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FACULDADE EDUCACIONAL DE CORNELIO PROCÓPIO

FACED
2

ECONOMIA II

P/ OS CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO

Prof. FERNANDO ANTONIO SORGI

Cornélio Procópio
2007
DISCIPLINA: TEORIA ECONÔMICA

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

SUMÁRIO

Cap. 10: A Teoria da Produção............................................................................................................2

Cap. 11: A curva da transformação ou das possibilidades de


produção...............................................6

Cap. 12: A lei dos rendimentos decrescentes e dos custos crescentes.................................................8

Cap. 13: Teoria dos custos..................................................................................................................10

Cap. 14: Estruturas de mercado..........................................................................................................15

Cap. 15: Como elaborar preços de venda...........................................................................................18

Cap. 16: Teoria da moeda – Histórico e uso / Funções da moeda......................................................24


3

Cap. 17: Teoria da moeda – Os meios de pagto / Efeito multiplicador da moeda escritural /
Inflação...............................................................................................................................................27

Cap. 18: Política Monetária................................................................................................................30

Cap. 19: Teoria do crescimento e do desenvolvimento econômico...................................................34

Cap. 20: Teoria do desenvolvimento: o crescimento como objetivo básico......................................37

Cap. 21: O empreendedor e o mercado..............................................................................................40

Cap. 22: Formas modernas de associação e concentração de empresas.............................................43

CAPÍTULO 10

TEORIA DA PRODUÇÃO: CARACTERIZAÇÃO DOS RECURSOS

MOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS: O FLUXO DA PRODUÇÃO RESULTANTE

SÍNTESE

- Conceitos básicos:
• Escolha do Processo de produção
• Análise de curto e longo prazo
• Produto total, produtividade média e produtividade marginal
• Economia de escala

- Caracterização dos recursos:


• A população economicamente mobilizável
• Os recursos de capital
• A capacidade tecnológica
• A capacidade empresarial
• As reservas naturais
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- Mobilização dos recursos:
• As categorias de bens e serviços: de consumo; intermediários; de capital
• A promoção do crescimento

COMENTÁRIOS

- CONCEITOS BÁSICOS

A teoria da Produção estuda as relações tecnológicas e físicas, entre a quantidade produzida


de um bem e as quantidades de insumos utilizados na produção do mesmo.

1 – PRODUÇÃO: é o processo pelo qual uma firma transforma os fatores ou recursos de


produção adquiridos em produtos ou serviços para a venda no mercado. Assim, a firma é uma
intermediária: compra insumos, combina-os segundo um processo de produção escolhido e vende
produtos no mercado.

2 – A ESCOLHA DO PRCESSO DE PRODUÇÃO: O processo de produção pode ser ou


mão-de-obra intensiva, ou capital intensivo, ou terra intensivo, dependendo do fator de produção
utilizado em maior quantidade, relativamente aos demais.
A escolha do processo de produção depende de sua eficiência. A eficiência pode ser avaliada
pelo ponto de vista tecnológico ou pelo ponto de vista econômico.

• Eficiência técnica ou tecnológica: entre dois ou mais processos de produção, é aquele que
permite produzir uma mesma quantidade de produto, utilizando menor quantidade física de
fatores de produção.

• Eficiência econômica: entre dois ou mais processos de produção, é aquele que permite
produzir uma mesma quantidade de produto, com menor custo de produção.

- ANÁLISE DE CURTO E LONGO PRAZO NA PRODUÇÃO

Na Teoria Microeconômica, a questão do prazo está definida em termos da existência ou não


de fatores fixos de produção.
Os fatores de produção fixos são aqueles que permanecem inalterados, quando a produção
varia, enquanto os fatores de produção variáveis se alteram, com a variação da quantidade
produzida.

1- ANÁLISE DE CURTO PRAZO: é definida quando se produz com pelo menos um fator
de produção fixo e os demais variáveis.

2- ANÁLISE DE LONGO PRAZO: é definida quando a produção considera que todos os


fatores de produção (mão-de-obra, capital, instalações, matérias-primas, terra) variam.
Ou seja, a longo prazo, não existem fatores fixos de produção.

- CONCEITOS DE PRODUTO TOTAL, PRODUTIVIDADE MÉDIA E MARGINAL

1 – PRODUTO TOTAL (PT): é a quantidade total produzida, em determinado período de


tempo.
PT = q
5
2 – PRODUTIVIDADE MÉDIA (PMe): é a relação entre o total produzido e a quantidade
do fator de produção utilizado , em determinado período de tempo.

Produtividade Média da Mão-de-obra: PMen = PT (é a qtde produzida por trabalhador)


N

Produtividade Média do Capital: PMek = PT


K

3 – PRODUTIVIDADE MARGINAL (PMg): é a variação do produto, dada uma variação


de uma unidade na quantidade do fator de produção, em determinado período de tempo.

Produtividade Marginal de Mão-de-obra: PMgn = ∆ PT = ∆ q


∆ N ∆ N

Produtividade Marginal de Capital: PMgk = ∆ PT = _∆ q_


∆ K ∆ K

- ECONOMIAS DE ESCALA

A longo prazo, interessa analisar as vantagens de desvantagens de a empresa aumentar sua


dimensão, seu tamanho, o que implica demandar mais fatores de produção. Isso introduz o conceito
de rendimentos ou economias de escala.
O que acontece com a produção quando variamos igualmente todos os insumos? (Portanto
estamos falando de longo prazo). Ou seja, o que acontece quando aumentamos o tamanho ou escala
da empresa?

• Economia de escala técnica ou tecnológica: quando a produtividade física varia, com a


variação de todos os fatores de produção.
• Economia de escala pecuniária: quando os custos por unidade produzida variam, com a
variação de todos os fatores de produção.
- CARACTERIZAÇÃO DOS RECURSOS

Toda economia em atividade de produção de dispor de 5 recursos básicos que são


constituídos por bases humanas e patrimoniais. É a interação e mobilização dessas bases que resulta
o processo de produção.

1 – A POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE MOBILIZÁVEL: é representada por um


seguimento da população total, delimitado pela faixa etária apta ao exercício de atividades
produtivas. O estágio de desenvolvimento econômico do país é que determina os limites destas
faixas etárias. Nas economias menos desenvolvidas a idade de acesso às funções produtivas é
acentuadamente mais baixa do que nas economias maduras que possuem alto padrão de
desenvolvimento econômico. De forma geral, o acesso se dá entre 15 e 25 anos, que é justificado
pela variação dos períodos de preparação do indivíduo e pelas diferentes legislações sociais de cada
país. Verifica-se também o período mínimo exigido para aposentadoria.
Portanto existem diferenças internacionais quanto à proporção do seguimento da população
economicamente mobilizável. Isso demonstra enormes variações nas taxas de participação das
faixas etárias pré e pós-produtivas. A média, porém, gira em torno de 40% da população total, faixa
mobilizável à qual compete suportar os encargos sociais de produção de bens e serviços.

2 – OS RECURSOS DE CAPITAL: o estoque de capital da economia é constituído pelo


conjunto de instrumentos e infra-estruturas mobilizados pela população ativa que dão suporte ás
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operações produtivas tornando-as mais eficientes. Desde o arco e flecha até os mais aperfeiçoados
sistemas informatizados, os recursos de capital evoluíram para permitirem o desenvolvimento da
produção em larga escala. O capital é representado pelo heterogêneo conjunto de riquezas
acumuladas à produção de novas riquezas.

3 – A CAPACIDADE TECNOLÓGICA: pode ser considerada como um fator de produção


de natureza qualitativa. É o elo de ligação entre a população economicamente mobilizável e os
recursos de capital. Com a transmissão de conhecimento, a capacidade tecnológica evolui e se
transforma. Os sistemas econômicos exigem um desenvolvimento da tecnologia aplicada devido ao
extraordinário desenvolvimento dos recursos de capital.
Esta capacidade é intimamente ligada á qualificação dos recursos humanos. Aí está a
importância do “saber fazer”.
As nações desenvolvidas contam com bases de recursos de capital acumulado e com
recursos humanos preparados para operar o processo produtivo.

4 – A CAPACIDADE EMPRESARIAL: assim como a tecnológica é uma capacidade de


natureza qualitativa. Trata-se do espírito empreendedor que movimenta, combina e anima os demais
recursos de produção do sistema. Pode ser de caráter privado ou público. Público, quando o Estado
mobiliza os recursos para a produção de formação de infra-estrutura de apoio. Privada ou de livre
iniciativa, quando o empresário ou grupos privados implantam, ampliam e operam seus
empreendimentos econômicos de produção. É o fator energizante do sistema.

5 – AS RESERVAS NATURAIS: é constituído pelo extraordinário conjunto de elementos


da natureza utilizados no processamento primário da produção.

- A MOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS


O emprego dos estoques de recursos, ao nível de cada unidade de produção, dá origem a um
fluxo contínuo de emprego, fornecimento e realimentação, cuja interrupção implica na
desorganização do quadro em que se desenvolvem as atividades dos sistemas econômicos.
Essas atividades se dividem em primárias, secundárias e terciárias.
A) AS CATEGORIAS DE BENS E SERVIÇOS

- Bem: é tudo aquilo capaz de atender uma necessidade humana. Podem ser materiais ou
imateriais.
- Bens livres
- Bens livres são os que existem em abundância na natureza e estão disponíveis para o consumo
de qualquer pessoa, sem que para seu consumo seja necessário qualquer tipo de pagamento.
- Bens econômicos
- Bens econômicos são aqueles que passam por uma avaliação monetária para serem consumidos.
Com exceção do ar, os demais bens não são livres.

Sua classificação se dá em 3 níveis:

- 1 – Bens e serviços de consumo: são os de uso imediatos ou duráveis, destinados ao


atendimento das necessidades da população. É o conjunto de produtos resultantes de atividades
secundárias e terciárias. Os bens de consumo se dividem em bens de consumo final e de
consumo intermediário. Os bens de consumo final são destinados a satisfazer as necessidades
humanas e compõem duas categorias de acordo com o seu tempo de uso. Os bens que duram
vários ciclos são os bens de consumo duráveis, como o automóvel, os eletrodomésticos, os
móveis, etc. Os bens que são consumidos imediatamente com o uso são os de consumo não
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duráveis, como os alimentos, materiais de limpeza e higiene. Há, ainda, os bens semiduráveis,
como o vestuário.

- 2 – Bens e serviços intermediários: são os constituídos por insumos destinados ao


reprocessamento. Esses bens reingressam no aparelho produtivo para serem transformados em
bens capazes de atender as necessidades finais. As sementes, as fibras, os minérios e outros. Os
bens de consumo intermediário são utilizados no processo de produção de outros bens, ou para
serem consumidos passam por outro processo de produção. Estes se dividem em matérias
primas e material de processo. As matérias-primas se incorporam total ou parcialmente ao
produto final. Os materiais de processo são bens auxiliares que entram no processo produtivo
para ajudar na produção, mas terminada sua finalidade são retirados do processo, não se
incorporando ao produto final.

- 3 – Bens de capital: são constituídos por uma categoria especial de bens finais. São bens que
não são destinados ao consumo, mas são considerados terminais em relação ao fluxo de
produção. Ex.: As bases infra-estruturais como ferrovias, portos, hidrelétricas, rodovias,
entrepostos de abastecimento e outros fixos de utilização coletiva. As edificações fabris,
implementos agrícolas, equipamentos industriais e outros. São fontes para o processo de
crescimento econômico.

Existe ainda uma última divisão de bens:

- Bens públicos: Bens públicos são aqueles cujo consumo por uma pessoa não reduz sua
disponibilidade para outros e teoricamente todos têm direito de uso. Ex,: segurança pública,
iluminação pública, estradas, ondas sonoras e sinais de satélites

B) A PROMOÇÃO DO CRESCIMENTO: Quando o crescimento da produção permite que


se amplie o consumo per capta de recursos de capital, estarão concretizando-se uma das pré-
condições para o processo de desenvolvimento econômico e social.

CAPÍTULO 11

A CURVA DA TRANSFORMAÇÃO OU DAS POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

SÍNTESE

- A plena utilização dos recursos


- Os 4 pontos notáveis
- Os deslocamentos das curvas
- Causas dos crescimentos econômicos

COMENTÁRIOS

A curva de possibilidades de produção da Economia é uma função que representa a produção


máxima que se consegue produzir de dois bens com uma dada dotação de fatores, na hipótese de
uso eficiente e capacidade plena de produção.
É, portanto, uma função limite, para a qual deve-se fazer a produção tender,
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As curvas de possibilidades de produção da Economia também podem servir para análise do
estágio de desenvolvimento de um país e de sua vocação natural.
A plena utilização dos recursos de produção pode ser mostrada através de um gráfico.
Vamos considerar uma economia hipotética: país = A; tempo = 6 anos; produção =
armas/margarina; população = constante; tecnologia = estável; recursos produtivos = totalmente
aproveitados.

GRÁFICO 1

ANOS 1 2 3 4 5 6
ARMAS 750 600 450 300 150 0 Y
MARGARINA 0 140 180 225 240 250 X

750

600 - - - - - - - - - - - - - - - - -

450 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

300 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

150 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

0 50 100 150 200 250 X

Qualquer ponto da curva representa a produção máxima da economia.


Qualquer ponto no interior da curva mostra que existe alguma capacidade ociosa, isto é, pode-
se aumentar ainda mais a produção. Essa curva limita o máximo da produção em estudo.
Só se consegue alterar a curva além da produção possível, se alterarmos as premissas impostas
do país: mais tecnologia, mais mão de obra ou mais recursos naturais, ou seja, mais recursos de
produção de uma forma geral.

Os quatro pontos notáveis das curvas das possibilidades de produção são:

1- Ponto de pleno desemprego: situação representada apenas teoricamente, pois torna-se


necessário pelo menos um mínimo de produção para a simples subsistência.

2- Ponto de operação com capacidade ociosa: representa situação prática muito comum e normal.
Na prática sempre existe uma certa capacidade ociosa. Mesmo que seja para simples reparos
sempre existem máquinas paradas. Nem todos os equipamentos de uma economia estarão
sendo plenamente utilizados em dado momento.

3- Ponto de pleno emprego: representa uma situação ideal, dificilmente alcançado. Um dos
objetivos da política econômica é a manutenção do pleno emprego. Embora o pleno emprego
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seja um dos ideais mais significativos, seu alcance parece impossível, a não ser em situações
extremas, como os períodos de guerra, quando são mobilizadas todas as forças de combate e
suas retaguardas de produção.

4- Ponto que representa um nível impossível de produção. Só se alcança esse ponto em períodos
futuros, desde que ocorram deslocamentos positivos da curva de possibilidades
preestabelecida.

Ao longo do tempo as curvas de possibilidades de produção sofreram sensíveis deslocamentos


positivos.
Os deslocamentos positivos das curvas decorrem da expansão ou melhoria dos recursos
disponíveis.
Esse deslocamento positivo das fronteiras de produção da economia se deve a um conjunto de
fatores interdependentes:
É necessário que a população aumente e que sejam adequadamente treinados para o exercício
de funções produtivas. Também é preciso que os recursos de capital (edificações, equipamentos e
instrumentos de produção) e a infra-estrutura básica (ferrovias, portos, hidrelétricas) registrem
acréscimos. As reservas naturais devem também suportar o aumento das pressões. E finalmente
ocorrer a melhoria da capacidade tecnológica da economia.
Inversamente, também podem as curvas sofrer deslocamentos negativos, que ocorrem durante as
guerras, as pestes, as geadas.
O processo de expansão dos recursos de produção preexistente é chamado de acumulação.
Embora as economias desenvolvidas produzam bens supérfluos e de luxo em altos níveis, seus
investimentos básicos e em infra-estrutura (processo de acumulação) tendem a ser altos,
expandindo-se cada vez mais em suas capacidades operacionais, Essas são causas fundamentais dos
círculos viciosos da afluência econômica.

CAPÍTULO 12

A LEI DOS RENDIMENTOS DECRESCENTES – LEI DOS CUSTOS CRESCENTES

SÍNTESE

- Enunciado
- Relação c/ a curva das possibilidades de produção
- Demonstração numérica dos efeitos dessa lei
- Restrições ou exceções
- Efeitos da lei sobre a curva das possibilidades

COMENTÁRIOS
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Enunciado: “Variando-se um ou dois fatores de produção, mantendo-se fixos os demais
fatores, em um determinado período de tempo, haverá um decréscimo na variação de produção
(possibilidade marginal), podendo inclusive tornar-se nula”.
A lei dos rendimentos decrescentes está intimamente relacionada com os deslocamentos das
curvas de possibilidades de produção.
Como já vimos, para que ocorra a expansão das possibilidades de produção, deve-se haver
um aumento de todos os recursos de produção envolvidos.
Quando o suprimento de um dos recursos não se altera, permanecendo fixo ao longo de um
período produtivo, não ocorrerão deslocamentos constantes, mas sim decrescentes.
Quando se fixa um recurso de produção, pode-se dificultar a expansão normal das fronteiras
de produção do sistema.
Fixemos recursos naturais e daremos doses variáveis dos recursos trabalho e capital

________________________________________________________________________________
periodo recursos variáveis recursos fixos possibilidades possibilidades
de produção marginais
produtivo trabalho capital naturais máxima de produção
1 2 3 X Y /\ X /\ Y
t0 30 10 200 150 450 - -
t1 34 18 200 189 567 39 117
t2 38 26 200 221 663 32 96
t3 42 34 200 244 729 23 66
t4 46 42 200 255 762 11 33
t5 50 50 200 255 762 0 0

Suponhamos que a economia do exemplo tenha mobilizado em regime de pleno emprego 30


milhões de trabalhadores(1), 200 mil Km2 de terra(3) e recursos de capital avaliados em 10 bilhões
de unidades monetárias(2) para se produzir X e Y.
Se houvesse um maior suprimento de recursos humanos e de capital, porém fixando-se
recursos naturais, o que ocorreria com os níveis totais e marginais de produção?
Certamente os resultados iniciais seriam animadores, pois os níveis de produção registrariam
acréscimos compensadores. Porém com o passar do tempo, os acréscimos tornam-se cada vez
menos expressivos até que no período t5, não se obteve nenhum acréscimo nas possibilidades de
produção da economia.(Ex.: PIT STOP p/ troca de pneus na F1).
A lei dos rendimentos decrescentes resulta da variação de parte dos fatores de produção, com
manutenção de um deles em doses fixas,
Essa lei está sujeita a restrições ou exceções.
Em escala macroeconômica, a ocorrência ou não do decréscimo de rendimento, depende das
formas de combinações dos recursos ou fatores de produção e das modificações tecnológicas que o
sistema possa vir a absorver. Uma melhor combinação de fatores ou uma sensível melhoria nos
níveis de tecnologia podem produzir em períodos sucessivos, rendimentos constantes e até
crescentes, mesmo fixando-se um dos fatores usados.

Po P1 > P1 P2 > P2 P3

Os acréscimos nas possibilidades de produção, tornam-se


cada vez menores quando se fixa um dos recursos, provo-
cando rendimentos decrescentes.
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- A LEI DOS CUSTOS CRESCENTES.

Enunciado: “Quando um sistema de produção de uma economia opera ä níveis de pleno


emprego, a obtenção de quantidades adicionais de determinado produto implica na redução das
quantidades de outro produto; mesmo com redução constante do produto sacrificado, serão obtidas
quantidades adicionais cada vez menores do produto que se decidiu aumentar a produção. Isso
devido a progressiva inflexibilidade dos recursos de produção disponíveis em uso.
Nesse fenômeno, não estamos supondo qualquer variação de recursos, pois esses
permanecem inalterados. O que se altera é a destinação que se dá a eles nas diversas alternativas de
produção. Ex.:

________________________________________________________________________________
ALTERNATIVAS PARA CANALIZAÇÃO DOS RECURSOS
________________________________________________________________________________
PRODUÇÃO EM MILHÕES DE UNIDADES POR ANO
ALTERNATIVA PRODUTO X PRODUTO Y PROD. MARG. DE Y
A 250 0 -----
B 200 250 250
C 150 450 200
D 100 600 150
E 50 700 100
F 0 750 50

Essa lei demonstra que certos recursos (humanos, de capital e naturais) que apresentam
elevada produtividade para certa classe de produtos, poderão não se adaptar à produção de outra
classe.
Os custos sociais crescem quando se transfere recursos de produção de um produto para outro
sem que haja a perfeita adaptação dos mesmos.
Ex.: Na alternativa B, houve um custo de 50 unidades do produto X para se produzir 250 do
Y, mas já na alternativa E, com o mesmo custo de 50 unidades de X só se conseguiu um acréscimo
de 100 unidades de Y.
Ex.: Agricultura e pecuária

CAPÍTULO 13

TEORIA DOS CUSTOS.

SÍNTESE

- Custos econômicos
- Custos fixos e variáveis
- Custos médios e marginais

COMENTÁRIOS

- Definição: Custo é o sacrifício necessário para produzir um bem ou serviço. Quando o


custo se traduz em desembolso, chama-se despesa ou gasto.
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- Tipos de custos:

- Custos sociais e custos alternativos: Há tipos de custos que a sociedade incorre no


processo produtivo, mas que não traduzem em desembolso para a empresa. São os chamados custos
sociais. Os mais comuns são: poluição sonora, dos rios, e da atmosfera. Existem também os custos
que representam o sacrifício que a empresa faz para produzir um bem ao usar os fatores produtivos,
deixando de produzir com eles outro bem, que daria alguma receita alternativa. Esses custos se
chamam alternativos e são estimados pela receita líquida que a empresa deixa de auferir na segunda
atividade mais rendosa. Esses custos não representam despesa no processo produtivo, mas devem
ser considerados como alternativa para avaliação do investimento.

- Custos econômicos ou de oportunidade: Os custos econômicos para a produção de um


bem, constituem-se das alternativas das quais precisamos desistir a fim de produzirmos o bem.
Custo de oportunidade é a alternativa mais valorizada que as pessoas sacrificam como
conseqüência de suas decisões. O conceito de custo de oportunidade implica a realização de uma
troca. Obter mais de um bem significa obter menos de outro.
Por exemplo: Para produzirmos trigo, precisamos desistir da produção de milho, tomate ou
aveia. As alternativas perdidas ou as oportunidades sacrificadas constituem os verdadeiros custos
econômicos necessários para iniciarmos uma atividade. A isso chamamos de "custos de
oportunidade”.
Precisamos estimar os custos implícitos para a utilização dos recursos. Uma estimativa de
custo implícito para a utilização de um recurso econômico envolve uma avaliação de todos os usos
alternativos aos quais se presta este recurso. A melhor alternativa possível constitui o verdadeiro
custo de utilização deste recurso.
Exemplo: Se você trabalha em sua própria fazenda, geralmente você não paga a si mesmo
um salário explícito. Em vez disso, você fica com o que sobra depois de pagar todos os outros
custos. Mas qual é o custo econômico para o seu trabalho na fazenda? Depende das alternativas de
que você desiste para trabalhar na fazenda. Se o melhor emprego externo que você poderia obter
fosse em uma loja ganhando um salário de R$ 5.000,00 por ano, este seria o custo implícito pelo
seu trabalho na fazenda. Mas, se você tem uma pós-graduação, suas alternativas perdidas podem
girar em torno de R$ 25.000,00 ou mais, por ano, sendo esse seu custo implícito por trabalhar na
fazenda.
No caso de pagamentos monetários, os custos de oportunidade encontram-se explicitamente
estabelecidos.
- Procedimento padrão para calcular o custo de oportunidade por unidade para uma
curva de possibilidades de produção:
1. Comece com qualquer aumento na produção de um bem e suponha que esse
seja o ganho.
2. Meça a perda (a redução da produção do outro bem necessária para ter esse
ganho).
3. O custo de oportunidade por unidade do bem ganho é a perda dividida pelo
ganho.
Exemplo: Medindo o custo de oportunidade
Problema: O carpinteiro leva atualmente uma hora para fabricar cadeiras e três horas para
produzir bancos. Qual o custo de oportunidade por cadeira se ele usar mais uma hora nas
cadeiras (supondo-se que ele ainda trabalhe apenas quatro horas)? Qual o valor monetário
desse custo de oportunidade se o preço do banco é R$ 12,00? E se o preço da cadeira é R$
25,00, quantas horas devem ser dedicadas a sua produção?
Solução: Trabalhando uma segunda hora nas cadeiras, são feitas mais 3 cadeiras, porém
menos 4 bancos. Portanto, o custo de oportunidade por cadeira na segunda hora é de 4/3 de
um banco. Em termos monetários, são R$ 16,00 (4/3 x R$ 12,00). Ou seja, na segunda hora,
para cada cadeira o carpinteiro deixa de produzir 4/3 de um banco. O custo monetário de
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oportunidade por cadeira numa terceira hora dedicada a produção de cadeiras é de R$ 36,00
(3 x R$ 12,00) e numa quarta hora, R$ 96,00 (8 x R$ 12,00). O operário deve dedicar duas
horas para a produção de cadeiras; acima disso, inclusive na segunda hora, cada cadeira
acrescenta mais R$ 25,00 do que se perde. Mas o custo de oportunidade por cadeira durante
a terceira e quarta horas (R$ 36,00 e R$ 96,00) excede o ganho de R$ 25,00 da produção de
cadeiras. Essas horas serão mais bem empregadas na produção de bancos.

- Custos reais da empresa: São aqueles que se traduzem em desembolso e compõem a


planilha de custos dos produtos gerados pela empresa.

- CUSTOS FIXOS: Por custo fixo se entende os custos da empresa que não dependem, no
curto prazo, da quantidade de produção. São custos de seguro, aluguéis, administração, etc.
Com os programas de contenção de despesa, o elemento de custos mais visado é o fixo. É
nele que geralmente aparecem as gorduras. Além disso, os custos fixos podem, muitas vezes, ser
reduzidos sem que a produção seja afetada.
Vários fatores de produção desempenham papeis importantes no sistema produtivo.
No exemplo do plantio de determinado cereal temos: a terra utilizada, o fertilizante, os grãos
de semente, o maquinário, a mão de obra, etc.
Nem todos os recursos podem ser ajustados instantaneamente. Alguns recursos são fixados
por um certo período de tempo. Por exemplo, fixar um contrato de cinco anos para arrendamento de
terra, ou um pagamento total fixo de impostos.
Recursos fixos não variam conforme a percentagem de produção.
Dois períodos se distinguem: o longo prazo, onde todos os recursos são variáveis; e o curto
prazo, onde alguns dos recursos são fixos.

- CUSTOS VARIÁVEIS: São os que variam proporcionalmente com a quantidade


produzida. Representam uma proporção fixa dos custos finais de produção.
No gráfico a seguir, mostramos uma curva de custo total, que é decomposta em uma curva
de custo variável onde mostra todos os custos que variam conforme o percentual de produção e em
outra curva de custo fixo, que mostra os custos constantes.

- CUSTOS SEMIVARIÁVEIS: Esta é uma categoria intermediária entre os custos fixos e


os variáveis. São custos que variam, mas não proporcionalmente com a produção. Geralmente
variam em escala.
- CUSTO TOTAL: A função de custo total é formada pela soma dos custos fixos e dos
custos variáveis: CT = CF + CV.

CUSTO custo total


90
80
70 custo variável
60
50
40
30
20
10 ------------------------------------------ custo fixo
14
0 1 2 3 4 5 6 7 8 QUANT. PRODUZ.

- CUSTOS MÉDIOS
- Custo fixo médio: É o custo fixo dividido pela quantidade produzida: CFM =
CF/QP.
A função de custo fixo médio é sempre decrescente, pois o numerador é fixo enquanto o
denominador varia.
- Custo variável médio: É o custo variável dividido pela quantidade produzida: CVMe
= CV/QP.

- Custo total médio: Essa função é normalmente chamada de custo médio. O custo médio
pode ser obtido através da divisão do custo total de produção pela quantidade produzida que
corresponde ao custo unitário de produção: CMe = CT / Q

- CUSTO MARGINAL:
O custo marginal é a variação no custo total ou os custos adicionais para a produção de uma
unidade a mais. São os incentivos pelos quais o custo total aumenta ao se aumentar a produção em
uma unidade. Por exemplo, o custo total para se produzir 4 ton. de trigo é R$ 120,00 e o custo total
de 5 ton. é R$ 150,00. Assim o custo marginal é de R$ 30,00. O custo marginal é o custo da última
unidade produzida. Se esse custo estiver acima do custo médio, este cresce. Se estiver abaixo, este
decresce.
Quando os custos marginais são decrescentes, demonstra-se que existe especialização
crescente, enquanto que custos marginais crescentes são provocados por rendimentos decrescentes
dos fatores.
A curva de custo médio mostra o custo de produção por unidade, a curva de custo marginal
mostra o custo para a produção da última unidade adicional produzida.
Há uma relação geométrica entre custo médio e marginal. Quando os custos marginais estão
abaixo do custo médio, isto é, o custo de produção de uma unidade adicional é menor que o custo
médio para a produção das unidades anteriores, o custo médio cairá. Quando o custo marginal está
acima do custo médio, a curva de custo médio aumentará. Devido a esta relação a curva de custo
marginal sempre interceptará a curva de custo médio no ponto mínimo da curva.

Preço unitário

Custo marginal
Custo médio

Quantidades

- RECEITA; A recita de uma empresa se define como as quantidades produzidas


multiplicadas pelo preço final do produto. Dentro dessa mesma definição se pode chegar a vários
conceitos de receita, de acordo com o item gerador da receita e com a dedução ou não dos custos.
Assim podemos falar em: receita bruta, recita líquida, recita operacional (quando provém da
atividade da empresa ), recita não operacional (quando gerada por itens que não são da atividade
fim da empresa ).
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- RECEITA MARGINAL: É a variação na receita total devido a produção (ou venda) de


uma unidade a mais de um bem X.

- LUCRO: É a diferença entre a receita e os custos totais de produção. L = R – CT.


Também nos lucros se chega a vários conceitos: lucro bruto, lucro líquido, lucro antes do IR, lucro
depois do IR, lucro unitário, etc. Pode-se demonstrar que o lucro é máximo no ponto onde a receita
marginal é igual ao custo marginal.

Questões para revisão:

1) Os custos da empresa que não dependem, no curto prazo, da quantidade de produção são
chamados de:
a) Custos variáveis
b) Custo médio
c) Custos fixos
d) Custo marginal

2) O que é Custo Marginal de um produto?

3) O que é Custo Médio?

4) Defina Receita e Lucro de uma empresa.

EXERCÍCIOS

1. Uma indústria cerâmica produz pisos para revestimentos em unidades de caixas com 2m2 cada
uma. Para a produção de 100 caixas a indústria gasta R$ 1.100,00. Quando a empresa passou a
produzir 101 caixas, o seu custo total passou a ser de R$ 1.105,00. Determine o valor do custo
unitário para a produção de 100 e para 101 caixas; qual é o custo marginal de produção?
16
2. Uma emprese de Hardware monta mensalmente 250 microcomputadores PIIII e tem um custo
fixo de R$ 32.000,00 e custo variável de R$ 380.500,00. No mês seguinte o gerente de produção
solicitou a montagem de 251 máquinas o que custou para a empresa R$ 412.895,00. Qual é o custo
total para a produção de 250 unidades? Qual é o custo total médio ou unitário de produção para as
duas produções? Qual é o custo variável de produção no caso de 251 máquinas sabendo-se que o
custo fixo permaneceu o mesmo? Qual é o custo marginal de produção?

3. Uma granja de suinocultura que atua apenas na fase de cria e venda de leitões desmamados,
possui 20 matrizes F1 que mantém uma produtividade média por matriz de 10 leitões por parto. O
custo total da granja no ciclo completo que vai da cobertura da matriz até o desmame e venda das
crias é de R$ 3.100,00. Na segunda gestação o administrador da granja adquiriu mais uma matriz F1
o que daria uma produção total de 110 leitões desmamados. Porém o custo total se elevou para R$
3.190,00. Determine o custo marginal de produção, o custo médio para 10 matrizes e para 11
matrizes, e decida qual produção é mais viável.

CAPÍTULO 14

ESTRUTURAS DE MERCADO.

SÍNTESE

- Definição de estrutura de mercado.


- Divisão:
1) Estruturas Clássicas Básicas:
1.1) Monopólio
1.2) Concorrência Perfeita
2) Outras Estruturas Clássicas:
2.1) Concorrência Monopolística.
2.2) Oligopólio
2.3) Monopsônio e Oligopsônio
2.4) Monopólio Bilateral
3) Modelos Marginalistas de Oligopólio:
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3.1) Modelo de Cournot
3.2) Modelo de Sweezy
3.3) Cartel Perfeito
3.4) Modelo de Liderança-preço

COMENTÁRIOS

- Definição: As Estruturas de Mercado são modelos que possuem características de como os


mercados estão organizados. Cada estrutura de mercado destaca aspectos exclusivos da
interação da oferta e da demanda, tais como: tamanho das empresas, diferenciação dos produtos,
transparência do mercado, objetivos dos empresários, o acesso de novas empresas, etc.
- As estruturas básicas se dividem em:
2) Estruturas Clássicas Básicas;
3) Outras estruturas clássicas;
4) Modelos marginalistas de oligopólio.
Em todas as estruturas Clássicas, o mercado é transparente, isto é, todo tem informação perfeita
e os agentes são maximizadores de lucro.

1) Estruturas Clássicas Básicas:


Essas estruturas possuem os dois extremos do mercado: O monopólio e a concorrência
perfeita.

1.1) Monopólio:
Nesse sistema de mercado existe apenas um único produtor que realiza toda a produção do
bem estudado.
As características do monopólio são:
• O setor é constituído de uma única firma;
• A firma produz um produto para o qual não existe substituto próximo;
• Existe concorrência entre os consumidores;
• A curva da receita média é a curva de demanda do mercado.
O monopolista deseja maximizar seus lucros, portanto como ocorrerá esse equilíbrio? Ele
deve ajustar o seu nível de produção até o ponto em que a receita marginal é igual ao custo
marginal. Ou seja, enquanto o aumento na receita total (receita marginal) for maior que o
aumento no custo total (custo marginal), será interessante aumentar o nível de produção,
pois seu lucro total estará aumentando. Mas como a receita marginal é decrescente e o custo
marginal é crescente, no ponto em que os dois se igualam temos o ponto de lucro máximo.
Na estrutura de mercado monopolista, a firma é única, sem a entrada de novas firmas, o que
chamamos de impermeabilidade do mercado.
Diversos fatores influenciam na manutenção do monopólio, o que representa barreiras ao
acesso de novas firmas. São eles:
a) Dimensão reduzida do mercado;
b) A existência de patentes;
c) A proteção oferecida por leis governamentais;
d) O controle das fontes de suprimentos de matéria prima para a produção de seu
produto.

Devido à essas vantagens, o monopólio pode auferir lucros maiores que outros setores. Cabe
distinguir lucro normal de lucro extraordinário. Lucro normal ou puro inclui a remuneração
do empresário, seu custo de oportunidade; o lucro extraordinário é resultado dos fatores que
criaram a situação de monopólio que permitem auferir lucros maiores que os normais.
18
1.2) Concorrência Perfeita:
Essa estrutura é uma concepção mais teórica, porque os mercados altamente concorrenciais
apenas se aproximam desse modelo, pois sempre existe algum grau de imperfeição.
O seu conhecimento é importante, pois trata-se de uma estrutura ideal.
Suas características são:
a) Grande número de compradores e vendedores;
b) Produtos homogêneos, isto é, substitutos perfeitos entre si, dessa forma não pode haver
preços diferentes no mercado;
c) Transparência de mercado, isto é, informação completa sobre o preço do produto;
d) Livre mobilidade. Entrada e saída das firmas no mercado é livre, não havendo barreiras.
Nessa hipótese, a firma é incapaz de alterar o preço do produto o que implica na curva da
demanda do produto ser perfeitamente elástica, (horizontal). Nesse sistema a firma só fixa a
quantidade de produto a ser vendida, pois o preço é fixado pelo mercado.
No equilíbrio de longo prazo, o retorno obtido pela firma é apenas suficiente para remunerar
o capital e o risco do empresário, ou seja, as firmas auferem apenas lucros normais.

2) Outras Estruturas Clássicas:

2.1) Concorrência Monopolística:


Também conhecida como concorrência imperfeita, apresenta elevado número de empresas.
Caracteriza-se por produzirem produtos diferenciados, embora substitutos próximos como
diferentes marcas de cigarro, sabonete ou refrigerante.
Trata-se de estrutura mais próxima da realidade. Nesse sistema, cada firma tem determinado
poder sobre a fixação de preços.
A diferenciação dos produtos se da por características físicas, pela embalagem, ou pela
promoção de vendas.
Não existem barreiras ao mercado, portanto é permeável, o que significa, em longo prazo,
tendência para a existência de lucros normais (receita total=custo total).
2.2) Oligopólio:
Estrutura que prevalece no ocidente, na indústria, no transporte, no setor químico e
siderúrgico, etc.
Caracteriza-se pela existência de reduzido número de produtores e vendedores fabricando bens
que são substitutos próximos entre si. Ou seja, esses produtos têm alta elasticidade cruzada.
2.3) Monopsônio e Oligopsônio:
O monopsônio caracteriza-se pela existência de muitos vendedores e um único comprador.
Ex.: mercado de trabalho.
O Oligopsônio é o mercado em que existem poucos compradores, que dominam o mercado, e
muitos vendedores.
2.5) Monopólio Bilateral:
Defrontam-se um monopolista e um monopsonista. Tipicamente os preços oferecidos pelos
monopolistas não são aceitos pelos monopsonistas. O equilíbrio se dá pelo poder de
negociação de ambos.

3) Modelos Marginalistas de Oligopólio:

3.1) Modelo de Cournot:


É um Modelo de duopólio (duas empresas produtoras no mercado), e mostra como as
empresas são dependentes da ação de outras no oligopólio.
3.2) O modelo de Sueezy:
Também conhecido como modelo de demanda quebrada. A curva de demanda é elástica
para preços acima do PE. E inelástica para preços abaixo do PE. Por isso os preços dos
oligopólios são estáveis, mesmo quando os custos mudam.
19
A explicação para essa curva quebrada, é que se um oligopolista aumenta preços, não seria
acompanhado pelos demais. E o inverso demonstra que se um deles baixar preços para
conquistar mercado, provocarão reação idêntica dos demais. Daí a estabilidade nos preços.
3.3) O cartel perfeito:
Cartel é uma organização de produtores dentro de um setor que determina políticas de
preços para todas as empresa que o compõem. O cartel perfeito é um oligopólio que reconhece a
sua interdependência, se unem, e maximizam seus lucros.
3.4) Modelo de liderança-preço:
Constitui uma coalizão imperfeita em que as firmas de um setor de oligopólio decidem
tacitamente (sem acordo formal) estabelecer o mesmo preço, aceitando a liderança de uma firma
da indústria.

1 POUCOS MUITOS
VENDEDOR VENDEDORES VENDEDORES
1 MONOPÓLIO QUASE MONOPSÔNIO
COMPRADOR BILATERAL MONOPSÔNIO
POUCOS QUASE OLIGOPÓLIO OLIGOPSÔNIO
COMPRADORES MONOPÓLIO BILATERAL
MUITOS MONOPÓLIO OLIGOPÓLIO CONCORRÊNCIA
COMPRADORES PERFEITA

4) Questões para revisão:

1) No modelo de mercado onde se caracteriza a oferta com poucos vendedores e a demanda com
muitos compradores qual estrutura é definida?
a) Monopólio
b) Oligopólio bilateral
c) Oligopólio
d) Concorrência perfeita

CAPÍTULO 16

COMO ELABORAR PREÇOS DE VENDA

SÍNTESE

• Formação do preço de venda


- Custos fixos e variáveis
- Margem de contribuição
- Preço de venda e adequado

• Ponto de equilíbrio
- PEO: ponto de equilíbrio operacional
- PEE: ponto de equilíbrio econômico
- PEF: ponto de equilíbrio financeiro
20
COMENTÁRIOS

Introdução

Este capítulo será dedicado a tópicos, como formação do preço de venda de mercadorias,
apuração de resultados de uma empresa e determinação do ponto de equilíbrio. Esses assuntos são
importantes porque o domínio deles ajuda a definir pontos essenciais, como preço de venda de
produtos, auxilia a determinar metas de vendas para a empresa obter lucro, facilita o controle dos
resultados obtidos e ajuda a verificar se as estratégias adotadas estão sendo eficazes ou têm que ser
revistas.

Formação do preço de vendas

Para calcular adequadamente o preço de um produto, um empreendedor precisa conhecer


alguns conceitos importantes:

Custos fixos e custos variáveis:


Assunto já abordado em capítulos anteriores.

Margem de contribuição:
Margem de contribuição é a diferença entre o valor arrecadado com vendas e os custos
variáveis, ou seja, é quanto sobra do total de vendas da empresa para contribuir com o pagamento
de seus custos fixos e, se possível, gerar lucro.
Ex.: Num determinado mês, uma loja vende R$ 1.200,00 e tem custos variáveis de R$
400,00 e custos fixos de R$ 500,00. A margem de contribuição é de R$ 800,00 (R$ 1.200,00 menos
R$ 400,00). Isso significa que, da receita total da empresa, sobraram R$ 800,00 para pagar os custos
fixos.
Pode-se calcular também a margem de contribuição unitária que corresponde à margem de
contribuição dividida pela quantidade produzida ou vendida.

Preço de venda x preço adequado:


O preço de venda de uma mercadoria pode ser estimado basicamente de duas formas: por
comparação com o preço praticado pelo mercado e com o uso de equações. Quando o preço de uma
mercadoria é calculado por intermédio de equações, vários são os métodos possíveis. O que será
apresentado aqui fornece o preço de venda de forma que os impostos recolhidos, a comissão paga
ao vendedor e a margem percentual desejada sobre o preço de venda já estejam embutidos no
cálculo.

A equação relacionada ao método citado é:

Preço de compra
Preço de venda = -------------------------------------------------------------------
1 – (% de impostos + % de comissão + % margem)

Uma outra maneira de se formar preço de venda de uma mercadoria é apresentado a seguir:

Uma empresa paga mensalmente parcelas de R$ 600,00 para amortizar um financiamento


que realizou. Além disso, deseja obter um lucro de R$ 2.400,00 no mesmo período. Determine qual
21
deve ser o faturamento mensal e o preço de venda de seu produto único para que a empresa atinja
seus objetivos, sabendo que seus custos mensais são: R$ 1.000,00 de salários para pessoal da
administração, R$ 700,00 de aluguel, R$ 7.300,00 de compra de 200 unidades do produto (R$ 36,00
por unidade), 15% de comissão de vendas e 25% de impostos.
Para resolver este problema siga as etapas à seguir:

a) Some todos os valores dados em reais (normalmente eles correspondem aos custos fixos,
aquisição dos produtos, amortizações e lucro pretendido). = R$ 12.000,00
b) Some todos os valores dados em percentuais (normalmente representam os custos
variáveis da empresa) e calcule a diferença para 100%. = 60%
c) Divida o resultado de (a) pelo resultado de (b). O valor encontrado é o faturamento que
a empresa deve ter para atingir seus objetivos determinados. = R$ 20.000,00
d) Para encontrar o preço de venda unitário, divida o faturamento encontrado no item c pela
quantidade de produtos vendidos ou comprados. = R$ 100,00/unidade.

Exercício

Uma empresa compra em determinado produto pelo preço de R$ 60,00. As alíquotas de


impostos (ICMS, ISS, IPI, PIS e COFINS) totalizam 25%, a comissão sobre as vendas é de 5% e a
empresa deseja obter uma margem de 10% sobre o preço de venda.
Os custos mensais da empresa são:
• Salários: R$ 800,00
• Aluguel: R$ 600,00
• Água, luz e telefone: R$ 400,00
• Pró labore: R$ 200,00
Sabendo-se que a empresa vendeu 300 unidades do produto no mês de setembro e que não
está sendo prevista a recuperação de ICM sobre as compras, responda as seguintes perguntas:

Qual o custo fixo da empresa?

________________________________________________________________________________

Qual o preço de venda do produto?

Qual o custo variável da empresa no mês?

________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

Qual a margem de contribuição total do produto?

________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

Qual a margem de contribuição unitária do produto?

________________________________________________________________________________
22
A empresa teve lucro ou prejuízo neste mês?

________________________________________________________________________________

Ponto de Equilíbrio
O ponto de equilíbrio é o volume de vendas capaz de fazer uma empresa alcançar as metas
financeiras estabelecidas.

Ponto de equilíbrio operacional:


É o volume de vendas que corresponde lucro zero.

Ponto de equilíbrio custos fixos


Operacional = ---------------------------------------------------
Margem de contribuição unitária

Ponto de equilíbrio econômico:


O PEE calcula qual deve ser o volume de vendas para se alcançar um lucro previamente
estabelecido.

Ponto de equilíbrio custo fixo + lucro planejado


Econômico = ---------------------------------------------------
Margem de contribuição unitária

Ponto de equilíbrio financeiro:


Descobre qual o volume de vendas de uma empresa para que se consiga pagar seus custos
fixos e variáveis, gerar lucro esperado e ainda saldar parcelas de financiamento.

Ponto de equilíbrio custo fixo + lucro esperado + financiamento


Financeiro = ------------------------------------------------------------
Margem de contribuição unitária

Exercício:

Uma empresa compra um produto pelo preço de R$ 180,00. As alíquotas de impostos


totalizam 20%, a comissão sobre vendas é de 5% e a empresa deseja obter uma margem de 15%
sobre o preço de venda.
Os custos mensais são:
• Salários: R$ 5.200,00
23
• Aluguel: R$ 900,00
• Água, luz e telefone: R$ 1.300,00
• Outros: R$ 700,00

Qual é o custo fixo da empresa?

________________________________________________________________________________

Qual o preço de venda do produto?

________________________________________________________________________________

Qual o custo variável unitário da empresa?

____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

Qual a margem de contribuição unitária do produto?

________________________________________________________________________________

Qual é o ponto de equilíbrio operacional?

________________________________________________________________________________

Qual o ponto de equilíbrio econômico para um lucro de R$ 3.600,00?

________________________________________________________________________________
Qual o ponto de equilíbrio financeiro para um lucro de R$ 4.500,00 e uma amortização de
financiamento de R$ 900,00?

________________________________________________________________________________

Questões para revisão:

1 – Uma empresa compra um determinado produto pelo preço de R$ 150,00, As alíquotas de


impostos (ICM, ISS, IPI, PIS e Cofins) totalizam 20%. A comissão sobre as vendas é de 5%. A
empresa deseja obter uma margem de 15% sobre o preço de venda.
Os custos mensais são:
• Salários: R$ 5.000,00
• Aluguel: R$ 1.000,00
• Água, luz e telefone: R$ 1.100,00
• Pró-labore: R$ 300,00
24
Sabendo-se que a empresa vendeu 100 unidades do produto no mês, responda as seguintes
perguntas:

Qual é o custo fixo da empresa?


R.:

Qual é o preço de venda do produto?


R.:

Qual é o custo variável da empresa?


R

Qual é a margem de contribuição total e a margem unitária do produto?


R

A empresa teve lucro ou prejuízo neste período?


R

Quantas unidades do seu produto a empresa precisa vender para não ter lucro nem prejuízo (ponto
de equilíbrio)? DICA: para este cálculo considere a margem de contribuição unitária.
R.

FÓRMULAS

PV = _________________PC__________________ CV = PC + COM s/V + IMP s/V


1 – (% de imp.+ % de com. + % de margem)

MCt = Rt – CVt Mcu = MCt / QV L = MCt – CF PEO = CF / MCu


25

CAPÍTULO 16

TEORIA DA MOEDA: HISTÓRICO E USO / FUNÇÕES DA MOEDA

SÍNTESE

- Histórico e uso:
- Da auto suficiência à formação de mercados.
- A divisão do trabalho e o sistema de trocas.
- O escambo:
• Eficiência aparente.
• Complexidade real.
- O aparecimento da moeda:
• A mercadoria moeda:
# O valor não constante
# A indivisibilidade
# A perecibilidade
• O metalismo:
26
# Época # Raridade
# Durabilidade # Divisibilidade
# Homogeneidade # Praticidade
• A moeda papel:
# Um substitutivo
# O lastro verdadeiro
• O papel moeda:
# Lastro não verdadeiro
# A garantia governamental
• A moeda escritural:
# Praticidade
# Segurança
- Funções:
• Instrumento de troca.
• Instrumento para atribuir valores.
• Instrumento de encaixe / reserva de valores.
• Liquidez constante.

COMENTÁRIOS

- Histórico e uso:

- Desde os homens primitivos, o indivíduo era auto suficiente. Ex. ele necessitava de alimentos,
ele mesmo caçava para comer. Na medida em que o ser humano evoluiu, acontece a divisão do
trabalho em grupos humanos. Cada grupo cuida da produção de um tipo de mercadoria. Daí o
ser humano cria a necessidade de um sistema de trocas entre eles. Um troca alimentos com
quem produz roupas, por exemplo. O sistema de trocas também evoluiu. Ele se torna mais
intenso, isto é, mais pessoas e um volume maior de mercadorias começam a circular no
mercado. Muita gente trocando bens e serviços.
- Esse primeiro estágio de trocas, em economia chama-se ESCAMBO. Naquela época, as
necessidades eram satisfeitas pelo escambo.
- A eficiência do escambo é simplesmente aparente. Por ex.: Um sujeito tem uma galinha, outro
tem coelhos. Acontece que o primeiro quer comprar cabras e não coelhos. Portanto surge a
necessidade de um terceiro que tenha cabras para trocar por coelhos para que aí o segundo agora
com as cabras, troque com o primeiro pela galinha. O sujeito da galinha quer trocar, porém o
segundo nega, pois acha que a galinha não tem valor, e sua cabra vale cinco galinhas. Daí a
técnica do escambo começou a ir mal, pois apareceu o “VALOR’”.
- Precisavam de algo para resolver o problema.
1o ela tinha que ser de aceitação universal
2o ela precisava ter um valor raro, isto é, não podia ser encontrada em qualquer lugar.
Essas eram as características.
- Aí apareceu a moeda
- Logo utilizaram mercadorias como moedas. Ex.: o sal, a cerveja, etc. A mais utilizada foi
amoeda gado bovino. Ela deveria ter aceitação universal e tinha, pois poderia ser utilizada como
tração ou alimento. Ela atendia um certo padrão de raridade. Antigamente poucos criavam
animais. Depois de algum tempo o homem deixou de utilizar a mercadoria moeda.
- O valor dessa merc-moeda, não era constante. Existia maior valor entre o animal mais novo e o
mais velho.
- Ela não era indivisível, pois um saco de arroz poderia valer meio boi e isso não era possível.
- Ela era também perecível, pois os animais morreriam.
27
- O homem precisaria de outra coisa que não possuía esses três problemas anteriores. Daí o
homem utilizou vários metais para fazer moeda. Ferro, cobre, prata, ouro. As primeiras moedas
eram de ferro (séc VIII ª C.) na região da Grécia. Era bem melhor que a merc-moeda. As
vantagens eram:
• Padrão de raridade: ela era trabalhada em metal.
• Durabilidade: ela era muito mais durável que a mercadoria moeda.
• Divisível: haviam valores divididos.
• Homogeneidade: entre sí elas eram semelhantes, e fáceis de serem identificadas.
• Praticidade: elas eram bem mais práticas que as merc-moedas. Ex.: transporte da
moeda.
- Os metais foram dando lugar a outros metais, pela raridade e pela durabilidade. Durante algum
tempo, utilizou-se moedas de ouro e prata simultaneamente. Nota-se bem essa fase na região
dos EUA. Às vezes a prata valia mais que o ouro e vice-versa, dependendo da época de raridade
de uma ou outra. Mais tarde verificou-se que o ouro era mais difícil de ser trabalhado, daí usou-
se apenas o ouro para a moeda.
- Por volta da idade média na Europa notou-se que as pessoas circulavam com as moedas e
corriam o risco de serem assaltadas. Daí uma pessoa manteve em guarda as moedas de várias
outras. Em troca ela dava aos donos das moedas, um documento que mostrava que o sujeito
possuía as moedas em guarda de outra, em casas de custódia. Foi quando surgiu o moeda-papel
para a comercialização. Geralmente os que guardavam as moedas eram ourives, que cobravam
para guardar as moedas dos outros. Isso mostra como nasceu a atividade bancária, e a maioria
desses indivíduos eram judeus.
- Os donos das casas de custódia notaram que o número de pessoas que depositavam era muito
maior que o número de pessoas que retiravam a moeda. Portanto eles colocavam na praça outro
papel diferente que não tinha o mesmo lastro verdadeiro da moeda-papel, e esse novo chamava-
se papel-moeda. O sistema entrou em pane, pois o papel-moeda, não tinha um lastro verdadeiro.
Precisou-se de garantias governamentais, sobre o valor do papel-moeda, mas em troca, o
governo exige a emissão exclusiva do papel-moeda. Assim sendo, os papéis que passariam a
circular é o chamado hoje de dinheiro. Ele não tem seu lastro correspondente, pois havia a
garantia do governo.
- Daí surge a moeda-escritural quando alguém deposita o papel-moeda nas casas bancárias. Esses
podiam ser cheque, cartões de crédito, etc. O papel-moeda deixa de circular e da espaço para a
moeda-escritural. Era mais prático e seguro. Essas eram as razões para uma maior circulação,
principalmente nas compras de maior valor.

- Funções da moeda:

1. Instrumento de troca: a moeda é portadora de todas as opções. O indivíduo pode escolher bens
ou serviços quando possui dinheiro. A moeda tem aceitação universal.
2. Atribuição de valor: Os bens e serviços têm valor com base nas moedas.
3. Instrumento de encaixe: encaixe significa a reserva, a guarda. Os motivos de encaixe são: a)
transação: para se comprar algo; b) precaução: para se prevenir o futuro; c) especulação: para
ganhos no mercado financeiro.
- Liquidez constante e imediata: poderemos a qualquer momento tornar a moeda em um outro
bem qualquer.
28

CAPÍTULO 17

TEORIA DA MOEDA: OS MEIOS DE PAGAMENTO /


O EFEITO MULTIPLICADOR DA MOEDA ESCRITURAL / INFLAÇÃO.

SÍNTESE

- A composição dos meios de pagamento (M).


• Papel moeda (A)
• Moeda metálica M=A+B
• Moeda escritural } (B)
- Nova emissão: /\ M = /\ A + /\ B
- O efeito multiplicador da moeda escritural.
• O encaixe técnico
• O depósito compulsório:
- Reserva para garantia de liquidez
- Controle do crédito
- Controle dos meios de pagamento
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- A inflação:
• Características básicas: PA > OT
• Condição
• Tipos: pequena; crônica; hiper
• Principais causas:
# Expansão nos meios de pagamento. # Alta nos salários.
# Déficit no orçamento do governo. # Alta nos juros.
# Exportações > Importações # Alta nos aluguéis.
# Pressão tributária total
• Principais consequências.

COMENTÁRIOS

- A composição nos meios de pagamento (M). Os meios de pagamento são constituídos pelo
papel moeda, pelas moedas metálicas e pelos depósitos à vista no sistema bancário. O papel
moeda e as moedas metálicas são denominadas moeda manual. E os depósitos à vista, moeda
escritural. Hoje a moeda escritural representa 80% dos meios de pagamento.

- Efeito multiplicador da moeda escritural: quando se provoca uma variação do papel moeda
através de emissão, a tendência é gerar um volume de moeda escritural bem maior do que seu
volume inicial.
O encaixe técnico ou bancário: é a parcela dos depósitos que os bancos mantém em caixa por
segurança e liquidez de suas atividades para ser atendido os fluxos de retiradas. Esse encaixe
não é obrigatório e gira em torno de 10% dos depósitos e é mensal.
O depósito compulsório: as autoridades monetárias exigem a manutenção desse encaixe sob a
forma de recolhimento compulsório ao Banco Central. Gira em torno de 40% dos depósitos e é
anual.
O depósito compulsório tem 3 finalidades:
1. Garantir a liquidez do sistema financeiro pelo governo.
2. Controlar a massa de crédito oferecida pelos bancos.
3. Controlar os meios de pagamento da economia, pela redução do impacto do efeito
multiplicador da moeda escritural.
A magnitude do efeito multiplicador da moeda escritural varia em função da taxa voluntária de
encaixe técnico e dos depósitos compulsórios. M = A + B.
Nova emissão: o governo joga mais dinheiro em circulação. /\ M = /\ A + /\ B
A = papel moeda + moeda metálica.
B = moeda escritural.
M = meios de pagamento.
B = ET + DC + E /\B = /\ET = /\DC = /\ NE
ET = encaixe técnico.
DC = depósitos compulsório.
E = empréstimos dos bancos.
NE = novos empréstimos.
Com os novos empréstimos, os indivíduos geram consumo e poupança. Esses valores são
determinados à um novo depósito bancário. Como a moeda escritural é determinada pelos
depósitos bancários, isso mostra que a variação da moeda escritural aumenta, daí o efeito
multiplicador dos meios de pagamento da moeda escritural.
K=1/r r = DC + ET
Esse efeito multiplicador em determinado momento cessa, por ser quantitativo.
Evidentemente que quanto menores forem as taxas dos encaixes dos recolhimentos e das
retenções pelo público, tanto maior será a magnitude do efeito multiplicador.
30
O efeito multiplicador é inversamente proporcional à taxa de encaixes, recolhimentos
compulsórios e retenções no mercado.
Ex.: r = 25% K = 1 / 0,25 K=4

- Inflação é a depreciação do valor da moeda ou a redução do poder aquisitivo da mesma. É um


fenômeno de abrangência macroeconômica.
- Sua característica básica é que a procura agregada é maior que a oferta total.
- Condição para haver inflação é a contínua, persistente e generalizada expansão dos preços.
- Tipos:
• Pequena inflação: durante um longo período de tempo (40 anos) os preços teriam um
aumento de 10 à 15%. O governo tem nas mãos o controle do processo inflacionário, neste
caso pode ser um bem para a economia do país.
• Inflação crônica: exige cuidado intenso, pois é uma doença econômica e de difícil controle.
O crescimento dos preços seria em média 80% ao ano durante longo período de tempo.
Precisa haver um acompanhamento diário e constante.
• Híper inflação: neste caso os preços estariam crescendo acima dos 1000% ao ano e o
governo perde o controle do processo inflacionário, porém ela tem um período curto de
duração. Ex.: A Alemanha dos anos 20. 1922 à 1924, os preços ultrapassaram os 3000% ao
ano. Os funcionários exigiram pagamentos dos salários quinzenalmente, depois
semanalmente, diariamente e por fim em mercadorias.

- Principais causas:
• Expansão dos meios de pagamento: o governo emite mais moeda. Há mais dinheiro em
circulação, e a procura agregada se torna maior que a oferta total.
• Déficit no orçamento do governo: as despesas do governo em construções e melhorias, são
maiores que as receitas. As dívidas públicas obrigam o governo a emitir moeda, que elevam
os meios de pagamento sob a rápida propagação do efeito multiplicador da moeda escritural.
• Exportações maiores que as importações: desde que a diferença entre as duas seja
exageradamente grande. A entrada de dinheiro muito maior que a saída, expande os meios
de pagamento, gerando maior procura que os bens ofertados.
• Pressões tributárias totais: nesses casos essa pressão se encontra em seu limite máximo de
tolerância, que não é o suficiente para cobrir os déficits orçamentários, o que obriga o
governo à cobrir a diferença com emissão de dinheiro.
Nestes casos a inflação surgiu pelo aumento de procura o que chamamos inflação de demanda.
Outro caso é a inflação de custos.
- Alta de salários: pressão dos fortes sindicatos pelos aumentos salariais que entram no cálculo
dos custos dos produtos e serviços provocando aumento nos preços, que exigem novos
aumentos salariais, havendo assim a espiral inflacionária.
- Alta nos preços dos setores produtores de bens de alta significação na composição dos custos de
produção, como o petróleo, insumos básicos e juros do sistema de crédito. Essas altas são
automaticamente repassadas aos preços dos bens e serviços.
- Principais consequências da inflação:
1. Corrosão do poder aquisitivo: a redução do poder de compra da moeda atingirá
principalmente os que vivem de rendimentos fixos, como os assalariados e aposentados.
2. Distorções no mercado de crédito: Nesse caso os credores são duramente atingidos e os
devedores beneficiados. Os mercados de crédito a médio e longo prazos desaparecem por
falta de suprimento.
3. Especulações > Investimentos: é uma das piores cosequências da inflação. O gradativo
desvio de recursos que poderiam ser aplicados em atividades produtivas, mas que acabam
convergindo para fins especulativos. Os prazos de maturação dos investimentos em
31
industrias de base, são muito longos. Esses desvios reduzem a possível expansão do
emprego e induzem ao lucro de curto prazo e a proteção de patrimônio pessoal
(transferencias imobiliárias).
4. Interferência sobre o papel orientador do mercado: com os preços estáveis a expansão do
preço de determinado produto é sinalização de que os níveis de oferta desse produto são
insuficientes para atender as possíveis pressões de procura e o inverso também é verdadeiro.
Esses sinais levam os empresários a maximizar os resultados de suas atividades, tomando
decisões e atitudes que o mercado exige. Porém com altas generalizadas dos preços, esse
papel orientador do mercado se distorce e desorienta o empresário que se torna menos eficaz
na alocação dos recursos de produção.
O impacto dessas consequências tem caracterizado a inflação como um dos mais graves
problemas econômicos das nações, e um dos objetivos prioritários da política econômica
governamental.

CAPÍTULO 18

POLÍTICA MONETÁRIA

SÍNTESE

- Definição
- Objetivos
- Instrumentos da Política Monetária
• Fixação da Taxa de Reservas
• Redesconto ou Empréstimos de Liquidez
• Operações de Mercado Aberto
• Controle e Seleção de Crédito
• Persuasão Moral

COMENTÁRIOS

- Definição: A política monetária pode ser definida como o controle da oferta de moeda e
das taxas de juros, no sentido de que sejam atingidos os objetivos da política econômica global do
governo. Outra definição pode ser como a atuação das autoridades monetárias, por meio de
32
instrumentos de efeito direto ou induzido, com o propósito de controlar a liquidez global do
sistema econômico.
Tanto a primeira como a segunda definições admitem, implicitamente, que as autoridades
monetárias podem exercer o controle da oferta de moeda, sendo esta dada como variável exógena.
Cabe ainda assinalar que, embora para uma importante corrente do pensamento econômico
atual, a política monetária seja vista como a principal responsável tanto pelos distúrbios quanto pela
estabilidade que se observam em dado sistema econômico, concepção que induz de que somente a
política monetária é importante, as autoridades monetárias não são, em sistema algum, as únicas
que detém todo o controle da política econômica global. Esta interage com a política fiscal
(constituída pelas diferentes formas de tributação e dispêndios do governo); a política de rendas
constituída pelos controles exercidos sobre as remunerações dos fatores (salários, depreciações,
royalties, lucros e dividendos) e sobre os preços dos produtos finais e intermediários; e a política
cambial, constituída pela administração da taxa de câmbio e pelo controle das operações cambiais.
Feita a introdução, cabe responder às duas perguntas seguinte:
1. Quais os instrumentos ou meios de que as autoridades econômicas se valem para controlar a
oferta de moeda e a taxa de juros ou para controlar a liquidez global do sistema econômico?
2. Quais os objetivos ou fins da política econômica em relação aos quais são manejados os
instrumentos monetários?

- Objetivos: Os objetivos pretendidos pelo governo variam em função do estágio e dos


padrões do desenvolvimento econômico, da ideologia política predominante, do conjunto de valores
sociais e éticos da coletividade e dos problemas conjunturais típicos de cada época. Isso significa
que os objetivos dominantes variam no tempo e no espaço. Porém é comum que as nações tenham
se preocupado na consecução dos seguintes objetivos:

• Promoção do crescimento ou do desenvolvimento econômico.


• Promoção do mais alto nível possível de emprego e manutenção de sua estabilidade.
Este objetivo traduz duas preocupações essenciais: aumento da produção e
eliminação e/ou redução do desemprego.
• Realização do equilíbrio nas transações econômicas com o exterior (equilíbrio da
balança de transações correntes).
• Estabilidade dos preços. Controle da inflação.
• Promoção de mais eqüitativa distribuição da riqueza e das rendas.
- Instrumentos da Política Monetária: Considerando que os instrumentos da política
monetária se destinam a influenciar a oferta de moeda e a taxa de juros, é útil relembrar o conceito
de oferta de moeda e as variáveis que depende a sua magnitude.
A oferta de moeda se dá pela composição dos meios de pagamentos empregados nas
modernas economias: a moeda manual somada a moeda escritural.
A quantidade de moeda assim definida depende de mudanças na base monetária (B) e de
mudanças no multiplicador dos meios de pagamento (k). Essa idéia pode ser expressa assim:

∆ M = k∆ B

* Fixação da Taxa de Reservas: A taxa de reservas dos bancos comerciais, r1 + r2, é o


fator básico de que depende a magnitude do multiplicador dos meios de pagamento, k,
conseqüentemente da oferta de moeda. As reservas bancárias são constituídas pela soma dos
depósitos voluntários e compulsórios dos bancos junto às autoridades monetárias (r2), e pelo papel-
moeda e moedas metálicas mantidos em caixa (r1). Portanto a taxa de reservas é a proporção dos
depósitos que os bancos mantém em sua própria caixa ou junto às autoridades monetárias.
Sendo assim, a determinação do total das reservas ou a fixação da taxa de reservas para os
bancos junto ao Banco Central é um dos mais poderosos instrumentos de controle do efeito
33
multiplicador dos meios de pagamento. É considerado um instrumento tradicional da política
monetária.
Basta olhar para a fórmula do multiplicador para entender o efeito de mudanças em (r) sobre
o valor de (k).
Quando o Banco Central aumenta a taxa das reservas compulsórias que os bancos
comerciais devem manter à sua ordem, fica reduzida a proporção dos depósitos que pode ser
convertida em empréstimos. E inversamente, se o Banco Central reduz a taxa de reservas, as
disponibilidades para empréstimos aumentam. Deste modo, os aumentos em r reduzem o valor de k
e conduzem à contração de M, a oferta monetária. Contrariamente, quando a taxa de resrvas é
diminuída, o multiplicador aumenta e os meios de pagamento se expandem.

EXPANSÃO DA REDUÇÃO DOS


TAXA DE RESERVAS MEIOS DE PAGAMENTO

REDUÇÃO DA EXPANSÃO DOS


TAXA DE RESERVAS MEIOS DE PAGAMENTO

No Brasil, as taxas de reservas compulsórias são determinadas pelo Conselho Monetário


Nacional, sendo recolhidas à ordem do Banco Central.
Cabe ainda observar que taxas de alta magnitude são aplicadas apenas nas regiões mais
desenvolvidas do país, Sudeste e Sul. Nas demais regiões a taxa é substancialmente menor. Esta
diferença regional é justificada como instrumento para aumentar o volume de recursos para
empréstimos nas regiões mais pobres.
Quanto à sistemática de cálculo dessa taxa, para efeito de recolhimento ao Banco Central, é
feita com base em um sistema de média aritmética móvel dos depósitos, tomados quinzenalmente.

* Redesconto ou Empréstimo de Liquidez: As operações de redesconto são um


instrumento de política monetária que consiste na concessão de assistência financeira de liquidez
aos bancos comerciais. Nessa execução, o Banco Central funciona como o banco dos bancos,
descontando títulos dos bancos comerciais a uma taxa prefixada, com a finalidade de atender as
suas necessidades momentâneas de caixa, a curtíssimo prazo.
Em outras palavras, um banco toma empréstimo do BC quando tem poucas reservas para
atender às exigências de reservas do BC. Isso ocorre porque o banco concedeu demasiados
empréstimos ou porque houve novas retiradas. Quando o BC faz um empréstimo desse tipo a um
banco, o sistema bancário fica com mais reservas do que teria de outro modo, e estas reservas
permitem que o sistema bancário crie mais moeda.
Neste caso o BC pode alterar a oferta de moeda mudando a taxa de redesconto. Uma taxa de
redesconto mais elevada leva os bancos a tomar menos empréstimos para reservas junto ao BC.
Portanto, um aumento na taxa de redesconto reduz a quantidade de reservas no sistema e, em
conseqüência, diminui a oferta de moeda. Já uma taxa de redesconto menor aumenta os
empréstimos junto ao BC, aumenta a quantidade de reservas e aumenta a oferta de moeda.
O BC utiliza esses empréstimos ao sistema bancário não só para controlar a oferta de moeda,
mas também para ajudar instituições financeiras em dificuldades.
O controle dos meios de pagamento pelo redesconto ocorre com a alteração das taxas de
juros cobradas pelo BC, pela mudança dos prazos concedidos aos bancos comerciais, para
resgate dos títulos redescontados, pela fixação dos limites da operação e ainda pela restrição dos
tipos de títulos redescontáveis.
34
De qualquer forma, supõe-se que com a elevação das taxas de juros do redesconto atuam no
sentido de forçar os bancos comerciais a aumentar as suas reservas voluntárias (encaixe técnico),
temendo incorrer em custos financeiros mais altos em caso de dificuldades momentâneas de caixa.

* Operações de Mercado Aberto (open market): Essas operações constituem um


instrumento de política monetária mais ágil e de reflexos mais rápidos, em comparação com a
fixação de reservas e o redesconto. Esse instrumento possui uma flexibilidade tal que regula no dia-
a-dia, a oferta monetária e a taxa de juros.
O open market é operado por intermédio da compra e venda de títulos da dívida pública,
como as letras e as obrigações do Tesouro Nacional. O seu funcionamento se dá da seguinte forma:
quando as autoridades monetárias desejam expandir a oferta monetária, realizam operações de
resgate dos títulos da dívida pública em circulação; com isso, injetam no mercado moeda de alto
poder de expansão. Contrariamente, quando desejam o efeito oposto, emitem e colocam em
circulação volumes maciços de títulos da dívida pública, retirando do sistema monetário, na
proporção dos títulos adquiridos pelos bancos e pelo público (daí o nome mercado aberto), moeda
que se encontrava em circulação; com isso, torna-se menor a oferta de moeda.
As operações de mercado aberto possibilitam os seguintes objetivos:

• O controle diário do volume da oferta de moeda.


• A manipulação das taxas de juros a curto prazo (em decorrência do volume de oferta
de moeda e das taxas pagas pelas autoridades monetárias em suas operações com
títulos do Tesouro Nacional negociados).
• Às instituições financeiras e ao público em geral a realização de aplicações a curto e
curtíssimo prazo, das suas disponibilidades monetárias ociosas.
• A criação de liquidez para os títulos públicos.

Os dois primeiros objetivos são alcançados no mercado primário, onde o BC negocia


diretamente com as instituições financeiras. Os dois segundos são alcançados no mercado
secundário, onde o governo intervém através dos dealers – instituições financeiras especializadas
em negociação com títulos públicos e credenciadas pelo BC, para agir em seu nome no mercado
aberto.

* O Controle e a Seleção do Crédito: Este instrumento de política monetária é rejeitado


peãs correntes monetaristas ortodoxas, pois impõem restrições ao livre funcionamento das forças de
mercado, decorrentes da introdução de controles diretos sobre o volume e o preço do crédito. Isso se
justifica com o pensamento da doutrina liberal de que a, alocação eficiente dos recursos disponíveis
resultam dos livres ajustamentos que ocorrem no fluxo real e monetário da economia em seus
respectivos mercados. Além disso, esses controles são bastante mutáveis no tempo, o que dificulta
seu detalhamento. Por esse motivo deixaremos de estudar a fundo esse tipo de instrumento da
política monetária.

* Persuasão Moral: Existindo interesses coincidentes das autoridades monetárias e do


sistema bancário, basta que aquelas façam uma explanação clara e franca dos objetivos da política
monetária aos banqueiros para que estes passem a agir voluntariamente na direção pretendida pelo
BC. As formas de acordo de cavalheiros resultantes da persuasão moral dependem da maior ou
menor fragmentação do sistema bancário. Nos países em que o sistema bancário é mais
concentrado, esse tipo de ligação entre as autoridades e os bancos se torna mais fácil, bem como a
verificação do cumprimento e dos resultados dos acordos estabelecidos. No entanto, em decorrência
da desconcentração, inclusive territorial, do sistema bancário, podem tornar-se ineficientes as
providencias adotadas por esse instrumento.
35
Uma forma alternativa de ligação e de colaboração entre os sistemas é a participação de elementos
ligados à área financeira em órgão colegiado do governo central, como o Conselho Monetário
Nacional, onde se estabelecem as diretrizes da política monetária.

CAPÍTULO 19

TEORIA DO CRESCIMENTO E DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

SINTESE

- A evolução da idéia do crescimento.


- O crescimento e o desenvolvimento.
• As precondições do crescimento.
• Elementos definidores do desenvolvimento.

COMENTÁRIOS

- A evolução da idéia do crescimento:


Um dos principais objetivos da política econômica da maioria dos países é a realização do
crescimento econômico, sustentado pelo acréscimo do produto nacional.
36
As comparações internacionais e intertemporais de taxas reais de crescimento passaram a ser vistas
como as indicadoras do êxito ou do fracasso da economia das nações.
O crescimento passou a ser a solução dos inúmeros problemas sociais dos países como o
desemprego, o desequilíbrio no comercio internacional, os desníveis regionais e até repartição da
renda e riqueza.
Porém a idéia de crescimento surge desde o século XVI com o mercantilismo na Europa Ocidental.
Após esse período, todas as idéias dos principais pensadores econômicos de todas as nações eram
da busca do enriquecimento e crescimento dos países. No século XVIII após a Revolução Industrial,
Adam Smith dedicou-se explicitamente à riqueza das nações e ao estudo de suas causas e de sua
natureza. Preocupou-se com as fontes da eficiência e do desenvolvimento do capitalismo industrial,
ampliou os horizontes do crescimento e contribuiu para que fossem revistas as questões sociais e
morais ligadas ao progresso material.
Só em meados do séc. XIX que o socialismo contestou a proposição clássica do crescimento.
Na segunda metade do séc. XIX discutiam-se mais os desajustes na estrutura da repartição da
riqueza e da apropriação da renda.
No início do séc. XX voltou à tona a idéia do crescimento econômico contínuo. Posteriormente,
desenvolveram-se sofisticados modelos de crescimento. A acumulação de capital manteve-se em
todos eles como fator primordial.

- O crescimento e o desenvolvimento:
O conceito básico de crescimento, sempre foi e ainda é entendido como elevação persistente do
produto nacional real ao longo do tempo. Isso implica na reunião de um conjunto de precondições,
sem as quais o crescimento não ocorre continuamente.
As precondições quanto à capacidade de expansão da oferta global são:
• A melhoria da eficiência do aparelho produtivo;
• A disponibilidade de condições geofísica;
• A acumulação de capital;
• A incorporação de contingentes crescentes de mão-de-obra;
• A melhoria dos padrões tecnológicos.
Além dessas precondições duas outras condições se tornam importantes para um crescimento
sustentável em longo prazo: A expansão do mercado interno e do externo. Do interno, via
crescimento da renda per capita ou modificação da estrutura da repartição da renda; e do externo,
via remoção de barreiras tarifárias e não tarifárias.
Cabe lembrar que ainda existe a preocupação com os custos sociais do crescimento. Sempre se deu
ênfase à expansão do nível de emprego, à elevação da renda per capta e a consequente melhoria do
bem estar e dos padrões materiais de vida, sendo esses os benefícios sociais diretamente associados
à promoção do crescimento econômico.
Os objetivos do crescimento só não eram primordiais quando havia instabilidade. Daí cuidava-se da
estabilidade que era justificada como condição necessária para a retomada do crescimento real do
produto nacional.
Porém crescimento e desenvolvimento têm suas diferenças. O desenvolvimento não se limita à
expansão do produto real per capta.
Entende-se por desenvolvimento um processo dinâmico pelo qual se modificam caracteres
essenciais das estruturas social e econômica.
Os definidores de um processo amplo de desenvolvimento são os seguintes elementos:
• Crescimento do produto real per capta, desde que associado a gradual melhoria da estrutura
de repartição da renda e da riqueza;
• Redução dos bolsões de pobreza absoluta;
• Elevação das condições de qualidade de saúde, de nutrição, de educação, de moradia e de
lazer, à todas as camadas sociais;
37
• Melhoria dos padrões de comportamento no plano político, e quanto à ética nas relações
entre grupos dirigentes, os de influencia e a coletividade;
• Melhoria dos padrões de combinação dos fatores de produção, não apenas no plano
tecnológico, mas também nas relações de trabalho e capital;
• Melhoria das condições ambientais, com mudanças nos padrões de exploração das reservas
naturais básicas;
• Gradativa remoção de sistemas de valores que impeçam o desenvolvimento através do
processo social.
O desenvolvimento apresenta-se como um processo dinâmico do crescimento harmonioso,
estrutural, diferido do simples crescimento. O crescimento é apenas uma das condições para o
desenvolvimento.

Questões para revisão:

1 – A elevação persistente do produto nacional real ao longo do tempo é o conceito básico de:

b) Crescimento e desenvolvimento
c) Desenvolvimento
d) Custo econômico
e) Crescimento

2 – Qual é o conceito de crescimento econômico de uma nação?

3 - Quais são as cinco precondições para que haja capacidade de expansão da oferta global?
R:________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

4 - Existem sete elementos que definem um processo amplo de desenvolvimento. Cite


quatro.
R:________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
38

CAPÍTULO 20

TEORIA DO DESENVOLVIMENTO: OCRESCIMENTO COMO OBJETIVO BÁSICO

SÍNTESE

- Características do subdesenvolvimento:
• Disponibilidade estrutural de recursos
• Sistemas de infra-estrutura de apoio
• Ineficiência e desemprego estrutural
- As políticas de desenvolvimento:
• Quanto ao crescimento
• Quanto à extensão social do crescimento
• Quanto ao processo de mudança cultural

COMENTÁRIOS
39

- CARACTERÍSTICAS DO SUBDESENVOLVIMENTO: Não são apenas considerações


teóricas de política econômica que identificam países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Para a
determinação do subdesenvolvimento de um país, utiliza-se indicadores sociais e econômicos
selecionados segundo o nível do produto nacional bruto per capta.
Os indicadores selecionados, assim como, população formação bruta de capital fixo,
emprego e repartição da renda, saúde e nutrição, educação, padrões de consumo e capacidade bruta
de poupança financeira, são correlacionados com indicadores básicos dos países desenvolvidos.
à medida que os níveis do PIB per capta se tornam mais baixos, pioram as condições de
emprego e as características estruturais da repartição da renda, tornam-se precárias as condições de
saúde, de nutrição e de educação e diminuem os padrões de consumo privado.
Os dados, dos países de grupos mais subdesenvolvidos, referentes ao nível de renda e à
estrutura de repartição, demonstram bolsões de pobreza absoluta bem mais frequentes se
comparados com os países desenvolvidos ou em desenvolvimento.
Pode-se perceber diferenças entre os dois grupos de países, quando se refere à dados sobre
educação, que nos países mais pobres os padrões de comportamento no plano político e os sistemas
de valores diferem dos países com economias industriais desenvolvidas.
Para uma análise posterior das políticas de desenvolvimento, há alguns aspectos importantes
revelados pelos índices sócio-econômicos. Essas características estruturais revelam os traços
econômicos do subdesenvolvimento que, em síntese, são os seguintes:

a) DISPONIBILIDADE ESTRUTURAL DE RECURSOS: Essa é uma barreira difícil de


ser transposta para se promover o crescimento econômico. Embora existam recursos em
abundância em relação ao capital, eles são usados em baixas condições de produtividade
decorrente da falta de capacitação profissional, e pelas precárias condições de saúde e de
educação. Quanto à disponibilidade de capital se observa uma baixa propensão à
poupança e ainda pela ocorrência de traços culturais que motivam a construção de
templos, santuários, monumentos e edifícios públicos suntuosos, que não preenchem
qualquer finalidade produtiva e absorve parcelas importantes da escassa disponibilidade
da poupança.

b) SISTEMAS INFRAESTRUTURAIS DE APOIO: As economias subdesenvolvidas


revelam carências básicas em seus sistemas de infra-estruturas de apoio. Como a
armazenagem, as malhas ferroviárias e rodoviárias, as frotas de cabotagem e de
transporte marítimo intercontinental, os portos e aeroportos, os sistemas de
comunicações e produção e distribuição de energia. A carência nessas áreas é um dos
aspectos cruciais dos planos de desenvolvimento. Os investimentos em infra-estrutura é
condição fundamental para a expansão econômica. Esses investimentos, pela sua
natureza, exigem doses maciças de recursos financeiros, mas só induzem à expansão da
produção à longo prazo.

c) INEFICIÊNCIA E DESEMPREGO ESTRUTURAL: Estabelece-se um círculo


vicioso típico: as taxas de poupança financeira bruta são baixas porque é baixa a oferta
agregada e a renda per capta; estas são baixas em decorrência das características
estruturais dos recursos básicos de produção (humanos e de capital) e do quadro
tecnológico de exploração estrutural, este último agravado pelas altas taxas de
crescimento demográfico.

- AS POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO: As características básicas do


subdesenvolvimento revelam que as políticas econômicas de desenvolvimento demandam longo
prazo.
40
Exigem também à longo prazo, mudanças institucionais, culturais e comportamentais.
O desenvolvimento econômico é parte de um processo muito mais amplo de transformação
social, necessariamente longo, lento e laborioso. Exige paciência, persistência e esforço bem
dirigido; o auxílio externo pode ajudar, mas não é tudo; o crescimento só pode resultar de
poupanças, investimentos e produção; a poupança exige abstinência; os recursos devem ser usados
com inteligência e eficiência; os valores, costumes e modos devem se adaptar com os objetivos do
desenvolvimento.
A formulação de uma política de desenvolvimento requer mais que crescimento econômico
exige outros objetivos como veremos à seguir:

- Quanto ao crescimento:

a) Adequação do tamanho e da estrutura da população: adoção de programas de educação


fundamental, treinamento profissional, e formação de mão de obra especializada para
adequação da expansão demográfica.
b) Modernização e ampliação da capacidade produtiva instalada: programação setorial de
investimentos em tecnologia e elevação da eficiência e produtividade.
c) Exportação de reservas naturais sob a condição de preservação do meio ambiente: pré
investimentos para prospecção e avaliação de reservas naturais minerais, para
levantamentos hidrológicos, para estudos de solo, para mapeamento de novas fronteiras
de produção via explorações racionais e não predatórias.
d) Adequação da infra-estrutura de apoio: programação de investimentos básicos nos
abastecimentos/armazenagem, transportes, comunicações e energia.
e) Adequação da poupança ao processo de acumulação: criação de condições para ampliar
a taxa interna de poupança; a atração de poupanças externas; implantação de reforma
tributária, para via tributos, financiar programas de investimentos em infra-estrutura.

- Quanto à extensão social do crescimento:

a) Remoção da pobreza absoluta: programas de previdência social aos bolsões de pobreza


absoluta; criação de condições para o emprego da força de trabalho marginalizada;
programa de investimentos públicos que elevem os padrões de vida da população
carente.
b) Melhoria das condições qualitativas de vida: programa de investimentos nas áreas de
saúde e nutrição, de saneamento básico, de habitação e de lazer coletivo.
- Quanto ao processo de mudança cultural:

a) Difusão dos benefícios do crescimento: programas de comunicação social para introduzir


novos valores de anseio de progresso através do trabalho produtivo.
b) Fortalecimento de lideranças conducentes ao progresso: criação de condições para a
formação e fortalecimento de lideranças, em diferentes áreas para remover sistemas
impeditivos do crescimento econômico e do desenvolvimento social.

Questões para revisão:

1 – Assinale a alternativa que mostra uma característica de traço econômico de


subdesenvolvimento.

a) A melhoria de padrões tecnológicos


b) Ineficiência e desemprego estrutural
41
c) Difusão dos benefícios de crescimento
d) Exportação de reservas naturais

2 - Quais são as características estruturais que revelam os traços econômicos do


subdesenvolvimento?
R:________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

3 - Para se formular uma política econômica de desenvolvimento, se requer mais que


crescimento econômico. Exige-se objetivos quanto à extensão social do crescimento. Cite e
explique esses objetivos.
R:________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

4 - Quais são as consequências sociais quando o PIB per capita de um país se torna mais
baixo?
R:________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

CAPÍTULO 21

O EMPREENDEDOR E O MERCADO

SÍNTESE

- O papel do empreendedor
- Objetivos
- Planejamento
- Informação
- Razões do sucesso e do fracasso empresarial

COMENTÁRIOS

O papel do empreendedor: No mundo dos negócios, é necessário mais que dinheiro e sorte
para concretizar os sonhos se sucesso. Para quem decide tocar uma atividade empresarial, o
dinheiro é importante, a sorte ajuda muito, como também contribui a ajuda dos amigos.
42
Porém, é na garra, na determinação e na vontade de vencer que se revelam as condições
fundamentais do sucesso. Em outras palavras, é preciso que o empresário seja um verdadeiro
empreendedor. Algumas características são básicas no comportamento do empreendedor.
Para começar, o empreendedor está sempre a procura de um norte para suas atividades
empresariais e pessoais. Ao produzir, vender, comprar, enfim, realizar algo que tenha algum
significado para os seus negócios, o empresário – empreendedor – tem em mente atingir
determinados objetivos.
“Aonde iremos, qual é o nosso negócio, quais são os nossos objetivos?”. Sem as respostas
adequadas, a empresa não poderá planejar seu futuro. Sem planejamento, não há como Ter
segurança de estar percorrendo o caminho certo. É como atirar no escuro. Sem planejamento,
sequer existem parâmetros para medir e avaliar o próprio desempenho da empresa.

Tenha objetivos, seja objetivo: Os objetivos funcionam como um potente motor, são
capazes de impulsionar a empresa e as pessoas que nela trabalham. Sem sua força orientadora
dificilmente nos moveremos na direção certa.
Uma empresa que acredita ter como único objetivo o lucro descobrirá, mais adiante, que
possui na verdade uma série de responsabilidades em relação aos sócios, à comunidade, aos
funcionários, além de compromissos com o seu próprio desempenho. A busca de um objetivo único,
portanto, pode ser frustrante para uma organização.
Quando se consideram os objetivos gerais da empresa, é muito difícil ser muito específico.
A limitação desses objetivos gerais pode desviar do foco de atenção da empresa tanto impedimentos
e ameaças como, da mesma forma, oportunidades de lucro.
Porém, ao lado de objetivos gerais, a empresa deve também definir objetivos específicos,
com a maior precisão possível. Quanto mais específico um objetivo mais fácil será compreendê-lo,
comunicá-lo às pessoas comprometidas com o sucesso da empresa, e mais claros se tornarão os
critérios para se medir o desempenho da organização.
Em resumo, a empresa deve trabalhar não só com objetivos globais que possibilitam ajustes
às mudanças no ambiente (mercado), mas também ter em foco objetivos específicos, determinados
no tempo e detalhados a ponto de se tornarem operacionais, possíveis de serem avaliados
periodicamente em seu cumprimento.

Nunca deixe de planejar: O planejamento define quais são e como atingir os objetivos da
empresa.
Planejar é decidir antecipadamente o que fazer, de forma flexível e fundamentada em
conhecimentos, estimativas e finalidades.
O planejamento é a seleção de alternativas a serem adotadas pela empresa. Determina
objetivos e a maneira de alcança-los. O planejamento desvenda as possibilidades de
desenvolvimento no futuro, a partir da análise de informações relevantes, atuais e passadas, bem
como projetadas. Trata-se de uma proposta de ação que torne possível à empresa atingir seus
objetivos.
O planejamento traça o caminho a ser seguido pelo empreendedor na busca de atingir seus
objetivos. Planejando, o empreendedor consegue organizar o seu negócio, identificar e tirar o
melhor proveito das oportunidades com que se depara constantemente.
O ato de planejar representa seriedade e profissionalismo. Em todo planejamento é
imprescindível:
A – estabelecer objetivos;
B – prever as atividades a serem realizadas para atingir os objetivos;
C – elaborar um cronograma de atividades;
D – determinar o grau de responsabilidade das pessoas incumbidas em realizar as atividades.
43
Informe-se mais e melhor: A quantidade e qualidade das informações que o empresário
dispõe permanentemente sobre o seu negócio determina a possibilidade de sua empresa estar a
frente da concorrência e obter sucesso.
É importantíssima, dessa forma, a capacidade do empreendedor de aprender
permanentemente mais e mais coisas relacionadas à organização, seus clientes, fornecedores,
parceiros, concorrentes e funcionários.
Aprender é Ter sede de conhecimento, de saber que sempre existirão coisas a entender e
descobrir sobre o seu negócio.
Informação é poder, quando bem utilizada.
A constante busca de novas informações ajuda o empresário a manter o necessário nível de
competitividade no mercado em que sua empresa atua. Só dispondo de informações atualizadas o
empresário consegue estabelecer objetivos em bases reais e, dessa forma, planejar e desenvolver
melhor o seu negócio.
É importante também captar as informações existentes no ambiente interno da empresa,
conversando rotineiramente com os empregados que estão em contato direto com clientes e
fornecedores.
É preciso identificar que informações são importantes, onde e de que forma obtê-las, e como
direcionar o fluxo dessas informações externas para dentro da empresa, de maneira que possam
auxiliar o empresário na tomada de decisões mais acertadas.

10 Principais razões do fracasso empresarial:

1. Escassez de recursos financeiros


2. Instabilidade econômica
3. Mercado limitado
4. Concorrência
5. Problemas pessoais
6. Planos econômicos
7. Localização
8. Inflação
9. Elevados encargos financeiros
10. Falta de organização e administração.

10 Principais razões para o sucesso empresarial:

1. Perseverança/persistência
2. Boa administração
3. Dedicação do empresário
4. Boa estratégia de vendas
5. Capital próprio
6. Experiência no ramo
7. Mercado favorável
8. Reinvestir na empresa
9. Qualidade do produto
10. Única fonte de renda.

Características Empreendedoras:

1. Busca de oportunidade e iniciativa


2. Correr risco calculado
44
3. Persistência
4. Exigência, qualidade e eficiência
5. Comprometimento
6. Busca de informações
7. Estabelecer objetivos e metas
8. Planejar e monitorar
9. Independência e auto confiança
10. Persuasão e rede de contatos
11. Humildade.

Questões para revisão:

1 – Cite algumas características do empreendedor de sucesso.

R:______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

2 – Comente sobre o ato de “planejar”. O que é e qual a sua importância?

CAPÍTULO 22

FORMAS MODERNAS DE ASSOCIAÇÃO E CONCENTRAÇÃO DE EMPRESAS.

SÍNTESE

- Gestão da Empresa
- O conceito moderno de estratégia
- A estratégia e os clusters competitivos

COMENTÁRIOS

GESTÃO DA EMPRESA: A partir da década de 1990 o ambiente de negócios se tornou


mais complexo. Fenômenos econômicos e sociais de alcance mundial estão reestruturando o
ambiente empresarial. A globalização da economia, alavancada pela tecnologia da informação e da
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comunicação, é uma realidade inescapável. As chamadas novas tecnologias, bem como as formas
de organização do trabalho, tem colocado os métodos tradicionais de gestão das empresas no banco
dos réus.
A evolução das organizações em termos de métodos estruturais e tecnológicos, tendo as
mudanças e o conhecimento como novos paradigmas, tem exigido uma nova postura nos estilos
pessoais e gerenciais voltados para uma realidade diferenciada e emergente.
Além disso, o grande desafio desta última década vem sendo a capacidade e competência
diária que as organizações enfrentam para se adaptarem e levarem a todos os seus níveis
hierárquicos e funcionais, a incorporação de novos modelos, métodos, técnicas, instrumentos,
atitudes e comportamentos necessários a mudanças, inovações e à sobrevivência sadia e competitiva
no mercado.
No ambiente de negócios, as pessoas estão sentindo o reflexo dessas transformações. Seja
pelas mudanças de re-engenharia, como a descentralização, a terceirização, seja pelo cenário
externo transformado, como o declínio das antigas multinacionais e o surgimento de novos
competidores, o administrador de empresas enfrenta desafios totalmente novos.

O CONCEITO MODERNO DE ESTRATÉGIA: No momento da formulação de estratégias,


não é possível enumerar todas as possibilidades de projetos que serão identificados. Portanto, a
formulação de estratégias deve basear-se em informações bastante agregadas, incompletas e incertas
a respeito de classes de alternativas.
Os objetivos representam os fins que a empresa está tentando alcançar, enquanto a estratégia
é o meio para alcançar esses fins.
A estratégia e os objetivos são intercambiáveis, em momentos e em níveis diferentes de uma
organização. Assim, alguns atributos de desempenho podem ser um objetivo da empresa num
momento e também podem ser sua estratégia em outro momento: Ex.: participação no mercado.
Além disso, à medida que os objetivos e a estratégia são elaborados, surge uma relação hierárquica
típica: os elementos de estratégia num nível gerencial mais elevado tornam-se objetivos de um nível
mais baixo.

A ESTRATÉGIA E OS CLUSTERS COMPETITIVOS: Os clusters industriais, de serviços


ou os agro-industriais podem ser de simplicidade equivalente aos de lojas comerciais nas grandes
cidades ou podem, após uma longa evolução, apresentar características de complexidade muito
maior. Os clustres mais completos devem satisfazer algumas condições que tem correlação entre si,
reforçando-se mutuamente.

Alguns requisitos para o cluster ser completo e se tornar competitivo:


1- Alta concentração geográfica (preferencialmente, todo o cluster deve localizar-se em um só
município);
2- Existência de todos os tipos de empresas e instituições de apoio relacionados com o
produto/serviço do cluster;
3- Empresas altamente especializadas (cada empresa realiza um numero reduzido de tarefas);
4- Presença de muitas empresas de cada tipo;
5- Total aproveitamento de material reciclado ou subprodutos;
6- Grande cooperação entre empresas;
7- Intensa disputa: substituição seletiva permanente;
8- Uniformidade de nível tecnológico;
9- Cultura da sociedade adaptada às atividades do cluster.
A principal consequência passa a ser a vantagem competitiva das empresas que
estão no cluster, em relação às empresas de fora do mesmo.
Alguns exemplos de clusters na Alemanha: cluster do aço, em Dormund, Essen e
Dusseldorf; cluster de ferramentas de marcenaria, em Velbert; cluster de automóveis, em Stuttgart,
Munique e Regensborg.
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CLUSTER – EMPREGO 360 GRAUS: Em 1992, o paulista Urbano Araújo, de 40 anos,


recebeu o bilhete azul da Embraer. Ele foi apenas mais um dos demitidos de uma reestruturação da
empresa. Aproveitou para abrir uma empresa de fabricação de peças mecânicas para aviões, a SPU
perto de São José dos Campos. Hoje ele é também diretor do HTA, um consórcio de exportação
formado por 15 empresas do setor aeronáutico, todas daquela região. Isso indica uma maneira
inovadora de pensar em carreira no Brasil.
Em São José dos Campos, estão instaladas cerca de 30 empresas pequenas e médias, a
Embraer, quarta maior fabricante de aeronaves do mundo, o ITA e o INPE.
No Brasil, esse é um dos modelos mais bem acabados do conceito de cluster criado pelo
americano Michael Porter, professor de Harvard. Trata-se de um grupo de empresas e instituições,
ligadas por objetivos comuns, atuando em conjunto. Negócios e profissionais que giram em torno
do mesmo setor.
A carreira dentro de um cluster ganha potencial. No lugar de olhar vertical focado na
hierarquia, comum nas grandes empresas, o que vale é o olhar geográfico. Ou seja, identificar a
cadeia produtiva de determinado setor e fazer dela trampolim para crescimento. Nada melhor para
atender à demanda do mercado, que exige trabalhadores com experiência em diferentes áreas.
O cluster é uma fonte de treinamento natural, um exercício contínuo de prestar mais atenção
nos fornecedores, nos clientes e na comunidade. O profissional ganha empregabilidade e fica mais
visível para o mercado.
Veja o caso de André Guimarães, baiano de 33 anos. O cenário é o turismo da Bahia. Em
1998, depois de tirar o diploma de administração de empresas, foi convidado para ser executivo de
contas da rede de hotéis Othon, em Salvador. Hoje, Guimarães concilia o trabalho no hotel com o
de sua agencia de turismo. Sua carreira e seu negócio tiveram crescimento rápido e ampliado graças
às possibilidades do cluster. Ele não trabalha para uma empresa, trabalha no cluster de turismo da
Bahia.
Ao redor do mundo, existem clusters conhecidos pela excelência, como o Vale do Silício,
produzindo tecnologia de informação na Califórnia. Software em Bangalore na Índia, moda em
Milão na Itália, são bons exemplos.
O Brasil está cheio de núcleos assim. Casos que fomentam uma discussão no país sobre
como fortalecer os clusters potenciais espalhados pelos estados. A bem-sucedida experiência dos
distritos industriais no norte da Itália ajudou a tornar a economia do país a sétima maior do mundo.
As empresas italianas criam e utilizam muitas coisas juntas: marca do produto, logística,
canais de vendas, financiamentos e desenvolvimento de pessoas.
A saída para a competitividade está na associação. É preciso localizar esses aglomerados,
organizar os produtores, fazer uma agenda de mudanças, trabalhar tecnologia e qualificar mão-de-
obra.
A grande vantagem competitiva dos clusters e dos profissionais que neles trabalham é que,
independentemente do que o governo faça ou deixe de fazer, o desenvolvimento das empresas está
mais nas mãos de quem trabalha no local do que em qualquer outra coisa.
Existe um capital intangível que nasce das movimentações naturais dentro do cluster. Ex.: os
engenheiros da Embraer circulam entre as pequenas empresas, transmitindo conhecimento. A troca
de informações, os relacionamentos informais e o contato com profissionais de alto nível dão um
empurrão do sucesso do sistema.
O desenvolvimento de cidades onde existam clusters caracteriza um fenômeno que deve
ganhar intensidade nos próximos anos: a desconcentração regional. A tendência é que o emprego
saia da região metropolitana para lugares com clusters potenciais.
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