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Plano de Desenvolvimento
Sustentável do Norte e Noroeste
do Estado do Rio de Janeiro
Setembro 2010
Capa 3 espiral _Layout 1 31/08/10 16:08 Page 3
Projeto:
Plano de Desenvolvimento
Sustentável do Norte e Noroeste do
Estado do Rio de Janeiro
Os vultosos investimentos que estão sendo e serão realizados na Região Norte Fluminense
associados à Bacia de Campos constituem um forte elemento indutor do seu desenvolvi-
mento, se adequadamente geridos segundo os preceitos da sustentabilidade econômica
social e ambiental. Neste sentido, a elaboração de um plano de desenvolvimento sustentá-
vel, de longo prazo, certamente trará, depois de concluído, um diferencial estratégico com-
petitivo para os gestores públicos, empreendedores privados e do terceiro setor e, igualmen-
te, para toda a sociedade que vive nessa Região e na Noroeste, sua vizinha integrada.
onde estamos em relação ao restante da sociedade? e, onde queremos chegar numa visão
de futuro, dos próximos 25 anos?
Como produto, ao final de sua realização, estará disponível uma carteira de projetos estrutu-
rantes e articulados de curto, médio e longo prazos, capazes de induzir e promover o pro-
cesso de desenvolvimento regional. Essa carteira será incorporada ao Sistema de informa-
ção de Gestão Estratégica do Estado do Rio de Janeiro, SIGE- RIO, onde tornar-se-á aces-
sível, via Internet, para os interessados em sua implementação,
Edição Final
A Etapa 1, denominada Análise Situacional, foi realizada em quatro meses e teve como pro-
dutos, os seguintes relatórios:
Primeiro Momento
Segundo Momento
• os resultados escritos pelos grupos, nessas oficinas, foram considerados como contri-
buições passando a constar do conteúdo dos relatórios;
Finalmente, mas da maior importância, cumpre lembrar que os relatórios deste Plano rece-
beram, desde sua divulgação inicial, inúmeras sugestões, comentários e ajustes, que foram
devidamente considerados em uma revisão completa de todo o material produzido, que foi ,
por conseguinte, integralmente reeditado, nesta sua versão final.
Coordenação Geral
Setembro de 2010
3.6 Favelização............................................................................................................ 88
4 TRABALHO.......................................................................................................... 114
4.5.5 Conexões sobre as Atividades Produtivas e a Capacitação da Mão de Obra ...... 150
8 REFERÊNCIAS.................................................................................................... 203
ANEXOS.............................................................................................................. 210
ANEXO I – CONCEITO DE POBREZA ................................................................ 210
ANEXO II – INSTITUIÇÕES DE ENSINO NORTE E NOROESTE ....................... 211
ANEXO III – TERRITÓRIO DA CIDADANIA......................................................... 221
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
LISTAS
FIGURA
FOTOS
GRÁFICOS
Gráfico 3 - Treze grandes Projetos de Óleo e Gás no Brasil, 2010 - 2013 ........................... 30
Gráfico 9 - Região Norte Fluminense, Evolução da Taxa de Crescimento - 1991 a 2009 .... 42
Gráfico 17 - Região Norte Fluminense, População por Situação de Domicílio, 1991 - 2009 63
Gráfico 26 - Região Norte Fluminense, Evolução do IQM, 1998 - 2000 ............................. 154
Gráfico 27 - Região Norte Fluminense, Evolução na posição dos Municípios segundo IQM,
1998 - 2005 ....................................................................................................................... 155
Gráfico 32 - Região Norte Fluminense, Ranking Estadual – GINI, 2003 ............................ 196
Mapa 9 - Região Norte Fluminense, Homicídio da População Total, por 1.000 hab., 2008.. 82
Mapa 10 - Região Noroeste Fluminense, Homicídio da População Total, por 1.000 hab.,
2008 .................................................................................................................................... 82
Mapa 16 - Rio de Janeiro, Serviços da Proteção Social Especial, 2009 ............................ 179
TABELAS
Tabela 1 - Rio de Janeiro, Vinte Maiores Investimentos, Período 2010 - 2012 .................... 19
Tabela 2 - Rio de Janeiro, Investimentos Previstos por Região, 2010 - 2012 ...................... 20
Tabela 6 - Região Norte Fluminense, Evolução da População - 1991, 1996, 2000, 2007,
2009 .................................................................................................................................... 40
Tabela 8 - Região Norte Fluminense, Pessoas Não Residentes em Macaé, por Origem
Migratória, 1996................................................................................................................... 45
Tabela 9 - Região Norte Fluminense, População Residentes por Nacionalidade, 2000 ....... 45
Tabela 11 - Região Noroeste Fluminense, Evolução da População, 1991, 1996, 2000, 2007,
2009 .................................................................................................................................... 50
Tabela 15 - Região Norte Fluminense, População por Situação de Domicílio, 1991 - 2000. 55
Tabela 19 - Região Norte Fluminense, População Residente por Sexo, 2009 ..................... 58
Tabela 20 - Região Norte Fluminense, Distribuição da População por Faixa Etária, 2009... 59
Tabela 21 - Região Norte Fluminense, População Feminina em Idade Fértil, 2009 ............. 60
Tabela 22 - Região Noroeste Fluminense, População por Situação de Domicílio, 1991 - 2000
............................................................................................................................................ 63
Tabela 26 - Região Noroeste Fluminense, População Residente por Sexo, 2009 ............... 66
Tabela 27 - Região Noroeste Fluminense, Distribuição da População por Faixa Etária, 2009
............................................................................................................................................ 66
Tabela 30 - Região Norte Fluminense, Produto Interno Bruto e Produto Interno Bruto per
Capita, 2003, 2006 (preços correntes)................................................................................. 73
Tabela 32 - Região Norte Fluminense, Indicadores de Renda e Pobreza, 1991 e 2000 ...... 76
Tabela 37 – Região Noroeste Fluminense, Déficit Habitacional por Tipo, 2000 ................... 87
Tabela 41 - Região Noroeste Fluminense, Taxa de Reprovação no Ensino Médio, 2004 .... 95
Tabela 43 - Região Norte Fluminense, Taxa de Analfabetismo da Adulta,– 1991 e 2000 .... 97
Tabela 46 - Região Norte Fluminense, Nível Educacional da População Adulta, 1991 e 2000
.......................................................................................................................................... 100
Tabela 48 - Região Norte Fluminense, Leitos de Internação por 1000 habitantes, Janeiro
2000 .................................................................................................................................. 105
Tabela 49 – Região Noroeste Fluminense, Leitos Internação por 1000 habitantes, Janeiro
2000 .................................................................................................................................. 105
Tabela 55 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Indicadores de Ocupação, 2000 ....... 116
Tabela 59 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Pessoal Ocupado no Setor Formal (%),
por Faixa de Remuneração Média, 2008 ........................................................................... 118
Tabela 67 - Região Norte Fluminense, Cursos Superiores Oferecidos, 2007 .................... 139
Tabela 71 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Taxa de Inclusão Digital, 2003 .......... 147
Tabela 72 - Região Norte Fluminense, Variação das Posições do IQM por Grupo de
Indicadores, 1998 - 2005 ................................................................................................... 156
Tabela 73 - Região Noroeste Fluminense, Variação das Posições do IQM por Grupo de
Indicadores, 1998 - 2005 ................................................................................................... 160
Tabela 74 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Comparação IDHM, IFDM e IQM ...... 163
Tabela 77 - Região Norte Fluminense, Famílias Beneficiárias do Bolsa Família, 2009 ...... 172
Tabela 78 - Região Noroeste Fluminense, Famílias Beneficiárias do Bolsa Família, 2009 173
Tabela 79 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Políticas de Atenção ao Idoso, 2009 . 174
Tabela 80 - Região Norte Fluminense, Proteção Social Básica Região Norte, 2009.......... 174
Tabela 88 - Região Norte e Noroeste Fluminense, Atendimentos em Abrigos, 2009 ......... 185
Tabela 92 - Região Noroeste Fluminense, Acesso a Bens de Consumo – 1991 e 2000.... 194
Tabela 93 - Região Norte Fluminense, Índice de GINI, 1991, 2000, 2003.......................... 195
Tabela 94 - Região Noroeste Fluminense, Índice de GINI, 1991, 2000, 2003.................... 197
Nesta avaliação situacional não há ação na distância, a história está presente na situação,
portanto, atua-se apenas no presente. Segundo esta concepção, a avaliação situacional
abrange, entre outras:
• uma indicação, na medida em que sendo uma explicação que distingue algumas vari-
áveis do sistema social, o propósito definido é alimentar uma alteração do mesmo,
conforme um plano preestabelecido;
• uma explicação ativa, uma vez que os analistas vivenciam a ação para antecipar as
conseqüências das intervenções;
• uma explicação auto-referencial, desde que expresso o ponto de vista do autor e não
um propósito pessoal;
• uma explicação policêntrica, desde que considera múltiplos referenciais para sua ela-
boração;
• uma explicação dinâmica, que se baseia na diacronia das condições existentes e pro-
jetadas, nos projetos unitários e assim por diante;
• uma explicação totalizante, trabalhando com distintas dimensões das realidades, en-
tendidas como momentos dos processos de produção social, cruzando os ambientes
compartimentados pelas ciências sociais;
• uma explicação que procura ser rigorosa, pois deverá refutar-se a si mesma com ou-
tras explicações, de maneira recursiva, desde que aplicável a diferentes coberturas da
totalidade e das relações entre situação e cenário;
Neste sentido, este trabalho aborda a constituição das famílias locais, os fluxos inter munici-
pais de pessoas, os diferenciais e as potencialidades constatadas, através da discussão
sobre a estrutura social regional, as condições de crescimento e desenvolvimento, os des-
dobramentos locais do tema trabalho, educação profissionalizante, renda e sua distributivi-
dade - a qualificação da população e a democracia econômica - as condições de inclu-
são/exclusão social, que incluem uma avaliação das desigualdades e assimetrias presentes,
Assim, o intuito central do trabalho é ampliar o conhecimento dos sistemas social e econô-
mico e estabelecer uma conexão entre eles, para entender maneiras de minimizar os pro-
blemas sociais em consonância com o incremento do sistema econômico local, buscando
um futuro mais inclusivo e equânime para seus habitantes e mais promissor, desde o viés
econômico.
Esta desigualdade é reflexo, entre outros fatores, das especializações produtivas de cada
região o que, combinado aos setores que receberão investimentos, levam à concentração
destes em algumas regiões. Conseqüentemente, se prevê a intensificação da concentração
destes setores nas respectivas regiões especializadas, bem como o aprofundamento das
especializações atuais.
Considerando-se cada Região, o Norte revela uma concentração dos seus principais inves-
timentos em infra-estrutura, todos a serem implantados.
Além disto, observa-se apenas a indústria naval entre os principais investimentos e a au-
sência do setor petroquímico, o que aponta para duas possibilidades: primeiro, que os inves-
timentos previstos no segmento petroquímico nesta Região sejam de menor porte e estejam
20 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
alocados em outros empreendimentos, resultado do peso da cadeia produtiva local do petró-
leo, que requer ações mais localizadas para ampliação de sua capacidade, ao mesmo tem-
po em que demanda fortes investimentos em energia e logística para obter ganhos de efici-
ência.
De qualquer forma, a Região Norte beneficia-se não apenas com os investimentos diretos
em infra-estrutura, mas também dos demais investimentos previstos em outras regiões no
setor petroquímico, uma vez que isso significa uma ampliação da demanda para a sua pro-
dução industrial.
De modo geral, todos estes investimentos podem ampliar o crescimento das respectivas
Regiões, bem como do Estado como um todo, incluindo a tendência em ocorrer um efeito
multiplicador, que potencializa o aumento de renda e empregos locais e a diversificação de
sua estrutura produtiva, proporcionado por economias de aglomeração e de escala.
O Complexo de Açu
O Porto do Açu terá capacidade para movimentar 11.500.000 t. de carvão, atendendo à de-
manda de empresas siderúrgicas situadas na sua área de influência, assim como às neces-
sidades de uma planta termoelétrica que fará parte do Complexo. Ele contará ainda com um
terminal de carga geral, com capacidade para movimentar contêineres, granito e produtos
1
Texto desenvolvido em conjunto com Leandro Alves Silva.
Por meio de Lei Municipal, o Complexo Portuário do Açu foi contemplado com a condição de
Distrito industrial, estabelecendo condições favoráveis para a instalação e desenvolvimento
de indústrias, incluindo plantas de siderurgia, termoelétrica, gaseificação, indústria automoti-
va, pólo metal-mecânico, refinaria, armazenagem e logística, entre outros. Já são conside-
radas pelo menos 2 siderurgias e 2 termoelétricas para o Complexo.
Assim, o Complexo terá capacidade para receber navios cape size (com capacidade igual
ou superior a 80.000 t.), de até 250. 000 tpb (toneladas de porte bruto). Pelo Porto serão
escoados até 26.500.000 t/ano de minério de ferro de alto teor, com previsão para 2011.
Com montantes ainda mais expressivos, da ordem de R$ 4,3 bilhões, a Usina Termelétrica
do Açu também é um investimento da MMX, através da MPX Mineração e Energia S.A. e
quotistas de auto-produção da UTE Porto do Açu. Está localizada a aproximadamente 40
km do Porto de Açu.
A potência instalada da Usina será de 1.400 MW, sendo duas unidades geradoras a carvão,
de 700 MW. Para minimizar os impactos ambientais do projeto, a Empresa deverá utilizar na
planta tecnologias de uso ambientalmente sustentável e serão instalados sistemas de trata-
mento de efluentes gasosos, líquidos, sólidos e oleosos.
Será implantado também em Campos dos Goytacazes, o Aeroporto Farol de São Tomé, um
investimento da ordem de 300 milhões de reais, na área onde atualmente funciona o Heli-
porto Farol de São Tomé, responsável por 40% dos vôos de helicóptero efetuados pela Pe-
trobrás para as plataformas de petróleo. Os outros 60% de seus vôos saem de Macaé, do
aeroporto local e pretende-se que este novo Aeroporto possa atender a toda à demanda.
O espaço possui 200 hectares para apoio off-shore, serviços de apoio logístico, reparos de
construções navais. Espera-se que os benefícios do Complexo sejam crescentes, atraindo
um série de indústrias e empresas voltadas especialmente para o atendimento ao setor pe-
trolífero.
Ainda em 2005, a participação Fluminense sobre o total de petróleo extraído no país tinha
subido mais de dois pontos percentuais, passando de 81,96% para 84,15%. Observa-se que
em 2003 e 2004 a produção havia ficado praticamente estacionada, apresentando inclusive,
em 2004, pequena queda em comparação com 2003 (Plano Diretor de São João da Barra,
2006).
Em 2004 houve um acidente com a plataforma P-36, que afundou devido a uma explosão. O
acidente com a P-36 que na época era a maior plataforma de petróleo do mundo, capaz de
processar 180 mil barris de petróleo por dia, e o próprio atraso na sua substituição acaba-
ram por reduzir a produção, potencializando a elevação de 2005.
O aumento foi bem superior ao apresentado pela produção nacional, que cresceu
4,29%/ano, fazendo com que a participação Fluminense sobre o total da produção brasileira
de gás natural avançasse de 39,94% para 45,01%. (Plano Diretor de São João da Barra,
2006). Este crescimento produtivo resultou, em 2006, na auto-suficiência brasileira em pro-
dução petrolífera.
A retomada na produção petrolífera teve impacto direto nas finanças do Estado do Rio, pelo
aumento do repasse de participações governamentais que tornaram-se, em 2005, a segun-
da maior fonte de receitas fiscais para o Estado, atrás apenas do ICMS.
A Bacia de Campos2 vai do Estado do Espírito Santo, próximo à Vitória, até Arraial do Cabo,
no litoral norte do Rio, com cerca de 100.000 km2 de extensão. Na Bacia de Campos, atual-
mente, estão em fase produção 55 campos de petróleo e gás da Petrobrás, sendo que des-
tes, 11 são em parceria com outras empresas.
A Petrobrás é uma das maiores empresas brasileiras e tem investido maciçamente nos sis-
temas de produção do petróleo e no desenvolvimento da atividade, considerando-se novas
tecnologias, preparação de profissionais, logística, negócios. Entre 2009-2013, a Empresa
continuará sendo a majoritária em termos de investimentos em petróleo e gás no Brasil, per-
fazendo o total de 81% de todos os investimentos feitos no país, da ordem de US$ 195,8
bilhões.
2
Acima, estão representados alguns dados suplementares, como as plataformas com suas caracte-
rísticas e informações técnicas na Base Imbetiba, localizada em Macaé.
28 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Gráfico 1 - Investimentos no Brasil, Petróleo e Gás, 2009-2013
US$ 195,8 bi
Segundo a Petrobrás, o valor adicionado gerado no país por suas atividades, acrescido do
impacto na cadeia produtiva dos investimentos e gastos operacionais representam, em mé-
dia, 10% do PIB brasileiro, o que reflete a dimensão de seus negócios.
Tabela 4 - Petrobrás – Investimentos e Gastos Operacionais
Investimentos B US$
Petrobrás no Brasil 170
Cadeia produtiva dos investimentos 73
Cadeia produtiva dos gastos operacionais 66
Total do valor adicionado 309
Fonte: Apresentação Weinhardt, L., dez. 2009.
O próximo gráfico confirma este objetivo. São apontados os grandes projetos de óleo e gás
no Brasil, da Petrobrás, entre 2010-2013, com a inclusão de novas plataformas e também
contando-se com o início da exploração do pré-sal que, juntos, representam um crescimento
bastante expressivo para os próximos anos.
Segundo informações da Petrobrás, dos testes efetuados na Bacia de Santos houve 100%
de sucesso, nos poços de Tupi, Iara e Guará. Estão em teste no momento 28 sondas de
perfuração do pré-sal.
Figura 5 - Petrobrás, Poços Testados do Pré-Sal
Mais ainda, a partir do pré-sal acredita-se que o Brasil alcançará sua auto-suficiência na
produção de gás natural.
Entretanto, existem vários desafios neste processo exploratório recém implementado, con-
forme Renault (2009) aponta, especialmente tecnológicos, como o desenvolvimento de ma-
teriais especiais, modelagens, nanotecnologia, automação, dutos inteligentes, reservatórios,
logística de gás associados, Engenharia Submarina e Engenharia de Poços, formas de a-
proveitamento do gás natural – todos estes variáveis que influem nos resultados alcança-
dos.
Outras questões que deverão ser discutidas são o sistema tributário, a necessidade de re-
cursos humanos qualificados, as indefinições no marco regulatório e a complexidade no
sistema de regulação, fiscalização e controle dos órgãos da União sobre a atividade econô-
mica, gerando inúmeras incertezas.
De acordo com Renault (2009), dentre as principais oportunidades geradas pelo pré-sal no
Brasil estão o aumento de reservas provadas, que pode ultrapassar os 100%, o aumento do
valor de Mercado, a partir da produção do óleo médio-leve e um aumento considerável de
produção. Além disto, se ganhará escala na produção industrial, ampliando as encomendas
e gerando condições objetivas para criar-se uma indústria de suprimentos “offshore” de es-
cala mundial, com perspectivas de investimentos para um longo período.
Os investimentos totais no Pré-Sal somam 45 bilhões de dólares sendo que, destes, U$28
bilhões serão realizados pela Petrobrás, representando 62% do total, e U$17 bilhões por
outras operadoras. Do montante total, entre 2009-2013, U$18,6 bilhões serão investidos na
Bacia de Campos, com previsão de um grande aumento de inversões/ano, passando para
U$98,8 bilhões, entre 2009-2020.
Por outro lado, há que considerar também os impactos negativos advindos da atividade pe-
trolífera, conforme pesquisa realizada pelo IBAM sobre a realidade de Macaé.
Este impactos se traduzem em aumento no nível geral dos preços praticados localmente – o
que foi comentado por diversos habitantes durante o trabalho de campo realizado - aumento
da demanda por serviços básicos e infraestrutura, concentração de renda, bem como a de-
sestruturação dos setores tradicionais da economia, a exemplo da atividade pesqueira local.
Assim, é importante observar-se este efeitos para minimizá-los na medida do possível, atra-
vés de mecanismos que atuem, sempre que possível, como preventivos.
Principais Investimentos da Região Noroeste
Usina de Itaocara - Light
O investimento previsto é da ordem de R$740 milhões, sendo que R$616 milhões deverão
ser gastos entre 2010-2012, realizados pela Light.
Além das inversões para construção da Central, a Light deverá despender anualmente R$1
milhão para o Estado e os dois municípios locais, que são “royalties” como compensação
pelas áreas a serem alagadas, durante 35 anos. Fez parte do acordo que a Companhia ar-
cará também com os custos de desapropriação das terras inundadas.
O Projeto será financiado pela INVESTE-RIO, com recursos do FREMF (Fundo de Recupe-
ração Econômica dos Municípios Fluminenses) com investimentos estimados em R$14 mi-
lhões, gerando inicialmente cerca de 70 empregos diretos e 1.500 indiretos.
A proposta foi desenvolvida através da parceria com a FIRJAN Noroeste, que ficou respon-
sável pela elaboração técnica e acompanhamento da mesma junto à INVESTE-RIO e a Pre-
feitura de São José de Ubá, que disponibilizou o terreno para a instalação da empresa.
Petróleo e Gás
Como já descrito, o Estado Fluminense passa por uma fase expressiva de investimentos,
com uma parcela significativa destes voltada para a exploração e produção de petróleo e
gás na Região Norte Fluminense.
Silvicultura
Já foi realizado um mapeamento de áreas prováveis para o Projeto, que agora conta com
apoio da Lei que institui o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) do Estado. Assim, o
desenvolvimento florestal recebeu um novo reforço, com a aprovação do Projeto de Lei
383/07, melhorando a competitividade na atração de projetos, pois favorece as plantações
industriais de eucalipto, seringueira, bambu e pinho no interior, incluindo o Noroeste Flumi-
nense. Como compensação, as empresas deverão plantar em média 20 hectares de espé-
cies de Mata Atlântica para cada 100 hectares de monocultura implantada.
Setor Moveleiro
Este Programa busca dar apoio à expansão das indústrias do setor, contribuindo para a
consolidação do Pólo Moveleiro Fluminense, além de atrair novas indústrias e fornecedores
do setor, que inclui Campos dos Goytacazes. Suas principais ações são o apoio a esta ex-
pansão, promovendo o aperfeiçoamento do design, a melhoria da qualidade e produtividade
e qualificação da mão-de-obra.
Agroenergia
Atualmente, apenas 6 das 24 usinas que operavam nas regiões Norte e Noroeste estão ati-
vas, com a produção de cana-de-açúcar ocupando pouco mais de 100 mil hectares.
O Programa Rio Agroenergia tem como objetivo devolver ao Estado sua posição no ranking
nacional de grandes produtores de álcool e, neste sentido, ambas as localidades em estudo
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 35
tem potenciais na área. Vários setores de infra-estrutura tem trabalhado em conjunto para
melhorarem as tecnologias utilizadas, as condições de financiamento e incentivos fiscais na
produção de açúcar e biodiesel.
2 ESTRUTURA SOCIAL
A ocupação da Região Norte Fluminense, na primeira metade do século XVII, deu-se com a
função de instalar currais de gado bovino para transporte e moagem de cana, suprindo as
necessidades dos senhores dos engenhos. Desde então, a atividade econômica da cana-
de-açúcar passou a desempenhar um papel fundamental na sua organização socioeconô-
mica. Durante o século XIX ocorreu a modernização da produção, com a instalação de di-
versas usinas, tendo em vista o aumento da produção da cana e a necessidade de diminui-
ção de custos operacionais. (Silva, L., 2006, p.03).
Ressalta-se que Quissamã é o maior produtor de coco do Estado e possui um elevado po-
tencial para o turismo ecológico, histórico e cultural, resultante de um dos maiores patrimô-
nios culturais preservados. Já em São Francisco de Itabapoana se destacam a fruticultura
de abacaxi, maracujá e pinha e outras.
Em Macaé, a atividade extrativa mineral tem sido uma alavanca desenvolvimentista, a partir
da qual novas perspectivas se abrem para a população regional, recebendo migrantes intra
e inter-regionais, movidos pelas novas oportunidades de trabalho e pela implantação de
uma base de operações da Petrobrás no seu território. Conseqüentemente, o pólo de atra-
ção regional que estava historicamente localizado em Campos, está sendo substituído pelo
bipolo Campos-Macaé, ambos apresentando diversas potencialidades e fragilidades.
Alguns setores chave industriais estão surgindo a partir de ações independentes, como é o
caso da construção naval, ainda incipiente, da indústria química e de uma série de ativida-
des que englobam tanto a cadeia produtiva do petróleo e gás, particularmente, como outras
manifestações do setor de serviços que são demandados a partir do grande aumento popu-
lacional local.
Assim, Macaé se depara com um crescimento exacerbado que, apesar de promover o in-
cremento de sua economia, também provoca o crescimento acelerado e desordenado da
malha urbana, contribuindo com a proliferação de favelas, a degradação ambiental e com
novos direcionamentos da incorporação imobiliária local. (Dias, 2005).
Dados referentes ao ano de 2000 indicam que a densidade demográfica da Região foi signi-
ficativamente inferior à do Estado do Rio de Janeiro, correspondendo respectivamente a
51,75 e 328,6 hab./km². Campos do Goytacazes e Macaé são os municípios mais populo-
sos, ambos com mais de 100.000 habitantes, apresentando densidade demográfica superior
a 100 hab./km². Conceição de Macabu e São João da Barra aparecem em seguida, com as
taxas de 53,7 e 59,5 hab./km².
900.000 811.089
766.320
800.000 698.783
653.844
700.000 611.576
600.000
500.000
400.000
300.000
200.000
1.991 1.996 2.000 2.007 2.009* ano
* Estimativa
A Região Norte, por sua vez, apresentou taxa de crescimento total de 32,6% e a média anu-
al de crescimento foi de 1,81%. Ou seja, seu crescimento populacional foi 7,6% maior que o
crescimento estadual e 2,2% maior que o crescimento do país.
Tabela 6 - Região Norte Fluminense, Evolução da População - 1991, 1996, 2000, 2007, 2009
Evolução da População Total - 1991 - 2009
Municípios da Região
1.991 1.996 2.000 2.007 2.009*
Norte Fluminense
Campos dos Goytacazes 389.109 389.547 406.989 426.154 434.008
Carapebus - - 8.666 10.677 11.939
Cardoso Moreira - 11.940 12.595 12.206 12.481
Conceicao de Macabu 16.963 18.206 18.782 19.479 20.687
Macaé 100.895 121.095 132.461 169.513 194.413
Quissamã 10.467 12.583 13.674 17.376 19.878
São Fidélis 34.581 36.534 36.789 37.477 39.256
São Francisco Itabapoana - - 41.145 44.549 47.832
São João da Barra 59.561 63.939 27.682 28.889 30.595
Total da Região Norte 611.576 653.844 698.783 766.320 811.089
Total do Estado RJ 12.807.706 13.406.308 14.391.282 15.420.450 16.010.429
Total do Brasil 146.825.475 157.070.163 169.799.170 183.989.711 191.481.045
-- = sem informação * Estimativas da População
Fonte: IBGE - Censos Demográficos, Contagem da População, Estimativas da População, 2009
40 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Este aumento de população pressupõe novas demandas e impactos sociais, econômicos e
estruturais, que freqüentemente ocorrem com a chegada de novos habitantes, levando ao
aumento de problemas enfrentados nos municípios.
No entanto, este crescimento não se deu de forma homogênea. No período 1991 - 2000, ao
se comparar os indicadores de cada município, surgem grandes discrepâncias nas tendên-
cias de crescimento populacional, sugerindo um indicador da dinâmica interna desigual da
Região.
Tabela 7 - Região Norte Fluminense, Taxa de Crescimento, 1991 - 2009
Taxas de Crescimento (%)
Intervalo Taxa de
Municípios da Região Crescimento
Norte Fluminense 1991 - 1996 - 2000 - 2007 - 1991 - Média Anual -
1996 2000 2007 2009 2009 1.991 a 2.009
Campos dos Goytacazes 0,11 4,48 4,71 1,84 11,54. 0,64
Carapebus - - 23,21 11,82 - -
Cardoso Moreira - 5,49 -3,09 2,25 - -
Conceicao de Macabu 7,33 3,16 3,71 6,20 21,95. 1,22
Macaé 20,02 9,39 27,97 14,69 92,69. 5,15
Quissamã 20,22 8,67 27,07 14,40 89,91. 5,00
São Fidélis 5,65 0,70 1,87 4,75 13,52. 0,75
São Francisco Itabapoana - - 8,27 7,37 - -
São João da Barra 7,35 -56,71 4,36 5,91 -48,63. -2,70
Total da Região Norte 6,91 6,87 9,66 5,84 32,62. 1,81
Total do Estado RJ 4,67 7,35 7,15 3,83 25,01. 1,39
Total do Brasil 6,98 8,10 8,36 4,07 30,41. 1,69
Fonte: IBGE - Censos Demográficos, Contagem da População, Estimativas da População, 2009
De acordo com a Tabela anterior, entre 1991 e 1996, Macaé e Quissamã apresentaram as
maiores taxas de crescimento populacional regional, em torno de 20%. Em contraponto,
Campos apresentou uma taxa de crescimento inexpressiva de 0,11%.
De acordo com a tabela acima, entre 1991 e 1996, Macaé e Quissamã apresentaram as
maiores taxas de crescimento populacional regional, em torno de 20%. Em contraponto,
Campos apresentou uma taxa de crescimento inexpressiva de 0,11%.
Ressalta-se que, anteriormente a este período, Macaé já havia apresentado um grande au-
mento de contingente populacional, em virtude da consolidação da indústria petrolífera em
seu território. Em 1970, segundo o IBGE, a população total de Macaé correspondia a 47.221
habitantes. Em 2009, a população alcançou 194.413. De tal forma, calcula-se que em quatro
décadas sua população se tornou 4,11 vezes maior, ou seja, a cada dez anos duplicou-se a
população total no Município. Mesmo com este crescimento tão expressivo, os dados ainda
são subestimados, dada a forte presença de população flutuante, constituída principalmente
por pessoas que trabalham em Macaé, mas residem em outros municípios.
No caso de Macaé, conforme comentado, este valor expressivo pode ser vinculado especi-
almente às movimentações geradas pela instalação de grandes empreendimentos, a partir
do seu pólo petrolífero, que atraem constantemente novos públicos em busca de oportuni-
dades de emprego, sejam eles diretos ou indiretos e conectados às supostas vantagens
creditadas pelo recebimento dos royalties. Outro atrativo local, que também contribui para
este crescimento, é o número crescente de instituições de ensino técnico e superior e seu
comércio mais diversificado.
No entanto, estes atrativos terminam sendo ilusórios, porque grande parcela dos migrantes
não possui qualificações adequadas para a ocupação dos postos de trabalho e não conse-
guem ter acesso às oportunidades locais e ainda, não há correlação direta entre os recebi-
mentos dos royalties e benefícios para as populações.
Outros Municípios interioranos, como São Fidelis, Conceição de Macabu e Cardoso Moreira,
também revelaram baixo crescimento ou mesmo perda populacional.
Por outro lado, a perda de população sugere uma oferta local limitada de oportunidades de
estudo e trabalho e/ou a insuficiência de serviços públicos ofertados para a população, as-
pectos que incentivam o êxodo populacional em busca de melhores condições de formação
e renda, principalmente o estrato jovem da população economicamente ativa.
Em Quissamã, supõe-se que pela proximidade com Macaé e por apresentar uma qualidade
de vida aparentemente mais elevada, conseqüência de índices menores de criminalidade,
porte populacional pequeno, índices de saúde bastante positivos e por ser uma cidade lito-
rânea, etc. favorece a atração de migrantes pendulares, temporários ou definitivos.
O Mapa seguinte reflete os valores de crescimento municipais entre 1991-2009, sendo que
em alguns, por ausência de dados não foi possível constatar o valor total, inclusive porque a
pesquisa foi realizada antes de suas instalações administrativas. Nestes municípios que
possuem dados incompletos, entre 2000-2007, Carapebus teve aumento populacional de
23%, São Francisco de Itabapoana também aumentou sua população em 8% e Cardoso
Moreira enfrentou perda populacional de (-3,09%).
Em uma pesquisa, realizada com ano base 1996, os dados apontam que do total de 25.322
novos habitantes recebidos no Norte, 12.291 foram para Macaé e 7.588 foram para Campos
dos Goytacazes.
Ou seja, pela magnitude de seu crescimento e geração de riquezas muito acima das médias
municipais e nacionais, já em 1996, Macaé era o município da Região que mais recebia no-
vos habitantes, tanto de população interna do Norte, como do Noroeste, e de outras regiões
do Estado, do país e inclusive habitantes internacionais, recrutados para o trabalho nas em-
presas petrolíferas concentradas em serviços. Campos dos Goytacazes comparece como o
segundo município mais procurado, seguido por São João da Barra. Aquele que recebeu
menos migrantes, neste ano, foi Quissamã.
Com a implantação dos grandes empreendimentos na Região, espera-se que o fluxo popu-
lacional migratório, especialmente para Macaé, Quissamã, Conceição de Macabu – cidade
dormitório de muitos trabalhadores de Macaé - São João da Barra e Campos dos Goytaca-
zes seja bastante expressivo nos próximos anos e muito acima do que suportam as infra-
estruturas locais existentes, os serviços públicos disponíveis e a própria dinâmica socioeco-
nômica municipal e regional. (Silva E., p.20, 33).
Atualmente, dois Municípios também despontam como pólos regionais, Santo Antônio de
Pádua e Bom Jesus do Itabapoana. O primeiro é um importante núcleo de especialização no
setor de extração mineral, direcionado para a exploração de rochas ornamentais (gnaisses,
denominados pedra paduana e pedra madeira) que, apesar da baixa qualificação gerencial
e técnica e do baixo nível tecnológico processoal, é um importante gerador de renda e em-
prego. Novas empresas também vem sendo instaladas neste município e sua influencia já
se faz sentir no território mineiro. (Fundação CIDE, 2009).
Itaocara é o Município que se localiza mais próximo da Capital do Estado, 178,6 Km. Os
mais distantes correspondem a Varre-Sai, 259 km, seguido de Bom Jesus do Itabapoana,
251,8 Km e Porciúncula, 246,9 Km. Devido às longas distancias, aumentam-se os limites de
acesso aos serviços centrais do Estado e tornam-se menos viáveis as Migrações Pendula-
res, o que significa o habitante que tem sua moradia em um município e se desloca para
outro diariamente, por motivos de trabalho e/ou estudos.
Dados referentes ao ano de 2000 indicam que a densidade demográfica da Região foi signi-
ficativamente inferior a do Estado do Rio de Janeiro, correspondendo respectivamente a
52,9 e 328,6 habitantes por km². Os maiores índices de densidade demográfica são encon-
trados nos Municípios de Aperibé 89,4 e Miracema 89,5 habitantes/km². Em seguida apare-
ce Itaperuna, 78,2 e Santo Antônio de Pádua 62,9. São José de Ubá e Cambuci são os que
apresentam os menores índices de população por km², respectivamente, 25,6 e 26, contribu-
indo para a baixa densidade demográfica regional. À exceção de Laje do Muriaé, todos os
outros enfrentaram emancipações recentes, provável causa para uma população ainda pe-
quena.
Nenhum dos municípios apresenta população superior a 100.000 habitantes, segundo da-
dos do IBGE, sendo que quatro deles possuem população menor que 10.000 habitantes:
Aperibé, Laje do Muriaé, São José de Ubá e Varre-Sai.
A Região Noroeste conta atualmente com uma população total de 323.436 habitantes, o que
equivale a 2% da população do Rio de Janeiro. Esta população se distribui em uma exten-
são territorial de aproximadamente 5.388 Km, o que corresponde a 13% da área total do
Estado. A população de Itaperuna corresponde a 30,74% do total da Região Noroeste, en-
quanto Santo Antônio de Pádua abriga 13,11%. São estes seus municípios mais populosos.
Neste período, a taxa de crescimento total estadual foi de 25%, o que corresponde a uma
média de 1,39% ao ano. O Brasil apresentou a taxa de crescimento total de 30,4%, perfa-
zendo a média de 1,69% ao ano. A Região Noroeste, por sua vez, apresentou taxa de cres-
cimento total 18,45%, o que corresponde a 1,02% ao ano, ou seja, menor que as médias
estaduais e nacionais.
Posteriormente, no período entre 1996 e 2000, estes mesmos municípios voltaram a revelar
aumento populacional, exceto Cambuci que, ao contrário, perdeu 29,48% da população e
Natividade, que manteve sua população estável após a grande perda populacional. Em con-
trapartida, apresentaram as maiores taxas de crescimento Bom Jesus do Itabapoana,
7,89%, seguido de Itaperuna, 5,96% e Porciúncula, 5,81%. Tais índices se apresentam mai-
ores, inclusive, que a taxa de crescimento regional, 3,86% e também Estadual, 4,67%.
Se considerado o período de 1991 a 2009, totalizando 18 anos, verifica-se que estes tam-
bém foram os municípios que apresentaram as maiores taxas de crescimento, atingindo
média anual superior a 1%.
Itaperuna e Santo Antônio de Pádua, neste mesmo período, foram os Municípios que apre-
sentaram o maior crescimento populacional, 27,5% e 26,6, respectivamente. Em seguida,
Bom Jesus de Itabapoana com 18,18% e Italva com 14,98%. Outros municípios revelaram
esvaziamento populacional, como por exemplo, Cambuci que perdeu 29,7% de sua popula-
ção, ou seja, (- 1,65%)/ano; Natividade que se aproximou deste valor e teve sua população
reduzida em 29,22%, atingindo (-1,62%)/ano e Itaocara que teve sua população reduzida
em 0,12%/ano.
De acordo com estes movimentos populacionais supõe-se que enquanto Bom Jesus do Ita-
bapoana, Itaperuna e Porciúncula têm mantido e/ou criado novos atrativos para a população
em geral, tanto no sentido de fixá-la em seu território ou atrair novos habitantes, Cambuci,
Natividade e Itaocara tem sofrido efeito inverso, perdendo continuamente população, o que
sugere problemas com relação às oportunidades de emprego e renda e/ou serviços públicos
e educacionais insatisfatórios.
Este crescimento pode ser explicado, em parte, porque Santo Antônio de Pádua se apresen-
ta como o principal produtor local das atividades extrativas de rocha e integra o APL – Arran-
jo Produtivo Local de base mineral da Região3 e, juntamente com Itaperuna, ambos consti-
tuem os dois principais pólos econômicos atuais do Noroeste. Nestes municípios encontram-
se mais oportunidades de acesso à saúde, educação e trabalho, o que atrai a instalação fixa
ou temporária de grande público externo e, principalmente, de habitantes vindos de áreas
rurais.
Bom Jesus do Itabapoana tem se despontado como um novo pólo de desenvolvimento regi-
onal, destacando-se no comércio, serviços de logística e pecuária de corte; consequente-
mente apresentando o terceiro maior crescimento populacional do Noroeste nas duas últi-
mas décadas.
Assim como a Região Norte concentra atividades extrativas minerais, a Região Noroeste
está ligada a extração de rochas, que também aparece como um importante setor econômi-
co, em processo ascendente nas últimas décadas. Apesar de que sua base econômica cen-
tral continue sendo a pecuária e, em segundo lugar, a agricultura.
3
Praticamente todos os Municípios do Noroeste integram o APL à exceção de Aperibé e Itaocara.
52 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Mapa 3 - Região Noroeste Fluminense, Fluxo Migratório da População
Considerando esta perda ou aumento populacional, sabe-se que existem fluxos migratórios
internos, mas não se tem mapeado os seus locais de saída-destino.
Segundo informações do Anuário Estatístico do Rio de Janeiro, em 2000, sabe-se que exis-
tiam na Região um total de 283 estrangeiros, dentre eles os naturalizados brasileiros. Des-
tes, 27,5% residiam em Itaperuna e outros 20% em Bom Jesus do Itabapoana.
Porciúncula aparece como o terceiro município onde residia o maior número de estrangei-
ros, 38, correspondendo a 13,4% dos estrangeiros residentes em toda a Região e em Santo
Antônio de Pádua residiam mais 10,9%.
Nos demais municípios, a presença de residentes estrangeiros foi inferior, variando entre 6,
em Laje do Muriaé e 22, em Itaocara.
Tabela 13 - Região Noroeste Fluminense, População Residentes por Nacionalidade, 2000
População Residente por Nacionalidade - 2000
Naturalizados
Municípios da Região Brasileiros
População Total Brasileiros e
Noroeste Fluminense Natos
Estrangeiros
Aperibé 8.018 8.018 -
Bom Jesus do Itabapoana 33.655 33.598 57
Cambuci 14.670 14.663 7
Italva 12.621 12.606 15
Itaocara 23.003 22.981 22
Neste ano, 9.720, ou seja, 3,2% de sua população trabalhavam ou estudavam em outros
municípios do Estado do Rio de Janeiro e 1.723, 0,5%, em outros estados.
Embora em número bem mais expressivo que na Régio Norte, a emigração para outros es-
tados também ocorre com pouca significância no Noroeste.
Mais inexpressivo ainda foi o número de pessoas da Região que saiu do país para estudar e
trabalhar, apenas 21, sendo que deste total 9 eram de Santo Antônio de Pádua, 7 de Mira-
cema e 5 de Natividade.
Aperibé teve deslocamento de 8,2% de sua população e Laje do Muriaé de 7,1%. Itaocara,
Miracema, Natividade e Cambuci tiveram deslocamento de aproximadamente 5%, cada,
enquanto os demais municípios apresentaram percentuais em torno de 2%.
Tabela 14 - Região Norte Fluminense, População Residente, por Deslocamento para Trabalho
ou Estudo - 2000
Em 1991, aqueles que apresentaram taxas mais elevadas de urbanização foram Conceição
de Macabu, 82,43%, Campos, 83,44% e Macaé 88,54%. Em 2000, estas taxas aumentaram
ainda mais, sendo que em Macaé o índice alcançou 95,13% e os demais apresentaram ur-
banização superior a 60%, à exceção de São Francisco de Itabapoana, com 46,73%.
Tabela 15 - Região Norte Fluminense, População por Situação de Domicílio, 1991 - 2000
Taxa de Urbaniza-
Municípios da Região População Urbana População Rural
ção %
Norte Fluminense
1.991 2.000 1.991 2.000 1.991 2.000
Campos dos Goytacazes 324.667 364.177 64.442 42.812 83,44 89,48
Carapebus - 6.875 - 1.791 - 79,33
Cardoso Moreira - 8.041 - 4.554 - 63,84
Conceição de Macabu 13.982 16.542 2.981 2.240 82,43 88,07
Macaé 89.336 126.007 11.559 6.454 88,54 95,13
Quissamã 4.410 7.699 6.057 5.975 42,13 56,30
São Fidelis 22.160 26.513 12.421 10.276 64,08 72,07
São Francisco de Itabapoana - 19.228 - 21.917 - 46,73
São João da Barra 29.791 19.631 29.770 8.051 50,02 70,92
Total da Região Norte 484.346 594.713 127.230 104.070 79,20 85,11
Total do Estado do Rio de Janeiro 12.199.641 13.821.466 608.065 569.816 95,25 96,04
* Estimativas da População
-- = sem informação
Fonte: IBGE - Censos Demográficos, Contagem da População, Estimativas da População, 2009.
Estas elevadas taxas de urbanização apontam para a perda de população rural da Região
Norte, principalmente devido à substituição crescente dos meios produtivos rurais, em de-
trimento dos grandes processos industriais e do mercado de trabalho presumivelmente po-
tencializado nos centros urbanos. Embora a indústria açucareira e alcooleira ainda tenham
importância na atividade econômica regional, nos últimos anos se destaca a produção do
petróleo e do gás natural na Bacia de Campos. Soma-se a esse fator a maior oferta de polí-
ticas públicas e serviços nas áreas urbanas, que não atendem (na mesma proporção) às
áreas rurais.
Neste cenário, constata-se que o processo de urbanização local vinha ocorrendo de forma
mais acelerada no Norte do que no Estado. No período de 9 anos, a taxa de urbanização do
Rio de Janeiro cresceu cerca de 0,79%, passando de 95,25% em 1991 para 96,04% em
2000. No mesmo período, a taxa de urbanização da Região Norte cresceu 5,9%, subindo de
79,20% para 85,11%, ou seja sete vezes maior do que o indicador estadual.
Com relação aos domicílios, segundo os Estudos Socioeconômicos realizados pelo Tribunal
de Contas do Estado do Rio de Janeiro, em 2000 existiam cerca de 256.853 domicílios no
Em 2000, São João da Barra apresentou a menor taxa de ocupação domiciliar, 47%, segui-
do por São Francisco de Itabapoana, 57%. Ambos tiveram também as maiores taxas de uso
ocasional dos domicílios não ocupados, 82% e 64% respectivamente, o que se relaciona ao
fato dos municípios possuírem atrativos turísticos importantes, com habitações praianas,
onde é grande o fluxo temporário de moradores, principalmente no verão.
Total de Média de
Municípios da Região População Total de
Domicílios Pessoas por
Norte Fluminense Total Domicílios
Ocupados Domicílio
Buscando uma melhor compreensão sobre a composição familiar regional, foi calculada a
média de moradores por domicílio, dividindo-se a população total de cada município pelo
número de domicílios ocupados, de acordo com os dados do Censo realizado pelo IBGE,
em 2000, dados da tabela a seguir.
Como resultado, as famílias residentes na Região são compostas em média por 3,55 mem-
bros. Separadamente, os municípios também não se distanciam muito da média, ficando
São Fidélis com a menor média, 3,28 e Quissamã com a média mais elevada, 3,68.
Importante ponderar, no entanto, que embora estas médias sejam equiparadas, os dados
não estabelecem com fidelidade as discrepâncias e desigualdades existentes entre os mu-
nicípios, ou seja, não se pode conhecer em quais localidades se encontram as famílias mais
ou menos numerosas internamente.
Além disto, de acordo com a realidade histórica, por exemplo, sabe-se que as famílias rurais
e de bairros pobres tendem a ser mais numerosas do que nos centros urbanos. Uma outra
questão é que alguns destes núcleos urbanos podem concentrar um grande número de pro-
fissionais jovens/solteiros e estudantes, que fazem parte de uma classe média/alta e que
não possui filhos, ou possui poucos filhos, o que pode “encobrir” um número elevado de
habitantes por famílias de classe baixa. Mas para conhecer essas especificidades, torna-se
necessária uma pesquisa mais aprofundada de cada realidade.
Nota: * Os dados da população total apresentam pequenas variações dos dados apresentados pelo
IBGE no mesmo ano.
Fonte: Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro, 2009
Em 2000, do total de famílias do Norte, 73% era chefiada por homens e 27% era chefiada
por mulheres. Todos os municípios apresentaram proporções relativamente similares. Cam-
pos dos Goytacazes apresentou a maior proporção de famílias chefiadas por mulheres,
28,3% seguido por Macaé, 26%, enquanto Carapebus revelou a menor proporção destas
famílias, 20,7%.
As razões de sexo da Região Norte apontam para uma pequena tendência de predomínio
feminino em sua composição populacional, salvo em Quissamã, São Francisco de Itabapo-
ana e Carapebus, onde predomina o sexo masculino. Em Cardoso Moreira e São João da
Barra as razões de sexo se apresentam bem equilibradas.
Tabela 20 - Região Norte Fluminense, Distribuição da População por Faixa Etária, 2009
Faixa Etária Total % em relação a população total
Menor 1 10.461 1,29
1a4 48.411 5,97
5a9 67.526 8,33
10 a 14 64.903 8,00
15 a 19 65.656 8,09
20 a 29 139.595 17,21
30 a 39 119.392 14,72
40 a 49 114.558 14,12
50 a 59 85.450 10,54
60 a 69 50.843 6,27
70 a 79 29.999 3,70
80 e + 14.295 1,76
Total da Região Norte 811.089 100,00
Fonte: IBGE, Censos e Estimativas, 2009.
Como se vê na pirâmide abaixo, com relação à faixa etária, verifica-se que o maior percen-
tual de população está entre 20 a 59 anos, sendo especialmente elevado nos jovens de 20 a
29 anos. O grupo considerado infantil de 1 a 9 anos correspondeu a 15, 57% da população,
enquanto os adolescentes de 10 a 19 anos somaram 16,09% do total e a população de 20 a
59 anos representou 56,45%, sendo aquela considerada aptas para o trabalho, constituindo
a PEA, população economicamente ativa.
Estes valores apontam para o percentual de pessoas que demandam políticas públicas es-
pecíficas para a infância, adolescência e adultos em idade produtiva, respectivamente, sen-
do que os dois primeiros grupos somam aproximadamente 32% da população, o grupo pro-
dutivo cerca de 57% e o grupo de idosos os outros 11% do total, demandando também cui-
dados particulares.
25
19,6
20 18,5
17,4
14,5 14,8 15,0
15 13,0 13,7
11,6
10
0
Campos dos Carapebus Cardoso Conceição de Macaé Quissamã São Fidélis São Francisco São João da
Goytacazes Moreira Macabu de Itabapoana Barra
Municípios
Já o percentual de mães de 10 -19 anos foi bastante elevado: todos os municípios apresen-
taram taxa acima de 20%, à exceção de Campos e São Fidelis. Os maiores índices se reve-
lam em Cardoso Moreira e Conceição de Macabu, 27,2%.
Percentual de Mães de 10 a 14 Anos e de 10 a 19 Anos dos Municípios da Região Norte Fluminense- 2006
% de mães
30
27,2 27,2
24,9
25 23,9
22,5
20,7 21,3 21,5
20
14,3
15
10
5
1,0 1,1 1,3 0,6 1,3 0,8
- 0,3 -
0
Campos dos Carapebus Cardoso Moreira Conceição de Macabu Macaé Quissamã São Fidélis São Francisco de São João da Barra
Goytacazes Itabapoana
Municípios
Esta situação, comum, é explicada em grande parte pelas centralidades das sedes e sua
concentração de recursos físicos e financeiros, como centro produtivo e comercial e de ser-
viços, criando hierarquias entre estas e os distritos e influenciando nas distribuições popula-
cionais.
Assim como o Norte concentra atividades extrativas minerais, a Região Noroeste está ligada
à agropecuária e à extração de rochas, a qual aparece como um setor econômico em as-
censão, em processo de operação mais estruturado. Ressalte-se, no entanto, que a sua
base econômica continua sendo a pecuária, em primeiro plano, e a agricultura, logo em se-
guida.
As elevadas taxas de urbanização indicam que a população rural da Região vem sofrendo
quedas constantes, principalmente devido à substituição crescente dos meios produtivos
rurais, reforçado pelas limitações nas cadeias produtivas, especialmente nos processos de
comercialização das produções locais, resultando no êxodo rural e em uma urbanização
crescente.
Comparando-se a Região com o Estado, observa-se que esta vem se aproximando dos ní-
veis de urbanização estadual, ao longo dos anos. Em 1991, o Estado apresentou taxa de
urbanização de 95,25%, enquanto a Região Noroeste atingiu 68,33%, ou seja, uma diferen-
ça percentual de 26,92%. No ano de 2000, essa diferença cai para 16,88%, indicando que a
urbanização regional está ocorrendo em ritmo mais acelerado do que a estadual.
Gráfico 17 - Região Norte Fluminense, População por Situação de Domicílio, 1991 - 2009
Tabela 22 - Região Noroeste Fluminense, População por Situação de Domicílio, 1991 - 2000
Com relação aos domicílios, segundo os Estudos Socioeconômicos realizados pelo Tribunal
de Contas do Estado do Rio de Janeiro (2008), existiam cerca de 104.569 domicílios na Re-
gião Noroeste em 2000, cuja taxa de ocupação variou entre 78%, de Varre-Sai e 85%, de
Miracema, seguido por Itaperuna e Bom Jesus de Itabapoana, ambas com índices de 84%.
As taxas de ocupação são bastante similares entre os municípios e são elevadas. O uso de
domicílios ocupados ocasionalmente foi próximo a 20%, diferenciando-se da maior taxa em
São José de Ubá, 35%, e da menor taxa em Italva, de 11%, seguido por Varre-Sai, 14% e
Porciúncula, 15%.
64 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Tabela 24 - Região Noroeste Fluminense, População por Domicílio, 2000
Total de Média de
Municípios da Região População Total de
Domicílios Pessoas
Noroeste Fluminense Total Domicílios
Ocupados por Domicílio
Aperibé 8.018 3.028 2.462 3,26
Bom Jesus do Itabapoana 33.655 11.549 9.724 3,46
Cambuci 14.670 5.392 4.395 3,34
Italva 12.621 4.811 3.851 3,28
Itaocara 23.003 8.580 7.099 3,24
Itaperuna 86.720 29.867 25.185 3,44
Laje do Muriaé 7.909 2.713 2.202 3,59
Miracema 27.064 8.601 7.332 3,69
Natividade 15.125 5.458 4.396 3,44
Porciúncula 15.952 5.589 4.510 3,54
Santo Antônio de Pádua 38.692 14.098 11.431 3,38
São José de Ubá 6.413 2.190 1.797 3,57
Varre-Sai 7.854 2.693 2.117 3,71
Total da Região Noroeste 297.696 104.569 86.501 3,44
Fonte: TCE – Estudos Socioeconômicos, 2008 / IBGE, Censos e Estimativas, 2009.
Além disto, buscando uma melhor compreensão sobre a composição familiar regional, foi calcu-
lada a média de moradores por domicílio, assim como para a Região Norte, dividindo-se a popu-
lação total de cada Município pelo número de domicílios ocupados, de acordo com os dados do
Censo realizado pelo IBGE, em 2000.
Como resultado, pode-se dizer que as famílias residentes na Região Noroeste eram compostas,
em média, por 3,44 membros. Isoladamente, os municípios também não se distanciam muito
dessa média, sendo Itaocara o município com a menor média, 3,24 e Varre-Sai com a média
mais elevada, 3,71, embora estes dados não sejam capazes de estabelecer as discrepâncias e
desigualdades existentes entre os Municípios, ou seja, não se pode conhecer em quais localida-
des se encontram as famílias mais ou menos numerosas.
Tabela 25 - Região Noroeste Fluminense, Composição Familiar, 2000
Famílias e Pessoas Residentes em Domicílios Particulares, por Condição na Família - 2000
Pessoas Residentes em Domicílios Particulares,
Municípios da Região por Condição na Família
Famílias
Noroeste Fluminense População Pessoa Responsável
Total * Total Homens Mulheres
Aperibé 2.621 8.015 2.621 1.963 658
Bom Jesus do Itabapoana 10.209 33.648 10.209 7.527 2.682
Cambuci 4.716 14.675 4.716 3.658 1.058
Italva 3.975 12.619 3.975 3.183 792
Itaocara 7.492 22.995 7.492 5.724 1.768
Itaperuna 26.698 86.726 26.698 19.956 6.742
Laje do Muriaé 2.409 7.912 2.409 1.817 592
Miracema 7.959 27.060 7.959 5.531 2.428
Natividade 4.653 15.126 4.653 3.424 1.229
Porciúncula 4.768 16.093 4.768 3.381 1.387
Santo Antônio de Pádua 12.189 38.690 12.189 9.278 2.911
São José de Ubá 1.899 6.416 1.899 1.649 250
Varre-Sai 2.251 7.857 2.251 1.777 474
Região 91.839 297.832 91.839 68.868 22.971
Nota: * Os dados da população total apresentam pequenas variações dos dados apresentados pelo IBGE no
mesmo ano.
Fonte: Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro, 2009
Proporcionalmente à sua população total, a Região Noroeste é a que concentra o maior per-
centual de idosos no Estado, correspondendo à aproximadamente 14% do total da popula-
ção residente na Região. Portanto, o índice de envelhecimento regional é elevado, desta-
cando Cardoso Moreira, Cambuci, Italva e Itaocara.
Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, não houve nestes municípios uma au-
mento na expectativa de vida da população, de maneira geral, supondo-se que o número
mais elevado da população idosa se deve, principalmente, a um evasão significativa de jo-
vens e não necessariamente à melhoria na qualidade e aumento da expectativa de vida.
Tabela 28 - Região Noroeste Fluminense, População Feminina em Idade Fértil, 2009
Outra questão relevante é que do total da população feminina da Região Noroeste, cerca de
60% se encontra em idade fértil. Junto a este dado, de acordo com a pesquisa da Secretaria
de Saúde e Defesa Civil do Estado do Rio (2009), as taxas de fecundidade do Noroeste se
assemelham à média estadual, à exceção de Varre-Sai, Cardoso Moreira, Miracema e Laje
do Muriaé, que são mais elevadas, diferente do que foi apresentado pelo IBGE. Considera-
se ainda que as datas de avaliação desta pesquisa são muito mais recentes e os dados po-
dem ter sido modificados.
Ressalta-se ainda que vários municípios apresentaram quedas expressivas na natalidade
entre 1997-2006, exceto em Laje do Muriaé, São José de Ubá e Varre-Sai, este último apre-
sentando uma pequena variação da taxa de 24,2% em 1997 para 25,1% em 2006, o que
representa a maior taxa de natalidade da Região. Em Itaocara, a taxa permaneceu pratica-
mente a mesma, 13%.
Em 2006, a taxa dos municípios variou bastante, entre 11,4% em Aperibé a 24,2% em Var-
re-Sai, cerca de 100% a mais, ficando entretanto entre 13 a 15% na maioria dos municípios.
Bom Jesus do Itabapoana, Itaperuna, Miracema, Porciúncula, Pádua, Natividade, que dimi-
nuíram 5/6 pontos percentuais em seus valores.
Gráfico 19 – Região Norte Fluminense, Taxas Brutas de Natalidade, 2006
25
19,6
20 18,5
17,4
14,5 14,8 15,0
15 13,0 13,7
11,6
10
0
Campos dos Carapebus Cardoso Conceição de Macaé Quissamã São Fidélis São Francisco São João da
Goytacazes Moreira Macabu de Itabapoana Barra
Municípios
% de Mães
30
25,1
23,7 23,9 24,2
25
21,4 21,7
20,0 20,0 19,1
20 18,9
18,0
16,9 16,9
15
10
5
1,9 1,7
0,6 0,6 0,7 0,7 0,5 0,5 0,5 0,8 0,9
- -
0
Aperibé Bom Jesus do Cambuci Italva Itaocara Itaperuna Laje do Muriaé Miracema Natividade Porciúncula Santo Antônio São José de Varre-Sai
Itabapoana de Pádua Ubá
Municípios
Ressalta-se no Plano que, “se por um lado, a reconfiguração econômica vivenciada pelo Rio
de Janeiro ao longo do século XX representou o desenvolvimento do parque industrial do
Estado e a aceleração da urbanização, por outro lado deixou algumas cicatrizes no tecido
social. Nesse sentido, fazer com que o Rio de Janeiro registre indicadores socioambientais
equivalentes à sua pujança econômica é o grande desafio do Estado neste início do século
XXI”. (2007, p.12).
Por conseguinte, os principais gargalos ao desenvolvimento estadual estão relacionados ao
contexto social, ressaltando-se no Plano:
• A violência, que registrou uma escalada impressionante nos últimos anos, é vista co-
mo um dos mais importantes inibidores do desenvolvimento econômico e da melhoria
da qualidade de vida no Rio de Janeiro. Entre 1980 e 2002, a taxa de homicídios no
Estado experimentou um crescimento de 100%, alçando a liderança no ranking nacio-
nal: 57 homicídios por 100 mil habitantes, resultando em elevados níveis de insegu-
rança, criminalidade e violência urbana;
• Desigualdade social e pobreza: o Estado apresenta altos percentuais de pobreza e
indigência — 22% e 6%, respectivamente, em 2005. Além disto, possui um padrão de
elevada desigualdade de renda, quase sempre a maior entre os estados mais desen-
volvidos do Brasil — com índice de GINI de 0,61 em 2000, um índice maior do que
São Paulo (0,59) e Santa Catarina (0,56).
• Ocupação territorial desordenada e favelização: o Rio de Janeiro é o estado que apre-
senta o segundo maior percentual de domicílios em favelas, melhor apenas que o es-
tado de Alagoas. Além disso, possui o maior percentual de pessoas residindo em do-
micílios subnormais (9,67%, em 2000) no âmbito nacional.
• Informalidade excessiva: no Rio de Janeiro em 2005, havia mais trabalhadores na in-
formalidade, 3,4 milhões, do que no mercado formal, 3,2 milhões. Quando analisada a
situação cadastral das empresas, o Estado possuía 900 mil empresas não formaliza-
das, em 2003, representando 8,4% do total nacional.
• Disponibilidade limitada dos recursos hídricos: com disponibilidade hídrica per capita
de 2,208 m3 em 2000, o estado apresentava o sétimo valor mais baixo da escala na-
cional.
• Baixa articulação dos atores sociais, econômicos e políticos: pesquisas indicam que
nas duas últimas décadas predominou um padrão de conduta caracterizado pela baixa
sinergia entre as esferas federal, estadual e municipal, e destas com as lideranças dos
demais segmentos da sociedade Fluminense.
• Gestão ineficiente, desarticulação institucional e baixa qualidade do gasto público: a
70 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
expansão das despesas com a prestação e o custeio dos principais serviços públicos
no Estado não foi acompanhada de avanços significativos na qualidade de vida da po-
pulação, em especial nas áreas de segurança, saúde e educação. Em 2001, o Rio de
Janeiro registrava uma expectativa de vida ao nascer inferior à dos Estados das regi-
ões Sudeste e Sul e um dos piores índices de distorção idade-série no ensino público
estadual, a despeito dos elevados valores de dispêndios públicos nestes setores.
• Desequilíbrio fiscal: apesar do expressivo influxo de royalties e participações especi-
ais resultantes da exploração do petróleo, o Estado vivenciou a redução da participa-
ção dos investimentos no total da despesa governamental. Se, em 2002, com 8,65%,
o Estado registrava a melhor posição neste quesito dentre os estados do Sudeste, em
2005 esta posição se inverteu, e os investimentos representavam apenas 5,02% da
despesa total.
Particularmente nas localidades pesquisadas, a maioria dos gargalos avaliados se repete e
refletem condições desfavoráveis em algumas áreas, como a segurança pública, a saúde, a
educação, as condições habitacionais e desigualdades de renda, que aumentam a exclusão
social para grande parcela dos habitantes. A situação recente destas áreas para o Norte e
Noroeste Fluminense será apresentada em seguida.
Apesar do crescimento econômico brasileiro dos últimos anos, ainda é preocupante o nível
de pobreza de grande parte da população, especialmente constatando-se algumas de suas
piores manifestações, a indigência e a fome.
Uma das causas da pobreza é a insuficiência de renda e isto se traduz em perdas que en-
globam as necessidades básicas: Uma família é pobre quando a soma de seus rendimentos
não lhe permite satisfazer as necessidades básicas de alimentação, transporte, moradia,
saúde e educação.
A forma mais utilizada para calcular-se a pobreza parte do custo de uma cesta básica de
alimentos considerada adequada, do ponto de vista nutricional e/ou calórico. Em seguida,
supondo que a alimentação deve representar aproximadamente metade do orçamento ne-
cessário para o atendimento de todas as necessidades básicas, estima-se a renda mínima
necessária para superar a condição de pobreza. Este parâmetro de renda passa a ser co-
nhecido como a “linha de pobreza”.
Assim, são considerados pobres aqueles cuja renda é inferior a meio salário mínimo. Entre
os pobres, são considerados indigentes aqueles cuja renda não é sequer suficiente para que
se alimentem adequadamente. Por este critério, indigentes são os indivíduos que ganham
menos de uma quarta parte do salário mínimo.
Para a compreensão dos graus de pobreza e miséria das populações do Norte e Noroeste
Fluminense foram analisados como referência o PIB das regiões, seguido de uma avaliação
do PIB per capita de seus municípios para, por fim, comparar estes valores com os indicado-
res de pobreza e miséria per si, observando-se a conceituação da pobreza e os graus de
pobreza e indigência do contexto nos quais se inserem as Regiões estudadas.
Na Tabela a seguir se constata uma grande diferença entre os PIBs das Mesorregiões Flu-
minense, sendo que o maior foi o da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, como era es-
perado, de R$116,24 bilhões, seguido pelo PIB do Norte Fluminense, quase seis vezes me-
nor, de R$20,22 bilhões, e dos PIBs do Sul Fluminense, de R$12,04 bilhões e das Baixadas,
R$10,37 bilhões, ambos com valores próximos. Os menores valores foram o PIB do Centro
Fluminense, R$2,85 bilhões e do Noroeste Fluminense, R$1,73 bilhões, sendo este o último
lugar do Estado e destacadamente apresentando um valor muito baixo comparado à outras
Regiões.
Assim, o PIB do Noroeste representa menos de 10% do valor do PIB do Norte Fluminense,
sua região vizinha e com a qual promove integrações em serviços de saúde, comércio, edu-
cação e outros.
Este valor do PIB da Região Noroeste, per si já aponta para uma grande desigualdade nas
receitas estaduais regionais e sugere que devem haver graves e acentuadas dificuldades
econômicas no Noroeste com relação à produção da riqueza, incluindo a geração de em-
prego e renda.
O PIB per capita, por sua vez, acompanhou o aumento do PIB de 2003-2006. Entretanto,
como ele resulta da divisão do PIB total pelo número de habitantes, com as alterações polí-
tico territoriais, ocorreram diferenças extraordinárias, pois Quissamã, que possui o menor
número de seus habitantes/receita recebida, apresentou a maior renda per capita em 2006,
MR$ 147,704, seguido por Campos, MR$ 53,842 e por Macaé, MR$ 40,299, próximo do
valor de Carapebus, MR$ 39,959, valores absolutamente fantasiosos em relação ao que os
habitantes de fato recebem.
Próximos a estes resultados vem São João da Barra, com renda per capita de MR$ 31,906,
em 2006, e com valores bem menores se encontram São Fidélis, São Francisco de Itabapo-
ana, Conceição de Macabu e Cardoso Moreira, com valores aproximados de MR$ 6,500.
Na Região Noroeste, também se observou em 2003 uma grande variação entre os PIBs
municipais, apesar de bem menor do que aquela observada na Região Norte. Seus valores
mais baixos são menos da metade dos valores menores da Região Norte e , internamente,
Itaperuna apresentou um valor bem acima dos demais.
Entre 2003-2006 ocorreram aumentos em todos os PIBs municipais, em alguns casos bai-
xos e com um grande aumento ocorrido em Itaperuna, que chegou ao valor de MR$
1.230.453, seguido por Santo Antônio de Pádua, MR$ 345.046, Bom Jesus de Itabapoana,
MR$ 286.243 e Italva, MR$ 225.316. Seguem os municípios com PIB na faixa de MR$
175.697 a MR$ 106.620, Miracema e Porciúncula, Natividade e Cambuci, e Italva, MR$
89.640. Os piores valores do PIB foram de Varre-Sai, MR$ 63.228, Aperibé e São José de
Ubá, ambos com cerca de MR$ 55.259.
Ou seja, não houve variação intermunicipal muito acentuada, destacando-se como o melhor
da Região Itaperuna MR$ 13,207 - com menos de 1/10 do maior valor da Região Norte -
Itaocara, MR$ 9,773 e Santo Antônio de Pádua, São José de Ubá e Bom Jesus de Itabapo-
ana, com aproximadamente MR$ 8,000, cada. Os outros municípios tiveram a renda per
capita entre MR$ 6,000, em Aperibé a MR$ 7,700, em Natividade.
Com isto, constata-se que, internamente, o PIB per Capita variou menos no Noroeste e que
há um grau de desigualdade menor do que os existentes no Norte, apresentando todavia o
problema dos valores serem demasiado pequenos e insuficientes para fazerem face às ne-
cessidades de grande parcela dos habitantes.
O gráfico seguinte permite uma visualização conjunta de ambas as Regiões, com relação à
distribuição do PIB per Capita, em 2006. Verifica-se que o maior valor foi de R$147.704,00,
calculado para Quissamã, seguido pelo valor de Campos, de R$53.842,00, menos de sua
metade.
No grupo de valores próximos a Campos estão Macaé, Carapebus e São João da Barra,
todos estes cinco municípios associados à produção de petróleo.
Em seguida, vem o grupo de municípios com PIB per Capita entre R$13.207,00 até o valor
de R$ 8.201,00, com Itaocara e Itaperuna.
Todos os outros municípios do Norte e Noroeste Fluminense estão no grupo onde o PIB per
Capita é mais baixo, variando entre R$8.201,00 a 6.005,00, considerando-se que destes
pertencem ao Norte, Conceição de Macabú, São Francisco de Itabapoana, São Fidélis e
Cardoso Moreira e ao Noroeste, englobando quase todos os seus municípios, à exceção de
Itaperuna e Itaocara.
Os dados revelam que a grande discrepância nos valores do PIB per Capita não está ligada
à afluência das Regiões, mas exclusivamente à existência da economia do petróleo, sem o
qual seus PIBs per capita seriam próximos entre si, salvo provavelmente as cidades pólo de
cada Região.
A partir das últimas análises, se entende que o PIB municipal não trata com fidedignidade as
realidades econômicas da população, especialmente considerando aqueles municípios que
recebem receitas expressivas e experimentam desigualdades sociais igualmente acentua-
das, como é o caso de vários municípios do Noroeste Fluminense e mesmo de alguns muni-
cípios do Norte.
Como o cálculo do PIB considera todas as receitas municipais e se divide o valor pelo nú-
mero de habitantes, municípios que recebem grandes quantias a serem divididas numeri-
camente para populações relativamente pequenas resultam em um PIB per Capita discre-
pante com a realidade, uma vez que os ganhos não são distribuídos para a população de
maneira equitativa, ao contrário, concentram-se para um grupo restrito.
As Tabelas seguintes apresentam um outro cálculo da renda per capita, baseado no cálcu-
los de renda da população por amostragem, realizados pelo PNUD. Isto revela valores inex-
pressivos de renda per capita quando comparados ao PIB per capita municipal de todos os
municípios estudados, reafirmando a desigualdade social, pois enquanto receitas expressi-
vas são geradas, a população, de maneira geral, recebe valores próximos a 1 salário míni-
mo e a proporção de pobres apresentada foi muito elevada.
Foram consideradas pobres as famílias com renda domiciliar per capita inferior a meio salá-
rio mínimo. Nestas Tabelas não se distinguiram a pobreza da situação de extrema pobreza,
Ressalta-se que o ano final de referência das Tabelas a seguir foi 2000, enquanto para os
cálculos de PIB municipal e PIB per capita o ano final foi 2006. Ainda assim, os seis anos de
diferença entre os dados não são a causa de tamanha desigualdade encontrada.
No Norte, em 2000, a renda per capita média variou entre R$ 156,00 em São Francisco de
Itabapoana a R$ 392,94 em Macaé, a melhor renda regional e próxima à renda per capita
estadual, de R$ 413,90. Os municípios com renda per capita inferior a R$ 200,00 foram
Cardoso Moreira, Quissamã e São João da Barra e um pouco acima deste valor, Campos,
Carapebus, Conceição de Macabu e São Fidélis.
Apesar de todos haverem melhorado sua renda per capita média entre 1991-2000, a pro-
porção de pobres ainda era em torno de 40%, sendo que em Conceição de Macabu e Ma-
caé aumentou-se o número de pobres, totalizando-se mais do que o dobro da proporção de
pobres do Estado do Rio em 2000, que era de 19,20% da população.
apitã entemente, a proporção de pobres foi extremamente elevada, cerca de 35%, bem
maior do que os índices estaduais de 2000, 19%, todavia um pouco menor do percentual
médio encontrado na Região Norte.
Os percentuais de pobres mais baixos do Norte foram encontrados em Miracema, 41, 65% e
em Itaperuna, Laje do Muriaé, Porciúncula, São José de Ubá e Varre-Sai todos apresentan-
do aproximadamente 38% de pobres, muito acima da média estadual e os menores índices
foram os de Pádua e Itaocara, cerca de 31%, em 2000.
No Mapa seguinte, com dados atualizados de 2009, fica visível que a proporção de pobres
mais elevada continuava predominando no Norte e no Noroeste Fluminense em compara-
ção com as outras Regiões do Estado, sendo que o Noroeste apresentou uma situação de
pobreza ainda mais acentuada, a pior de todo o Estado.
Nos municípios do Norte a situação é um pouco melhor, mas não menos preocupante. Ma-
caé apresentou o menor índice de pobreza de ambas as regiões, situando-se na faixa de
0,01% a 14,17%, seguido por Carapebus, com o nível de pobreza de 14,18% para 21,43%.
No outro grupo, com percentuais entre 21,44% e 26,94% estavam Campos dos Goytacazes
e São Fidélis. Os demais municípios se encontraram no grupo com maior índice de pobreza,
de 31,33% a 50,19%: Cardoso Moreira, São Francisco de Itabapoana, São João da Barra e
Quissamã.
Nota-se que, entre 1991-2000, todos estes municípios apresentaram um queda expressiva
de seus valores, especialmente Cardoso Moreira, que passou de 41,53% de indigência –
quase a metade de sua população – para 13,86%.
Este percentual variou entre 7% a 9%, em Aperibé, Bom Jesus de Itabapoana, Italva, Itaoca-
ra, Itaperuna e Pádua, este último com o valor regional mais baixo de 7,19% de indigência,
menor que o índice estadual de 7,94. Portanto, observa-se que os índices de indigência do
Noroeste foram, em sua maioria, menores do que os apresentados nos municípios do Norte
e que também apresentaram grandes diminuições em seus percentuais entre 1991-2000.
No Mapa seguinte, todavia, se constata que ambas as Regiões possuíam índices de indi-
gência similares em grande parcela de seus municípios, apresentando os percentuais meno-
res do Estado.
Desta forma, a recente recuperação econômica experimentada, de maneira geral, pelo Es-
tado ainda não se refletiu em melhoria na condição social para os extratos mais pobres de
seus habitantes.
Com os programas assistenciais do Governo Federal e outras ações locais implantadas nos
últimos 5 anos, para os quais ainda não há informações censitárias sistematizadas, espera-
se uma melhoria nestes dados.
O Estado do Rio de Janeiro possui em torno de 40% de seus municípios compondo este
grupo crítico, constituído pelas cidades mais violentas do país. Da Região Norte são 4 os
municípios: Macaé, Carapebus, Conceição de Macabu e Campos dos Goytacazes.
Destes municípios, destaca-se Macaé, sendo o 15° mu nicípio com a maior taxa de homicí-
dio do país/população total, referente ao ano de 2006. Sua taxa foi de 85,9 homicídios a
cada 100.000 habitantes. No ranking estadual ocupou o 1o lugar como cidade com mais ho-
micídios proporcionais à sua população, no Estado do Rio. Destaca-se a presença de várias
facções criminosas do Rio, contribuindo para a existência de crime organizado atuante no
Município.
Carapebus ocupou a 196° posição, com uma taxa de 45 ,4 homicídios/população total, Con-
ceição de Macabu ocupou a 259° posição, com a taxa de 41,1 homicídios/população total e
Campos dos Goytacazes, cidade com maior população da Região, ocupou a 308° posição,
apresentando a taxa de 37,8 homicídios/população total.
Quanto à Região Noroeste, apenas um município compõe esse grupo crítico: Itaperuna,
sendo o 509º município com maior taxa de homicídios no país, no ano de 2006, com taxa
média de 30,6 homicídios/população total.
Os Mapas a seguir revelam o percentual de homicídios por população total por 1.000 habi-
tantes, em 2008. Macaé e Carapebus tiveram os piores resultados do Norte e os melhores
índices foram encontrados em São Fidelis e em São João da Barra. No Noroeste os piores
índices foram dos municípios de Itaperuna e Laje do Muriaé e os melhores se apresentaram
em São José de Ubá, Varre-Sai e Bom Jesus do Itabapoana.
Tal análise possibilitou uma leitura mais pontual, identificando quais as modalidades de cri-
mes ocorrem com mais freqüência e se estas ocorrências apresentaram aumento ou diminu-
ição ao longo dos anos.
Para cada umas das Regiões existem duas AISPs. No Norte, a AISP 08 é constituída por
Campos do Goyacazes, São João da Barra, São Fidélis e São Francisco do Itabapoana. A
AISP 32 é formada por Conceição de Macabu, Carapebus, Macaé, Quissamã, Rio das Os-
tras e Cassimiro de Abreu, sendo que os dois últimos municípios não pertencem à Região
Norte administrativa.
A apreensão de drogas também apareceu com bastante frequência em 2009 sendo que,
neste caso, a AISP 08 superou a AISP 32, com 178% a mais de ocorrências desta natureza,
indicando que o tráfico e o uso de drogas tem se tornado um problema muito expressivo
nesta área. Com relação aos furtos e roubos de veículos, a AISP 32 apresentou o maior
número de ocorrências.
Somando -se todos os valores de categorias de crimes ocorridos, em 2006 foram registra-
das 14.414 ocorrências e em 2009, 14.930, um aumento de 3,5% durante o período na AISP
08. Na AISP 32 foram 10.352 ocorrências em 2006 para 13.209 em 2009, um aumento de
27,5 %.
Uma observação relevante é que, enquanto na AISP 08 o número de ocorrências – que era
bem maior – aumentou 3,5% de 2006 a 2009, na AISP 32 o número de ocorrências aumen-
tou 27,5%, chegando a aproximar-se muito dos índices contabilizados na AISP 08.
Relativo à Apreensão de Drogas, a AISP 29 teve quase o dobro de ocorrências que a AISP
36, 417 e 219, respectivamente. Os registros de prisões seguiram processo similar, com 138
casos na AISP 36 e 370 na AISP 29. Os Furtos e Roubos, na maioria dos casos apresenta-
ram aumento nas quantidades de ocorrências registradas ao longo dos anos.
Desde outra perspectiva, o Sistema Prisional das Regiões Norte e Noroeste constitui-se por
2 penitenciárias, sendo uma localizada em Campos dos Goytacazes (Penitenciária Carlos
Tinoco da Fonseca), com a capacidade para 795 presos, e outra localizada em Itaperuna
(Presídio Diomedes Vinhosa Muniz), com capacidade para 410 presos.
Não foi possível obter informações oficiais sobre a situação quanto à lotação dessas peni-
tenciarias, não sendo possível confirmar qual a situação de sua ocupação.
Por fim, apresenta-se um outro viés na análise da Segurança Pública dos municípios do
Norte Fluminense, que trata da influência das questões financeiras e de planejamento na
efetividade as ações da Segurança Pública (Estudos Socioeconômicos do Tribunal de Con-
tas do Estado do Rio de Janeiro, 2007).
Dos recursos públicos estaduais destinados à área, em média, mais de 30% se destinam ao
Fundo Único da Previdência Social e mais de 40% aos gastos com pessoal da ativa e seus
respectivos encargos. Por outro lado, só 3,25% costumam ser direcionados para o policia-
mento propriamente dito, sugerindo-se um desequilíbrio entre o que é gasto nas atividades-
meio e o que é gasto nas atividades-fim na área de Segurança Pública.
• Além disto, a partir dos discursos dos gestores foi identificada a existência de um orça-
mento insuficiente – por exemplo, faltando verbas para a manutenção e compra de viatu-
ras - e a execução precária que o acompanha. As verbas são liberadas de formas reativa,
de acordo com as necessidades - sem planejamento - de forma emergencial, geralmente
quando um problema ganha repercussão pública. Os atrasos de verbas são constantes,
prejudicando o andamento de projetos. Falta ainda investir-se no sistema prisional que
necessita de grandes recursos, freqüentemente gastos de forma inadequada.
• A quarta categoria de problemas discutidos foi a utilização de sobras das despesas com
alimentação (“rancho”) para custear outras atividades dos batalhões e unidades da PM,
como combustível e manutenção. Tal fato reflete tanto a precariedade de verbas quanto a
ausência de planejamento. Ressalta a necessidade de melhor treinamento dos recursos
humanos para lidar com as questões orçamentárias, sendo solicitada ao menos formação
básica na área.
Déficit Habitacional
De acordo com o Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro (2007), em 2000, a Regi-
ão Norte apresentava um déficit de 14.105 domicílios sendo que 89,5% se concentrava em
áreas urbanas. Campos foi o Município com a maior demanda habitacional, apresentando
um déficit de 8.980, 63,6% de toda a demanda regional. Macaé apresentou o segundo maior
déficit habitacional, 2.402, ou seja, 17% do total regional.
Em seguida, ficaram os municípios de Itabapoana com 619, São João da Barra , 599 e Con-
ceição de Macabu, 365. Carapebus e Cardoso Moreira apresentaram os menores déficits,
em torno de 170 cada.
Em todos estes municípios os déficits habitacionais nas áreas urbanas foram mais intensos
que nas áreas rurais, exceto em São Francisco do Itabapoana, cujo déficit rural foi de 327,
enquanto na área urbana correspondeu a 292, ficando atrás somente de Campos, 536.
Além do déficit habitacional foram verificados os dados relacionados aos domicílios improvi-
sados, que se configuram como moradias desqualificadas. Das 619 moradias improvisadas
contabilizadas no Norte, a grande maioria, 79,1% também se concentrava nos grandes cen-
tros urbanos. Campos e Macaé apresentaram novamente as maiores demandas, 250 e
167, respectivamente. São João da Barra possuía 80 domicílios improvisados, e Itabapoana,
43. Carapebus, Cardoso Moreira e Quissamã não possuíam domicílios improvisados na
área rural.
Foto 22 – Macaé, Lote Vago na Área Urbana
Importante ressaltar que, a última pesquisa apresentada foi do ano de 2000 e em uma dé-
cada é muito provável que a situação dos municípios tenha sofrido grandes transformações,
necessitando de uma atualização destes índices novos e/ou mapeamento ampliado para
classificar a situação habitacional atual das Regiões.
3.6 Favelização
Atualmente, o Rio de Janeiro é o estado que apresenta o segundo maior percentual de do-
micílios em favelas, conforme apresentado anteriormente. Como catalisadores desse fenô-
meno estão a baixa escolaridade média da população local - 4,5 anos de estudo - e a má
definição e baixa fiscalização dos direitos de propriedade de imóveis. (Plano Estratégico do
Rio de Janeiro, 2007, p.59).
Na Região Norte, fenômeno similar ocorreu em alguns de seus municípios, em parte porque
as atividades petrolíferas e para-petrolíferas, assentadas em vultosos investimentos, atraí-
ram grandes grupos de população, em grande parte desqualificada. Além disto, a geração
de empregos diretos e indiretos atraiu diversos perfis de trabalhadores, com remuneração
muito variadas.
Na década de 1980, segundo pesquisa de Pessanha (2004, p.308), Campos dos Goytaca-
zes possuía 13 favelas. No Censo do IBGE, de 1991 e 2000 foram identificadas 30 favelas.
Esse crescimento foi favorecido especialmente pelo processo de desemprego que atingiu o
campo e “expulsou” o trabalhador rural, levando-o a procurar oportunidades nas áreas urba-
nas e instalar-se nas periferias da cidade.
O que distingue este fenômeno em Macaé de outras cidades com condomínios fechados é
que esta delimitação ocorre distribuída em todo seu território urbano e em quantidades mui-
to expressivas, de forma que em uma pequena distância encontram-se favelas, condomí-
nios, áreas comerciais e distritos industriais, ou seja, em áreas de um bairro de classe mé-
dia, por exemplo, fecham-se ruas para dar lugar aos condomínios.
4
Este movimento migratório ocorrido em Macaé e em Campo tende a se repetir em São João da Bar-
ra, devido a seus grandes empreendimentos, se não forem realizados aí processos de controle e
planejamento locais.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 89
Fotos 23 e 24 – Campos dos Goytacazes, Condições Habitacionais Precárias
3.7 Educação
A concepção de democracia atribui à Educação uma função central na relação com a cida-
dania, com o intuito de garantir a todos igualdade de oportunidades e a possibilidade de
aquisição contínua de conhecimentos.
Em síntese, pode-se dizer que a Educação influi diretamente na qualidade de vida e no bem
estar das pessoas. Uma população mais educada é mais saudável, mais crítica e conscien-
te, mais fortalecida no exercício da cidadania, ou seja, mais capaz de participar ativamente
da vida social, política e cultural do país, promovendo reflexos em âmbitos locais, regionais
e nacionais.
Todavia, o contrário se faz pertinente, ou seja, uma população com níveis educacionais
mais baixos se encontra mais vulnerável frente às questões sociais e econômicas de sua
realidade.
Enfim, a Educação representa uma das principais ferramentas para diminuir as inequidades,
contribuindo para a “reconstrução” da dimensão social e ética do desenvolvimento econômi-
co. Cada vez mais a oferta de ensino de boa qualidade é requisito para que se pense em
justiça social, proporcionando condições para que os indivíduos compitam em graus seme-
lhantes. (Estudos Socioeconômicos dos Municípios, 2007): “Ideal seria que todas as crian-
ças e adolescentes tivessem acesso à escola, não desperdiçassem tempo com repetências,
não abandonassem os estudos precocemente e, ao final de tudo, aprendessem” (Fernan-
des, p.07, 2007).
Rendimento Escolar
Das 140.270 crianças matriculadas em toda a Região Norte em 2005, 17,82% foram repro-
vadas no Ensino Fundamental.
Quissamã foi o município onde mais ocorreram repetências, 21,55% seguido de Campos,
onde 20,10% dos alunos matriculados foram reprovados. São Francisco do Itabapoana tam-
bém apresentou índice bem elevado, 18,43%, todos estes valores superiores ao da própria
Região, 17,82%.
Taxa de
Municípios da Região Número de Número de
Reprovação
Norte Fluminense Matrículas Reprovação
(%)
Campos dos Goytacazes 77.863 15.653 20,10
Carapebus 2.161 265 12,26
Cardoso Moreira 2.698 424 15,72
Conceição de Macabu 3.842 375 9,76
Macaé 29.540 4.319 14,62
Quissamã 3.503 755 21,55
São Fidélis 5.963 599 10,05
São Francisco de Itabapoana 8.631 1.591 18,43
São João da Barra 6.069 1.021 16,82
Total da Região Norte 140.270 25.002 17,82
Fonte: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE RJ, 2009
Embora constatado que houve um decréscimo destas matrículas entre os anos de 2003 e
2006, as taxas de repetência revelam aumentos praticamente constantes, passando de
2.322, em 1998 para 4.332, em 2005.
Campos dos Goytacazes e Quissamã também revelaram taxas elevadas, em torno de 12%
de reprovação dos alunos matriculados no Ensino Médio. São Francisco do Itabapoana se
destacou com apenas 3,56% dos seus alunos reprovados nesta etapa, o oposto do ocorrido
no Ensino Fundamental, quando apresentou um valor elevado de reprovação. São Fidélis,
com taxa de 6,14% também teve um dos melhores índices regionais.
Já na Região Noroeste, das 51.555 crianças matriculadas em 2005, 8,4% foram reprovadas
no Ensino Fundamental. Varre-Sai foi o município onde ocorreram mais repetências, 14,5%,
seguido de São José de Ubá, onde 13,4% dos alunos matriculados foram reprovados. Itao-
cara, Italva e Porciúncula também apresentaram índices maiores que 10%, superiores aos
da própria Região.
Aperibé e Itaperuna apresentaram a menor taxa de repetência, 6,3% cada, seguidos por
Bom Jesus do Itabapoana, 7,1%, Laje do Muriaé, 7,6% e Santo Antônio de Pádua, 8,1%.
Nos demais municípios verificou-se decréscimo das taxas de reprovação, com destaque
mais expressivos para Itaperuna que reduziu de 2.133 para 900, em 2005, o que significa
uma redução de 57% no período, conforme verifica-se na Tabela a seguir.
Apesar dos índices de rendimento escolar serem um pouco melhores na Região Noroeste,
não são satisfatórios.
No Ensino Médio, dos 17.212 adolescentes matriculados em toda a Região Noroeste, 6,2%
foram reprovadas, porcentagem um pouco inferior à taxa de reprovação do Ensino Funda-
mental, 8,4%. As taxas de repetência variaram entre 1,7% em São José de Ubá a 9,6%, em
Porciúncula, com o maior índice.
São José de Ubá, que havia apresentado a segunda maior taxa de reprovação no Ensino
Fundamental, apresentou por sua vez a menor taxa regional de reprovação no Ensino Mé-
dio, 1,7%. Cambuci vem em seguida, com a segunda menor taxa de reprovação, 3,1%,
enquanto para o Ensino Fundamental ocupava a terceira maior taxa de reprovação do No-
roeste.
Comparando-se os índices municipais com os alcançados pelo Estado, observa-se que in-
terregionalmente ocorrem grandes diferenças no nível educacional da população, indicando
diferentes graus de vulnerabilidade. Além disso, os indicadores revelam que, nas egiões,
as taxas de analfabetismo são, em sua maioria, mais elevadas que as estaduais, especial-
mente da população adulta.
Tabela 42 – Região Norte Fluminense, Taxa de Analfabetismo População Jovem, 1991, 2000
Como agravante, destaca-se que a partir desta idade se torna mais difícil o retorno das pes-
soas aos estudos, devido a uma série de questões: a participação no mercado de trabalho
de forma mais consolidada, as relações conjugais que se estabelecem e freqüentemente
“dificultam” a retomada dos estudos, principalmente para as mulheres, que se tornam mães
e assumem responsabilidades domésticas, o próprio desinteresse e conformismo referente
à situação educacional; o receio e a “vergonha” de voltar para a escola em idade mais avan-
çada, e ainda, a insuficiência de políticas públicas que sejam capazes de atender a toda a
demanda existente e reprimida, de forma acessível, motivadora e eficaz.
No Estado do Rio, em 1991, 10,9% da população adulta era analfabeta, enquanto em 2000
este valor havia abaixado para 7,6%. Os índices de analfabetismo do Noroeste, todavia, são
mais alarmantes. Itaperuna apresentou os menores índices, 21,8% em 1991 e 14,5% em
2000, seguido de Bom Jesus do Itabapoana, com 22,1% em 1991 e 16,1% em 2000.
Por sua vez, no Noroeste, os indicadores de 2000 revelam que as taxas de analfabetismo
da população de 7 e 14 anos foram inferiores às do Estado em alguns dos municípios, como
é o caso de Itaocara que possuía 3,1% de analfabetos entre a população desta faixa etária,
em Pádua, com índice de 4,7%, em Itaperuna e Natividade, com 6,3% cada e São José de
Ubá com 6,5%. Outros apresentaram taxas equivalentes às do Estado, como Aperibé, Cam-
buci e Italva, 6,7% de analfabetos.
As maiores taxas de analfabetismo desta faixa etária foram encontradas em Laje do Muriaé,
9,4%, Varre-Sai e Porciúncula, 9,2% cada e ainda em Miracema, com 7,3%.
Os municípios que, por sua vez, apresentavam os melhores níveis de escolaridade nesta
faixa etária foram Macaé, com 53,6% com menos de 8 anos de estudo e 7,9% com menos
de 4 anos, seguido de Conceição de Macabu apresentando 58% com menos de 8 anos e
8,4% com menos de 4 anos escolares.
São Francisco de Itabapoana possuía também a maior porcentagem de população entre 18-
24 anos com menos de 8 anos de estudo, 70,7% e com menos de 4 anos de estudo, 32,1%.
No caso desta faixa etária, o segundo município que revelava a maior porcentagem era
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 99
Cardoso Moreira, sendo 63,3% da população com menos de 8 anos de estudo e 25% com
menos de 4 anos.
Para a população de 18-24 anos os maiores índices continuavam baixos em São Francisco
de Itabapoana 70,7% com menos de 8 anos de estudo e 32,1% possuía menos de 4 anos.
São João da Barra e Cardoso Moreira apareciam em seguida, revelando que, neste mesmo
ano, a população com menos de 8 anos de estudo era de aproximadamente 63%, enquanto
a população com menos de 4 anos de estudo correspondia a 19% em São João da Barra e
25% em Cardoso Moreira. Nos demais Municípios, a porcentagem da população desta faixa
etária com menos de 8 anos de estudo variava entre 43,5%, em Macaé e 54,5%, em Quis-
samã.
Com relação ao nível escolar da população adulta, Campos e Macaé apresentaram os me-
lhores valores mas, mesmo assim, longe do que poderia ser chamado de “ideal”. Em 2000,
Campos possuía 60,9% de seus habitantes com menos de 8 anos de estudo e Macaé pos-
suía 54,3%. A média de anos de estudo da população nestes municípios foi de 6,2 e 6,9.
São as maiores médias comparadas aos demais municípios do Norte, ainda inferiores às
observadas no Estado que possuía, em 2000, 50,8% da população com menos de 8 anos
de estudo, 21,1% com menos de 4 anos e uma média de 7,2 anos de estudo.
São Francisco de Itabapoana e Cardoso Moreira tiveram os índices mais elevados de popu-
lação com menos de 8 anos de estudo em 2000, 87,2% e 82,2% e também de população
com menos de 4 anos de estudo, 59%, e 51,7%, cada.
Tabela 46 - Região Norte Fluminense, Nível Educacional da População Adulta, 1991 e 2000
Com relação ao nível escolar da população adulta, Miracema teve os melhores índices, com
58,1% de pessoas adultas com menos de 8 anos de estudo e 30,2% com menos de 4 anos.
A média de anos de estudo também foi a mais elevada nesta localidade, correspondendo a
6,2 anos. Mesmo apresentando os melhores índices de desempenho regional, o nível edu-
cacional foi inferior ao observado no Estado que possuía, em 2000, 50,8% da população
com menos de 8 anos de estudo, 21,1% com menos de 4 anos e uma média de 7,2 anos de
escolaridade.
São José de Ubá, Italva e Varre-Sai apresentaram os índices mais elevados de população
adulta com menos de 8 e 4 anos de estudo em 2000, todos com mais de 70%. As médias de
anos estudados nestas cidades foram, consequentemente as piores, regionalmente, varian-
do de 3,8, em São José de Ubá a 4,5 em Italva.
Tabela 47 - Região Noroeste Fluminense, Nível Educacional da População Adulta, 1991 e 2000
Este cenário indica que grande parcela da população abandona os estudos muito antes de
sua conclusão e quanto mais “idosa” se torna, maiores são as taxas de analfabetismo e a
baixa escolaridade.
Como discutido anteriormente, o hiato educacional constitui o maior entrave para o desen-
volvimento socioeconômico regional, do ponto de vista de seus habitantes As demandas do
mercado, principalmente o mercado de territórios, que privilegia indústrias de alta tecnologia,
exige competências e habilidades específicas, cuja base educacional é essencial e sem a
qual se torna inviável sua continuidade.
Mesmo para funções de trabalho menos sofisticadas, cada vez mais se faz necessário ca-
pacidades elaboradas de articulação, postura, manuseio de maquinários, tecnologias de
informação, dentre outras. A concorrência aumenta continuamente e as oportunidades privi-
legiam aqueles mais capacitados e com condições mais criativas, dinâmicas e multifuncio-
nais.
3.8 Saúde
Dentre as mudanças propostas está a criação dos Territórios da Saúde, dividido em 10 regi-
ões, que não necessariamente coincidem com a divisão administrativa do Estado. A diferen-
ça encontrada no Norte e Noroeste Fluminense é que o município de Cardoso Moreira, ao
invés de ser integrante da Norte faz parte da região Noroeste, para o Sistema de Saúde.
O Caderno de Informações em Saúde foi elaborado a partir de Oficinas Regionais, com uma
ampla equipe de técnicos, gestores e representantes dos Conselhos de Saúde de todos os
92 municípios do Rio, resultando em um panorama amplo e ao mesmo tempo detalhado da
situação. As análises foram realizadas por Região de Saúde e fundamentaram o processo
de revisão do Plano Diretor de Regionalização, PDR, após a implantação do Pacto pela Sa-
úde, auxiliando também na atualização da Programação Pactuada Integrada, PPI, de assis-
tência à Saúde.
Posteriormente, o “Caderno” foi distribuído nas Oficinas Regionais para orientar o processo
de monitoramento e qualificação da saúde pública e fomentar o planejamento regional. Para
tal, foram utilizados diversos indicadores diretamente vinculados à Atenção Básica de Saú-
102 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
de, incluindo a contagem da demanda por “Internações por condições sensíveis à Atenção
Básica”, ISAB, juntamente com as análises da oferta de serviços em Média e Alta Complexi-
dade, fluxos migratórios na Saúde e outros.
Durante todo o processo, foi comum aos gestores que a Atenção Básica é uma responsabi-
lidade da Gestão Municipal e deve ser a principal porta de entrada do SUS, enquanto o Es-
tado deve formular políticas e regular o sistema, viabilizando ações que garantam a integra-
lidade da atenção e oferecendo apoio técnico para fortalecer as ações básicas. (Caderno de
Informações em Saúde, 2009, p.7).
Assim, o Estado do Rio definiu para cada Região de Saúde: que cuide de suas ações de
Atenção básica e ações básicas de Vigilância Sanitária, que cada Região deve oferecer su-
ficiência em ações de Média Complexidade e algumas de Alta Complexidade (de acordo
com critérios de oferta e acessibilidade) e que arranjos inter-regionais devem garantir as
demais ações de Alta Complexidade que, se não forem resolvidas nos próprios municípios,
deverão fazer parte de propostas futuras.
A Saúde apresenta avanços e lacunas no Norte e Noroeste Fluminense nos últimos anos,
sendo utilizados como aspectos relevantes para a análise os seguintes dados: os indicado-
res do Programa de Saúde da Família, o número de leitos existentes por habitantes e as
taxas de mortalidade infantil e adulto, pois são dados que também se interligam com muitos
outros, refletindo a qualidade dos Sistemas de Saúde regionais .
No Norte Fluminense foram muito baixos os índices de cobertura do PSF, em 2000, apre-
sentando melhoras significativas, em 2008, No Mapa abaixo observa-se que ficaram com
cobertura igual ou próxima de 25% as populações de São Fidelis, São Francisco de Itaba-
poana e Carapebus. São João da Barra ocupou uma posição intermediária, oferecendo co-
bertura a até 50% de sua população. Campos dos Goytacazes melhorou expressivamente a
oferta deste serviço desde 2000, passando a ocupar, juntamente com Quissamã, as posi-
ções de maior cobertura do PSF na Região, variando entre 75 e 100% de população atendi-
da.
Ressalta-se que a Região Noroeste concentrou o maior número de municípios com as maio-
res coberturas do PSF, indicando uma vantagem no que se refere à saúde preventiva em
relação à Região Norte, pois este é o cunho do Programa, favorecer para as famílias ações
preventivas, evitar enfermidades e/ou suas pioras.
Itaocara apresentou a menor cobertura regional, de 25 a 50%, seguido por Laje do Muriaé,
São José de Ubá, Italva e Cardoso Moreira, com cobertura de 50 a 75%. O restante dos
municípios oferecem o PSF para mais de 75% da população, o que reflete uma situação
positiva.
Número de Leitos
O número de leitos das Regiões variou bastante nos âmbitos municipais. Segundo a Tabela
seguinte, São Fidelis apresentou, em 2000, mais leitos/ 1.000 hab., 5,5, sendo 4,6 destes do
SUS, seguido por Campos, 4,3 leitos/1.000 hab., com 3,3 destes sendo do SUS. Conceição
do Macabú e Macaé oferecem 3,5 leitos/1.000 hab. cada, sendo que no primeiro 3,5 são do
SUS e no segundo estes número do SUS cai para 2,0, revelando que em Macaé quase a
metade é privado.
No Norte, os municípios com menos oferta de leitos/1.000 hab. em 2000 foram São João da
Bar, com 2,2 (sendo 1,7 do SUS) e São Francisco do Itabapoana com 0,9 leitos/1.000 hab.
(todos do SUS).
Mais recentemente, no Estado, em dezembro de 2008 havia um total de 24.341 leitos gerais
destinados ao SUS (excluídos leitos psiquiátricos, leitos de crônicos e hospital-dia), numa
razão 1,5 leitos/ 1000 hab. A distribuição de leitos, todavia, foi muito desproporcional entre
as regiões, sendo que a Noroeste apresentou o maior número de leitos, de 7,8/ 1.000 habi-
tantes.
Comparando-se com esta referência em 2000, na Região Norte apenas São Francisco do
Itabapoana apresentou o número de leitos abaixo da média de estadual 1,5 leitos/1.000 hab.
e a maioria de seus municípios possuía este indicador bem acima da média.
Tabela 48 - Região Norte Fluminense, Leitos de Internação por 1000 habitantes, Janeiro 2000
Leitos de Internação/1.000 hab.
Municípios da Região
Leitos Existentes / 1.000 hab. Leitos do SUS / 1.000 hab.
Norte Fluminense
Campos dos Goytacazes 4,3 3,3
Carapebus - -
Cardoso Moreira - -
Conceição de Macabu 3,5 3,5
Macaé 3,5 2,0
Quissamã (0,2) 3,0
São Fidélis 5,5 4,6
São Francisco de Itabapoana 0,9 0,9
São João da Barra 2,2 1,7
-- = Não há informação
Fonte: Ministério da Saúde - IBGE/Censos Demográficos, 2009
Já na Região Noroeste, apenas Miracema não alcançou a meta - não possui unidade hospi-
talar. A distribuição de leitos foi, também, muito desproporcional à Norte, apresentando o
maior número de leitos, 7,8/ 1.000 habitantes, valor este elevado por Bom Jesus de Itaba-
poana.
Todos os municípios estavam bem acima da média, de 1,5 leitos/1000 hab., dado bastante
positivo. Mais ainda, no geral, em 2002, a Região apresentou um quantitativo de leitos ge-
rais SUS - excluídos leitos de psiquiatria, crônicos e hospital-dia - de 1.353 leitos, 4,1 lei-
tos/1.000 hab., valor superior ao parâmetro, de 2,5 a 3 leitos/1.000 hab. de acordo o Cader-
no de Informações em Saúde (2009).
Tabela 49 – Região Noroeste Fluminense, Leitos Internação por 1000 habitantes, Janeiro 2000
Leitos de Internação/1.000 hab.
Municípios da Região
Leitos Existentes / 1.000 hab. Leitos do SUS / 1.000 hab.
Noroeste Fluminense
Aperibé 3,7 3,7
Bom Jesus do Itabapoana 18,1 15,0
Cambuci 5,6 5,6
Italva 10,2 10,2
Itaocara 5,2 4,4
Itaperuna 8,3 5,2
Laje do Muriaé 6,3 6,3
Miracema 2,6 1,6
Natividade 3,2 2,8
Porciúncula 3,3 2,9
Santo Antônio de Pádua 8,3 7,9
São José de Ubá - -
Varre-Sai 4,2 4,2
-- = Não há informação
Fonte: Ministério da Saúde - IBGE/Censos Demográficos, 2009.
5
A Assembléia Geral das Nações Unidas estabeleceu as Metas do Milênio para implementar a Declaração do
Milênio, adotada por unanimidade pelos países-membros da ONU, em 2000. Para a mortalidade infantil, os paí-
ses se comprometeram a reduzir suas taxas em 2/3 até 2015, adotando 1990 como ano de referência. (Indicado-
res de Desenvolvimento Sustentável – Brasil, 2008, p. 256, 257).
106 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Tabela 50 - Região Norte Fluminense, Outros Indicadores de Mortalidade, 2000 a 2006
Outros Indicadores de Mortalidade
Municípios da Região
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Norte Fluminense
Nº de óbitos por 1.000
7,6 7,5 7,7 7,9 8,0 7,7 8,1
Campos habitantes
dos % de óbitos infantis no
7,3 6,6 6,2 5,2 5,4 4,4 4,2
Goytaca- total de óbitos *
zes Mortalidade infantil por
27,9 26,0 25,4 22,4 23,9 19,0 19,6
1.000 nascidos-vivos **
Nº de óbitos por 1.000
8,5 8,8 6,4 6,1 5,3 3,7 6,2
habitantes
% de óbitos infantis no
Carapebus 8,1 2,6 5,2 6,9 - 2,6 3,1
total de óbitos *
Mortalidade infantil por
44,1 15,9 27,8 29,9 - 8,7 13,2
1.000 nascidos-vivos **
Nº de óbitos por 1.000
8,4 7,1 7,7 8,9 7,3 8,8 10,2
habitantes
Cardoso % de óbitos infantis no
0,9 2,2 6,3 0,9 5,5 2,7 5,5
Moreira total de óbitos *
Mortalidade infantil por
5,3 11,2 33,7 6,2 30,7 18,1 38,0
1.000 nascidos-vivos **
Nº de óbitos por 1.000
6,3 6,6 7,6 6,1 6,9 7,5 7,5
habitantes
Conceição % de óbitos infantis no
6,7 11,3 7,6 2,6 1,5 2,7 2,7
de Macabu total de óbitos *
Mortalidade infantil por
21,7 42,4 35,9 10,0 6,4 13,8 13,4
1.000 nascidos-vivos **
Nº de óbitos por 1.000
5,2 6,1 5,9 5,8 6,4 5,8 5,7
habitantes
% de óbitos infantis no
Macaé 5,5 5,9 3,6 3,9 3,6 5,4 2,8
total de óbitos *
Mortalidade infantil por
14,4 18,7 12,1 11,9 11,4 15,4 8,3
1.000 nascidos-vivos **
Nº de óbitos por 1.000
7,6 5,3 5,9 6,8 5,3 6,4 7,0
habitantes
% de óbitos infantis no
Quissamã 7,7 5,3 1,2 4,0 6,3 3,0 1,8
total de óbitos *
Mortalidade infantil por
30,9 13,1 3,6 14,1 17,2 9,0 6,7
1.000 nascidos-vivos **
Nº de óbitos por 1.000
8,4 6,9 7,4 7,6 6,8 8,3 8,6
habitantes
% de óbitos infantis no
São Fidélis 2,6 1,9 3,3 5,6 2,3 1,9 2,4
total de óbitos *
Mortalidade infantil por
14,4 10,5 17,5 34,0 11,8 13,9 17,9
1.000 nascidos-vivos **
Nº de óbitos por 1.000
5,6 5,8 6,4 5,3 4,8 5,9 5,4
São habitantes
Francisco % de óbitos infantis no
7,4 5,7 6,6 3,9 1,9 6,3 2,8
de total de óbitos *
Itabapoana Mortalidade infantil por
26,4 20,3 27,4 13,7 6,4 26,4 11,5
1.000 nascidos-vivos **
Nº de óbitos por 1.000
6,2 6,1 7,9 6,8 6,9 6,3 6,9
habitantes
São João % de óbitos infantis no
5,8 3,6 4,1 5,3 1,5 5,0 3,5
da Barra total de óbitos *
Mortalidade infantil por
19,1 12,7 20,2 22,5 7,0 18,1 17,7
1.000 nascidos-vivos **
* Coeficiente de mortalidade infantil proporcional
**considerando apenas os óbitos e nascimentos coletados pelo SIM/SINASC
-- = Não há informação
Fonte: Ministério da Saúde - IBGE/Censos Demográficos.
A taxa de mortalidade por homicídio/100.000 hab. foi extremamente maior em Macaé, 68,4,
seguido por Carapebus, 48, Campos e Conceição de Macabu, ambos com 40. Destacaram-
se São Fidélis e São João da Barra com as menores taxas, de 5,2 e 7, respectivamente.
Com relação aos óbitos por acidentes de transporte/100.000 habitantes os índices mais ele-
vados ocorreram em Cardoso Moreira, 64,3, seguido por Quissamã, 49,9. As menores taxas
foram de São João da Barra e Macaé, ambas próximas de 21.
Neste mesmo período, apresentaram decréscimo no número de óbitos Aperibé, Bom Jesus
do Itabapoana, Miracema, Pádua, São José de Ubá e Varre-Sai.
Assim, apesar do aumento populacional não se verificam grandes variações deste indicador
no período, para os municípios do Noroeste Fluminense, observando-se que em 2006 o
número de óbitos/1.000 hab. ficou entre 6 a 9/1.000 hab., com destaque para o menor valor
em São José de Ubá, 4,5 e o maior valor de Italva, 9,3 óbitos/1.000 habitantes.
Destes valores, em 2006 o percentual de óbitos infantis no total foi maior em São José de
Ubá, 4,5% seguido por Itaperuna, 4,4% do total, Varre-Sai, 3,9% e Natividade, 3,5%, repre-
sentando os valores mais elevados da Região. Para os outros municípios os percentuais
foram mais baixos, entre 2 e 3%. Destaque para Porciúncula, com o percentual de óbitos
infantis no total de 1,4% e Itaocara, 1,5%, que apresentaram taxas de mortalidade infantil
pequenas e avaliadas pela OMS como baixas.
Observa-se ainda que, entre 2000-2006, quase todos os municípios apresentaram decrés-
cimo na taxa, especialmente Varre-Sai, com queda de 13,8% para 3,9% e Natividade, que
apresentou queda de 9,3% de óbitos infantis do total para 3,5% em 2006. O único aumento
expressivo ocorreu em São José de Ubá, de 2,4% para 10%, praticamente quintuplicando
seu valor, o que demanda uma investigação sobre as causas de tamanha piora.
Algumas variações nestes resultados foram constatados a partir do cálculo da taxa de mor-
talidade infantil por 1.000 nascidos vivos. Esta se apresentou elevada em São José de Ubá,
31,6%, seguido por Itaperuna, 25,2% e Natividade, 18,8%. Existe um grupo de municípios
com taxas entre 9 a 17%, com os menores valores apresentados por Porciúncula, 9,0%,
Aperibé, 9,4% e Varre-Sai, 9,5%.
Assim, a partir destes indicadores pode-se inferir que a área da saúde não apresentou ques-
tões tão graves como outras e tem melhorado seus dados ao longo dos anos.
Na Atenção Básica a cobertura de PSF teve grande aumento e tem atendido à boa parcela
dos habitantes. O número de leitos também foi suficiente na maioria dos municípios, salvo
algumas exceções e os indicadores de mortalidade não aumentaram proporcionalmente aos
aumentos populacionais, pelo contrário, diminuíram em algumas localidades.
Destaca-se que no Norte houve alguns municípios onde os homicídios e/ou os acidentes de
transporte ficaram entre as causas de óbito mais freqüentes.
Referente à mortalidade infantil/1.000 nascidos vivos, ela apresentou taxas baixas de acordo
com os parâmetros da OMS, para ambas as Regiões, com poucos municípios possuindo
taxas médias.
Nota-se ainda que, no geral, os dados de saúde do Noroeste são significativamente melho-
res do que os da Norte e que falta à esta análise uma avaliação qualitativa dos serviços de
saúde ofertados e ainda de suas questões cotidianas - positivas e negativas - vivenciadas
em ambas as Regiões.
Quanto às pessoas que viviam em famílias com razão de dependência maior que 75% este
valor também apresentou queda em todos os municípios, variando em 2000 entre 33,11%
em Varre-Sai e 42,52%, em Porciúncula.
Já o percentual de crianças em domicílios com renda per capita menor que R$ 37,75 em
2000 foi muito elevado em todas as localidades, apesar de haver diminuído consideravel-
mente no período analisado. O menor valor foi o de Aperibé, 12,98%, seguido por 13% em
Pádua e em Itaocara. No outro extremo, o pior valor encontrou-se em Porciúncula, 27,15%,
seguindo por valores próximos, em torno de 24%, em Laje do Muriaé e Miracema.
O percentual de pessoas que vivia em famílias com razão de dependência maior que 75%
foi elevado em ambas as Regiões, apresentando uma média municipal de 35%, sendo mais
elevado em São Francisco do Itabapoana e Porciúncula, 42% e menor em Itaocara, 33,1%.
O percentual de crianças de 10 a 14 anos que trabalhava foi, na maioria dos casos, maior
do que o percentual de crianças nesta faixa etária fora da escola. Não foi possível estabele-
cer, contudo, correlações diretas entre ambos os indicadores, quer dizer, apenas através do
percentual de crianças fora da escola, não podem ser inferidos os percentuais daqueles que
trabalham e vice-versa.
Por fim, o percentual de crianças em domicílios com renda per capita menos que R$37,75
teve média equivalente a 19% no Norte e no Noroeste Fluminense.
4 TRABALHO
Este estudo parte de uma caracterização geral da população economicamente ativa – PEA
e das condições de inserção desta no mercado de trabalho. Para tanto, são analisados os
níveis de informalidade e precariedade deste mercado.
A oferta e a rotatividade do mercado são avaliadas em uma outra seção, seguindo-se uma
análise conjunta das condições de demanda e oferta do mercado de trabalho de tais Regi-
ões.
Por fim, realiza-se uma caracterização dos níveis de educação e profissionalização da PEA
e também da infra-estrutura existente, na promoção de capacitação e formação qualificada
da mão-de-obra6.
4.1 PEA
6
O tema “Trabalho” foi desenvolvido por Nildred Martins e Leandro Alves Silva.
114 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
A mesma tendência de ocupação foi observada na Região Norte, apesar desta apresentar
percentuais inferiores aos apresentados pelo Noroeste. Cerca de 85% da PEA estava ocu-
pada e a taxa de ocupação entre os homens foi de 89%, mostrando-se superior à das mu-
lheres, 79% e a zona rural, 89% também apresentou nível de ocupação superior à urbana,
85%.
Tabela 54 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Pessoas de 10 Anos ou Mais de Idade, Eco-
nomicamente Ativas e População Ocupada por Sexo e Situação do Domicílio, 2000
População Ocupada
PEA
Mesorregião Situação do (PO)
Sexo
Geográfica Domicílio
Percentual
Pessoas Percentual Pessoas
(PO/PEA)
Total 138.860 100 123.812 0,89
Total Urbana 111.484 80,29 98.450 0,88
Rural 27.376 19,71 25.362 0,93
Total 85.124 61,3 78.036 0,92
Noroeste
Homens Urbana 64.620 46,54 58.431 0,90
Fluminense
Rural 20.504 14,77 19.606 0,96
Total 53.735 38,7 45.776 0,85
Mulheres Urbana 46.863 33,75 40.020 0,85
Rural 6.872 4,95 5.756 0,84
Total 310.036 100 264.744 0,85
Total Urbana 270.502 87,25 229.594 0,85
Rural 39.534 12,75 35.150 0,89
Total 189.472 61,11 168.927 0,89
Norte
Homens Urbana 160.325 51,71 141.659 0,88
Fluminense
Rural 29.147 9,4 27.268 0,94
Total 120.564 38,89 95.817 0,79
Mulheres Urbana 110.177 35,54 87.935 0,80
Rural 10.387 3,35 7.882 0,76
Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2000.
Apesar do Estado do Rio de Janeiro apresentar uma taxa de desemprego de 17,1% superior
à brasileira, de 15,4% e a da Região Sudeste brasileira de 16,4%, o Noroeste Fluminense
apresentou melhor desempenho, com uma taxa de desemprego de 10,8% em 2000. Já o
Norte mostrou uma taxa superior ao Noroeste, ainda que aquém das demais, de 14,6%.
Fazendo o mesmo exercício para o Norte Fluminense, chegou-se a uma PEA de 339.968
pessoas, das quais 211.573 encontravam-se empregadas no mercado de trabalho formal
(RAIS). Considerando a taxa de ocupação de 85%, calcula-se a uma porcentagem aproxi-
mada de 73% dos trabalhadores atuando no mercado formal e 27% no mercado informal de
trabalho.
Estes números, quando comparados com os resultados de 2000, apontam para uma ex-
pressiva melhora de desempenho do mercado de trabalho de ambas as Regiões, se consi-
derado o grau de formalidade. De acordo com os indicadores estimados, no período 2000-
2007, a taxa de informalidade passou de aproximadamente 75% no Noroeste, para cerca de
67%. Já o Norte apresentou uma expressiva redução da informalidade, passando de
62,74% em 2000, para 26,78%, em 2007.
7
Numa concepção mais abrangente, o setor informal compreende o emprego assalariado sem carteira assinada
e o trabalho por conta própria. Neste caso, devido à indisponibilidade de dados recentes, foi usado como indica-
dor de informalidade a diferença entre a população ocupada, estimada com base na taxa de crescimento da
população entre 2000 e 2007 e o número de trabalhadores formais, publicados pela RAIS para estes anos.
No entanto, devem-se considerar as mudanças estruturais pelas quais o setor produtivo vem
passando e os impactos destas mudanças nas relações de trabalho. Um exemplo é o pro-
cesso de reorganização da estrutura produtiva do setor industrial, com a terceirização de
atividades antes realizadas dentro das empresas. Este fenômeno tem causado o desloca-
mento de trabalhadores mais qualificados para o setor informal, na condição de trabalhado-
res por conta própria, com níveis mais elevados de remuneração.
Deste modo, classificar a qualidade do posto de trabalho com base apenas na questão da
formalidade ou não deste torna-se insuficiente, diante das mudanças atuais nas relações
trabalhistas.
Assim, para melhor caracterizar o perfil do mercado de trabalho optou-se por analisar, jun-
tamente com o indicador de informalidade, um indicador de precariedade, com base no ren-
dimento dos trabalhadores.
Na Tabela a seguir, foi calculado o grau de informalidade e de precariedade com base nos
dados censitários de 2000. Para o cálculo destes indicadores, o setor informal da economia
foi considerado como compreendendo o emprego assalariado sem carteira assinada e o
trabalho por conta própria. Já o indicador de precariedade foi medido pelo número de traba-
lhadores no trabalho informal que recebem menos de dois salários mínimos.
Quando comparados com os indicadores do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro, nota-se
que ambas as Regiões apresentaram graus de informalidade e precariedade superiores.
Ressalta-se que o Estado do Rio apresenta menor grau de informalidade, 45%, do que o
Brasil, 47,9%, e, na média, não apresentou trabalho precário.
O Noroeste, confirmando tendência revelada anteriormente, apresentou maiores índices de
informalidade e de precariedade nas relações de trabalho. De acordo com os dados de
2000, 56,4% dos trabalhadores do Noroeste estavam ocupados no mercado informal e
61,5% destes recebiam menos de dois salários mínimos. No mesmo ano, o Norte mostrou
melhor desempenho, com 52,3% dos trabalhadores ocupados no mercado informal, dos
quais 55,5% recebiam menos de dois salários mínimos.
Os dados da Tabela seguinte confirmam esta realidade: Na Região Noroeste, 64,33% das
pessoas de 10 anos ou mais, ocupadas na semana de referência e com rendimento de tra-
balho, recebiam até dois salários mínimos. Esta proporção se mostrou maior que a apresen-
tada pelo Brasil, 51,36%, pelo Estado do Rio de Janeiro, 40,72% e pela Região Norte,
56,05%.
Dados mais recentes de 2008, da RAIS, referentes ao mercado formal de trabalho mostram
que, com exceção da Região Norte, há uma proporção maior de pessoal ocupado nas faixas
de remuneração até dois salários mínimos.
Na Região Noroeste, 73,01% dos trabalhadores receberam em média até dois salários mí-
nimos, dos quais 51,18% recebiam em média entre 1,01 e 1,50 salários mínimos.
Nas faixas entre 0,51 e 2 salários mínimos, a Região Noroeste apresentou percentuais de
pessoal ocupado superiores às demais localidades, enquanto os apresentados pelo Norte
foram inferiores.
No entanto, esta situação se inverteu nas faixas de remuneração média superior a 2 salários
mínimos, quando o Norte apresentou percentuais superiores às demais localidades, caracte-
rizando um melhor desempenho regional, quando considerados os indicadores de remune-
ração média do trabalho formal.
Tabela 59 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Pessoal Ocupado no Setor Formal (%), por
Faixa de Remuneração Média, 2008
A seguir é analisada a divisão do trabalho das Regiões Noroeste e Norte Fluminense com
base em duas perspectivas: a divisão regional do trabalho e a especialização produtiva de
cada uma delas; e a divisão intra-regional do trabalho, tendo como variáveis básicas de aná-
lise o gênero, a faixa etária, os sub-setores de atividade e a especialização produtiva muni-
cipal.
A divisão do trabalho é tradicionalmente definida como a distribuição de tarefas entre os
indivíduos ou agrupamentos sociais, de acordo com a posição que cada um deles ocupa na
estrutura social e nas relações de propriedade. Esta distribuição de tarefas leva a uma es-
pecialização do trabalho cooperativo em papéis específicos e delimitados, com o objetivo de
aumentar a eficiência da produção.
As atividades nas quais a Região Norte possui especialidades demandam força de trabalho
mais especializada, o que a caracteriza como um pólo regional para a atração de trabalha-
dores altamente qualificados em áreas correlatas a estas especialidades, como as engenha-
rias e os serviços especializados, incluindo os de saúde, em virtude da maior densidade de
trabalhadores com mais anos de estudo e maiores salários. Além disto, a Região Norte a-
presenta uma concentração maior de emprego público, dado o tamanho de sua economia,
em comparação à Região Noroeste.
Gênero
O Norte também seguiu esta tendência, porém de uma maneira mais tímida. A mudança
relativa da participação masculina e feminina no mercado de trabalho foi de 3%, a masculina
passou de 70% para 67% e a feminina passou de 30% para 33%.
120 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Tabela 60 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Número de Trabalhadores Formais por
Gênero, 1994 - 2008
Noroeste (% de trabalhadores) Norte (% de trabalhadores)
Gênero
1994 2008 1994 2008
Masculino 0,65 0,59 0,70 0,67
Feminino 0,35 0,41 0,30 0,33
Fonte: MTE RAIS, 1994 e 2008.
Faixa Etária
Com relação à idade, entre 1994-2008, a Região Noroeste apresentou redução na participa-
ção relativa dos trabalhadores formais com idade até 39 anos, passando de 68,3% para
56,7% do total. Ainda que haja uma maior concentração de trabalhadores com idade entre
18 e 39 anos, revela-se uma tendência de aumento da participação de trabalhadores com
idade acima de 40 anos, especialmente na faixa etária de 50 a 64 anos, que apresentou um
aumento de participação de 6,6 %, ficando com 16,5%, em 2008.
Já a Região Norte apresentou um aumento da população com idade entre 18 e 29 anos e
entre 40 e 49 anos, e redução da participação dos trabalhadores nas demais faixas etárias.
Em 2008, todavia, os percentuais de participação dos trabalhadores estavam similares entre
as Regiões, sendo maior no grupo de 25 a 29 anos no Norte e de 50 a 64 anos no Noroeste.
Tabela 61 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Número de Trabalhadores Formais por
Faixa Etária, 1994 - 2008
Noroeste Norte
Faixa Etária
1994 2008 1994 2008
até 17 anos 1,1 0,5 1,0 0,5
18 a 24 anos 15,1 12,9 13,8 14,7
25 a 29 anos 18,0 15,6 16,3 18,4
30 a 39 anos 34,1 27,7 35,5 28,2
40 a 49 anos 20,6 25,9 21,4 23,5
50 a 64 anos 9,9 16,5 10,4 13,8
65 ou mais 0,6 1,0 0,9 0,8
Fonte: MTE RAIS, 1994 e 2008.
Subsetores de Atividade
Os dados das Tabelas seguintes mostram a distribuição dos trabalhadores formais entre os
vinte e seis subsetores de atividade classificados pelo IBGE, nos anos de 1994 e 2008, pu-
blicados pela RAIS, para as Regiões Noroeste e Norte Fluminense, respectivamente.
Percebe-se que esta é uma tendência que vem sendo mantida na Região. Ao se comparar
os dados de 2008 com os de 1994, nota-se que os subsetores de atividade vem mantendo
suas importâncias relativas na geração de emprego formal.
A Região Norte, por sua vez, acompanhando as tendências nacional e estadual, apresentou
aumento do percentual de trabalhadores na faixa de tempo de emprego entre 6 e 24 meses,
passando de 22,3%, para 33,8%, e redução deste percentual na faixa de tempo acima dos
36 meses, de 55,8%, para 37,6%.
Mais ainda, quando o foco foi para o nível de mestrado e doutorado, que o emprego não
apresentou variação, ao passo que a remuneração cresceu 134%. Isto indica que há um
aumento na demanda de trabalhadores com este grau de instrução, que não vem sendo
atendida adequadamente. O movimento reflete também uma necessidade crescente de for-
mação para esta atividade, que pode estar atravessando uma mudança no seu padrão tec-
nológico, assim como ocorre com a indústria extrativa.
Porém, a capacidade regional em atender à demanda crescente parece ser reduzida, po-
dendo levar a impactos negativos para as outras Regiões, como a capacidade de reter pes-
soal qualificado e para a própria Região, na medida em que pode experimentar um cresci-
mento exagerado no custo da mão-de-obra qualificada, em determinados períodos.
A atividade de transporte, armazenagem e correio acompanha o que foi destacado até aqui
para a Região. Observa-se um crescimento superior na remuneração para todos os graus
de instrução, exceto para mestrado e doutorado, que não possuem dados passíveis de
comparação no período.
Por fim, observa-se que a Região Norte perdeu emprego e renda em níveis mais baixos de
escolaridade. As taxas negativas, tanto para o emprego (-33%) quanto para a remuneração
(-38%) no total regional, apontam para a possibilidade de uma realocação do trabalho em
direção a postos com maior qualificação, uma vez que a taxa total de crescimento do em-
prego foi positiva (15%). Aparentemente, estes trabalhadores com menos anos de estudo
não estão sendo absorvidos na Região em postos de trabalho de mesmo nível, o que au-
menta ainda mais a necessidade de qualificar-se adequadamente à mão de obra local.
Para conhecimento das instituições de ensino que compõe o sistema de Educação Superior
e Técnico das Regiões Norte e Noroeste Fluminense, buscou-se informações de diversas
fontes como o MEC – Ministério da Educação, o SiedSup – Sistema Integrado de Informa-
ção da Educação Superior, a Fundação CIDE, os sites das Prefeituras Municipais e ainda os
próprios sites de divulgação e apresentação institucional (ver descrição mais detalhada das
instituições de ensino e os serviços oferecidos em anexo), sendo possível que ainda não
tenham se esgotado todos os dados existentes.
No caso da Região Norte, as instituições de ensino superior estão em apenas três de seus
nove municípios. Por sua vez, estes três municípios – Campos, Macaé e Quissamã - somam
24 instituições e 239 cursos correspondendo, respectivamente, a 11,6% e 7,7% do total do
Estado, percentuais bastante positivos.
Verifica-se, portanto, que o Norte é mais privilegiado do que o Noroeste do ponto de vista da
capacidade de formar recursos humanos de nível superior, com maiores ofertas de cursos e,
conseqüentemente, vagas para os alunos em formação.
Como várias das municipalidade regionais possuem recursos financeiros e há grande acei-
tação pública com gastos efetivados em educação, as bolsas tem sido concedidas em nú-
mero elevado. Diariamente observa-se a chegada de diversos ônibus de estudantes para
suas universidades, o que auxilia na existência e no crescimento do mercado das institui-
ções de Ensino Superior.
A Prefeitura de São João da Barra, por exemplo, oferece aproximadamente 700 bolsas para
alunos cursarem o ensino superior em outras localidades, principalmente em cursos de Me-
dicina e Odontologia – considerados os de maior custo. Disponibiliza ainda transporte para o
deslocamento dos estudantes universitários.
Macaé se apresenta como o segundo pólo regional na área do Ensino Superior e profissio-
nalizante, abrigando 8 instituições de nível superior, com 56 ofertas de cursos e mais 06
instituições de nível técnico. Em Macaé se encontram a Universidade Federal do Rio de
Janeiro – UFRJ e a UFF, porém com o número de cursos reduzidos em relação a Campos
dos Goytacazes. A UENF já teve sua expansão aprovada para Macaé, com a possibilidade
de ter unidades também em Itaperuna e Italva, no Noroeste.
A UFF também possui unidades em Quissamã, que possui 3 instituições de Ensino Superi-
or, com 7 cursos disponíveis. Nos demais Municípios do Norte não se verificou a existência
de cursos superiores.
No Noroeste, Itaperuna pode ser considerado como pólo educacional. Abriga a FSJ - Facul-
dade São José; Faculdade Redentor; UFF - Universidade Federal Fluminense; UNIG - Uni-
versidade Iguaçu; UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro e o Instituto Superior
de Educação da FAETEC. De acordo com a Prefeitura Municipal oferece quase 30 cursos
de graduação, além de cursos de pós graduação em Psicopedagogia e Direito.
Santo Antônio de Pádua possui mais de 3000 alunos nos cursos técnicos da FAETEC, que
oferece Informática, Normal Superior, Mineração de Rochas, Inglês e Espanhol. A UFF -
Universidade Federal Fluminense oferece curso superior de Matemática e a FASAP, Facul-
São João da Barra possui 02 escolas, a FAETEC e a IFF e, dentre os cursos oferecidos
estão o de Logística e Segurança do Trabalho. Também está sendo implantado no municí-
pio uma Cozinha Escola, considerando o aumento da demanda prevista no setor alimentício
a partir da implantação do Porto do Açu e outros empreendimentos.
No Noroeste, Santo Antônio de Pádua possui mais de 3.000 alunos nos cursos técnicos da
FAETEC, que oferece cursos de Informática, Normal Superior, Mineração de Rochas, Inglês
e Espanhol. Italva e Itaocara possuem 2 instituições de nível técnico cada. No caso de Ital-
va, o município possui órgãos governamentais de pesquisas técnicas e incentivo à agrope-
cuária, a Siagro-Rio, a Emater-Rio e terras de propriedade da Fazenda Experimental, que
atuam na cidade e nos municípios vizinhos.
Itaocara não possui Ensino Superior apesar de que, segundo a Prefeitura Municipal, está
prevista a implantação de um curso de Engenharia Agrícola, através da UENF. Em Mirace-
ma também se prevê a implantação da FAETEC em 2010, com cursos de Moda, Informáti-
ca, Línguas e Serralheria.
Assim como o Mapa anterior, este mostra a distribuição de Instituições de Ensino Técnico
nas Regiões. Campos e Itaperuna foram os municípios com maior oferta de cursos, de 08 a
11, seguido por Santo Antônio de Pádua e Macaé, que possuíam de 04 a 07 unidades de
Ensino Técnico, cada. Outro grupo de municípios composto por Italva, Miracema, São Fide-
lis e Itaocara ficaram na série de 02 a 03 escolas e os demais possuíam 01 ou nenhuma.
Informações adicionais que são apresentadas na Tabela seguinte apontam que na área de
formação técnica, no ano de 2008, 15.122 alunos concluíram cursos do SENAC em Campos
e em Macaé – locais onde são ofertados - sendo que destes, 11.459 se formaram em Cam-
pos, 75,7%. Neste ano, a Região formou mais profissionais de nível técnico nas áreas da
Ação Social, Saúde, Atividades com Animais, Turismo e Hotelaria e Administração.
Já no Noroeste foram formados 5.584 alunos de nível técnico. Destes, 3.401 se formaram
em Itaperuna, 60,9% de toda a Região. Outros 1.508, 27%, se formaram em Santo Antônio
de Pádua. Itaocara e Miracema também formaram mão-de-obra técnica em menor propor-
ção, 572 e 103, respectivamente.
A área da saúde se destacou com o maior número de graduados da Região, 1.225, seguido
pela área da beleza, 1.185. Na área do comércio o SENAC formou 805 profissionais, dos
quais 746 em Itaperuna. Na área do Turismo e Hotelaria, 247 profissionais se formaram em
Santo Antônio de Pádua, 297 em Itaperuna, Miracema formou mais 29 e Itaocara 80 profis-
sionais nesta mesma área.
Municípios
da Região
Norte
Total
Moda
Saúde
Beleza
cações
Cultura
Idiomas
Hotelaria
Fluminense
Comércio
Educação
Turismo e
Atividades
Informática
Ação Social
Telecomuni-
Gastronomia
com Animais
Comunicação
Administração
Campos dos
Goytacazes 11 459 615 207 373 27 285 36 2 452 248 1 022 11 1 161 1 062 2 452 564 946
Macaé 3 663 401 43 90 - 59 - 234 59 - - - 1 707 - 1 045 24
Total da
Região
Norte 15.122 1.016 250 463 27 344 36 2.686 307 1.022 11 1.161 2.769 2.452 1.609 970
Itaocara 572 - 28 - - 44 - 259 - 160 - - - - 80 -
Itaperuna 3.401 20 746 112 - 118 - 452 95 748 4 443 367 - 297 -
Miracema 103 - - - - - - - - - - 74 - - 29 -
Santo Antô-
nio de Pádua 1.508 48 31 20 - 48 - 514 - 277 - 167 158 - 247 -
Total da
Região
Noroeste 5.584 68 805 131 - 210 - 1.225 95 1.185 4 683 526 - 653 -
-- = sem informação
Fonte: Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro, 2009
No entanto, acredita-se que o oferta ainda seja insuficiente para sanar as lacunas entre de-
mandas e oferta de mão de obra local. Não se sabe se a causa para a baixa qualificação da
mão de obra ocorre devido a uma baixa oferta de cursos e dificuldades de acesso para mo-
radores de municípios nos quais não há oferta e/ou porque os gargalos educacionais exis-
tentes, especialmente no Ensino Médio das Regiões Norte e Noroeste inviabilizam a conclu-
são da Etapa Básica Educacional e, por conseguinte, a possibilidade dos habitantes cursa-
rem cursos técnicos e superiores.
Outra hipótese é que haja falta de recursos financeiros para que alguns incrementem sua
formação profissional e/ou falta de interesse e valorização no processo educacional, que
decorre frequentemente da baixa qualificação dos pais e das gerações familiares anteriores,
que não vêem na educação um valor significativo para elevar as condições de vida, criando-
se um ciclo negativo de baixos índices de escolaridade.
Além da formação superior, as instituições de ensino tem como papel fundamental a produ-
ção de conhecimento e a inovação tecnológica. Neste sentido, a UENF Campos se destaca
como um importante núcleo regional capaz de gerir e fomentar ações inovadoras, contando
com capacidade para realizar pesquisas em diversas áreas do conhecimento.
Uma de suas ações recentes foi a instalação de sua Incubadora de Empresas, em 2008,
que pode ter um papel essencial no direcionamento de políticas públicas e estratégias de
desenvolvimento sustentável.
Na área ambiental, Macaé conta com o Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé (NU-
PEM) que, em parcerias com a Prefeitura, a Petrobrás e com a Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ) desenvolve pesquisas e projetos ambientais, especialmente no Parque
Nacional da Restinga de Jurubatiba. O NUPEM, que ganhou nova sede construída pelo Mu-
nicípio, abriga o único Campus Avançado da UFRJ fora da Cidade do Rio de Janeiro, ofere-
cendo graduação em Biologia.
Nesta sentido, o Município criou também o Parque Municipal do Atalaia, na região Serrana,
destinado à educação ambiental.
Em São João da Barra foi implantado recentemente o curso de mandarim para permitir o
diálogo dos habitantes com os parceiros chineses dos empreendimentos do Complexo do
Açu.
Segundo o Mapa da Inclusão Digital, na Tabela seguinte, observa-se que os três municípios
do Rio com a taxa de inclusão mais elevada foram Niterói, com 34,16%, a Capital, com
23,60% e Volta Redonda com 17,76%, em 2003.
No Norte, Macaé foi o município com a maior taxa de inclusão digital, 13,96%, seguido de
Campos, 8,22%, ambos abaixo das melhores taxas estaduais. São Francisco de Itabapoa-
na, Quissamã, Cardoso Moreira e Carapebus apresentam as menores taxas de inclusão, em
torno de 3% cada, em 2003.
8
Para atrair investimentos de diferentes setores, o Município investiu na criação de um Pólo Industrial, através
de parcerias com o setor privado, para atender às necessidades do setor petrolífero, contemplando também
fábricas e indústrias de segmentos como mecânica, metais e mecatrônica. A Prefeitura vai oferecer a infra-
estrutura da área de quase 500 mil metros quadrados para aproximadamente 200 empresas já interessadas. Já
existe também um Pólo Tecnológico que objetiva atrair empresas como laboratórios e centros de pesquisa, para
que Macaé se torne exportador de tecnologia.
9
Segundo a Prefeitura, o pescado de Macaé é vendido para o Rio de Janeiro e mais 12 estados, além de ser
exportado para os Estados Unidos e a Suíça. Para atender melhor aos pescadores, há o projeto de construção
de um novo Mercado de Peixes.
146 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
São Francisco do Itabapoana, no Norte e Varre-Sai, São José de Ubá e Natividade, no No-
roeste, ocuparam as últimas colocações no Ranking dos incluídos digitalmente em 2003,
com menos de 2% de seus habitantes incluídos.
No Noroeste, neste mesmo ano, nenhum Município apresentou taxa de inclusão digital mai-
or do que 8%. Itaperuna e Miracema alcançaram em torno de 7% e Bom Jesus do Itabapoa-
na 6,32%.
O PROMINP foi instituído pelo Governo Federal através do Decreto nº 4.925, em 2003 e é
coordenado pelo Ministério de Minas e Energia. Tem como objetivo maximizar a participa-
ção da indústria nacional de bens e serviços, em bases competitivas e sustentáveis, na im-
plantação de projetos de petróleo e gás natural no Brasil e no exterior.
O Comitê Regional de cada Fórum está vinculado ao Comitê Setorial do segmento de maior
representatividade na região que, no caso da Bacia de Campos é o Comitê Setorial de Ex-
ploração & Produção.
O PROMINP iniciou suas atividades com 47 projetos, aprovados pelo Comitê Diretivo do
Programa, no qual estão representados o Governo, as empresas e as entidades de classe
que atuam nestas atividades.
O desafio inicial foi desenvolver projetos de ampliação do conteúdo nacional nas áreas es-
pecíficas de Exploração & Produção, Transporte Marítimo, Abastecimento e Gás & Energia,
aprimorando-se para atender às demandas nos setores de petróleo e gás, no período de
2003 - 2007.
Uma das frentes de ação do PROMINP é o Plano Nacional de Qualificação Profissional, que
prevê capacitar profissionais brasileiros, por meio de cursos gratuitos, em 175 categorias
profissionais ligadas às atividades do setor de petróleo e gás. Os cursos são de nível básico,
médio, técnico e superior e estão envolvidas cerca de 80 instituições de ensino, com inves-
timentos que já chegam à casa dos R$ 220 milhões.
A Petrobras é a principal financiadora deste Plano, aportando recursos previstos para inves-
timentos em P&D – estabelecidos nos contratos de concessão. O Plano recebe também
recursos financeiros do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, através do PlanSeQ (re-
cursos do Fundo do Amparo ao Trabalhador - FAT) e do Ministério da Ciência e Tecnologia
– MCT (Fundo Setorial do Petróleo e Gás Natural – CT-PETRO).
Até o final de 2010, o Prominp pretende qualificar 78 mil pessoas, em 15 estados do país.
Neste viés, o Prominp criou também um banco de currículos on-line, constituído por todos
os alunos e ex-alunos dos cursos de qualificação, para facilitar o recrutamento dos profis-
sionais pelas empresas fornecedoras do setor petrolífero. Até o momento, o banco conta
com cerca de 1.500 empresas cadastradas, o que representa uma grande oportunidade
para os profissionais treinados pelo Prominp.
Outra ação do Prominp se relaciona ao Reforço Escolar, com o intuito de ampliar as oportu-
nidades de acesso da população de baixa renda às suas qualificações – com foco nos bene-
ficiários do Programa Bolsa Família - oferecendo cursos preparatórios para as provas de
seleção do Plano Nacional de Qualificação Profissional do Programa. Esta ação é desenvol-
vida em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e
com os governos e prefeituras dos estados envolvidos.
Nesse sentido, após a realização de um diagnóstico dos processos produtivos e dos desafi-
os tecnológicos destes fornecedores, está sendo estruturada uma agenda de projetos tecno-
lógicos a serem implantados. Com base nesse diagnóstico, também serão levantadas fontes
de recursos para o desenvolvimento dos projetos propostos, que deverão ser não-
reembolsáveis e com contrapartida não-financeira das empresas participantes.
B) Projeto Pólen
Este é um Projeto de Educação Ambiental, fruto de uma medida mitigadora para o licencia-
mento ambiental das atividades de exploração e produção de petróleo e gás. A proposta
geral foi elaborada pelo NUPEM/UFRJ e aprimorada em discussões conjuntas com técnicos
da PETROBRÁS e do IBAMA.
Os municípios contemplados são: Saquarema, Araruama, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Ar-
mação dos Búzios, Casimiro de Abreu Rio das Ostras, Macaé, Carapebus, Quissamã, Cam-
pos dos Goytacazes, São João da Barra e São Francisco de Itabapoana.
Inicialmente, estes Pólos são acompanhados e apoiados pelo Projeto Pólen para que, futu-
ramente, busquem apoio local e alcancem autonomia na realização de novos projetos.
O desenvolvimento regional pressupõe que o potencial produtivo de uma região seja avalia-
do em função de sua capacidade em criar vantagens comparativas a partir de seus recursos
naturais e também de seus recursos construídos, em prol do desenvolvimento.
Uma das principais riquezas de uma sociedade é o capital social, que se refere às redes de
relacionamento constituídas em instituições e sociedades baseadas na confiança, coopera-
ção e inovação, que são desenvolvidas pelas pessoas. O Capital Social é pois, o amálgama
que interconecta as várias formas do Capital Humano, tratando-se do bem intangível mais
valioso da sociedade.
Por conseguinte, os sucessos econômicos regionais possuem estreita relação com a pre-
sença de instituições de pesquisa e sua conexão com o setor público e privado locais, des-
tacando-se como um dos principais objetivos a articulação entre o setor produtivo e o siste-
ma universitário e de pesquisa. Quais seriam então as melhores propostas de desenvolvi-
mento para o Norte e Noroeste Fluminense?
No caso do Norte, esta idéia se aplica, primeiramente, pelo fato da indústria petrolífera tratar
de um recurso natural não renovável, que não poderia ser a única vocação sob o risco de
esgotar-se. Desde outra perspectiva, a definição brasileira de município produtor de petróleo
introduziu um elemento diferenciador entre os municípios do Norte e Noroeste Fluminense,
antes delimitado em função da produção açucareira. Os recursos dos royalties, recebido de
modo significativo apenas pelos municípios litorâneos, redefine as alianças locais gerando
um novo recorte regional. Portanto, ainda que se aceitasse como válida a busca da identifi-
cação da “vocação regional”, esta seria mutante.
Mais ainda, tomando como referência a estrutura produtiva dos municípios que compõem a
Região, tendo como indicador a ocupação da mão-de-obra local, chega-se à conclusão de
que as atividades industriais do setor petrolífero concentram-se exclusivamente em Macaé,
sendo assim, os municípios do Norte Fluminense não são produtores de petróleo mas ape-
No entanto, Piquet (2004) alerta que o conceito de “vocação regional” é impreciso e mutável.
Sendo assim, uma política de desenvolvimento educacional que direcione o crescimento do
ensino superior em sua dimensão territorial, tomando como norte exclusivo a característica
atual dos espaços regionais assume fragilidades.
A extração das pedras é um dos potenciais que mais se destaca atualmente mas, como a
maioria das atividades econômicas do Noroeste, enfrenta grandes carências de mão de o-
bra qualificada de comercialização e dificuldades de inserção da população no mercado.
Neste cenário – e retomando a discussão sobre capital social - percebe-se que um dos mai-
ores entraves para o desenvolvimento socioeconômico de ambas as Regiões é o déficit e-
ducacional de sua população, que se reflete em sérios problemas como a escassez de mão
de obra qualificada, seja para a produção específica na área petrolífera, seja para a extra-
ção de pedras e todos os outros setores produtivos.
Além disto, como foram confirmados nos dados, as taxas de crescimento de emprego e a
remuneração tem aumentado em inúmeros setores para os trabalhadores mais qualificados.
Assim, o papel da educação universitária e a natureza dos cursos que devem ou deveriam
ser implementados para o desenvolvimento regional devem ocupar um crescente espaço
em debates, sob a influência dos estudos locais já consolidados, que destacam as relações
entre desenvolvimento regional, de um lado, a presença de centros de ensino e de pesqui-
sas e a oferta de mão-de-obra qualificada, de outro.
Estruturar o Sistema Educacional local para servir exclusivamente ao setor minerário seria
uma estratégia de curto-prazo. Concomitante a isso, deve-se preparar as gerações de uni-
versitários para serem capazes de conhecer a Região em que vivem, em seus múltiplos
aspectos a partir do domínio de saberes diversificados, pois a aquisição de conhecimentos
exerce um papel estratégico como agente de mudanças.
Por fim, entende-se que o ensino superior deve ter a pretensão de contribuir, nos limites de
sua atuação, com o enfrentamento do hiato entre o avanço científico e tecnológico e a ca-
pacidade de reação e de reorganização dos equipamentos, serviços e instituições sociais
para o trato de novas realidades, unindo os avanços da ciência e da tecnologia às lacunas e
potencialidades de desenvolvimento econômico, humano e social sustentável das Regiões.
O tema Renda vem perpassando todo o trabalho, nas avaliações de PIB, de renda per capi-
ta e nas diversas análises do tema “Trabalho”. Mais especificamente, foi analisado no tópico
a seguir alguns indicadores sintéticos que refletem a produção, utilização e distributividade
de renda nas localidades em estudo.
Analisa-se o IQM do Norte e do Noroeste Fluminense, seguido por uma comparação dos
indicadores IDH-Municipal, IFDM e do próprio IQM.
Discute-se também a distributividade da renda para seus habitantes, a partir dos fenômenos
locais de exclusão social e dos próprios programas sociais oferecidos nos municípios estu-
dados, tanto aqueles de cunho federal e estadual, como advindos de iniciativas particulares.
Foto 34 - Macaé
A análise do IQM reflete diversos temas que apontam para as condições econômicas e so-
ciais dos municípios, que advém direta ou indiretamente da quantidade de riqueza existente
em uma sociedade e da forma como estes recursos são aplicados para a produção de mais
riqueza, através da atração de negócios.
O Índice de Qualidade dos Municípios (IQM) foi desenvolvido pela Fundação Centro de In-
formações e Dados do Rio de Janeiro (CIDE), órgão do Governo do Estado vinculado à Se-
cretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Turismo – SEDET, com sua primeira
edição realizada em 1998. O Índice avalia as condições dos municípios para atrair investi-
mentos, bem como sua capacidade para multiplicar os eventuais benefícios gerados por
estes.
Segundo Ranulfo Vidigal, diretor executivo da CIDE, entre as principais propostas da pes-
quisa está orientar os possíveis investimentos nos municípios: "Esses resultados colaboram
para orientação dos investidores dos setores público e privado, assim como a atração de
novos investimentos". (Muniz, 2006).
Assim, o IQM pode ser utilizado como um instrumento de gestão municipal, pois apresenta
um panorama diversificado em termos de análise de dados, podendo subsidiar também um
planejamento estratégico, já que abrange diversos temas que contemplam o desenvolvimen-
to econômico sustentável. (Plano Diretor São João da Barra, 2006).
0,800
0,479
0,459
0,425
0,600
0,353
0,252
0,231
0,222
0,220
0,174
0,400
0,160
0,151
0,164
0,149
0,102
0,086
0,000
0,000
0,200
0,000
Macaé Cam pos dos Quissam ã Conceição São João da São Fidélis Carapebus Cardoso São Municípios
Goytacazes de Macabu Barra Moreira Francisco de
Itabapoana
1998 2005
10
Para atender aos objetivos propostos para a nova versão do IQM e, além disto, manter a comparabilidade com
a versão anterior de 1998, optou-se pela análise dos dados a partir de duas abordagens: a primeira, que estabe-
lece um ranking (IQM- Ranking), é baseada na utilização de índices padronizados, que variam de 0 a 1 e repro-
duz a metodologia já utilizada na primeira edição, com pequenos ajustes. A segunda utiliza-se a Análise Multicri-
tério (IQM- Multicritério) para permitir a comparação do município com ele próprio, em dois momentos (IQM-1998
e IQM-2005).
154 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Avaliando-se o IQM nos anos de 1998 e 2005, de acordo com o critério de análise do ran-
king municipal, Macaé apresenta uma posição de destaque tanto no Estado como na Regi-
ão, com aumento muito significativo de 0,4789 para 0,6386, seguido por um bom desempe-
nho de Campos que, ainda assim, alcançou um menor valor de 0,4585 em 2005. Quissamã
apresentou uma melhora expressiva neste período, chegando a 0,3528.
Os outros municípios do Norte, apesar de alguns terem aumentado seu IQM, seguem em
posições bastante desfavoráveis no conjunto, com valores pequenos e que revelam dificul-
dades, seja na sua atratividade para novos negócios, qualificação da população, dinamismo
local e/ou em suas questões de porte social, cunhadas como “cidadania”. Assim, apesar do
aumento, Carapebus e São João da Barra obtiveram IQM de 0,1595 e 0,1742, respectiva-
mente, valores bem abaixo dos melhores valores regionais.
Já São Fidélis e Conceição do Macabu apresentaram queda e ficaram em 2005 com IQM de
0,1644 e 0,0864 cada, valores muito aquém do desejado. De acordo com a avaliação deste
índice, é extremamente grave a situação de São Francisco de Itabapoana, que apresentou
valores iguais a zero nos dois anos avaliados, sugerindo uma situação socioeconômica de
extrema vulnerabilidade, necessitando de grandes esforços para ser revertida.
Além disto, verifica-se que, regionalmente, há uma imensa desigualdade interna, pois en-
quanto Macaé ocupou a 3a posição em 2005, São Francisco do Itabapoana ocupou a 92a
posição, a pior do Estado. Neste mesmo período, de 1998 a 2005, Campos manteve uma
boa posição estadual no 9o lugar, Quissamã foi o município que mais ganhou posições na
região, de 45o lugar para o 24o, seguido de Conceição do Macabu, no 51o lugar, São João
da Barra, 62o, São Fidélis, 67o lugar, Carapebus, 69o e Cardoso Moreira, 82o.
Gráfico 27 - Região Norte Fluminense, Evolução na posição dos Municípios segundo IQM,
1998 - 2005
Ranking Ranking Estadual dos Municípios da Região Norte Fluminense - IQM, 1998 e 2005
100 91 92
81 82
80 73 74
67 69
62
60 51 54
45 1998
36 2005
40
24
20
9 9
5 3
0
Macaé Campos dos Quissamã Conceição São João da São Fidélis Carapebus Cardoso São
Goytacazes de Macabu Barra Moreira Francisco de
Itabapoana
Municípios
Conceição de Macabu foi o município do Norte que mais perdeu posições no IQM, diminuin-
do seu Dinamismo, 34o, sua Centralidade, 63o, a Qualificação da Mão-de-Obra, 46o e outros,
ou seja, não houve perdas de posição expressivas, mas quase todos os seus grupos perde-
ram um pouco e influenciaram negativamente na colocação geral.
Macaé seguiu mantendo uma posição excelente e passou de 5o para 3o lugar estadual no
IQM. Em 2005, ficou com o 2o lugar em Riqueza, o 4o lugar em Qualificação de Mão-de-
Obra, 6o lugar em Infra-estrutura para Grandes Negócios. Seus piores valores foram o Di-
namismo, ocupando o 33o lugar e a Cidadania, ficando na 39a posição.
Quissamã foi o município do Norte que melhorou mais sua posição estadual do IQM, ele-
vando-se de 45o para 24o lugar. Contribuíram muito para esta melhora o salto de 63o para
18o lugar em Riqueza, a melhoria do 67o para o 36o lugar em Dinamismo e do 69o para o 45o
em Qualificação de Mão-de-Obra, estes três destacando-se como grandes mudança. Sua
Infraestrutura para Grandes Negócios já ocupava uma boa posição e chegou a 13o lugar. A
Centralidade piorou um pouco, 79o, mas seu pior indicador foi a Cidadania, com queda ex-
pressiva para o 77o lugar.
São Fidélis piorou sua classificação de 54o para 67o e contribuíram para esta perda pioras
em diversos grupos de indicadores, com destaque para a Cidadania, que abaixou para o 30o
lugar. O Dinamismo elevou-se para a 48o posição, a Riqueza chegou ao 53o lugar e consta-
ta-se que, similar a Conceição do Macabu, não houve ganhos ou perdas muito expressivos
mas que, somados, resultaram em uma piora.
São Francisco do Itabapoana passou da penúltima para a última posição dentre os municí-
pios fluminenses e está muito mal classificada em todos os indicadores, especialmente Cen-
tralidade, Infraestrutura para Grandes Negócios e Cidadania. Sua melhor posição em 2005
foi a 68a, relativa à Facilidade para Negócios.
São João da Barra melhorou o seu desempenho no período, passando da 73ª para a 62ª
posição. Quando são analisadas as sete dimensões, o Município destacou-se com relação à
Cidadania, 23ª posição e Riqueza e Potencial de Consumo, 31ª posição. No que diz respeito
a Qualificação de Mão-de-Obra e Centralidade e Vantagem Locacional existem muitas difi-
culdades pois encontra-se, em ambos, na 67ª posição.
Tabela 72 - Região Norte Fluminense, Variação das Posições do IQM por Grupo de Indicado-
res, 1998 - 2005
Variação das posições, por grupo de indicadores do IQM, de 1998 para 2005
Municípios da
IQM DIN CEN RIQ QMA FAC IGE CID
Região Norte
98/05 98/05 98/05 98/05 98/05 98/05 98/05 98/05
Fluminense
Campos dos
9 / 9 27 / 12 20 / 17 73 / 36 17 / 14 6/1 35 / 27 14 / 50
Goytacazes
Carapebus 74 / 69 88 / 86 82 / 71 50 / 41 30 / 41 36 / 52 60 / 32 78 / 81
Cardoso Moreira 81 / 82 44 / 71 90 / 89 22 / 86 34 / 38 50 / 64 89 / 79 81 / 83
Conceição de
36 / 51 24 / 34 56 / 63 44 / 44 38 / 46 67 / 65 86 / 81 22 / 25
Macabu
156 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
(continuação)
Municípios da
IQM DIN CEN RIQ QMA FAC IGE CID
Região Norte
98/05 98/05 98/05 98/05 98/05 98/05 98/05 98/05
Fluminense
Macaé 5/3 37 / 33 17 / 13 5/2 6/4 7/8 13 / 6 18 / 39
Quissamã 45 / 24 67 / 36 75 / 79 63 / 18 69 / 45 37 / 37 18 / 13 53 / 77
São Fidélis 54 / 67 62 / 48 63 / 70 61 / 53 57 / 60 61 / 67 87 / 69 13 / 30
São Francisco de
91 / 92 84 / 80 91 / 92 86 / 75 76 / 75 72 / 68 91 / 91 90 / 90
Itabapoana
São João da Barra 73 / 62 76 / 47 72 / 67 25 / 46 70 / 67 70 / 83 54 / 31 35 / 23
Fonte: Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Rio de Janeiro, Fundação CIDE
Referente à Riqueza, Macaé ocupou o 2o lugar e ficou muito acima de todos os outros muni-
cípios, sendo o segundo melhor da Região Quissamã, no 18o lugar. A Qualificação da Mão-
de-Obra também foi melhor em Macaé, 4o lugar e depois em Campos, 14o lugar. A Facilida-
de para Negócios foi melhor colocada em Campos, 1o lugar, seguido por Macaé, 8o lugar e,
por sua vez, Macaé oferecia a melhor Infra-estrutura para Grandes Negócios, 6o lugar, se-
guido de Quissamã, 13o lugar.
À exceção de São João da Barra, todos os municípios pioraram seu grupo de indicadores de
Cidadania, o que aponta para uma possível piora de vida dos habitantes.
São realizadas para a Região Noroeste as mesmas análises feitas para o Norte. Nota-se
que no IQM-2005, não se encontra, entre os vinte primeiros colocados, um único município
representante do Noroeste. O mesmo não aconteceu no IQM-1998, que registrou dois muni-
cípios desta Região: Santo Antônio de Pádua e Bom Jesus do Itabapoana.
A partir do Gráfico, entre 1998 e 2005 a maioria dos municípios do Noroeste piorou seu va-
lor, à exceção de Itaperuna, com elevação de 0,258 para 0,332 e Laje do Muriaé, para
0,1214, o que demonstra uma situação grave, especialmente porque os valores já eram bas-
tante baixos, sendo que os maiores eram o de Bom Jesus de Itabapoana, 0,3514, caindo
um pouco para 0,3469, Santo Antônio do Pádua, 0,393, que caiu para 0, 293, de Itaperuna,
que se elevou para 0,3316 e de Miracema, 0,346, que abaixou em 2005 para 0,290.
Neste mesmo ano, Itaocara e Natividade ficaram com seu IQM perto de 0,2, seguido por
Cambuci, Italva, Porciúncula, Aperibé e Laje do Muriaé, com valores médios de 0,140. As
duas últimas posições no ranking são ocupadas por São José de Ubá, 0,027 e Varre-Sai,
0,021.
Região Noroeste Fluminense - Índice de Qualidade dos Municípios - IQM, 1998 e 2005
Índice
1,0000
0,8000
0,6000
0,3931
0,3514
0,3469
0,3459
0,3316
0,2927
0,2897
0,2575
0,2548
0,2328
0,2250
0,4000
0,2093
0,1996
0,1967
0,1991
0,1628
0,1518
0,1444
0,1464
0,1304
0,1214
0,1145
0,0425
0,0302
0,0269
0,0213
0,2000
0,0000
Bom Jesus Santo Miracem a Itaperuna Itaocara Natividade Cam buci Italva Porciúncula Aperibé Laje do São José Varre-Sai Municípios
do Antônio de Muriaé de Ubá
Itabapoana Pádua
1998 2005
Neste mesmo período, de 1998 a 2005, Itaperuna apresentou o 2º lugar regional no IQM,
perdendo 3 posições, Santo Antônio de Pádua decresceu muito para a 36ª posição, mas
ainda manteve o terceiro lugar de IQM no Noroeste, seguido por Miracema e Itaocara, que
também pioraram bem, mas estão melhores que os outros 7 municípios da região. Nativida-
de alcançou um valor similar ao de Itaocara, enquanto Cambuci, Italva, Porciúncula e Aperi-
bé estão próximos no ranking regional.
Gráfico 29 - Região Noroeste Fluminense, Evolução na posição dos Municípios segundo IQM,
1998 - 2005
Ranking Estadual dos Municípios da Região Noroeste Fluminense - IQM, 1998 e 2005
Ranking
100
89 89 88 90
77 79 80 80
80 76
70 72
57 60 58
60 56
50
43
36 37 34 31 35
40
26
21
17
20 10
0
Bom Jesus Santo Miracem a Itaperuna Itaocara Natividade Cambuci Italva Porciúncula Aperibé Laje do São José Varre-Sai Municípios
do Antônio de Muriaé de Ubá
Itabapoana Pádua
1998 2005
Desde uma perspectiva mais detalhada, apresenta-se a posição no ranking de cada um dos
sete indicadores constituintes do IQM, por municípios, nos anos de 1998 e 2005. O melhor
lugar regional, que em 1998 era de Pádua, foi ocupado por Bom Jesus de Itabapoana, que
entretanto decaiu da 17ª para a 26ª posição. Referente ao seu grupo de indicadores havia
em 1998 dois terceiros lugares para o município, Dinamismo e Cidadania e se mantiveram
em 2005, quando ainda estava bem posicionada a Centralidade, 19º lugar. Dentre suas pio-
res colocações houve a queda da Riqueza do 48º para o 59º lugar e da Qualificação da
Mão-de-Obra, que abaixou para o 48º lugar. Sua principal melhora foi na Facilidade para
Negócios, que elevou-se do 73º para o 49º lugar.
Aperibé também piorou bastante, da 43a para a 79a posição, durante este período, estando
muito mal classificado em 2005 com relação ao Dinamismo, 88º lugar, seu pior valor e Quali-
ficação, 78º lugar. Houve outras pioras referentes à sua Centralidade, do 25º para o 62º lu-
gar, Infraestrutura para Grandes Empreendimentos, que caiu do 58º para o 73º lugar e Ci-
dadania, que diminuiu do 33º para o 56º lugar.
Cambuci piorou sua colocação geral da 60ª para a 77ª posição, em 2005. Contribuíram bas-
tante para isto a passagem do Dinamismo do 22º lugar para o 70º lugar. As outras perdas
nas colocações não foram tão expressivas mas, somadas, rebaixaram o município – Centra-
lidade e Facilidade para negócios. Sua melhor subida foi em Infraestrutura para Grandes
Empreendimentos, que melhorou da 77ª para a 66ª posição.
Já Italva perdeu duas posições, ficando em 2005 na 72º posição, tendo enfrentado grandes
perdas e ganhos em seus grupos de indicadores. Seu melhor indicador foi o Dinamismo, na
42º posição, onde enfrentou melhora expressiva e na Cidadania, 45ª posição, enquanto pio-
rou muito sua Centralidade, Riqueza e Facilidade para negócios, equilibrando-se o resultado
final, mas tendo mudado a avaliação de suas características entre 1998-2005.
Itaocara perdeu várias posições neste intervalo, caindo da 35ª para a 56ª posição, influenci-
ada por perdas no seu Dinamismo e Qualificação da Mão-De-Obra, em 55º e 50º lugares,
respectivamente. Ficaram estáveis suas colocações de Facilidade para Negócios, 74º lugar
e Cidadania, 40º lugar e apresentaram melhoras expressivas a Riqueza, do 76º para o 38º
lugar e a Infraestrutura para Grandes Empreendimentos, do 75º para o 54º lugar.
Itaperuna foi o único município do Noroeste que ganhou posições no ranking estadual, pas-
sando do 34º para o 31º posto. Melhorou seu Dinamismo, que em 2005 ficou no 49º lugar,
sua Centralidade, que chegou ao 23º lugar, com grandes melhorias na Qualificação da Mão-
de-Obra, do 20º para o 7º lugar, na Infraestrutura para Grandes Empreendimentos, do 50º
para o 33º lugar e na Cidadania, do 26º para o 8º lugar. Piorou apenas na Facilidade para
Negócios, passando da 63ª para a 71ª posição, revelando progressos locais em inúmeras
áreas investigadas.
A situação de Laje do Muriaé é muito insatisfatória sob vários aspectos. Manteve entre
1998-2005 a 80ª posição estadual e a maioria do seu grupo de indicadores estava cerca da
80a posição estadual, à exceção do Dinamismo, que melhorou do 83º para o 54º lugar e a
Cidadania, que melhorou do 11º para o 4º lugar do ranking, o que surpreende tendo em vis-
ta os resultados negativos dos outros indicadores.
Miracema era um dos municípios mais bem colocados da Região, em 1998 e caiu do 21º
para o 37º lugar. Em 2005 perdeu em Dinamismo, ficando na 15ª posição, a Centralidade
também caiu um pouco para o 22º lugar, igual a Cidadania, que ficou na 12ª posição. A In-
Com relação às mudanças em Natividade houve uma perda de colocação da 50ª para a 57ª
posição entre 1998-2005, sendo que neste ano a Centralidade caiu do 50º para o 66º lugar,
e a Qualificação da Mão-de-Obra também perdeu posições do 51º para o 62º lugar. Houve
elevação no Dinamismo, para o 14º lugar, em Riqueza, para o 43º lugar e em Cidadania,
para o 18º lugar. Seu pior indicador foi, em ambos os anos avaliados a Facilidade para Ne-
gócios, estando em 88º lugar em 2005 e abaixando seu valor total.
Porciúncula caiu várias posições e ficou em 2005 no 76º lugar, com perdas expressivas em
seu Dinamismo, que ficou no 43º lugar, Centralidade, 72º lugar e Facilidade para Negócios,
89º lugar, seu pior índice. Houve melhoras na Qualificação de Mão-de-Obra, do 80º para o
69º lugar e na Cidadania, do 20º para o 14º lugar.
Santo Antônio de Pádua era em 1998 o município melhor classificado do Noroeste Flumi-
nense e muito bem colocado também no Estado, 10ª posição, mas caiu para a 36ª posição
em 2005, em parte pelas grandes perdas de colocação no Dinamismo, que foi do 2º para o
27º lugar, em Qualificação da Mão-de-Obra, que caiu para o 28º lugar na Facilidade para
Negócios, que perdeu muitas posições da 20ª para a 66ª posição, entretanto com melhoras
menos expressivas em Riqueza, para a 24ª posição, em Infraestrutura para Grandes Em-
preendimentos, para a 36ª posição e em Cidadania, para a 16a posição em 2005, contraba-
lançando um pouco as perdas.
Os dois outros municípios do Noroeste foram muito mal colocados, São José de Ubá e Var-
re-Sai. São José de Ubá manteve nos anos avaliados a 89ª posição, apresentando suas
posições mais desfavoráveis em Centralidade, 90º, Facilidade para Negócios, 85ª e Cidada-
nia, 91ª posição, em 2005. Neste mesmo ano, suas melhores colocações foram em Infraes-
trutura para Grandes Empreendimentos, que melhorou muito da 80ª para a 40ª posição e
em Qualificação da Mão-de-Obra, que passou da 75ª para a 66ª posição.
Varre-Sai piorou da 88ª para a 90ª posição, a pior do Noroeste e uma das piores do Estado.
Todos os seus grupos de indicadores foram avaliados em posições muito desfavoráveis,
sendo o mais baixo a Facilidade para Negócios, 92º lugar, pior do Estado, 88º lugar para
Infraestrutura para Grandes Empreendimentos e 87o lugar para Qualificação de Mão-de-
Obra, em 2005, além de piora na Cidadania do 61o para o 78o lugar.
Tabela 73 - Região Noroeste Fluminense, Variação das Posições do IQM por Grupo de Indica-
dores, 1998 - 2005
Variação das posições, por grupo de indicadores do IQM, de 1998 para 2005
Municípios da Região IQM DIN CEN RIQ QMA FAC IGE CID
Noroeste Fluminense 98/05 98/05 98/05 98/05 98/05 98/05 98/05 98/05
Aperibé 43 / 79 86 / 88 25 / 62 26 / 20 58 / 78 60 / 69 58 / 73 33 / 56
Bom Jesus do Itabapoana 17 / 26 3/3 16 / 19 48 / 59 37 / 48 73 / 49 48 / 43 3/3
Cambuci 60 / 77 22 / 70 68 / 73 65 / 65 73 / 71 57 / 63 77 / 66 34 / 31
Italva 70 / 72 81 / 42 44 / 76 58 / 82 46 / 49 55 / 73 73 / 67 73 / 45
Itaocara 35 / 56 26 / 55 41 / 38 76 / 38 13 / 50 74 / 74 75 / 54 40 / 40
Itaperuna 34 / 31 53 / 49 34 / 23 27 / 27 20 / 7 63 / 71 50 / 33 26 / 8
Laje do Muriaé 80 / 80 83 / 54 52 / 80 87 / 89 87 / 86 86 / 87 76 / 80 11 / 4
Miracema 21 / 37 9 / 15 14 / 22 62 / 45 56 / 59 49 / 51 53 / 62 4 / 12
Natividade 50 / 57 28 / 14 50 / 66 56 / 43 51 / 62 84 / 88 68 / 63 24 / 18
Porciúncula 58 / 76 29 / 43 62 / 72 59 / 58 80 / 69 52 / 89 69 / 71 20 / 14
Santo Antônio de Pádua 10 / 36 2 / 27 36 / 42 35 / 24 18 / 28 20 / 66 41 / 36 19 / 16
São José de Ubá 89 / 89 89 / 77 88 / 90 80 / 70 75 / 66 88 / 85 80 / 40 83 / 91
Varre-Sai 88 / 90 82 / 78 85 / 86 45 / 83 85 / 87 91 / 92 84 / 88 61 / 78
Fonte: Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Rio de Janeiro, Fundação CIDE
160 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Fazendo-se uma síntese de todos os grupos de indicadores no Noroeste, em 2005 o muni-
cípio que demonstrou maior Dinamismo foi Bom Jesus de Itabapoana, com a excelente co-
locação do 3o lugar estadual, sendo o segundo melhor da região Natividade, bem abaixo no
14o lugar e Miracema, no 15o lugar, apesar de ambos municípios estarem bem classificados.
A Centralidade também foi melhor avaliada em Bom Jesus de Itabapoana, 19o lugar, segui-
do de Miracema, 22º lugar.
Referente à Riqueza, Aperibé ocupou o 20º lugar e ficou muito acima da maioria dos outros
municípios regionais, sendo o outro melhor Pádua, no 24º lugar e Itaperuna, no 27º lugar. A
Qualificação da Mão-de-Obra foi extremamente melhor em Itaperuna, 7º lugar e depois em
Pádua, 28º lugar, sendo que neste indicador houve valores muito baixos em quase todos os
municípios. A Facilidade para Negócios não ficou bem colocada em nenhum município,
sendo que a melhor posição regional foi de Bom Jesus de Itabapoana, 49ª, seguida de Mi-
racema, 51ª posição e, por sua vez, Itaperuna ofereceu a melhor Infraestrutura para Gran-
des Negócios, 33º lugar, seguido de Pádua, 36º lugar.
Com relação à Cidadania, houve grandes variações nas classificações, sendo que os me-
lhores colocados foram, em 2005, Bom Jesus de Itabapoana, 3º lugar e Laje do Muriaé, 4o
lugar, estando abaixo das 20 posições estaduais Itaperuna, Miracema, Natividade, Porciún-
cula e Pádua, ou seja, mais da metade dos municípios da Região ficaram muito bem classi-
ficados neste quesito, o que é paradoxal e, considerando-se que nos outros grupos de indi-
cadores grande parte apresentou classificações muito abaixo do desejável.
É importante observar que Bom Jesus de Itabapoana, Itaperuna, Miracema e Pádua se des-
tacam em algumas questões e que em Cidadania destacam-se Laje do Muriaé e Itaperuna,
revelando que as potencialidades econômicas podem ou não estar conectadas com o de-
senvolvimento social local, ou seja, a riqueza e as potencialidades materiais não garantem
condições de vida adequadas para suas populações, ao mesmo tempo em que não são, de
nenhuma maneira, excludentes.
Preocupante também são as situações de São José de Ubá e Varre-Sai, ocupando as pio-
res classificações da Região e entre as piores do Estado, indicando graves problemas tanto
no desenvolvimento econômico como social.
O IDH-M e o IFDM foram os outros indicadores utilizados para compreender-se o tema, tan-
to porque a renda faz parte de seus subíndices, como porque seus outros dois subíndices,
saúde e educação, possuem relação direta com a renda, quer dizer, grupos com rendas
mais elevadas costumam ter acessos mais privilegiados à saúde e educação e vice-versa.
Segundo o PNUD (1998), o desenvolvimento humano pode ser entendido como um proces-
so abrangente, considerando-se as dimensões econômicas, sociais, políticas e culturais que
influenciam a qualidade da vida humana.
Por sua vez, tem sido usualmente acrescido ao termo “desenvolvimento humano” a noção
do “sustentável”, refletindo que crescimento não necessariamente significa desenvolvimento,
pois há situações em que o aumento de riqueza não resulta em melhores condições de vida
para a população, ou seja, em municípios com uma renda per capita elevada pode haver
uma qualidade de vida inadequada para seus habitantes, com baixos indicadores de desen-
volvimento humano e vice-versa.
Na análise dos dados municipais, foi desenvolvido um indicador específico a partir do IDH: o
IDH-M – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, que utiliza quatro indicadores agru-
Diferentemente do IDHM, o IFDM, distingue-se por ter periodicidade anual, recorte municipal
e abrangência nacional, possibilitando o acompanhamento anual do desenvolvimento de
todos os municípios brasileiros. São utilizadas estatísticas oficiais a partir de dados forneci-
dos pelos Ministérios da Educação, da Saúde e do Trabalho para o ano sob análise, apre-
sentados neste trabalho os anos de 2000, 2005 e 2006.
Neste sentido, municípios com IFDM entre 0 e 0,4 são considerados de baixo estágio de
desenvolvimento; entre 0,4 e 0,6, de desenvolvimento regular; entre 0,6 e 0,8, de desenvol-
vimento moderado; e entre 0,8 e 1,0, de alto desenvolvimento. (IFDM, 2009). Em 2006, a
média brasileira do IFDM atingiu 0,7376 pontos. Esta pontuação é superior à de 2005,
0,7129, indicando melhoria nas condições de desenvolvimento do país, com alta de 3,47%.
Na comparação dos três indicadores foram utilizados somente os últimos anos de publica-
ção de cada um: IDH-M 2000, IFDM 2006 e IQM 2005, sendo que os dois últimos possuem
apenas um ano de diferença enquanto os resultados do IDH-M distam 5/6 anos dos outros
dois o que, em muitos aspectos, deverá apresentar, per si, uma defasagem nos valores.
Para a Região Norte, o IDH-M em 2000 foi mais elevado em Macaé, 0,790-15o estadual, e
Campos, 0,752, 55o estadual e mais baixo em Cardoso Moreira, 0,706-89o estadual e São
João da Barra, 0,723-79o estadual.
No IFDM 2006, os melhores classificados foram Macaé, 0,8404, 1o lugar estadual e Cam-
pos, 11o estadual. Os piores valores foram mensurados em Conceição de Macabu, 0,6071,
88o estadual e Carapebus, 66o estadual.
O IQM, Índice de Qualidade de Vida da Região Norte, em 2005, foi melhor em Macaé,
0,639, 3ª posição estadual e Campos, 0,0459, 9ª posição estadual e nas últimas posições
estavam São Francisco de Itabapoana, com 0 pontos, 90ª posição estadual e Cardoso Mo-
reira, 83ª posição estadual.
Na Facilidade para Negócios Campos ocupou a 1ª posição estadual e o pior município foi
São João da Barra, a Infra-estrutura para Grandes Investimentos obteve a melhor avaliação
em Macaé, 6º lugar e foi considerada pior em São Francisco de Itabapoana, 91º lugar, tam-
bém pior colocada em 90º lugar em Cidadania, que se destacou em São João da Barra.
Em síntese, Campos e Macaé ficaram melhor avaliados tanto no IDH-M como no IFDM, mas
os piores resultados finais não foram iguais para os mesmos municípios, variando no primei-
ro indicador com Cardoso Moreira e São João da Barra e no segundo com Conceição de
Macabu e Carapebus. Para o IQM os melhores municípios continuaram sendo Macaé e
Campos e os piores foram São Francisco de Itabapoana e Cardoso Moreira.
Portanto, Campos e Macaé se revezam nas primeiras posições e houve, nestes indicadores,
piores colocações para 4 municípios: São João da Barra, Carapebus, São Francisco de Ita-
bapoana e Cardoso Moreira, estes dois últimos avaliados nesta posição através do IQM,
que enfoca especialmente as condições locais para a atratividade de negócios, significando
164 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
que ambos apresentaram condições de crescimento econômico inferiores, na Região, ainda
que possam ter boas condições em outros índices.
Para a Região Noroeste, o IDH-M em 2000 foi mais elevado em Itaperuna-20o estadual e em
Itaocara-38o estadual e mais baixo em Varre-Sai-91o estadual e em Laje do Muriaé-88o es-
tadual.
O IQM, Índice de Qualidade de Vida da Região Noroeste, em 2005, foi melhor em Bom Je-
sus de Itabapoana, 0,3469, 26a posição estadual e Itaperuna, 0,332, 31a posição estadual e
nas últimas posições estavam Varre-Sai, 0,021, 90a posição estadual e São José de Ubá,
com 0,027 pontos, 89a posição estadual.
Na Facilidade para Negócios, nenhum município do Noroeste está bem classificado, sendo
que o melhor foi Bom Jesus de Itabapoana, na 49a posição e o pior município foi Varre-Sai,
na última posição estadual, a Infraestrutura para Grandes Investimentos teve melhor avalia-
ção em Itaperuna, 33o lugar e foi considerada pior em Varre-Sai, 88o lugar e por fim a Cida-
dania foi melhor em Bom Jesus de Itabapoana, 3o lugar e pior em São José de Ubá, 91o
lugar.
Para Carapebus, o equilíbrio foi ainda maior, com uma razão de renda de apenas 11 vezes
e foi mais baixo seu percentual de pobres. Campos teve uma razão de renda entre os mais
ricos e os mais pobres de 22 vezes e Macaé apresentou um valor similar, de 20 vezes.
Na Região, somente Macaé apresentou uma proporção de pobres inferior à média estadual,
provavelmente em função de sua força de trabalho altamente qualificada, a partir dos fluxos
migratórios enfrentados nas últimas décadas. (Caderno de Saúde, maio 2009, p. 21).
Tabela 75 - Região Norte Fluminense, Porcentagem da Renda Apropriada por Extratos da Po-
pulação, 1991 - 2000
Porcentagem da Renda Apropriada por Extratos da População, 1991 e 2000
Municípios da Região 20% Mais 40% Mais 60% Mais 80% Mais 20% Mais
Norte Fluminense Pobres Pobres Pobres Pobres Ricos
Em ordem decrescente, a razão de renda entre os muito ricos e os muito pobres foi de 18
vezes em Porciúncula, seguido por Bom Jesus de Itabapoana e Italva, de 17 vezes e Pádua,
com razão de 16 vezes. Os maiores equilíbrios foram encontrados em Cambuci e Laje do
Muriaé, com uma razão de renda de 15 e 14,6 vezes maior. A melhor distributividade de
renda foi encontrada em Aperibé, com razão de renda de 14 vezes maior.
Com o intuito de reversão e/ou amenização deste quadro, os benefícios sociais são usual-
mente oferecidos para pessoas ou famílias excluídas socialmente, por terem restritas suas
condições sociais em um ou mais destes âmbitos. Melhorias de acesso a bens e serviços
essenciais como moradia, água, saneamento, saúde e educação equivalem a acréscimos
significativos de renda real para estes habitantes, contribuindo de maneira relevante para as
chances de mobilidade social da população pobre. (Rezende e Tafner, 2005).
Dentre estes benefícios, destaca-se no Brasil o Bolsa Família, Programa que vem sendo
reconhecido mundialmente por seu êxito. Muitos autores apontam que os subsídios de pro-
gramas de transferências de renda, como o Bolsa Família no Brasil, são essenciais para a
subsistência de pobres e indigentes.
Como instrumentos básicos da Rede de Proteção Social, estes benefícios auxiliam aqueles
que necessitam de uma complementação para sua sobrevivência, mas não podem se tornar
apoios indefinidamente continuados, a partir dos quais ocorre uma “acomodação” na pobre-
za, através da inércia em mudar-se o status quo no qual os beneficiários se encontram.
No Brasil, a Assistência Social é responsável por estes benefícios, a partir de uma Política
de Seguridade Social não contributiva. É direito de todo cidadão que dela precisar e é dever
do Estado garanti-la como direito social. A Lei Orgânica da Assistência - LOAS e o Sistema
Único de Assistência Social – SUAS, definem a atuação da Assistência Social nas perspec-
tivas do direito social, articulando política social com política econômica. Uma de suas vi-
sões centrais é que os problemas sociais não se resolvem apenas com políticas focalizado-
ras, mas que devem incidir em aspectos estruturais da organização social.
Portanto, a Assistência deve auxiliar às pessoas que, por algum motivo, temporário ou per-
manentemente, estejam necessitando de apoio para garantir as condições mínimas de vida
adequadas, integrando em seu trabalho ações de iniciativa pública e da sociedade.
A Proteção Social Básica (PSB), do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) tem como
objetivo a prevenção de situações de risco – por intermédio do desenvolvimento de potenci-
alidades e aquisições – e o fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e sociais.
Esse nível de proteção é destinado à população que vive em situação de vulnerabilidade
social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos
serviços públicos, dentre outros) e/ ou fragilização de vínculos afetivos − relacionais e de
pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre
outras).
Os CRAS são unidades públicas estatais integrantes do SUAS, de base territorial, localiza-
das em áreas municipais de maior vulnerabilidade e risco social. Se configuram como a por-
ta de entrada dos usuários para os serviços e programas da Política de Proteção Básica e,
para tanto, tem como atribuições essenciais executar serviços da proteção básica, organizar
a rede prestadora de serviços sócio assistenciais do SUAS no seu território de abrangência,
buscando uma atuação intersetorial.
A estruturação deste equipamento e a composição do quadro técnico é regulamentada pela
Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS (NOB-RH/SUAS). Esta se es-
tabelece de acordo com o porte do município e o número de famílias referenciadas ao
CRAS, podendo ser classificado como:
• Pequeno Porte I – georeferencia 2.500 famílias, com capacidade de atendimento anual
de 500 famílias;
• Pequeno Porte II – Georeferencia 3.500 famílias, com capacidade de atendimento anual
de 750 famílias;
• Porte Médio, Grande Porte e Metrópole – Georreferencia 5.000 famílias, com capacidade
de atendimento anual de 1000 famílias.
O CRAS é responsável pela oferta dos serviços continuados da Proteção Social Básica,
incluindo o Programa de Atenção Integral às Famílias (PAIF). Outras ações podem ser de-
senvolvidas na área de abrangência destes Centros, fora do espaço físico do CRAS, desde
que a ele referenciadas. Devem organizar ainda a vigilância de problemas de exclusão soci-
al em sua área de abrangência, em conexão com outros territórios, contribuindo com a in-
serção das famílias nos serviços de promoção e assistência.
O BPC também encontra amparo legal na Lei n°10.641, 1o de outubro de 2003, que institui o
Estatuto do Idoso. O Benefício é gerido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Comba-
te à Fome (MDS) a quem compete sua gestão, acompanhamento e avaliação e pelo Institu-
to Nacional do Seguro Social (INSS), responsável por sua operacionalização.
11
A participação de uma família neste Programa depende do cumprimento de condicionalidades relacionadas
aos cuidados com a saúde e educação das crianças e adolescentes. Esta contrapartida da família obedece à
orientação de garantir os direitos básicos das crianças no que se refere ao acesso à educação e à saúde, bus-
cando diminuir sua situação de vulnerabilidade e contribuir para o rompimento geracional da pobreza. Caso
estas condicionalidades não sejam cumpridas, o benefício pode ser suspenso ou cortado. Ressalta-se ainda que
este benefício possui, na sua concepção, caráter provisório, ou seja, o objetivo maior é que a transferência reali-
zada contribua com a renda familiar até que a família não “precise” mais do benefício, uma vez que ocorra o
aumento da renda per capita.
Com relação ao Bolsa Família, um total de 38.756 famílias eram beneficiadas com o Pro-
grama no Norte Fluminense, em 2009, aproximadamente13,2% do total. Destas, 49,1%
residiam em Campos, totalizando 19.030 famílias e outras 19,6% em Macaé, num total de
7.614 famílias. Considerando a população total e o número de famílias residente em cada
município, destacaram-se São Francisco do Itabapoana e Cardoso Moreira com a maior
proporção de famílias beneficiárias do PBF, cerca de 31%.
Em ordem decrescente seguiram São Fidelis, com 28,8%, São João da Barra, com 25,7%,
Conceição do Macabu, com 24,6%, Quissamã, com 21,4%, Carapebus com 18,5 %, Cam-
pos, com 17,53% e Macaé, com 15,6% de famílias contempladas pelo Programa.
No mais, Campos dos Goytacazes criou um benefício adicional ao Bolsa Família oferecido
pela Prefeitura Municipal, para combater a indigência local, que atende a aproximadamente
25 mil famílias, através do repasse de R$ 100,00/mês, segundo informações de Vidigal
(2009).
Os percentuais de Aperibé e Santo Antônio de Pádua foram de 19,3% e 12,4% sendo, por-
tanto, os municípios cuja menor fração da população residente foi beneficiária do Bolsa Fa-
mília.
Os dados são, contudo, insuficientes para concluir-se que os municípios que apresentavam
menores proporções de famílias beneficiárias são aqueles que possuíam uma renda per
capita superior, o que significaria uma situação de pobreza e vulnerabilidade menor que em
outros municípios, apesar de esta ser a hipótese mais provável. Assim, os municípios pro-
vavelmente mais vulneráveis – com maior percentual de recebimento de Bolsa Família fo-
ram Cardoso Moreira e São Francisco de Itabapoana, no Norte e Itaocara e Laje do Muriaé,
no Noroeste.
Com relação à Política de Atenção ao Idoso, são poucos os Municípios que oferecem servi-
ços específicos para este público. A Tabela seguinte demonstra que Itaperuna foi o território
com mais serviços na área em 2009, possuindo 4 instituições. Campos dos Goytacazes se-
guiu com 03 e os demais, Macaé, Bom Jesus, Natividade, Porciúncula e Varre-Sai com a-
penas 01instituiçao cada. Os outros 15 municípios que compõem as Regiões não possuem
instituições de atendimento aos idosos, demonstrando uma lacuna significativa nas políticas
assistenciais.
Tabela 80 - Região Norte Fluminense, Proteção Social Básica Região Norte, 2009
Centro de
Referência da
Benefício de Prestação BPC na
Assistência PROJOVEM
Continuada – BPC Escola
Social –
Municípios da
CRAS
Região Norte
Nº de Nº de
Fluminense Nº de
Meta Benefícios Beneficiá-
Benefícios Nº de
Implantada Emitidos rios de Vagas
Emitidos em Coletivos
Atual em 0 a 18
set/09(Idoso)
set/09(PCD) anos
Campos dos
08 2.301 2.367 605 1.425 57
Goytacazes
Carapebus 02 64 69 14 25 01
Cardoso Moreira 02 95 143 19 75 03
Conceição de
02 186 187 36 25 01
Macabu
Macaé 03 1.022 793 196 225 09
Quissamã 02 151 164 27 75 03
São Fidélis 02 234 138 65 50 02
São Francisco de
03 122 639 57 225 09
Itabapoana
São João da Barra 03 489 501 59 150 06
Total 27 4.664 5.001 1.078 2.275 91
Fonte: SEASDH- Secretária de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Subsecretaria de
Assistência Social e Descentralização de Gestão, 2009.
No Norte há 27 CRAS implantados, sendo que em todos os municípios existem pelo menos
2 equipamentos desta natureza. Campos dos Goytacazes possui 8 CRAS, no entanto, visto
a proporção muito superior do seu contingente populacional e desconhecendo-se o porte
dos equipamentos implantados, não é possível avaliar se estes equipamentos abrangem
todas as áreas de maior vulnerabilidade e não se pode avaliar a demanda municipal não
atendida.
Macaé, São Francisco do Itabapoana e São João da Barra possuem 3 CRAS, cada, assu-
mindo-se que haja uma insuficiência destes Centros, especialmente em Macaé, tendo em
174 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
vista seu número reduzido junto à existência de muitas favelas e habitantes pobres em situ-
ação de vulnerabilidade. Os demais Municípios possuem 2 CRAS cada um.
Considerando-se o número de beneficiados na Proteção Social Básica, além do total de
38.756 famílias contempladas pelo Programa Bolsa Família, o Norte atendeu também a
4.664 famílias de pessoas com deficiência, através do Benefício de Prestação Continuada,
em 2009. Destas, 2.301 residem em Campos dos Goytacazes, representando 49,3% do
total do público atendido.
Macaé foi o segundo município que mais emitiu este benefício, para 1.022 pessoas, o que
representa 21,9% do total. São José de Ubá emitiu apenas 64 e Cardoso Moreira 95, sendo
estes os municípios com menor número de beneficiários. Para a população idosa foram emi-
tidos 5.001 benefícios em 2009, dos quais 47% estavam em Campos. Macaé emitiu 793 e
São Francisco de Itabapoana se aproximou deste valor, com a emissão de 639 benefícios.
O BPC na escola, que contempla alunos de 0 a 18 anos, foi emitido para 1.078 habitantes
do Norte, sendo que 56,1% se destinaram à moradores de Campos, num total de 605, e
outros 18,1% à moradores de Macaé, 196. Em Carapebus, foram emitidos 14 e em Cardoso
Moreira, 19, ambos com menor público contemplado pelo Programa.
O total de benefícios BPC concedidos, considerando-se pessoas com deficiência, idosos e
BPC na escola somaram-se 10.743 pessoas, o que representa 1,3% da população.
O PROJOVEM disponibilizou ainda 2.275 vagas distribuídas em todos os municípios, sendo
que em Campos se concentraram 1.425 vagas. Nos municípios de menor porte, como Ca-
rapebus e Macabu foram ofertadas 25 vagas e em São Fidelis 50.
Tabela 66 - Região Noroeste Fluminense, Proteção Social Básica Região Noroeste – 2009
Centro de
Referência
da Benefício de Prestação BPC na
PROJOVEM
Municípios da Assistência Continuada – BPC Escola
Região Social –
Noroeste CRAS
Fluminense Nº de Nº de Nº de
Meta Meta
Benefícios Benefícios Beneficiários
Implantada Vagas Implantada
Emitidos em Emitidos em de
Atual Atual
set/09(PCD) set/09(Idoso) 0 a 18 anos
Aperibé 02 42 70 11 25 01
Bom Jesus
02 263 118 63 125 05
Itabapoana
Cambuci 01 126 100 26 50 02
Italva 02 87 71 18 25 01
Itaocara 01 291 229 33 75 03
Itaperuna 03 879 502 236 225 09
Laje do Muri-
02 80 44 29 25 01
aé
Miracema 02 290 91 86 200 08
Natividade 02 191 103 49 50 02
Porciúncula 02 217 80 55 50 02
Sto. Antônio
02 336 363 78 100 04
de Pádua
São José de
02 8 6 15 25 01
Ubá
Varre-sai 02 84 30 28 50 02
Total 25 2.894 1807 727 1.025 41
Fonte: SEASDH- Secretária de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Subsecretaria de
Assistência Social e Descentralização de Gestão
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 175
No Noroeste os números são mais modestos. Há 25 CRAS implantados, sendo que em to-
dos os municípios existe pelo menos 1 equipamento desta natureza. Itaperuna possui 3
CRAS, no entanto, visto a proporção muito superior do seu contingente populacional, não foi
possível saber se estes equipamentos abrangem todas as área de maior vulnerabilidade do
território, sendo prematuro uma avaliação se existe demanda não atendida no município.
Itaocara foi o único município que possui apenas 1 CRAS - os demais possuem 2 – o que
não é necessariamente proporcional ao seu tamanho populacional, pois sua população total
em 2009 era de 22.452 habitantes, valor bem superior se comparado a outros Municípios
como Varre-Sai, São José de Ubá e Laje de Muriaé, que apresentam população inferior a
10.000 habitantes, ou seja, menos da metade da população de Itaocara, mas com 02 CRAS
cada.
Além do total de 17.785 famílias contempladas pelo Programa Bolsa Família, o Noroeste
atendeu também 2.894 famílias com pessoas deficientes, através do BPC, em 2009. Destas,
879 residem em Itaperuna, representando 30% do total. Santo Antônio de Pádua foi o se-
gundo município que mais emitiu este benefício, 336, 11,6% do total de benefícios distribuí-
dos no Noroeste, enquanto São José de Ubá emitiu apenas 6.
Para a população idosa foram emitidos mais 1.807 benefícios do BPC. Depois de Itaperuna,
que concedeu 502 benefícios, os municípios que mais apresentaram população idosa de-
pendente do beneficio foram Pádua, 363 e Itaocara, 229. Já o BPC na escola, que contem-
pla alunos de 0 a 18 anos, foram emitidos para 727 habitantes do Noroeste, sendo que
32,4% se destinaram à moradores de Itaperuna, num total de 236, e outros 11,8% à mora-
dores de Miracema, totalizando 86. Em Aperibé, foram emitidos 11, em São José de Ubá, 15
e em Italva, 18, sendo estes os Municípios com o menor público contemplado pelo Progra-
ma.
De tal forma, conclui-se que o total de beneficiários do BPC no Noroeste, de 5.428 corres-
pondeu a 1,7% da população regional e, embora seja em números absolutos quase a meta-
de de beneficiários do Norte verificou-se que, proporcionalmente, uma parcela maior de sua
população foi contemplada.
Assim como na situação do Norte, apenas o conhecimento destes valores não são suficiente
para verificar as demanda não atendidas nestas áreas, uma vez que estes dados não foram
disponibilizados.
Estes possuem estreita interface com o sistema de Garantia de Direito exigindo, muitas ve-
zes, uma gestão mais complexa e compartilhada com o Poder Judiciário, Ministério Público
e outros órgãos do Executivo. Podem ser organizados com base local, em municípios com
maior incidência de violação dos direitos, ou por meio de serviços de referência regional,
coordenados e executados pelos estados ou por intermédio de consórcios públicos intermu-
nicipais.
Esta Proteção visa garantir proteção integral a indivíduos e famílias em situação de risco
pessoal e social, por meio de serviços que garantam o acolhimento provisório fora do núcleo
familiar de origem, funcionando como moradia provisória até que seja possível o retorno, ou
sua inserção em famílias substitutas (quando for o caso) ou ainda quando for alcançada sua
autonomia.
12
A partir da implantação da Norma Operacional Básica (NOB/SUAS 2005), os critérios para co-financiamento
federal dos serviços socioassistenciais continuados são pactuados na Comissão Intergestores Tripartite - CIT e
deliberados no Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS, segundo critérios de partilha e elegibilidade
pautados em diagnósticos sociais e capacidade de gestão dos municípios, estados ou Distrito Federal, a partir da
disponibilidade de recursos orçamentários. O repasse é feito por meio de transferência dos recursos do Fundo
Nacional de Assistência Social para o Fundo Municipal de Assistência Social, compondo o Piso de Média Com-
plexidade.
A entidade responsável pela execução dos Programa da Proteção Social Especial de Média
e Alta Complexidade no Estado é a Fundação para a Infância e Adolescência – FIA, um ór-
gão da administração indireta do Governo do Estado do Rio de Janeiro, vinculado à Secreta-
ria do Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH).
Fonte: Secretaria do Estado da Assistência Social e Direitos Humanos – Fundação para Infância e
Adolescência, 2009
O Programa para Vítima de Maus Tratos (VM) atende à crianças e adolescentes em situa-
ção de violência doméstica (física, psicológica, negligência, abandono), abuso, exploração
sexual e comercial. A partir da constatação de violência, se pretende garantir a proteção
integral, e sobretudo, promover a redução dos danos aos quais foram submetidos estas cri-
anças e adolescentes.
Em 2009 não foram verificadas atendimentos desta natureza nas Regiões. Segundo a Se-
cretaria do Estado de Assistência Social existe a previsão de abertura de um NACA (Núcleo
de Atendimento a Criança e Adolescente Vítima de Maus Tratos) em Macaé e outro em
Campos.
Outro Programa, Situação de Risco (SR), promove ações de que visam retirar as crianças
e adolescentes que se encontram em situação de rua, especialmente nos grandes centros
urbanos.
Este Programa, segundo o Anuário Estatístico do CIDE em 2009, ocorreu somente em Con-
ceição de Macabu, atendendo a 150 jovens e em Bom Jesus do Itabapoana, atendendo a
outros 150 jovens.
Nos três outros municípios, Carapebus, Quissamã e São Francisco do Itabapoana, não exis-
tem registros de instituições com oferta de serviços à pessoas com deficiência, indicando a
existência de demandas não atendidas, destacando-se ainda, a existência de uma única
instituição em uma cidade do porte de Campos, o que parece ser insuficiente.
Ressalta-se que o desafio em combater-se o trabalho infantil conta com diversos atores es-
tratégicos, além do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), tais
como: Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), Ministério Público do Trabalho (MPT), Mi-
nistério da Educação (MEC), Ministério da Saúde (MS), Ministério do Esporte (ME), Ministé-
rio do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério da Cultura, Fórum de Erradicação do Tra-
balho Infantil, Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre outros que participam de
atividades conjuntas e intersetoriais.
Em Entrevista realizada na Subsecretaria de Direitos Humanos do Estado o trabalho infantil
e escravo na agricultura e colheita de cana de açúcar foi apontado como um dos principais e
mais freqüentes problemas de violação de direitos de crianças e adolescentes, nas Regiões
Norte e Noroeste do Estado.
A Tabela seguinte representa as atividades econômicas do Norte e Noroeste nos quais são
encontradas a prática do trabalho infantil.
Tabela 84 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Mapa Indicativo do Trabalho da Criança e do
Adolescente, 2007 - 2008
Atividade Econômica/ Função Municípios
Cardoso Moreira, São João da Barra, São Francisco de Itabapoa-
Agricultura Canavieira na, São Fidélis, Carapebus, Conceição de Macabu, Italva (lavoura
familiar).
Itaocara, Santo Antônio de Pádua, Cambuci, São José de Ubá,
Miracema, Laje do Muriaé, Natividade, Porciúncula, Bom Jesus de
Aterros Sanitários (Lixões) Itabapoana, Itaperuna, São Fidélis, Italva, Cardoso Moreira, São
Francisco de Itabapoana, São João da Barra, Conceição de Maca-
bu, Campos dos Goytacazes, Quissamã , Macaé.
Bordadeira Aperibé
Coleta de Material Reciclável Cambuci, Campos dos Goytacazes
Comércio Ambulante Todos os municípios
Campos dos Goytacazes, Cardoso Moreira, São João da Barra,
Comércio Varejista
São Francisco de Itabapoana, São Fidélis.
Confecção de Caixas de
Cambuci
Tomates
Cultivo do Café Varre-Sai
Cultivo do Tomate São José de Ubá
Engraxate Aperibé
Extração de Pedras, Areia e
Santo Antônio de Pádua, Miracema,Itaocara, Porciúncula
Argila
Horticultura São José de Ubá, Santo Antônio de Pádua
São Fidelis veio em segundo lugar, com 29 Pólos e atendimento de 2.503 crianças e ado-
lescentes, o que correspondeu a 29,5% do total. São Francisco do Itabapoana também a-
presentou um número expressivo de atendimentos, 1.182. Carapebus e Quissamã, apresen-
tam números bem inferiores de atendimento, 59 e 74.
Tabela 85 - Região Norte Fluminense, Atendimento do PETI, 2009
Como agravante, verificam–se grandes deficiências nas políticas de Assistência Social Es-
pecial Municipais, que podem estar mascarando uma situação mais grave no que se refere
aos delitos e criminalidade que afetam a população jovem das Regiões.
A Medida de Abrigos é uma ação de proteção de caráter provisório para crianças, cujos
laços familiares foram rompidos ou estejam causando risco ao indivíduo, realocando-as
temporariamente em Abrigos até que os problemas sejam sanados e/ou contornados.
Cabe ressaltar que o número de crianças abrigadas varia continuamente, sendo atualizado
constantemente devido ao seu caráter provisório.
Todos os outros municípios destas localidades não tiveram crianças e adolescentes abriga-
dos, conforme informados pela Secretaria do Estado de Assistência Social de Direitos Hu-
manos.
Bom Jesus de Itabapoana, apesar de estar neste grupo, possui 14 crianças e jovens sob
responsabilidade, abrigados em outros municípios. Miracema e São José de Ubá são muni-
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 185
cípios que não possuem crianças abrigadas em seu território, mas enviaram algumas crian-
ças com necessidade de Abrigo para outros municípios.
Este deslocamento das crianças e adolescentes para outros municípios se revela um fator
dificultador à manutenção do direito básico das crianças institucionalizadas, que é a garantia
e/ou o resgate dos vínculos familiares e comunitários.
Além da qualificação profissional, o Programa prevê a atuação nas áreas de segurança pú-
blica e desenvolvimento social por meio dos seguintes projetos: Duplicação da Rodovia RJ-
106 (Rodovia Amaral Peixoto), no trecho entre Macaé e Rio das Ostras, melhoria operacio-
nal no Serviço de Combate a Incêndio, monitoramento por Câmeras e Despacho de Viaturas
(190) e Planejamento Estratégico Regional do Norte-Noroeste Fluminense, que representa o
presente trabalho, viabilizando na sequência de sua realização, a elaboração de uma cartei-
ra de projetos estruturantes para a Região e a sua inclusão no sistema de gestão estratégi-
ca do Estado do Rio de Janeiro.
Alguns dos cursos oferecidos pelo Programa são: marketing básico; recepcionis-
ta/telefonista; operador de telemarketing; informática na 3ª idade; noções de primeiros so-
corros; secretária de educação ambiental para comércios e serviços; almoxarifado; assisten-
te de contabilidade; construção de “homepage e HTML”; leitura e interpretação de desenho
técnico; plano de gerenciamento de resíduos sólidos; elaboração de projetos sociais e ou-
tros.
Programa Mosaico
13
As informações sobre os Programas Sociais da Petrobras foram complementadas com o depoimento de Rosi-
déa Viana da Silva, no site Museu da Pessoa, 2008, Coordenadora da Área de Responsabilidade Social Petro-
brás na Bacia de Campos, a partir de 2006.
Programa de Criança
Programa de Leitura
São 5 bibliotecas volantes que visitam as escolas, emprestando livros às crianças e adoles-
centes para incentivo à leitura, com um acervo de aproximadamente 100.000 livros. Além
disto, são realizadas capacitações profissionais para os 9 mil professores da rede pública
deste municípios e oficinas de teatro para os alunos.
Jovem Aprendiz
O objetivo deste Programa é promover a inclusão social de jovens residentes em áreas con-
sideradas de alto risco social, por meio de sua qualificação social e profissional, contribuindo
para a melhor inserção no mercado de trabalho. Este trabalho atende a Lei n° 10.097, de
2000 e a Petrobrás decidiu participar com a cota máxima de recursos.
Sua primeira edição ocorreu de 2006 a 2008, atendendo a 650 jovens da Bacia de Campos,
em cinco municípios: 80 de Rio das Ostras, 220 de Macaé, 270 de Campos dos Goytaca-
zes, 40 de São Francisco de Itabapoana e 40 de São João da Barra.
Petrobrás Ecolagoas
O Programa cataloga grande parte da biodiversidade de plantas e animais da Região Norte,
além de promover o desenvolvimento de bases científicas e tecnológicas para a prática da
gestão racional dos ambientes aquáticos. A intenção é que ele seja ampliado para novas
frentes de pesquisa neste ano.
Projeto Pólen
O Projeto Pólen surgiu como conseqüência do Estudo de Impacto Ambiental das atividades
de produção e escoamento de petróleo e gás natural dos campos de Espadarte e Marimba,
localizados na Bacia de Campos. Este Projeto, que figura como um condicionante do IBA-
MA, tem como objetivo formar educadores que possam trabalhar na gestão ambiental dos
municípios de abrangência da Bacia.
O Programa Territórios da Cidadania foi lançado em 2008 e vem sendo executado pelo Go-
verno Federal em 120 “territórios”, a partir de 2009. Seu objetivo é promover o desenvolvi-
mento econômico do pais e universalizar programas básicos de cidadania, por meio de uma
estratégia de desenvolvimento territorial sustentável. A participação social e a integração de
ações entre Governo Federal, estados e municípios são fundamentais para a construção
desta estratégia que tem como foco central os cidadãos que habitam o meio rural.
• educação e cultura;
• infra-estrutura;
• ações fundiárias.
Em 2009, para o Norte Fluminense foram previstos um total de 65 ações, por meio do Pro-
grama, com a previsão de investimento de R$ 211 milhões. Até agosto deste ano, o Portal
da Cidadania já havia recebido informações sobre a execução de 49 ações, totalizando o
montante de R$195,46 milhões.
No Noroeste, foram previstas para o mesmo ano, um total de 61 ações, com a atuação de 8
Ministérios que integram o Programa, no valor de R$111,04 milhões. Até agosto de 2009, o
Portal havia recebido informações sobre a execução de 47 ações, com o valor previsto de
R$107,76 milhões. (No Anexo III encontram-se as metas de atuação do Programa em am-
bas as Regiões).
Assim, espera-se que nestes setores de energia e habitação os recursos disponíveis para
captação possam favorecer as localidades em estudo, destacando-se que há investimentos
de energia já em implantação nestes territórios e que os déficits habitacionais são graves
em alguns de seus municípios.
5.4 Considerações
Verifica-se que, tanto no Norte quanto, no Noroeste, todos os municípios possuem uma rede
de Atenção Social Básica constituída. O Bolsa Família aparece como o Benefício do Gover-
no que contempla a maior parcela das populações, em torno de 20 a 30%, o que pressupõe
grandes lacunas existentes no campo do trabalho, cujo o acesso e as oportunidades dadas
aos habitantes se apresentam insuficientes.
Observam-se também grandes deficiências em ambas as Regiões, no que diz respeito aos
serviços de Proteção Social Especial, embora seja visível a necessidade destas ações.
Mesmo com a existência do PETI contemplando a totalidade dos Municípios, a ausência dos
CREAS se configura como um entrave para a ampliação das políticas sociais desta nature-
za.
6 DEMOCRACIA ECONÔMICA
O Norte e o Noroeste refletem esta situação nacional de desigualdade, conforme visto atra-
vés das razões de renda municipais.
Este panorama se completa com 20 a 30% das populações municipais destas Regiões vi-
vendo a partir dos repasses governamentais do Programa Bolsa Família, explicitando que
quase um terço de seus habitantes não trabalha, ou trabalha em subempregos e se apóia
em benefícios do Governo para sustentar suas famílias, enquanto os PIBs municipais e per
capita estão entre os melhores do Estado e mesmo do Brasil, refletindo a imensa desigual-
dade e mesmo as assimetrias sociais presentes nestas Regiões.
Neste item, esta análise se encerra apresentando-se outros indicadores que também refle-
tem as condições locais de desigualdade, verificadas através do poder de consumo de sua
população e do Índice GINI.
Desde uma outra perspectiva, existem nas localidades potencialidades estruturais e conjun-
turais favoráveis, como alguns potenciais produtivos bem estabelecidos e outros em fase de
implantação, que poderão participar na reversão dos inúmeros “espaços de necessidades”
discutidos anteriormente.
Conforme a Tabela a seguir, em 2000, na Região Norte, o percentual de pessoas que pos-
suía energia elétrica e geladeira nos seus domicílios foi próximo a 90%, sendo o menor per-
centual encontrado em São Francisco de Itabapoana, 80,07% e Cardoso Moreira, 82,4% e o
maior percentual em Macaé, 94,63%, seguido por Campos e Carapebus, ambos com
91,20%, ambos abaixo do valor estadual, de 96,6%. O número de pessoas que viviam em
domicílios com energia elétrica e televisão foi um pouco mais elevado em todos os municí-
pios, destacando-se Macaé, 95,95% e Campos, 95,22%, com percentuais similares e próxi-
mos ao valor estadual, de 97,20%. Observa-se também que São Francisco de Itabapoana
quase dobrou seu valor, de 47,66% para 84,56%.
O percentual de pessoas que vivem em domicílios com telefone foi bem inferior aos outros
indicadores, ficando entre 7,77% em Quissamã e 11,22% em Cardoso Moreira, com os me-
lhores percentuais encontrados em Macaé, 36,90% e Campos, 36,33%, próximos ao per-
centual estadual de 38,4%.
De acordo com estes dados, houve melhoras expressivas nos percentuais dos três itens
avaliados entre 1991-2000, resultando em uma aproximação maior entre os municípios, em
termos do percentual de pessoas que vivia com energia elétrica, geladeira e televisão, man-
tendo-se entretanto bem desigual em termos das pessoas que possuem telefone nos domi-
cílios, nos diferentes municípios, apesar de ter sido o percentual que apresentou as maiores
taxas de aumento.
Tabela 91 - Região Norte Fluminense, Acesso a Bens de Consumo, 1991 e 2000
O percentual de pessoas que viviam em domicílios com telefone foi bem inferior aos outros
indicadores, ficando entre 11,83% em Laje do Muriaé e 28,34% em Itaperuna, valor duas
vezes maior do que em grande parte dos municípios. Aqueles que obtiveram um percentual
de aproximadamente 20% foram Aperibé, Bom Jesus de Itabapoana, Itaocara, Miracema,
Pádua. Observa-se também que a maioria dos municípios aumentou significativamente seu
valor, dobrando e até sextuplicando seus percentuais.
Neste sentido, houve melhoras muito grandes nos percentuais dos três itens avaliados entre
1991-2000, que também diminuíram as diferenças intermunicipais, mantendo-se ainda desi-
gual em termos das pessoas que possuem telefone nos domicílios, assim como ocorrido no
Norte.
Observa-se ainda que entre 1991-2000 todos os municípios do Norte apresentaram diminui-
ção no Índice GINI, apesar de alguns haverem perdido posições no “ranking” estadual, o
que pode ser explicado porque no conjunto, muitos municípios melhoraram seus valores e
elevaram as posições na classificação.
14
As informações utilizadas para a elaboração deste indicador foram produzidas pelo IBGE, relativas à popula-
ção de 10 anos ou mais de idade e seus rendimentos mensais de todas as fontes, oriundas da Pesquisa Nacio-
nal por Amostra de Domicílios – PNAD.
Ranking Ranking Estadual dos Municípios da Região Norte Fluminense - GINI, 2003
100
90º
83º
80
66º
59º
60 52º
48º
40 35º
20 15º
4º
0
Carapebus Conceição de Quissamã São João da Cardoso Macaé São Francisco São Fidélis Campos dos
Macabu Barra Moreira de Itabapoana Goytacazes
Municípios
Observa-se ainda que entre 1991-2000 todos os municípios do Noroeste apresentaram di-
minuições significativas no Índice GINI, apesar de alguns haverem perdido posições no
“ranking” estadual, assim como ocorreu no Norte.
Ranking Ranking Estadual dos Municípios da Região Noroeste Fluminense - GINI, 2003
100 89º
86º
79º 80º
80 72º 73º 74º
60
46º
40 31º
26º
19º
20 11º 13º
0
São José de Aperibé Italva Varre-Sai Laje do Muriaé Porciúncula Itaocara Itaperuna Natividade Bom Jesus do Cambuci Miracema Santo Antônio
Ubá Itabapoana de Pádua
Municípios
Assim, em 2003, de acordo com o Índice GINI representado no Mapa a seguir, apresenta-
ram menor desigualdade social Varre-Sai, São José de Ubá e Italva, seguidos por Laje do
Muriaé e Porciúncula. Na média estadual de desigualdade ficaram Aperibé, Itaocara, Cam-
buci, Itaperuna, Bom Jesus de Itabapoana e Natividade. A desigualdade social local mais
acentuada do Noroeste foi medida em Miracema e São José de Ubá.
A tendência constatada foi que quanto mais ricos os municípios pior foi o Índice GINI, reve-
lando que nestes espaços a riqueza gerada foi maior e menos distribuída para a sua popu-
lação, que em grande parte é pobre porque não possui qualificação suficiente para trabalhar
nos postos de trabalho que geraram estas riquezas, vive em condições insalubres, como em
favelas, além de muitos serem migrantes que vieram e se fixaram nestes locais desprepara-
dos, como nos casos de Campos e em Macaé.
Por outro lado, nos municípios mais pobres a desigualdade foi menor, em muitos casos não
porque tenha havido melhor distributividade de renda, mas porque a riqueza total foi peque-
na e, portanto, ao dividir-se pela população total do município gerou uma menor discrepân-
cia entre ricos e pobres, como por exemplo em Varre-Sai e São José de Ubá, que apresen-
taram um série problemas de várias naturezas mas tem os menores índices de desigualda-
de regional.
7 CONCLUSÃO
Conforme pesquisa de Terra, Oliveira e Givisiez (2006): “Embora Campos dos Goytacazes
seja o município brasileiro que recebe o maior volume de “royalties” pela exploração de pe-
tróleo e gás em sua bacia sedimentar, não há indícios de que esta vantagem orçamentária
em relação à média dos municípios brasileiros tenha se traduzido de forma significativa em
Pelo contrário, ressaltam os autores, “o exercício mostrou que a autonomia financeira asso-
ciada a uma receita orçamentária elevada produziu um padrão de alocação de recursos pú-
blicos em benefício de segmentos populacionais de maior renda em detrimento daqueles de
renda mais reduzida”.
Observando ainda a Região Norte, que detém hoje grande parte das receitas per capita
mais elevadas do Brasil, foram constatados em todos os seus municípios a coexistência de
fortes contradições: elevados índices de subemprego e desemprego combinados a uma
intensa demanda por mão-de-obra qualificada; a segregação urbana/espacial formada por
elites sociais de poder econômico que monopolizam o discurso regionalista e as periferias,
que vivem as mazelas sociais e infraestruturais urbanas.
Melhorou-se o IDH, o IFDM e alguns valores dos grupos de indicadores do IQM. Entretanto,
considerando-se os seus componentes, os níveis de Cidadania foram muito baixos e piora-
ram ao longo da pesquisa, refletindo pioras na avaliação das condições de atendimento às
necessidades básicas da população, englobando saúde, educação, segurança, justiça e
lazer.
Na Saúde, houve uma elevação dos anos de vida, a redução da mortalidade infantil e a me-
lhoria nas redes de saneamento ambiental, que ainda assim apresentam índices comprome-
tedores em municípios que receberam quantias muito expressivas de recursos.
Na Segurança pode ter havido avanços estruturais, todavia o nível de ocorrências aumentou
para quase todos os tipos de criminalidade locais, com índices de violência alarmantes, des-
tacando-se Macaé e Campos.
Poucos foram os dados disponibilizados na área Esportiva, mas o que havia apontou para
uma grande carência de recursos financeiros, infra-estruturais e de projetos na área.
A Região Norte apresentou ainda altos índices de pobreza e indigência, rendas baixas,
grande informalidade no mercado de trabalho e espaços caracterizados por bolsões de po-
breza, especialmente visíveis nas conformações territoriais de Campos e Macaé, municípios
que enfrentam uma pujança econômica proveniente do petróleo.
São paradoxos continuados que saltam aos olhos. Os municípios vizinhos do grupo que
recebe valores elevados de “royalties”, tentam aproveitar-se da riqueza gerada regionalmen-
te, que emula o desenvolvimento sem preencher as condições de um crescimento pleno e
as disparidades sócio-espaciais se acumulam.
O município de maior renda per capita foi Quissamã e, coincidência ou não, no conjunto dos
municípios foi o que apresentou maior evolução de sua situação, pressupondo-se que exista
um planejamento estrutural das ações públicas e privadas parte dos gestores públicos.
A Região Noroeste por sua vez, de tradição agrícola, é considerada uma das mais pobres
do Estado, com atividades de base primária, poucas diversificações econômicas e setor
industrial incipiente. Com indicadores muito baixos em diferentes áreas na década de 90,
diversos de seus municípios conseguiram reverter este quadro ou, pelo menos minimizar a
gravidade de sua situação, mas ainda há outros que apresentam os piores resultados socio-
econômicos do Estado do Rio de Janeiro.
Parte da mudança se reflete na melhoria dos indicadores tais como o IDH, o IFDM e alguns
componentes dos grupos de indicadores do IQM. Ressalta-se que enquanto parte dos valo-
res do IQM relacionados à atratividade de negócios são baixos e, no geral, ínfimos quando
comparados aos da Região Norte, os níveis de Cidadania foram em alguns casos elevados
e melhoraram ao longo da pesquisa, refletindo elevação nas condições de atendimento às
necessidades básicas da população, englobando saúde, educação, segurança, justiça e
lazer, inferindo-se que os recursos locais, infinitamente menores do que os da Região Norte
estão sendo melhor direcionados para a vida de seus habitantes.
O Sistema de Saúde do Noroeste se destaca como muito eficiente e uma referência interre-
gional e mesmo estadual em algumas áreas, como a oncologia, com ótimas instituições de
tratamento e diagnóstico, apresentando diversos índices acima da média estadual, inclusive
para atendimentos de média e alta complexidade.
A Região Noroeste apresentou também altos índices de pobreza e indigência, rendas bai-
xas, grande informalidade no mercado de trabalho e espaços de pobreza e carências infra-
estruturais. Falta à Região um direcionamento integrado que agrupe as iniciativas locais
para a melhoria da qualificação de mão de obra, o desenvolvimento de novos negócios, in-
cluindo-se os potenciais locais que já se configuram, sem que tenham sido estruturados.
Bom Jesus de Itabapoana, juntamente com Santo Antônio de Pádua e Itaperuna estão con-
seguindo, parcialmente, elevar as condições de vida regionais, ofertando bons serviços,
comércio e oportunidades de emprego para seus habitantes, buscando reverter a inércia
pela qual a Região passou durante as últimas décadas, em termos econômicos e sociais.
Ressalta-se que o número de famílias que recebiam o Bolsa Família em 2009, foi de 13,2%
no Norte, variando entre 15,6% em Macaé e 31,6% em Cardoso Moreira e em São Francis-
co de Itabapoana. No Noroeste, em média 21,8% de suas famílias recebiam o beneficio,
valor bastante expressivo, que variou entre 12,4%, em Santo Antônio de Pádua e 31,4% em
Itaocara.
Já a Proteção Social Especial, que trata de problemas mais graves, encontra-se bastante
contida em ambas as Regiões e necessita de ampliações, ressaltando-se que o trabalho
infantil ainda é uma das fragilidades sociais preocupantes, visível especialmente na agricul-
tura.
Mais ainda, na Região Norte, frente às perspectivas atuais de ampliação dos empreendi-
mentos ligados ao setor petrolífero, destacando-se o Pré-Sal, o Complexo Logístico da Bar-
ra do Furado e o Complexo Portuário de Porto de Açu, pode-se supor novos impactos eco-
nômicos, sociais e ambientais.
Um dos maiores desafios dos poderes públicos, liderados por suas Municipalidades, no con-
texto de desenvolvimento atual da Região Norte e Noroeste Fluminense, inclui a capacidade
de estabelecer objetivos e estratégias de forma regionalizada. A acumulação de capital es-
perada se torna mais uma oportunidade para estabelecer a integração das Regiões por
meio de parcerias, consórcios, incentivos e mobilidade entre os seus habitantes, a partir de
discussão ininterrupta que planeje o desenvolvimento integrado, a melhoria da infraestrutura
e da qualidade de vida sustentável de sua população.
Consequentemente, faz-se necessário que as políticas sociais estejam cada vez mais atre-
ladas a esse planejamento adequado, capaz de promover a transformação social com de-
mocracia e equidade e conferir à população condições de vida com cidadania e dignidade.
8 REFERÊNCIAS
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mica sócio-espacial do Norte Fluminense. Trabalho apresentado no XV Encontro Nacio-
nal de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú- MG – Brasil, de 18 a 22 de
setembro de 2006’’. Adaptado da Dissertação “Transformações sócio-espaciais no Norte
Fluminense: da cana-de-açúcar aos hidrocarbonetos”, defendida no Programa de Mestrado
em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais ENCE/IBGE, 2005.
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ção de Mestrado em Saúde Pública, subárea Políticas Públicas e Saúde, da Escola Nacio-
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http://www.ofluminense.com.br/script/oFluPagOutrasRegioes.asp?CodigoRegiao=53&po
pup=yes
A falta de recursos econômicos é a forma de pobreza mais usual e pode ser considerada a
base de todas as outras. Para medir a carência de recursos econômicos convém considerar
os níveis de suficiência destes recursos e alguns aspectos relativos, que ajudarão a perce-
ber a gravidade e diversidade das pobrezas. Assim, podemos ver a pobreza sob duas ver-
tentes – a pobreza relativa e a pobreza absoluta.
O conceito de pobreza relativa é descrito como uma situação em que a pessoa, quando
comparada com outras, sente a falta de algo que deseja e que não tem condições de obter.
É também considerada uma situação que se inter-relaciona a múltiplos fatores, em que co-
existem a carência de bens e de serviços essenciais, mas também uma carência social,
caracterizada pela incapacidade das pessoas participarem na sociedade, sujeitando-as à
exploração e tornando-as mais vulneráveis e expostas ao risco, tal sendo, a maioria das
vezes, resultado da exclusão social.
Uma das mais importantes instituições de ensino superior da Região Norte Fluminense é a
UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, que foi implantada
em Campos dos Goytacazes no ano de 1993. Oferece 17 cursos, sendo 15 presenciais e 02
à distância (ministrado em parceria com o Consórcio CEDERJ).
Até setembro de 2009, 1.756 teses haviam sido defendidas e os Programas de Pós-
Graduação registraram a freqüência de 1013 alunos (811 regulares e
202 especiais), desenvolvendo pesquisas nas mais variadas áreas do saber, existentes nos
diferentes laboratórios da UENF15.
A Universidade possui também com o Núcleo de Estágios (NUCEST), que coordena e ge-
rencia o Programa de Estágios supervisionados incorporado ao longo do processo formati-
vo, para orientar e articular as ações acadêmicas entre seus setores e agentes dos setores
produtivo e educacional. Para estágios internos a UENF possui convênio com o IFF (ex-
CEFET) – Campos e com o CIEE - Centro de Integração Empresa Escola.
Até novembro de 2007, para se ter uma noção da amplitude de seus trabalhos, encontra-
vam-se conveniadas para estágios externos mais de 40 empresas como: Associação Mata
Ciliar; Baker Hughes do Brasil Ltda; CAPIL - Cooperativa Agropecuária de Itaperuna; CE-
FET – Campos; Clínica Veterinária Saúde Animal; Companhia Siderúrgica Nacional; EMA-
TER-MG; EMATER-RIO; EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; FDC -
Faculdade de Direito de Campos; Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da
USP; FUNDENOR; Furnas - Centrais Elétricas S.A; Instituto do Meio Ambiente do Pantanal;
PESAGRO-RIO; Petrobrás; E&P - SERV/RH; Petrobrás UN-BC; SENDAS S.A.; UESB - Uni-
versidade Estadual do Sudoeste da Bahia; UFF - Universidade Federal Fluminense; UFMG -
15
Os Laboratórios são um conceito distinto dos tradicionais Departamentos de outras Universidades. Foram
concebidos pelo professor Darcy Ribeiro como espaços de conhecimento teórico-práticos, onde o saber se cons-
trói continuamente, coletivamente e com as experiências. Suas áreas de atuação são: Ecologia e Recursos Natu-
rais; Ecologia e Recursos Naturais; Biociências e Biotecnologia; Engenharia e Ciência dos Materiais; Engenharia
de Reservatório e de Exploração; Ciências Naturais; Ciência Animal; Produção Vegetal; Genética e Melhoramen-
to de Plantas; Sociologia Política; Engenharia Civil; Engenharia da Produção; Cognição e Linguagem; Políticas
Sociais.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 211
Universidade Federal de Minas Gerais; UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do
Sul; UFT - Universidade Federal de Tocantins; UFV - Universidade Federal de Viçosa e mui-
tas outras instituições de vários Estados com diferentes áreas de atuação.
A Academia transformou-se, nos anos 50, na Escola Técnica de Comércio Candido Mendes,
dedicada exclusivamente ao ensino médio. Na mesma década, Candido Mendes de Almeida
Junior criou a Faculdade de Direito Candido Mendes, sediada no Convento do Carmo, na
cidade do Rio, instaurando um padrão de excelência na área das ciências jurídicas e sendo
precursora no ensino da prática forense.
Nos anos 60, o atual reitor, Cândido Mendes, inaugurou o Instituto Universitário de Pesqui-
sas do Rio de Janeiro – IUPERJ, dedicado à pós-graduação stricto sensu, com mestrado e,
posteriormente, doutorado em Ciência Política e Sociologia. A qualidade do ensino e do
programa de pesquisas desenvolvidos no IUPERJ alcançaram reconhecimento nacional e
internacional.
Na década de 70, a então Faculdade Cândido Mendes se expandiu para Ipanema e desen-
volveu programas de formação técnico-científica e cursos de Administração de Empresas,
que deram origem aos campi de Campos dos Goytacazes e de Nova Friburgo. Ali também
foi criado o Centro Cultural Cândido Mendes, ponto de referência da cultura carioca e pionei-
ro em uma série de iniciativas nas áreas de cinema, teatro, artes plásticas, poesia, vídeo e
ensino de extensão.
A partir de 1997, ano em que a Candido Mendes foi credenciada, por decreto presidencial,
como universidade especializada em Ciências Humanas e Sociais aplicadas, novos cursos e
campi são criados, entre os quais as unidades da Tijuca, do Centro (Pio X), de Padre Mi-
guel, de Jacarepaguá e do Méier, além das de Niterói, Petrópolis e Araruama, no estado do
Rio de Janeiro, e de Vitória, no Espírito Santo.
De acordo com a própria instituição, a Universidade Cândido Mendes destaca-se das suas
congêneres por ser uma instituição historicamente comprometida com a excelência nas ati-
vidades de pesquisa e pós-graduação, mantendo centros e institutos de pesquisa, seis pro-
gramas de mestrado e um de doutorado, bem como dezenas de cursos de pós-graduação
lato sensu. Publica sete revistas acadêmicas, entre as quais a prestigiosa Dados – Revista
de Ciências Sociais.
Estes novos cursos possuem objetivos técnicos específicos, voltados para o aprimoramento
profissional de curta duração e para o mercado de trabalho, como os programas de MBA
nas seguintes áreas: Engenharia de Segurança do Trabalho, Engenharia do Petróleo, Fi-
nanças Corporativas, Gerenciamento de Projetos, Gestão de Pessoas e Logística. Mestra-
dos em Pesquisa Operacional e Inteligência Computacional e em Planejamento Regional de
Gestão de Cidades.
A oferta de cursos leva em consideração os arranjos produtivos locais, com o intuito de ga-
rantir a permanência dos estudantes em suas próprias regiões. Vinte por cento das vagas
são destinadas à formação de professores de química, física, biologia e matemática, já que
a intenção é diminuir o déficit nacional de professores nestas áreas. Além disso, metade das
vagas é reservada para cursos de Ensino Médio integrado à educação profissional. Os 30%
restantes vão para cursos de nível superior nas áreas de tecnologia.
Atualmente, o IF Fluminense atua nestes três níveis da formação profissional: Oferece edu-
cação inicial e continuada de trabalhadores, cursos técnicos e cursos superiores de tecnolo-
gia, Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos, Licenciaturas, Cursos de Pós-graduação
e Mestrado.
Os cursos técnicos organizados na forma concomitante são destinados a quem esteja cur-
sando o Ensino Médio no Instituto ou em outra instituição de ensino, efetuando-se matrícu-
las distintas para cada curso. Os cursos subsequentes são desenvolvidos para quem já te-
nha concluído o Ensino Médio.
O ingresso aos cursos superiores se dá através de vestibular anual e é permitido aos gradu-
ados no Ensino Médio. São oferecidos os seguintes cursos:
Cada Campus possui objetivos específicos. O Campus de Bom Jesus do Itabapoana tem
por finalidade promover a habilitação profissional em nível médio no âmbito das ciências
agrárias. Seus recursos são utilizados na prática de atividades de extensão e aprendiza-
gem, formando novos contingentes de profissionais para promover o interesse do homem
pela terra, tendo em vista a rapidez com que se vinha verificando a migração de mão-de-
obra rural para as grandes cidades. Sua ação educacional se amplia a partir da execução de
projetos de ensino-produção na solução de problemas ambientais da Região.
São oferecidos ainda Cursos de Extensão gratuitos para a comunidade em História e Cultu-
ra Afro-Brasileira, Xadrez para Iniciantes, Língua, Ensino e Gêneros Textuais e Oficina Lite-
rária para Amadores.
Campus Itaperuna
Em 1993, o prédio foi inaugurado, ofertando dois cursos técnicos integrados ao Ensino Mé-
dio, Eletrônica e Eletromecânica, com o total de 270 alunos.
Atualmente conta com cursos em vários níveis de ensino, além dos convênios e parcerias
firmadas que visam à qualificação profissional regional, com cerca de 1.500 alunos. Oferece,
com ingresso a partir de concurso público, Ensino Médio Integrado, Cursos Técnicos, Pro-
grama de Ensino para Jovens e Adultos – PROEJA, Cursos Superiores e Pós-Graduação.
Para as aulas práticas, os alunos são encaminhados aos laboratórios como os de Automa-
ção Industrial, Máquinas Elétricas, Pneumática Industrial, Instrumentação, Controle de Pro-
cessos, Metrologia, Ajustagem e Soldagem.
Doze anos depois, as Escolas de Aprendizes e Artífices de nível primário foram transforma-
das em Escolas Industriais e Técnicas, equiparando-se às de Ensino Médio e Secundário.
Em 1942, a sede da escola ampliou-se e em 1968, foram inauguradas as novas instalações,
onde atualmente funciona o Campus Campos-Centro.
No ano de 1974, passou a oferecer apenas cursos técnicos em seu currículo oficial e pôs
fim às antigas oficinas. Neste ano, a Petrobrás anunciou a descoberta de campos de petró-
leo no litoral norte do Estado, o que mudaria os rumos da Região e influenciaria diretamente
a história da Instituição. A Escola Técnica Federal de Campos e passou a ser a principal
formadora de mão de obra para as empresas que operam na Bacia de Campos. Além de
mais antigo, o Campus Campos-Centro é o maior do Instituto, com 5.309 alunos e 522 ser-
vidores.
Em Quissamã e São João da Barra. Em Quissamã, a iniciativa teve inicio em 2005, com a
assinatura do convênio de implantação do Núcleo Avançado de Quissamã, realizando-se
uma turma do Curso Técnico de Eletrotécnica. O Núcleo ganhou destaque como política
pública de ensino profissionalizante na Região e a Prefeitura iniciou a construção de um
prédio, posteriormente doado ao Instituto.
Já em São João da Barra este Projeto é mantido através do convênio entre o IFF e a Prefei-
tura Municipal, sendo administrado pela Fundação IF Fluminense Campus Campos-Centro.
Entre 2007 a 2009 foi ministrado o curso técnico em Informática Industrial nas Escolas Mu-
nicipais, em Barra do Açu, Barcelos e na sede municipal.
Em Campos dos Goytacazes também foi implantado uma campus da UNIVERSO – Univer-
sidade Salgado de Oliveira, em 1996. O primeiro curso implantado foi de Educação Física,
seguido das graduações em Administração de Empresas e Direito. Em 1998 inaugurou-se a
sede própria da Universidade, com apenas um bloco.
A FENORTE - Fundação Estadual Norte Fluminense - tem como objetivo estimular o desen-
volvimento econômico e intelectual da Região Norte, Noroeste e Lagos, levando em conta
as vocações de cada localidade. Apóia a pesquisa e a inovação tecnológica, buscando pro-
mover a aproximação dos centros de conhecimento do Estado com a iniciativa privada, es-
timular a cultura do empreendedorismo, apoiando micro, pequenas e médias empresas,
através do GAM (Gerência de Apoio aos Municípios); apresentando também as iniciativas
da Biofábrica (produção, controle e alta produtividade de mudas de qualidade), novas incu-
badoras e Parques Tecnológicos.
A partir de 2010 a Fundação deverá assumir a tutela de um amplo projeto para implantação
de um pólo regional de Tecnologia de Informação. Campos e outras cidades do Norte vão
participar no roteiro da internet livre do programa Rio Digital, da Secretaria de Estado de
Ciência e Tecnologia.
Para financiar o Projeto, a FENORTE pretende buscar parcerias com o Governo Federal, as
Prefeituras e a iniciativa privada. Já integram o Projeto a FAETEC, a Universidade Cândido
Mendes, instituições da sociedade civil organizada e a FIRJAN.
16
O Plano financia a construção de moradias nas cidades para combater o déficit habitacional. Os
recursos são liberados pela Caixa Econômica Federal, mediante planejamento traçado pelos municí-
pios com a participação da sociedade civil organizada.
Outro aspecto relevante considerado foi a carência de professores do Ensino Médio, princi-
palmente nas áreas de Ciências e, especialmente, no interior do Estado.
A competência acadêmica dos cursos está a cargo dos docentes das universidades, que
preparam o projeto político-pedagógico dos cursos, o conteúdo do material didático, cuidam
da tutoria e da avaliação, cabendo à Fundação CECIERJ a responsabilidade pela produção
do material didático, pela gestão operacional da metodologia de EAD e pela montagem e
operacionalização dos pólos regionais. Às Prefeituras Municipais, sede dos pólos regionais,
cabem a adaptação física do espaço destinado ao pólo, o suprimento de material de consu-
mo, bem como o pagamento do pessoal administrativo.
Pólos CEDERJ
O Pólo CEDERJ é uma referência física para que os alunos possam realizar atividades pre-
senciais obrigatórias como aulas no laboratório, avaliações, tutoria presencial.
O PVS é gratuito, inclusive o material didático. São abertos dois processos seletivos por
ano, com curso extensivo e intensivo. Em 2009 foram disponibilizadas 12.700 vagas para o
extensivo e 2610 vagas para o intensivo.
Fonte: http://www.pvs.cederj.edu.br/onde/
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 219
A FUNEMAC - Fundação Educacional de Macaé – foi criada em 1992 com o objetivo inici-
al de gerir o convênio firmado entre a Prefeitura e a Universidade Federal Fluminense. O
Município cedeu a infra-estrutura física e os recursos para fomentar o corpo docente das
graduações em Administração de Empresas e Ciências Contábeis e a UFF forneceu a parte
acadêmica.
Ao longo dos anos a FUNEMAC foi se transformando e, em 2000, o Município teve autoriza-
ção para implantar sua primeira graduação. Em 2004 foi inaugurada a Faculdade Miguel
Ângelo da Silva Santos - FeMASS, uma instituição parceira, que oferece cursos de gradua-
ção em Sistema de Informações, Engenharia de Produção e Administração, com cerca de
350 estudantes.
O passo mais relevante, contudo, aconteceu em 2007, quando a Prefeitura inaugurou a pri-
meira fase da construção da Cidade Universitária de Macaé. Gerida pela FUNEMAC, a Ci-
dade Universitária objetiva oferecer infra-estrutura organizada para a construção de sua
própria Universidade, a nível regional.
Na área de extensão, a FDC oferece serviços gratuitos relevantes para a comunidade, atra-
vés dos Núcleos de Prática Jurídica integrados pela Defensoria Pública e o Escritório Mode-
lo. Com 700 alunos estagiários, supervisionados por professores orientadores, os Núcleos
permitem que as pessoas sem recursos financeiros tenham acesso à justiça, tornando pos-
sível, assim, o exercício da cidadania. São ministrados ainda cursos preparatórios para con-
cursos de Magistratura, Ministério Público, Defensoria Pública e demais carreiras na área.
- BPC ( Pessoa com Deficiência): 4445 aten- - BPC ( Pessoa com Deficiência): 2838 aten-
didas didas
- Serviço Sócio Educativo do PETI: 94.056 - Serviço Sócio Educativo do PETI: 21.456
crianças e adolescentes atendidos crianças e adolescentes atendidos
- PAIF: 48.663 famílias referenciadas - PAIF: 46.662 famílias referenciadas
- Programa Bolsa Família – Índice de Gestão - Programa Bolsa Família – Índice de Gestão
Descentralizada: 25 municípios atendidos. Descentralizada: 39 municípios atendidos.
- CREAS: 1920 pessoas atendidas - CREAS: 600 pessoas atendidas
- Capacitação e Formação em Políticas Pú- - Capacitação e Formação em Políticas Públi-
blicas para Mulheres Rurais: 180 mulheres cas para Mulheres Rurais: 180 mulheres a-
atendidas. tendidas.
- Programa Nacional de Documentação da - Programa Nacional de Documentação da
Trabalhadora Rural: 02 mutirões Trabalhadora Rural: 06 mutirões