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ENGENHARIA DE
Juazeiro/Ba, 2008
Higiene e Segurança do Trabalho Francisco Alves Pinheiro 2
CAPÍTULO I
1.1. HISTÓRICO
Não obstante o trabalho ter surgido na terra juntamente com o primeiro homem, as
relações entre as atividades laborativas e a doença permaneceram praticamente ignoradas até
há cerca de 250 anos atrás.
Pelo que se tem notícia, a preocupação com o estudo das relações entre trabalho e
saúde surgiu na Grécia Antiga, quando Hipócrates fez algumas referências aos efeitos do
chumbo na saúde humana.
Com o declínio da civilização grega, e a conseqüente ascensão de outras formações
sociais, reduz-se o interesse pelo estudo deste tema. Este campo de conhecimentos só volta a
progredir após a Revolução Mercantil (séc. XIV), graças às pesquisas de médicos como
Ulrich Ellenbog (que detecta a ação tóxica do monóxido de carbono, do mercúrio e do ácido
nítrico), Paracelso (que estuda as moléstias dos mineiros), George Bauer e outros.
No ano de 1700, o médico italiano Bernardino Ramazzini publica seu livro “De
Morbis Artificum Diatriba” (As Doenças dos Artesãos), com a descrição de 53 tipos de
enfermidades profissionais. Por esta obra, Ramazzini passou a ser considerado o Pai da
Medicina do Trabalho.
Com o advento da Revolução Industrial, entre 1760 e 1830, e a expansão do
capitalismo industrial, o número de acidentes do trabalho cresceu vertiginosamente, como
conseqüência das péssimas condições de trabalho existentes nas fábricas daquela época. A
situação se agravou a tal ponto que até mesmo a continuidade do processo de industrialização
ficou ameaçado.
Higiene e Segurança do Trabalho Francisco Alves Pinheiro 3
dificuldades quando prevê que as empresas devam pagar adicionais (de insalubridade ou
periculosidade) aos seus empregados, se os ambientes por elas oferecidos contiverem agentes
patogênicos em concentração superior à permitida. O resultado dessa adição remuneratória, é
que, não raro, os trabalhadores têm uma clara opção pela venda de sua saúde, preferindo
receber os adicionais, mesmo que para isso eleve a probabilidade de se acidentarem ou de
adoecerem.
Outra dificuldade decorre da forma de inserção do engenheiro no problema. Segundo
a Portaria 3.214/78, em sua Norma Regulamentadora 4, o engenheiro irá atuar,
principalmente, nos SESMT’s, na qualidade de um empregado alocado à cúpula
administrativa, que no geral, representa os interesses do empregador.
Nessa conjuntura, o profissional de engenharia e segurança do trabalho deve se
posicionar como um “gerente organizacional” e, ao mesmo tempo, um “gerente funcional”,
visando atender aos objetivos tanto da organização quanto dos trabalhadores, não somente
para obter conformidades à área de SMT, mas também integrando-a às ações e aos sistemas
estratégicos e operacionais da organização. Isso significa que o profissional da SMT deve
evoluir e adquirir competência organizacional.
AGENTES MEDIADORES
EMPRESAS
Empresários e Trabalhadores
CIPA SESMT
a. Empregador
O art. 2º da CLT define empregador como sendo a pessoa individual ou coletiva,
que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação
pessoal de serviços. O § 1º do mesmo artigo diz que equiparam-se ao empregador, para
efeitos de relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficiários, as
associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitem trabalhadores
como empregados.
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b. Empregado
O art. 3º da CLT define empregado como sendo toda pessoa física que presta serviço
de natureza não eventual a empregador sob dependência deste e mediante salário.
REFERÊNCIAS
CAPÍTULO 2
ACIDENTES DE TRABALHO
2.1. DEFINIÇÕES
a. DEFINIÇÃO GERAL
b. Definição Prevencionista
Acidente de trabalho é todo evento inesperado e indesejável que interrompe a rotina
normal de trabalho, podendo gerar perdas pessoais, de materiais, ou pelo menos de tempo.
a) Teoria da Culpa – entende o acidente do trabalho como um crime qualquer, assim, ela
preconiza a existência de dois grupos de causas de acidentes:
(i) os atos culposos cometidos pelo próprio empregado acidentado ou algum de seus colegas
(atos inseguros);
(ii) os atos culposos cometidos pelo empregador, sejam por ação ou omissão (condições
inseguras).
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b) Teoria do Risco Profissional – Esta teoria encara o acidente de trabalho não como um
crime, mas como fruto do exercício de uma determinada atividade produtiva. Como esta
atividade é explorada por um empresário, este deve arcar com os possíveis AT que venham a
ocorrer. Nesta concepção, todos os AT passaram a ser indenizáveis, independente de ações
jurídicas e/ou da identificação de culpados.
c) Teoria do Risco Social – introduz uma mudança sutil, na qual os AT passaram a ser
encarados como decorrências de processos produtivos necessários à reprodução/bem estar de
toda a coletividade, e não apenas de interesse para algum grupo empresarial. Assim sendo, as
indenizações continuaram a ser independentes de ações judiciais, mas o pagamento destas
indenizações passou a ser encargo de um sistema previdenciário que reúne três grupos
contribuintes compulsórios: os empregadores, os empregados e o Estado. Esta teoria é a base
da atual legislação brasileira sobre acidentes do trabalho.
d) Acidentes típicos – São os que provocam lesões imediatas, tais como, cortes, fraturas,
queimaduras, etc., reduzindo a capacidade para o trabalho logo após o acidente.
f) Acidente de trajeto – São os acidentes sofridos pelo empregado ainda que fora do local e
horário de trabalho, como os ocorridos no percurso da residência para o trabalho ou deste para
aquele.
Tal classificação é questionável por exigir que haja uma lesão para que se
caracterize a AT, quando se sabe, através de vários estudos, que existe um número muito
maior de acidentes que ocorrem gerando apenas perda de tempo e de materiais.
2.6.1. Beneficiários
Os beneficiários da previdência social são as pessoas físicas, segurados e
dependentes. São segurados obrigatórios:
1. O cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado de qualquer condição
menor de vinte e um anos ou inválido;
2. Os Pais;
3. O irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de vinte e um anos ou inválido.
Os dependentes elencados no item 1 são dependentes por presunção, não havendo
necessidade de provarem dependência econômica.
Os servidores civis e militares estão excluídos do regime geral da previdência social,
desde que estejam submetidos a regime próprio de previdência social. É regime próprio
aquele que assegura pelo menos as aposentadorias e pensão por morte.
2.6.2. Custeio
O Art. 195 da CF estabelece que: a seguridade social será financiada por toda a
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos, provenientes dos
orçamentos da União e dos Estados, do Distrito Federal, e dos Municípios e das seguintes
contribuições sociais:
I. Do empregador, da empresa e da entidade e ela equiparada na forma da lei, incidentes
sobre:
a. A folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer
título, á pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b. A receita ou o faturamento;
c. O lucro;
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II. do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição
sobre aposentadoria e pensão concedidos pelo regime geral de previdência social de que
trata o art. 201;
III. sobre a receita do concurso de prognósticos;
A Lei 8.212/91 relaciona outras fontes de receita da seguridade social (Ex. multas,
doações, etc)
benefício consiste numa renda mensal correspondente a cem por cento do salário-de-
benefício.
d) Pensão: devida aos dependentes por morte do segurado, no valor de cem por cento do
salário-de-benefício.
REGIÕES Consequência
Ano 2002
Incapacidade
Total Incapacidade Temporária Óbito
Assistência Permanente
Médica Menos de 15 Mais de
Total
dias 15 dias
Brasil 410.502 61.177 331.398 175.640 155.758 15.029 2.898
Onde:
Ce = custo efetivo do acidente;
C = custo do acidente
i = indenizações e ressarcimentos recebidos através de seguro ou de terceiros (valor líquido),
e:
C = C1 + C2 + C3
Onde:
C1 = custo correspondente ao tempo de afastamento (15 primeiros dias) em decorrência de
acidente com lesão;
C2 = custo referente aos reparos e reposições de máquinas, equipamentos e materiais
danificados (acidentes com danos à propriedade);
C3 = custos complementares relativos á lesão (assistência médica e primeiros socorros) e aos
danos à propriedade (outros custos operacionais, como os resultados de paralisações,
manutenção e lucros interrompidos).
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____________________________________________________________________________________
12 INFORMANTES
NOME MATRÍCULA FUNÇÃO
___________________________ _______________________ __________________________
__
13 data do envio da ficha para o Setor de Segurança do Trabalho 14 Responsável pelo preenchimento
_________/ ____________/ ___________ Nome: _______________________
Função: ______________________
Assinatura: ____________________
Fonte: Tavares (1995).
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REFERÊNCIAS
CAMPOS, M. F. Legislação e Normas Técnicas. In: Apostila da disciplina Gerência de
Riscos do X Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. João Pessoa:
DEP/UFPB, 2003.
RODRIGUES, Celso Luiz Pereira. Um estudo do esquema brasileiro de atuação em
Segurança Industrial. (Dissertação de mestrado, Engenharia de Produção). Rio de Janeiro:
COPPE/UFRJ, 1982.
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CAPÍTULO 3
B. Agente químico
Segundo a NR-9 (PPRA), agentes químicos são as substâncias, compostos ou
produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras,
fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição,
possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão.
C. Toxicidade
É a capacidade de um agente químico causar uma lesão num organismo vivo,
representa a medida de incompatibilidade entre uma dada substância com o organismo vivo.
D. Agente tóxico
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E. Bioacumulação
A bioacumulação ou fator de acumulação é o fenômeno da acumulação de uma
substância química num organismo. Quando o fenômeno da concentração de um agente
tóxico acontece numa cadeia alimentar em quantidades distintas e crescentes denomina-se
biomagnificação.
F. Meia vida
A persistência ou longevidade que uma substância apresenta depende da relativa
susceptibilidade e acessibilidade à degradação biológica, química ou fotoquímica. Geralmente
é expressa em valores de meia vida, que significa o tempo para que a concentração do agente
químico na matriz considerada se reduza á metade.
A. Invisibilidade
A presença dos agentes químicos nos ambientes nem sempre é, imediatamente
percebida pelas pessoas. Os sinais percebidos são os visuais e olfativos que criam padrões
próprios e pessoais sobre o que pode ser danoso à saúde, nem sempre condizente com a
realidade toxicológica.
B. Transportabilidade
As ações dos agentes químicos não se limitam aos espaços imediatos de sua
utilização. Seus efeitos podem ocorrer em ambientes distantes de sua primeira utilização. Ex:
agrotóxicos
C. Instabilidade
Os agentes químicos reagem com o meio e se transformam em outros agentes, que,
em geral, apresentam toxicidade distinta do agente inicial.
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D. Iteratividade
Não só os agentes químicos reagem com o meio, mas o meio também reage aos
agentes químicos e se alteram. Como o meio possui elementos minerais e vivos, as alterações
são de natureza química, biológica e física.
E. Acumulatividade
Ocorrem casos, como dos metais pesados e dos agrotóxicos organoclorados, dos
organismos vivos acumularem as moléculas dos agentes tóxicos. Porém, ocorrem casos de
acumulação dos efeitos das sucessivas exposições a agentes tóxicos sobre os organismos,
mesmo sem haver constatação da acumulação molecular.
Poeiras e
Sólidos Fumos
Particulados
Agentes
Névoas e
Químicos Líquidos Neblinas
Gases e
Vapores
a) Gases e vapores irritantes: são substâncias em estado gasoso que produzem irritação nos
tecidos em que entram em contato, como a pele, a conjuntiva ocular e as vias respiratórias.
Ex: ac. Clorídrico, sulfúrico e muriático, anidrido sulfuroso, cloro, e os gases lacrimogênios.
b) Gases e vapores anestésicos: causam efeito narcótico ou depressivo sobre o SNC. Podem
ser divididos em:
¾ anestésicos primários – hidrocarbonetos alifáticos (butano, propano, etano, etc.), ésteres,
aldeídos e cetonas;
¾ anestésicos de efeito sobre as vísceras (fígado e rins) – hidrocarbonetos clorados, como o
tretacloreto de carbono, tetracloroetano, tricloroetileno e o percloroetileno;
¾ anestésicos de ação sobre o SNC – neste grupo se encontram os álcoois metílico e etílico,
ésteres de ácidos orgânicos e dissulfeto de carbono;
¾ anestésicos de ação sobre o sistema formador do sangue – modificam a hemoglobina em
metahemoglobina, como a anilina, nitrito e toluidina, além do benzeno.
denominada saturnismo. Essa doença provoca anemia, cólica intestinal dolorosa e neurite,
levando ao comprometimento do cérebro;
¾ Cádmio: a intoxicação industrial pode ocorrer quando metais revestidos por cádmio são
queimados ou soldados, desprendendo-o em forma de fumos, ou quando está presente
como uma impureza em outros metais. Devido a sua elevada toxicidade, os metais que
contém cádmio são obrigados a serem rotulados;
¾ Cromo: as lesões provocadas pelo cromo atingem a pele, as membranas nasais e, em
menor freqüência, a laringe e os pulmões. As fossas nasais são extremamente sensíveis ao
ácido crômico e ás nevoas de cromato, podendo ocorrer hemorragias, ulcerações e até
perfuração do septo nasal;
¾ Mercúrio: o percurso do mercúrio no organismo, que tem poucas condições de eliminá-lo,
são os rins, fígado e cérebro. Neste último estágio produz efeitos de alta gravidade. No
Brasil, é preocupante a persistente utilização do mercúrio nos garimpos junto aos rios
ricos em ouro;
¾ Borracha: a fabricação da borracha produz o negro de fumo, que causa efeitos nocivos ao
pulmão.
A. Ação independente: quando os agentes tóxicos têm distintas ações e produzem diferentes
efeitos;
B. Efeito aditivo: ocorre quando a magnitude do efeito produzido por dois ou mais agentes
tóxicos são quantitativamente igual à soma dos efeitos produzidos individualmente.
C. Sinergismo: ocorre quando o efeito a dois ou mais agentes tóxicos se produz de forma
combinada e é maior que o efeito aditivo.
D. potenciação: ocorre quando um agente tóxico tem seu efeito aumentado por agir
simultaneamente com um agente não tóxico.
E. Antagonismo: ocorre quando o efeito produzido por dois agentes tóxicos é menor que o
efeito aditivo, um reduzindo o efeito do outro.
Nas exposições ocupacionais a vários agentes químicos, as reações adversas
produzidas no organismo são múltiplas, pois os mecanismos de ação são inúmeros. Os
mecanismos envolvidos nos processos de interação agente tóxico-sistema biológico não são
inteiramente conhecidos; entretanto, a intensidade da ação tóxica depende, entre outros
fatores, da concentração do agente no local da ação, da reatividade do agente para com o
organismo e da suscetibilidade orgânica aos efeitos adversos.
A. Via dérmica: a via dérmica (pele) é a mais importante para as exposições a agrotóxicos,
representando cerca de 99% do total absorvido. Tem-se que ressaltar que no corpo humano o
tecido dermal não é homogêneo, as mucosas (olhos, boca, narinas, ânus e genitálias), por
exemplo, são bem mais absorventes que as demais áreas.
B. Via respiratória: a via respiratória (nariz) é a principal preocupação da grande maioria dos
casos de exposição química industrial.
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A. Frio
Cabe salientar que a falta de limites de tolerância não significa que qualquer exposição seja
insalubre. A intensidade do agente e o tempo de exposição devem ser levados em conta no
momento da avaliação.
O agente físico frio (NR-15, anexo 9), é avaliado por critério qualitativo e envolve as
atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas ou em locais que
apresentem condições similares, que exponham o trabalhador ao frio, em temperaturas que
chegam a 25 graus negativos.
O frio pode causar danos locais nos tecidos bem como inúmeras doenças, como:
congelamento, hipotermia, urticária, irritação cutânea, entre outras.
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B. Calor
• Radiação – é a transmissão do calor por meio de ondas. O calor do sol é transmitido por
esse processo;
Para que se efetue a transferência total do calor do corpo, o calor metabólico deverá
se encontrar balanceado com o ambiente, por meio dos processos de convecção, radiação e
evaporação. Na evaporação o ser humano tem a capacidade de transpirar como meio de
resfriar o seu corpo. A transpiração aumenta à medida que o corpo necessita aumentar o
resfriamento para remover o calor.
Para a avaliação da exposição ao calor existem vários índices, sendo que o índice
adotado deve levar em conta os fatores ambientais, o metabolismo e o tempo de exposição.
A NR-15, anexo 3, diz que a exposição ao calor deve ser avaliada através do Índice
de Bulbo Úmido-Termômetro de Globo – IBUTG. Ela também prevê limites de tolerância
para exposição ao calor em regime de trabalho intermitente com período de descanso no
próprio local de trabalho ou fora dele. Cabe ressaltar que esses períodos de descanso são
considerados tempo de serviço para todos os efeitos legais. Outro aspecto a ser considerado é
que as medições devem ser realizadas no período mais desfavorável do ciclo de trabalho e no
período de 60 minutos (alternância trabalho/descanso).
C. Ruído
É denominado ruído todo tipo de som desagradável para as pessoas que a ele são
expostos. Constituem-se numa mistura de sons cujas freqüências não seguem nenhuma lei
definida.
Existem duas análises para se classificar o tipo de ruído a que um trabalhador está
exposto: ruído contínuo ou intermitente e ruído de impacto. A NR-15 define como ruído de
impacto aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a um segundo, a
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Analisando o quadro dos limites de tolerância da NR-15, observa-se que para cada
nível de ruído há um tempo máximo de exposição diária permitida sem o uso de Equipamento
de proteção Individual (EPI), protetor auricular. Segundo esse quadro, a exposição máxima
diária permissível para 8 horas de trabalho é de 85 dB (A), e não é permitida uma exposição a
níveis de ruído acima de 115 dB (A), fato que ofereceria risco grave e iminente. Como um
protetor auricular atenua, em média, 20 dB (A), uma exposição de 8 horas acima de 115 dB
(A), mesmo com protetor auricular não protege adequadamente o trabalhador, cabendo à DRT
o embargo ou interdição do estabelecimento até regularização desta situação.
Os níveis de ruído de impacto devem ser medidos em decibéis (dB), com medidor de
nível de pressão sonora operando no circuito linear com circuito de resposta para impacto. O
limite de tolerância para ruído de impacto é de 130 dB (LINEAR). Em caso de não se dispor
de medidor com resposta para impacto, será válida a leitura feita no circuito de resposta
rápida (FAST) e circuito de compensação “C”. Neste caso, o limite de tolerância será de 120
dB (C).
D. Pressões anormais
Pressões anormais são aquelas diferentes das existentes ao nível do mar. A pressão
abaixo do nível do mar, dependendo da densidade da água, aumenta aproximadamente 1 atm.
a cada 32 a 33 pés, respectivamente 9,60 a 9,90 m.
O corpo humano pode tolerar mudanças de pressão dentro de uma faixa limitada. A
lei de Dalton, ou das pressões parciais, estabelece que a pressão parcial de qualquer gás em
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uma mistura é igual ao produto da pressão total multiplicado pela percentagem do gás na
mistura, ou seja:
P = Ptotal x % gás
Onde:
P = pressão parcial
As baixas pressões são encontradas em ambientes que possuem pressão menor que a
existente ao nível do mar. A pressão parcial do oxigênio afeta a capacidade do sangue de
transportá-lo através do corpo. Essa diminuição do transporte de oxigênio afeta o
metabolismo das células, levando à hipoxia. Um dos primeiros efeitos a serem percebidos é a
perda da visão noturna, começando sua manifestação a partir de 1800 m de altitude. Acima
desta começa a perda parcial de memória, julgamento e coordenação, euforia, síncope e
morte.
E. Radiações Ionizantes
de exposição, não terá direito ao adicional de insalubridade. Todavia, terá direito ao adicional
de periculosidade. Se o agente gerar direito aos dois adicionais, o trabalhador deverá optar por
um deles, não podendo acumulá-los, segundo o art. 193, § 2º da CLT.
G. Vibrações
• Vibração transmitida simultaneamente para todo o corpo, vindo da superfície. Ex: alta
intensidade sonora no ar ou água excita vibrações do corpo;
• Vibrações transmitidas para o corpo como um todo, através da superfície dos pés, na
vertical ou pela bacia (sentado). Ex: vibrações causadas por veículos, construções e nas
proximidades de máquinas de trabalho;
H. Iluminação
O agente físico iluminação foi incluído nas atividades e operações insalubres pela
portaria 3.214/78 do MTE como anexo 4, da NR-15, fixando níveis mínimos de iluminamento
por tipo de atividade. Embora a deficiência de iluminação possa provocar fadiga visual,
redução na velocidade de percepção de detalhes, riscos de acidentes e até a doença conhecida
como Nistagmo dos mineiros, em nenhum país ela é incluída como agente de higiene do
trabalho, sendo tratada como agente ergonômico. Assim sendo, o MTE revogou esse anexo,
descaracterizando a insalubridade por iluminação.
Para tal, utiliza as nossas células, invadindo-as e destruindo-as; daí resulta a doença.
Os vírus podem provocar doenças ligeiras (gripe) ou muito graves (SIDA).
A infecção viral geralmente causa profundas alterações no metabolismo celular,
podendo levar à morte das células afetadas. Os vírus causam doenças em plantas e animais
(incluindo o homem).
Fora da célula hospedeira, os vírus não manifestam nenhuma atividade vital e se
houver alguma célula compatível à sua disposição, um único vírus é capaz de originar, em
cerca de 20 minutos, centenas de novos vírus.
Até o momento, poucas drogas se mostraram eficazes em destruir os vírus sem
causar sérios efeitos colaterais. A melhor maneira de combater as doenças virais é através de
vacinas.
B. Bactérias
As bactérias são microrganismos unicelulares, assexuadas e se multiplicam por
bipartição. Abundantes no ar, no solo e na água, a maior parte das bactérias é inócua para o
homem, tanto que algumas espécies estão normalmente presentes na pele e no interior do
intestino, sem causarem doença.
Pelo contrário, em especial as bactérias do intestino, são úteis, na medida em que
produzem algumas vitaminas e, com a sua presença, protegem o organismo da invasão de
bactérias nocivas ou patogênicas. As bactérias patogênicas são responsáveis pela maior parte
das doenças infecciosas que nos afetam.
As bactérias foram descobertas no século XVII, após a invenção do microscópio,
mas só no século XIX, graças ao químico francês Louis Pasteur, se conseguiu concluir que
são causadoras de muitas doenças.
O que ainda não se conseguiu estabelecer com segurança é a razão pela qual certos
indivíduos adoecem, enquanto que outros permanecem saudáveis, tendo estado expostos às
mesmas fontes de infecção. As bactérias produzem toxinas prejudiciais às células humanas.
A doença surge quando estas toxinas estão presentes em quantidade suficiente e o
indivíduo afetado não está imunizado. Entre as muitas doenças provocadas por bactérias
incluem-se a pneumonia, a amidalite, a meningite, a tuberculose, o tétano e a disenteria.
As bactérias podem:
• Ser úteis, como no caso da pseudomonas solanacearum que fixam o
nitrogênio atmosférico no solo;
• Causar deterioração dos alimentos, como as salmonelas;
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Cabe ressaltar que a evolução tecnológica recente tem ampliado os raios de alcance
dos riscos gerados nos ambientes industriais, quer seja pelo intenso uso de produtos químicos,
quer seja pela integração de dos sistemas produtivos em pólos industriais, o que eleva as
chances de que se tenham interferências destrutivas de uma empresa sobre outra, podendo
gerar verdadeiras catástrofes, como as de Bophal e Chernobyl.
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São os riscos gerados pelos agentes que demandam o contato físico direto com a
vítima para manifestar a sua nocividade. Por exemplo, a existência de uma lâmina de barbear
sobre a mesa de escritório (para ser usada para apontar lápis ou cortar papéis), introduz no
ambiente de trabalho um risco do tipo mecânico. Afinal, ao se utilizar tal instrumento há o
risco de que o fio da lâmina entre em contato com alguma parte do corpo (dedo, por
exemplo), podendo provocar cortes.
São também considerados como riscos mecânicos os provocados, por exemplo, por
buracos no piso. A rigor, o contato com este agente não provoca nenhuma lesão. Como, no
entanto, ele pode provocar uma queda (esta sim geradora de lesão), as irregularidades no piso
e os obstáculos nas vias de circulação são considerados como geradores de riscos mecânicos.
ADISSI, P. J. Riscos Químicos. In: Apostila da disciplina riscos químicos do Curso de Especialização
em Engenharia de Segurança do Trabalho. FUNATEC - RO. Porto Velho, 2001.
DIAS, E. P. F. Toxicologia. In: Apostila da disciplina riscos químicos do Curso de Especialização em
Engenharia de Segurança do Trabalho. DEP/PPGEP/UFPB. João Pessoa, 2003.
FONSECA, J. A. C. da. Riscos Químicos. In: Apostila da disciplina riscos químicos do Curso de
Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. DEP/PPGEP/UFPB. João Pessoa, 2003.
MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS. Segurança e Medicina do trabalho. 56 ed. São Paulo,
2005.
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CAPÍTULO 4
4. Introdução
A ação prevencionista segue a chamada “metodologia de resolução de problemas”
(levantamento de informações, análise do problema, geração de soluções alternativas,
avaliação das mesmas e implantação da solução escolhida), apresentada na disciplina
“Engenharia de métodos”.
1) levantamento de informações;
2) análise do problema;
3) geração de soluções alternativas;
4) avaliação das mesmas e,
5) implantação da solução escolhida)
FA= (N * 1.000.000)/ HH
Onde:
N= número de acidentes ocorridos no período analisado;
HH= número de homens-hora de exposição ao risco.
lado de outros que geram apenas lesões superficiais, rapidamente superáveis: segundo a ótica
da freqüência pura e simples, ambos os casos seriam idênticos, o que é uma simplificação
exagerada.
Uma alternativa são os índices de morbi-mortalidade, sendo os usuais a “taxa de
gravidade” (G) e “índice de avaliação de gravidade”.
G= (DP * 1.000.000)/ HH
IAG= DP/N
Onde DP significa o número de dias perdidos em função dos acidentes registrados, que é igual
a soma dos dias de afastamento dos acidentados temporariamente incapacitados com os dias
debitados em função de incapacidades permanentes. A tabela dos dias debitados consta em
anexo da NR-5, portaria 3.214/78 do MTE.
Outra forma de encarar a gravidade é sob o prisma do impacto para a empresa, medido
através do custo dos acidentes.
Nesta perspectiva, as seções mais capital-intensivas, por terem maiores parcelas de
capital nas mãos de poucas pessoas, tendem a apresentarem maiores custos de acidentes.
Provavelmente, aqui reside a explicação para se verificar menores taxas de acidentes nestes
setores do que nos artesanais, mão-de-obra intensivas, tais como a construção civil e/ou a
extração de madeira, p.ex.
Uma outra opção de análise é a de se medir a extensão, ou seja, o alcance de cada
risco, verificando a população a ele exposta, o que seria utilizado como um padrão rudimentar
de comparação.
Adicionalmente, cabe registrar que há a possibilidade de se adotar mais um tipo de
critério, o da competência técnica. Afinal, todos os profissionais têm uma limitação de arsenal
técnico que os torna mais aptos a enfrentarem alguns problemas do que outros, para os quais
seria necessária a colaboração de algum especialista externo.
Pressão de Operação
Equipamento OR
Uso de secantes Danificado
Superdimensionar
espessura
Pessoal
Uso aço inox ou Lesado
carbono revestido
Eventos catastróficos
Localizar tanque
afastado equip.
Manter pessoal
afastado tanque
suas penas, se muito alto, o sol derreteria a cera. Essa advertência, uma das primeiras
análises de risco que poderíamos citar, define o que hoje chamaríamos APR.
Categorias ou Classes de Risco da APR:
I. Desprezível – A falha não irá resultar numa degradação maior do sistema, nem irá
produzir danos funcionais ou lesões, ou contribuir com um risco ao sistema;
II. Marginal (ou Limítrofe) – A falha irá degradar o sistema numa certa extensão, porém
sem envolver danos maiores ou lesões, podendo ser compensada adequadamente;
III. Crítica – A falha irá degradas o sistema causado lesões, danos substanciais, ou risco
inaceitável, necessitando ações corretivas imediatas;
IV. Catastrófica – A falha irá produzir severa degradação do sistema, resultando em perda
total, lesões.
Identificação: Sistema de Vôo Dédalo
Exercícios propostos:
1. Construa um fluxograma que represente uma Série de Riscos para as seguintes situações:
a) um trabalhador desloca-se sobre uma plataforma de um edifício em construção, executando
a fachada, escorrega e cai no vazio. O trabalhador sofre fraturas múltiplas;
b) os vasos cerâmicos destinados à queima são carregados em vagonetes que atravessam um
túnel aquecido. As vagonetes são transportadas ao local de descarga por um dispositivo de
tracionamento inteiramente automático. À saída do túnel, uma das vagonetes, deslizando com
dificuldade, começou a descarrilar. O supervisor da operação tentou recolocá-la nos trilhos
com o auxílio de uma barra de metal. Seu pé escorregou ao apoiar-se e, como usava sapatos
leves, teve a unha do grande artelho arrancada.
2. Efetue a APR dos casos colocados anteriormente através do preenchimento do quadro
seguinte:
Higiene e Segurança do Trabalho Francisco Alves Pinheiro 44
b)
• Análise de árvore de falhas (AAF): consiste num modelo gráfico que representa as várias
combinações de falhas de equipamentos e erros humanos que podem resultar em um acidente.
A construção da árvore parte do evento topo (acidente) e, através de ramificações ligadas por
chaves lógicas booleanas “e/ou”, chega-se às suas raízes (SOUZA, 2000).
Higiene e Segurança do Trabalho Francisco Alves Pinheiro 45
Comportas Lógicas:
A
Módulo ou comporta OR (OU).
A
Módulo ou comporta AND (E). output ou saída A existe se
output ou saída A só existe se todas qualquer combinação de
as entradas B1,...Bn existirem B1, ...,Bn existir.
simultaneamente.
B1 B2 Bn
B1 B2 Bn
Alarme
inoperante Alarme
T Sensor do inoperante Sensor do
1º piso 2º piso
falhou falhou
Não há T
potencia no
Alarme sistema Linha
falhou sensor
falhou
Falha *
linha
potência
Higiene e Segurança do Trabalho Francisco Alves Pinheiro 50
Capítulo 5
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
5.1. Introdução
O ser humano, em seu ambiente de trabalho, está constantemente submetido a vários tipos de
agentes de riscos de acidentes e/ou doenças. Estes riscos são classificados, segundo a legislação
trabalhista brasileira em: mecânicos ou de acidentes, físicos, químicos, biológicos e ergonômicos.
Os critérios de avaliação dos agentes físicos, segundo a Norma Regulamentadora nº 15 do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que trata de atividades e operações insalubres, podem
ser qualitativos, com caracterização de insalubridade decorrente de inspeção realizada no local de
trabalho, ou quantitativos pela determinação da exposição e comparação com limites de tolerância
estabelecidos pela referida norma, e na ausência desses índices pela NR-15, pelos limites
recomendados pela American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH).
Quanto aos Equipamentos de Proteção Individuais (EPI’s), a NR-06 do MTE estabelece para o
empregador a obrigatoriedade de adquirir o EPI adequado à atividade e aprovado pelo MTE, bem
como treinar o empregado sobre o uso do equipamento. Cabe salientar que EPI não elimina risco do
ambiente de trabalho, mas apenas protege o indivíduo de lesão.
Os agentes físicos são: temperaturas extremas (frio e calor), pressões anormais, radiações ionizantes
e não ionizantes, vibrações e umidade.
A neutralização das radiações pelo uso de EPI é muito difícil. No caso de um trabalhador receber
dose de radiação acima do limite tolerado, ele deve ser afastado daquela atividade, conforme as
normas do CNEN.
Capítulo 6
6. Introdução
¾ Tem como função atenuar a ação dos efeitos nocivos e proteger o operário quando da
ocorrência de algum acidente.
Higiene e Segurança do Trabalho Francisco Alves Pinheiro 57
6.2.1 Os EPI’s devem ser usados:
¾ Como único meio capaz de proporcionar proteção aos trabalhadores;
¾ Como proteção complementar;
¾ Em casos de emergência;
¾ Como recurso temporário até que se estabeleçam os meios gerais de proteção.
Capítulo 7
7.1. Introdução
A Norma Regulamentadora de número 5 (NR-5) do Ministério do trabalho e Emprego
estabelece a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA em todas as empresas que
admitem trabalhadores como empregados, e é a regulamentação dos artigos 163 a 165 da
Consolidação das Leis do trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de
1943.
7.2. Objetivo
A CIPA tem como objetivo principal, segundo a NR-5, “a prevenção de acidentes e
doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador”.
7.3. Constituição
Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as
empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e
indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras
instituições que admitam trabalhadores como empregados.
7.4. Organização
A CIPA deve ser composta por representantes do empregador e dos empregados de forma
paritária, segundo o quadro 1 da NR-5.
Quando o estabelecimento não se enquadrar no quadro 1 da NR-5 (até 19 empregados), a
empresa designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos da CIPA.
Os representantes do empregador, titulares e suplentes, serão por ele designados, e os
representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão por eles eleitos, em votação secreta, da
qual participarão independente de filiação sindical, todos os empregados interessados.
EXEMPLO:
Suponha que um empresário possua um curtume e uma fábrica de artefatos de couro, cada uma com
260 funcionários. Qual o dimensionamento da CIPA das duas empresas?
SOLUÇÃO:
Para o curtume:
*Entra-se no quadro III da NR-5 (CIPA) com a atividade, no caso curtimento de couro, e encontra-
se o grupo (C-5);
*Em seguida, entra-se com o grupo no quadro I da NR-5 e encontra-se o seguinte
dimensionamento: Efetivos – 4
Suplentes – 4
*Com o mesmo procedimento, chega-se ao seguinte dimensionamento para a fábrica de artefatos:
Grupo C-5a e dimensionamento: efetivos – 2 e suplentes – 2.
______________________________________________________________________
Higiene e Segurança do Trabalho Francisco Alves Pinheiro 59
O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma
reeleição, sendo vedada a demissão arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de
direção de CIPA desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato.
O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a representação necessária para
a discussão e encaminhamento das soluções de questões de segurança e saúde no trabalho
analisadas na CIPA.
O secretário da CIPA e seu substituto poderão ser indicados entre os seus membros ou
não, sendo neste caso, necessária a concordância do empregador.
Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até 10 dias, na
unidade descentralizada do MTE, cópias das atas de eleição e posse e o calendário de reuniões
ordinárias.
7.5. Atribuições
A CIPA terá por atribuições, entre outras:
a) Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do
maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;
b) Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de SST;
c) Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas necessárias, bem como das
prioridades de ação nos locais de trabalho;
d) Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a
identificação de situações que venham a trazer riscos para a SST;
...
f) Divulgar aos trabalhadores informações relativas à SST;
...
h) Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde
considere haver risco grave e iminente à SST;
i) Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas
relacionados à SST;
...
o) Promover anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de
Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT.
...
7.6. Funcionamento
A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preestabelecido,
realizadas em horário normal de trabalho da empresa e em local adequado.
As reuniões terão atas assinadas pelos presentes, e ficarão no estabelecimento à disposição
dos Agentes de Inspeção do Trabalho – AIT.
Reuniões extraordinárias serão realizadas quando:
• Houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de medidas
corretivas de emergência;
• Ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;
• Houver solicitação expressa de uma das representações.
As decisões da CIPA serão por consenso, porem, não havendo consenso e frustradas as
tentativas de negociação direta ou com mediação, será instalado processo de votação, registrando-se
a ocorrência na ata da reunião.
Das decisões da CIPA cabe pedido de reconsideração, mediante requerimento
fundamentado, e deve ser apresentado á comissão até a próxima reunião ordinária, quando deverá
ser analisado.
O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar a mais
de quatro reuniões ordinárias sem justificativa.
Higiene e Segurança do Trabalho Francisco Alves Pinheiro 60
7.7. Treinamento
A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes,
antes da posse. Se CIPA em primeiro mandato, esse treinamento poderá ser ministrado em até 30
dias após a posse. Se a empresa não é obrigada a constituir CIPA, deverá, mesmo assim, promover
o treinamento anual do designado responsável pelo cumprimento dos objetivos da CIPA.
O treinamento da CIPA deve contemplar, no mínimo: estudo do ambiente, das condições
de trabalho, bem como dos riscos originados; noções sobre acidentes e doenças do trabalho
decorrentes da exposição aos riscos existentes na empresa, bem como sua metodologia de
investigação e análise; noções sobre AIDS, legislações trabalhista e previdenciária relativas à SST;
princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle de riscos, e organização da CIPA
e outros assuntos necessários as exercício das atribuições da comissão.
Capítulo 8
8.1. Introdução
A maioria das empresas no Brasil não é obrigada, por lei, a constituir um Serviço
Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, conforme a Norma
regulamentadora N-4. Portanto, não possuem sequer um técnico de segurança do trabalho em seus
quadros. Isso motivou a proposta de alteração dessa norma, que se encontra em discussão na
Comissão Tripartite Paritária Permanente – CTPP criada pelo Ministério do Trabalho e Emprego,
visando criar serviços especializados coletivos, abrangendo grupos de pequenas e médias empresas
(Costa, 2004). Essas mudanças já foram introduzidas na NR-31, sobre Segurança e saúde no
trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração florestal e Aqüicultura, quando esta
permite a formação de serviços especializados próprios, coletivos e externos.
8.3. Dimensionamento
O dimensionamento dos serviços especializados em engenharia de segurança e em
medicina do trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade principal e ao número total de
empregados do estabelecimento constantes dos quadros I e II da NR-4.
As empresas que possuam mais de 50% (cinqüenta por cento) de seus empregados em
estabelecimento ou setor com atividade cuja gradação de risco seja de grau superior ao da atividade
principal deverão dimensionar os SESMT em função do maior grau de risco.
A empresa poderá constituir SESMT centralizado para atender a um conjunto de
estabelecimentos pertences a ela, desde que a distância a ser percorrida entre aquele em que se situa
o serviço e cada um dos demais não ultrapasse 5.000 m (cinco mil metros), dimensionando-o em
função do total de empregados e do risco, de acordo com o quadro II da NR-4.
Havendo na mesma empresa apenas estabelecimentos que, isoladamente, não se
enquadrem no quadro II, o cumprimento da NR-4 será feito através de SESMT centralizado em
cada Estado ou no Distrito Federal, desde que o total de empregados dos estabelecimentos no
Estado ou no Distrito federal alcance os limites previstos no quadro II da NR-4.
Para as empresa de grau de risco 1 o dimensionamento do SESMT considerará como
número de empregados o somatório dos empregados existentes no estabelecimento que possua o
Higiene e Segurança do Trabalho Francisco Alves Pinheiro 62
maior número e a média aritmética do número de empregados dos demais estabelecimentos,
devendo os profissionais integrantes do SESMT cumprirem tempo de trabalho integral.
Para as empresas enquadradas nos graus de risco 2, 3 e 4 o dimensionamento do SESMT
considerará como número de empregados o somatório dos empregados de todos os
estabelecimentos.
______________________________________________________________________
EXEMPLO:
Suponha que um empresário possua um curtume e uma fábrica de artefatos de couro, cada uma com
260 funcionários. Qual o dimensionamento da CIPA das duas empresas?
SOLUÇÃO:
Para o curtume:
*Entra-se no quadro I da NR-4 (SESMT) com a atividade econômica e encontra-se o grau de risco
(4);
*Em seguida, entra-se com o grau de risco (4) e número de empregados (260) no quadro II da NR-
4. Tem-se, então, o seguinte dimensionamento:
• Téc. de segurança – 3;
• Eng. de segurança – 1 em tempo parcial (mínimo de 3 horas);
• Médico do trabalho – 1 em tempo parcial (mínimo de 3 horas).
8.4. Composição
Os SESMTs deverão ser integrados por Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do
Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho e Auxiliar de enfermagem
do Trabalho, obedecidos o quadro II da NR-4.
Os profissionais integrantes dos SESMTs deverão ser empregados da empresa, salvo no
caso da empresa não se enquadrar no quadro II da NR-4, quando, então, poderão dar assistência na
área de segurança e medicina do trabalho a seus empregados através de SESMTs comuns
organizados pelo sindicato ou associação da categoria econômica correspondente ou pelas próprias
empresas interessadas. Neste caso, o dimensionamento deverá ser feito em função do somatório dos
empregados das empresas participantes, obedecendo ao quadro II da NR-4. Essas empresas também
poderão optar por SESMT de instituição oficial ou instituição privada de utilidade pública, cabendo
ás empresas o custeio das despesas proporcionalmente ao número de empregados de cada uma.
O técnico de segurança do trabalho e o auxiliar de enfermagem do trabalho deverão
dedicar 8 (oito) horas por dia para as atividades do SESMT, enquanto que o Engenheiro de
segurança do trabalho, o médico do trabalho e o enfermeiro do trabalho deverão dedicar, no
mínimo, 3 (três) horas (tempo parcial) ou 6 (seis) horas (tempo integral) por dia para as atividades
do SESMT, respeitada a legislação pertinente em vigor.
Ao profissional especializado em segurança e em medicina do trabalho é vedado o
exercício de outras atividades na empresa durante o horário de sua atuação nos SESMTs.
A empresa é responsável pelo cumprimento da NR-4, devendo assegurar, como um dos
meios para concretizar tal responsabilidade, o exercício profissional dos componentes do SESMT.
O impedimento do referido exercício profissional, mesmo que parcial, e o desvirtuamento ou desvio
de funções constituem, em conjunto ou separadamente, infrações classificadas no grau I4, se
devidamente comprovadas, para os fins de aplicação das penalidades previstas na NR-28.
O SESMT deverá manter entrosamento permanente com a Comissão Interna de prevenção
de acidentes (CIPA), dela valendo-se como agente multiplicador, e deverá apoiá-la, treiná-la e
atendê-la, além de estudar suas solicitações, propondo soluções corretivas e preventivas.
Higiene e Segurança do Trabalho Francisco Alves Pinheiro 63
CAPÍTULO 9
PPRA E PCMSO
Capítulo 10
CAPÍTULO 11
certificação em conformidade com a OHSAS 18001 somente poderá ser concedida pelos
Organismos Certificadores (OCs) de forma "não-acreditada" (sem credenciamento do OC
para esse tema por entidade oficial). E é por isso também que estamos neste texto utilizando
o termo "norma" entre aspas, quando nos referimos à OHSAS 18001.
De qualquer maneira, é um grande passo rumo à padronização dos Sistemas de Gestão da
SST em inúmeros países, no Brasil inclusive.
Como dissemos, organizações de todos os tipos estão cada vez mais preocupadas em atingir
e demonstrar o seu desempenho em Segurança e Saúde no Trabalho (SST), controlando os
riscos de acidentes e de doenças ocupacionais provenientes de suas atividades, e levando
em consideração sua política e seus objetivos de proteção ao trabalhador. Esse
comportamento se insere no contexto de uma legislação cada vez mais exigente, do
desenvolvimento de políticas econômicas, trabalhistas e previdenciárias, de outras medidas
destinadas a estimular a SST, e de uma crescente preocupação das partes interessadas em
relação à responsabilidade social das empresas.
Muitas delas têm efetuado "análises" ou "auditorias" de SST, a fim de avaliar seu
desempenho nessa área. No entanto, por si sós, tais "análises" e "auditorias" podem não ser
suficientes para proporcionar a uma organização a garantia de que seu desempenho não
apenas atende, mas continuará a atender, aos requisitos legais e aos de sua própria política.
Para que sejam eficazes, é necessário que esses procedimentos sejam conduzidos dentro de
um Sistema de Gestão estruturado e integrado ao conjunto das atividades de gerenciamento.
A nova OHSAS 18001 é uma especificação que tem por objetivo prover às organizações os
elementos de um Sistema de Gestão da SST eficaz, passível de integração com outros
requisitos de gestão, de forma a auxiliá-las a alcançar seus objetivos de segurança e saúde
ocupacional. Ela define os requisitos de um Sistema de Gestão da SST, tendo sido redigida
de forma a aplicar-se a todos os tipos e portes de empresas, e para adequar-se a diferentes
condições geográficas, culturais e sociais. O sucesso do sistema depende do
comprometimento de todos os níveis e funções, especialmente da alta administração. Um
sistema desse tipo permite a uma organização estabelecer e avaliar a eficácia dos
procedimentos destinados a definir uma política e objetivos de SST, atingir a conformidade
com eles e demonstrá-la a terceiros.
Higiene e Segurança do Trabalho Francisco Alves 74
Pinheiro
A OHSAS 18001 contém apenas os requisitos que podem ser objetivamente auditados para
fins de certificação e/ou autodeclaração. Recomenda-se àquelas organizações que
necessitem de orientação adicional sobre outras questões relacionadas a Sistemas de Gestão
da SST consultar os Manuais sobre Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no
Trabalho comercializados pelo QSP.
Convém observar que a OHSAS 18001 não estabelece requisitos absolutos para o
desempenho da Segurança e Saúde no Trabalho, além do comprometimento, expresso na
política, de atender à legislação e regulamentos aplicáveis, e o comprometimento com a
melhoria contínua. Assim, duas organizações que desenvolvam atividades similares, mas
que apresentem níveis diferentes de desempenho da SST, podem, ambas, atender aos seus
requisitos.
A OHSAS 18001 baseia-se na premissa de que a organização irá, periodicamente, analisar
criticamente e avaliar o seu Sistema de Gestão da SST, de forma a identificar oportunidades
de melhoria e a implementação das ações necessárias.
O Sistema de Gestão da SST fornece um processo estruturado para atingir a melhoria
contínua, cujo ritmo e amplitude são determinados pela organização à luz de circunstâncias
econômicas e outras. Embora alguma melhoria no desempenho da SST possa ser esperada
devido à adoção de uma abordagem sistemática, entende-se que o Sistema de Gestão da
Segurança e Saúde no Trabalho é uma ferramenta que permite a uma empresa atingir, e
sistematicamente controlar, o nível do desempenho da SST por ela mesma estabelecido. O
desenvolvimento do Sistema de Gestão da SST, por si só, não resultará, necessariamente,
na redução imediata de acidentes e doenças do trabalho.
Entretanto, possuir tal sistema irá auxiliar uma organização a dar confiança às várias partes
interessadas de que:
• existe um comprometimento da alta administração para atender às disposições de sua
política e objetivos;
• é dada maior ênfase à prevenção do que às ações corretivas;
• podem ser dadas evidências de atuação cuidadosa e de atendimento aos requsitos legais;
e
• a concepção de sistemas incorpora o processo de melhoria contínua.
Higiene e Segurança do Trabalho Francisco Alves 75
Pinheiro
CAPÍTULO 12
12.1. Definição:
Qualquer ocorrência de fogo não programada que altera ou põe fim à realização de uma
atividade.
1. Comburente
2 2. Calor
1 4 3. Combustível
3 4. Reação em Cadeia
Pirâmide do fogo.
Higiene e Segurança do Trabalho Francisco Alves 78
Pinheiro
12.4.1.Extinção do fogo:
a) Atuação no Comburente (oxigênio)
Consiste no abafamento do material inflamado (gás carbônico, espuma, etc.) impedindo que
o oxigênio entre em contato com o fogo;
É utilizada como meio de prevenção, reduzindo-se a presença do oxigênio (abaixo 13%
líquidos e gasosos, e 8% para sólidos).
b) Atuação no Calor:
O resfriamento é o método mais eficiente no combate ao fogo em combustíveis comuns.
Consiste na remoção do calor do combustível diminuindo sua taxa de evaporação até cessar
o fogo.
O agente de resfriamento é a água.
c) Atuação no Combustível:
Consiste na retirada do material ainda não atingido pelo fogo.
12.8. SPRINKLERS: