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A Comunicação Verbal

e Não-Verbal

flaviopagliuca@uol.com.br

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• A Comunicação é entendida como a transmissão de estímulos e
respostas provocadas, através de um sistema completa ou parcialmente
compartilhado. É todo o processo de transmissão e de troca de
mensagens entre seres humanos.

Esquema da comunicação de R. Jakobson

Contexto

Emissor Mensagem Receptor

Contacto

Código

Para se estabelecer comunicação, tem de ocorrer um conjunto de elementos


constituídos por: um emissor (ou destinador), que produz e emite uma
determinada mensagem, dirigida a um receptor (ou destinatário).
Mas para que a comunicação se processe efetivamente entre estes dois
elementos, deve a mensagem ser realmente recebida e decodificada pelo
receptor, por isso é necessário que ambos estejam dentro do mesmo contexto
(devem ambos conhecer os referentes situacionais), devem utilizar um mesmo
código (conjunto contacto através de um canal de comunicação).
Se qualquer um destes elementos ou fatores falhar, ocorre uma situação de
ruído na comunicação, entendido como todo o fenômeno que perturba de
alguma forma a transmissão da mensagem e a sua perfeita recepção ou
decodificação por parte do receptor.

Elementos da Comunicação:

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 Codificar: transformar num código conhecido, a intenção da
comunicação ou elaborar um sistema de signos;
 Decodificar: decifrar a mensagem, operação que depende do repertório
(conjunto estruturado de informação) de cada pessoa;
 Feedback: corresponde à informação que o emissor consegue obter e
pela qual sabe se a sua mensagem foi captada pelo receptor.

• LINGUAGEM VERBAL: as dificuldades de comunicação ocorrem quando


as palavras têm graus distintos de abstração e variedade de sentido. O
significado das palavras não está nelas mesmas, mas nas pessoas (no
repertório de cada um e que lhe permite decifrar e interpretar as palavras);

• LINGUAGEM NÃO - VERBAL: as pessoas não se comunicam apenas por


palavras. Os movimentos faciais e corporais, os gestos, os olhares, a
entoação são também importantes: são os elementos não verbais da
comunicação.

Os significados de determinados gestos e comportamentos variam muito de


uma cultura para outra e de época para época.
A comunicação verbal é plenamente voluntária; o comportamento não-
verbal pode ser uma reação involuntária ou um ato comunicativo propositado.
Alguns psicólogos afirmam que os sinais não-verbais têm as funções
específicas de regular e encadear as interações sociais e de expressar emoções
e atitudes interpessoais.

a) expressão facial: não é fácil avaliar as emoções de alguém apenas a


partir da sua expressão fisionômica. Por vezes os rostos transmitem
espontaneamente os sentimentos, mas muitas pessoas tentam inibir a
expressão emocional.
b) movimento dos olhos: desempenha um papel muito importante na
comunicação. Um olhar fixo pode ser entendido como prova de
interesse, mas noutro contexto pode significar ameaça e/ou provocação.

Desviar os olhos quando o emissor fala é uma atitude que tanto pode
transmitir a idéia de submissão como a de desinteresse.

c) movimentos da cabeça: tendem a reforçar e sincronizar a emissão de


mensagens.

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d) postura e movimentos dos corpos: os movimentos corporais podem
fornecer pistas mais seguras do que a expressão facial para se detectar
determinados estados emocionais. Por ex.: inferiores hierárquicos
adotam posturas atenciosas e mais rígidas do que os seus superiores, que
tendem a mostrar-se descontraídos.
e) comportamentos não-verbais da voz: a entoação (qualidade,
velocidade e ritmo da voz) revela-se importante no processo de
comunicação. Uma voz calma geralmente transmite mensagens mais
claras do que uma voz agitada.
f) a aparência: a aparência de uma pessoa reflete normalmente o tipo de
imagem que ela gostaria de passar. Através do vestuário, penteado,
maquiagem, apetrechos pessoais, postura, gestos, modo de falar, etc., as
pessoas criam uma projeção de como são e de como gostariam de ser
tratadas. As relações interpessoais serão menos tensas se a pessoa
fornecer aos outros a sua projeção particular e se os outros respeitarem
essa projeção.

• Conclusão: na interação pessoal, tanto os elementos verbais como os não-


verbais são importantes para que o processo de comunicação seja eficiente.

• Conceitos de texto:
A. Segundo Koch e Travaglia

“O texto será entendido como uma unidade lingüística concreta, que é


tomada pelos usuários da língua, em uma situação de interação
comunicativa específica, como uma unidade de sentido e como preenchendo
uma função comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente
da sua extensão.”
(Koch e Travaglia, 1989)

B. Segundo M. H. Duarte Marques

Do ponto de vista lingüístico, que nos interessa nessa unidade, adotamos,


como ponto de partida, as considerações de Marques (1990). Na sua
abordagem, textos são conjuntos de unidades discursivas estruturadas, não
apenas de acordo com padrões sintático-gramaticais, mas também inter-
relacionadas segundo princípios lógico-semânticos, de que a gramática não
dá conta.

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“As unidades discursivas inter-relacionadas de acordo com princípios lógico-
semânticos constituem textos. Textos caracterizam-se, assim pela coerência
conceitual, pela coesão seqüencial de seus constituintes no plano do
significado, pela adequação às circunstâncias e condições de uso da língua.
O conceito que normalmente temos de texto é empírico. Diante de uma série
de enunciados não inter-relacionados dentro desses princípios lógico-
semânticos, numa dada situação de uso da língua, sabemos que não estamos
diante de um texto.
Para que identifiquemos como texto uma série de enunciados forme um todo
significativo, constitua uma unidade de sentido, nas circunstâncias de uso em
que ocorrem.
Um texto pode ser, portanto, escrito ou falado, apresentar extensão ou
duração de variáveis, concretizar-se em qualquer registro, ou modalidade de
uso, da língua.
Um texto pode ser uma passagem escrita em verso, ou em prosa, um
provérbio, uma legenda de fotografia, uma simples exclamação, a totalidade de
um livro, um artigo de periódico, uma crônica, um verbete de dicionário, uma
reportagem, um anúncio. Um texto pode ser uma seqüência de atos de fala, um
diálogo, uma conversa telefônica, uma conferência, uma aula, um simples
grito, longas discussões acerca de um tema, comentários, informes, notícias
veiculadas oralmente.”

C. Segundo Fiorin e Savioli

Embora as definições de texto sejam muitas, repetimos aqui as palavras de


Fiorin e Savioli (1996), por considerar que se trata de uma definição bastante
abrangente:
“Um texto organizado de sentido, delimitado por dois brancos e produzido
por um sujeito num dado espaço e num dado tempo.”

No nosso dia-a-dia, são comuns comentários do tipo:

• Isto não tem coerência


• Esta frase não tem coerência
• O seu texto está incoerente

O que leva as pessoas a fazerem tais observações, provavelmente, é o fato


de perceberem que, por algum motivo escapa a elas o entendimento de uma
frase ou de todo o texto.

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Coerência está, ligada à compreensão, à possibilidade de interpretação
daquilo que se diz ou escreve. Assim, a coerência é decorrente do sentido
contido no texto, para quem ouve ou lê. Uma simples frase, um texto de jornal,
uma obra literária (romance, novela, poema...), uma conversa animada, o
discurso de um político ou do operário, um livro, uma canção..., enfim,
qualquer comunicação, independente de sua extensão, precisa ter sentido, isto
é, precisa ter coerência.
Portanto, a coerência se estabelece numa situação comunicativa; ela é a
responsável pelo sentido que um texto deve ter quando partilhado por esses
usuários, entre os quais existe um acordo pré-estabelecido, que pressupõe
limites partilhados por eles e um domínio comum da língua.
A coerência se manifesta nas diversas camadas da organização do texto. Ela
tem uma dimensão semântica - caracteriza-se por uma interdependência
semântica entre os elementos constituintes do texto. Tem principalmente uma
dimensão pragmática - é fundamenta, no estabelecimento de mundo, e esse
conhecimento é acumulado ao longo de nossa existência, de maneira ordenada.
Ainda com respeito ao conhecimento partilhado de mundo, devemos dizer
que a ele se acrescentam as informações novas. Se estas forem muito
numerosas, o texto pode se tornar incoerente devido à não-familiaridade do
ouvinte/leitor com essa massa desconhecida de informações. É isto que
acontece, por exemplo, quando lemos um texto muito técnico, de uma área na
qual somos leigos.
Na verdade, quando dizemos que um texto é incoerente, precisamos
esclarecer que motivos nos levaram a afirmar isto. Ele pode ser incoerente em
uma determinada situação, porque quem o produziu não soube adequá-lo ao
receptor, não valorizou suficientemente a questão da comunicabilidade, não
obedeceu ao código lingüístico, enfim, não levou em conta o fato de que a
coerência está diretamente ligada à possibilidade de se estabelecer um sentido
para o texto.
Embora nosso objeto não seja teorizar em demasia o conceito de coerência,
achamos necessário retomar algumas afirmações feitas por Koch e Travaglia
(1989), como pontos de partida para o trabalho com textos que segue: “A
coerência é profunda, subjacente à superfície textual, não-linear, não marcada
explicitamente na estrutura de superfície. (...) Ela tem a ver com a produção do
texto, à medida que quem o faz quer que seja entendido por seu interlocutor.
(...) A coerência diz respeito ao modo como os elementos subjacentes à
superfície textual vêm a constituir, na mente dos interlocutores, uma
configuração vinculadora de sentidos.
(...) A coerência, portanto, longe de constituir mera qualidade ou
propriedade do texto, é resultado de uma construção feita pelos interlocutores,

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numa situação de interação dada, pela atuação conjunta de uma série de fatores
de ordem cognitiva, situacional, sociocultural e interacional.”

• O homem construiu uma casa na floresta.


• O pássaro fez o ninho.
• O lenhador acompanhou o noticiário criticamente.
• As árvores estão plantadas no deserto.
• A árvore está grávida.

Em As árvores estão plantadas no deserto, há duas idéias opostas, uma


contraria a outra. Em A árvore está grávida, há uma restrição na
combinação ser vegetal + grávida, o que não ocorre em A mulher está
grávida, em que temos a combinatória possível ser racional + grávida.

• Examinemos agora as frases:


a) O pássaro voa.
b) O homem voa.

A frase a tem um grau de aceitação maior do que a frase b, que depende de


uma complementação para esclarecer qual o meio utilizado pelo homem para
voar. O homem voa de asa deleta, por exemplo. A combinação de homem
com voa tem outras significações no plano da conotação: O homem sonha, O
homem delira, o homem anda rápido. Neste plano, muitas outras
combinações são possíveis.

• As nuvens estão prenhes de chuva.


• Sua boca cuspia desaforos.

Observe os três pares que se seguem:


a) Todo mundo destrói a natureza menos eu.
b) Todo mundo destrói a natureza menos todo mundo.

a) Todo mundo viu o mico-leão, mas eu não.


b) Todo mundo viu o mico-leão, mas eu não ouvi o sábia cantar.

a) Apesar de estarem derrubando muitas árvores, a floresta sobrevive.


b) Apesar de estarem derrubando muitas árvores, a floresta não tem muitas
árvores.

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• as frases de letra a de cada par, são facilmente compreendidas, ou seja, tem
coerência;
• as frases de letra b de cada par, apresentam problema de compreensão.

1 a. Todo mundo destrói a natureza, o vocábulo menos indica exclusão de


Menos eu. uma parte do grupo, portanto, neste
caso, pode ser combinado com o
pronome eu.
1 b. Todo mundo destrói a natureza, há uma restrição, porque o vocábulo
menos todo mundo. menos indica exclusão de uma parte
do grupo, portanto, neste caso, não
pode ser combinado com todo
mundo, que indica o grupo inteiro.
2 a. Todo mundo viu o mico-leão, mas introduz uma idéia oposta, que é
mas eu não. perfeitamente aceitável, porque todo
mundo se diferencia de eu.
2 b. Todo mundo viu o mico-leão, mas introduz uma idéia oposta, que é
mas eu não ouvi o sábia cantar. inaceitável porque o conteúdo da idéia
introduzida por mas não é o contrário
da idéia anterior. Assim, a primeira
parte Todo mundo viu o mico-leão
não pode ser combinada com eu não
ouvi o sábia cantar por intermédio
do vocábulo mas.
3 a. Apesar de estarem derrubando o uso de apesar de pressupõe a
muitas árvores, a floresta sobrevive. presença de idéias contrárias,
qualquer que seja a ordem:
negativa/positiva, positiva/negativa.
3 b. Apesar de estarem derrubando o uso de apesar de pressupõe a
muitas árvores, a floresta não presença de idéias contrárias,
tem muitas árvores. qualquer que seja a ordem:
negativa/positiva, positiva/negativa.
Daí a incoerência da frase b, em que
ocorrem duas negativas simultâneas.

Estas observações mostram que a coerência de uma frase, um texto, não se


define apenas pelo modo como elementos lingüísticos se combinam; depende
também do conhecimento do mundo partilhado por emissor e receptor, bem
como do tipo de texto em questão. Podemos ainda dizer que, nas frases de letra

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b, os elementos de coesão não foram usados de forma adequada, por isso não
contribuíram para estabelecer a coerência.

• O trecho abaixo mostra as dificuldades sentidas pelos habitantes da Mata


Atlântica como conseqüência da crise econômica. O sentido do texto é
viabilizado pela combinação dos elementos presentes numa progressão
harmoniosa. Observe como este sentido vai sendo construído a partir da
ocorrência de vocábulos relacionados entre si.

“Assim como milhões de brasileiros, os habitantes da Mata Atlântica estão


sentindo na pele os efeitos da crise econômica. As verbas são curtas, a
fiscalização é pouca, e, com isso, as leis de proteção nem sempre são
respeitadas. Resultado: mesmo sendo uma das mais importantes florestas
tropicais do mundo - portanto, essencial à sobrevivência do planeta - pouco a
pouco a Mata Atlântica vai desaparecendo do mapa.”

Por exemplo:

milhões de habitantes mundo curta


brasileiros planeta pouca
mapa
Mata Atlântica importante proteção
florestas tropicais essencial sobrevivência
verbo e portanto
fiscalização (conectores)
lei com isso

Observe finalmente: Se está difícil sobreviver aí na cidade, imagine aqui.

Numa primeira leitura, esta mensagem parece vaga: aqui aponta para várias
possibilidades de significação, entretanto cada uma delas claramente se opõe a
“cidade”. Mas, se situarmos esta frase como introdutória ao texto sobre a Mata
Atlântica, o sentido fica mais explícito, sobretudo se a frase for acompanhada
da imagem de um habitante da Mata Atlântica.

Gêneros do discurso e textos

Os gêneros são formas de enunciados produzidas historicamente, que se


encontram disponíveis na cultura, como notícia, reportagem, conto (literário,
popular, maravilhoso, de fadas, de aventuras...), romance, anúncio, receita

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médica, receita culinária, tese, monografia, fábula, crônica, cordel, poema,
repente, relatório, seminário, palestra, conferência, verbete, adivinha, cantiga,
panfleto, sermão, entre outros.
Qualquer manifestação verbal organiza-se, inevitavelmente, em algum
gênero do discurso, de uma conversa de bar a uma tese de doutoramento, quer
tenha sido produzida em linguagem oral ou linguagem escrita.
Os gêneros podem ser identificados por três características fundamentais:

• o tipo de tema que podem veicular;


• a sua forma com posicional;
• as marcas lingüísticas que definem seu estilo.

As diferentes manifestações verbais concretizam-se em textos — orais ou


escritos — organizados nos gêneros. Estes se referem, portanto, a famílias de
textos que possuem características comuns.
Não é qualquer gênero que serve para se dizer qualquer coisa, em qualquer
situação comunicativa. Se imaginarmos que alguém pretende discutir uma
questão complexa como a descriminalização das drogas, ou como a pena de
morte como forma eficiente de combate à criminalidade, essa pessoa precisará
organizar o seu discurso em um gênero como o artigo de opinião, por exemplo.
Esse é o gênero que pressupõe a argumentação em favor de questões
controversas, mediante a apresentação de argumentos que possam sustentar a
posição que se defende e refutar aquelas que forem contrárias à defendida no
texto.
Se a finalidade, por outro lado, for relatar a um grande público um fato
acontecido no dia anterior, o gênero escolhido pode ser a notícia. Se o que se
pretende é orientar alguém para a realização de determinada tarefa, pode-se
escrever um manual, ou relacionar instruções. Se desejar apresentar algum
ensinamento utilizando situações vividas por animais que representam
determinadas características humanas, então a fábula é o gênero mais
adequado.
Portanto, saber selecionar o gênero para organizar o seu discurso implica
conhecer suas características para avaliar sua adequação:

• às finalidades colocadas para a situação comunicativa;


• ao lugar de circulação;
• a um contexto de produção determinado.

Pode-se mesmo afirmar que o conhecimento que se tem sobre um gênero


determina as possibilidades de eficácia do discurso.

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Dessa forma, a proficiência do aluno em Língua Portuguesa depende
também do conhecimento que ele possa ter sobre os gêneros e sua adequação
às diferentes situações comunicativas. Suas características, portanto, devem ser
objeto de ensino, precisam ser tematizadas nas atividades de ensino.

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