie acumula 31,4 t/ha, numa rotação de sete anos.

3. CONCLUSÃO

A seringueira planta nativa da região amazônica é uma das árvores do gênero produtora
de seiva leitosa procurada por diversos pesquisadores e desenvolvedores de produtos
extraídos das plantas, entretanto nem toda planta ou árvore pode produzir látex de
qualidade como a Heves Brasilises. Entende – se dentro da pesquisa realizada que muito
são a procura de estrangeiros pelo látex produzido no Brasil, como a borracha natural e
43

derivados que possam ser aproveitados em beneficiamento ou aplicação em outros


produtos, em casos de tintas a base de látex, saturantes para papeis em fim em
aplicações diversas nas indústrias. Quero salientar que a expansão do cultivo da
heveicultura no país tem aumentado apesar de alguns fatores econômico que agregam
desmotivação para o trabalhador, embora a política do meio ambiente venha integrando
a importância do replantio e do reflorestamento e a vantagem de se cultivar seringueiras
trazendo otimismo para o heveicultor. A muitas pesquisas realizadas para aprimorar a
aplicação do látex, por que o elastomero contido nas propriedades do látex proporciona
eficácia na vulcanização que é diferente dos elastomeros da borracha vulcanizada com
os derivados do petróleo. O Brasil é um país pioneiro na vulcanização de borracha
natural, dentro dos estados de São Paulo e Minas Gerais são fortíssimas a produção de
borracha e a exportação de manta de borracha para outros países. Estamos focando todo
o conhecimento que obtivemos sobre plantação e cultivos de plantas nativas da região
da Amazônia, devido à espécie que tem seu habitar em regiões parecidas com a da
Amazônia, isso leva crê que a expansão e o crescimento poderão ser continuo dentro
dos fatores climáticos que apresenta o Brasil, sendo indicado internacionalmente como
território apropriado para diversa espécie de agricultura e heveicultura.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Seringueiras. Disponível em:

http://www.iac.sp.gov.br/Tecnologias/Seringueira/Seringueira.htm. Acessado em: 13


set.2010

http://www.ceplac.gov.br/radar/seringueira.htm. Acessado em: 13 set.2010

Látex. Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A1tex. Acessado em: 13 set.2010

Alergia ao Látex. Disponível em:

www.drugs.com/cg/latex-allergy.html. Acessado em: 13 set.2010


44

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942003000500001.
Acessado em: 13 set. 2010

http://www.alergohouse.com.br/loja/d_latex.asp. Acessado em: 13 set.2010

Borracha. Disponível em:

www.ced.ufsc.br/emt/trabalhos/borracha/borracha/natural_arquivos/latex.htm.
Acessado em:

13 set.2010

Camisinhas sua história e fabricação. Disponível em:

http://atitudesuavida.nireblog.com/post/2007/02/18/a-camisinha-sua-historia-e-
faricacao. Acessado em: 13 set. 2010

http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-
BR&langpair=en%7Cpt&u=http://pslc.ws/macrog/kidsmac/rubber.htm. Acessado em:
13 set. 2010

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2010

http://www.abr.org.br/Revistas/revista_60seringais.html. Acessado em: 13 set. 2010

http://www.ced.ufsc.br/emt/trabalhos/borracha/borracha/natural_arquivos/latex.ht
m. Acessado em: 13 set. 2010

Inovação do látex no mercado. Disponível em:

Fonte: www.supermax-brasil.com/artigos9.htm. Acessado em 13 set. 2010

Balões de látex. Disponível em:

http://www.balloonsit.com/dokumenti/6/2/2006/Balloon_Production_-
_Produ%C3%A7ao_do_balao_5944.pdf. Acessado em: 13 set. 2010
45

Artigos publicados em revista

Seringueiras

Augusto Bezzera, José. A senhora do seringal. GLOBORURAL, cidade de publicação,


dez. 2002. Ano 18,paginas 44-51.

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