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AFETIVO E SOCIAL NO PERÍODO DE ADAPTAÇÃO DE

CRIANÇAS EM CRECHE

Maria Helena de Oliveira


Psicopedagoga pelo Unasp campus de Engenheiro coelho – SP.
maria.helena.30@hotmail.com
Sob orientação da Profa Dra em Psicologia da Educação Marinalva
Imaculada Cuzin
marycuzin@yahoo.com.br

Resumo: Esse artigo apresenta a discussão de algumas questões que envolvem a


importância da compreensão dos aspectos afetivos e sociais em crianças no período
de adaptação em creche, uma vez que são dimensões de extremamente saliência
para desenvolvimento e formação da criança que reflitirá na vida adulta. Traz
enquanto fundamentação, importantes teóricos sobre o assunto onde conceituam o
estudo com objetividade e clareza sobre a relevância do tema. Também por
intermédio de relato de experiência através de observação direta da pesquisadora,
seguido de uma breve análise sobre uma olhar psipedagógico e a importância deste
profissional enquanto interventor desse processo, como agente capaz de contribuir
para a transformação da sociedade a desfrustar de uma qualidade de vida plausível
de acordo com realidade de cada um. Portanto, foi constatada através das fontes
bibliográficas consultadas e das observações diretas que é de fundamental
importância a atuação psicopedagógica competente na Educação Infantil.

Palavras–chave: período de adaptação, aspectos afetivos e sociais, importância da


atuação psicopedagógica.

AFFECTIVE AND SOCIAL MATTERS RELATED TO CHILDREN


IN DAY CARE CENTERS IN THE PERIOD OF ADAPTATION
Maria Helena de Oliveira
Psychopedagogist by UNASP campus in Engenheiro Coelho – SP.
maria.helena.30@hotmail.com
Under the orientation of Prof. Dr. in psychology from the Educação
Marinalva Imaculada Cuzin
marycuzin@yahoo.com.br

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Abstract: This article presents the discussion about some issues that involves the
importance of understanding the social and affective aspects in the children during
the period of adjustment on day care centers, since dimensions are extremely
tantrum for development and training of the child that will reflect in adulthood. Major
theorists on the subject bring as reasoning the concept of the study with objectivity
and clarity about the relevance of the theme. Also through reporting the experience
through direct observation of the researcher, followed by a brief analysis from a
psychopedagogist point of view and the importance of this professional while as the
intervener of this process, as an agent capable of contributing to the transformation
of a society enjoying a quality of life according to plausible reality of each one.
Therefore, it was found through the consulted literature sources and direct
observation the fundamental importance of psychopedagogical competent
performance in kindergarten.

Key Words: adjustment period, affective and social aspects, importance of


psychopedagogical activity.

Introdução

As crianças durante muitas décadas foram alvo de todo o tipo de abusos,


maus tratos, causados na sua maioria pelos próprios pais, que seguiam o modelo de
educação estabelecido pela a sociedade, através da forte influência religiosa e
política que na época impunha seus interesses dominantes e autoritários; onde
incentivavam e apoiavam todos os tipos de castigos contra as crianças, que eram
consideradas como pestes e criaturas importunas e insignificantes, independentes
de sua classe social.
Esse descaso e violência com o infanto culminou em mortandade
desenfreada de muitas crianças em todo o mundo, principalmente os filhos da classe
trabalhadora, que anos depois acarretou uma falta enorme de mão-de-obra para o
trabalho nas indústrias e soldados para defender os interesses do Estado e da Igreja
decorrentes da guerra.

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Diante desse contexto surge um olhar voltado para o cuidado com a criança,
para amenizar a futura ausência de adultos para repor a sociedade. Mas, essa visão
se limitava apenas a alimentação e abrigo com o surgimento da primeira creche,
onde funcionavam como um depósito de crianças abandonadas ou deixadas pelas
mães enquanto trabalhavam nas indústrias. Porém, a violência predominava como
regra de educação, sem levar em conta as outras necessidades dos infantos,
principalmente os seus sentimentos afetivos e de relacionamento social.
Atualmente, com o reconhecimento da LDBN 9394/96 as creches passaram a
fazer parte do sistema de Educação Básica do Brasil, que visa o desenvolvimento
integral e harmônico da criança, isto é, que abrange todos os aspectos: Físico,
mental, espiritual e principalmente o lado afetivo e social que será abordado nesta
pesquisa, com a seguinte inquietação será que na realidade, esses aspectos alvos
dessa investigação, estão sendo empregados como garantia ao desenvolvimento
das crianças de forma benéficas pelas instituições infantis? Será que ainda
continuam sendo ignorados na prática?
Em vista do exposto, esse tema indaga as principais interferências afetivas e
sociais que podem ocorrer em crianças no período de adaptação na escola pública
infantil recentemente inaugurado no município de Engenheiro Coelho-SP.
Conceitua alguns fatores de relacionamento entre criança/instituição/família e
alguns aspectos que possam interferir para o desenvolvimento afetivo/social de
crianças no período de adaptação, com sugestões dentro de uma perspectiva
psicopedagógica.
Assim, essa pesquisa aborda assuntos que podem contribuir positivamente
com a qualidade do processo da Educação Infantil brasileira.

Aspectos históricos referentes à educação infantil no Brasil

Para discorrer sobre a educação infantil no Brasil, é de fundamental


importância destacar alguns pontos a respeito do conceito de infância vista pela a
população adulta e o lugar que ela ocupava na sociedade ao longo da história
humana. A criança durante décadas foi vitimas de todo o tipo de violência e descaso.
Tidas como fruto do pecado, elas eram muitas vezes jogadas a própria sorte, pelos
pais que influenciados pelos poderes dominantes da época a igreja e o estado que

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ofereciam incentivos e apoio à população adulta, para que adotasse métodos rígidos
a educação dos rebentos.

Houve até mesmo épocas em que a mais ínfima evidência do carinho,


interesse ou respeito pelos filhos desapareceu por completo. E foram,
talvez, bem mais longos, os períodos em que a infância foi, não
somente ignorada, mas também rejeitada e, absolutamente,
desprezada por toda a sociedade, no que diz respeito às suas
crenças, seus valores e seus costumes, e isso inclui a Igreja e o
Estado, que por extensos períodos da história entrelaçaram seus
poderes, como uma só figura, sem maiores ou mais explícitas
definições de limites de função e poder social. (RIZZO, 2003, p.19)

Durante muitos anos era essa a concepção de infância que predominava no


meio social. Onde os sentimentos da criança nem se quer era considerado. As
crianças dessa época eram consideradas adultas em miniatura, e por isso deveria ter
os mesmos comportamentos de um adulto, nem que para isso ela teria que ser
educada por intermédio de regras disciplinadoras como surras, castigos etc.,
independente da raça ou camada social. Eram severamente punidas em nome de
Deus.
Com tanta violência e desprezo acarretaram uma grande mortandade
desenfreadas de crianças a cada dia. Mesmo assim as autoridades aceitavam com
sendo natural. “Morriam crianças em quantidades, ou melhor, “Deus as Levava”[...]
assim todos se conformava com os destinos das crianças”. (RIZZO, 2003, p.25).
Para Rizzo (2003, p.31-43), anos mais tarde em decorrência da guerra que
ocasionou uma enorme carência de soldados para defender os interesses das
autoridades vigentes. Conseqüências das mortes acelerada de milhares de crianças
associados aos maus tratos. A sociedade precisava de mãos-de-obra para o trabalho
Industrial. Em vista disso, as autoridades começam a rever o conceito sobre a
infância, e então inicia o primeiro olhar voltado para ao bem estar das crianças.
Entretanto, essa preocupação se limitava em apenas suprir futuramente a ausência
de trabalhadores. Mas, essa inquietação tardia não obteve sucesso.
A entrada das indústrias trouxe mudanças radicais modificando as estruturas
familiares. Com a perda de muitos maridos na guerra que resultou na falta de mãos-
de-obra para o trabalho, levou muitas mães, mudarem o seu papel, até então,
exercido no lar. As mães de famílias menos favorecidas foram obrigadas a sair para
trabalhar nas indústrias, deixando os seus filhos sozinhos ou abandonados nas ruas.

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Neste contexto entraram em ação a mães mercenárias, ou seja, “babás”, em
troca de renumeração, ficavam com os filhos das mães que podiam pagar. Isso
aumentou todos os tipos de violência e maus-tratos aos rebentos associadas à falta
de higiene e escassez de alimento. A mortalidade infantil voltou a assolar na
sociedade e continuou totalmente sendo ignorada, como nos afirma Cramer (2003,
p.17) “era extremamente alto o índice de mortalidade infantil que atingia as
populações e, por isso a morte era considerada natural”.
Com o passar dos tempos a situação de violência e abandono dos rebentos se
agravou tanto, que conduziu as “babás” a especializarem para atender mais crianças,
que recebeu outra denominação fazedora de anjos, mas a violência predominava
com regra disciplinadora a fim de manter sossegado um número maior de infantos.
Diante desse quadro caótico, com muitas crianças abonadas pelas ruas de
Paris na França. Surge João Frederico Orbelin, que apresenta a primeira idéia de
escolinha infantil para crianças de 02 a 06 anos de idade, todavia, a sua preocupação
só ficou na idéia, porque Orbelin não conseguiu apoio que consolidasse sua
maravilhosa opinião. Frederico Criou os programas de passeios, brinquedos entre
outros, voltados para o interesse das crianças.
Em meados do século XIX surge Firmim Marbeau, que funda em Paris a
primeira creche que nome em Português significa Manjedoura, lugar onde coloca
animais. Essa instituição tinha com principal objetivo oferecer comida para as
crianças, desconsiderando as outras necessidades dos infantos como: abrigo,
segurança, carinho, brinquedos, etc.
No Brasil esse olhar voltado para a criança se inicia no final de século XIX,
denominada de “roda”, que tinham como finalidade receber filhos de mães solteiras
ou filhos das senhoras ricas tidas fora do casamento.

O relacionamento afetivo e social entre criança/instituição/família

Para discorrer sobre esse tema é importante conceituar o que é afetividade.


Segundo Carvalho; Cuzin (2008, p.134) ela é caracterizada pela expressão de
sentimentos intrínsecos que envolvem: amor, paixões entre outros, em que o ser
humano pode ser capaz de refletir, na tentativa de compreender os sentimentos, tanto

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associados às tristezas, dores, alegrias etc., através das relações sociais
estabelecidas no meio que o rodeia. A esse assunto se diz que:
.
Assim, afetividade é responsável pela maneira que o indivíduo se
relaciona com o seu meio e é por meio das variações de ânimo que o
indivíduo percebe o que está em sua volta. Enfim, afetividade tem
grande influência sobre o pensar e o fazer do indivíduo. (CARVALHO;
CUZIN, 2008, p.135)

Para que haja um bom desenvolvimento nas dimensões afetivas e sociais de


uma criança, é essencial que ela receba do seio familiar todo cuidado, segurança e
afeto de acordo com suas necessidades, de modo que possa sentir amada e bem
vindas por todos ao seu redor, isso certamente contribui favoravelmente para a sua
vida adulta. “A preparação para a vida, formação da pessoa, a construção do ser são
responsabilidade da família. É essa a célula-mãe da sociedade, em que os conflitos
não destroem o ambiente saudável” (CHALITA, 2004, p. 21).
Percebe-se o quanto a família é extremamente importante para o
desenvolvimento da criança em todos os aspectos de sua vida. Quando
principalmente valoriza as dimensões afetivas e sociais do infanto, porque para ela o
seio familiar é o seu porto seguro. Onde ela deve confiar e se sentir apreciada,
protegida etc. Através das relações sociais estabelecidas entre as pessoas que os
cerca firma-se vínculo afetivo. O afeto significa sensibilidade em transmitir carinho,
levando em conta todos os sentimentos envolvidos em cada situação. Chalita (2004,
p.27) nos afirma que:

Afeto no preparo, afeto na vinda, afeto na criação. Afeto na


compreensão dos problemas que afligem os pequenos logo na
primeira infância [...] como é bom para ao filho mostrar suas
prodigiosas conquistas aos pais.

Devido à correria cotidiana da vida de muitos pais, oriundo do sistema


capitalista, esta cada vez mais distanciando afetividade entre filhos e pais. A falta de
tempo dos pais modernos em dialogar com os seus filhos, saber o que esta
acontecendo, entre outros, podem conduzir a conseqüências maléficas para a
convivência social. Essa carência afetiva pode causar sérios problemas ao
desenvolvimento infantil, que futuramente vão ser determinante em padrões de
valores morais e ético. Com implicações na formação de sua personalidade.

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Em vista de disso, muitos pais para suprir essa carência afetiva enchem os
filhos de presentes caros, com a idéia equivocada de que isso pode preencher o
vazio no rebento ocasionado pela a falta dos laços afetivos. Sobre esse assunto
refere que:
Segundo o autor (2004, p.28):

A presença e fundamental. Nada substitui esse carinho. [...] O conforto


não é mais importante do que à presença, o afeto. Aqueles pais que
não entendem por que os filhos são rebeldes e reclamam afirmando
que lhes deram tudo: viagens, melhores escolas. Cursos. Roupas de
boas marcas, festas. Não deram o essencial: Atenção, carinho amor.
Não deram nada.

Já os filhos de pais da classe menos favorecidas, além de não desfrutar de


presentes caros, viagens entre outros, são obrigados a ficarem também longe dos
seus progenitores, principalmente sem o carinho da presença materna, durante a sua
jornada de trabalho. Muitas delas são obrigadas a freqüentar uma creche o dia todo,
até o retorno da mãe. Por isso, o período em que infanto fica na instituição deve
tornar a cada dia agradável para ele. Não que isso vá substituir a falta da mãe,
entretanto, pode amenizar a distancia árdua provocada pelo o seu afastamento
mesmo que temporário.
Para Aranha (2002, p.07):

Creche é uma instituição social, cujo objetivo é prestar atendimento às


famílias [...] com carências sociais, financeiras e emocionais que
procura a creche para deixarem seus filhos enquanto trabalham [...]
cabe a ela, o intuito de educar e formar a criança, que passa a maior
parte do tempo sob a responsabilidade de seu pessoal.

Percebe-se a importância derivada do bom relacionamento tríade para o


desenvolvimento infantil, uma vez que, essa inerência produz resultado significativo e
satisfatório ao processo de formação da personalidade adulta de uma criança.

Aspectos que possam interferir para o desenvolvimento afetivo/social de


crianças no período de adaptação

O período adaptativo da criança na creche é muito difícil. A separação da mãe


ou de outra pessoa querida que cuide dela, geralmente provoca no rebento, diversas

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sensações associada ao medo, insegurança, tristeza entre outros, oriundo do
rompimento dos laços afetivos, capaz de marcar para a sempre a sua vida adulta.
Bowlby (1998, p. 234) a esse assunto refere que:

[...] provavelmente será difícil conviver e trabalhar com elas, pois não
compreendem bem os outros, nem a si mesmas, [...] seus sentimentos
de isolamento e falta de amor podem ser extremamente tristes;
especialmente nos anos de maturidade, correm os riscos de
depressão, alcoolismo e suicídio.

O rompimento dos laços afetivos, principalmente, durante esse período pode


ser extremamente prejudicial, já que a criança precisa da presença materna, não se
refere exatamente somente a mãe biológica, mas, a pessoa que cuida do infanto na
falta da mãe, a quem ela estabeleceu um vínculo afetivo e social. Ao se ver longe da
pessoa querida, pode causar no rebento sofrimento imenso de insegurança como já
mencionado, aliado ao sentimento de abandono, em que geralmente se sente perdida
num meio totalmente desconhecido para ela.
A ignorância dos pais e o descaso das instituições infantis no caso da creche,
em compreender esses aspectos tidos como de fundamental importância, pode trazer
graves interferências para o desenvolvimento infantil, que pode ser caracterizados
desde as simples até as mais complexas. Sobre esse assunto Bowlby (1982, p.66)
nos elucida que:

É comprovadamente produtivo considerar muitos distúrbios


psiconeuróticos e da personalidade nos seres humanos como um
reflexo de um distúrbio da capacidade para estabelecer vínculos
afetivos, em virtude de uma falha no desenvolvimento na infância ou
de um transtorno subseqüente. [...] aqueles que padecem de
distúrbios psiquiátricos – psiconeuróticos, sociopáticos ou psicóticos
manifestam sempre deteriorização da capacidade para estabelecer ou
manter vínculos afetivos [...]

Esse quadro mencionado acima parece demasiadamente assustador, mas,


mostra o quanto o afeto é essencial para a vida principalmente na infância. Onde é
alicerçado todo o equilibro emocional e social do rebento que carregará para a sua
vida. Uma vez que implicará na formação do caráter.
A falta de sensibilidade vinda por partes das educadoras que trabalham na
creche durante esse período são como principais fatores determinantes que pode
interferir negativamente nessas dimensões. O choro, birra, que a maioria das crianças
fazem nesse tempo, resulta na falta de paciência das professoras, que muitas vezes
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levam a agir por impulso e elevar a voz rigidamente contra essa pobre criança, que
talvez esteja pedindo socorro pela ausência de carinho da mãe.
Outro fator que pode interferir é o privação da criança se relacionar de maneira
espontânea com seu grupo, ser impedido de ver o seu irmão, que esta em outra
turma.

Metodologia

Esta pesquisa apresenta enquanto objetivo trazer esclarecimentos sobre


algumas questões que podem interferir no desenvolvimento afetivo e social de
crianças no período de adaptação na creche pública, que atualmente está
funcionando em um novo prédio, recentemente inaugurado na cidade de Engenheiro
Coelho-SP. Procedeu através observação direta de algumas crianças em campo no
espaço de cinco anos. Período em que a pesquisadora trabalhava na Instituição
como pajem.
Também alicerçada teoricamente em fontes de informações bibliográficas,
apartir dos seguintes autores: Bowlby; Aranha; Chalita; Carvalho e Cuzin; Cramer;
Rizzo. Que contribuiram ricamente com a pesquisa.

Considerações finais

Considerando a análise da pesquisa de campo durante os cinco anos em que


eu trabalhei na função de pajem na antiga creche e reflexões a partir dos
referenciais e aulas do curso de psicopedagogia, pude perceber que muitas crianças
sofreram bastante para conseguirem se adapatar a nova realidade. Isto é, a conviver
com pessoas estranhas num ambiente totalmente diferente do que estavam até,
então, acostumadas. Houve crianças que ficaram doentes por não comer e nem
beber nada, exceto água, durante esse árduo período. Por passar quase o dia inteiro
aos prantos de choro e pedindo pela mãe. Na minha turma entrou uma menina com
dois anos de idade, filha única, que somente se relacionava com pessoas adultas.
Para ela o período adaptativo foi de quase dois meses, onde chorava
incansavelmente e bebia somente água. Seu rosto resplandecia a sua aflição, e o
desespero a consumia a cada dia, até que ficou doente. Todavia, mesmo assim,

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continuou frequentando a creche onde o medicamento era administrado pelas
profissionais da instituição.
Cenas que até hoje me emociona ao lembrar. Também houve relatos de
alguns pais que foram obrigados a tirarem os filhos da instituição porque estavam
ficando traumatizadas de tal forma, que entravam em desespero só de passar perto
aos finais de semana em que a creche encontrava fechada.
O rompimento temporário dos laços afetivos das mães ou pessoas que eram
apegadas fazia com que muitos infantis mudassem de comportamento, às vezes
tornavam mais sensíveis e/ou agressivas. Atitudes percebidas tanto pelos pais como
pelas “tias” da creche. Profissionais que apesar de serem más remuneradas e de
não terem capacitação adequadas para trabalhar com crianças na época, eram na
sua maioria pessoas dedicadas que desempenhavam seus trabalhos com
responsabilidades e muito carinho com os rebentos, pessoas essas dignas de muito
respeito. Algumas continuam até hoje exercendo o mesmo trabalho na chamada
nova creche
Portanto, diante desses relatos acima mencionados se percebe a importância
da atuação do psicopedagogo com mediador desse maravilhoso trabalho na
educação Infantil em todos os âmbitos de aprendizagem, referente ao
relacionamento interpessoal e intrapessoal entre os profissionail da instituição. Que
tem o papel de oferecer apóio e segurança as crianças nesse período juntamente
com orientações aos pais. Trabalha de forma preventiva ou terapêutica através de
uma equipe multidisciplinar após uma análise de todos os aspectos implicadores
para um diagnóstico coerente, que vai além do espaço escolar, a fim de amenizar os
sofrimentos causados pelo o rompimento do lado afetivo e social inesperado aos
rebentos nessa fase de adaptação.
O psicopedagogo é um profissional que trabalhava com uma visão holística
partindo da queixa problemática, que não fica meramenta limitado as paredes de
uma escola ou as necessidades físicas de uma criança. Mas, o que abrange as suas
outras dimensões: como o afetivo e social que deve ser igualmente contemplado, já
que somos um todo.
Acredito que tanto naquela época, como hoje o trabalho de um
psicopedagogo competente numa instituição infantil é capaz de contribuir de forma
satifatória e eficaz para diminir os sofrimentos dos rebentos, decorrentes dessa fase

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adaptativa que pode acarretar desequilíbrio para a vida adulta, de maneira a
contribuir significadamente para o equilibrio harmônico entre todos os aspectos da
vida. Assim, constituir uma sociedade mais justa com uma educação de qualidade
desde infância.

Referências

ARANHA, Maria Lúcia A. R. Desenvolvimento infantil na creche. São Paulo – SP,


1998.

BOWLBY, John. Formação e rompimento dos laços afetivos. São Paulo - SP:
Martins Fontes, 1982.

BOWLBY, John. Perda: Tristeza e Depressão. 2ª Ed. São Paulo-SP: Martins Fontes,
1998.

CARVALHO; CUZIN. A Psicopedagogia Institucional e sua atuação no Mercado


de Trabalho. Campinas –SP:Fe/Unicamp, 2008.

CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. 4ª Ed. São Paulo: Editora
Gente, edição revista e atualizada, 2004.

CRAMER, Sônia. A política do pré-escolar no Brasil: a arte do disfarce. 7ª. ed.


São Paulo: Cortez, 2003.

RIZZO, Gilda. Creche: organização, currículo, montagem e funcionamento. 3ª Ed.


Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

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