Massabni, Vânia Galindo. O construtivismo na prática de professores de
ciências: realidade ou utopia? Ciência e Cognição, vol. 10, março de 2007, publicação on line: <http://www.cienciaecognicao.org> Massabni é formada em Ciência Biológicas, especialista em Educação Ambiental, mestre em Ensino de Ciências e Doutorada em Educação Escolar (UNESP). Foi professora na escola básica e atua em Licenciatura na ESALQ-USP, investigando a prática docente.
RESENHA: O CONSTRUTIVISMO NA PRÁTICA DE PROFESSORES DE
CIÊNCIAS: REALIDADE OU UTOPIA?
O artigo científico: O Construtivismo na prática de professores de ciências,
realidade ou utopia? Encontra-se dividido em quatro capítulos. O primeiro capítulo, introdução encontra-se subdivido em três: o construtivo apresentado aos professores; histórico das idéias construtivistas na educação brasileira e o construtivismo pedagógico. O capítulo dois: metodologia não apresenta subdivisões. Já o capítulo três: resultados e discussão têm duas subdivisões: caracterização das atividades: há um construtivismo na prática docente? E prática construtivista versus elementos construtivistas na prática. No capítulo quatro é apresentada a conclusão. O artigo tem como foco principal o construtivismo na sala de aula, a autora realiza uma pesquisa com professores de ciências (5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental) de quatro escolas de uma cidade do interior de São Paulo, sendo três estaduais e uma municipal. A autora começa seu artigo apresentando o construtivismo aos professores, mostrando que mesmo que a palavra não apareça muito já ouviram as seguintes afirmações: “é preciso auxiliar o aluno a construir conhecimentos”, “o professor deve ser mediador ou facilitador da aprendizagem”, “o limite do aluno deve ser respeitado” e tais afirmações remetem a uma orientação construtivista. Mas é preciso que se tenha atenção, pois um construtivismo desconhecido em sua fundamentação teórica pode gerar práticas excludentes, isto é o inverso do que se propõe nos objetivos propostos pelo construtivismo. O construtivismo começou a sua história no Brasil por volta de 1980 e foi muito divulgado em livros e revistas, com a edição especial da revista Educacional e Realidade, n. 19, de 1994 e a Nova Escola, dirigida aos professores da escola básica. Também na década de 1990, após a promulgação da LDB em 1996, foram apresentados os Parâmetros Curriculares nacionais, cuja palavra de ordem é “construir conhecimentos”, mostrando assim que o construtivismo é um referencial teórico presente e fundamental para se compreender o ensino no Brasil atualmente. A autora no tópico 1.3 que fala sobre o construtivismo pedagógico faz uma crítica, pois diz que seus fundamentos teóricos são diversificados e confusos, pois partem de uma mistura de teorias: as de Piaget, Viygotsky, Wallon, Susubel, Gardner, Glasersfeld, entre outras. Ela destaca que o aspecto positivo está na valorização da ação do aluno como construtor de seu conhecimento e tira do professor da posição de detentor soberano do saber. Na metodologia a autora descreve como foi realizada sua pesquisa, os critérios que foram usados para avaliar cada aula observada, deixou também claro o anonimato e o conhecimento tanto dos professores quanto dos alunos da pesquisa. No resultado e discussão, a autora descreve as aulas de quatro professores, fazendo um comparativo com o construtivismo. Nos seus resultados ela deixa claro que os professores fazem misturas do construtivismo com o ensino tradicional. Deixa claro também que os professores fazem uso do construtivismo sem saber, e que o construtivismo na prática não condiz com a prática imaginada pelo construtivismo pedagógica. Com a pesquisa pode-se perceber, ao acompanhar os professores que o Construtivismo é um pressuposto teórico válido, mas não para ser colocado em prática o tempo todo na sala de aula, eles buscam inserir o construtivismo em atividades escolares realizadas sem grandes percalços, sem grandes inovações ou descobertas por parte dos alunos. Na sua conclusão a autora deixa claro que os professores tentam colocar o construtivismo em prática, mas ainda existe uma mescla de atividade construtivista com tradicionais, o que está longe do construtivismo pedagógico, esperado pelos autores. Esse artigo é muito importante para todos os professores que estão buscando conquistar o aluno dentro da sala de aula, é com este artigo que os professores perceberão que as aulas construtivistas estão longe das sonhadas pelos autores. É um desafio difícil, mas importante que se busque um aluno que seja capaz de aprender de uma maneira que faça o aluno refletir sobre o que esta sendo pensado e não tenha que somente decorar para se tornar um cidadão consciente de suas atitudes e responsabilidades.