Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
LÁTEX
SUMARÉ
2010
ODAIR JOSÉ FIGUEREDO DE SANTANA
LÁTEX
SUMARÉ
2010
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus em primeiro lugar pela oportunidade em realizar mais esse projeto em
minha vida. A minha querida mãe que sempre me apoiou na educação e incentivando a
estudar e jamais desistir dos planos. A minha amada esposa Roseli, que ajudou nos momentos
mais difíceis da trajetória do curso. Aos meus colegas de classe que foram ombros amigos nos
trabalhos, deveres e nas pesquisas. A todos os professores, que apostaram na capacidade que
temos para seguir em frente, respeitando os limites, cumprindo com os deveres e com a ética
da cidadania.
iii
RESUMO
A extração do látex não tem tanto segredo, a grande dificuldade encontrada para a produção
do látex é o plantio; a espera de sete anos para a primeira produção, e a demanda no mercado
que exige muito com o avanço da tecnologia. Muitos heveicultor não conseguem acompanhar,
devido o procedimento adotado para a extração do látex que ainda é manual. Dependendo do
estado na qual se aplica a heveicultura, a mão de obra do trabalhador e muito baixo. A
descoberta da borracha vulcanizada em 1845 por Goodyear trouxe a inovação nos
preservativos e luvas cirúrgicas e sem contar com a modernização das rodas que antes eram
de madeira ou de aço e passo a ser de borracha vulcanizada trazendo conforto e durabilidade.
Mas como todo produto que é processado industrialmente com adição de outros produtos
químicos, tem – se alertado sobre algumas alergias ocasionadas com luvas cirúrgicas a base
de látex. Portanto, a hevicultura de seringueiras no território brasileiro tem contribuído de
forma plena com o meio ambiente, dentro de muitas pesquisas realizadas sobre seqüestro de
carbono, as seringueiras se destacaram fortemente como uma árvore seqüestradora de
carbono. Entre tantos, isso tem trazido otimismo para os investidores da heveicultura, e
ajudado na contribuição da sustentabilidade ambiental do planeta, devido o incentivo
econômico para o replantio da espécie Hevea – brasileiras, que além de produzir a borracha
natural, produzem oxigênio e empregam muitos trabalhadores.
iv
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1
2. SERINGUEIRA........................................................................................................2
2.1. A SERINGUEIRA..................................................................................................2
2.1.9. HEIVECULTURA..............................................................................................11
2.1.11. MERCADOHEIVECULTOR............................................................................14
2.2. BORRACHA.........................................................................................................14
2.3. PROCESSAMENTO..............................................................................................23
v
2.3.2. FORMULA ESTRUTURAL DO LÁTEX...........................................................24
2.4.4. OS PNEUS.....................................................................................................................28
2.4.5. AS CAMISINHAS.........................................................................................................28
3. CONCLUSÃO......................................................................................................................42
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................43
vi
1
1. INTRODUÇÃO
2. SERINGUEIRAS
2.1. A seringueira
Foto-01 Foto-02
Foto-03 Foto-04
3
Do seu tronco extrai-se o látex (foto-05) que, por coagulação espontânea ou por
processos químico-industriais, se transforma no produto comercial denominado de
borracha. A matéria-prima borracha é largamente utilizada na produção de bens
industrializados, sendo a indústria de pneumáticos a sua maior consumidora. São
inúmeras as áreas potencialmente aptas ao cultivo da seringueira na extensa faixa
costeira do estado da Bahia, especialmente nas regiões sudeste e extremo sul (mais de
dois milhões de hectares de terras nuas), onde a Mata Atlântica se encontra em
processo progressivo de extinção (foto-06). Vários plantios estabelecidos nessas
regiões vêm demonstrando componentes produtivos fitossanitários bastante
promissores. Uma das grandes vantagens do cultivo é sua exploração econômica
durante o longo ciclo de vida da planta, sem a necessidade de desnudamentos
periódicos do solo. Além do mais, a seringueira tem-se comportado muito bem em
consorciação com cultivos econômicos de ciclo curto, semiperenes, a exemplo do
cacau. O consórcio com o cacaueiro (foto-07), inclusive, tem demonstrado ser uma
prática muito vantajosa, por aumentar significativamente a receita das empresas, com a
exploração econômica de ambos os produtos. Entretanto, o sucesso de um
empreendimento heveícola está na rigorosa observância do uso de tecnologias
preconizadas para as diferentes fases de desenvolvimento, pois, desse modo, seringais
poderão ser formados dentro de padrões modernos de exploração, tornando-os
competitivos e rentáveis. A seringueira é suscetível a várias doenças. A mais grave,
sem dúvida, é o mal das folhas, causada pelo fungo (foto-08) Microcyclus ulei, que
provoca a queima das folhas e pode levar as plantas à morte (foto-09). O M. ulei é
originário Amazônia e só ocorre no continente americano, não havendo registro de sua
presença no Oriente e Sudeste Asiático. Este fungo causa prejuízos somente a espécies
do gênero Hevea (foto-10), sendo as mais resistentes a H. nítida, a H. pauciflora, a H.
benthamiana, a H. guianensis e a H. spruceana, que devem ser preferencialmente
utilizadas como controle preventivo.
teve que tocar sozinha uma enorme plantação de seringueiras, encarou sozinho o
desafio, lutou bravamente durante anos e acabou se saindo bem. Dimensiona a
importância de seu trabalho para o desenvolvimento da cultura da borracha no estado de
São Paulo.
Foto-12
Foto-11
Graças a ela e a outros produtores, o município dispõe hoje de 320 mil seringueira, atrás
apenas de Barretos, com 650 mil pés. Só na fazenda, distante 3,5 quilômetros da cidade,
são 100 árvores, a maioria das quais em condição de corte. O cultivo começou em
Colinas na metade do século passado por iniciativa do governo estadual, interessado em
disseminar o plantio para produção de borracha. Em 1959, Eugênio (falecido esposo de
Helena) plantou 20 mil árvores, mas acabou desistindo. Em 1968, seu filho retornou a
iniciativa e o seringal, finalmente, deslanchou. Autodidata (formou-se engenheiro)
adaptou procedimentos comuns em países do sudeste Asiático, para onde a borracha
migrou levada da Amazônia. Desenhou cópias do “gibongue” (a faquinha com que os
seringueiros sangram as árvores), criou a canequinha na qual se recolhe o látex, treinou
funcionários. Aos 22 anos teve morte súbita quando dirigia, e durante esses dez anos
Helena toca sozinha a fazenda. Em 1986, ergueu a usina de beneficiamento, capaz de
processar 80 toneladas de borracha/mês, valorizando enormemente a produção local. No
Total, a fazenda emprega 70 homens, 33 dos quais na sangria e abriga 300 pessoas,
incluindo esposas e filhos. “O corte e feito a cada quatro dias, diferente do manejo
ocorrente na Amazônia, onde as incisões são feitas em ‘V”, da altura dos olhos do
sangrador para baixo, as canaletas para escoamento do látex são cortadas de duas
formas. As descendentes, da esquerda para a direita, em ângulo de 37 graus em relação
á linha do horizonte, também a partir da altura do seringueiro, o que facilita o manejo.
7
Foto-13
Foto-14 Foto-15
Uma atividade não muito conhecida na região está dando bons frutos aos cooperados da
Serincoop – Cooperativa dos Seringalista do Estado de Minas Gerais , no distrito de
Vista Alegre, município de Leopoldina. Tendo a frente o administrador e produtor, José
Geraldo Ribeiro, 70 anos hoje a cooperativa que teve seu início 1996 conta com 32
cooperados participando diretamente na plantação e cultivo da seringueira, cada um em
sua propriedade. Atividade comum no Amazonas, tem na região o clima favorável e um
8
trabalho pioneiro, já que além de serem os únicos, o cultivo, plantação e extração já foi
aprimorado e gera mensalmente uma produção de 40 toneladas de látex, que é vendido
para São Paulo, onde se inicia o processo de beneficiamento, até chegar nas grandes
fábricas para a produção principalmente de pneu. O cultivo da seringueira tem seus
segredos e como explica José Geraldo (fot-16) um deles é a paciência, já que da compra
da muda, que sai por um valor de R$ 3,50 a unidade, até a árvore formada começar a
dar o rendimento esperado, leva em média sete anos (fto-17).
Foto-16 Foto-17
Foto-18 Foto-19
9
A diferença está no custo médio do trabalho e na mistura que é feita ainda na pequena
muda da seringueira. A plantação de seringueira é hoje uma atitude ecologicamente
correta, já que ela é capaz de captar quase que 100% do monóxido de carbono na área
onde é plantada, ajudando diretamente ao meio ambiente. Apesar do resultado positivo
alcançado pelos cooperados, ainda se busca através de estudos a melhoria da qualidade
das mudas que são plantadas em definitivo, para gerar uma maior produção de látex,
gerando mais vendas e a possibilidade de adquirir máquinas para iniciar o
beneficiamento aqui mesmo na região. Para o presidente José Geraldo “só temos
satisfação com a nossa cooperativa, pois além de trazer uma nova atividade para a
região, e como conseqüência uma rentabilidade no uso dos morros das propriedades de
forma garantida, o tempo do cultivo e do retorno nos dá um retorno como uma
aposentadoria e nos trazendo recursos bem mais rentáveis. Nossa cooperativa é uma
forma de trazer companheiros que se agregam ao trabalho e enquanto não tivermos um
produto significativo iremos tentar agregar vantagens como usina de processamento ou
até uma pequena indústria” completou o presidente. Um dos funcionários de José
Geraldo, já trabalha no setor há 15 anos e se diz satisfeito “Tem 15 anos que trabalho
aqui e estou satisfeito. Tenho meu rendimento fixo, comissão na produção, além do
ambiente saudável que escolhi para viver”, comentou Marcelo.
A seringueira pertence ao gênero Hevea (família das euforbiáceas), com 11 espécies, das
quais, Hevea brasiliensis é a mais produtiva e plantada comercialmente, com superior
qualidade de látex. O gênero Hevea é originário da região amazônica (latitudes 7ºN a
15ºS), sendo que a área de plantios comerciais de H. brasiliensis compreende de 24ºN
(China) até 25ºS (São Paulo, Brasil). É uma árvore de hábito ereto, podendo atingir 30
m de altura total sob condições favoráveis, iniciando aos 4 anos a produção de
sementes, e aos 6-7 anos(quando propagada por látex (borracha). Esta pode se prolongar
por 30-35 enxertia) a produção de anos, com aproveitamento de madeira para
processamento mecânico e energia (galhos), ao final deste período. A seringueira
10
Foto-20
2.1.9. HEIVECULTURA
Foto-21
Um dos exemplos está no município de Água Boa (700 km a Leste de Cuiabá), onde
com o apoio do Estado, quarenta pequenos produtores deram início ao plantio da
seringueira. O projeto é coordenado pelo Consórcio de Desenvolvimento Intermunicipal
do Médio Araguaia (Codema) e está em desenvolvimento em quatro, dos oito
municípios integrantes do consórcio. São R$ 360 mil investidos pelo Estado (280 mil) e
Prefeitura de Água Boa (80 mil) na aquisição de insumos e defensivos agrícolas para
sustentar o plantio da seringueira. Cada agricultor começou o plantio em dois hectares e
a previsão é de corte dentro de seis a sete anos, com renda de até R$ 750,00 por hectare
plantado, conforme explicou o engenheiro agrônomo e secretário executivo do Codema,
Luiz Omar Pichetti. “Além dos insumos e defensivos, o Estado fornece a assistência
técnica e orientação aos agricultores. Essa é uma das mais dinâmicas alternativas de
fomento às economias regionais, pois pode agregar diversos pequenos produtores e
fortalecer o trabalho de cada um, além de ser um mercado que possui demanda”,
afirmou Pichetti ao destacar a necessidade do mercado por borracha natural, uma vez
que Mato Grosso é o segundo produtor nacional. Integra inicialmente a cadeia da
seringueira do Consórcio do Médio Araguaia, 180 pequenos agricultores nos municípios
de Água Boa, Querência, Gaúcha do Norte e Canarana, sendo que os quatro demais
13
2.1.11.MERCADO HEVEICULTOR
2.2.BORRACHA
Hoje, o Estado de São Paulo é o maior produtor nacional de borracha natural, apontam
as estatísticas. De acordo com os dados publicados pelo IAC, em 2004, para uma
produção de borracha do gênero Hevea brasiliensis, a nossa popular seringueira, de
cerca de 105.000 toneladas (foto-22), São Paulo contribuiu com 51.450 toneladas, ou
seja, 49%, seguido dos Estados de Mato Grosso, com 22.500 t, 22%, Bahia, com 9.500
t, 10%, Espírito Santo, com 6.000 t, 7%, e os demais com 12.000 t, 11%. Embora esses
dados possam ser novidades para o grande público (foto23), para o cidadão comum,
para nós, em particular, que tivemos, diga-se, modestamente, a oportunidade de
participar do programa de implantação e consolidação da exploração comercial da
cultura da seringueira em nosso estado, eles têm um significado todo especial, de
satisfação e orgulho.
15
Borracha natural,
expostas a feira de
seringais em SP.
Foto-22 Foto-23
Esforços do comercio da
borracha natural, para
manter a produção.
Foto-27 Foto-28
Foto-29 Foto-30
e enxertia dos “cavalos” dos viveiros de mudas dos cooperados. Com a extinção do
Serviço de Expansão da Seringueira em 31/11/1959, todo trabalho de fomento da cultura
que vinha sendo feita até então, ficou a cargo da Seção de Seringueira e Plantas
Tropicais, da DATE, atual Coordenadoria de Assistência Técnica Integral,
CATI. Durante os trabalhos desenvolvidos com a expansão da seringueira em São Paulo,
os principais problemas encontrados e que, de certa forma não deixaram de produzir
alguns efeitos psicológicos (foto-3) sobre os agricultores e Engenheiros Agrônomos
Regionais da Secretaria da Agricultura, foram o baixo pega mento das mudas distribuídas
em 1959 no planalto e o surto imprevisto da doença “Mal Sul-americano das Folhas”,
causada pelo fungo Mycrocyclus ulei (Dotidella ulei) no inicio de 1960, em viveiros e
plantações novas enxertadas com material suscetível do litoral. De 1962 em diante, o
volume de mudas produzido sempre foi superior à demanda, dando inicio a Secretaria da
Agricultura a distribuição gratuita das mesmas para os agricultores, para a instalação de
Campos de Observação e replantio das culturas já instaladas.
Produtor Esquema de
Armazenando o secagem de
látex laminas de
borracha
Foto-31
Foto-32
18
Maquina de Produtor
trituração de mostrando
borracha folhas de
borracha
Foto-33 Foto-34
Em meados dos anos 60, quando os seringais instalados com mudas distribuídas para
plantio em 1959 começavam a apresentar um número razoável de árvores em condições
de serem sangradas para a extração do seu látex, demos início a um programa de
treinamento das primeiras equipes de sangradores. Agora, sem podermos mais contar
com a estrutura e os recursos disponíveis durante a vigência do Serviço de Expansão, era
chegada a hora da verdade, da cobrança: “Se a Secretaria da Agricultura mandou nós
plantarmos seringueira, gostaríamos de saber se é viável a sua exploração comercial ou
se devemos transformá-la em um bosque para fazer “pic-nic” ou lenha?” perguntavam os
agricultores. Geralmente, tratava-se de pequenos plantadores, com 600 a 1500 árvores
que, isoladamente, não tinham condições de encontrar no mercado todos os materiais
necessários para a sangria, coletar e beneficiamento do látex, a não ser sob encomenda, a
um preço muito elevado. Entretanto, como poderíamos ver mais adiante, a completa falta
de conhecimento dos nossos agricultores com relação às técnicas de sangria da
seringueira, uma prática altamente especializada e delicada para o sucesso econômico da
sua exploração, levou alguns deles a acharem que seria melhor e mais cômodo “roubar”
os sangradores (foto-35) de outras propriedades, oferecendo-lhes algumas vantagens, do
que treinar os seus funcionários.
19
Sangrador
experiente
Foto-35 Foto-36
Por outro lado, o mercado para nossa incipiente heveicultura era ainda uma incógnita.
Voltávamos, assim, sem alimentar maiores esperanças, para a estaca inicial. Finalmente,
em meados de1967, conseguimos programar um programa de instalação de 10 Centros-
Piloto de Sangria e Preparo do Látex, com um adiantamento de verba do então Fundo do
Departamento da Produção Vegetal, que permitiu a compra dos 10 conjuntos
laminadores de borracha (Calandras), tijelinhas, pingadeiras, faca de sangria (Jebong) e
outros materiais, que foram repassados, a preço de custo, para os primeiros heveicultores
paulista das regiões agrícola de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Vale do Paraíba,
Vale do Ribeira e Bauru. Desde então, com a instalação dos Centros-piloto nos seringais
das Fazendas Himalaia (foto-36), do Sr. Miguel Thomé, no município de Bálsamo e
Santa Helena, do Dr. Joaquim Junqueira do Val, em Colina, considerados, na ocasião, de
grande porte, pela primeira vez, foi possível se fazer um controle diário do rendimento de
látex e de borracha seca produzidos por árvore, da mão-de-obra utilizada e da evolução
das sangrias durante o ano agrícola, com inicio no mês de setembro, até o seu termino,
com suspensão das sangrias, no mês de julho. As primeiras borrachas produzidas, na
forma de laminas seca ao ar e cernambi (resíduo de borracha dos cortes de sangria e
fundo das tijelinhas) foram prontamente absorvidas na própria região pelas Indústrias de
Recauchutagem de pneus dos Irmãos Sagula, de Jaboticabal e Tiresoles, de Ribeirão
Preto. Logo a seguir, com a entrada da Xetal (látex ao contrário), no mercado, uma
indústria de pequeno porte, especializada na fabricação de artigos cirúrgicos e balões, de
São Roque, a venda de borracha passou a ser feita na forma de látex puro conservado
com amônia (foto-38).
Foto-37
Foto-38
20
Não deixava, pois, de ser curioso e pitoresco observar o caminhão da Xetal na sua
peregrinação pelas fazendas do interior do Estado, desde São Roque, perto da Capital, até
Jales, descarregando os seus tambores de 200 litros vazios e carregando aqueles já cheios
de látex puro, com mais de 70% de água. Mas, toda essa ginástica tinha uma justificativa.
Como era difícil importar o látex concentrado a 60% e os tambores que vinham da Bahia,
devido aos atrasos nos seus transportes, chegavam a más condições, a Xetal, por falta de
matéria-prima, não pode atender, na ocasião, uma encomenda de mais de um milhão de
pares de luvas cirúrgicas feita pelos Estados Unidos e outras 300 mil, feita pela
Alemanha. Assim, não raro, para felicidade dos produtores, era o próprio comprador que,
com medo de perder o seu fornecedor, propunha um reajuste dos preços do látex. Em
novembro de 1972, participamos, em Cuiabá, MT, do 1º Seminário Nacional da
Seringueira, promovido pela extinta Superintendência da Borracha – Sudhevea, do MIC
(Ministério da Indústria e Comércio): ali, para surpresa nossa, pela primeira vez,
podíamos discutir o assunto seringueira com os colegas representantes dos Estados
tradicionais produtores de borracha do Acre e da Amazônia, do Mato Grosso e da Bahia,
sem medo, sem preconceito. Foi nesse ambiente que, embora nos sentíssemos meio
deslocados, como um convidado “penetra”, pudemos ter uma visão mais realista das
precariedades da nossa agroindústria extrativa da borracha, e ver reforçada a nossa
convicção de que, graças ao potencial agrícola do nosso Estado e da capacidade
empresarial do nosso agricultor, São Paulo, um dia, daria a sua resposta. Desde então,
tendo em vista os resultados econômicos obtidos nesses Centros-Piloto, que foram, na
ocasião, amplamente divulgados pela imprensa, o nosso agricultor resolveu investir na
seringueira por conta própria, como uma nova e promissora opção agrícola, muitas vezes
em substituição de lavouras decadentes. Hoje, São Paulo pode contar com uma área
plantada de cerca de 90.000 hectares, com mais de 14 milhões de pés em produção e
mais de 4,5 milhões de pés novos, distribuídos entre 2,5 mil pequenos, médios e grandes
produtores, que empregam cerca de 15 mil trabalhadores (foto-39).
Foto-39 Foto-40
21
Foto-41 Foto-42
22
A presente invenção refere-se a uma mistura de látices de borracha que compreende, com
base no peso seco (foto-42), (a) cerca de 80 até cerca de 50 phr de um látex selecionado
do grupo constituído por látex de polibutadieno, látex de borracha natural ou de poli-
isopreno, látex de copolímero de estireno-butadieno, látex de copolímero de agrilonitrila-
butadieno, látex de copolímero de butadieno-isopreno, látex de copolímero de isopreno-
isobutileno, látex de copolímero de estireno-isopreno-butadieno e suas misturas; e (b)
cerca de 20 até cerca de 50 phr de um látex de borracha hidrogenada que é preparado de
acordo com um processo que compreende: (1) combinar um polímero insaturado em
forma de látex, que é derivado de 5 a 100%, por peso, de um monômero de dieno
conjugado e 95 a 0%, por peso, de um monômero etilenicamente insaturado, com (a) um
oxidante selecionado do grupo constituído por oxigênio, ar e hidroperóxidos; (b) um
agente redutor selecionado entre hidrazina e seus hidratos; e (c) um ativador de ion
metálico; (2) aquecer a mistura até uma temperatura de 0°c até a temperatura de refluxo
de mistura de reação.
Foto-43
23
2.3. PROCESSAMETO
2.3.1.EXTRAÇÃO DO LÁTEX
Para extrair o látex, são feitas incisões na casca (foto-44) ou retiram-se camadas bem
finas (sangria). A sangria consiste na remoção de um pequeno volume de casca (fot-45),
em um corte inclinado que permite o escoamento da seiva, líquido denso e viscoso,
colhido em pequenas canecas afixadas na extremidade inferior do corte (foto-46), que
endurece lentamente, em contato com o ar. Após 3 ou 4 horas da sangria, o látex é
retirado das canecas e acondicionado, onde pode-se adicionar amônia, numa proporção
de 0,05% como estabilizador, evitando a coagulação precoce. Antes de iniciar uma
sangria é importante estabelecer-se diversos critérios, que irão determinar a vida útil do
seringal e sua produtividade.
Extração do
látex em forma
de incisões no
tronco da
seringueira.
FOTO-47
2.4.4. OS PNEUS
Borracha
vulcanizada,
mas resistente e
durável.
FOTO-48
2.4.5. AS CAMISINHAS
A "camisinha-tripa" seguiu sendo usada, até 1839, quando Charles Goodyear descobriu
o processo de vulcanização da borracha, fazendo-a flexível a temperatura ambiente.
Mas não se anime que a higiene absoluta ainda não nasceu. Nesta época, os
preservativos de borracha eram grossos e caros e por isto lavados e reutilizados diversas
vezes. As camisinhas de látex só surgiram em 1880 (foto-49) e daí evoluíram à medida
que novos materiais foram desenvolvidos, adicionando novas formas, melhorando a
confiabilidade e durabilidade.
Camisinhas de
látex, mais
FOTO-49
resistência e
higienização
29
2 - Apesar de chegar à fábrica com a elasticidade turbinada, o látex precisa ganhar mais
resistência. É isso o que faz o processo de vulcanização. O processo consiste em
adicionar enxofre e algumas outras substâncias químicas ao látex, e submeter a mistura
a altas temperaturas - o calor acelera a reação
5 - Mais uma etapa de nome estranho: lixiviação. Uma máquina mergulha a camisinha
(ainda no molde) dentro de um tanque cheio de produtos químicos para eliminar
partículas ruins que podem eventualmente causar alergia ou desconforto aos usuários.
Tanto substâncias originais do látex quanto produtos adicionados na vulcanização caem
fora nesse processo.
8 - A máquina que faz o teste elétrico joga a camisinha na esteira, já enrolada e pronta
para receber uma gotinha de lubrificante e ser embalada. Algumas amostras são
encaminhadas a outros testes obrigatórios, como o de insuflação de ar (são analisados os
limites de pressão e volume) e o teste líquido (um jato de água enche a camisinha até
seu limite).
9 - O último teste quem faz é você. Lembre-se de que, apesar de todos os cuidados
tomados durante a produção, se você não colocar a camisinha com cuidado, ela pode
estourar e causar surpresas desagradáveis.
31
Cirurgias realizadas
com luvas de
borracha preta,
tecnologia da época.
FOTO-50
As luvas alternativas, livres de látex, são indicadas para aqueles que são alérgicos às
suas proteínas. As luvas de procedimento de látex são hoje o equipamento de proteção
individual mais utilizado pelos profissionais da saúde. Esta é uma grande conquista em
termos de proteção aos profissionais e pacientes. Por outro lado a sua popularização foi
tão grande que as luvas de procedimento de látex, vêm sendo utilizadas inadequadamente, seja
pela facilidade de acesso, comodidade e falta de informação. Os produtos possuem o
que chamamos de uso pretendido. Significa que aquele produto foi produzido e testado
para uma determinada finalidade. Tomemos como exemplo uma luva de procedimento,
comparando com uma luva cirúrgica. Embora ambas sejam utilizadas em serviços de
32
saúde, e ainda que haja a possibilidade da luva de procedimento ser vendida estéril, ela
não deverá ser utilizada em cirurgias. Os dois tipos de luvas passam por controle de
qualidade, porém com exigências diferentes, sendo mais rigorosas para as luvas
cirúrgicas. Por que então não fazer as mesmas exigências e desta forma diminuir o
risco? É uma questão de custo benefício, por este motivo as luvas de procedimento
custam menos que as cirúrgicas. Muitos profissionais desconhecem estas diferenças e
utilizam suas luvas de modo incorreto.
Até o início do século XX, não se preconizava o uso de luvas durante as operações,
apesar de já se estarem utilizando soluções anti-sépticas para limpar as mãos dos
cirurgiões e auxiliares. A invenção das luvas cirúrgicas começa com Uma história de
amor platônico entre um médico e sua enfermeira: o Dr. William Stewart Halstedt
(1852-1922/foto-51), grande cirurgião americano, inventor de dezenas de instrumentos
cirúrgicos e apetrechos hospitalares, quando era chefe de um hospital em Baltimore
(USA), ainda solteirão convicto, se apaixona, secretamente, platonicamente, pela
enfermeira Caroline Hampton (Carol), que o auxiliava nas cirurgias.
FOTO-51
À época os trabalhos pré-operatórios exigiam dos profissionais a lavagem das mãos em
fortes soluções anti-sépticas, já que não havia luvas. Carol, com isto, desenvolveu uma
dermatite de contato com tais substâncias. Com as mãos feridas ela não podia auxiliar
Halstedt. Desespero para o médico. Ele só aceitava operar se fosse com a ajuda dela,
33
tamanha era a paixão da presença, a segurança e a confiança que Carol lhe transmitia.
Apreensivo, em busca de uma solução para o conflito, Halstedt procurou um
microempresário chamado Goodyear (mais tarde um dos maiores produtores de pneus
do mundo foto-52) e pediu-lhe que fabricasse um par de luvas de borracha para a
enfermeira. Assim foi feito. Para não constranger a amada, pois as luvas eram de
borracha preta (tecnologia da época), Halstedt encomendou pares para os demais
auxiliares. E a partir do uso contínuo das luvas, constatou-se que as infecções pós-
operatórias, praticamente, desapareceram. Ele então determinou que em todas as
cirurgias fossem usadas as luvas, procedimento logo difundido em todo o mundo até se
chegar ao uso das finíssimas luvas atuais.
Goodyear
FOTO-52
Halstedt e Carol trabalharam por muito tempo, cada vez mais unidos pelos fortes laços
do amor, casaram-se e moraram na cobertura do Hospital até a morte dele em 1922. As
luvas cirúrgicas continuaram, por muito tempo, sendo chamadas de “as luvas do amor”,
em respeito à história dos dois e pela pureza que imprimiam no contato com as feridas
dos enfermos.
As luvas de látex são utilizadas nas mais variadas situações. Praticamente toda indústria
ou prestadora de serviços utiliza em alguma etapa as luvas de látex. São normalmente
utilizadas na parte de higienização das empresas, mas também são muito utilizadas na
área alimentícia, laboratórios, construção civil, metalúrgicas entre outras. As luvas de
34
látex podem ser fabricadas em diferentes forros, cores, espessuras, comprimento e com
diferentes anti-derrapantes.
Cores
As luvas de látex são encontradas na cor natural, amarela (mais comum), azul, laranja,
dentre outras.
Forros
Um dos pontos interessantes é a análise do tipo de forro. O forro adequado oferecerá
maior conforto e segurança. Os forros podem ser: flocado de algodão (mais comum);
sem forro; ou forro Silver Látex DANNY.
As luvas sem forro possuem uma boa vantagem. Por não terem forro flocado, são
facilmente higienizadas por dentro. Evitam acúmulo de bactérias e umidade.
SILVER LÁTEX DANNY – o forro Silver Látex DANNY é uma nova opção que a
DANNY oferece ao mercado. Ela possui um forro na cor cinza que evita acúmulo de
bactérias por ser impermeável além de possuir clorinação para baixar o nível de proteína
na luva (a proteína do látex é a principal causadora de alergias no usuário).
Espessuras
Quanto melhor o látex utilizado e mais espessa a luva, maior será a resistência.
Portanto, é muito importante observar que nem toda a luva de látex mais espessa que
35
Comprimento
O comprimentos da luva de látex deve ser muito bem avaliado conforme a aplicação da
luva. Luvas que serão utilizadas em locais com muita umidade e líquidos devem ser
mais longas. Se não houver risco de respingo para a parte interna, a luva pode ser mais
curta. A DANNY comercializa luvas de látex no tamanho padrão assim como luvas de
látex mais longas que oferecem segurança para aquelas situações que o usuário precisa
proteger uma parte maior do ante-braço.
Antiderrapante
A DANNY seleciona os diferentes antiderrapante de suas luvas de látex conforme o
desempenho que cada um deles têm. Buscamos colocar em cada luva o anti-derrapante
que oferece a melhor performance. Assim, o usuário se sentirá mais seguro ao utilizar
as luvas no seu dia-a-dia.
FOTO-53
O processo de manufatura das luvas com ou sem pó inicia-se com a extração da seiva do
tronco da árvore Hevea brasiliensis e, logo após, adiciona-se amônia, tiram ou sulfitos
para prevenir a contaminação bacteriana e auto-coagulação do extrato, bem como
separar a fase líquida da sólida por centrifugação, concentrando a parte sólida em até
60% e removendo o soro que contém proteínas hidrossolúveis. Outros aditivos químicos
como aceleradores (tiuram e carbamatos) e antioxidantes (fenilenediamina) são
adicionados posteriormente à parte concentrada, contribuindo para a obtenção das
38
FOTO-54
As IgE produzidas pelas células B têm papel fundamental nas reações alérgicas e fazem
parte da fisiopatologia da alergia do tipo I ao látex, além de outras doenças alérgicas.
Estas reações são iniciadas quando a IgE específica a um determinado antígeno liga-se
aos receptores de alta afinidade localizados na superfície dos mastócitos e basófilos que,
39
A seringueira não produz só o látex, o que faz durante 30 anos após cerca de cinco anos
do plantio. Este é o componente econômico de uma cultura conhecida dos índios bem
antes da colonização brasileira. Ela também protege o solo e os mananciais (foto-55),
gera emprego e seqüestra carbono da atmosfera, este um dado fundamental no momento
em que o mundo abre os olhos para o efeito estufa, fenômeno que tem provocado o
40
Seringueiras Seringueiras
plantadas as recebem selo
margens de de certificação
rios e lagos. ambiental
FOTO-55 FOTO-56
Grande
Seringueiras quantidade de
com 12 anos carbonos
de idade encontrados em
sequestrando diversas partes da
carbono da árvore.
atmosfera.
FOTO-58
FOTO-57
Seringueiras usadas
para pesquisa de
seqüestro de carbono –
comparada com o
eucaliptos.
FOTO-59
3. CONCLUSÃO
A seringueira planta nativa da região amazônica é uma das árvores do gênero produtora
de seiva leitosa procurada por diversos pesquisadores e desenvolvedores de produtos
extraídos das plantas, entretanto nem toda planta ou árvore pode produzir látex de
qualidade como a Heves Brasilises. Entende – se dentro da pesquisa realizada que muito
são a procura de estrangeiros pelo látex produzido no Brasil, como a borracha natural e
43
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942003000500001.
Acessado em: 13 set. 2010
www.ced.ufsc.br/emt/trabalhos/borracha/borracha/natural_arquivos/latex.htm.
Acessado em:
13 set.2010
http://atitudesuavida.nireblog.com/post/2007/02/18/a-camisinha-sua-historia-e-
faricacao. Acessado em: 13 set. 2010
http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-
BR&langpair=en%7Cpt&u=http://pslc.ws/macrog/kidsmac/rubber.htm. Acessado em:
13 set. 2010
http://www.ced.ufsc.br/emt/trabalhos/borracha/borracha/natural_arquivos/latex.ht
m. Acessado em: 13 set. 2010
http://www.balloonsit.com/dokumenti/6/2/2006/Balloon_Production_-
_Produ%C3%A7ao_do_balao_5944.pdf. Acessado em: 13 set. 2010
45
Seringueiras