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SUMÁRIO

RESUMO ...................................................................................................................................4
INTRODUÇÃO .........................................................................................................................4
1- CANCÊR ..............................................................................................................................6
1.1- Conceito e definição ......................................................................................................6
2- SINAIS E SINTOMAS ........................................................................................................6
3 – DIAGNÓSTICO ................................................................................................................7
3.1- Investigação ...................................................................................................................7
3.2- Biópsia ...........................................................................................................................7
4 – CAUSAS ..............................................................................................................................7
5- ESTRESSE ...........................................................................................................................8
5.1 - Tipos de Estressor .........................................................................................................8
5.2 - Reação do organismo aos agentes ................................................................................9
6- CANCÊR E ESTRESSE:UM ESTUDO SOBRE CRIANÇAS EM
TRATAMENTO.......................................................................................................................9
6.1- Área de manifestação do estresse ................................................................................12
6.2 - Estresse e faixa etária ..................................................................................................13
6.3 - Percepção da doença ...................................................................................................13
6.4 – Quanto à representação do tratamento .......................................................................14
6.5 – Quanto à hospitalização .............................................................................................14
6.6 – Família .......................................................................................................................14
6.7 – Funções que exerce a quimioterapia ..........................................................................15
7- PSICONCOOLOGIA ......................................................................................................15
CONCLUSÃO ........................................................................................................................16
RERERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................18
RESUMO

Este trabalho aborda o aumento na incidência de doenças crônicas em populações


modernizadas, neste caso especificamente, o câncer. A definição do câncer, as possíveis
causas, as diferenças populacionais quanto à incidência do câncer. Assim, o presente trabalho
surgiu do interesse em compreender a problemática do câncer e estresse infantil, entendendo
que na vivência de uma doença de proporções graves como o câncer, a rotina e as exigências
do tratamento quimioterápico colocam o sujeito em situações de conflito, seja consigo mesmo,
seja com a circunstância à qual está submetido dentro da perspectiva de um processo histórico
e inter-relacional.

INTRODUÇÃO

O câncer é uma doença relativamente comum no mundo e já assumiu em alguns


países uma das principais causas de mortalidade da população. O Brasil deverá seguir esta
tendência, talvez mais tardiamente e na dependência de mudanças estruturais que alterem o
quadro das desigualdades sociais e influam na redução dos fatores responsáveis pelas mortes
decorrentes de causas externas.

As mudanças de vida da população em geral, decorrentes das transformações sociais


ocorridas, acarretam em alterações nas mais diversas áreas da vida humana. Os grandes
avanços tecnológicos, determinaram mudanças radicais no modo de vida de diferentes
populações.

Esse novo perfil da população vem causando grande impacto nos diversos segmentos
da sociedade, podendo ser explicado pelo número de nascimentos associados ao da
mortalidade, não estando relacionado apenas com o aumento da expectativa de vida, pois as
doenças também atingem faixa etária dos jovens ( Melo Jorge & Gotlieb, 2000).

A palavra câncer adquiriu uma conotação de doença terrível, sem cura, e que quase
sempre termina em uma morte sofrida, mas nem sempre isso ocorre. Esta é uma doença
carregada de preconceitos, que evolui silenciosamente, até se tornar sintomática e
diagnosticável. O diagnóstico do câncer ainda é visto como uma sentença de morte e está
vinculada a muita dor, sofrimento e mutilações físicas e psíquicas (KOVÁCS, 1998;
QUINTANA et al., 1999).

Conceituado como uma doença crônica que traz problemas e demandas especifica para
o paciente e seus familiares. O paciente individuo portador dessa doença, na maioria das vezes
sente-se inadequado, afastando-se ou sendo afastado de seu grupo, enfrentando a solidão. Em
uma crise significativa como esta o individuo e a família passam a viver situações novas que
exigem mudanças, alterações e adaptações.

Essas mudanças acarretam em diversos estresses, pois além da dificuldade de ter que
enfrentar a doença, o individuo passa por um sentimento de impotência e inferioridade,
podendo vir a desencadear conflitos emocionais e reações psíquicas, tais como perda da auto-
estima, ameaça a imagem corporal, sentimentos de angústia e culpa e a constante ameaça de
morte.

Em uma situação de estresse, o organismo libera hormônios, que alteram o


funcionamento do organismo, o que altera o bom andamento no tratamento da doença.

A evolução das cirurgias e dos tratamentos, tais quais, como a quimioterapia e a


radioterapia, vêm contribuindo para a melhora no quadro da doença dos pacientes.

Mudanças no estilo de vida, diagnóstico precoce, tratamentos eficazes e cirurgias


menos invasivas e mutiladoras podem transformar o câncer em uma patologia possível de ser
prevenida e mantida sobre controle.
1- CÂNCER

1.1 – Conceito e definição

Segundo o INCA – Instituto Nacional do Câncer (2010), câncer é o nome dado um


conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de
células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões
do corpo. Dividindo-se rapidamente, estas células tende a ser muito agressivas e
incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas). Por
outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se
multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo
um risco de vida.

Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por
exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele, porque a pele é formada de mais de um
tipo de célula. Se o câncer tem inicio em tecidos epiteliais como pele ou mucosas, ele é
denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem
é chamado de sarcoma.

Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a


velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou
distantes.

2- SINAIS E SINTOMAS

Basicamente os sinais e sintomas do câncer podem ser divididos em três grupos:

• Locais: caroços ou inchaços não-usuais (tumor), sangramento, dor.


• De metástase: linfonodos aumentados, tosse, dor óssea, fratura de ossos
afetados e sintomas neurológicos. Embora o câncer avançado possa causar dor, ela geralmente
não é o primeiro sintoma.

• Sistêmicos: perda de peso, falta de apetite, cansaço, transpiração excessiva,


anemia e mudanças hormonais.

Cada sintoma na lista acima pode ser causado por diversas condições. O câncer pode
ser uma causa comum ou rara para cada item. Poderá haver como, por exemplo, os tumores no
pescoço que podem causar falta de ar ou dificuldade de deglutição.

3– DIAGNÓSTICO

A maioria dos cânceres são inicialmente reconhecidos por causa de seus sintomas e
sinais ou através de exames. Nenhum dos dois leva a um diagnóstico definitivo, que
geralmente requer a opinião de um patologista.

3.1 - Investigação

Pessoas com suspeita de câncer são investigadas com exames médicos. Estes
geralmente incluem exames de sangue, radiografia, tomografia computadorizada, endoscopia
entre outros.

3.2 – Biópsia

O diagnóstico definitivo da maioria dos casos malignos deve ser confirmado através de
exame histológico das células cancerosas por um patologista. O tecido pode ser obtido através
de uma biópsia ou cirurgia, muitas das biópsias podem ser feitas em um consultório médico,
outras requerem que sejam realizadas sob anestesia e cirurgia.
O diagnóstico do tecido indica o tipo de célula que está proliferando bem como outras
características do tumor. Toda essa informação é útil para avaliar o prognóstico do paciente e
escolher o melhor tratamento.

4– CAUSAS

Existem vários fatores que favorecem o desenvolvimento do câncer. Essas causas


podem ser externas ou internas ao organismo, estando ambas inter-relacionadas. As causas
externas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente
social e cultural. As causas internas são na maioria das vezes, geneticamente pré-
determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo se defender das agressões externas.

Podemos citar como principais: predisposição genética, hábitos alimentares, estilo de


vida e condições ambientais. Todos esses fatores aumentam o risco de uma pessoa
desenvolver a doença. Alguns deles são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de
pulmão, a exposição excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar
a leucemia. Outros estão em estudo, como alguns componentes.

5- ESTRESSE

Um dos primeiros cientistas a demonstrar experimentalmente a ligação do estresse com


o enfraquecimento do sistema imunológico foi Louis Pasteur (1822-1895). ). Em estudo
pioneiro no final do século 19, ele observou que galinhas expostas a condições estressantes
eram mais suscetíveis a infecções bacterianas que galinhas não estressadas. Desde então, o
estresse é tido como um fator de risco para inúmeras patologias que afligem as sociedades
humanas, como patologias cardiovasculares (arteriosclerose, derrame), metabólicas (diabetes
insulino-resistente ou tipo 2), gastrointestinais (úlceras, colite), distúrbios do crescimento
(nanismo psicogênico, aumento do risco de osteoporose), reprodutivas (impotência,
amenorréia, aborto espontâneo), infecciosas (herpes labial, gripes e resfriados), reumáticas
(lupus, artrite reumatóide), câncer e depressão.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o estresse afeta mais
de 90% da população mundial e é considerado uma epidemia global. Na verdade, sequer é
uma doença em si: é uma forma de adaptação e proteção do corpo contra agentes externos ou
internos.

5.1– Tipos de estressor

Estressores sensoriais ou físicos envolvem um contato direto com o organismo.


Estariam incluídos, nesse caso, subir escadas, correr uma maratona, sofrer mudanças de
temperatura (calor ou frio em excesso), fazer vôo livre ou bungee jumping etc.

Já o estresse psicológico acontece quando o sistema nervoso central é ativado através


de mecanismos puramente cognitivos, como brigar com o cônjuge, falar em público, vivenciar
luto, mudar de residência, fazer exames na escola ou de vestibular, cuidar de parentes com
doenças degenerativas (como mal de Alzheimer, que causa demência) e outros.

Um terceiro tipo de estressor pode ainda ser considerado: as infecções. Vírus,


bactérias, fungos ou parasitas que infectam o ser humano induzem a liberação de citocinas
(proteínas com ação regulatória) pelos macrófagos, glóbulos brancos especializados na
destruição por fagocitose de qualquer invasor do organismo. As citocinas, por sua vez, ativam
um importante mecanismo endócrino de controle do sistema imunológico.

5.2– Reações do organismo aos agentes estressores

Primeiro estágio (alarme), o corpo reconhece o estressor e ativa o sistema


neuroendócrino. No segundo estágio, (adaptação), o organismo repara os danos causados
pela reação de alarme, reduzindo os níveis hormonais. No entanto, se o agente ou estímulo
estressor continua, o terceiro estágio (exaustão) começa e pode provocar o surgimento de uma
doença associada à condição estressante, pois nesse estágio começam a falhar os mecanismos
de adaptação e ocorre déficit das reservas de energia. As modificações biológicas que
aparecem nessa fase assemelham-se àquelas da reação de alarme, mas o organismo já não é
capaz de equilibrar-se por si só.
O estresse agudo, repetido inúmeras vezes pode, por essa razão, trazer conseqüências
desagradáveis, incluindo disfunção das defesas imunológicas. De modo geral, pode-se afirmar
que o organismo humano está muito bem adaptado para lidar com estresse agudo, se ele não
ocorre com muita freqüência. Mas quando essa condição se torna repetitiva ou crônica, seus
efeitos se multiplicam em cascata, desgastando seriamente o organismo.

6– CÂNCER E ESTRESSE: UM ESTUDO SOBRE CRIANÇAS EM


TRATAMENTO

O câncer é uma doença de proporções graves, pois ameaça a vida, podendo afetar
qualquer parte do organismo, atacando pessoas de todas as idades, ocorrendo quase com a
mesma proporção para ambos os sexos; podendo ser definido como uma doença degenerativa
resultante do acúmulo de lesões no material genético das células, que induz o processo de
crescimento, reprodução e dispersão anormal das células no qual o controle sobre a
proliferação e morte celular está alterado (Yamaguchi, 1999).

Existem aproximadamente 802 tipos diferentes de câncer, muitos deles curáveis, se


detectados precocemente (Dieguez, 2001). Um diagnóstico precoce é geralmente difícil de ser
alcançado na maioria dos tumores nas crianças, pois a progressão da doença desde o início é
silenciosa, muitas vezes os sinais e sintomas só aparecem quando a doença já está avançada.

A revelação do diagnóstico de um câncer na criança vem geralmente como uma


catástrofe, é fator de ruptura e intensa desestruturação psicológica, pois o câncer ocupa um
espaço de temor, desempenhando o papel de enfermidade cruel e devastadora. Para muitos o
diagnóstico significa uma sentença de morte. Segundo Valle (1997, p. 60):

... ao ser lançado no mundo da doença, o homem percebe que perdeu o seu
mundo anterior e que não tem escapatória: está ameaçado na sua existência. Todas
as situações que vivem remetem-no à doença e à possibilidade que ela encerra: a
morte. Com isso, há um estreitamento do seu horizonte, limitando e reduzindo suas
perspectivas de vida.
Esta atitude reflete o quanto o estigma do câncer encontra-se arraigado às pessoas, sua
inaceitabilidade e horror repercutindo numa conduta de afastamento, discriminação e rejeição
social desde o âmbito familiar até nas atividades produtivas. Assim, o adoecer de câncer,
sendo algo que traz mudanças e exige adaptações, adquire um sentido específico, com os
significados que os sintomas, as experiências com o tratamento e as relações interpessoais
passam a ter no contexto de vida (Valle, 1997).

O tratamento atual procura obter a maior sobrevida e melhor qualidade de vida. Em


quase todos os casos a quimioterapia é empregada com o objetivo de maximizar as
possibilidades de cura. Alguns medicamentos, no entanto, não atuam exclusivamente sobre as
células cancerígenas, afetando outras células normais que estão se proliferando. Isso significa
que ao mesmo tempo em que vêm possibilitar a cura, por outro lado essas drogas se tornam
tão ou até mais assustadoras para o paciente porque produzem efeitos colaterais desagradáveis.
Quando o paciente desta enfermidade é uma criança, a situação, de certa forma, causa maior
impacto, porque a criança é considerada o símbolo da vida, nascimento e esperança, e o câncer
ainda são visto como a “patologia da incerteza” (Valle, 1997).

O tratamento vem alterar rapidamente suas vidas, as perspectivas e possibilidades de


escolhas e a vida cotidiana é interrompida bruscamente. A criança é retirada do convívio
social a que está acostumada e passa a habitar em um mundo estranho e doloroso: o mundo do
hospital, dos medicamentos e seus efeitos, do tratamento e seus procedimentos invasivos, o
afastamento dos amigos, da escola, etc.

A busca da cura girará em torno dessa nova adaptação que é, em geral, a rotina do
tratamento quimioterápico. Enfim, tem-se que habituar a uma vida estritamente ordenada,
cheia de restrições, submeter-se a procedimentos muitas vezes dolorosos, sair da rotina de
casa para a do hospital, etc. Esta situação, afirma Perina (1997), submete a criança a uma série
de conseqüências como: a desestruturação do sistema biopsicossocial, intensificação das
angústias de morte, levando à mobilização de defesas psicológicas e ao redirecionamento das
energias para adaptação à realidade hospitalar e aos seus procedimentos.

Esses sentimentos frente à doença e ao tratamento são freqüentes, já que esta mudança
brusca retira a criança do seu ambiente e a expõe tanto física como emocionalmente a
situações estressantes, o que pode fragilizá-la ainda mais. Portanto, qualquer que seja o modo
vivido da doença, deve ser visto como uma vivência que provoca desordem, pois sendo a
doença algo novo, que traz mudanças, ela exige uma adaptação da criança que adoece.

A situação de doença foi caracterizada por Lipp et al. (1991) como uma causa externa
do estresse infantil. Entende-se que a situação de doença não abrange somente os aspectos
físicos, mas psicológicos e sociais, portanto engloba-se a hospitalização, o tratamento, a
relação com outros, a mudança na rotina, entre outros fatores de acordo com o ponto de vista
biopsicossocial. Lipp et.al. (1991) descreve, com base em observações clínicas, que os
sintomas do estresse infantil, assim como nos adultos, são manifestações, exteriorizações de
pressões e tensões sobre a criança e o adolescente e, que podem ser de ordens psicológicas,
físicas ou ambos. Isto porque a criança vive um período de muita angústia e sofrimento
determinado por fatores como ambiente desconhecido, medidas terapêuticas, retirada do
ambiente familiar, convívio com outros que estão na mesma situação, apresentando quadros
semelhantes ou até piores, onde elas podem apresentar irritabilidade ou retraimento, por
exemplo.

As exigências de um tratamento de câncer, envolvendo hospitalização ou não, uma


bateria de exames físicos, complexos esquemas de quimioterápicos, nomes complicados dos
medicamentos, efeitos colaterais, entre outros, permeiam a criança de sentimentos como
medo, angústia, impotência e dor. Assim, as reações de estresse podem ser identificadas em
decorrência destas alterações, e também influenciadas pela idade da criança e pela forma
como ela vivencia a situação de doença, hospitalização e tratamento, pois produz nela
exigências físicas e psicológicas, como reação a algo novo e que exigem o ajustamento e
adaptação ao tratamento, incluindo a compreensão da mesma do que está lhe ocorrendo.

A doença física é acompanhada de manifestações na esfera psíquica, ocasionando


alterações na esfera social, já que a doença provoca, precipita ou agrava desequilíbrios quer no
paciente, quer na família (Campos, 1988).

6.1– Áreas de manifestação do estresse

Observou-se que a área psicológica apresentou-se em maior predominância de


respostas referentes aos sintomas psicológicos com 40% de freqüência. As demais áreas:
psicológica com componente depressivo (27%), psicofisiológica (20%) e a fisiológica (13%).
Observou-se que esta área apresentou-se em maior grau pela predominância de respostas
referentes aos sintomas psicológicos.

Estes aspectos são percebidos em sua maioria nas falas dos pacientes que se dizem
tristes, que afirmam que a vida era melhor, sentem-se angustiados, com vergonha, sofrendo,
não gostam da situação que se encontram, dizem sentir raiva, desânimo, dificuldades
interpessoais etc. Em relação às outras áreas a diferença é relativamente pequena, levando-se
em consideração a taxa percentual. Lipp et al. (1991) afirma que os sintomas podem ocorrer
no campo psicológico, no físico ou em ambos, tornando-se necessário considerar que o
estresse não se manifesta isoladamente nessas esferas. No entanto, pode-se dizer que
determinada área pode apresentar-se predominante em relação às outras, mas isso dependerá
de vários fatores como a personalidade de cada criança, a resistência ao tratamento, a
vulnerabilidade, entre outros.

6.2 – Estresse e faixa etária

Na faixa etária entre seis a oito anos, as crianças apresentam sentimento de privação do
mundo fora do hospital. Para os menores, principalmente, o impacto que a doença trouxe de
mais negativo foi a imposição de restrições à atividade que elas mais gostavam de fazer. Isto
significa para elas um impedimento em suas atividades normais, pois em seus relatos
consideram que o processo de doença e o mundo do hospital promovem sentimentos de
inconformismo e hostilidade quanto ao desconforto de não levar uma vida normal.

Verificou-se, no entanto, uma pequena diferença percentual quanto às crianças entre 9-


11 anos e 12-14 anos de idade. Ao contrário dos menores, as crianças desta faixa etária têm
um reconhecimento maior do que está se passando; estão num momento de muita
transformação no sentido de reconhecimento e busca de sua identidade, e no estabelecimento
de relacionamentos interpessoais mais duradouros. Nestes pacientes a direção dos seus
pensamentos está em relação ao futuro, se comparando aos outros da mesma idade. Isto é
observado na maioria dos trechos de seus relatos, em que a idéia de doença remete sempre a
uma vivência negativa, revelada nas avaliações de suas experiências com a dor e sofrimento.
A isto se associam as impressões negativas de auto-percepções de uma imagem muito distante
da habitual: sem cabelos, sem braço, sem perna, com emagrecimento, que como
conseqüências despertam sentimentos de desapontamento, revolta, tristeza. Estes pacientes,
principalmente os mais velhos, estão muito preocupados com a aparência física e dizem ter
perdido a auto-estima, sentido vergonha da aparência e tendo comprometidas as suas relações
com os outros em função da discriminação.

6.3 – Percepções da doença

Identificou-se que o conhecimento da criança acerca de sua doença e a significação


que ela tem a respeito do que a doença havia modificado em sua vida, demonstra a dimensão
subjetiva da doença e o impacto que ela traz. Assim, a doença é encarada como um fator de
impossibilidade de aproveitamento da infância, principalmente no que se refere às
brincadeiras, sendo privada do mundo exterior ao hospital.

6.4 – Quanto à representação do tratamento

Considera-se que a representação pode ser entendida como a forma de conhecimento, a


elaboração psíquica da experiência de cada um, os valores e as informações em relação à
submissão e às exigências do tratamento quimioterápico. Os relatos demonstraram atribuições
negativas. Verbalizaram que o tratamento causa muito sofrimento e é doloroso. Ao falarem da
quimioterapia as crianças a relacionam aos seus efeitos dolorosos.

6.5 – Quanto à hospitalização

As crianças revelaram sentimentos desagradáveis referentes à hospitalização,


demonstrando o quanto se sentem isoladas, limitadas no brincar, impedidas de freqüentar a
escola, manifestando a esperança em terminar logo o tratamento, já que o ‘mundo do hospital’
incomoda pois para elas significa uma forma de impor isolamento. Observou-se que o hospital
é revestido de significados ambivalentes: por um lado representa o local que possibilita cura
e/ou reabilitação, por outro tem efeito controlador, agressivo e indesejado.

6.6 – Família

Observou-se que a relação família-criança poderia ser um fator propiciador de estresse,


pois a revelação de um câncer na criança provoca profundas alterações no ambiente familiar.
De acordo com Valle (1997), pode provocar muitos conflitos como acusações mútuas entre os
pais pela responsabilidade da doença, sentimentos de culpa, dificuldades financeiras, conflitos
matrimoniais, divórcios, brigas com irmãos por ciúmes do irmão doente que é visto como o
mais querido. Tudo isto pode causar na criança sentimentos de culpa, por se perceber como a
causa da discórdia na família, por se considerar como fonte de tristezas para a família, medo
de ser abandonada, etc.

Percebe-se que a opinião sobre a família está sempre permeada de muito carinho
referindo-se também à super proteção que é dada a elas. A idéia de que o carinho da família as
torna queridas e aceitas está presente em todos os relatos. Percebeu-se o quanto esta é
considerada importante pelas crianças, sentindo-se em sua maioria protegidas e amadas, o que
é considerado necessário para o processo terapêutico, e para a própria afirmação da auto-
estima.

6.7 – Funções que exerce a quimioterapia

Esta foi percebida nas crianças como carregada de sentimentos ambivalentes. O


tratamento que provoca dor, sofrimento, impedimento de sair ou brincar é o mesmo que
poderá curá-las, envolvido em sentimentos esperançosos. A possibilidade de cura é que
permite a elas o enfrentamento do tratamento.

7 – PSICOONCOLOGIA
Segundo a Dra Tânia Cristina da Silva, psicóloga clínica, existem muitas linhas e
técnicas psicoterápicas, e sub-especialidades, tais como, freudiana, junguiana,
comportamental, psicodrama, existencial e outras para o tratamento do câncer, para ela a
psicologia é a ciência do comportamento, compreendida esta em seu sentido mais amplo, que
procura compreender o homem, seu comportamento, para facilitar a convivência consigo
próprio e com o outro.

A linha da qual ela trabalha é a Psicooncologia e esta associada diretamente ao


paciente, seu câncer e o psicológico. O objetivo da psicooncologia é manter o paciente com
níveis de informações, cada vez mais amplos, diretamente ao paciente, seu câncer e o
psicológico. Os pacientes são tratados através da psicoterapia, e é indispensável para sua
reconstrução pessoal e mudança interna. O tratamento visa uma reeducação emocional, pela
localização de bloqueios manifestos através de ansiedades, angústias, medos ou tantas outras
formas que o inconsciente lança mão. A psicoterapia faz com que se obtenha êxito neste
processo. Depende muito das circunstâncias emocionalmente não elaboradas de hoje, que
virão mais adiante cobrar sua solução interna.

O paciente com câncer tem que ter a liberdade de expressar qualquer tipo de emoção,
ele pode e deve chorar fazer quantas perguntas lhe for necessário, o paciente deve ser
respeitado ao falar sobre suas crenças religiosas, quando ele sente dos médicos que não é mais
um “caso”, mas uma pessoa que sofre e necessita de atenção. O paciente bem assistido
entende melhor o tratamento, os efeitos colaterais são menores e ele aprende o que é
“qualidade de vida”. A doença não traz ao paciente só sofrimento, ela pode lhe trazer
benefícios.

Abaixo algumas observações importantes a ser e trabalhada:


•O impacto do câncer na família
•Natureza específica da doença e tratamento
•Trajetória da doença
•Significado da experiência para a família
•Resposta emocional dos membros da família·

•Desorganização familiar
•Fantasias e Culpa
•Comunicação e reorganização familiar
•Aprender a viver com a doença.

CONCLUSÃO

Pretendeu-se com este estudo abordar o conhecimento e percepção da doença Câncer e


suas implicações para o paciente. Conforme a pesquisa realizada procuramos esclarecer a
forma como o tratamento para essa doença juntamente com outros fatores, atuam como
agentes estressores.

A doença é vista como uma perda que gera limitações, que retira um individua de uma
vida normal e sadia. Com o avanço da tecnologia, principalmente no tratamento do câncer nos
proporciona índice de cura cada vez maior. Os prognósticos são bons, e hoje, mais da metade
dos pacientes oncológicos são tratados com sucesso. Mas o fator emocional, ainda é uma
muralha poderosa, o próprio nome, câncer, já é o suficiente para provocar um impacto
profundo, de imediato desmoronando qualquer perspectiva de vida.

Os pacientes com câncer convive com um tempo extremamente ameaçador, levando a


sua desestruturação psíquica. Mesmo as pessoas mais fortes e bem informadas, são colhidas
por graus diversos de angústia, dúvidas e desespero. Cada um a sua maneira, fases que podem
levar ou ao enfretamento e à colaboração ou até mesmo a desistência.

O paciente fragilizado, na maioria das vezes é dependente e necessita de muito apoio.


A família nem sempre pode representar essa ajuda, porque ela também sofre. O paciente
precisa de quem lhe acolhe e esclareça as suas dúvidas e compreenda seu medo. Ele tem a
necessidade de que alguém o impulsione as suas forças para o trabalho que está por vir.

Nesse momento encontramos o psicólogo que irá dividir este caminho árduo
com o paciente: dando-lhe suporte para o tratamento, a expectativa dos exames
complementares, efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia, a possível ocorrência de
metástases, apoio familiar, enfim. Muitas vezes essa caminhada por estar submersa por
sentimentos inconscientes de solidão, abandono, medo, culpa, raiva. Esse trabalho também se
estende a família, que na maioria das vezes se torna um problema a ser resolvido.

Portanto, este trabalho pretendeu mostrar algumas condições da existência de pessoas


que vivem a realidade de seu cotidiano com o câncer, inclusive o infantil, no intuito de instigar
reflexões que suscitem uma atitude de busca de alternativas para amenizar o sofrimento, como
propostas de intervenções voltadas a ajudar esses pacientes a lidar com o estresse, favorecendo
o ajustamento e enfrentamento do tratamento na busca do bem-estar psíquico e social,
incluindo ainda a habilidade da família em prover-lhe suporte emocional.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Anatomia e Fisiologia Humana, Professora Ana Luisa Miranda Vilela - Disponível


em:http://www.afh.bio.br/

Psiquiatria Geral, Psic-Oncologia, G.J.Ballone- Disponível em:


http://gballone.sites.uol.com.br/psicossomatica/cancer2.html
Psicologia hospitalar. (São Paulo) v.2 n.2 São Paulo dez. 2004 – Disponível em:
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Psicólogo Clinico, Marcelo Marcio Siqueira Gianini, documento produzido em


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http://www.scribd.com/doc/2499573/A-Psicologia-e-o-Cancer-

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