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A formação docente em nosso País ainda se dá, em grande parte, de modo precário, mas
a dificuldade em orientar-se na preparação de aulas da disciplina no ensino médio
ocorre mesmo entre os professores que tiveram uma boa formação filosófica.
Como despertar o interesse dos jovens? Que conceitos e temas é mais importante
destacar? Devemos dar ênfase à história da filosofia ou à discussão temática? O que
estudar para preparar as aulas? Diante da vastidão da bibliografia filosófica – que cobre
um período de mais de 2.500 anos – que textos selecionar para trabalhar com os alunos?
Além da formação básica, é necessário também criar instrumentos para que a presença
da Filosofia na escola seja significativa, para estudantes, para docentes e para a
comunidade escolar como um todo.
Este curso foi criado pensando em um público heterogêneo: queremos que você,
professor já experiente, possa navegar e encontrar, nos pontos que elegemos, material
útil para as reflexões cotidianas de sua prática. Mas queremos também o diálogo com
você, professor recém-licenciado, que busca conceitos, ideias e rumos para suas
primeiras aulas.
Sabemos que a obrigatoriedade do ensino de filosofia nas três séries do ensino médio
esbarra no quadro deficiente de professores na área e, por que não dizer, nos problemas
oriundos da própria formação acadêmica, que nos lançam em especialidades e nos
preparam pouco para a realidade da educação básica e suas especificidades.
Esperamos que a abordagem dos conceitos aqui apresentados possa auxiliar a todos os
que querem ensinar e aprender filosofia. Esperamos que apreciem o curso e que
possamos, por meio de uma tecnologia que abre caminhos para uma educação mais
democrática, criar juntos uma comunidade de investigação que tornará a todos nós,
participantes do curso a distância FILOSOFIA, mais amigos entre nós e do saber que
aqui iremos compartilhar.
A atividade de precisão daqueles que navegam nos leva a uma nova metáfora: a
navegação nos oceanos da informação que estão sempre a descortinar-se. Porque viver é
impreciso, é uma incessante busca. Vamos navegar!
Sob esse foco, Filosofia foi estruturado em cinco módulos nos quais foi inserido o
seguinte conteúdo...
Neste módulo, serão propostas questões sobre a relação entre Filosofia e Educação,
abordando temas como a filosofia da educação e a educação da filosofia; amar o saber,
ensinar e aprender. Abordaremos também temas mais próximos à prática docente no
ensino médio, como a discussão básica da abordagem da disciplina – histórica, temática,
problemática; a importância da leitura de textos filosóficos; a questão dos modos de
avaliação e de produção escolar; diversos modos de atuação do professor de filosofia na
escola, além de questões legais relativas ao ensino de filosofia.
Módulo 2 – Conhecimento
Este módulo está estruturado em torno de uma grande área do pensamento filosófico
que trata do Conhecimento. Apresentaremos a Filosofia como a busca racional da
verdade bem como discutiremos alguns sentidos em que se podem entender os
conceitos de razão, verdade, conhecimento, saber e ciência. Apresentaremos conceitos
de autores clássicos, da Antiguidade à Idade Moderna, procurando traçar um percurso
básico da cultura científica e racional do Ocidente, até o surgimento da ciência
moderna. Apesar de distantes no tempo, pretendemos mostrar que os conceitos
abordados ainda fazem parte de nossas vidas e pensamentos.
Módulo 4 – Estética
Módulo 5 – Encerramento
Neste módulo – além da avaliação desse trabalho –, você encontrará algumas divertidas
opções para testar seus conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido nos módulos
anteriores – caça-palavras, palavras cruzadas, forca e criptograma. Entre neles e bom
trabalho!
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo:
Loyola, 2000.
Nesta obra, Rubem Alves argumenta a favor da ideia de que todo mito é perigoso
porque induz o comportamento e inibe o pensamento. O cientista, afirma ele, virou um
mito. Por isso, antes de mais nada, é necessário acabar com o mito de que o cientista é
uma pessoa que pensa melhor que as outras.
CHÂTELET, François. Uma história da razão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
Nessa reprodução de oito entrevistas radiofônicas, o mestre francês discorre, com
desenvoltura, sobre os passos, percalços e transformações por que passou o pensamento
ocidental, esboçando um quadro consistente da história da filosofia até nossos dias.
NICOLA, Ubaldo. Antologia ilustrada de filosofia: das origens à idade moderna. São
Paulo: Globo, 2005.
Neste livro, aborda-se o pensamento de cinquenta dos maiores filósofos da humanidade,
de Tales até os pensadores do início do século XX. Desenvolvido com base nas obras
originais, o livro propõe um prazeroso processo que permite ao leitor formular suas
próprias questões e identificar o que diferentes pensadores de épocas distintas
argumentaram a respeito.
KOHAN, Walter (Org.). Filosofia: caminhos para seu ensino. Rio de Janeiro: DP&A,
2004.
Esta coleção apresenta uma fecunda reflexão para o debate sobre relações entre filosofia
e educação. Um elemento comum aos livros que a compõem é o interesse pela
problematização filosófica da filosofia, da educação e das relações entre esses dois
campos do conhecimento, apresentado segundo temáticas, estilos e referências diversos.
Herdeiros de uma tradição de mais de 25 séculos, como nos orientamos para definir o que é ensinar?
Os filósofos dialogam entre si, se contradizem...
E nós, mortais, como saber como e por onde começar?
Todo filósofo é homem.
Todo homem é mortal.
Logo, todo filósofo é mortal.
Mas e nós, todos os mortais, poderemos ser filósofos?
Por onde começaremos a falar de filosofia? Começaremos a falar da filosofia pela palavra, pela
linguagem.
Há controvérsias sobre o início do uso desse termo, mas Diógenes Laércio narra que Pitágoras teria
inventado a palavra philosophia, ao dizer que não era um sophós, um sábio, mas um philosophós,
um amigo ou amante da sabedoria.
Não aquele que detém o saber, mas o amigo do saber, aquele que ama o saber e, por isso, busca-o.
A sabedoria seria privilégio dos deuses; aos homens, cabe buscá-la, sem pretender tê-la alcançado
de todo.
A etimologia da palavra filosofia remete a uma atividade, não a um conteúdo.
Sócrates – Quais então, Diotima – perguntei-lhe –, os que filosofam, se não são nem os sábios
nem os ignorantes?
Diotima – É o que é evidente desde já – respondeu-me – até a uma criança: são os que estão
entre esses dois extremos, e um deles seria o Amor. Com efeito, uma das coisas mais belas é a
sabedoria, e o Amor é amor pelo belo, de modo que é forçoso o Amor ser filósofo e, sendo
filósofo, estar entre o sábio e o ignorante. E a causa dessa sua condição é a sua origem: pois é
filho de um pai sábio e rico e de uma mãe que não é sábia, e pobre. É essa então, ó Sócrates, a
natureza desse gênio; quanto ao que pensaste ser o Amor, não é nada de espantar o que tiveste.
Pois pensaste, ao que me parece a tirar pelo que dizes, que Amor era o amado e não o amante;
eis por que, segundo penso, parecia-te todo belo o Amor. E, de fato, o que é amável é que é
realmente belo, delicado, perfeito e bem-aventurado; o amante, porém, é outro o seu caráter, tal
qual eu expliquei.
Apresentamos esse trecho apenas para oferecer uma primeira imagem do filósofo, semelhante ao
Amor do mito, ambos situados em um ponto intermediário entre a ignorância e a sabedoria, único
ponto que permite realizar a busca dessa última.
Ainda que a imagem do Amor, no texto, refira-se a Eros, e não a Philía, os significados que estão
em jogo nesse contexto aproximam o filósofo e a filosofia daquela posição intermediária entre a
ignorância e a sabedoria, ocupada pelo Amor.