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O ALUNO EM FOCO

Carmen Fernandez e Maria Eunice Ribeiro Marcondes

As dificuldades conceituais que alunos apresentam sobre o tema “ligações químicas” são atribuídas a problemas
mais básicos, como a compreensão da natureza de átomos e moléculas. Este artigo apresenta uma revisão da
literatura a respeito das concepções dos estudantes sobre esse tema, com o intuito de alertar os professores
sobre quais são as idéias mais comuns que surgem quando do estudo desse tópico. Sabendo de antemão quais
serão as dificuldades, fica mais fácil a proposição de metodologias específicas para tentar superá-las.


concepções dos estudantes, ligação química, átomo, molécula

Recebido em 3/1/06; aceito em 23/3/06

A
compreensão do comporta- nos muitas vezes diferentes daquelas ções sobre ligações químicas apre-
20 mento das moléculas pas- que seriam aceitáveis cientificamente sentadas pelos estudantes podem
sa pelo entendimento da liga- (concepções alternativas). Quando ser agrupadas nas seguintes catego-
ção química (Hurst, 2002; Gagliardi e essas idéias dos alu- rias: a) confusão en-
Giordan, 1986). Ocorre, porém, que nos interagem com Trabalhar com modelos é tre ligação iônica e
para estudar as moléculas, os estu- as demonstrações uma parte intrínseca do covalente; b) antro-
dantes têm de ser capazes de realizar do professor, com a conhecimento químico e, pomorfismos; c) re-
a passagem nada trivial que é a da linguagem científica, sem o uso deles, a Química gra do octeto; d)
observação para a formulação de mo- com leis e teorias e fica reduzida a uma mera geometria das molé-
delos. Trabalhar com modelos é uma com as próprias ex- descrição de propriedades culas e polaridade;
parte intrínseca do conhecimento quí- periências dos alu- macroscópicas e suas e) energia nas liga-
mico e, sem o uso deles, a Química nos, os estudantes mudanças ções químicas e f)
fica reduzida a uma mera descrição tentam reconciliar representação das
de propriedades macroscópicas e seus modelos mentais com os con- ligações. A seguir apresentaremos
suas mudanças. Teoria atômica, fór- ceitos aceitos cientificamente. O re- cada uma delas.
mulas químicas, equações químicas, sultado dessa reconciliação pode ser
teoria cinética, teoria de ácidos e um conceito científico distorcido a Confusão entre ligação iônica e
bases, reações redox e velocidades uma concepção alternativa (Driver e covalente
de reação, todos recaem em modelos Easley, 1978; Boo, 1998; Harrison e
Um dos maiores problemas com
para sua explicação (Harrison e Trea- Treagust, 1996). O tema ligação quí-
o tópico “ligação química” é a confu-
gust, 1996). mica, por ser abstrato, longe das
são que vários alunos fazem entre
Mesmo após uma educação for- experiências dos alunos, tem, conse-
ligações covalentes e iônicas (Nicoll,
mal em Química, os estudantes apre- qüentemente, grande potencial para
2001; Tan e Treagust, 1999; Posada,
sentam falhas na compreensão dos gerar concepções equivocadas por
1999). Para alguns, os compostos iô-
conceitos químicos e não conseguem parte dos estudantes.
nicos existem como moléculas dis-
fazer relações importantes (Bodner,
Concepções dos estudantes sobre cretas assim como os compostos
1991; Nakhleh, 1992). Além disso,
ligações químicas covalentes e, portanto, as ligações iô-
deve-se ressaltar o fato há muito
nicas são entendidas como unidire-
conhecido de que os alunos apre- A partir da análise da literatura so- cionais e sujeitas às mesmas regras
sentam explicações para os fenôme- bre esse tema, as principais concep- de comportamento que as ligações
A seção “O aluno em foco” traz resultados de pesquisas sobre idéias informais dos estudantes, sugerindo formas de covalentes (Barker e Millar, 2000). O
levar essas idéias em consideração no ensino-aprendizagem de conceitos científicos. Neste número a seção apresenta retículo cristalino não é uma represen-
dois artigos. tação comum para a maioria dos

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estudantes e muitos acreditam que o em algum lugar entre os átomos na mos necessitam de camadas preen-
cloreto de sódio existe como uma molécula. Já na linguagem do dia-a- chidas”; “a razão para os elétrons se-
entidade discreta (Tan e Treagust, dia, compartilhar significa possuir ou rem transferidos é a obtenção de uma
1999). usar conjuntamente. Tais palavras pa- camada completa” (Taber, 1998).
Para muitos estudantes, as liga- recem aumentar as concepções alter-
ções covalentes são fracas, uma vez nativas nos estudantes, uma vez que Regra do octeto
que compostos covalentes apresen- eles tentam construir significados de Os estudantes usam a regra do
tam baixos pontos de um novo conceito octeto como base para explicar as
ebulição em geral A maioria das concepções baseados em con- reações e as ligações químicas. As
(Barker e Millar, dos estudantes com ceitos já existentes idéias mais comuns são: “uma liga-
2000). Além disso, relação à geometria e à (Peterson et al., ção covalente mantém os átomos
têm a idéia de que “li- polaridade das moléculas 1989). unidos porque a ligação está com-
gações covalentes advém de dificuldades de Os modelos de li- partilhando elétrons”; “ligações iôni-
são rompidas quan- visualização tridimensional gação iônica que os cas são a transferência de elétrons”,
do uma substância e da falta de pré-requisitos estudantes apresen- ao invés de as atrações dos íons que
muda de estado” para esse conhecimento. tam parecem estar resultam da transferência de elétrons
(Tan e Treagust, Eles confundem o arranjo fundamentados em (Taber, 1998). Parece que a razão pa-
1999). Muitos estu- dos pares de elétrons e três suposições. A ra os elétrons serem transferidos é a
dantes pensam que geometria molecular primeira delas é a obtenção de uma camada completa.
“todos os átomos co- conjectura da valên- Para muito alunos, “o sódio reage
valentemente ligados formam macro- cia, segundo a qual a configuração com o cloreto, pois, a regra do octeto
moléculas” e se mostram confusos eletrônica é que determinaria o núme- faz com que as reações químicas
em relação à diferença entre forças ro de ligações iônicas formadas. Por ocorram” (Bodner, 1991). Mortimer et
intermoleculares e intramoleculares. exemplo, o átomo de sódio pode doar al. (1994) evidenciaram que alunos
A idéia de compartilhamento pa- um elétron, logo ele só é capaz de que já haviam concluído o Ensino
rece pouco elaborada entre os estu- fazer uma ligação iônica com um áto- Médio tiveram dificuldade em reco-
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dantes, pois alguns pensam que “os mo de cloro. A segunda é a conjec- nhecer alguns resultados empíricos
pares de elétrons são compartilhados tura da história, ou seja, as ligações como conflitantes com a explicação
igualmente nas ligações covalentes” seriam formadas apenas entre os áto- da estabilidade do cloreto de sódio
(Birk e Kurtz, 1999), enquanto outros mos que doaram e aceitaram elé- baseada na regra do octeto. Parece
manifestam a idéia de que na ligação trons. Por exemplo, no cloreto de haver uma tendência generalizada no
covalente há o “compartilhamento de sódio, o íon cloreto é ligado àquele ensino de Química de atribuir a esta-
um único elétron entre os dois áto- sódio específico que bilidade das subs-
mos” (Boo, 1998). Provavelmente, o doou o elétron para A palavra “compartilhar” tâncias à formação
conceito de eletronegatividade não aquele ânion, e vice- tem significado muito do octeto eletrônico
está claro e, portanto, parece que não versa. A terceira é a específico em Química. Um e que esta “crença”
há uma regra governando o processo de “apenas forças”, par de elétrons não é abalada facil-
da ligação. em que os íons inte- compartilhado significa que mente nos alunos
A ligação covalente tem um me- ragem com os con- o par de elétrons existe em por evidências expe-
lhor status para vários desses alunos tra-íons ao seu redor, algum lugar entre os rimentais. Os autores
do que a ligação iônica ou a metálica, mas para aqueles átomos na molécula. Já na alertam para o pro-
a julgar pela frase: “ligações iônicas não ionicamente li- linguagem do dia-a-dia, blema da ênfase no
e metálicas não são ligações de ver- gados, essas intera- compartilhar significa conhecimento ritua-
dade, no sentido de ligações cova- ções são apenas fo- possuir ou usar lístico em detrimento
lentes” (Boo, 1998). Para muitos alu- rças. Por exemplo, conjuntamente do conhecimento de
nos, parece que o conceito de ligação no cloreto de sódio, princípios químicos.
não está convenientemente diferen- o íon cloreto estaria ligado a apenas
ciado. Idéias como “tanto metais um íon sódio e seria atraído pelos Geometria das moléculas e
como compostos iônicos são mole- demais cinco íons de sódio, mas polaridade
culares por natureza”, ou “as ligações apenas por forças, não por ligações A maioria das concepções dos
covalentes envolvem uma transferên- (Taber, 1994). estudantes com relação à geometria
cia total de elétrons”, expressas por e à polaridade das moléculas advém
estudantes (Coll e Treagust, 2001a), Antropomorfismos de dificuldades de visualização tridi-
corroboram essa hipótese. Muitas explicações dos alunos pa- mensional e da falta de pré-requisitos
A palavra “compartilhar” tem signi- ra justificar a ligação revelam aspec- para esse conhecimento. Os alunos
ficado muito específico em Química. tos antropomórficos como, por exem- confundem o arranjo dos pares de
Um par de elétrons compartilhado plo, “...o carbono quer fazer quatro elétrons e geometria molecular. As-
significa que o par de elétrons existe ligações” (Barker e Millar, 2000); “áto- sim, por exemplo, os alunos afirmam

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que a geometria das moléculas é física”. Essa noção parece estar co- de interativa das substâncias. Por
devida apenas “a uma repulsão igua- nectada à noção do dia-a-dia de que exemplo, eles representavam o com-
litária entre as ligações e a polaridade para construir qualquer estrutura é posto Cl2O como sendo constituído
da ligação determina a geometria da necessária energia e que, o contrá- por dois fragmentos: um de Cl2 e
molécula” (Peterson et al., 1989; Pe- rio, a destruição libera energia. Logo, outro de O. As representações de
terson e Treagust, 1989) e que a “geo- para os estudantes, a formação da modelos apresentadas em livros tex-
metria da molécula é devida somente ligação requer energia e sua quebra tos podem levar a interpretações
à repulsão entre os libera energia. Essa errôneas por parte dos estudantes.
pares de elétrons li- Alunos acreditam que “os concepção pode re- Por exemplo, a formação do NaCl(s)
gantes” (Birk e Kurtz, elétrons numa ligação não sultar de uma extra- é muitas vezes representada nos
1999). se movem”, que “os polação sobre os livros por:
Em termos da elétrons envolvidos numa eventos do nível
polaridade da liga- ligação pi se movimentam observável para o ní-
ção, é idéia corrente realizando uma figura de vel microscópico. Essa representação pode levar o
que “ocorre o com- um oito ao redor do Somam-se a essa aluno a pensar que um único átomo
partilhamento iguali- núcleo” e vários “fazem concepção idéias de sódio reage com um único átomo
tário dos elétrons em confusão entre camadas e advindas da Biolo- de cloro formando um único par iôni-
todas as ligações orbitais” gia, em que os ali- co de NaCl, não levando em consi-
covalentes”, que “a mentos armazenam deração a rede cristalina formada
polaridade de uma ligação é depen- energia química, e isso leva à idéia (Ben Zvi et al., 1987).
dente do número de elétrons de va- errônea de que o oxigênio não possui Muitos alunos preferem modelos
lência em cada átomo envolvido na energia química e que a energia viria de átomos e moléculas que repre-
ligação” e que “a carga iônica deter- somente do alimento (Boo, 1998). Os sentam essas entidades como estru-
mina a polaridade da ligação” (Pe- estudantes acham também que “to- turas discretas e concretas e, tam-
terson et al., 1989; Peterson e Trea- das as reações são mais favoráveis bém, vários parecem confundir
gust, 1989). Alguns estudantes expli- em altas temperaturas”; “todas as átomos com células. Vários estu-
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cam o conceito de polaridade sem reações exotérmicas são espontâ- dantes concluíram que “átomos po-
mencionar a idéia de eletronegati- neas”; “a energia é estocada nas li- dem se reproduzir e crescer e que o
vidade (Nicoll, 2001). gações (da comida, do ATP) e é libe- núcleo atômico é capaz de se dividir”.
Aparentemente o conceito de po- rada nos processos químicos” “As camadas eletrônicas são visua-
laridade é muito mais difícil de ensi- (Teichert e Stacy, 2002). Também, “a lizadas como conchas que encapsu-
nar do que o de geometria molecu- quebra das ligações H-H e O-O libera lam e protegem os átomos”, enquan-
lar. Algumas concepções sobre energia” (Mulford e to que as “nuvens
polaridade da molécula são devidas Robinson, 2002) e Em relação à energia eletrônicas forma-
a um reducionismo: os alunos ou “somente as liga- envolvida nas ligações, na riam estruturas nas
consideram a polaridade da ligação ções iônicas fracas mente de alguns estudantes quais os elétrons es-
como variável, mas não consideram podem ser rompidas “a ligação química é tariam embebidos”
a influência da geometria molecular, em processos de interpretada como se fosse (Harrison e Treagust,
ou o contrário (Furió e Calatayud, dissolução”. Para vá- uma mola e que, liberaria 1996).
1996). rios alunos “uma rea- energia quando rompida” . Vários alunos,
ção ocorre pois um Os alunos têm a idéia de tanto das séries ini-
Energia nas ligações químicas dos reagentes é que “a ligação segura os ciais como aqueles
Em relação à energia envolvida mais reativo que o átomos juntos e libera que estavam no final
nas ligações, na mente de alguns es- outro” e ele seria a energia quando é rompida” do curso, acreditam
tudantes “a ligação química é inter- mola propulsora pa- que “os elétrons nu-
pretada como se fosse uma mola e ra a reação ocorrer (Boo, 1998). E “o ma ligação não se movem”, que “os
que, liberaria energia quando rom- calor causa expansão das moléculas elétrons envolvidos numa ligação pi
pida” (Hapkiewicz, 1991). A quebra e causa um rompimento das molé- se movimentam realizando uma
da ligação seria análoga àquele culas de água” (Griffiths e Preston, figura de um oito ao redor do núcleo”,
brinquedo de criança em que um pa- 1992). vários “fazem confusão entre cama-
lhaço fica preso dentro de uma caixa das e orbitais” e, também, têm “fa-
e quando esta é aberta leva-se um Representação das ligações lhas nas representações microscó-
susto. Os alunos têm a idéia de que Num artigo clássico, Ben-Zvi et al. picas de átomos e moléculas” (Nicoll,
“a ligação segura os átomos juntos (1987) descrevem problemas com as 2001).
e libera energia quando é rompida” idéias dos estudantes ao visualizar Alguns alunos apresentam idéias
(Hapkiewicz, 1991). uma reação química. Aproximada- alternativas para representar a molé-
Muitos alunos enxergam a “liga- mente 25% dos alunos investigados cula de água: “a molécula de água
ção química como uma entidade possuíam uma idéia aditiva ao invés se assemelha a uma figura fechada

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com nenhuma forma definida”, “é mesmas características que o ma- • os elétrons são igualmente
esférica com partículas espalhadas croscópico, só que apresenta tama- compartilhados em todas as ligações
através dela” e, também, “as molé- nho reduzido (Posada, 1993). covalentes;
culas de água são compostas de Alguns autores colocam em • a ligação química pensada co-
duas ou mais esferas sólidas”. Adicio- questão a utilidade de se ensinar mo- mo entidade física;
nalmente, um grande número de delos mentais sofisticados para o • a formação da ligação requer
alunos imagina que conceito de ligação energia e sua quebra libera energia;
“as moléculas de Tomando ciência das química, uma vez • as reações ocorrem pois um
água no gelo se to- principais concepções dos que, apesar da com- dos reagentes é mais reativo que o
cam umas às outras alunos sobre ligações petência dos estu- outro;
continuamente não químicas, o professor pode dantes de nível supe- • reações exotérmicas são es-
deixando nenhum ficar atento e diagnosticar rior em utilizar tais pontâneas;
espaço entre elas”, os conceitos desenvolvidos modelos, todos eles • as moléculas se expandem com
ou que “no gelo as pelos seus alunos sobre preferiram os mode- o calor;
moléculas de água ligação química e planejar los mais simples e • idéias aditivas dos compostos
não são ligadas em suas ações pedagógicas de revelaram os mode- químicos;
nenhum padrão” forma a tentar superá-los los mais complexos • confusão entre átomos e célu-
(Griffiths e Preston, somente em contex- las;
1992). tos de testes e exames (Coll e Trea- • não há movimento dos elétrons
Um outro problema que deve ser gust, 2001b). numa ligação;
considerado é que, tanto nos textos • elétrons de uma ligação pi se
como em sala de aula, os átomos e Conclusões movimentam realizando uma figura
as moléculas são representados de Alguns instrumentos pedagógi- de um oito ao redor do núcleo;
muitas maneiras: como círculos, bo- cos permitem identificar as concep- • a matéria é contínua;
las, núcleo e camadas, bolas sepa- ções dos estudantes em diferentes • propriedades macroscópicas
radas ou juntas etc. Os autores des- atribuídas ao mundo submicros- 23
temas. Sabendo da possibilidade
ses textos e os professores provavel- dessas concepções, é mais fácil para cópico.
mente supõem que os alunos com- o professor em sala de aula procurar Tomando ciência desses pontos
preendem facilmente o que isso signi- evitar o seu aparecimento, utilizando frágeis, o professor pode ficar atento
fica (diferentes modelos com diferen- metodologias diferenciadas e dedi- e diagnosticar os conceitos desen-
tes propósitos). Muitas vezes o que cando mais tempo ao tópico proble- volvidos pelos seus alunos sobre
se quer destacar são as ligações, ma. As principais ligação química e
outras a estrutura dos cristais, outras concepções dos es- Um outro problema que planejar suas ações
que os átomos são os mesmos de- tudantes sobre liga- deve ser considerado é pedagógicas de for-
pois das reações. Porém, os modelos ções químicas apre- que, tanto nos textos como ma a tentar superá-
diferentes, usados sem explicação, sentadas são: em sala de aula, os átomos los. Assim, alunos
podem confundir os alunos cuja • confusão entre e as moléculas são poderão ter mais
tendência básica é tratar os átomos a ligação covalente representados de muitas chances de compre-
e as moléculas como se fossem subs- e iônica; maneiras. Os autores e os ender alguns dos
tâncias (Blanco e Prieto, 1996). Se- • compostos iô- professores provavelmente modelos que procu-
gundo Blanco e Prieto (1996), em nicos vistos como supõem que os alunos ram explicar a natu-
Química é necessário decidir em que entidades discretas, compreendem facilmente o reza e as proprie-
momento se tem de introduzir uma sem retículo crista- que isso significa dades da matéria, e
determinada idéia ou nível de expli- lino; (diferentes modelos com outros conhecimen-
cação e os professores têm de ter diferentes propósitos) tos químicos pode-
• ligações cova-
certeza que as experiências prévias lentes são fracas; rão ser ancorados
dos alunos ajudam que eles vejam as • elétrons são compartilhados nessas idéias, tornando-se signifi-
vantagens desse ou daquele modelo igualmente na ligação covalente; cativos para eles.
de partículas. Deve-se considerar que • confusão entre ligação covalen-
o abandono da idéia de continuidade te e forças inter e intramoleculares; Carmen Fernandez (carmen@iq.usp.br), licenciada
e bacharel em Química, mestre em Química Orgâ-
é particularmente difícil, pois supõe • as ligações seriam formadas nica e doutora em Ciências (Química Orgânica)
renunciar em grande parte às idéias apenas para satisfazer a regra do pela USP, é docente do Instituto de Química da
advindas dos sentidos, em direção a octeto; USP. Maria Eunice Ribeiro Marcondes
(mermarco@iq.usp.br), bacharel e licenciada em
um pensamento mais abstrato, mo- • ligações covalentes são rompi-
Química, doutora em Ciências (Química Orgânica)
delizado e coerente. Para alguns alu- das durante uma mudança de estado pela USP, é docente do Instituto de Química da
nos o mundo microscópico tem as físico; USP.

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Abstract: Students’ Conceptions on Chemical Bond – The conceptual difficulties that students present on the theme “chemical bonds” are attributed to more basic problems, such as the
understanding of the nature of atoms and molecules. This paper presents a review of the literature about students’ conceptions on this theme, aiming at warning teachers about what are the most
common ideas that emerge when studying this topic. Knowing before hand what will be the difficulties, the proposition of specific methodologies to try to overcome them becomes easier.
Keywords: students’ conceptions, chemical bond, atom, molecule

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Concepções sobre ligação química N° 24, NOVEMBRO 2006

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