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VENTO, VENTANIA, VENTILAÇÃO NATURAL, ECOARQUITETURA: AS

LIÇÕES DE HASSAN FATHY.

Autor: Abadia Beatriz Magnino1


Orientador: Solange Irene Smolarek Dias2
Faculdade Assis Gurgacz, Cascavel - PR

RESUMO

Objetiva-se apresentar as propostas do arquiteto Hassan Fathy, tanto no que diz respeito ao sistema de ventilação
natural, quanto à ecoarquitetura. Tais temas-problemas da atualidade possuem soluções já utilizadas na
antiguidade. Entre tais soluções, a apresenta-se as do arquiteto-tema.

PALAVRAS CHAVES: Hassan Fathy. Inversão térmica. Ecoarquitetura

1. A VENTILAÇÃO

Uma observação interessante é que: a sensação de calor é diferente da sensação de


temperatura alta. É fácil ficar por horas em uma praia a 30° ou 40°, porém, se torna quase
impossível suportar uma temperatura similar, em sala fechada. A diferença é que na praia, a
brisa constante do mar, a ventilação nos dá uma sensação térmica agradável.
Outra curiosidade: casas antigas em fazendas e cidades têm venezianas ou treliças
nas janelas e portas, com uma parte que permite fechar nos dias frios. A dimensão do pé-
direito dessas casas é de 4 m, que tem por finalidade facilitar o deslocamento do volume de ar
dos ambientes. Em um pé-direito baixo, de 2,40 m, por exemplo, o deslocamento do volume
de ar dos ambientes necessita de um vento muito mais forte.
As normas urbanas atuais, infelizmente, permitem construir prédios colados um ao
outro, eliminando a possibilidade de o ar passar entre eles para climatizar naturalmente as ruas
e praças. É este um dos motivos que fazem dos centros urbanos lugares mais quentes que os
bairros periféricos.

1
Acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo
2
Orientadora - Arquiteta - Urbanista, mestre em Letras, professora do curso de Arquitetura e
Urbanismo da FAG.
VENTILAÇÃO CRUZADA, QUE APROPRIA A INVERSÃO TÉRMICA QUE
ACONTECE À NOITE.

Hassan Fathy, em seu livro Construindo com o Povo, chama a atenção para
o fenômeno natural da fotossíntese, que acontece toda madrugada, que catalisa a inversão
térmica3. As plantas assimilam o gás carbônico e expelem o oxigênio durante a noite.
Hassan Fathy comenta que o homem do deserto, há milênios, utiliza este fenômeno
natural para purificar a sua casa com ar puro pleno de oxigênio e também refrigerar a sua casa
com o ar frio resultante da inversão térmica.
Mesmo nos levantamos de madrugada para fechar a janela aberta, porque esfriou,
não percebemos que este é um fenômeno natural e que pode ser útil.
Torna-se meio óbvio agora entender que por isso, um morador do deserto, além de
utilizar materiais, elementos e componentes construtivos de grande inércia térmica4, utilizam
em suas janelas, portas e frestas internas, venezianas e treliças que permitem a ocorrência de
ventilação cruzada.

"QUANTO MAIOR FOR A RAZÃO ENTRE AS ABERTURAS MAIOR SERÁ A


VENTILAÇÃO”

Se adotarmos este princípio na arquitetura, podemos criar uma brisa contínua nos
edifícios, mesmo que no exterior não esteja ventando.

A tradicional chaminé dos altos fornos e das residências, além de ter um grande
diferencial de temperatura em suas extremidades, o que promove o deslocamento de ar,
geralmente é cônica tem uma base bem larga e uma saída mais estreita, para provocar a
drenagem do ar com maior velocidade.
A turbina do avião a jato, de certo modo, obedece a este princípio, só que
mecanicamente ela retira o ar de uma abertura maior e o comprime em uma abertura menor,
resultando no empuxo5 que empurra o avião.

3
O ar frio que é mais pesado que o ar quente que está dentro da casa entra por uma fresta e expulsa o
ar quente por outra fresta.
4
Materiais, elementos e componentes que custam a esfriar e ou a esquentar.
5
A força de empuxo é exercida por um fluido qualquer, líquido ou gás, sobre um objeto que esteja
mergulhado nele. O valor do empuxo formulado por Arquimedes: "Todo corpo imerso num líquido,
fica sujeito a uma força vertical, de baixo para cima, igual ao peso do volume líquido deslocado e
IDÉIA DA GRUTA, DO VALE DO ÁTRIO OU PÁTIO AVARANDADO.

Na natureza estão juntas as camadas de ar quente e ar fresco. Como o ar fresco é


mais pesado que o ar quente, ele penetra na gruta, expulsa o ar quente e a climatiza
naturalmente.
Essas mesmas camadas de ar quente e ar frio existem nas montanhas. Quando surge
um vale entre elas, o ar fresco, por ser mais pesado que o ar quente desce e refresca o vale.
Foi há milênios, diz Fathy, que o homem do deserto, observando esses fenômenos,
criou o átrio ou o pátio interno avarandado. Que nada mais é que uma gruta artificial. Como a
casa possui as frestas que permitem ao ar atravessar a residência, o ar fresco do pátio e o ar
quente do exterior trocam de lugar, propiciando uma brisa permanente o tempo todo. É por
isso que as casas e os edifícios precisam ter uma distância entre si.
As casas do homem do deserto têm sempre um pátio avarandado ou um muro muito
alto (± 5 m) que circula um pátio. Esse muro não é para segurança, mas para criar uma gruta
artificial para receber o ar fresco natural. Outra curiosidade é que ele planta no meio do pátio
tâmaras, coqueiros ou árvores cuneiformes; quando as camadas de ar fresco e quente passam
no alto, criam uma turbulência e conduzem o ar fresco para o interior do pátio. Este
inteligente construtor coloca os coqueiros junto a uma pequena e rasa piscina para resfriar as
camadas de ar quente, que às vezes, vem junto do ar fresco.
O governo do Irã, em seu Código de Obras, destaca o valor do pátio:

"O átrio é um meio tradicional de criar sombra variada, reduzir a claridade,


canalizar o movimento de ar e dissipar calor. A interpretação
contemporânea do átrio poderia ser um elemento essencial de qualquer
morada iraniana" (Silva, 1981).

Geralmente faziam referência à importância da água e à poderosa metáfora do


jardim para os habitantes do deserto. Porém, antes de serem importantes no deserto, o verde e
a água são signos universais de vida. O que estava ali expresso dificilmente poderia ser
reduzido a conseqüências climáticas. Além disso, eu não podia deixar de ver princípios
semelhantes presentes, por exemplo, no pátio interno de algumas mesquitas que visitei. Se

aplicada no centro de gravidade desse volume."Esse princípio também é válido para o ar (ou qualquer
outro gás). Essa força é utilizada, por exemplo, para fazer subir os balões.
formos buscar a inspiração dessa regularidade, teremos que ir atrás dos hadices, mais
especificamente, daqueles onde é descrito o paraíso, ou, para usar um termo mais islâmico,
justamente "o jardim”.

2. A ECOARQUITETURA

Há quem diga ser mais um modismo, porém, a Ecoarquitetura é o movimento mais


importante surgido na Arquitetura as ultimas décadas.
Ecoarquitetura também chamada de arquitetura verde, é um neologismo que exprime
uma forma de planejar e construir usando técnicas simples e complexas, de maneira
ambientalmente amigável, economizando energia e dentro de um contexto de
desenvolvimento sustentável. Isto tem a ver com uma arquitetura sem modismos, produzindo
edifícios de acabamento esmerado capazes de serem feitos pelo homem comum, sob
orientação de qualificados engenheiros, arquitetos e artistas. Ela deve criar um sentido de
intimidade com os habitantes, permitindo sinergia entre a natureza e a localização. O sol, os
ventos, o paisagismo e tudo o que a natureza pode oferecer são usados extensivamente.
É, portanto um: “reavaliar a forma com que nossas construções comunicam-se com
o planeta”. Não se trata só, de uma volta ao passado, pois apesar de muitas das técnicas
empregadas serem seculares, incorpora-se tecnologias de ponta, quando necessário. O papel
da ecoarquitetura na concepção de um projeto verde considera uma toda uma gama de
abordagens, desde soluções mais caras e consumidoras de energia, como os sistema de
produção local de eletricidade por painéis fotovoltaicos, até as antigas soluções passivas para
aquecimento e refrigeração do interior da construção.
O tema em questão ilustra bem o forte motivo, da rejeição do arquiteto egípcio,
Hassan Fathy, pelas técnicas e materiais que eram indiscriminadamente utilizados sejam quais
fossem os sítios aos quais se destinavam as edificações. Não se importando com diferenças
sociais, culturais, ambientais e climáticas.

Para cada localização, para cada tipo de edificação, as exigências de projeto serão
diferentes.

De uma maneira geral, para nós que vivemos no hemisfério sul, pode-se dizer que
fachadas voltadas para o norte são as que atendem de maneira mais satisfatória as principais
demandas da maioria das construções.Mas existem outras variáveis, como a latitude e a própria
finalidade da construção, que podem interferir na definição do posicionamento ideal.

Quaisquer que sejam as restrições ambientais, haverá sempre uma combinação de


eco-técnicas eficiente que responderão melhor às exigências específicas de cada projeto.
Explorando as relações entre arquitetura, ciência e ecologia, oferecendo uma relação de
conceitos e técnicas que podem ser usados, isoladamente ou em conjunto, num projeto
ecologicamente correto.

A ECOARQUITETURA PROJETA HABITAÇÕES COM BAIXO NÍVEL DE


CONSUMO ENERGÉTICO, BUSCANDO SUA AUTO-SUFICIÊNCIA.

Nas regiões subtropicais, casas podem ser projetadas de maneira a não precisarem de
gasto energético além do fornecido pelo sol. Infelizmente, nas regiões tropicais,
particularmente no clima quente úmido, onde a refrigeração dos ambientes consome uma
parcela considerável da energia despendida no domicílio, esta auto-suficiência não é coisa
muito fácil de obter. Mas isto não quer dizer que seja impossível. Todo trabalho de Lengel
reforça este conhecimento, citado em seu livro, Arquiteto Descalço.

2.1. Princípios para um projeto de casa auto-suficiente.

A Ecoarquitetura incorpora técnicas simples já conhecidas, como a orientação da


casa em relação ao sol, a escolha da envoltória correta para a construção, sua massa térmica,
sua insolação, o tamanho das janelas, o ensombramento das paredes, a ventilação, natural ou
forçada, e o paisagismo do entorno.
A opção por um método específico de construção ou de um dado conjunto de eco-
técnicas deve ser criteriosamente avaliada. Não há receita para aplicação universal. Estas
técnicas serão escolhidas em função das necessidades térmicas necessárias e suficientes para
suprir o conforto de seus habitantes e serão específicas de cada localização.

CONCLUSÃO.

O mundo, hoje, se encontra em crise econômico-social e ambiental. Fato este,


responsável por profunda reflexão em algumas pessoas, sobre suas causas.
Os Arquitetos procuram resgatar e revalorizar, princípios ecológicos de uma construção
adequada ao meio, na relação benéfica, não predatória.
Ar-condicionado e outros inventos modernos queimam o oxigênio e poluem o ar. Os
neurônios se alimentam de oxigênio. Sendo assim, é imprescindível que os arquitetos cuidem da
relação da arquitetura com o meio ambiente.
É lamentável o fato de ter, a arquitetura moderna, feito quase que uma ruptura com
a história, desprezando valores conhecidos há milênios, por povos de toda parte da Terra.
Inúmeras obras modernas são mal condicionadas climaticamente e alheias à questões culturais
e ambientais do lugar onde implantadas.
Fica uma ressalva àqueles que conseguiram fazer de sua arquitetura uma continuação da
natureza, fundindo num só espaço o ambiente natural e o construído. . Nós, os arquitetos,
precisamos reaprender as lições esquecidas do passado.
Pode-se afirmar que, não adianta colocar brise, beiral longo, varanda grande, sem
criar condições para a ventilação cruzada acontecer. Brise, ventilação cruzada, materiais,
elementos e componentes construtivos com grande inércia térmica, pátio avarandado e
ajardinado e malkaf fazem parte de um único sistema de climatização natural. É preciso usar
todos esses elementos em conjunto. O uso de um só desses elementos não funciona.
O mundo, hoje, se encontra em crise econômico-social e ambiental. Este fato produz
reflexão profunda em algumas pessoas sobre as suas causas.Arquitetos, tentam resgatar e
revalorizar princípios ecológicos da construção adequada ao meio na relação benéfica, não
predatória.
Os neurônios se alimentam de oxigênio. O ar-condicionado e outros inventos
modernos queimam o oxigênio e poluem o ar. Cabe ao arquiteto cuidar da relação da
arquitetura com o meio ambiente.
REFERÊNCIAS:

DIAS, Solange Irene Smolarek. Metodologia do Trabalho Científico – Diretrizes Básicas.


Cascavel: CAUFAG, 2006.

FATHY, Hassan. Construindo com o povo. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2ªedição
brasileira, 1980.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mine Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de


Janeiro: Editora Nova Fronteira S.A., 1977.

QUENTAL, Nuno. Episódios da História do Urbanismo, Escola Superior de Biotecnologia,


UCP

SILVA, Radamés Teixeira da. Arquitetura e Tecnologia. Belo Horizonte: Proed/UFMG,


1981, pg. 41.

SITE: <http://www.ramalholessa.com/port/povo.html> Disponível em 24 mar. 2006

SITE: <http://www.flexeventos.com.br/detalhe_01.asp?url=artigos_bioclimatica.asp>
Disponível em 24 mar. 2006

SITE: <http://wikiquote.org/wikipedia/karl_marx/biografia.htm> disponível em 25 ago. 2006

SITE: <http://archnet.org/library/parties/one-party.tcl?party_id=1> Disponível em 24 ago.


2006

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