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MACEIÓ/AL
2011
GABRIEL CORREIA DOS SANTOA FILHO II
MACEIÓ-AL
2011
ERRATA
Os componentes da
banca de avaliação
abaixo, listados,
consideram este
trabalho aprovado.
INTRODUÇÃO..............................................................................................................08
Pelo presente trabalho venho expressar todo o meu desejo e despertar para
discorrer sobre o controle social no Brasil e a atuação do assistente social, através do
campo de estágio e pela formulação do projeto de intervenção que foi a reativação do
conselho gestor de saúde sentir-me motivado a falar sobre esse importante meio de
participação popular legitimado pela Constituição de 1988, Constituição essa que faz
história pela sua ratificação quando centraliza o sujeito como cidadão co-participante das
decisões políticas e sociais do País. Com perspectiva de uma democracia mais
representativa e participativa da sociedade brasileira na gestão das políticas, destacam-se
também nessa participação os movimentos sociais e políticos, no âmbito da saúde essa
participação da população se dá antes mesmo da criação do SUS (Sistema Único de
Saúde), na década de 70, através de reivindicações os movimentos sociais em saúde
traziam em pauta a questão da saúde pública e o seu tratamento pelo governo.
A Constituição de 1988 também deixa claro o seu zelo pela tríade da seguridade
social, que é formada pelo direito universal à saúde, à assistência social e a previdência, as
origens dessa participação popular partiu de experiências de gestões municipais no estado
de Santa Catarina, já as primeiras experiências com conselhos ocorreu no estado de São
Paulo, pelo movimento de saúde em busca de melhores condições e qualidade de saúde.
Na sociedade moderna que vivemos pela sua estrutura e pelos seus conflitos com
caráter universal tende a soluções também universais com tamanha incidência sobre a
existência humana, a função do controle social torna-se alienada do seu corpo social
quando transferida para o capital, adquirindo assim o poder de cooptar e juntar indivíduos
em um padrão hierárquico estrutural e funcional a sua reprodução permanente.
Com a reforma do Estado Brasileiro em que um de seus objetivos é
descentralização estatal, destacando que os problemas devem ser solucionados
precisamente em seu foco de origem, facilitando assim o seu controle social e eficácia em
sua aplicação, considerando que a sociedade esteja mais participativa politicamente assim
como mais preparada para assumir responsabilidades de organizar-se e buscar os
mecanismos de controle social para efetivar os direitos sociais já antes adquiridos que com
a intervenção neoliberal a partir dos anos 90 veio a decair nos governos subsequentes.
O controle social como uma forma de participação popular, prever avanços na
construção de uma sociedade mais democrática e justa, assim como profundas alterações
na relação Estado/Cidadão no que diz respeito às políticas sociais públicas e aos diretos
sociais, pela reforma e modernização estatal pudesse criar mecanismos que viabilizem uma
melhor integração dos cidadãos no processo de fiscalização, acompanhamento,
implementações e avaliação das políticas sociais e das ações públicas do Estado Brasileiro.
Através da instauração e ampliação do controle social será possível a busca por melhor
qualidade dos serviços públicos, pois, o controle social é uma forma de participação da
sociedade nas ações do Estado como uma parceria eficaz rumo ao desenvolvimento
econômico e social do País, mesmo que de forma ainda tímida as comunidades veem ao
longo das décadas se mobilizando e organizando em busca de seus interesses como forma
de se corrigir inúmeras desigualdades e injustiça sociais que permeia essas comunidades e
na garantia de ter as suas necessidades humanas básicas satisfeitas.
O controle social se caracteriza pela participação da sociedade de forma mais
próxima e efetiva nas decisões que diz respeitos aos serviços públicos em qualquer
instância do Estado, como órgãos, agencias e instituições públicas discutindo, debatendo e
votando com o objetivo de buscar as melhores decisões para efetivação dos direitos sociais,
através da Lei Orgânica de Saúde (LOAS), se tem o princípio doutrinário-organizativo do
Sistema Único de Saúde (SUS), que respalda a participação da população nestas decisões,
assim como pelos mecanismos colegiados do controle social representado pelos conselhos
de saúde e pelas conferências de saúde como espaços democráticos de ampla discussão e
avaliação dos serviços de saúde, são realizadas de quatro em quatro anos.
SEÇÃO 1 – O Controle Social e a Sociedade
Desta forma o Estado rompe a articulação que vinha tendo coma sociedade civil e
a partir de 1964 (Golpe Militar) são instaurados os atos institucionais, decretos e lei de
segurança nacional com forte aparelho repressor submetendo a população a um controle
sócio-jurídico.
A partir de 1975 com uma respectiva baixa popularidade devido às pressões das
camadas populares e dos movimentos sociais o governo se sente coagido a firmar outro
contrato social com a sociedade, com destaque para os conselhos populares do estado de
São Paulo (zona leste) unificados ao movimento de saúde, aos estudantes tanto de
medicina quanto sanitaristas e a Igreja, incluindo-se ainda os de esquerda e alguns
intelectuais em prol de um sistema de cobertura nacional e melhorias na saúde pública.
(CORREIA, 2005. P.131).
O conceito de controle social no Brasil a partir da Constituição de 1988 diz
respeito ao caráter de integração da sociedade nas decisões sociais via Estado, com a
finalidade conjunta de solucionar problemas e deficiências sociais de forma mais eficiente.
Este é um instrumento de democrático em que se zela pela plena participação popular no
exercício do poder, destacando-se a vontade social para avaliação e aprovação de metas a
serem alcançadas no âmbito de qualquer política pública, e não aquele controle social
exercido pelo Estado para coibir e regular a sociedade através da ordem social laçando
mãos do aparelho repressor como foi no contexto da Ditadura Militar.
Todo esse processo de participação popular dispõe para a sociedade civil um papel
muito importante que é o de poder exercer certa fiscalização sobre as ações do estado, com
relevante atenção para os gastos públicos para que a sociedade tenha acesso ao orçamento
público e desta forma possa interferir no destino de recursos que irão atender as demandas
advindas da própria população, e está legitimado pela Constituição Federal como afirma
Dinorá Adelaide: “O princípio da participação popular na gestão e no controle da
Administração Pública é inerente à idéia de Estado Democrático de Direito, adotado já no
preâmbulo da Lei Maior de 1988, e reafirmado no Artigo 1º, além de ter sido
reiteradamente expresso em vários setores da Administração Pública, notadamente na parte
referente à ordem social”. (ADELAIDE, 2003: P. 353).
Segundo Elizabeth Barros (1995), o controle social é conceituado como a
“capacidade que a sociedade tem de influir sobre a gestão pública co o objetivo de banir as
práticas fisiológicas e clientelistas que conduziram á privatização da ação estatal no
Brasil”. Para Maria Inês de Souza bravo (2000:42), o controle social se configura e tem
real sentido a partia da Constituição Federal de 1988, “é a participação da população na
elaboração, implementação e fiscalização das políticas sociais” (VII ENPESS/2000). De
acordo com Raquel Rachelis (2000), o controle social pode ser considerado um dos
elementos constituintes da estratégia política na esfera pública, sendo assim “implica o
acesso aos processos que informam decisões da sociedade política, que devem viabilizar a
participação da sociedade civil organizada na formulação e na revisão das regras que
conduzem as negociações e arbitragens sobre os interesses em jogo, além da fiscalização
daquelas decisões, secundo critérios pactuados”.
A história da política de saúde no Brasil a partir dos anos 80 é retomada pela
criação do SUS (Sistema Único de Saúde), com a concepção de um modelo de saúde
voltado para atender as necessidades da população usuária, desta forma tenta-se resgatar o
real compromisso do Estado com o bem estar social com destaque para a saúde coletiva,
consolidando desta forma como um dos direitos da cidadania. Esse contexto histórico
político refletia o que se passava na sociedade brasileira, recém saída de uma ditadura
militar em quer a cidadania nunca foi uma prioridade ou um princípio do governo.
Vivenciando o movimento das diretas já a sociedade clamava e reclamava por
uma nova constituição que atendesse aos seus anseios de democracia e cidadania. Apesar
de o SUS ter sido criado e definido em 1988 pela nova Constituição Federal, ele só foi
regulamentado de fato em 1990 pela Lei 8, 080 que define o modelo operacional adotado,
mesmo que dois anos depois esses direitos conquistados pelo novo contrato social entre
Estado e sociedade venham a ser minados pela intervenção neoliberal como forma de
reorientação do grande capital mundial2 nas esferas econômicas, política e social,
desregulando a tríade das políticas sociais formadas pela previdência social, assistência
social e pela saúde no contexto sócio-histórico brasileiro.
O SUS é concebido desta forma como um conjunto de ações e serviços de saúde,
prestados por órgão e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da
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administração direta e indireta e pelas fundações mantidas pelo Poder Público. Existindo
assim uma brecha para entrada da iniciativa privada de forma complementar, os princípios
doutrinários definidos do SUS são:
•Universalidade “A saúde é direito de todos” de acordo com a Constituição Federal o Estado
tem a obrigação de prover atenção básica a saúde.
•Integralidade a atenção básica a saúde inclui tanto a imediaticidade (os meios curativos)
quanto a prevenção e abrange de forma individual e/ou coletiva.
•Equidade a igualdade de oportunidade é para todos no que diz respeito ao atendimento pelo
SUS, mas, de acordo com as desigualdades e disparidades apresentadas no Brasil, as
necessidades de saúde são diferenciadas.
•Participação da comunidade aqui entra em cena o controle social princípio regulamentado
pela Lei 8.142, em que a partir deste a os usuários podem participar da gestão do SUS através
das Conferências de Saúde, que ocorrem a cada quatro (4) anos em todos os níveis, e através
dos Conselhos de Saúde, que são órgãos colegiados, paritários e deliberativos.
•Descentralização político-administrativa o SUS existe em três esferas: nacional, estadual e
municipal, cada uma com comando único e atribuições próprias. Os municípios vêm se
destacando por adotar um papel cada vez mais importante na prestação e gerenciamento dos
serviços de saúde.
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A burguesia acabou por conquistar, com o estabelecimento da grande indústria e do mercado mundial, o
domínio político exclusivo no moderno Estado parlamentar. O executivo do Estado moderno não é mais do que
um comitê para administrar os negócios coletivos de toda a classe burguesa. (Marx e Engels, 1998:7)
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•Hierarquização e Regionalização os serviços de saúde são divididos em níveis de
complexidade; o nível primário deve ser oferecido diretamente à população, os outros dois
devem ser oferecidos ou utilizados quando necessários. Cada serviço de saúde tem uma área
de abrangência sendo responsável pela saúde de uma parte da população. (THURLER,
2007).
De acordo com o Relatório Final da 11ª Conferência Nacional de Saúde (2000),
existe uma necessidade de estimular a criação de Conselhos, de fóruns de representantes
por segmentos objetivando fortalecer suas representatividades, assim como estimular a
articulação e ampliação dos espaços de controle social tanto na esfera municipal como
estadual no tratamento das políticas sociais, são ações que formulam estratégias que
aprimoram legislações e normas existentes institucionalmente, esses Conselhos
contribuíram como instrumentos capazes de promover e despertar a conscientização da
população e também o enfrentamento político das propostas político-administrativas
contrárias aos interesses da sociedade.
Nesta Conferência ainda sim são postas as necessidades da mesma forma que são
reafirmadas o fortalecimento do caráter público das ações e dos serviços de saúde tendo em
vista a participação popular e a responsabilidade do Estado democrático em consonância
com a Constituição Federal (1988), assim como combater a mercantilização da saúde
dadas através das privatizações do setor público e aprovação da resolução que determine a
inclusão no Plano Nacional de Saúde de aplicação de recursos prevendo a expansão da
rede pública de média e de alta complexidade.
A burguesia acabou por conquistar, com o estabelecimento da grande indústria e do mercado mundial, o domínio
político exclusivo no moderno Estado parlamentar. O executivo do Estado moderno não é mais do que um
comitê para administrar os negócios coletivos de toda a classe burguesa. (Marx e Engels, 1998:7)
por que a hegemonia do poder é que determina seus trâmites legais em favor da burguesia,
pois, segundo Coutinho (1997) a fragmentação da sociedade em classes e grupos se
constitui um entrave para a afirmação do poder popular ou à democracia.
De acordo com o artigo 204 da Constituição Federal que diz respeito às ações
governamentais no âmbito da descentralização e da participação: