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1 - Introdução ao VoIP
O mercado de telecomunicações brasileiro, representado pelo sistema Telebrás até 1998, sofreu
grandes mudanças com a privatização. A abertura do setor de telecomunicações trouxe novas
perspectivas para operadoras locais e internacionais, que formaram consórcios e compraram
licenças da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), para atuar nas regiões brasileiras
por meio de leilões.
Essa iniciativa trouxe grande perspectiva de crescimento para a telefonia fixa brasileira, que
ganhou características de mercado competitivo, principalmente com a obrigatoriedade da
presença de empresas-espelho em todas as regiões, evitando a volta de um mercado
monopolista. Chegou a Intelig para competir com a Embratel na longa distância; a Vésper com a
Telefônica, em São Paulo; a GVT com a Brasil Telecom, na região que compreende o Sul,
Centro-Oeste e parte do Norte do País e a Vésper com a Telemar, em parte das regiões Sudeste,
Nordeste e Norte do Brasil.
A melhoria de performance das conexões de Internet e das redes em geral, trouxe a viabilidade
da convergência para dados, voz, fax, imagem, vídeo, todos trafegando por uma mídia comum.
Dessa forma, o uso de voz sobre protocolo de Internet (VoIP) despontou como uma alternativa
interessante para a implementação de uma série de novos serviços a preços competitivos. Mas
para isso houve a necessidade de mudança da tecnologia utilizada em redes telefônicas.
Até então, era utilizada a comutação por circuitos, técnica de alocação do meio em que todos os
recursos necessários em todos os subsistemas de telecomunicação (que conectam origem e
destino) são reservados durante o tempo de duração da conexão. É o tipo de comutação
tradicionalmente usado em sistemas com alto índice de utilização como o de telefonia.
Devido às limitações do modelo anterior para a troca de dados, foi desenvolvida uma técnica em
que os dados a serem transferidos são divididos em uma sucessão de segmentos, os chamados
pacotes, que fluem por uma rede onde os circuitos ou canais são comuns a todos os dispositivos
conectados. Ela é projetada para sistemas com baixo fator de utilização, em que os recursos são
aplicados apenas por pequenos espaços de tempo. Atualmente essa técnica é muito empregada
para a comunicação entre computadores, incluindo a transmissão de voz e imagem.
Pode-se definir convergência como a utilização do mesmo meio para transmissão de mais de um
tipo de fluxo de informação. Ou seja, na mesma rede onde são trafegados dados, trafega voz, o
que se traduz na chamada Voz sobre IP ou simplesmente VoIP (Voice over Internet Protocol ou,
traduzindo, Voz Sobre o Protocolo da Internet).
Surgimento do VoIP
O conceito de VoIP nasceu da junção de duas vertentes: uma partiu do mundo das redes
públicas de telecom, com digitalização do tráfego entre centrais telefônicas; a outra é oriunda do
mundo da Internet, para reduzir custos em telefonia de longa distância. Assim surgiu a
normalização de VoIP atual. Essa tecnologia permite unificar dois mundos – telefonia e dados –
em uma só rede convergente. Aqui, o tráfego telefônico é levado para as redes de dados.
As companhias telefônicas transportam boa parte de seu tráfego de voz por VoIP. A idéia básica
é estabelecer uma conexão IP entre dois "terminais", cada um com seu IP e/ou identificação
própria, e trocar pacotes de dados em tempo real com a informação de áudio, de forma
bidirecional.
O resultado final é muito similar ao de uma ligação telefônica comum. Para que isso seja
possível, são realizados entre os terminais dois tipos de conexão. Um para o tráfego de voz
(normalmente utilizando UDP-IP) e outro para o controle desse processo (em geral em TCP-IP).
Os protocolos de controle mais utilizados são o SIP, mais identificado com a Internet, uma
tendência mundial; e o H.323, um protocolo com o perfil de telefonia pública. Podem existir
regulamentações específicas para o uso desses protocolos em cada país. Quem usou algum
daqueles softwares de vídeo conferência, ou de mensagens instantâneas com áudio, utilizou
algum tipo de VoIP.
- O tempo reduzido de propagação dos dados entre os terminais (se esse tempo for maior que
alguns décimos de segundo, temos uma sensação de desconforto pelo atraso da voz entre os
terminais)
- A estabilidade das redes envolvidas – a falta de estabilidade pode gerar falhas no áudio ou
perda das ligações
Como VoIP é muito relacionado com software, os terminais podem assumir formas diferentes,
como por exemplo:
*IP Phone:* aparelho de telefone de aparência comum, mas com o hardware e o software
necessários embutidos, e uma interface RJ45 para rede Ethernet. Assume um IP na rede interna
e precisa ser configurado cuidadosamente. É um equipamento dedicado, simples de usar como
um telefone e estável. Sua desvantagem é o preço e por vezes equipamentos diferentes não se
conectam bem entre si, não muito flexíveis.
*SoftPhone:* software que roda em um PC comum, fazendo uso de seus recursos de multimídia
para tratar o áudio. Algumas soluções utilizam também um equipamento adicional, parecido com
um telefone, conectado a alguma interface do PC (normalmente USB) para evitar problemas de
performance de áudio ou processamento do PC. É mais barato, mais flexível, pode ter mais
features. Porém, como roda em um PC compartilhando processamento, é mais suscetível a
falhas, travamentos e perda de performance.
Cenário atual
A tecnologia VoIP foi desenvolvida ao longo da década de 90. Hoje, devido aos acessos de
banda larga domésticos, não só no Brasil, mas também em outros países do mundo, esse novo
meio de comunicação está se expandido entre os usuários domésticos. O grande forte dessa
tecnologia é a redução de custos que pode ser atingida por uma empresa de telecomunicações ou
até mesmo por companhias de outros ramos de atividade que precisam interligar seus escritórios
espalhados geograficamente.
Mas VoIP não é necessariamente a escolha ideal para todas as empresas. Antes de adotar a
solução, é necessário analisar diversos fatores. Costuma-se recomendar esse caminho para uma
organização que esteja procurando um novo sistema de comunicações, ou que queira reformar o
escritório, ou abrir uma subsidiária. Nesses casos, o VoIP pode ser realmente uma boa
alternativa.
Benefícios do sistema
Outra vantagem proporcionada pela tecnologia VoIP é a integração com as tecnologias wireless
da organização para facilitar a mobilidade dos usuários dentro de uma instalação empresarial ou
para conectar os sistemas de telefonia de vários edifícios. Além disso, ainda há a escalabilidade
dos sistemas ou a fácil integração com aplicações de terceiros.
Assim que começou a se popularizar, o VoIP foi entendido como um "inimigo" das empresas de
telefonia tradicionais, principalmente das de longa distância. Essas operadoras previram a queda
de suas receitas em função da tecnologia mais barata. Mas, em seguida, perceberam que essa
tecnologia é, na verdade, um novo produto a ser explorado. Além das vantagens relativas aos
custos, há ainda a questão do constante aumento de qualidade. Existem casos em que a
qualidade sonora do VoIP supera a de uma ligação telefônica convencional.
Atualmente, a tecnologia VoIP não se limita às empresas. Graças ao programa Skype, criado por
Niklas Zennström (o idealizador do software de música KaZaA), o uso de Voz sobre IP
estendeu-se também a usuários domésticos. Isso é um sinal evidente de que o VoIP pode se
tornar um dos fenômenos da Internet, assim como é o e-mail. Certamente, assistiremos uma
grande mudança na forma como utilizamos o telefone.
Nesse caso, trata-se da tecnologia conhecida como WiMAX, que nada mais é do que um acesso
à Internet sem fio por banda larga. Ela permite a transmissão de dados por longas distâncias e
está estrategicamente posicionada para suportar aplicativos que exigem avançada qualidade de
serviço, como telefonia por Internet, ou VoIP.
2 - Detalhamento da VoIP
VoIP ou Voz sobre IP é um conjunto de tecnologias que usam a Internet ou redes do IP privadas
para a comunicação de voz, substituindo ou complementando os sistemas de telefonia
convencionais. A Anatel não regulamenta as tecnologias, mas sim os serviços de
telecomunicações que delas se utilizam. A comunicação de voz utilizando computadores
conectados à Internet - uma das aplicações do VoIP - é considerada Serviço de Valor Adicionado,
não exigindo autorização da Anatel.
Na prática, o VoIP faz com que as redes de telefonia se misturem às redes de dados, de tal forma
que torna possível fazer uma ligação para telefones convencionais por meio de computador,
usando um microfone, caixas ou fones de som e um software apropriado, no caso dos usuários
domésticos.
A tecnologia VoIP também tem sido aplicada nos PABX (Private Automatic Branch Exchange), os
conhecidos sistemas de ramais telefônicos. Dessa forma, muitas empresas estão deixando de
gastar com centrais telefônicas ao substituí-las por sistemas VoIP.
Para que a transmissão de voz seja possível, o VoIP captura a voz, até então transmitida de
forma analógica, e a transforma em pacotes de dados, que podem ser enviados por qualquer rede
TCP/IP (Transport Control Protocol/Internet Protocol). Assim, é possível trabalhar com esses
pacotes pela Internet. Quando o destino recebe os pacotes, estes são recodificados em sinais
analógicos e transmitidos a um meio no qual seja possível ouvir o som.
Em seu primeiro estágio, a tecnologia VoIP podia ser entendida como uma conversação
telefônica entre dois usuários de uma rede privada, usando conversão de voz para dados,
exclusivamente em redes corporativas. Mais tarde, essa tecnologia chegou ao seguinte conceito:
uma conversação telefônica entre um usuário de Internet e um usuário da telefonia convencional,
sem necessidade de acesso simultâneo.
Padrões de mercado
Apesar de ganhar destaque recentemente, o VoIP não é uma tecnologia nova. Ela já era
trabalhada antes mesmo da popularização da Internet e chegou a ser considerada um fracasso
pelo fato de a velocidade de transmissão de dados ser baixa naquela época, impedindo-a de se
tornar funcional na maioria das redes. Como a tecnologia de banda larga avançou, essa deixou de
ser uma barreira.
Apesar dos vários padrões de VoIP, praticamente todas as empresas adotaram o protocolo RTP
(Real Time Protocol), para fazer com que os pacotes sejam recebidos conforme a ordem de envio.
O RTP organiza os dados, de forma que seja possível sua transmissão em tempo real. Caso
algum pacote chegue atrasado, o RTP causa uma interpolação entre o intervalo deixado pelo
pacote e esse não é entregue.
Por exemplo, imagine que para transmitir a palavra informática seja usado um pacote por letra.
Se o pacote da letra “o” se atrasar, é melhor que o destinatário receba “infrmática” do que
“infrmaticao”. O atraso de pacotes pode ocorrer porque esses podem seguir caminhos diferentes
para chegar ao destino. Isso não é um problema ao transmitir um arquivo, pois os pacotes são
encaixados no destinatário. Mas com voz e vídeo, em tempo real, isso não poderia acontecer.
Tal fato deixa claro que o RTP é um recurso muito útil em aplicações que envolvem som e vídeo.
Devido a essa característica, seu funcionamento é atrelado a outro protocolo, o RTCP (Real Time
Control Protocol). Ele é responsável pela compressão dos pacotes dos dados e também atua no
seu monitoramento. Por ainda serem necessárias melhorias, a IETF (Internet Engineering Task
Force), entidade responsável pelo RTP e pelo RTCP, sugeriu a aplicação do protocolo RSVP
(Resource Reservation Protocol), que tem como principal função alocar parte da banda disponível
para a transmissão de voz.
Mais qualidade
Imaginemos uma empresa que deseja interligar sua matriz a uma de suas filiais e que para isso
sejam necessários 30 canais de conversação disponíveis. Assim, cada canal de conversação
utilizaria um padrão específico, o codec G711A, requisitando uma banda de 64Kbps por canal.
Dessa forma, usando ou não as 30 linhas, terão de ser mantidos disponíveis 2Mbps (esse é o
padrão E1 da telefonia convencional para 30 canais) para tal serviço.
Agora, se utilizarmos a tecnologia VoIP, pode ser empregado outro codec, o G.729, por exemplo,
que precisa de, no máximo, 32kbps para transmitir o fluxo de voz e o cabeçalho IP em cada
pacote, dispondo do dobro de canais de conversação e utilizando a mesma banda de 2Mbps.
Outra vantagem é que a rede IP não é uma rede comutada por circuitos e sim por pacotes,
descartando a necessidade de manter o meio dedicado para a conversação, e permitindo que o
tráfego IP possa fluir livremente, como acontece na Internet.
Nesse último aspecto, o G.711 é considerado excelente. Todos esses codecs são recomendados
pela entidade ITU-T (International Telecommunications Union – Telecommunications
standardization sector) e geralmente trabalham em conjunto com outro protocolo: o CRTP
(Compressed Real-Time Protocol), responsável por melhorar a compressão de pacotes e assim
dar mais qualidade ao VoIP.
Para que seja possível a interligação das redes telefônicas convencionais com o VoIP,
geralmente usa-se um equipamento denominado Gateway. Ele é responsável por fazer a
conversão do sinal analógico em digital e vice-versa, além de fazer a conversão para os sinais
das chamadas telefônicas. Existe ainda o Gateway Controller (ou Call Agent), responsável por
controlar as chamadas feitas pelo Gateway. Para as ligações em longa distância, são utilizados
equipamentos conhecidos por Gatekeeper. Eles gerenciam uma série de outros equipamentos e
podem autorizar chamadas, fazer controle da largura de banda utilizada. Enfim, em linhas gerais,
ele pode ser entendido como uma central telefônica para VoIP.
VoIP e telefonia IP
É muito comum o VoIP ser confundido com telefonia IP. Ambos são diferentes: a telefonia IP é
uma espécie de versão evoluída do VoIP. Na verdade, para um serviço ser caracterizado como
telefonia IP, é necessário que tenha, no mínimo, funcionalidades e qualidade equivalentes à
telefonia convencional.
A tecnologia VoIP, basicamente, converte sinal de voz (analógico) para o formato digital,
utilizando tanto a infra-estrutura de dados, quanto a infra-estrutura analógica. A telefonia IP, por
sua vez, também faz uso de aparelhos telefônicos específicos e utiliza de maneira efetiva as
redes computacionais (como a Internet). Tais dispositivos, geralmente, são sofisticados o
suficiente para a transmissão de voz em tempo real e com qualidade que muitas vezes supera a
da telefonia convencional.
O fato mais interessante é que a telefonia IP consegue essa eficiência sem necessitar de centrais
telefônicas e ainda pode apresentar integração com outros serviços de dados, como vídeo e
e-mail. O sucesso da implementação da telefonia IP ocorre na maioria dos casos devido ao baixo
preço pago nos serviços de ligação de longa distância e por causa das novas funcionalidades
para a telefonia, aumentando a produtividade dos funcionários.
Os PABXs IP estão presentes nas empresas desde o início dos anos 80 com pouca evolução das
funcionalidades e é anterior à rede de dados e ao microcomputador PC. Depois de tantos anos de
estabilidade, entretanto, a maioria dos fabricantes e vendedores de PABXs está introduzindo uma
radical mudança em sua arquitetura, provocada pela ascensão do VoIP.
Essa nova tecnologia está redefinindo a arquitetura de um PABX. Muito dos componentes são
distribuídos ao longo da rede IP para transmitir informações de voz e controle da ligação.
• Controlador de processo: é um servidor que executa uma aplicação num sistema operacional
padrão (Microsoft, UNIX ou Linux). Existe um grande benefício em utilizar um hardware e um
software comercial, permitindo uma grande redução nos custos de desenvolvimento e de
fabricação;
• Os dispositivos de ponta: são os telefones IPs que se conectam diretamente na rede IP, em vez
de interligarem-se nos cartões de interfaces dedicadas dos módulos. Esses equipamentos
necessitam de um endereço IP e podem ser atualizados (firmware) por meio de um servidor TFTP
com novas funcionalidades. Diferente do PABX tradicional, dois telefones IPs conversam
diretamente, sem utilizar recursos do servidor;
• Gateways: são interfaces ou equipamentos que convertem a sinalização e o canal de voz para a
rede IP, fazendo a integração com a rede STFC e para permitir utilizar os telefones analógicos ou
digitais existentes, reduzindo os custos da migração para a nova arquitetura;
• Módulos de interconexão: eles operam por meio da rede IP. Vai haver uma degradação na
qualidade da voz se acontecer algum congestionamento ao longo do trajeto dos dados,
normalmente no link WAN.
Desvantagens do VoIP
Como a Internet é uma rede sem gerência, os usuários da telefonia IP via Internet podem ficar
sujeitos a algumas eventualidades que podem até mesmo comprometer toda a conversação.
Todavia, se a telefonia IP é usada em uma rede privada dedicada, a qualidade final da voz,
garantindo qualidade a esse serviço, é a mesma da telefonia convencional.
Ainda assim, é preciso conhecer um pouco mais as características do tráfego de voz para
entender os problemas que podem surgir na utilização do VoIP, tais como:
• Atraso ou Delay: Este problema ocorre devido ao tempo despendido para a chegada de um
pacote que pode gerar eco quando o tempo de ida e de volta do pacote for maior que 50ms. Esse
problema pode ser corrigido utilizando-se mecanismos de cancelamento de eco. Outro problema é
a sobreposição de sinal, uma espécie de linha cruzada que ocorre quando a demora for de mais
de 250ms. Além dos problemas da rede, existem outras fontes de atraso, como a digitalização e a
codificação da voz.
• Perda de pacotes: as redes IP não podem assegurar que todos os pacotes serão entregues,
muito menos na ordem correta de envio. Alguns pacotes podem ser perdidos durantes as
transmissões quando a rede estiver congestionada. A tecnologia VoIP possui maneiras de
minimizar esse problema, porém, perdas de pacote maiores que 10% geralmente não são
toleradas.
A comunicação de voz por meio de transmissão de dados por redes de computadores pode
sofrer de falta de privacidade. Trata-se de um novo tipo de monitoração, diferente do tradicional
grampo. Tendo acesso a um segmento de rede por onde o tráfego de voz é transmitido, seria
possível capturar os pacotes e praticamente “gravar” a conversação realizada. O mesmo processo
é ou seria usado para monitoração de outros tipos de tráfego como e-mails e acessos à Web.
É importante dizer que mecanismos existentes no VoIP, por si só, não garantem a
confidencialidade das informações. Alguns usuários possuem a falsa sensação de que teriam uma
comunicação segura pelo simples fato de utilizar um telefone IP. Não é verdade. Já existem
programas disponíveis livremente na Internet que capturam e remontam chamadas telefônicas
realizadas por VoIP, demonstrando apenas a “ponta do iceberg” em produtos e mecanismos
existentes. Esse quadro muda sensivelmente com a adoção de criptografia. A voz, nesse caso, é
tratada como um pacote de dados e pode ser criptografada, utilizando tecnologias de alto nível de
segurança.
Muito ainda está por vir e o cenário mundial está em constante mudança no que diz respeito ao
VoIP. O importante é que profissionais e usuários de tecnologia precisam ficar atentos aos
impactos que podem ser causados tanto na vida profissional, quanto na pessoal.
3 - Oferta de serviços
O que está por trás dessa convicção é a certeza de que, para reduzir custos e tornar as equipes
mais produtivas, a rede ideal precisa oferecer comunicações combinadas de dados e voz sobre
uma única plataforma integrada, construída com tecnologia de pacote (IP). Nesse contexto,
ganham destaque o Voz sobre IP (VoIP), que consiste em trafegar voz e dados por meio da rede
de pacotes no protocolo IP, e a telefonia IP, que, apesar de ser confundida com VoIP, não é uma
tecnologia de transporte, mas sim um padrão de transmissão, em que a voz trafega pela rede de
dados (intranet e/ou Internet), utilizando recursos de telefonia.
Para se ter uma idéia desse mercado, no terceiro trimestre de 2002, em comparação com o
mesmo período do ano anterior, os lançamentos de PBXs tradicionais caíram 3,5%, enquanto os
de PBX IP subiram 40%. Os resultados mostram que os fabricantes estão conseguindo convencer
seus usuários, principalmente nos Estados Unidos e no Canadá, a migrarem para novos sistemas
convergentes. Essas soluções vão muito além da redução dos custos com ligações internacionais,
pois permitem aos empregados contar com novas aplicações, como de colaboração e mensagens
unificadas, para trabalhar mais e melhor.
Entre as muitas possibilidades de arquitetura e de serviços que podem ser agregados a sistemas
de VoIP, temos:
Operadoras em cena
Com as companhias telefônicas adotando os protocolos da Internet, a união dos telefones com
televisões, computadores e quaisquer outros dispositivos digitais se tornará mais fácil. O sucesso
dos serviços VoIP depende da proliferação das conexões de banda larga nos domicílios. Na
Coréia do Sul e no Japão, onde mais de dois terços da população tem acesso à banda larga, o
VoIP se espalha como epidemia.
A vantagem mais tangível dessa revolução na indústria telefônica global, que vale US$ 1 trilhão,
é a redução radical no custo de um telefonema. Mas existe um limite no lucro que se pode tirar de
telefonemas mais baratos. Por esse motivo, muitos especialistas esperam que as empresas
ofereçam outros serviços pelo VoIP para aumentar seus lucros.
VoIP e mobilidade
A produtividade proporcionada pelo VoIP é impulsionada principalmente por aquela que é uma
das primeiras conquistas da adoção das soluções IP: a mobilidade, possível a partir da união
entre plataformas multisserviço e softswitches. Cada um cumpre o seu papel: as plataformas
multisserviço, que saem dos fabricantes cada vez mais aperfeiçoadas, permitem concentrar em
uma única infra-estrutura todo o tráfego de telecomunicações, tanto para oferta de serviços de voz
quanto de dados. Já os softswitches respondem pelo gerenciamento e separação do tráfego de
voz e dados que, geralmente, são feitos pelo PABX.
Essa união de tecnologias abre caminhos para a integração de outros dispositivos à rede, como
handhelds e laptops, telefones fixos e celulares. Mas o mais adotado dos dispositivos é o telefone
IP, que se conecta diretamente a uma rede IP, promovendo a independência dos ramais.
Com todas essas funcionalidades, na prática, recados de voz, por exemplo, podem ser
digitalizados e enviados para o e-mail de quem não atendeu a uma determinada chamada. A
partir daí, o recado pode ser lido remotamente pelo destinatário, que acessa seu ramal por meio
de um dispositivo móvel.
É por isso que os maiores interessados em VoIP e telefonia IP são as grandes companhias, que
precisam garantir a conexão de equipes presentes nas mais distantes localidades. O VoIP pode
proporcionar não somente as rotas mais econômicas, mas também a integração de voz e dados e
a programação, a distância, de roteadores. A integração de ambientes, por exemplo, vai servir
para tornar a videoconferência uma forma de comunicação utilizada de maneira mais ampla e
com maior freqüência e a programação de roteadores facilita o gerenciamento dos equipamentos
em áreas remotas.
De olho no filão
Muitos players entrarão nesse mercado, oferecendo serviços de Voz sobre IP. A qualidade do
serviço e a tarifa praticada serão diferenciais para atrair e conquistar o cliente. Afinal, ninguém
quer pagar, mesmo que poucos centavos, por algo que não funciona bem quando é preciso.
Alguns ITSPs (Internet Telephone Service Providers) são revendedores das operadoras e nem
sempre possuem as melhores tarifas. Assim, sempre que possível, é recomendável contratar
serviços de VoIP diretamente das operadoras que possuem a infra-estrutura de telefonia IP, pois,
em geral, elas podem oferecer as melhores tarifas e estão mais comprometidas com a qualidade
do serviço.
Existem grandes fabricantes nesse segmento, como Ericsson, Nortel, Alcatel, Philips Telecom,
Cisco e Avaya, principalmente no desenvolvimento de plataformas e terminais inteligentes,
próprios para redes IP. A Cisco, por exemplo, aposta nos mercados de tecnologias emergentes,
entre elas telefonia IP, que devem ser responsáveis pela nova onda de produtividade.
A 3Com oferece redes fáceis de interagir com aplicativos. E a Avaya quer ir além do
relacionamento com grandes corporações, lançando soluções para pequenas e médias empresas,
como o IP Office, um sistema convergente, e o MultiVantage, um aplicativo de voz com base em
padrões abertos e que roda em diferentes ambientes operacionais.
Companhias como Brasil Telecom, Embratel, Telefônica e Telemar estão atentas à tecnologia de
Voz sobre IP e oferecem esses serviços para grandes clientes corporativos. Enquanto as grandes
operadoras não apresentam aos consumidores serviços com essa tecnologia, concorrentes
menores apostam na Voz sobre IP para conquistar clientes. É o caso da Primeira Escolha,
operadora que atua na mesma região do País que a Telefônica. Assim como a Primeira Escolha,
as operadoras estão oferecendo um serviço que se trata de um telefone especial ligado à Internet,
que pode fazer ligações para qualquer pessoa, não só para aquelas que estão conectadas à rede
mundial. Ele permite que se converse com pessoas até na China, ao custo de uma ligação local.
Esse telefone não usa linha comum, como a de uma operadora convencional. Ele funciona com a
conexão da Internet. E só. Uma vez conectado à rede mundial de computadores, o aparelho
funciona como um telefone comum.
A vantagem é que ele pode ser usado de qualquer lugar do mundo. Por exemplo, quem tem um
telefone desses em São Paulo, pode levá-lo para a Bahia e usá-lo de lá, como se ainda estivesse
em São Paulo. Quem ligar, não precisará digitar nenhum código especial, só o número. Também
não vai pagar interurbano. E o contrário também acontece. Ou seja, você pode ligar para qualquer
pessoa que estiver na capital paulista, como se não tivesse saído da cidade. E pagando o mesmo
preço de uma ligação local. Para isso, é só ligar o telefone Internet.
Nesse modelo, é possível ter mais de uma linha dentro do mesmo telefone. Dá para contratar
uma linha no Rio de Janeiro, para ligar para quem mora lá, e uma outra linha em Nova York, para
conversar com os contatos de trabalho. Ele funcionará como os cartões pré-pagos dos celulares.
Você compra créditos que vão sendo debitados na medida em que telefona. O telefone poderá ser
comprado ou alugado, dependendo do interesse do cliente.
A tecnologia oferece hoje várias opções para o mercado. Uma delas é o Soft-Phone, programa
que simula um telefone em seu computador, como também faz o Skype. Esse tipo de serviço,
embora bastante flexível, exige um computador para ser utilizado. É, portanto, mais focado no
mercado doméstico e em executivos que se deslocam muito.
O IP-Phone, por sua vez, é mais prático. É um aparelho telefônico com todos os programas
instalados internamente. Basta configurá-los uma única vez e ligar o aparelho a uma rede com
acesso Internet. Embora mais prático do que o Soft-Phone ou o Skype, ainda não é uma solução
voltada ao mercado corporativo. Os equipamentos mais adequados ao ambiente de trabalho são
os gateways, capazes de serem conectados diretamente ao PABX, com total transparência ao
usuário final – onde ele mesmo pode gerenciar o serviço.
Uma das alternativas mais conhecidas atualmente é o Skype (www.skype.com). Ele permite
conversar de graça com outras pessoas que usam esse programa, funcionando com um
computador com acesso à Internet de banda larga, microfone, fone de ouvido e um software que
pode ser copiado gratuitamente pela Web. Existem mais de 23 milhões de usuários cadastrados.
Uma versão nacional do Skype é o Voxfone (www.voxfone.com.br). Ele funciona de uma forma
bastante parecida com o do concorrente, e as chamadas para telefones comuns são cobradas.
Mas oferece como vantagem o suporte técnico em português. Nos dois casos, microfone e fone
de ouvido são itens essenciais para usar o computador como telefone.
O crescimento da banda larga – oferecida no mercado via ADSL, cabo ou wireless (conexão sem
fio) – tem possibilitado o início da convergência de serviços de transmissão de dados para a
Internet. Já temos computadores em rede, rádios transmitindo pela Internet e agora, Voz sobre IP.
Está cada vez mais próxima a idéia de ter uma única conexão para receber telefonia, Internet,
televisão, rádio e tudo o mais que sair da imaginação dos fornecedores. Futuramente, no lugar de
contratar os serviços de uma TV a cabo com um pacote pronto, será possível assinar a BBC
diretamente da Inglaterra ou a TV local jamaicana, tudo via Internet, sem precisar contratar uma
operadora específica de TV a cabo.
Para isso, basta ter uma conexão Internet. A partir daí, todos os seus equipamentos – TV,
telefone e, quem sabe, até o forno de microondas, estarão conectados nesse único fluxo de
dados. É o fim das barreiras para a contratação de serviços.
Várias empresas com filiais espalhadas por cidades distantes e que têm necessidade de se
comunicar com freqüência já utilizam canais de VoIP para suas conexões internas, reduzindo
muito seus custos operacionais.
A onda mundial de hot-spots Wi-Fi para conexões sem fio à Internet também impulsiona muito
esse mercado, pois telefones celulares já começam a sair das fábricas com suporte a essas redes
sem fio.
Mas ainda há um longo caminho a ser trilhado. As operadoras começam a enxergar seus lucros
caindo no futuro e estão se mobilizando para não perderem espaço no mercado. Dessa forma, o
esforço se dá no sentido de impor limitações de quantidade de KBytes transferidos, limitando os
serviços que podem ser utilizados nessas conexões de banda larga, já visando uma maneira de
compensar suas perdas com essa convergência.
Assim como não existe diferença entre um e-mail local e um internacional, o sistema de telefonia
tradicional passa por uma transformação que objetiva o rompimento das fronteiras (local, DDD e
DDI). Alguns fabricantes produzem equipamentos multiplataforma, capazes de funcionar em
Wi-Fi, WiMAX e GSM. Trata-se de uma via só de ida – não há como retroceder.
Imagine um aparelho que, conectado a um cabo telefônico comum, atua como um telefone fixo.
Quando você sair de casa e fizer uma ligação, ele tentará achar um hotspot, uma rede Wi-Fi de
grande potência para se conectar à Internet e falar por VoIP. Se não conseguir a rede Wi-Fi, de
forma rápida e transparente para o usuário, uma rede GSM pode completar a ligação.
Ao chegar ao seu escritório você poderá ligá-lo à Internet para usá-lo com VoIP ou até mesmo
como um handset. O VoIP traz a expectativa de iniciar uma nova era em que dados, som e
imagem serão acessíveis todo o tempo.
As siglas Wi-Fi, WiMAX, 802.11, Bluetooh e 3G são algumas das principais na área de redes sem
fio que têm tornado real o sonho de oferecer um acesso público universal, tanto em lugares de
grande população quanto em áreas remotas, integrando serviços e baixando custos.
Podemos imaginar pessoas andando de ônibus com seus laptops e navegando na Internet,
pessoas falando com outras em palms integrados com Wi-Fi por meio de VoIP (Voz sobre IP) e
sistemas inteligentes sem fio como máquinas de Coca-Cola com rede sem fio, podendo informar
diretamente à empresa quando seu estoque de produtos está precisando de reposição.
Nesse cenário, entra em cena o telefone via Wi-Fi, utilizando o protocolo de Voz sobre IP (VoIP).
Empresas de telefonia estão começando a se preocupar com essa possibilidade, em que
usuários, ligados a redes sem fio, poderão conversar livremente com pessoas por aparelhos
telefônicos Wi-Fi, sem necessidade de pagar por minuto de conversação ou utilizar uma
operadora telefônica para realizar suas chamadas nacionais ou internacionais.
Isso também será possível pela tecnologia WiMAX, padrão de conexão sem fio com alta
performance, capaz de cobrir uma área muito grande com uma qualidade excelente e alta
velocidade. Conhecido como um padrão wireless 802.16, WiMAX é uma extensão das redes Wi-Fi
(redes sem fio), que permite cobrir áreas de até 50 quilômetros de distância com acesso à Internet
sem fio, em velocidade de até 74 Mbps. É própria para áreas metropolitanas, pela performance e
disponibilidade. Outras vantagens são a flexibilidade e a velocidade de instalação.
O padrão 802.16 (WiMAX) tem qualidade de serviço para a transmissão de voz e vídeo, os quais
requerem redes de baixa latência. Estão previstas a garantia de banda e a criptografia no padrão
802.16, o que permite transmissões seguras e procedimentos de autenticação, tudo de que o
VoIP precisa para ser 100% funcional.
Como funciona?
Na tecnologia de redes sem fio, todos os dados trafegam por ondas de rádio em freqüências
consideradas não licenciadas, ou seja, não há regulamentação para seu uso, o que dispensa a
necessidade de licenças para operar nessas faixas de freqüência. As freqüências utilizadas hoje
pelos equipamentos Wi-Fi são as de banda 2,4GHz e 5GHz, sendo a primeira uma banda
utilizada por muitos dispositivos móveis, como telefones sem fio e microondas, tornando-a, assim,
sujeita a uma série de interferências.
O sistema é relativamente simples. Basta ter uma rede em casa ou na empresa, com um hub e
cabos que saem dele conectando-se às placas de rede das máquinas da rede. Ao eliminar os
cabos, a rede continua sendo desenhada logicamente igual, com hubs, roteadores e placas de
rede para todas as máquinas, porém sem a necessidade de fios. A rede funciona da mesma
maneira que sua antiga rede Ethernet via cabo, apenas o meio de transmissão entre os
computadores muda de “com fio” para “sem fio”. Qual é a vantagem de criar redes com fio hoje?
Alguns dos pontos a serem considerados:
- *Performance* – As redes sem fio alcançam velocidades de até 54Mbps (megabits por
segundo), muito abaixo das velocidades atingidas pelas redes com fios, que já superam a casa do
1Gbps (gigabit por segundo). Porém, para 99% das aplicações de Internet e troca de arquivos, a
velocidade de 54Mbps é muito acima do necessário – se levarmos em conta que essa velocidade
é quase mil vezes maior que uma conexão discada de 56Kbps.
- *Alcance* – A mobilidade tem seu preço. Um hub sem fio pode atender a computadores em um
raio aproximado de 50 metros dentro de um escritório e 150 metros em um espaço aberto e ideal
(um campo aberto, sem obstáculos).
O grande problema são os obstáculos que podem existir dentro de um escritório e que podem
depreciar muito o sinal, como portas e paredes corta-fogo, água e interferência de equipamentos
eletrônicos. Apesar disso tudo, em muitos casos, a tecnologia sem fio ainda é uma ótima solução
para dar mobilidade e flexibilidade a sua rede, eliminando a necessidade de cabeamento ao
mudar um micro de um ponto para outro.
Segurança é um ponto bastante sensível das redes sem fio. Imagine as ondas de rádio do hub
wireless de sua empresa navegando para fora de seu escritório, podendo ser capturadas por
qualquer um que tenha uma placa de acesso sem fio. Essa pessoa poderia entrar na sua rede
facilmente e roubar todas as suas informações, já que, ao contrário das redes com fio, não é mais
necessário estar conectado à rede física (cabos) para ter acesso e não é possível conter os sinais
de rádio para que não saiam da sua sala.
Nesse ponto, a rede sem fio evoluiu bastante. Em todos os sistemas é possível utilizar um
protocolo criptografado (WEP), o que torna os dados ininteligíveis para pessoas que não
estiverem devidamente autorizadas a entrar em sua rede. Porém, não há 100% de confiança.
Assim como a rede de dados baseada em cabeamento, a segurança não provém da estrutura de
cabos, e sim da organização de sua rede interna – servidores, firewalls e máquinas de usuários.
No entanto, é essencial que uma análise cuidadosa seja feita em sua empresa para que se possa
avaliar a real necessidade de uma rede sem fio. Os custos podem ser baixos, mas, dependendo
da estrutura física do seu escritório, pode ser bem mais trabalhoso do que parece e necessitar de
mais equipamentos do que um simples hub. Pode ser necessário colocar repetidores em
determinados pontos ou até mais hubs para conseguir cobrir toda a área da empresa.
Uma das maiores vantagens das redes sem fio provavelmente é a redução quase que total da
manutenção de sua rede. Após montada e configurada, a necessidade de manutenção é quase
nula. Não é preciso refazer pontos, cabos ou conectores – apenas reposicionar, quando
imprescindível, uma antena.
TV e Voz sobre IP
O que se conhece hoje como serviço de voz é apenas uma pequena parte do que será colocado
à disposição do assinante em facilidades. A identificação de quem está chamando poderá ser
vista na tela da TV enquanto o usuário assiste ao futebol ou na tela do PC, se ele estiver
navegando na Internet e desviadas automaticamente para qualquer ponto da casa ou do planeta
para ser atendida, com o mesmo custo de uma chamada local. E tudo isso poderá ser feito com o
uso de um telefone mais inteligente, ou da combinação com o computador, ou mesmo da
continuidade do velho aparelho telefônico.
Somente com o avanço da Internet banda larga nas residências é que foi possível estruturar
novos negócios baseados em voz sobre Internet. Como os serviços residenciais de banda larga
contemplam acessos com velocidade iguais ou superiores a 128 kbps, aquela capacidade antes
restrita às redes corporativas, chegou também ao usuário doméstico.
Nesse aspecto, ficam evidentes a enorme vantagem competitiva e a importância estratégica das
operações de TV a cabo. Com sua capacidade de banda quase inesgotável e enorme
capilaridade, atingido 10 milhões de residências no Brasil, e já com quase 300 mil assinantes de
banda larga, as operações de TV a cabo têm grande potencial e representam uma oportunidade
única de emergir com uma posição de destaque no novo cenário de telefonia proporcionado pela
Voz sobre IP.
A evolução das redes de TV a cabo permite que os operadores ofereçam produtos não
concorrentes entre si. No caso das redes de telefonia, a oferta de serviços avançados de voz
(VoIP) sobre ADSL estaria canibalizando o produto principal que é voz convencional. De toda
forma, os operadores de telefonia esperam evoluir sua infra-estrutura para oferta de produtos de
vídeo.
Apesar de as empresas de TV a cabo não terem recursos financeiros em abundância suficiente
para oferecer uma solução de serviço de VoIP, não faltam operadoras de telefonia interessadas
em aproveitar todo o investimento já realizado em rede de acesso em banda larga, para
concorrerem com as empresas que atuam em determinada região. Com a proliferação de
sistemas proprietários de baixo custo, principalmente de PABX IP, qualquer empresa que tenha
duas unidades conectadas à Internet pode investir nesses equipamentos e experimentar reduções
expressivas de custos de telefonia, mesmo com a possível queda de qualidade.
5 - Regulamentação
Os serviços de telecomunicações brasileiros são regidos pela LGT – Lei Geral das
Telecomunicações –, criada em 1998, quando o sistema foi privatizado. As características
predominantes do setor de telecomunicações, até a década de 90, eram baseadas em
monopólios, forte integração vertical e uso de tecnologias proprietárias. Com o surgimento de
tecnologias abertas concorrentes, evolução dos microprocessadores e desregulamentação, as
estratégias de negócios até então adotadas começaram a dar espaço a um mercado em que o
privilegiado deve ser o usuário final.
Nos países em que a tecnologia de VoIP chegou em larga escala, a tendência ainda caminha
pela não-regulamentação. O grande receio dos reguladores é interferir no desenvolvimento de
uma tecnologia potencialmente vantajosa para os usuários e para o mercado, ao impor regras
cuja necessidade não se mostra clara e cujos benefícios são incertos.
Algumas das razões que costumam ser apontadas para a regulamentação dizem respeito à
padronização de serviços ao usuário e à proteção ao consumidor, que deseja ter acesso a um
serviço similar ao telefone tradicional. Os usuários devem ser alertados de que o VoIP necessita
de energia elétrica para funcionar e os provedores da solução devem oferecer telefones de
emergência.
Há, ainda, a questão do impacto nas tarifas e nas receitas das operadoras tradicionais que a
introdução de serviços VoIP pode ter – mesmo se considerarmos que as próprias operadoras,
pela sua posição privilegiada no fornecimento de acesso banda larga, devem manter uma posição
confortável no processo.
Não podemos esquecer de que uma boa parte da formação do preço praticado pelas operadoras
é fruto da própria regulação, que estabelece tarifas de interconexão com subsídios implícitos e
impõe tributos com vistas a promover a universalização. Ao que parece, mais do que as
operadoras tradicionais, o próprio modelo regulatório existente precisa ser adaptado à
disseminação de serviços baseados em VoIP.
O regulador não pode ignorar as inúmeras vantagens que a tecnologia IP traz aos usuários de
telefone (portabilidade, convergência, custo, entre outras). Mas também é função do regulador
proteger o modelo estabelecido pela legislação, fazendo com que novas tecnologias trabalhem
sempre em benefício de todos.
Como sempre, o regulador deve buscar o equilíbrio. Talvez quando o VoIP estiver
comprovadamente desequilibrando os agentes integrados ao modelo em vigor, o regulador deva
agir para redistribuir o ônus que a legislação impôs aos que prestam serviço telefônico, de modo a
não criar nenhuma desvantagem competitiva. A atuação (ou omissão) desbalanceada do
regulador, em prejuízo de agentes regulados relevantes, pode resultar em um elevado grau de
resistência de tais agentes, podendo, até mesmo, causar um atraso indesejado na implementação
da nova tecnologia.
Logicamente, o fornecimento do serviço de voz, pelo uso de redes IP, ora sob o manto da
concessão/autorização de STFC, ora sob o da autorização do SCM, deve observar as obrigações
regulatórias de cada serviço, além das restrições a eles impostas.
No caso das obrigações regulatórias, tais como qualidade, universalização, tarifas de
interconexão, configuração de área tarifária e plano de numeração, todos se lembram do STFC,
que é muito mais regrado. Mas no caso das restrições regulatórias, logo vêm em mente aquelas
que o SCM acabou por herdar do SLE (seu antecessor), entre outras, objeto de súmula da própria
Anatel. E é no enfrentamento de todos esses aspectos e restrições regulatórias que o VoIP teria
encontrado uma verdadeira barreira para se desenvolver satisfatoriamente.
Das duas licenças disponíveis, a primeira (STFC), de tão regulada e, portanto, onerosa, não teria
agradado os que estavam interessados em explorá-la. A segunda (SCM), de tão restritiva e
carente de regulamentação básica (numeração, remuneração etc), da mesma forma, não pôde
servir de alternativa eficaz aos interessados. A Lei Geral de Telecomunicações determina, em
muitas oportunidades, o dever da Anatel de fomentar a competição, criando, inclusive, os
mecanismos para que ela seja alcançada. Portanto, se tal incumbência vier a ser levada em
consideração pelo órgão regulador, uma solução haverá de ser proposta para o pleno
desenvolvimento do VoIP no Brasil.
Portanto, hoje não há qualquer restrição à utilização do VoIP pelos atuais prestadores do STFC e
do SCM. Entretanto, o que facilmente se conclui é que as obrigações e restrições regulatórias
impostas a cada um desses serviços não têm contribuído para o desenvolvimento pleno do VoIP
no País, o que caberá à Anatel resolver, nos termos da lei.
Tudo o que não é especificado em lei não está proibido. Valendo-se dessa afirmação, os
provedores de Internet, carriers e operadoras SLE estão oferecendo serviços de VoIP, localizados
em uma seara que não pertence a ninguém e ao mesmo tempo pertence a todos, uma vez que
não é regulamentado pela Anatel – o ponto central é a falta de fiscalização da qualidade dos
serviços e da competência para oferecê-los.
A Anatel alega que não regulamenta tecnologia, mas vem regulamentando serviços de
telecomunicações, entre eles, o Serviço de Comunicação Multimídia (SCM), no qual pode ser
usado o IP nas condições dispostas no regulamento do serviço. Uma dessas condições é a que o
SCM deve se distinguir do Serviço Telefônico Fixo Comutado. A agência conclui que há ainda
muito a ser estudado e desenvolvido em relação ao IP, especialmente quanto às padronizações e
ao funcionamento de redes.
Como o VoIP é considerado também um serviço de valor agregado, então pode ser embutido
como um serviço adicional ao de conexão dos provedores de Internet, sem a caracterização
principal dos serviços de voz. Essa caracterização abre uma brecha na lei e no mercado para que
os provedores de acesso à Internet ofereçam essas soluções de VoIP, embora não sejam
operadoras qualificadas no STFC. E nenhuma lei as impede de prover esse serviço, desde que
não seja definido como de voz e nem utilize a rede pública.
O problema da Anatel está na fiscalização dos serviços, pois ela pode punir tanto a má qualidade
de recursos, quanto as empresas que não possuírem licença para oferecer serviços de
telecomunicações, desde que haja pessoal para essa finalidade.
Embora todos os países enfrentem problemas de alocação de espectro, com serviços menos
nobres ocupando muita banda, no Brasil a Anatel está fazendo um trabalho avançado em relação
às tecnologias modernas sem fio como Wi-Fi e WiMAX. Assim que forem homologadas, haverá
empresas prontas para implementar a tecnologia, uma delas é a Neovia Telecomunicações.
Trata-se da primeira operadora de transmissão de dados a oferecer no mercado brasileiro
serviços baseados no padrão WiMAX, a tecnologia de acesso sem fio de última geração.
A empresa realizou testes com a tecnologia e aguarda a homologação dos equipamentos pela
Anatel para iniciar a implementação em sua rede. Os links que formam os anéis do backbone são
baseados em rádios de tecnologia SDH (Synchronous Digital Hierarchy, na sigla em inglês), da
empresa norueguesa Nera. Hoje, a rede possui 400 pontos de presença, dos quais cerca de 20%
estão preparados para receber infra-estrutura pré-WiMAX.
Em 2003, a Anatel fez um leilão de PMP (Ponto-Multiponto) e as bandas de 3,5 GHz e 10,5 GHz
foram adquiridas por seis empresas. Entre elas estão a Embratel, que ocupa 3,5 GHz no Brasil
inteiro; a Vant (19,9% da Brasil Telecom), com 3,5 GHz em 13 áreas e 10,5 GHz em quatro áreas;
DirectNet, (comprada pela Neovia) e a Iqara Telecom, com 3,5 GHz no Estado de São Paulo; a
Universal, com 10,5 GHz em algumas áreas dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais; a WKVE com 3,5 GHz em seis áreas dos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e
Bahia; o Grupo Sinos com 3,5 GHz na área metropolitana de Porto Alegre; e a Inforwave com
10,5 GHz na área metropolitana de Juiz de Fora (MG).
Essas empresas podem lançar a qualquer momento um serviço de pré-WiMAX no Brasil, desde
que os equipamentos estejam homologados na Anatel. Os fornecedores da tecnologia pré-WiMAX
são vários, como Alvarion, Aperto Networks, NextNet Wireless, Wi-LAN, Airspan Networks,
Redline Comm, entre outros. As empresas de telefonia fixa ou móvel que ainda não têm licença
nessas faixas podem adquirir “sobras” das licenças do referido leilão de PMP.
Banda de 3,5 GHz: Faixa de 3,5 GHz: Resolução no 309 (13/09/2002), abrangendo a faixa de
3400-3600MHz. Estabelece condições de uso da faixa para sistemas digitais serviço fixo
(aplicações ponto-multiponto). A autorização de uso dos blocos poderá ocorrer de forma individual
ou agregada. Admite o uso tecnologia FDD e TDD; segmentação em blocos 5MHz e 1,75MHz.
Essa faixa pode ser utilizada pelo WiMAX.
Banda de 10,5 GHz: Faixa de 10,5 GHz: Resolução no 307 (14/08/2002), abrangendo as faixas
10,15-10,30/10,50-10,65MHz. Estabelece condições de uso da faixa para sistemas do serviço fixo
(aplicações ponto-a-ponto e ponto-multiponto). A segmentação pode conter canalização e blocos:
42 canais (espaçamento 3,5MHz entre portadoras) e 16 blocos (7MHz largura).
Possibilidades de utilização
O VoIP entrega a voz digitalmente em pequenos pacotes de comunicação em vez dos
tradicionais protocolos de circuitos comutados presentes em sistemas de redes públicas das
operadoras de telefonia outorgadas por órgão competente. Existem três cenários possíveis para a
utilização de serviços VoIP:
• PC a PC
• PC a telefone
• Telefone a telefone
É claro que estamos aqui discorrendo sobre VoIP em estado puro, vale dizer, o estabelecimento
de conexão entre dois computadores conectados à Internet, com ausência de uma operadora
nesse processo. Os modelos telefone a telefone e PC a telefone podem, em determinadas
condições, serem passíveis de taxação pelas operadoras, de acordo com a configuração e as
condições de contratação de suas redes. Porém, o prestador de serviços VoIP, nesses casos,
recebe o tratamento de usuário de serviços de telecomunicações.
Resta esclarecer, portanto, que serviços VoIP têm sua natureza direcionada pelo teor do artigo
61 da LGT. Deve ainda ser ressaltado o parágrafo primeiro do referido artigo, que indica
categoricamente não se confundir com serviços de telecomunicações aqueles enquadrados como
de valor adicionado.
6 - Mercado
O mercado de Voz sobre IP tem se mostrado importante fonte de receitas para os fabricantes de
equipamentos de telecomunicações. De acordo com dados do instituto Synergy Research Group,
o mercado de VoIP voltado a corporações, incluindo telefones, hardware e software, cresceu 78%
em 2004 e pode representar até US$ 11 bilhões em vendas nos EUA até 2009.
A competição de preço nos chamados produtos corporativos VoIP, especialmente entre as três
grandes do setor nos Estados Unidos, que também são os maiores players do Brasil – Cisco,
Avaya e Nortel Networks – pode estar crescendo, estimulada por investimentos em tecnologia da
informação e pelas medidas para aproveitar o ciclo de substituição de equipamento nos sistemas
de telefonia.
No mundo, existem 5 milhões de pessoas que fazem suas ligações com esse recurso e mais de
mil companhias especializadas nesse serviço de telecomunicações. A maior delas, a americana
Vonage, da poderosa AT&T, tem 200 mil clientes. Só em 2004, a empresa contratou 44 mil novas
assinaturas. A marca de maior visibilidade desse novo mundo é a Skype, que se tornou um dos
ícones da telefonia VoIP no mundo da Internet. Possui mais de 13 milhões de usuários registrados
e 295 mil assinaram seu serviço SkypeOut – o serviço pago do Skype. Ele tem o objetivo de
converter 5% da sua base de serviço grátis para o SkypeOut.
No Brasil, o movimento é parecido. Há mais de uma dezena de empresas e uma das mais
recentes é a Taho, que pertence ao banqueiro Luiz Cezar Fernandes, criador do Pactual. A Taho
oferece acesso de alta velocidade à Internet no Rio de Janeiro e passou a vender, entre outros,
pacotes de telefonia por R$ 199,00, com o qual o usuário pode falar à vontade e fazer quantos
interurbanos desejar.
A empresa, que investiu cerca de US$ 13,5 milhões no lançamento da operação e em uma
campanha nacional de publicidade, pode se consolidar como a maior do País. Mas antes terá de
superar alguns concorrentes estabelecidos no mercado.
Algumas operadoras tradicionais querem manter-se atualizadas com a novidade e um destaque é
a GVT, com 2,6 mil contas de voz sobre IP, tanto corporativas quanto residenciais, conquistadas
em um período de menos de um ano.
A alternativa é oferecida em oito capitais e 60% dos seus clientes estão na Região Sul. A
estimativa é que 150 mil linhas sejam instaladas até o final de 2006, representando 20% de toda a
receita da empresa.
Entretanto, ainda não se sabe quanto espaço vai restar conforme agressivos e novos
competidores ganham mercado. As vendas de equipamentos VoIP da Cisco, por exemplo,
chegaram à marca de US$ 1 bilhão.
Impacto no mercado
As aplicações de voz deixaram de ser uma curiosidade com qualidade sofrível para se
transformarem em uma grande oportunidade de novos negócios. Se por um lado a tecnologia
possibilita a entrada de novas empresas nos negócios da telefonia, também ameaça os lucros de
empresas antigas e que até hoje vendem o serviço telefônico, cobrado pelos fatores tempo de uso
e distância.
Com a introdução da tecnologia VoIP, o usuário pode escolher o código DDD que mais lhe
convier, independentemente do local onde reside. Ao conectar seu aparelho em um acesso de
banda larga em qualquer lugar do mundo receberá suas chamadas locais sem pagar interurbanos
nacionais ou internacionais. Além disso, poderá gerenciar sua conta, ouvir as mensagens de sua
secretária eletrônica e programar a aceitação e desvios de chamada, tudo via web.
O desenvolvimento da tecnologia de VoIP ocorre em várias frentes. Inúmeros avanços foram
incorporados pelas empresas tradicionais de telefonia, principalmente na interligação entre
centrais, mas muito pouco disso é sentido pelo cliente final.
Há aquelas empresas que, mirando o mercado corporativo, desenvolvem soluções para
aplicações específicas e se valem das redes corporativas de seus clientes para conectar não só
os computadores, mas principalmente os telefones, em qualquer lugar do mundo. E elas falam
entre si sem pagar um centavo sequer.
Oportunidades crescentes
As empresas que oferecem serviço de banda larga para o mercado doméstico, mas estão fora do
negócio de voz, identificam uma oportunidade de abocanhar uma fatia considerável de clientes
das telefônicas tradicionais. E muitos clientes que são assediados por essas empresas mudam de
provedor pela sedução dos novos serviços e também por não agüentarem mais a arrogância do
monopólio.
Já as empresas de telefonia, que também oferecem banda larga, estão em uma encruzilhada. Ou
mantêm as ofertas atuais de serviços de voz, correndo o risco de ver seus clientes irem para a
concorrência, ou mudam radicalmente o modelo de negócio, que poderá fazer com que as
margens de lucro auferidas pela conjugação dos fatores tempo e distância caiam
vertiginosamente.
Afinal, quem quer pagar quase R$ 40 por mês somente para ter uma linha de telefone em casa?
A tendência é a migração maciça da telefonia convencional para o VoIP. É só cancelar a linha de
telefone e por alguns reais adquirir um kit VoIP, assinando um serviço de Internet e outro de VoIP.
O custo das ligações cai assustadoramente, o usuário liga para o mundo inteiro sem custos
adicionais e ainda tem Internet rápida.
Entendendo as transformações
Esses são exemplos concretos de uma nova sociedade da informação e mostram como os novos
produtos e serviços podem entrar na vida do cidadão comum. Consolida-se uma mudança
significativa na quantidade e na diversidade dos serviços de telecomunicações e de comunicação
social.
Um fator relevante para permitir essas transformações foi o aumento considerável de conteúdos
disponíveis em formato digital. Atualmente, quase todas as músicas, filmes de cinema, programas
televisivos e vídeo são produzidos e distribuídos em meios digitais como CD e DVD. Revistas e
jornais são produzidos em meios digitais antes de serem impressos.
No meio científico, todas as dissertações e os relatórios técnicos são gravados em meios
eletrônicos. Pode-se dizer que o aumento de conteúdos digitais disponíveis foi uma revolução
silenciosa e constante nos últimos 20 anos, atingindo quase a totalidade de formas e meios de
produção cultural e científica. A codificação digital das fontes de informações é um dos pilares do
fenômeno da convergência.
Esses fatores estão coerentes com uma reação lógica das empresas, no sentido de compensar
as turbulências percebidas no ambiente. Não se sabe ainda se essas estratégias estão sendo
colocadas em prática de forma competitiva, mas existe o risco de que essas ações em curso
possam consumir recursos excessivos, sem que adicionem valor às empresas.
Na prática, os serviços de telecomunicações continuam a ser ofertados a partir de um portfólio de
serviços em pacotes fixos, segmentados e pouco flexíveis às necessidades individualizadas de
cada consumidor. Existem evidências de que a questão não está na tecnologia disponível, mas
sim nos modelos de negócios das empresas.
7 - Aplicação
As três principais aplicações do VoIP podem ser feitas de telefone para telefone, de PC para
telefone e de telefone para PC. Para que a comunicação seja viável, é preciso implementar os
gateways de VoIP, que possuem placas de processamento de voz e têm como função estabelecer
a transição entre a Internet e a rede normal de telefonia comutada por circuitos (PSTN).
Tais gateways para telefonia IP aumentaram a economia e beneficiaram as características de
VoIP a qualquer um que tem um telefone conectado à rede normal de telefonia à comutação de
circuito (PSTN). Os gateways manipulam as transmissões vocais (ou do fax) da rede PSTN e as
convertem da rede para a comutação de pacotes (e vice-versa).
O início de uma sessão acontece da seguinte forma: suponha que o cliente A quer se comunicar
com o cliente remoto B que, como é muito distante, geralmente pertence a um outro PSTN. O
cliente A conecta-se ao gateway de VoIP interno e esse à sua própria rede local PSTN. Para que
sejam operados, de fato, os gateways são vistos pela PSTN como um número de telefone
simples.
O gateway exige a ligação com o número do telefone com o qual o cliente A quer se comunicar (o
mesmo que aconteceria se a ligação fosse feita de um telefone normal). Ao ser recebido tal
número, o gateway consultará várias tabelas a fim de localizar um outro gateway local de VoIP ao
cliente de B. De acordo com o gateway, ele tentará isso pelo telefone, para estabelecer o início de
uma sessão que chama B ao interior de sua PSTN. Assim que o início de uma sessão for
estabelecido, a voz viaja do meio A para o B, saindo de uma PSTN, entrando na Internet e
sucedendo de algum jeito a fim chegar à outra PSTN.
As comunicações de telefone para telefone demandam dois gateways do mesmo tipo, situados
bem distantes um do outro. Os chamados por VoIP levam vantagem nas comunicações entre
escritórios de uma mesma companhia que possua filiais remotas.
Qualidade em telefonia IP
O problema fundamental da troca de voz por uma rede como a Internet é que o gerenciamento
dos pacotes de protocolo IP envolve restaurar, ao final do caminho, a ordem em que foram
enviados. Se ocorrerem erros como várias transmissões simultâneas ou atrasos, esse processo
de reorganização dos pacotes pode tornar-se bem lento. Para aplicações clássicas, como o
e-mail, esse atraso não representa um problema, mas para aplicações telefônicas, onde a
interação em tempo real entre os usuários é fundamental, isso pode provocar uma significativa
degradação na qualidade da conversação.
Para garantir a qualidade de serviços para os usuários de VoIP, existe ainda uma dependência
da velocidade de acesso à Internet nos dois lados da comunicação, além do tráfego total na rede.
Existem duas características principais que determinam a qualidade de um telefone ligado à
Internet: a primeira característica é o tempo de latência. Tal grandeza mede o tamanho do atraso
desde o momento em que as palavras são pronunciadas de um lado até o momento que essas
são eficazmente ouvidas do outro.
Tecnologia em evolução
O protocolo TCP/IP, em princípio, não garante aos clientes a transmissão de um número certo
dos dados em um período de tempo preciso. Os desempenhos da rede podem flutuar de
momento em momento. Por vezes, os dados são transmitidos imediatamente, em outras atrasam
demais ou apenas não chegam completos.
Em muitos aspectos, os problemas que os planejadores têm são similares àqueles que foram
encontrados no planejamento das redes celulares digitais, onde não há garantias de que os dados
cheguem intactos. Conseqüentemente, os planejadores devem supor que os níveis abaixo do
esperado não são confiáveis, e tentam compensar esses erros eventuais com técnicas de
interpolação e correção.
Conseqüentemente, torna-se uma tarefa árdua predizer a qualidade de serviço que pode ser
esperada pelos usuários de uma transmissão de telefonia pela rede, mas, geralmente, essa
qualidade está correlacionada diretamente à largura de banda disponível para a conversação e
para o tráfego da rede.
Quase que a totalidade das companhias atuais fez suas redes com grande largura de banda.
Essas conexões de banda larga são capazes de garantir qualidade suficiente para que seja
oferecido o VoIP para longas distâncias.
Apesar de tudo, a qualidade no campo da telefonia via IP vem apresentando melhorias notáveis.
O protocolo RSVP, da Cisco, por exemplo, foi planejado para reservar uma parcela certa da
banda apenas para as aplicações que demandem respostas em tempo real, que é o caso do
VoIP. Cada roteador que suporta tal protocolo tem a habilidade de reconhecer perfeitamente a
prioridade nos pacotes que estão enfileirados, distinguindo entre os mais urgentes (pacotes
real-time) e os menos, agindo conseqüentemente.
Mas precisamos realmente de QOS na rede? Sim. Imagine uma rede IP onde trafegam vários
pacotes de diferentes serviços, como FTP, http, DNS, MP3, RDP e SMTP, em um link de
256Kbps. Um computador conectado à Internet consome em média de 8Kbps a 10Kbps (se não
estiver fazendo download). Já uma ligação VoIP consome em média 8Kbps de codificação,
utilizando codec (G.729) mais 16Kbps para o IP+RTP+UDP+Payload. Somando tudo,
encontramos 24Kbps em média por uma ligação VoIP.
Agora imagine nessa mesma rede 12 máquinas conectadas à Internet, com quatro ligações VoIP
simultâneas e um computador fazendo FTP. Teríamos o link saturado com toda a banda
praticamente consumida e as ligações VoIP seriam com certeza prejudicadas, porque não haveria
prioridade para os pacotes de VoIP na rede.
Ou seja, os pacotes de VoIP precisam sair da rede em tempo real sem atraso (ou com o mínimo
de atraso possível), mas se a rede não possuir prioridade, simplesmente os pacotes que
chegarem primeiro terão preferência. Os de VoIP esperariam outros pacotes que estivessem na
sua frente, disputando a banda disponível e teriam sua saída atrasada.
Na prática, a idéia é colocar tudo o que é sinalização ou pacote VoIP (no caso H323, SIP, RTP)
na frente de todos os outros pacotes saída/entrada de throughput, ou disponibilizar uma
quantidade específica de banda para os pacotes que possuírem preferência na rede.
Métodos QoS
Mecanismos básicos
Marcação: a classe de serviço de cada pacote é identificada por marcação de cada pacote. A
marcação no campo ToS do cabeçalho do pacote IP é o padrão mais utilizado hoje.
Policiamento: o tráfego excedente ao requisito de serviço pode ser descartado.
Enfileiramento: as filas são criadas para cada classe e a banda do enlace pode ser dividida para
cada fila.
Claro que devemos levar em consideração o tipo de acesso à conexão IP que temos – se o link
para a Internet é uma conexão ADSL, frame relay, Wi-Fi (wireless), pois existem grandes
diferenças para cada uma, principalmente de qualidade.
Quem são os pioneiros
Cientes de que a qualidade é um ponto ainda controverso nas soluções de VoIP, várias
companhias do ramo passaram a pesquisar soluções que garantissem a melhor qualidade
possível na comunicação por VoIP. É natural que isso fosse acontecer, afinal, se uma
organização (ou um conjunto de empresas) obtivesse os melhores resultados, certamente sairia
na frente na disputa por clientes. Essa situação fez com que surgisse uma série de soluções para
VoIP.
Outro projeto que mostrou bons resultados é o da Schincariol. A cervejaria, com sede em Itu, no
interior de São Paulo, desde 1989 conseguiu dobrar o número de fábricas e montar uma estrutura
de 20 centros de distribuição. Para apoiar todo esse crescimento, a cervejaria gerencia um
ambicioso projeto de integração das comunicações entre todas suas unidades e distribuidoras.
A revisão estrutural passa não só por mudanças de hardware e software, mas também de
comunicações, fundadas em um projeto de telefonia IP. Duas unidades, uma em Goiás e outra no
Maranhão, além da distribuidora de Recife, contam com telefonia IP. Nessas duas unidades,
percebe-se ganhos com a mobilidade trazida pela tecnologia.
A expectativa é que a tecnologia VoIP proporcione não só rotas mais econômicas, mas também
permita a integração de voz e dados e a programação remota de roteadores. A integração de
ambientes, por exemplo, vai servir para tornar a videoconferência uma forma de comunicação
utilizada de maneira mais ampla e com maior freqüência na empresa, enquanto a programação de
roteadores facilitará o gerenciamento desses equipamentos em áreas que estão muito distantes
da fábrica principal, em Itu.
Na USP, além da economia em ligações VoIP/VoIP, o sistema poderá reduzir os custos de outras
ligações, principalmente daquelas realizadas para São Paulo. Uma pessoa no campus de Bauru,
por exemplo, poderá realizar chamadas para toda a cidade de São Paulo ao custo de uma
chamada local, pois o sinal viaja pela rede até a central de distribuição, na Cidade Universitária.
Chegando à capital, a ligação é transposta para a rede normal de telefonia, dispensando os
serviços interurbanos.
Existe ainda um leque de vantagens no uso da tecnologia VoIP, que promoverá o acesso a
recursos não disponíveis no sistema normal. Uma delas é a possibilidade da realização de
audioconferências, permitindo a conexão de mais de duas linhas em uma mesma conversação.
Outro recurso é a transferência de chamadas, com a possibilidade de transferir as ligações de um
ramal da USP para um telefone digital em qualquer lugar do mundo.
Como acontece com toda nova tecnologia, o preço inicial do sistema é comparativamente acima
do que custaria a instalação do mesmo número de aparelhos convencionais. Por outro lado, o
investimento inicial permitirá que sejam acrescentados posteriormente até 10 mil outros ramais a
baixo custo. No caso das linhas analógicas, semelhante expansão demandaria mais recursos
destinados à infra-estrutura, como a aquisição de novas centrais. De qualquer forma, como a
tecnologia VoIP representa a tendência mundial da telefonia, ela tende a ficar cada vez mais
barata.
8 - Benefícios
O serviço de voz sobre IP pode trazer vários benefícios para o Brasil. Entre eles, a otimização dos
custos, com a convergência de voz e dados em uma só rede e a extensão da discagem DDD e
DDI para qualquer ramal virtual ou físico do PBX. Além da economia, a integração real de voz e
dados permite que as instituições possam investir em novas soluções internas, buscando o uso
intensivo de telefones IP, virtuais e integração de VoIP com ambientes Web, como SAC via
Internet.
A possibilidade de testar, dominar e evoluir uma tecnologia que deverá substituir a telefonia
tradicional em pouco tempo não é somente um desafio, mas uma necessidade para o futuro das
nossas telecomunicações. A adoção da tecnologia VoIP pelas operadoras em substituição à
telefonia tradicional será enormemente facilitada com a disseminação do uso, formação de
recursos humanos e domínio tecnológico do VoIP pelas universidades e centros de pesquisa.
Outras vantagens
Um engano comum sobre a telefonia IP é pensar que seu maior benefício é para chamadas de
longa distância de baixo custo. Apesar de as ligações de longa distância realmente promoverem o
uso da telefonia IP, as razões pelas quais as companhias são atraídas são principalmente a
facilidade de criação de serviços e a consolidação de suas redes.
A grande vantagem do VoIP sobre a rede telefônica pública comutada é a facilidade de adição de
novos serviços e funcionalidades, assim como a significativa diminuição dos custos de adoção e
de manutenção por parte das companhias telefônicas. Por exemplo, pode-se criar uma
videoconferência pela definição de como o fluxo de vídeo é codificado e decodificado. A segunda
vantagem para a telefonia IP é a consolidação das redes de dados.
Atualmente, companhias telefônicas mantêm duas redes, uma para voz e outra para dados.
Como redes de voz são quatro ou cinco vezes mais caras do que as redes de dados, o uso de
VoIP elimina a rede de voz, gerando grande redução de custos. Pode-se ainda prever a
integração de diversos serviços sobre o sistema telefônico, com o uso de tecnologias agregadas
como reconhecimento e síntese de voz. Por exemplo, é possível ouvir todos os e-mails recebidos
por um telefone convencional, por intermédio da síntese de voz e da transmissão sobre IP para
que esses e-mails cheguem por telefone.
Dessa forma, serviços como fax, Internet e outros podem ser acessados por telefones comuns.
Será possível também a unificação das três redes hoje existentes para manutenção do sistema
telefônico: a de transporte de voz, a de sinalização e a de gerência. Essas redes possuem hoje
infra-estruturas independentes e muitas vezes sobre redes físicas diferentes. Com o uso da
telefonia IP, unificam-se todas essas redes sobre a mesma infra-estrutura, sempre com o mesmo
protocolo de rede: o IP.
Um engano comum referente ao VoIP é a qualidade final de transmissão de voz. Se a rede
estiver sobrecarregada, podem ser inseridos atrasos que podem atrapalhar a qualidade final da
voz. Todavia, se a telefonia IP é usada em uma rede privada dedicada, a qualidade final de voz
está bem próxima do nível desejado pelos clientes.
Segundo a IDC (dados de 2004), apesar de 52% das companhias utilizarem VoIP, principalmente
para comunicação interna, 37% realizam ligações externas pelo sistema. De acordo com uma
pesquisa realizada com companhias da América Latina, 40% delas ainda têm como prioridade a
economia, mas 25% colocaram a flexibilidade em primeiro lugar, 22% a ordem corporativa e 11%
a acessibilidade da ferramenta.
Em 2004, a proporção entre companhias que usavam sistemas tradicionais de telefonia e as que
adotaram o VoIP era de 60% para mais de 20%, com cerca de 12% optando pela telefonia IP pura
e não soluções híbridas.
Segundo números da IDC, o mercado de telefonia IP na América Latina terminou o ano de 2004
com US$ 116 milhões, e apresentava altas tendências de crescimento até 2009. No Brasil, os
investimentos na tecnologia no primeiro semestre da 2004 tiveram crescimento de 100% em
relação a 2003. Do total de receitas do mercado de TI, 48% são destinadas a hardware.
Aproximadamente 11%, ou US$ 439 milhões, são destinados para equipamentos de rede que por
sua vez têm 5% para telefonia IP.
A previsão era a de que o mercado chegaria a US$ 450 milhões em 2007, mas a telefonia IP vai
representar uma porcentagem muito maior, com perspectivas de crescimento ano a ano de 22%
até 2008. Outro destaque é que, de todo o tráfego das operadoras, 120 bilhões de minutos são
tradicionais e 50 bilhões de dados empacotados, sendo que o ponto de inflexão, quando a
tradicional será ultrapassada, deveria ocorrer, segundo aquelas previsões, entre 2006 e 2007 no
resto do mundo e em 2010 no Brasil.
Se pensarmos que a voz vai passar a utilizar a rede de dados e que essas redes são
tradicionalmente menos seguras do que as de voz, podemos antever algumas desvantagens de
curto prazo que o tempo e a evolução tecnológica tenderão a resolver.
Se a informação não for criptografada, há riscos de segurança e de confidencialidade que
normalmente não existem em sistemas tradicionais. Os sistemas de telefonia IP são baseados em
servidores tradicionais com plataformas padronizadas, sujeitos aos mesmos tipos de ataques e
vulnerabilidades sofridas por qualquer servidor.
Portanto, projetar bem é fundamental. Tecnologias de autenticação forte, firewall, VPN, antivírus,
prevenção e detecção interna e externa de intrusos e filtragem de conteúdo são estratégias que
devem ser utilizadas para proteção da integridade das informações. Um grampo IP, em uma rede
sem segurança, é bastante fácil de ser feito, podendo qualquer sniffer, por exemplo, capturar e
gravar pacotes de voz. Mas uma vez implementado um sistema de segurança eficiente em IP, o
sistema com certeza será bastante seguro, mais seguro até do que a telefonia tradicional.
É necessário um conjunto de cuidados para que uma solução de telefonia IP seja adotada com
sucesso, como a infra-estrutura, que precisa ser previamente preparada com requisitos
fundamentais como a Qualidade de Serviço, de forma a ser dado tratamento preferencial a tráfego
de voz versus tráfego de dados. Também o acompanhamento da solução em termos de
segurança, com as atualizações do sistema operacional e versões de software das aplicações,
juntamente com um antivírus, são fatores essenciais ao bom funcionamento da solução.
Tudo isso, combinado com a escolha de um fornecedor/integrador experiente e especializado em
convergência de infra-estrutura e integração de voz sobre IP, permite a qualquer empresa uma
evolução natural da sua infra-estrutura. Se houver a manutenção de um número considerável de
extensões analógicas, o servidor fica subaproveitado e a organização não consegue usufruir de
todas as vantagens dos serviços de VoIP.
A caminho da massificação
Um dos fatores responsáveis pelos baixos investimentos em VoIP é a crise no setor de TI. A
menor capacidade de investimento das organizações obriga os empresários a fazerem análises
mais cuidadosas sobre o retorno do investimento nessa tecnologia. Além disso, a maneira como a
tecnologia foi inicialmente apresentada ao mercado poderá ter contribuído para adiar algumas
decisões, pois muitas empresas estavam convencidas de que teriam de substituir a totalidade dos
seus sistemas de voz e de reformular completamente as suas infra-estruturas de dados.
Para que VoIP e aplicações de telefonia IP sejam implementadas com sucesso, as redes IP têm
de oferecer confiabilidade. Esse problema está sendo endereçado por duas frentes: a primeira, na
fabricação de dispositivos IP preparados para uma operação ininterrupta; e a segunda, nos
projetos. Uma rede IP pode ser configurada com vários possíveis caminhos entre origem e
destino. Um projeto bem feito elimina pontos únicos de falha, aumentando muito a disponibilidade
da rede de dados e conseqüentemente suas aplicações.
Um bom exemplo disso é o PBX tradicional e suas aplicações atuais de alta confiabilidade.
Muitos desses sistemas operam dentro do que chamamos os cinco noves, ou 99,999% do tempo.
Empresas comumente têm problemas do tipo “o servidor está fora do ar”, “o link da Internet voou”,
“ERP está sem acesso”, mas normalmente o PBX está sempre funcionando.
Conclusão
O uso da Internet como meio de transporte de voz tem alguns casos de sucesso, principalmente
nas chamadas de longa distância. Hoje, o usuário que faz uma chamada desse tipo não consegue
identificar qual tecnologia está sendo usada, e nem mesmo qual o caminho que sua conversa está
seguindo.
Entretanto, nem todas as aplicações têm o mesmo resultado. O mercado corporativo, e mesmo o
residencial, ainda tem dificuldades para usar de forma generalizada esse tipo de tecnologia. Na
medida em que o mercado for demandando novos serviços por meio da Internet, a estrutura de
precificação desses serviços poderá ser aperfeiçoada de forma a definir o custo do acesso de
acordo com a aplicação do usuário.
Nesse novo contexto, tanto provedores quanto usuários terão oportunidade de usar a Internet
para as aplicações de telefonia IP (e para outras mídias) com custos um pouco superiores aos
atuais, porém com a qualidade de serviço adequada. E, para isso, é preciso vencer os diversos
desafios que a tecnologia VoIP enfrenta para passar do estágio atual de adoção para uma escala
de mercado maior, como a confiabilidade das soluções convergentes, segurança, custos
compatíveis, suporte técnico dos fabricantes e dos canais de comercialização e QoS na rede.