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Trabalho de Direito

Constitucional

3° Período de Direito

Grupo:
Ângela Maria Gontijo
César Augusto Silva Santos
José Ferreira de Oliveira
Samara Dimas
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL:

Título VIII – DA ORDEM SOCIAL

CAPÍTULO I __________________________________________________________________
DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 193 - A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça
sociais.

CAPÍTULO II __________________________________________________________________
DA SEGURIDADE SOCIAL

Princípios Constitucionais da Seguridade Social


A seguridade social constitui “instrumento mais eficiente da liberação das necessidades sociais,
para garantir o bem-estar material, moral e espiritual de todos os indivíduos da população”. O art. 194
compreende “um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”.
O § único do art. 194 da Carta Magna vigente determina ao Poder Público, nos termos da lei,
organizar a Seguridade Social com base em objetivos, que seriam na realidade princípios, pois são as
proposições básicas, fundamentais ou alicerces de um sistema. Vejamos a seguir os citados princípios:
I - Universalidade da cobertura e atendimento
A seguridade social tem como postulado básico a universalidade, ou seja, abranger todos os
residentes de um país, que, diante de uma contingência terão direito aos benefícios. Contudo, na prática,
só terão direito aos benefícios e às prestações da seguridade social de acordo com a disposição da lei.
Só tem direito aos benefícios da previdência social (art. 201), a pessoa que contribui. Já as prestações
nas áreas da saúde e da assistência social (arts. 196 e 203) são destinadas ao cidadão,
independentemente de sua contribuição.
II - Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais
O Constituinte se preocupou com a uniformidade e equivalência das prestações da seguridade
social, uma vez que existiam diferenças entre os direitos do trabalhador urbano e rural. As prestações da
seguridade social são divididas em benefícios e serviços. Os benefícios são prestações em dinheiro, tais
como a aposentadoria e a pensão. Já os serviços são bens imateriais colocados à disposição da pessoa,
como assistência médica, reabilitação profissional, serviço social etc.
A legislação previdenciária instituiu benefícios aos trabalhadores rurais e urbanos inscritos no
Regime Geral de Previdência Social (RGPS) sem qualquer distinção.
III - Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços
A seleção das prestações vai ser feita de acordo com as condições econômico-financeiras do
sistema de seguridade social. A lei irá dispor a que pessoas as prestações serão estendidas. A
distributividade tem caráter social, pois deve atender prioritariamente aos mais necessitados.
IV - Irredutibilidade dos benefícios
Os benefícios da previdência social devem ter o seu valor real preservado. Assim, o constituinte
assegurou a irredutibilidade dos benefícios da seguridade social. A forma de correção dos benefícios
deve ser feita de acordo com o disposto em lei, com fulcro no § 4º do art. 201 da Carta Constitucional.
V - Eqüidade na forma da participação no custeio
O princípio da eqüidade na forma de participação no custeio da seguridade social é um
desdobramento dos princípios da igualdade e da capacidade contributiva. Os contribuintes que se
encontram em condições contributivas iguais deverão ser tributados da mesma forma.
Assim, a contribuição da empresa será distinta à do trabalhador, pois este não tem as mesmas
condições financeiras que aquela. O § 9º do art. 195 da Constituição é um exemplo claro de eqüidade no
financiamento da seguridade social, ao possibilitar a diferenciação da base de cálculo e alíquota da
contribuição, em razão da atividade econômica ou utilização intensiva de mão-de-obra.
VI - Diversidade na base de financiamento
As fontes de financiamento devem ser diversificadas a fim de garantir a manutenção do sistema
de seguridade social. Além das fontes previstas nos incisos I a IV do art. 195, nada impede que se
instituam outras fontes de custeio, desde que por lei complementar, não tendo fato gerador ou base de
cálculo de imposto previsto na Constituição, nem sendo cumulativo, conforme art. 195, § 4º c/c art. 154, I
do Texto Constitucional.
VII - Caráter democrático e descentralizado da administração
O inciso VII, § único do art. 194 da Constituição, com redação alterada pela Emenda
Constitucional nº 20/98, dispõe que a gestão administrativa da Seguridade Social é qüadripartide, com a
participação do governo, aposentados, trabalhadores e empregadores. Tal dispositivo se coaduna com o
art. 10 da Constituição que garante a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados de
órgãos do governo em que se discutam ou deliberem sobre assuntos relativos à seguridade social.

Previdência Social
A previdência social é um conjunto de direitos relativos à seguridade social, sendo um seguro
coletivo, público, compulsório, destinado a estabelecer um sistema de proteção social, mediante
contribuição, que tem por objetivo proporcionar meios indispensáveis de subsistência ao segurado e a
sua família, quando ocorrer certa contingência prevista em lei.
Conceitua a previdência social "como a técnica de proteção social que visa propiciar os meios
indispensáveis à subsistência da pessoa humana – quando esta não pode obtê-los ou não é socialmente
desejável que os aufira pessoalmente através do trabalho, por motivo de maternidade, nascimento,
incapacidade, invalidez, desemprego, prisão, idade avançada, tempo de serviço ou morte – mediante
contribuição compulsória distinta, proveniente da sociedade e de cada um dos participantes".
O sistema previdenciário público utiliza o modelo de repartição simples, na qual os ativos
contribuem para os inativos. Logo, existe uma solidariedade entre os participantes no custeio do sistema,
cujos valores arrecadados destinam-se aos benefícios futuros.
O art. 201 da Constituição Federal dispõe que a previdência social será organizada sob a forma
de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados os critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial, nos termos da lei, e atenderá a:
I - cobertura de eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiros e dependentes.
Cabe destacar também a previdência privada, denominada de previdência complementar
prevista no art. 202 da Carta de 1988. Caracteriza-se por ser um sistema de seguro complementar ao
regime oficial, de caráter facultativo, de natureza contratual. A Lei Complementar nº 109/2001 dispõe
sobre o regime de previdência complementar ao benefício pago pelo INSS.
Valor do beneficio salário-familia
O trabalhador que ganhar até R$ 500,40 o valor do salário-família será de R$ 25,66, por filho, ou
equiparado, de até 14 anos incompletos ou inválidos. Para o trabalhador que receber de
R$ 500,40 até 752,12, o valor do salário-família por filho, ou equiparado, de até 14 anos incompletos ou
inválido, será de R$ 18,08. Se a mãe e o pai estão nas categorias e faixa salarial que têm direito ao
salário-família, os dois recebem o benefício.
Tabelas de contribuição mensal previdência social
A partir da competência abril/2007, os segurados contribuinte individual (autonômo, que trabalha por
conta própria), que optarem pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de
contribuição, poderão contribuir com 11% sobre o valor de salário mínimo (LC 123, de 14/12/2006).
Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para
pagamento de remuneração a partir de 1º de fevereiro de 2009:

Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%)


Até 965,67 8,00
de 965,68 até 1.609,45 9,00
de 1.609,46 até 3.218,90 11,00
Portaria Interministerial nº 48, de 12 de fevereiro de 2009

Assistência Social
Assenta outra característica da seguridade social: a solidariedade financeira, sendo os recursos
procede do orçamento geral da seguridade social e não de contribuições especificas de eventuais
destinatários. A assistência social foi inserida na Constituição de 1988 nos arts. 203 e 204. Encontra-se
regulamentada pela Lei nº 8.742/93 ( Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS). É uma política social
destinada a atender as necessidades básicas dos indivíduos, traduzidas em proteção à família, à
maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa portadora de deficiência. As prestações de
assistência social são destinadas aos indivíduos sem condições de prover o próprio sustento de forma
permanente ou provisória, independentemente de contribuição à seguridade social. Define a assistência
social como "um conjunto de atividades particulares e estatais direcionadas para o atendimento dos
hipossuficientes, consistindo os bens oferecidos em pequenos benefícios em dinheiro, assistência à
saúde, fornecimento de alimentos e outras pequenas prestações. Não só complementa os serviços da
Previdência Social, como a amplia, em razão da natureza da clientela e das necessidades providas".
A principal característica da assistência social é ser prestada gratuitamente aos necessitados. As
ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com os recursos dos orçamentos
dos entes federativos e mediante o recolhimento das contribuições previstas no art. 195 da Constituição.

Saúde
A Constituição de 1988 tratou da saúde como espécie da seguridade social. Dispõe o art. 196 que a
saúde é direito de todos e dever do Estado. A saúde é garantida mediante políticas sociais e econômicas
que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações
e aos serviços para sua promoção, proteção e recuperação. A execução das ações de saúde pode ser
realizada diretamente pelo Estado ou através de terceiros, pessoa física ou jurídica de direito privado, de
forma complementar, conforme preconiza o art. 199 da Constituição.
O art. 198 da Lei Maior dispõe sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), que é um conjunto de ações e
serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da
administração direta e indireta e das fundações públicas, e instituições privadas de forma complementar,
com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais;
III - participação da comunidade.
A Lei nº 8.080/90 é a principal norma que trata da saúde. O art. 2º da Lei nº 8.212/91 dispõe que a saúde
é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos
serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
A saúde pública é dever do Estado, logo a prestação do serviço é gratuita, independentemente de ser o
paciente contribuinte ou não da seguridade social.
O sistema de saúde será financiado pelo orçamento da seguridade social, além de outras fontes (art.
198, § 1º da Constituição).

CAPÍTULO III __________________________________________________________________


DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA
E DO DESPORTO
Seção I ______________________________________________________________
DA EDUCAÇÃO
A palavra educação, deriva da expressão latina educere, que designa o ato de conduzir, de levar
adiante o educando no sentido pedagógico. Em verdade, ninguém escapa da educação. Desde o
nascimento do ser humano, até seu desenvolvimento e posteriormente seu padecimento (ciclo da vida),
a educação é constante no dia a dia de todas as pessoas. Segundo Carlos Rodrigues Brandão (1994, p.
10) "da família à comunidade, a educação existe difusa em todos os mundos sociais, entre as
incontáveis práticas dos mistérios de aprender."
O direito à educação, direito fundamental que é, previsto na Constituição Federal, passa a ser
um direito que exige do Estado prestações positivas no sentido de efetivar a garantia e aplicação da
educação.
O direito à educação vincula o Estado a garantir sua aplicação de forma imediata. O principal
dispositivo que dá guarida a esta preleção acerca dos direitos fundamentais, é o § 1 º do artigo 5º da
nossa Carta Magna, que dispõe: "As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm
aplicação imediata". Nesse sentido, insere-se a educação no rol dos direitos fundamentais
explicitamente.
Os direitos fundamentais integram, portanto, ao lado da definição da forma de Estado, do
sistema de governo e da organização do poder, a essência do Estado Constitucional, constituindo neste
sentido, não apenas parte da Constituição formal, mas também elemento nuclear da Constituição
material.
Especificamente, emergindo do Título VIII, que ressalta a Ordem Social, no Capítulo III (da
educação, da cultura e do desporto), da Carta Magna de 1988, explicitar-se-á o art. 205, dispondo que a
educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, a ser promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, bem como seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Em relação ainda ao art. 205, podemos
designar que a educação não deve, somente, ser assegurada pelo Estado, através de seus entes
federativos, mas, inclusive, através da família. O dever da família, é o direito que os pais possuem para
escolher o gênero de educação a dar para seus filhos, fundamenta-se na exigência que a Constituição
faz aos pais de educar seus filhos (arts. 205, 208, § 3º, 227 e 229 da CF/88).
A educação como dever do Estado, consiste no interesse público que a qualifica, visando o
"alcance indiscriminado da oferta obrigatória e gratuita do ensino público fundamental, estendido a toda
população independente da idade (art. 208, I)" Na condição de direito público subjetivo, a educação
possui acesso gratuito aos níveis de ensino, conforme o art. 208, § 1º da CF/88. Contudo, o não
oferecimento da educação por parte do Poder Público, implica na responsabilização da autoridade
competente (art. 208, § 2º da CF/88). Assim, a gratuidade do ensino público nos estabelecimentos
oficiais (art. 206, IV da CF/88), é um princípio educacional com força constitucional, o que revela a
dimensão democrática da Constituição de 1988.
O art. 206 da nossa Lei Fundamental revela uma gama de princípios a serem seguidos em
relação ao ensino. Deste modo, a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, a
gratuidade do ensino público, bem como, a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber, constituem princípios basilares da educação. O art. 207 estabelece que
"as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e
patrimonial e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão,"
garantindo a autonomia universitária.
No art. 209 da CF/88, foi autorizado a livre iniciativa privada em relação ao ensino, desde que
atendidos os princípios das normas gerais de educação, bem como, intervenção do Poder Público na
fiscalização e no controle. O art. 212 da Constituição Federal de 1988 prevê o financiamento do ensino
público pelos entes federados.
O art. 212 prevê a descentralização política e demonstra traços do federalismo cooperativo da
nossa Constituição, ao incumbir todos os entes federados de financiar o ensino público.
Questão extremamente interligada e com enorme influência do federalismo, é o art. 211 da Carta
Constitucional de 1988, designando que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
organizarão em regime de colaboração os seus Sistemas de Ensino. Deste artigo supra, quer dizer que
os entes componentes da federação, organizarão, cooperativamente, seus sistemas educacionais
Efetivamente, no campo educacional, os Sistemas de Ensino estão reciprocamente alinhados
com a organização político-administrativa designada no federalismo cooperativo da Constituição Federal
de 1988, conforme teor do artigo 18, em seu caput, ou seja, adota-se o princípio da descentralização
política normativa. Com isso, verifica-se a autonomia dos Sistemas de Ensino, uma vez que a
Constituição Federal estabelece a descentralização política.
Desta lição pode-se concluir que os Estados possuem autonomia em relação aos seus Sistemas
de Ensino, desde que não conflitem com os planos gerais traçados pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, sendo que essa legislação, por ser uma lei nacional também não pode esgotar o Sistema
Estadual de Ensino, no que lhe é pertinente.
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de
colaboração seus sistemas de ensino. § 1º - A União organizará o sistema federal de ensino e o dos
Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional,
função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e
padrão mínimo de qualidade de ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios. § 2º - Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na
educação infantil. § 3º - Os Estados e o Distrito Federal atuarão
No campo das competências legislativas educacionais, é estabelecida à União competência
privativa na legislação sobre Diretrizes e Bases da Educação Nacional, conforme teor do art. 22, XXIV da
CF/88. Já aos Estados-membros e Distrito Federal, restritivamente ficam reservadas as competências
concorrentes para legislar sobre educação mediante normas gerais, de acordo com o art. 24, IX da
CF/88. Apesar dos Estados-membros exercerem competências não vedadas pela Constituição (art. 25, §
1º.), sua competência neste aspecto, é restringida a legislar sobre normas complementares para os seus
Sistemas de Ensino. Aos Municípios ficou caracterizada situação semelhante, legislando apenas sobre
assuntos de interesse local (art. 30, I da CF/88 e art. 11, III da LDB), no entanto, aos Municípios em se
tratando de assuntos educacionais, não ocorrerá suplementação, visto que, o caput do art. 24 da CF/88
não menciona tal ente federativo. Neste parâmetro "nem as normas gerais, nem a lei de diretrizes e
bases podem invadir a esfera própria das demais pessoas políticas, nem versar sobre matéria alheia aos
encargos atribuídos à União, sob pena de incompetência absoluta" (RANIERI, 2000, p. 101).
Em nosso Federalismo, a partir da Carta Política de 1988, nota-se que a competência
concorrente é definida por dois tipos de legislação, uma genérica e outra suplementar. Como já se
ressaltou anteriormente, no tópico sobre repartição de competências, se ocorrer a ausência de normas
gerais editadas pela União, caberá aos Estados, exercer capacidade legislativa plena (art. 24, § 3º.),
sendo que, a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no
que lhe for contrário conforme o art. 24, § 4º da CF/88 (ROCHA, 1996, p. 242-243).
A educação é uma das principais áreas sociais como encargo do Estado. Neste óbice, o direito
educacional assume diversas peculiaridades dentro do campo de atuação dos entes componentes da
federação, através dos seus Sistemas de Ensino. A repartição de competências assinaladas pela
Constituição visa o equilíbrio do pacto federativo, externando um federalismo cooperativo, a fim de que
não haja a quebra de tal pacto. Especificamente nas competências educacionais, a Constituição Federal
de 1988, externou a ação integrada de todos os sistemas para garantir o direito à educação, sem
prevalência de uns sobre os outros. Ocorre que a União possui vasta competência material e legislativa,
no entanto, não é descartada a atuação de legislar supletivamente em determinados campos de poder,
como no caso da educação. Apesar disto, a União assume quase que total competência na área
educacional, em virtude da inércia do Estado-membro em legislar questões específicas para os seus
Sistemas de Ensino.
No âmbito do federalismo, a educação tem posição garantida na atuação do Poder Público
através de todos entes componentes da federação, através dos sistemas de ensino e da competência
inerente a cada um, através de um federalismo de cooperação, tendência contemporânea do Estado
Federal como organização político-administrativa, apesar da inércia do Estado em legislar
supletivamente para seu sistema educacional conforme a Constituição prevê no art. 24, § 2º da
Constituição Federal de 1988.
O federalismo e a educação a partir do Direito Constitucional, é uma temática interligada e que
nos mostra que se os entes da federação não atuarem conforme às repartições de competências
assinaladas pela Lei Maior de 1988, gerar-se-á questões de ordem prática equivocadas na efetivação e
atuação dos Sistemas de Ensino.
Seção II ____________________________________________________________________
DA CULTURA
O advento da Constituição Federal de 1988 trouxe a promessa de fomentar e proteger o
“patrimônio cultural” brasileiro, dando a deixa para a atuação decisiva das chamadas leis de incentivo à
cultura. O fomento visto de relance, alcançaria todo bem simbólico atinente à identidade do povo
brasileiro. Já a proteção, item mais complexo, voltar-se-ia, em sentido amplo, contra toda engrenagem
que pudesse desregular ou mesmo descaracterizar a cultura nacional. O modelo de tempo cultural
acelerado em que se vive possui manhas suficientes para distorcer ou mesmo soterrar na cova do
esquecimento certas formas de expressão da identidade nacional, como a cultura dos grotões, as artes
populares, as danças folclóricas, todas essas manifestações de identidade do povo brasileiro, que
sobreviveram muitas delas, a pulso.

Portanto, os mecanismos de fomento e proteção do nosso “patrimônio cultural”, por meio dos
chamados incentivos fiscais, são relativamente recentes no Brasil.

Muitas empresas, hipnotizadas pelo fôlego das leis de incentivo, hoje existentes em âmbito
federal, estadual e municipal, passaram a incluir em suas pautas “a tal da cultura” como item estratégico
para a divulgação de sua imagem no mercado. No entanto, a recente história da aplicação das normas
insertas em tais leis, alicerçadas nas noções esparsas de cultura presentes no texto constitucional,
acabou por converter-se em distorções de toda ordem. Tais desalinhos devem-se, muitas vezes, à
própria incompreensão do conceito de cultura esboçado nas normas do instrumento normativo máximo
do ordenamento jurídico – a Constituição da República.

A cultura é um termo que designa algo não-presente no mundo natural, que, com o
aparecimento da Constituição de 1988, passou a desfrutar de um tratamento normativo jamais dantes
visto. A cultura encabeça o capítulo III do título VIII, da Constituição Federal, junto à “educação” e ao
“desporto”, e possui seção própria que estabelece minúcias até então olvidadas pelos enunciadores
constituintes precedentes. Há, portanto, a criação de novas realidades em torno da noção de cultura.
Percebe-se que a noção de cultura na Constituição da República é sempre talhada segundo
articulações valorativas de sentido, sendo referida em diversas acepções, como: bem, patrimônio, valor,
ação, produto, status de desenvolvimento social, e até mesmo sendo homologada às idéias de
Idoneidade moral e etnia.

Cultura como bem jurídico:


A idéia de cultura como “bem” não é inédita no ordenamento jurídico brasileiro. A Constituição de
1946, conhecida como Constituição da República Populista, ao determinar em seu artigo 174 que “O
amparo à cultura é dever do Estado”, revela que o paternalismo pós Estado Novo também pretendia
ocupar-se da cultura enquanto objeto de intervenção estatal. De todo modo, pela transmissão, geração a
geração, deste tema sempre associado à figura do Estado, bem como a outros temas, tais quais
“amparo”, “proteção”, “incentivo”, o vocábulo cultura (re) surge, em diversas passagens do Texto
Constitucional de 1988, na acepção de “bem” a ser protegido, alcançado, conforme se observa do artigo
23, incisos V e IX, segundo o qual é de competência comum da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios proporcionar “meios de acesso” à cultura, que, além da educação, ensino e desporto,
constitui o objeto primordial destes entes de direito público interno. O artigo 215, que inaugura a seção
intitulada “Da cultura”, por sua vez estabelece que: - Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno
exercício dos direitos culturais e acesso às fontes de cultura nacional, e apoiará e incentivará a
valorização e a difusão das manifestações culturais. Ora, os bens e as prestações constituem o próprio
objeto do direito. No instante em que o enunciador constituinte afirma que será garantido a todos o pleno
exercício dos “direitos culturais”, o que ele faz é afirmar que a cultura é objeto do direito. É um bem. A
noção jurídica de “bem” compreende toda utilidade, física ou ideal, que possa incidir na faculdade de agir
do sujeito, isto é, abrange as “coisas” propriamente ditas, suscetíveis de apreciação pecuniária, e as que
não comportam essa avaliação. Desse modo, a cultura, segundo os desígnios da Constituição da
República, corresponderia, nos moldes acima alinhavados, a um dos objetos do direito, passível ou não
de apreciação pecuniária.

Seção III ____________________________________________________________________


DO DESPORTO
Anteriormente à promulgação da constituição de 1988 vigoraram as seguintes constituições:
1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, 1969. Compulsando, todas, constatar-se-á que o desporto não foi
tratado em nenhum de seus dispositivos. Contudo, por se tratar de uma atividade que, direta ou
indiretamente, envolve um universo de pessoas, outra solução não restou ao constituinte originário de
1988, a não ser, tratar do desporto em sede constitucional.

A atividade do desporto na Constituição da República Federativa do Brasil mereceu, na visão do


constituinte originário, uma regulação constitucional. Para tanto, trouxe para o seu bojo, de forma inédita
esta atividade predominantemente física que, em princípio, teria o significado de recreação, divertimento,
mas que, com o correr do tempo, passou a abranger práticas esportivas tanto amadoras como
profissionais.

O constitucionalista, Pinto Ferreira, conceitua desporto da seguinte forma:


"Dá-se o nome de desporto ao conjunto de exercícios físicos praticados com método,
individualmente ou em equipe, com observância de determinadas regras específicas, tendo por
finalidade acima de tudo desenvolver a força muscular, a coragem, a resistência, a agilidade e a
destreza, com vistas ainda ao desenvolvimento físico do indivíduo"

Assim, com a promulgação da constituição de 1988, o desporto foi materializado como norma
constitucional, estando, hoje, consagrado no artigo 217, abaixo transcrito:
Art.217 - É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de
cada um, observados:
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e
funcionamento;
II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em
casos específicos, para a do desporto de alto rendimento;
III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não-profissional;
IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.
§ 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas
após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, reguladas em lei.
§ 2º - A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do
processo, para proferir decisão final.
§ 3º - “O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.”

Diante da regulação constitucional do desporto em vários outros Países, restava apenas ao


Brasil incorporá-lo. É oportuno registrar que a materialização do desporto em sede constitucional se
deve, dentre outros, a luta do Professor Álvaro Melo Filho, quem elaborou as "sugestões básicas" à
elaboração do texto constitucional, sugestões essas que foram apreciadas in totum pela Assembléia
Nacional Constituinte.

Assim, uma vez promulgada a constituição, houve, à época, a grandiosa necessidade de


esclarecer o sentido e o alcance dos dispositivos transcritos acima que, na acepção de Álvaro Melo
Filho: "constituem a estrutura de concreto armado do desporto brasileiro, que se espera apta a enfrentar
desafios do Terceiro Milênio, livre de modismo e fincada numa necessidade real de democratização e
respeito aos direitos da cidadania, especialmente do direito do desporto."

CAPÍTULO IV __________________________________________________________________
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
O direito a inclusão digital é uma realidade que não pode ficar adstrita à discussão dos bancos
acadêmicos. O Poder Público é responsável pela elaboração e implementação de políticas públicas para
a efetivação desse direito. A Constituição da República de 1988, demonstrando mais uma vez seu
caráter inovador e avançado, prevê a promoção da Ciência e da Tecnologia em seu art. 218:
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação
tecnológicas.
(...)
§ 3.º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa e tecnologia, e
concederá aos que delas se ocupem meios e condições especiais de trabalho.
A efetivação dos direitos humanos não depende só da atuação estatal, mas, principalmente, da
sociedade organizada, seja através da implementação de políticas públicas, com os novos termos de
parceria, contratos de gestão, e outras atividades, mas também da defesa judicial, dos direitos difusos.
Agora também da inclusão digital.

CAPÍTULO V __________________________________________________________________
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

O assunto comunicação social é relativamente novo no texto constitucional, visto que foi tratado pela
primeira vez em uma constituição brasileira em 1988. A CRFB promulgada no final de 1988 e que entrou
em vigor em primeiro de janeiro de 1989. Foi fruto da convocação de uma Assembléia Nacional
Constituinte que durante cerca de três anos (86, 87 e 88) dedicou-se à elaboração do novo texto
constitucional, do que resultou uma Carta com 250 artigos (denominada de “Constituição Cidadã”), cinco
destinados a regulamentar a Comunicação Social.

Há outros pontos da constituição com referências à Comunicação Social, José Afonso da Silva, cita que
“Já estudamos a liberdade de manifestação do pensamento, da criação, da expressão e da informação,
de maneira a abranger as questões fundamentais do capítulo da Comunicação Social. O único aspecto
que ficou para considerar foi o art. 222, que estatui que a propriedade de empresa jornalística e de
radiodifusão sonora e de sons”.

Não obstante as exposições, apresentamos alguns entendidos sobre o assunto, que muitos entendem
com resposta a mais de duas décadas de arbítrio e carência de liberdades públicas no Brasil:

O artigo 220, está organizado de modo a não deixar dúvidas sobre a indissociabilidade entre liberdade e
Comunicação, ao afirmar que “A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação,
sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta
Constituição”. Com efeito, os parágrafos seguintes deixam clara a intenção de não criar nenhum
embaraço à “...plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social...”
(parágrafo. 1°.-art.220). E o parágrafo 2°. do mesmo artigo sepulta a odiosa e odiada censura que por
quase 20 anos assolou as redações dos meios de comunicação do Brasil: “É vedada toda e qualquer
censura, de natureza política, ideológica e artística”. O parágrafo. 3°. esclarece melhor o assunto,
deixando claro que a classificação de programas e esclarecimentos prévias sobre seu conteúdo (cenas
de violência, material pornográfico, etc) não se confundem com a censura. O parágrafo. 4°. em
reconhecimento ao que hoje é uma tendência mundial cada vez mais consagrada, chama atenção para
as restrições legais referentes à propaganda de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e
terapias. O parágrafo 5°. determina que a comunicação não pode ser objeto de monopólio ou oligopólio.
No Brasil, esta é uma questão polêmica, que ainda precisa ser revista e melhor analisada e que supõe
caucionamentos relacionados à audiência e participação no bolo publicitário. Tecnicamente, não há
monopólio, mas é difícil dizer o mesmo em relação a oligopólios, especialmente de televisão aberta,
especialmente se for levado em conta que há no Brasil grupos de TV que, sozinhos, amealham em
determinados programas e horários mais de 50% da audiência e também mais da metade dos
investimentos publicitários. Por fim, o parágrafo. 6°. acentua que os veículos impressos (comunicação
escrita) independem de licença da autoridade.

O artigo 221 encontra-se dividido em 4 incisos e enuncia em seu caput quais os princípios que deverão
estar atendidos pela programação das emissoras de rádio e TV do Brasil. Tais princípios são: “I-
preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; II- promoção da cultura nacional
e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; III- regionalização da
produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; e IV- respeito aos
valores éticos e sociais da pessoa e da família”.

O artigo 222, em seu caput e nos 5 parágrafos seguintes, trata dos regimes de propriedade das
empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens, determinando que apenas
brasileiros natos ou há mais de 10 anos naturalizados ou pessoas jurídicas constituídas sob as leis
brasileiras e com sede no País possam ser proprietárias de tais empresas. Já há nisso uma alteração em
relação ao tratamento histórico deferido à matéria, vez que até a redação original de 1988 apenas
brasileiros natos podiam conduzir tais empresas.
A emenda constitucional nº.36, de 28/05/2002, também alterou a redação dos 2 primeiros parágrafos e
introduziu 3 novos dispositivos neste artigo, criando a possibilidade de que os naturalizados há mais de
uma década tenham igual tratamento que os nacionais natos. A principal alteração ficou por conta da
nova redação do parágrafo. 1°. do art. 222, quando se reduz de 100% para 70% o percentual mínimo de
capital votante em tais empresas que deve ser controlado por brasileiros natos ou naturalizados há mais
de 10 anos, ou seja, desde 2002 é possível o ingresso de até 30% de capitais estrangeiros nas
empresas brasileiras de Comunicação Social. Houve, a rigor, três razões básicas que explicam a
abertura para o ingresso de capital do exterior: esta é uma tendência muito clara observada na grande
maioria dos países, impulsionada pela onda globalizante dos mercados que se instaura a partir do meio
da década de 90, inclusive naqueles de economia tradicionalmente mais fechada; em segundo lugar,
empresas e empresários brasileiros vêem com bons olhos o aporte de recursos do exterior, permitindo
construir parcerias que fortaleçam suas organizações e, por fim, a questão da reciprocidade, ou seja,
empresas brasileiras ligadas à convergência da comunicação social também são sócios (majoritárias ou
minoritárias) em empreendimentos do gênero, na América Latina e Europa, especialmente. Sendo
assim, tornava-se difícil manter 100% ‘nacionalizadas’ tais empresas. Os parágrafos 3º, 4º. e 5º.
introduzidos no artigo 222, acrescidos pela emenda supra mencionada., determinam, respectivamente,
que se garanta prioridade aos profissionais brasileiros nas produções nacionais, a regulamentação de
recursos estrangeiros nas empresas e a obrigatoriedade de que as alterações do controle societário das
empresas deverão ser comunicadas ao Congresso Nacional.

O artigo 223 é aquele que determina ser da competência do Poder Executivo a outorga e renovação de
concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens,
observado o princípio da complementaridade dos sistemas privados, público e estatal. A leitura deste
dispositivo e de seus 5 parágrafos reguladores confirma a idéia de que o sistema de comunicação social
no Brasil foi idealizado para funcionar de maneira mista, ou seja, enquanto a comunicação impressa
independe de qualquer autorização, o sistema de rádio e TV necessita de concessão e renovação de
canais (embora os investimentos para tal sejam privados). Ao mesmo tempo, o ente federal pode
conceder e instalar emissoras para si mesmo (caso da rede de TVs educativas, por exemplo). A iniciativa
de conceder canais é do Executivo, por meio do Ministério das Comunicações, cabendo ao Congresso
Nacional apreciar o ato, aprovando-o ou não. As renovações ou cassações também dependem da
manifestação do Congresso Nacional.

No artigo 224 deste capítulo, uma novidade, considerada à época da redação e promulgação da CF do
Brasil como um grande avanço: trata-se da instituição, pelo Congresso Nacional, como órgão auxiliar, do
Conselho de Comunicação Social. A Lei no.8389, de 30/12/1991, instituiu o Conselho e estabeleceu o
regulamento para seu funcionamento (BITELLI, 2001:179-80). A idéia do Conselho existe em poucos
países e parte do pressuposto que, sendo a Comunicação Social algo tão relevante e peculiar, deva
existir um órgão técnico-profissional capaz de supletivar as ações do Congresso Nacional em tal matéria.
Representantes de categorias profissionais e de empresários do setor são eleitos nacionalmente para
integrarem tal Conselho, mas as funções do mesmo ainda carecem de melhor compreensão e maior
divulgação junto à sociedade e aos próprios integrantes das comunidades comunicacionais brasileiras.
Uma novidade recente, foi que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a Lei de Imprensa, uma das
últimas legislações do tempo da ditadura que continuavam em vigor. Os ministros do STF decidiram
tornar sem efeitos a totalidade da lei ao concluírem que ela, que foi editada em 1967, era incompatível
com a democracia e com a atual Constituição Federal. Portanto, inconstitucional. A ação contra a lei
5.250/67 foi ajuizada pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista).

CAPÍTULO VI __________________________________________________________________
DO MEIO AMBIENTE

O capítulo do meio ambiente é considerado um dos mais importantes avanços da Constituição de 1988,
que define o meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito de todos e dá a natureza bem de
uso comum do povo como elemento essencial à qualidade de vida, incumbindo ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Nota-se que é o assunto da moda, principalmente pelas grandes áreas desmatadas no pantanal Mato-
grossense para o cultivo de gado. Onde algumas empresas exigem o certificado de procedências dos
animais para certificarem de que não se trata de animais oriundos de áreas de desmatamentos ilegais.
Cotidianamente reforçado organizações pro meio ambiente.

No art. 225, § 1º, cita as medidas e providências que incubem ao Poder Público tomar para assegurar a
efetividade do direito reconhecido no caput, quais sejam:
“ I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies
e ecossistemas;
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III – definir, em todas as Unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que
comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade.”

A constituição, além desses meios de atuação do Poder Público, impõe condutas preservacionistas a
quantos possam direta ou inderetamente gerar danos ao meio ambiente, exigindo a recuperação do
meio ambiente degradado, segundo especificações técnicas do órgão público competente. Além de que
as usinas que operarem com reator nuclear terá sua localização definida pela união, sem esta não
poderão se instalar. Também há medidas repressivas que exigem a recuperação do meio ambiente
degradado por atividades regulares e especialmente ao sujeitar as condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente a sanções penais e administrativas.

O paráfrago 4º, do mesmo artigo, declara patrimônio nacional a Floresta Amazônica brasileira, a Mata
Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira, não para torná-las
estaticamente preservadas, mas para sua utilização econômica, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais e atendendo condições que preservem o meio ambiente.

Com isso, se discute a tutela da qualidade do meio ambiente, que é o instrumento que protege um valor
maior: a qualidade de vida.

CAPÍTULO VII __________________________________________________________________


DA FAMILIA , DA CRIANÇA ; DO ADOLESCENTE E DO IDOSO

Família : a família, grupo social primário e não constituída apenas pelo casamento, como ocorria no
direito anterior, a constituição equipara a união estável entre homem ou mulher.
Os direitos e deveres são exercidos igualmente sendo que a celebração do casamento civil é gratuito e
no religioso tem efeito civil , nos termos da lei .
O planejamento familiar é livre decisão do casal, ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos
para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou
privadas.
O casamento civil pode ser dissolvido por divórcio após mais de um ano, nos caso previsto em lei, ou
comprovada separação por mais de dois anos.

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE : LEI n.8.069, de 13 de julho de 1990, considere-se


criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e adolescentes aquela entre 12 e 18 anos de
idade.
A família deve assegurar uma série de direitos mencionados no artigo 227 que são, - idade mínima 16
para admissão ao trabalho observado no artigo 7, inciso XXXIII, - garantia de direitos previdenciário e
trabalhistas, garantia de acesso ao trabalhador a escola, garantia de pleno e formal conhecimento
atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por profissional
habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica, obediência aos princípios de brevidade,
quando a aplicação de qualquer medida privativa da liberdade, estímulo do Poder Público, através de
assistência jurídicas, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei.
Proteção às crianças e aos adolescentes, a que prevê que a lei punirá severamente o abuso, a violência
e a exploração sexual da criança e do adolescente, e a que declara serem penalmente inimputáveis os
menores de 18 anos, sujeitos às normas da legislação especial.

Idosos: LEI 10.741, de 1º de outubro de 2003, contém o Estatuto do Idoso.


Considera-se idoso, em geral, a pessoa com idade igual ou superior a 60 anos. O idoso deve ser
amparado pelo Estado, pela família e pela sociedade, tendo assegurada sua participação na
comunidade, com dignidade, bem estar e garantia do direito à vida.
Os filhos tem o dever de amparar e ajudar os pais na velhice, carência ou enfermidade,os programas de
amparo aos idosos serão executadas preferencialmente em seus lares.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Teoria do Estado e Ciência Política. 4. ed., São Paulo:
Saraiva, 1999.
 BOAVENTURA, Edivaldo. A Educação Brasileira e o Direito. Salvador: Editora Ciências
Jurídicas, 1997.
 BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Rio da Janeiro: Campus, 1992.
 BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 10. ed. São Paulo: Malheiros, 2000.
 REALE, Miguel. Questões de Direito. São Paulo: Sugestões Literárias, 1981.
 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 17. ed., rev. e atual. São
Paulo: Malheiros Editores, 2000.
 CARVALHO, Kildare Gonçalves, Direito Constitucional, Editora DelRey
 Regulações da comunicação social na Constituição Federal do Brasil
Sadi Macêdo Sapper, Jornalista, doutor em Ciências da Comunicação, professor adjunto
EBRAPA/UCPel, RS
 Antônio Luiz O. Heberlê Jornalista, doutor em Ciências da Comunicação, professor adjunto
EBRAPA/UCPel, RS
 CONSTITUIÇÃO da República Federativa do Brasil.
 http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,stf-derruba-lei-de-imprensa,363661,0.htm
 Doutrina Jus Navigandi
 CONSTITUIÇÃO da República Federativa do Brasil.
 http://www.previdência.gov.br

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