Sei sulla pagina 1di 106

Relatório

09
anual
Relatório

09
anual
índice

1 Carta do Presidente 04 2.4 Alertar Consciências 60


Iniciativas AMI 60
2 Relatório Narrativo Ano de 2009 08 Iniciativas Terceiros 64
Prémios e Distinções 66
2.1 As missões internacionais 12 Atribuídos 66
Recursos Humanos 13 Recebidos 67
Pedidos de Ajuda 15 Voluntariado 68
Missões Exploratórias e de Avaliação 16 Delegações e Núcleos 68
Missões de Emergência 16 Divulgação nas Escolas 69
Missões de Desenvolvimento 22 Socorrismo 69
Missões de Apoio a Iniciativas Locais 26 Responsabilidade Social Empresarial 70
Outros Projectos 35 Doação de Bens e Serviços 70
Parcerias com outras instituições 36 Parcerias em Projectos 71
Logística 37 Produtos Solidários 72

2.2 A Acção Social em Portugal 38 3 Relatório de Contas 2009 74


Evolução dos casos atendidos 38
População sem-abrigo 40 3.1 Origem e Utilização de Recursos 76
Imigrantes 42 Receitas 76
Porta Amiga – Serviços Comuns 42 Despesas 77
Abrigos Nocturnos 44
Equipas de Rua 47 3.2 Balanço 78
Apoio Domiciliário 48
Educação, Formação Profissional e Emprego 49 3.3 Demonstração dos Resultados 82
Projectos de Educação 49

Índice
Projectos Formativos 50 3.4 Parecer do Conselho Fiscal 96
Projectos de Inserção ou Reinserção na Vida 50
Activa 4 Perspectivas Futuras 98
Parcerias com outras instituições 54 3
5 Agradecimentos 102
2.3 Ambiente 58
Reciclagem de Radiografias 59
Recolha de Óleos Alimentares Usados 59
Reutilização de Consumíveis Informáticos 59
e Telemóveis
[ CA P ]
[ CA P ]
1 1
CARta
do Presidente

“ O ano de 2009 foi particularmente importante


para a Fundação AMI, ao completar 25 anos ao serviço
da Humanidade, com perseverança, humildade


e capacidade de fazer a diferença.

4
ami relatório anual ‘09
5

CAP .1 Carta do Presidente


[ CA P ]

Carta do Presidente
1
O ano de 2009 foi particularmente importante para – Indonésia, no Quénia e no Ruanda, continuámos
a Fundação AMI, ao completar 25 anos ao serviço da com o apoio a mais 24 projectos de ONG’s locais em
Humanidade, com perseverança, humildade e capaci- 12 países, e expandimos a Missão Aventura Solidária a
dade de fazer a diferença. dois novos destinos: o Brasil e a Guiné-Bissau.
Para celebrar a efeméride, a instituição promoveu Em Portugal, as consequências da crise econó-
várias iniciativas, das quais se destacam o Fórum Inter- mica, que se reflectiram num aumento considerável do
nacional “Encontro de Culturas – Ouvir para Integrar”, desemprego, fizeram-se sentir fortemente no aumento
realizado em parceria com a Fundación Academia Euro- dos pedidos de ajuda à AMI, verificando-se um acrés-
pea de Yuste, e o “Concerto Contra a Indiferença”, pro- cimo de 32% no número de pessoas que procuraram
tagonizado pela Orquestra Metropolitana de Lisboa. pela primeira vez os apoios sociais disponibilizados
Foi, no entanto, com um ano de intenso trabalho pela instituição. Por essa razão, a AMI, ciente das difi-
humanitário que a AMI melhor assinalou este 25.o Ani- culdades que se agravam nas camadas mais frágeis
versário, registando-se na área internacional, um total da sociedade, aposta numa solidariedade activa atra-
de 46 missões internacionais, em 24 países do Mundo, vés dos 12 equipamentos sociais (estando 2 em cons-
sendo de destacar a intervenção em alguns cenários trução em Almada e Ponta Delgada) espalhados pelo
de catástrofe, com a implementação de 5 missões de país desde 1994, destacando-se o Centro Porta Amiga
emergência, nomeadamente, no Zimbabué, de com- de Chelas, que comemorou o seu 10.0 aniversário em
bate ao surto de cólera, na Indonésia, de auxílio às víti- 2009 e o trabalho das Equipas de Rua, premiado com o
mas do terramoto na ilha de Sumatra, nas Filipinas, de terceiro lugar dos Prémios Hospital do Futuro. Inaugu-
apoio às vítimas dos tufões e em Cabo Verde, nas Ilhas rámos, ainda, a terceira Infoteca contra a Infoexclusão,
do Fogo e de S. Nicolau, 2 missões com equipas expa- desta vez no Centro Porta Amiga do Porto e sempre em
triadas, com o objectivo principal de travar uma epide- parceria com a FNAC, a HP, a Galileu e a Microsoft.
mia de dengue. Mantivemos, ainda, a nossa presença No que diz respeito à missão da AMI na área
6 em Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e ambiental, cujo objectivo primordial reside em pro-
República Democrática do Congo, onde continuámos mover as boas práticas ambientais das empresas, das
ami relatório anual ‘09

a desenvolver projectos vocacionados para a formação instituições e dos cidadãos, revelou-se mais uma vez,
de técnicos de saúde e de activistas comunitários, edu- bem sucedida.
cação para a saúde às populações, nutrição, além dos A 14.a edição da Campanha de Recolha de Radio-
cuidados médicos e de enfermagem ainda necessários. grafias permitiu recolher 59 toneladas de radiografias,
Definimos, ainda, o alargamento da nossa intervenção, um total de 1.153 toneladas desde 1996. A recolha de
através do financiamento a novos projectos de ONG’s óleos alimentares usados faz-se desde 2008 , tendo-
locais no Bangladesh, na Bolívia, no Burundi, na Papua -se angariado este ano perto de 40 toneladas, dando
assim o nosso contributo para a produção de alternati- colocou perante a necessidade de construir uma nova
vas ecológicas aos combustíveis fósseis e favorecendo, sede e, finalizado o processo do concurso público para
de alguma forma, a independência energética do país. elaboração do projecto do edifício, estamos prontos
Finalmente, e face à cada vez maior adesão da socie- para dar início à construção.
dade civil a este projecto, recolhemos 248.676 consu- Apesar do contexto de crise económica e finan-
míveis informáticos e 1.659 telemóveis, com a parti- ceira, a AMI conseguiu manter o nível global da sua
cipação, em 2009, de 6.000 entidades colectivas de actividade de anos anteriores, com rigor, prudência e
todos os sectores de actividade. Com estes três projec- sustentabilidade.
tos, angariámos um total de 144 mil euros. Assente na vontade de concretizar o sonho de alar-
É notável, também, o dinamismo da sociedade civil. gar ao mundo as fronteiras da solidariedade, a Funda-
Falo dos voluntários, nacionais e internacionais; falo ção AMI pretende continuar a lutar com tenacidade,
dos núcleos, pequenas organizações de voluntários uma equipa incansável e o apoio de muitos amigos,
em todo o território nacional, que promovem abnega- por uma Humanidade mais forte, mais bela, mais justa
damente a divulgação dos objectivos da AMI, de que e mais sustentável, de forma a permitir um futuro dife-
é exemplo o Núcleo de Lousada, que gere um centro rente e melhor para as próximas gerações e construir a
social com excelentes infra-estruturas e serviços; falo desejável paz no mundo.
também das empresas, nomeadamente, a Ibersol, que
promoveu, novamente, a campanha contra a fome no
mundo, a favor da AMI e do Programa Alimentar Mun-
dial, a SIBS, cuja parceria inclui a AMI num grupo res-
trito de entidades listadas numa nova operação mul-
tibanco destinada à angariação de fundos, o BES, que

CAP .1 Carta do Presidente


renovou a parceria na promoção dos estágios interna-
cionais nas missões da AMI e manteve o patrocínio ao
Prémio AMI – Jornalismo Contra a Indiferença, e de
muitas outras empresas, que se aliaram a nós na cons-
trução de um mundo mais justo.
A AMI reconhece que o mundo evolui a uma veloci-
dade estonteante e que é necessário encetar os esforços
necessários para acompanhar essa evolução, pelo que,
face ao enorme potencial das redes sociais enquanto
ferramentas de comunicação, decidimos, em 2009, 7
aderir ao Facebook, onde a Instituição conta já com
milhares de fãs, ao Twitter, e criar um blogue AMI.
Não me parece, por isso, demasiado realçar a extraor-
dinária actividade realizada por esta Fundação em 2009.
A alucinante evolução do mundo levou a AMI a um Fernando de La Vieter Ribeiro Nobre
rápido e forte crescimento nos últimos anos, que nos Presidente e Fundador da AMI
[ CA P ]
[ CA P ]
12
Relatório
Narrativo
Ano de 2009

“ Nestes 25 anos nunca abdicámos


do nosso ideal fundador: assistência médica
internacional humanista! Fizemos melhor!
Alargámos esse ideal a todo o planeta,
à Humanidade: “Por uma acção humanitária
global” é hoje a nossa preocupação,
8

o nosso lema.
ami relatório anual ‘09
9

CAP .1 Carta do Presidente


[ CA P ]

Missões Exploratórias e de Avaliação

Missões de Emergência

Missões de Desenvolvimento

Missões de Apoio a Iniciativas Locais

10
ami relatório anual ‘09
[ CA P ]

Relatório Narrativo do Ano de 2009


2

Nestes 25 anos não abdicámos nunca do nosso ideal fundador:


assistência médica internacional humanista! Fizemos melhor!
Alargámos esse ideal a todo o planeta, à Humanidade:
“Por uma acção humanitária global” é hoje a nossa preocupação,
o nosso lema.

Ao pilar inicial, a assistência médica


internacional humanitária, acrescentá-
mos outros três: a acção social, a inter-
venção na preservação do meio ambiente
e o alertar consciências.
12 Com estes quatros pilares, a nossa
“acção humanitária global”, pretendemos
ami relatório anual ‘09

na AMI, contribuir, com a nossa pequena


pedra, para a edificação de uma Humani-
dade mais forte, mais bela, mais sábia, mais
harmoniosa, mais ética, e mais justa. Ao fim
e ao cabo mais sustentável, ou seja, com
futuro para as próximas gerações.
2.1
As Missões Internacionais 50
Microprojectos nos últimos 8 anos

45
40
35
30
25
No ano em que comemorou 25 anos de Ajuda 20
15
Humanitária, a AMI efectuou um total de 46 missões 10
internacionais, em 24 países do Mundo. 5
0
Afeganistão (2) ∏ Angola ∏ Bangladesh (2) ∏ 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Bolívia ∏ Brasil (2) ∏ Burundi ∏ Cabo Verde (5)
∏ China ∏ Filipinas (2) ∏ Guiné-Bissau (3) ∏ Indoné- Microprojectos
sia (6) ∏ Líbano ∏ Libéria ∏ Malásia (2) ∏ Panamá ∏
Quénia (2) ∏ República Centro Africana ∏ República
Democrática do Congo ∏ Ruanda ∏ S. Tomé e Príncipe
∏ Senegal (2) ∏ Sri Lanka (3) ∏ Timor (3) ∏ Zimbabué Missões de Desenvolvimento

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


e Emergência nos últimos 8 anos
12
Em 2009, a AMI marcou presença em Cabo Verde, 10
Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e República Demo- 8
6
crática do Congo, em missões de desenvolvimento 4
com equipas expatriadas, promovendo projectos de 2
0
formação de técnicos locais, educação para a saúde e 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
para o desenvolvimento, assistência médica, nutrição
e reabilitação de infraestruturas. Desenvolvimento Emergência

Recursos Humanos

Em 2009, a AMI enviou para o terreno 159 expatria- • 1 técnico de laboratório


dos (mais 16% do que em 2008) em missão exploratória, • 2 dentistas
de emergência, de avaliação ou desenvolvimento, nome- • 1 fotojornalista
adamente: • 59 Aventureiros Solidários 13
• 24 enfermeiros (dos quais 8 estagiários de enfer- • 44 Supervisores em missão exploratória, de desen-
magem) volvimento ou de avaliação e de implementação
• 23 médicos (dos quais 11 estagiários de medicina) de projectos no terreno
• 3 nutricionistas
• 2 técnicos de desenvolvimento
[ CA P ]

Estágios AMI / BES


Total de consultas nas missões AMI em 2009

2 4ª Edição do Programa de Estágios


AMI/BES
Cabo Verde
(Emergência)
1229 Cabo Verde
(Enfermagem)
Em 2009, realizou-se pelo 4. ano consecutivo a
0 2861

parceria com o BES para envio de estagiários em mis-


são. Desta feita, foram enviados 9 estagiários, dos São Tomé
2858
quais 6 de medicina, 2 de enfermagem e 1 de nutri- Cabo Verde
(Medicina dentária)
ção para as 3 missões da AMI. Estes estagiários inte- 1478
graram as equipas da AMI no terreno graças ao patro- RD Congo
Zimbabué
cínio do BES. 1069
189
Guiné-Bissau
Os estagiários partiram para o terreno entre Agosto 2075
de 2009 e Janeiro de 2010, mais precisamente 2 enfer-
meiros para Cabo-Verde, 3 estudantes e finalistas de
medicina para a Guiné-Bissau e 3 estudantes e finalis- Foram ainda realizadas 150 acções de formação aos
tas de medicina e 1 nutricionista para São Tomé. técnicos de saúde locais, das quais beneficiaram 634
Uma vez mais, a sua presença permitiu o reforço das formandos, e 228 acções de sensibilização às popula-
actividades ao nível da formação de técnicos de saúde e ções locais, nas quais participaram 5802 pessoas.
das acções de sensibilização junto da população.
De referir que continua a verificar-se que antigos
Acções de formação e sensibilização
estagiários, quer pelo Programa BES, quer pelo Pro- nas missões em 2009
grama Regular de Estágios AMI, são factor preferencial 180

165
para possíveis partidas com a AMI em missão.
160

Durante o ano de 2009, as equipas médicas da AMI 140

no terreno efectuaram 11.759 consultas médicas. O grá- 120


fico seguinte indica o total de consultas por missão.
100

14 80
69

34
60
ami relatório anual ‘09

42

40
22

17

20
13
9
6

0
Cabo Cabo R.D.Congo Guiné- Zimbabué São
Verde Verde -Bissau Tomé
(São (Ilha do
Nicolau) Fogo)
Acções de Formação Acções de sensibilização
Pedidos de Ajuda

Os 87 novos pedidos de ajuda recebidos em 2009


provieram de 29 regiões do mundo, distribuídos da
seguinte forma:

ÁSIA 20 pedidos 5 países


ÁFRICA 56 pedidos 17 países
AMÉRICA 3 pedidos 2 países
MÉDIO ORIENTE 4 pedidos 1 país

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


EUROPA 4 pedidos 4 países

Pedidos de Ajuda por Região de Origem

60
56

50

40
28

30
20

20
11

10
4
4

3
2
2

0
África Ásia Médio América Europa 15
Oriente

Número de Pedidos Recebidos Número de Projectos Apresentados


[ CA P ]

Missões Exploratórias e de Avaliação

2 Durante o ano de 2009 efectuaram-se 14 missões


exploratórias e de avaliação, envolvendo a participação
de 11 profissionais expatriados, em 9 países:

Bangladesh ∏ Cabo Verde ∏ Filipinas ∏ Guiné-Bis-


sau (3) ∏ Indonésia (2) ∏ Libéria ∏ República Democrá- decidiu financiar, em Janeiro de 2009, a aquisição de
tica do Congo ∏ S. Tomé e Príncipe (2) ∏ Zimbabué (2) medicamentos no valor de €10.317,73.
Também já desde Agosto de 2008, o Zimbabué
estava a ser afectado por um surto de cólera que, até
Missões de Emergência 31 de Julho de 2009, provocou 4,288 mortes e atingiu
98,592 pessoas. A epidemia começou a propagar-se
O ano ficou marcado por várias catástrofes huma- muito rapidamente num sistema de saúde falido. O
nas. Segundo a lista anual das principais crises huma- colapso económico de longo prazo num país com uma
nitárias publicada pelos Médicos Sem Fronteiras desde taxa de inflação de 231 milhões% agravou ainda mais
1998, no ano de 2009, as crises de maior destaque as condições de vida locais.
foram o Leste da República Democrática do Congo, a Com o início da época das chuvas, que terminaria
Somália, o Afeganistão, o Iémen, o Sri Lanka, o Paquis- no final de Março, temia-se que as cheias pudessem
tão, o Darfur e ainda as crianças malnutridas, o insufi- aumentar a propagação do vibrião da cólera.
ciente financiamento para os tratamentos da Sida e a Face a este cenário, uma equipa composta por 2
falta de pesquisa e desenvolvimento (R&D) e a ausência elementos do Departamento Internacional da AMI par-
de tratamentos para doenças negligenciadas. tiu para o Zimbabué, com o objectivo de averiguar, in
De acordo com um conjunto de critérios analisa- loco, em que moldes se poderia realizar uma missão
dos (tipo, dimensão e localização da catástrofe, n. 0 de emergência.
de vítimas, ajuda internacional já atribuída, pedido de O projecto foi implementado em Fevereiro de 2009
ajuda das autoridades locais), a AMI ponderou caso a - altura em que se conseguiu autorização para entrar
caso o tipo de intervenção possível. no país - por uma equipa expatriada constituída por 1
Nos últimos dias do ano de 2008 e início de Janeiro médico e 2 enfermeiros e com o apoio financeiro da
16 de 2009, o povo palestiniano na Faixa de Gaza foi cooperação portuguesa.
vítima de uma incursão militar israelita, em que cerca Em Outubro de 2009, aproveitando a presença de
ami relatório anual ‘09

de 1400 palestinianos perderam a vida, e milhares de uma equipa da sede em missão de avaliação a micropro-
pessoas ficaram desalojadas. A Palestina foi também jectos na Indonésia, a AMI avançou com uma missão de
atingida por cortes de fontes de energia, impedimento emergência de apoio às vítimas do sismo na Ilha de Suma-
do acesso a medicamentos e alimentos e impedimento tra. Além de dois elementos da sede, a equipa foi constitu-
de acesso a assistência médica e ajuda humanitária. ída por 1 médico e 1 enfermeiro. Felizmente, neste caso, as
Face a este contexto, e em resposta a um pedido de autoridades indonésias reagiram prontamente, não tendo
ajuda da Delegação da Palestina em Portugal, a AMI sido necessária uma presença continuada no terreno.
Zimbabué
Gokwe (Apoio à situação crítica da saúde no Zim-
babué)
Este projecto, aliás a primeira intervenção da AMI
neste país, foi motivado pelo surto de cólera que atin-
giu o Zimbabué em Agosto de 2008 e se prolongou até
Abril de 2009. A partir de Dezembro, com o começo da
Também em Outubro, a AMI avançou com uma época das chuvas, a situação agravou-se. Entre Agosto
missão de emergência às Filipinas, na sequência dos de 2008 e Julho de 2009, foram registados 98.592
tufões de grande dimensão que atingiram o país (Ket- casos de cólera, dos quais 4.288 fatais, de acordo com
sana e Parma) no final de Setembro e início de Outubro, dados oficiais divulgados.
tendo afectado mais de 3,5 milhões de pessoas, desalo- Perante esta situação, foi traçada em Novembro de
jando 890 mil famílias e provocado mais de 2000 mor- 2008, a partir de Harare, uma estratégia que pretendia
tes. A AMI interveio em campos de deslocados na Pro- integrar os diversos organismos num esforço comum
víncia de Zambales, com dois elementos da sede e em de combate à cólera, tendo sido criado um Grupo de
estreita parceria com uma missão católica local. trabalho (Health Cluster), liderado pela Organiza-
Em Novembro, face ao surto de dengue que defla- ção Mundial de Saúde (OMS) em colaboração com o

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


grou em Cabo Verde, a AMI avançou com missões de Ministério da Saúde Zimbabueano e com o apoio das
emergência na Ilha do Fogo e na Ilha de São Nicolau, várias instituições presentes no terreno. O objectivo
tendo colocado no terreno 3 enfermeiros, 2 médicos era a criação de um plano operacional que permitisse
e 1 técnico de análises, além de 1 coordenadora de uma resposta coordenada e multissectorial às neces-
projecto. Os projectos foram financiados pela ECHO sidades da população afectada pela epidemia. Neste
(Direcção geral de Ajuda Humanitária da Comissão âmbito, foi instituído o “Cholera Control Command
Europeia) e pelo IPAD (na ilha do Fogo) e pela PT (na Center” cujo objectivo geral foi o de fortalecer a coor-
ilha de São Nicolau). denação na resposta nacional à epidemia. No entanto,
apesar deste esforço, a taxa de mortalidade atingiu os
Zimbabué ∏ Indonésia ∏ Filipinas ∏ Cabo Verde (2) 4% (chegando aos 20% e 30% em áreas mais remo-
tas) quando, de acordo com os parâmetros estabeleci-
dos pela OMS, não deveria exceder 1%.
Assim, em 2009, a AMI desenvolveu 5 missões de Face a este cenário, a AMI enviou uma equipa em
emergência, das quais 4 no último trimestre do ano, missão exploratória para o terreno, no final de 2008,
em 4 países. Em relação ao ano anterior, tal significa com o objectivo de fazer um levantamento de neces- 17
um aumento de 500%. sidades e verificar a pertinência e viabilidade de uma
intervenção directa da AMI ou de uma parceria com
organizações locais.
Verificou-se, através da observação e da infor-
mação recolhida junto das autoridades locais, que o
impacto da malnutrição, malária e de VIH/SIDA era
[ CA P ]

de grande amplitude, sendo potenciado e potenciando


o agravamento de situações de cólera. Durante a mis-

2 são exploratória recolheu-se ainda a informação junto


das autoridades de saúde, ao nível central, de que uma
intervenção de uma ONG estrangeira, com expatria-
dos da área médica só seria autorizada com o estabe-
lecimento de uma parceria local com uma organiza-
ção reconhecida pelo governo e já a actuar no terreno. Indonésia
Assim sendo, e conhecido o papel interventivo da Ilha de Sumatra (Terramoto)
Igreja Católica no país, a equipa da AMI estabeleceu No dia 30 de Setembro de 2009, às 17:16 locais, um
contactos com o Bispo de Harare. terramoto de magnitude 7.9, na escala de Ritcher, atingiu
Por ser considerada uma zona prioritária e a neces- a costa da ilha de Sumatra, na Indonésia. Um segundo
sitar de uma intervenção urgente, a equipa da AMI foi terramoto de magnitude 6.2 ocorreu às 17:38 locais.
convidada a visitar a região de Gokwe, que tem 572.000 Foram detectados 582 abalos nos dias subsequentes.
habitantes e missões católicas operantes em vários As áreas mais afectadas foram: a cidade costeira
hospitais e clínicas, enfrentando dificuldades finan- de Padang, capital de Sumatra Ocidental, a cidade
ceiras e falta de recursos. Após esta visita, delineou- de Pariaman e de Solok, assim como os Distritos de
se a implementação de uma Missão de Urgência em Padang Pariaman, Pesisir Selatan, Pasaman Barat,
estreita colaboração com aquela Instituição. Agam, Solok e Mentawai. Vivem nestes Distritos cerca
A situação geral em Gokwe era idêntica à descrita de 2,5 milhões de pessoas.
para o resto do país: crise generalizada e colapso dos Para além das 800 vítimas mortais, centenas de
serviços básicos de saúde e educação. pessoas ficaram debaixo dos escombros. Mais de 200
Esta região foi identificada pelo parceiro local como mil casas ficaram danificadas. A protecção civil repor-
prioritária face às previsões de avanço da epidemia de tou danos em mais de 3 mil salas de aulas, 49 pontes
cólera associada à já grave situação de malnutrição, e 81 mercados (OCHA 9 Out.). Em termos de infra-
malária e VIH/SIDA na região que conta com parcos estruturas de saúde, 363 edifícios, dos quais 29 hospi-
cuidados de saúde e escassez de fármacos devido à tais (incluindo o hospital de referência de Padang) fica-
dificuldade em os fazer chegar à região. ram destruídos (OMS 18 Out.).
Orçado em € 99.384 e co-financiado em 50% pelo Ocorreram inúmeros deslizamentos durante o ter-
18 Instituto Português de apoio ao Desenvolvimento ramoto e nos dias que se seguiram. Muitas aldeias fica-
(IPAD), o projecto definiu como objectivos reverter ram soterradas. As comunicações, o abastecimento de
ami relatório anual ‘09

o cenário de cólera, malnutrição e complicações por água e a electricidade ficaram afectados.


VIH/Sida junto da população – alvo e garantir a criação Várias estradas ficaram bloqueadas devido aos con-
de condições para a estabilização do estado de saúde tínuos deslizamentos de terra.
da mesma. Uma equipa técnica de 2 elementos do Departamento
Internacional encontrava-se na Ilha das Flores, Indoné-
sia, na avaliação dos 4 projectos que a AMI financia na
Ilha, quando ocorreu o terramoto na Ilha de Sumatra.
tiveram danos menores. A missão da AMI terminou no
dia 17 de Outubro com o retorno da capacidade do pes-
soal local de saúde para fazer face à emergência, apesar
da dimensão dos estragos materiais. Dias depois ini-
ciou-se a fase de reconstrução e reabilitação para a qual
as autoridades indonésias contaram com a participação
de várias organizações especializadas.
No dia 1, foi decidido que a equipa seguiria para A acção da AMI decorreu desde o primeiro
Padang a fim de fazer a avaliação de necessidades e momento em estreita colaboração, quer com as auto-
ponderar o envio de uma equipa médica. ridades locais, quer com a OCHA, quer com outros
A equipa chegou a Padang no dia 3, tendo reunido parceiros locais no terreno, nomeadamente a coope-
com as várias estruturas de coordenação (OCHA, Gabi- ração espanhola.
nete das Nações Unidas para a Coordenação da Ajuda O montante alocado a esta missão correspondeu a
Humanitária, ECHO e cluster de saúde), de forma a ana- um total de €22.595,29.
lisar as necessidades mais prementes da população afec-
tada e coordenar a sua acção com as outras organiza- Filipinas
ções presentes no terreno e com as autoridades locais. Província de Zambales (Tufões)

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


Da avaliação rápida efectuada no terreno foi deci- A República das Filipinas, pela sua localização geo-
dido intervir através de clínica móvel dada a instabili- gráfica na cintura de tufões “astride”, é um país extre-
dade ainda vivida no terreno e a necessidade de intervir mamente vulnerável a desastres naturais.
em várias áreas atingidas. Durante os dias subsequen- Durante o ano de 2009, o país foi atingido por 17
tes, a equipa de avaliação preparou a ida da equipa e tufões, sendo que os dois últimos (Ondoy ou Ketsana
definiu o local e forma de actuação. O local de interven- e Parma ou Pepeng), ocorridos no final de Setembro
ção escolhido foi o Distrito de Padang-Pariaman, Sub- e início de Outubro, de grande dimensão, afectaram
distrito de Sintuk Toboh Gadang, uma zona muito afec- mais de 3,5 milhões de pessoas, desalojaram 890.000
tada pelo terramoto.   famílias e provocaram mais de 2.000 mortes. Entre as
Uma equipa médica, constituída por uma médica zonas mais fustigadas estão a Região NCR (National
e um enfermeiro, partiu de imediato para o terreno, Capital Region) onde se situa a capital Manila e todas
tendo chegado no dia 8 de Outubro. as cidades adjacentes da área metropolitana, a Região
De acordo com as estatísticas da Regência de Padang I, no noroeste do país, e a Região III, conhecida como
de 2006, o número total de habitantes de Sintuk Toboh central Luzon que integra 7 províncias imediatamente
Gadang  é de 16.555. De acordo com o centro de crise do a norte da Capital Manila, entre elas a área definida 19
gabinete do Bupati (equivalente à Câmara Municipal) do para actuação da AMI, a província de Zambales.      
distrito de Padang – Pariaman,   979 casas foram des- O Governo das Filipinas, através das agências
truídas, 690 sofreram pequenos danos, e 2.567 foram responsáveis pela resposta a situações de emergên-
afectadas pelos terramotos; relativamente a instituições cia, o NDCC (National Disaster Coordination Center)
públicas: 9 equipamentos públicos foram atingidos, 6 e o DSWD (Department of Social Welfare and Deve-
escolas foram totalmente destruídas, 4 danificadas e 9 lopment) em colaboração com todos os organismos
[ CA P ]

internacionais, pôs em marcha uma grande opera-


ção de ajuda humanitária de emergência, tendo provi-

2 denciado 676 campos de deslocados para as famílias


(num total de 725 campos), dispondo de bens de pri-
meira necessidade como géneros alimentares e água,
vestuário, saneamento, utensílios de cozinha e esco-
las em alguns pontos. Esta resposta rápida foi conse-
guida essencialmente com o apoio das agências das de deslocados, alguns deles administrados pelas auto-
Nações Unidas (OCHA, WHO (Organização Mundial ridades. Os campos de deslocados “E-Cube A e B”,
de Saúde), UNDP (Programa das Nações Unidas para o onde se encontra a população beneficiária do projecto,
Desenvolvimento), UNFPA (Fundo das Nações Unidas são quase na totalidade ocupados por 120 famílias da
para a População)) e da Cruz Vermelha Filipina. Cerca comunidade “Aeta”.
de 15 dias após a ocorrência destes desastres, com a Esta missão contou com um investimento total de
descida do nível das águas, a situação nas áreas urba- € 21.697,55.
nas começou a normalizar, e as populações começa-
ram a regressar às suas casas. Já nas áreas rurais o pro- Cabo Verde
blema assumiu uma dimensão diferente. Muitas das Em Outubro de 2009, em Cabo Verde, o número
casas foram completamente destruídas, algumas infra- de casos de Dengue começou a aumentar de forma
estruturas ficaram inutilizadas e os agricultores perde- alarmante.
ram a sua produção. Acresce o facto de, nos locais mais A situação atingiu níveis preocupantes com a morte
distantes, a ajuda humanitária não ser tão eficaz e algu- de seis pessoas e vários casos de Dengue hemorrá-
mas famílias em determinados campos de deslocados gico, razão pela qual a AMI avançou em Novembro de
sobreviverem com poucos recursos que são providen- 2009 com uma Missão de Emergência neste país.
ciados de forma intermitente. No total, foram enviados 7 voluntários expatriados
Face a este contexto, a AMI enviou para o terreno (2 médicos, 3 enfermeiros, 1 técnico de laboratório e 1
dois elementos da sede em missão exploratória no dia coordenadora de projecto), e foi realizado um investi-
8 de Outubro, com o objectivo de realizar um diagnós- mento de € 82.225,25.
tico e proceder ao levantamento das necessidades da
população afectada pelos dois tufões. Ilha do Fogo (Surto de Dengue)
20 Após missão exploratória aos vários locais atingi- A 1.a de duas equipas da AMI partiu com destino
dos, a AMI identificou a província de Zambales, nome- à Ilha do Fogo no dia 11 de Novembro. Composta por
ami relatório anual ‘09

adamente o município de Botolan como zona de inter- 1 médico e 2 enfermeiros, este reforço da Missão de
venção. Botolan é um meio rural que tem várias aldeias Desenvolvimento da AMI na Ilha do Fogo teve como
dispersas. Algumas das aldeias pertencentes à primeira objectivo o combate à grave epidemia de dengue que
comunidade indígena das Filipinas, os “Aetas”, fica- assolou este arquipélago do Continente Africano.
ram totalmente destruídas e parte desta comunidade Para além dos profissionais de saúde, a AMI disponi-
ficou sem habitação e sem terras de cultivo. Desde o bilizou material médico, equipamentos para um hospital
mês de Agosto, existiam neste município 9 campos de campanha, meios de deslocação e medicamentos.
A missão contou com um orçamento
de € 58.931,92, dos quais €45.707,46
foram financiados pela ECHO e €
11.426,86 pelo IPAD.

Ilha de S. Nicolau (Surto de Dengue)


Uma segunda equipa partiu no dia
12 de Novembro com destino à Ilha de S.
Nicolau, a pedido do Ministério da Saúde
cabo-verdiano.

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


Financiada pela Portugal Telecom, esta
missão contou com um investimento de
€23.293,33.
Esta dupla operação de emergência res-
pondeu ao pedido de ajuda internacional
lançado pelo Governo cabo-verdiano. Pouco
mais de um mês depois da chegada a Cabo
Verde, as duas equipas de emergência da AMI
regressaram a território nacional com a satisfa-
ção do dever cumprido nas Ilhas do Fogo e São
Nicolau. Em tempo recorde, a missão de emer-
gência da ONG portuguesa ajudou a estancar
nas duas ilhas a epidemia de dengue que no iní-
cio de Novembro assolou o país, causando seis
mortes e contagiando mais de 190 pessoas dia- 21
riamente.
[ CA P ]

Missões de Desenvolvimento

2 Em 2009, a AMI manteve a sua presença em Cabo


Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e República
Democrática do Congo (ex-Zaire), onde continuou a
desenvolver projectos vocacionados para a formação
de técnicos de saúde e de activistas comunitários, edu-
cação para a saúde às populações, nutrição, além dos para a melhoria da qualidade de vida desta faixa etá-
cuidados médicos e de enfermagem ainda necessários. ria, e, por extensão, da comunidade em geral. Neste
Em Abril, foi encerrada a missão na República Demo- contexto, a escola representa um excelente canal de
crática do Congo. comunicação que permite educar para comportamen-
tos promotores de saúde, devendo assim desenvolver-
Cabo Verde ∏ Guiné-Bissau ∏ República Democrática se acções educativas em função dos principais proble-
do Congo ∏ S.Tomé e Príncipe mas que afectam a sua região.
Este projecto contou com o co-financiamento da
Câmara Municipal de Palmela e da Portugal Telecom.
Cabo Verde
Ilha do Fogo Promoção da Saúde Oral
e Cuidados de Enfermagem
Promoção de Saúde Pública e Escolar A Fundação AMI tem apostado nos últimos 10
O recrudescimento de doenças sexualmente trans- anos, na Ilha do Fogo, numa missão de desenvolvi-
missíveis, a relativa estagnação da cobertura vacinal mento vocacionada para a Saúde Pública, Cuidados de
e a emergência das doenças não transmissíveis des- Enfermagem e Educação para a Saúde. O projecto, que
tacam a necessidade de reforçar as acções de saúde decorreu entre 2007 e 2009, foi estritamente direccio-
pública. Os principais problemas de saúde presentes nado para a Saúde Escolar, com actividades de educa-
em Cabo Verde afectam sobretudo crianças e jovens ção para a saúde, e culminou com a criação de uma
(dos 3 aos 17 anos). Comissão de Saúde Escolar que apresenta como mis-
Para estes problemas de saúde contribuem vários são acompanhar e avaliar as condições de ensino, da
factores mas, de um modo geral, destacam-se: falta de saúde e do ambiente das EBI’s (Escolas Básicas Inte-
22 água e saneamento, hábitos de higiene deficientes por gradas) e Jardins-de-infância.
parte da população, falta de conhecimentos e informa- A saúde buco-dentária é um problema de Saúde
ami relatório anual ‘09

ção adequada sobre as consequências de certos hábi- Pública, e dados do ICASE (Instituto Cabo-verdiano de
tos e comportamentos. Acção Social Escolar) de 1996, revelavam uma preva-
Os principais problemas de saúde referenciados lência de cárie dentária em cerca de 59,5 % dos alunos
podem ser evitados ou solucionados através da pro- do EBI (Ensino Básico Integrado). Assim, a linha de
moção da saúde junto das populações, grupos-alvo e actuação deste projecto passa por promover o hábito
agentes educativos. A consciencialização para estes da escovagem de dentes às crianças do pré-escolar da
problemas surge como instrumento mais adequado zona sul dos concelhos de S. Filipe e Santa Catarina.
23

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


[ CA P ]

Co-financiado pela Câmara Municipal de Viseu,


este projecto definiu como objectivos a redução da

2 incidência de doenças orais em crianças com idades


compreendidas entre os 3 e os 8 anos, a sensibilização
dos agentes que determinam o estado de saúde das
crianças para a adopção e transmissão de hábitos sau-
dáveis de saúde oral e o acompanhamento do desen-
volvimento do estado de saúde da população e elimi- borou com 2 enfermeiras formadoras e 4 enfermeiros
nação dos factores de risco em situações crónicas e estagiários nesta iniciativa que contou com o co-finan-
de emergência. ciamento do IPAD “Instituto Português de Apoio ao
Desenvolvimento” e do município de Palmela.
Saúde Escolar e Comunitária
O Ministério da Saúde de Cabo Verde considera Guiné-Bissau
importante e necessário o desenvolvimento de acções Bijagós (Saúde em Acção)
ligadas à protecção e promoção da saúde, nomea- A AMI está presente na Ilha de Bolama, Arquipélago
damente a realização de acções de educação para dos Bijagós, desde 2000, com uma missão de assis-
a saúde, a adopção de estilos de vida saudáveis e o tência médica e de enfermagem. A partir de Junho de
desenvolvimento de aptidões e capacidades (Ministé- 2004, estendeu-se o projecto, quer em termos geográ-
rio da Saúde; 2006; p. 29). Essas acções têm particu- ficos (alargou-se a toda a região sanitária de Bolama,
lar relevância no quadro de um conjunto de patologias, que inclui Ilha das Galinhas e São João), quer em ter-
como sejam: o controlo do VIH/SIDA, doenças cardio- mos sectoriais (passou a incidir na formação de matro-
vasculares, diabetes, deficiências nutricionais, alcoo- nas e de agentes sanitários bem como na realização de
lismo, (Ministério da Saúde; 2006; p. 31 a 38). assistência médica nas tabancas).
A Política Nacional de Saúde refere o apoio ao sec- Em 2005, deu-se continuidade à intervenção e, para
tor da educação para o desenvolvimento de um pro- além da assistência médica, da formação e sensibili-
grama nacional de saúde escolar. zação para a saúde, foram reabilitadas 8 unidades de
No Protocolo de cooperação assinado em 1993 saúde base (USB) em toda a região. Em 2006, assegu-
entre o Ministério da Educação e Desporto e o Minis- rou-se a manutenção básica destas USBs e manteve-
tério da Saúde no domínio da saúde escolar são refe- se o apoio anteriormente descrito.
24 ridos os termos de colaboração entre os dois minis- O ano de 2007 foi marcado pela reformulação do
térios, no que diz respeito aos programas de saúde projecto de intervenção, adequando os objectivos tra-
ami relatório anual ‘09

dirigidos às crianças. çados às novas necessidades encontradas, numa fase


Nesse sentido, com o objectivo de contribuir para em que o funcionamento das unidades de saúde é uma
o sucesso do Programa Nacional de Saúde Escolar, realidade e a formação/sensibilização para a saúde,
capacitando os agentes educativos do Ensino Básico uma constante. 2008 foi o ano da aposta no binó-
e secundário dos municípios de São Filipe e Santa mio Saúde/Desenvolvimento, junto de uma popula-
Catarina, na Ilha do Fogo, e mobilizando a comuni- ção já marcada pela presença da AMI. A reconstrução
dade para a promoção da saúde escolar, a AMI cola- de poços, a plantação de hortas e o trabalho na lim-
Em 2009, a equipa da AMI foi constituída por um
médico, dois enfermeiros e um nutricionista.
Desde 2007, além da intervenção referida, a AMI
implementou a distribuição alimentar aos doentes
internados no Hospital de Nioki, com especial enfo-
que nas crianças malnutridas e no acesso gratuito a
medicamentos e tratamentos clínicos aos doentes sem
peza de espaços públicos com os jovens locais consti- recursos económicos e em estado clínico urgente.
tuíram o início de um novo desafio que se prolongou Em Abril de 2009, terminou a intervenção directa
até ao ano de 2009. Este foi um ano de trabalho inten- da AMI com equipas expatriadas, após 4 anos de pre-
sivo para a consolidação destas novas actividades e sença contínua no terreno. O projecto contou com o
manutenção das que têm vindo a ser realizadas com co-financiamento da SODEFOR.
base regular. Foram ainda construídos poços em várias
escolas da região e aguarda-se a conclusão da constru- S. Tomé e Príncipe
ção de latrinas tanto nas escolas, como nas USBs. Caué (Nutrição, Formação e Educação para a Saúde)
Este projecto contou com o co-financiamento do Em S. Tomé e Príncipe, 40% da população não tem
IPAD e da UNICEF. acesso a água potável e 80% não dispõe de sanea-

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


Em 2010, pretende-se fortalecer ainda mais estas mento básico. Trata-se de uma população com ele-
actividades, promovendo a sua continuidade de forma vada taxa de analfabetismo e graves problemas de
a aumentar a potencial sustentabilidade das mesmas. pobreza – em 2001, 38,7% da população vivia no limiar
da pobreza e 15,1% na pobreza extrema (OMS:2006:
República Democrática do Congo pg.8). Deste cenário resulta a incidência de diversas
Nioki (Promoção da Saúde e Nutrição) patologias. S. Tomé e Príncipe é mesmo um dos paí-
A AMI, cuja primeira intervenção na RDC remonta ses do Mundo mais afectados pela malária, estando
a 1994, manteve uma missão na área da saúde em esta na base de muitos dos casos de absentismo e
Nioki desde Agosto de 2005. baixa produtividade.
Os ciclos de projecto tinham uma duração de 12 Com uma generalizada e continuada falta de meios
meses, com início em Agosto e conclusão em Julho que se reflecte nas fracas condições de trabalho e na des-
do ano seguinte. motivação do pouco pessoal qualificado, as carências sen-
Além de cuidados primários de saúde, as equipas da tidas no sector da saúde vêm agravar este cenário. Como
AMI trabalharam ao nível da gestão e organização hospi- consequência, o sector de saúde pública tem tido dificul-
talar e da realização de acções de sensibilização às popu- dade em manter os seus técnicos qualificados e ressente- 25
lações e de formação aos técnicos locais de saúde. -se, ainda, da insuficiente formação dos agentes sanitá-
A intervenção centrou-se no Hospital de Nioki (o rios. Esta limitação impede, para além de uma melhor
Hospital de Referência na Região e propriedade da qualidade dos cuidados de saúde prestados, a sensibili-
SODEFOR – Société de Développement Forestier), zação, junto da população, para noções básicas de saúde,
embora fossem feitas também algumas deslocações a bem como sobre alternativas viáveis para melhorar as suas
dispensários de saúde nas localidades circundantes. condições de vida, mesmo em contexto de pobreza.
[ CA P ]

A situação da saúde em S. Tomé e Príncipe per-


manece, desta forma, como um dos maiores obstácu-

2 los ao seu desenvolvimento, perpetuando-se um alar-


mante panorama de morbilidade e mortalidade.
O Distrito de Caué é considerado o segundo dis-
trito mais pobre do país com 65% da população a viver
abaixo do limiar da pobreza (OMS:2006: pg.9). Tradi-
cionalmente um distrito isolado, Caué tem assistido Missões de Apoio a Iniciativas Locais
nos últimos anos a um crescimento no investimento
em diferentes actividades do distrito. Também na área Em 2009, a AMI apoiou 31 micro-projectos desenvol-
da saúde tem sido notório o aumento do investimento, vidos por 28 organizações de 19 países, de 4 áreas geo-
não só traduzido em recursos humanos e materiais gráficas: África (8), Ásia (7) • América Latina (3), Médio
como na organização das infra-estruturas de saúde por Oriente (2), beneficiando cerca de 195.000 pessoas.
parte do sistema nacional de saúde. A AMI definiu como
áreas prioritárias para a sua intervenção, a nutrição, a Afeganistão ∏ Angola ∏ Bangladesh ∏ Bolívia
capacitação para a promoção da saúde nas comunida- ∏ Brasil ∏ Cabo Verde ∏ China ∏ Filipinas (2) ∏
des e a formação aos técnicos de saúde do Distrito de Guiné-Bissau ∏ Indonésia (5) ∏ Líbano ∏ Malá-
Caué, com o objectivo de contribuir para a capacitação sia (2) ∏ Panamá ∏ Quénia ∏ República Centro
para a intervenção concertada e integrada na promoção Africana ∏ Ruanda ∏ Senegal (2) ∏ Sri Lanka (3)
da saúde da população do Distrito de Caué. ∏ Timor-Leste (3)
A equipa expatriada que fez parte deste projecto foi
constituída por 1 médico, 1 enfermeiro, 1 nutricionista
e 4 estagiários de medicina e enfermagem. Afeganistão
Orçado em € 112.476,26, o projecto foi co-finan- Nangarhar (Educação e Formação Profissional)
ciado por várias empresas, em grande parte, pela Iber- Apesar de continuar a viver um forte nível de violên-
sol, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, e ainda cia e as taxas de mortalidade infantil do país estarem
Petrotec e Busquets. entre as maiores do mundo, o Afeganistão tem vindo
a registar alguns, ainda que pálidos progressos, nome-
adamente o regresso de antigos refugiados, a recons-
26 tituição do exército e do sistema judicial, a reconstru-
ção de estradas e hospitais e a concessão do direito de
ami relatório anual ‘09

voto e assento no parlamento às mulheres.


Em 2009, a AMI manteve o apoio a 2 projectos,
designadamente a Manutenção da Escola Primária,
projecto iniciado em 2007, e a Construção de um Cen-
tro Vocacional, iniciada em 2008.
Tendo em conta a grave insegurança que ainda se
vive no país, não permitindo a retoma de uma vida
No entanto, o Bangladesh continua a ser um país pobre
e sobrepovoado, assolado todos os anos pelas cheias.
Nesse sentido, a AMI começou a apoiar em 2009,
dois projectos da ONG DHARA naquele país, mais pre-
cisamente em Jessore.
Assente na Educação para a Saúde, o primeiro pro-
jecto tem como objectivo assegurar serviços de saúde
minimamente normal, foi decidido continuar a apoiar primários, formar 20 parteiras tradicionais e dar forma-
até 2010, o projecto de Manutenção da Escola Primá- ção técnica às mulheres que irão beneficiar do apoio a
ria, orçado em USD 193.503, assim como o projecto de actividades geradoras de rendimento. Pretende bene-
Construção de um Centro Vocacional, que dispõe de ficiar 1500 mulheres e 1500 crianças das famílias mais
um orçamento de USD 70.478. pobres de 20 aldeias em Jessore, está orçado em
€35.335 e tem a duração de 3 anos.
Angola O segundo projecto pretende beneficiar toda a
Huíla população da freguesia de Syamnagar, no distrito de
O projecto de criação de um centro de recursos Satkhira, através da construção de um centro de assis-
e uma biblioteca para uso dos estudantes da Matala tência de saúde materno-infantil, instalação de canali-

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


dinamizado e iniciado em 2008 pela ONG Copolua, zação própria para assegurar o acesso a água livre de
contou com um orçamento de €15.000 e terminou em arsénico e ferro, educação para a saúde aos grupos-
2009. alvo e construção de latrinas. Com um orçamento de
€107.432, o projecto tem a duração de 2 anos.
Bangladesh
Jessore (Educação para a Saúde e Assistência Bolívia
Médica) Santa Cruz (Educação - Crianças com deficiência)
A economia do Bangladesh tem vindo a registar um Após a conclusão do projecto “Con tu ayuda seré feliz”
crescimento de cerca de 6% ao ano desde 1996, apesar da ONG Fundación “Amor es vida” – Hogar San José, a
da instabilidade política, das infra-estruturas pobres, AMI aprovou um novo projecto daquela ONG em 2009.
da corrupção, das reservas de energia insuficientes e Intitulado “Transportando Sueños e Ilusiones”, o
da lenta implementação das reformas económicas. projecto consiste na aquisição de 1 mini-bus para o
transporte seguro das crianças da Fundação para a
escola, localizada no centro da cidade.
O projecto está orçado em €15.000. 27
Os beneficiários do projecto são 20 crianças com
deficiência, entre os 0 e os 8 anos.
[ CA P ]

Brasil
Milagres (Saúde Social)

2 Iniciada em 2005, a parceria da AMI com a ACOM


- Associação Comunitária de Milagres, centra-se no
objectivo de contribuir para a prestação de cuidados de
saúde curativos e preventivos, com qualidade e equi-
dade, à comunidade que procura os serviços de saúde
do Hospital e Maternidade Madre Rosa Gattorno. intervenção em 2008 e apoiar um projecto na Cidade
O projecto “Inovar o Atendimento de Saúde Social da Praia, na Ilha de Santiago.
do Hospital e Maternidade Madre Rosa Gattorno”, Assim, em 2009, a AMI deu continuidade ao apoio
orçado em €75.000, terminou em 2009. do projecto “Melhorias no Centro Educativo da Calaba-
Em 2009, o projecto Missão Aventura Solidária ceira”, promovido pela ONG “Fundação Infância Feliz”,
estendeu-se ao Brasil, tendo-se realizado uma missão cujos objectivos consistem em promover melhorias nas
em Agosto, que consistiu na reabilitação da Oficina de infra-estruturas do complexo escolar e criar melhores con-
Educação Ambiental e na aquisição de material para dições de aprendizagem efectiva.
o espaço. O projecto decorre num dos bairros mais problemáti-
cos da Cidade da Praia e tem como beneficiários as crian-
Burundi ças acolhidas pelo complexo escolar da Fundação Infân-
Sosped (HIV/SIDA) cia Feliz no bairro da Calabaceira.
O Burundi é um país pobre em recursos, cujo prin- Neste momento, o Jardim de Infância está já total-
cipal desafio, no que diz respeito ao crescimento eco- mente reabilitado e em funcionamento e acolhe duas tur-
nómico, será a manutenção da paz e de disciplina fiscal mas de 30 crianças cada, embora careça ainda de algum
durante as eleições nacionais marcadas para 2010. equipamento, que será adquirido ao longo do projecto.
Em 2009, a AMI decidiu apoiar o projecto “Sou- Com um orçamento de €45.000, prevê-se que o pro-
tien communautaire aux enfants en difficultés dans jecto termine em 2011.
les communes Musongati et Rutana de la province
Rutana”, promovido pela ONG SOSPED, cujo objec- China
tivo consiste em contribuir para a melhoria das con- Cuofutun (Educação - Construção de Escola
dições e qualidade de vida dos órfãos infectados com Primária)
28 SIDA e de outras crianças em dificuldades. Em 2009, a AMI manteve o apoio à ONG Chris-
Destinado a apoiar 750 crianças da Província de tian Action, dando continuidade ao projecto iniciado
ami relatório anual ‘09

Rutana, o projecto, orçado em €30.000, teve a dura- em 2007.


ção de 1 ano, terminando no final de 2009. Após a construção de uma escola primária, com o
objectivo de possibilitar que 67 alunos tenham acesso a
Cabo Verde educação primária num sítio seguro e adequado, dispo-
Praia (Educação - Reabilitação de Infra-estruturas) nibilizar um espaço para os professores, criar lavabos na
Presente em Cabo Verde desde 1988 e na Ilha do escola e construir uma cantina Halal para a minoria muçul-
Fogo desde 1999, a AMI decidiu alargar a sua área de mana, a AMI decidiu apoiar o equipamento da cantina.
programa agrícola para a auto-suficiência das comuni-
dades com mais dificuldades e construir um centro de
recursos para jovens da comunidade de Botolan.
Os beneficiários do projecto são 60 famílias de
uma comunidade “Aeta” e cerca de 500 jovens da
região de Botolan.
Orçado em €15.000, o projecto tem a duração de
Com este projecto, a ONG pretende, a longo prazo, 2 anos.
aumentar o n.0 de crianças que podem frequentar a
escola (num raio de 5-7 Km), expandir as turmas de 3 Guiné-Bissau
para 6, recrutar mais e melhores professores e aumen- Bolama (Projecto de auto-sustentabilidade de ONG)
tar a taxa de alfabetização na zona. Dando continuidade à parceria que mantém com
Orçado em €20.000, o projecto estará concluído a ONG Cabás Garandi desde 2000, a AMI enviou em
em 2010. 2009, um contentor com vestuário, calçado, equipa-
mento informático, geradores, motas, etc.
Filipinas Esta doação permitiu à Cabás Garandi equipar
Bulacan (Educação - Crianças abandonadas) um centro informático, construir e equipar um cine-

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


Iniciado em 2007, o projecto “Funds Support for club para os jovens de Bolama e reabilitar o edifício da
the Food Sustence of the Abandoned and Dependent Cabás Garandi.
Children at Bethany House Sto Niño Orphanage” conta Para além disso, realizaram-se 2 Missões Aventura
com um orçamento de €25.000 e a sua conclusão está Solidária, que possibilitaram a reabilitação de duas esco-
prevista para 2010. las e o equipamento de uma biblioteca.
Os principais objectivos do projecto consistem
em apoiar 70 crianças órfãs, através do financiamento Indonésia
da sua alimentação, educação e inserção social até se Ilha das Flores
conseguir implementar um programa de investimento A AMI manteve, em 2009, o apoio aos 4 projectos
local que financie e sustente o lar. na Ilha das Flores, na Indonésia, nomeadamente em
Larantuka, Ende e Maumere (2).
Botolan (Desenvolvimento agrícola - Vítimas
dos Furacões) Larantuka (Saúde)
A diocese de IBA, no município de Botolan, colabo- Na região de Larantuka, o projecto iniciado em
rou com a equipa da AMI na implementação da Mis- 2007, de melhoria do serviço de saúde do hospital, 29
são de Emergência e fez um trabalho assinalável nos teve continuidade em 2009.
campos de deslocados. Após a missão de avaliação nesse mesmo ano, prevê-
Assim, na sequência dos furacões que assolaram -se que o projecto, orçado em €25.000, termine em 2010.
as Filipinas em Outubro de 2009, a AMI decidiu, após
a missão de emergência, apoiar um microprojecto da Maumere (Desenvolvimento Agrícola)
diocese, cujos objectivos passaram por desenvolver um O projecto “Green Peace”, desenvolvido pela
[ CA P ]

Mariana Social Foundation e que tem como objectivo


o cultivo de sementes e desenvolvimento agrícola, com

2 as sementes de mahoni, tamarindo e jati, pretende


beneficiar 150 famílias na região de Maumere.
Iniciado em 2006, o projecto conta com um orça-
mento de €12.000 e a sua conclusão está prevista para
2010.
cuidados de saúde primária no distrito de Yahukimo,
Sikka (Saúde) aumentando o nível de saúde comunitária através da for-
Na região de Sikka, em Maumere, a AMI manteve mação/ capacitação de técnicos de saúde em 10 áreas e
o apoio ao hospital, através do financiamento do pro- de actividades de consciencialização da comunidade na
jecto “Healthy Sikka”, que pretende beneficiar a popu- área da saúde, contribuindo para a redução da transmis-
lação da região. são de VIH/SIDA e Tuberculose nas áreas rurais com a
O apoio da AMI possibilitou a aquisição de um capacitação dos técnicos de saúde locais e campanhas
aparelho que permite realizar operações às cataratas e de sensibilização para a temática nas aldeias e cida-
renovar a ala dedicada à medicina interna. des, e aumentando a capacidade das 21 clínicas rurais a
Orçado em €25.000, o projecto foi concluído em fim de melhorar os cuidados de saúde das populações
2009. locais. O projecto tem a duração de 12 meses.

Ende (Saúde) Líbano


No Distrito de Ende, a AMI apoia um projecto na Beirute (Saúde)
área da educação para a saúde e criação de infra-estru- A parceria com a ONG “Association des Docteurs
turas com vista à melhoria do sistema de saúde atra- du Liban” remonta a Agosto de 2006, altura em que
vés da construção de 35 poços e 35 latrinas no sub-dis- se implementou uma missão de emergência no país,
trito de Pulau Ende. devido ao conflito com Israel.
Os beneficiários do projecto são 54 famílias, que O projecto submetido à AMI pela ONG começou
representam 25% da população total de Ende. em 2007 e definiu como objectivos, melhorar os servi-
O projecto conta com um orçamento de €50.000 ços prestados pela policlínica, através da aquisição de
e a sua conclusão está prevista para 2010. material médico, tendo sido já adquiridos nos 2 primei-
30 ros anos de financiamento, um ecógrafo, um amalga-
Papua Ocidental (Formação para a Saúde) mador, uma fotocopiadora, uma cadeira de dentista e
ami relatório anual ‘09

Em 2009, a AMI alargou a área de intervenção na dois aparelhos necessários ao laboratório, na medida
Indonésia, apoiando um projecto na Papua Ocidental, em que possibilitam a realização das principais análises
para o qual disponibilizou um orçamento de €4.900. médicas na própria Policlínica, evitando a deslocação
O projecto é desenvolvido pela Yasumat – Fundação dos utentes para infra-estruturas de saúde distantes.
para o Desenvolvimento dos Povos Isolados, com quem O orçamento disponibilizado para este projecto é
a AMI já desenvolveu uma parceria em 2004, apontando de €90.000 para um período de 3 anos.
como principal objectivo a melhoria da qualidade dos
Este projecto tem como beneficiá-
rios cerca de 10.000 refugiados, maiori-
tariamente crianças, que vivem na região
de Kuala Lumpur, os Orang Ulu (pes-
soas a nascente do rio), tribos como Lun
Bawang, Tagal and Murut, assim como
crianças refugiadas em Sarawak, e a
minoria indígena do Oeste da Malásia,
em Perak e Pahang, espalhadas por mais
de 500 aldeias.
Com a duração de 12 meses, o projecto
está orçado em €11.000.
Malásia
Em 2009, a AMI apoiou 2 projectos na Malásia, Melaka (Saúde – HIV/SIDA)
um nas regiões de Sentul e Penang e outro em Melaka, Em Melaka, o apoio da AMI, no total de €15.000,
direccionados para a formação de professores e para o permitiu a construção de uma casa para alojar 12 doen-
auxílio a doentes infectados com o HIV/SIDA. tes infectados com o HIV/SIDA, para além dos doentes

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


anteriormente tratados pela ONG Shakinah Home.
Sentul e Penang (Educação)
Em Sentul e Penang, a AMI renovou a parceria com Panamá (Recuperação Nutricional)
a ONG Harvest Center através do apoio a um projecto O projecto de Fortalecimento do Centro de Recu-
de formação de professores, cujos objectivos passam peração Nutricional do Panamá e de Centros Comuni-
por dar formação a cerca de 50 Professores do ensino tários da Nutre Hogar a nível nacional teve início em
pré-escolar e primário, nomeadamente professores, 2007, dispõe de um orçamento de USD 30.000 e tem
voluntários e potenciais professores que serão identifi- a duração de 3 anos.
cados em cada área. O projecto funcionará em conjunto Pretende-se com este projecto contribuir para a
com o centro local, escola ou ONG de modo a condu- melhoria da infra-estrutura do centro de recuperação
zir as sessões de formação. Serão pagas as despesas de do Panamá e dos centros e sub-centros comunitários
custo aos formandos, a formação será certificada e os nutricionais, fornecer o equipamento necessário para
honorários dos professores serão assegurados. melhorar o atendimento das crianças e contribuir para
Para além disso, serão ainda instalados 2 Centros de a manutenção dos centros comunitários nutricionais.
Recursos dos Professores em Sentul e em Penang, que Os beneficiários do projecto são 6.002 crianças 31
disponibilizarão um Kit completo de materiais didácti- com idades inferiores a 6 anos, oriundas de comuni-
cos e livros de apoio ao ensino pré-escolar. Ingressarão dades rurais indígenas e camponesas, atendidas em 7
ainda 2 formandos no Centro Norte-Americano Montes- centros de recuperação nutricional, 8 centros comuni-
sori com vista à aquisição de um kit completo de material tários nutricionais e 55 sub-centros onde é feita a dis-
de ensino primário e serão também comprados alguns tribuição de alimentos, assistência médica, criação de
livros para a biblioteca de professores em Sentul. animais e formação em costura.
[ CA P ]

Quénia
Mombaça (Educação e Saúde)

2 Apesar de ter sido esse o seu ponto de partida, o


âmbito de intervenção da AMI há muito que deixou de
se limitar à mera assistência médica.
Em 2009, a AMI decidiu retomar a sua intervenção no
Quénia, através do apoio a 2 projectos em Mombaça:
dade, sendo uma das formas de subsistência do lar,
1) O projecto “Educação Cívica para as questões que é composto por 3 dormitórios e proporciona
ambientais – The Old Town of Mombasa – A ame- ainda às crianças, educação, assistência médica,
aça da droga” definiu como objectivos, a recolha de actividades recreativas e aconselhamento.
dados sobre o tipo de drogas que estão a ser con- Todos os anos, serão beneficiadas 50 crianças.
sumidas na zona de intervenção e a criação de uma
base de dados; a identificação dos modos de abor- República Centro Africana
dar os consumidores através de terapia, aconselha- Bangui (Educação, HIV/SIDA e Capacitação
mento e oferecendo tratamentos alternativos domés- Feminina)
ticos; a produção de um vídeo documentário que será Em 2009, foi concluído o projecto de amplificação
depois distribuído nas escolas e em locais públicos na da Escola Mgr. Aloys Kobés, que a AMI vinha a apoiar
cidade velha; a realização de “CLEAN UP SPORTS” e desde 2007.
assembleias na aldeia, de forma a ter uma plataforma Destinado a acolher crianças com problemas de
para alcançar uma maior variedade de grupos alvo; inclusão social, portadoras de deficiência e órfãs, o pro-
lobbying e trabalho em rede com agências governa- jecto consistiu em aumentar a capacidade da escola,
mentais e ONG’s de modo a atingir estes objecti- através da construção de mais 2 salas de aula e, com
vos. isso, melhorar a qualidade do ensino e alargar o acesso
Estas acções de sensibilização dirigem-se sobretudo à mesma por mais estudantes.
a jovens desempregados.
Trata-se de um projecto orçado em €15.000, com a Ruanda
duração de 1 ano. Kigali (Saúde – HIV/SIDA e Educação)
Dezasseis anos após a missão de emergência de
32 2) Por sua vez, o projecto da ONG Mji wa Salama assistência às vítimas do conflito no Ruanda, a AMI deci-
Children’s Home, orçado em 9.400€, pretende diu apoiar um projecto de assistência escolar e médica
ami relatório anual ‘09

melhorar a subsistência do lar, de forma a poder a 120 crianças órfãs da sida, das quais 67 a frequentar a
chegar a mais crianças desfavorecidas, através da escola secundária e 53 a frequentar a escola primária.
construção de 2 salas de aulas no infantário (que O programa de assistência escolar vem responder às
tem actualmente 6 salas e uma capacidade para necessidades das crianças não escolarizadas, permitindo-
154 crianças). As salas terão capacidade para cerca lhes integrar o sistema educativo existente e contribuindo
de 25 crianças cada. O infantário pertence à Mji wa para reduzir as disparidades, em matéria de educação.
Salama Children’s Home e está aberto à comuni- Pretende-se com este projecto, orçado em €15.000
Katack desde 2006, prevendo-se a sua inauguração em
2010, após as obras terem sido interrompidas devido
ao recrudescer do conflito. De notar que o Centro de
Saúde de Djignaky foi de primeira importância no tra-
tamento dos feridos de guerra.
Este projecto conta com um orçamento de €20.000
e a duração de 2 anos.
e com a duração de 1 ano, contribuir para a melhoria
das condições de vida de 120 orfãos da SIDA que se Réfane (Capacitação Feminina, Reabilitação de
encontram em situação vulnerável e assegurar cuida- Estruturas de Saúde e Educação)
dos de saúde médicos às 120 crianças afectadas ou Perante o sucesso das edições anteriores da “Mis-
infectadas pelo VIH\SIDA. são Aventura Solidária”, a AMI continuou a promover
a iniciativa, que em 2009 ocorreu em Abril, Junho e
Senegal Outubro e permitiu a construção de 2 centros de saúde
Apesar da sua longa história de participação em e um centro de costura em 3 aldeias de Réfane.
missões internacionais de peacekeeping e como Este projecto, bem como os microprojectos de
mediador regional, o Senegal enfrenta internamente apoio à população local são desenvolvidos em parce-

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


um conflito que se arrasta há décadas, com a exigência ria com a ONG local APROSOR (Association pour la
da independência da região de Casamança pelo grupo Promotion Sociale en Milieu Rural et Urbain).
separatista MFDC (Movimento das Forças Democráti-
cas da Casamança). Sri Lanka
Nesse sentido, a AMI decidiu manter em 2009, o Após um conflito de mais de duas décadas, o Sri
apoio ao projecto de consolidação do processo de paz Lanka começa agora a mostrar alguns sinais de recu-
na região. peração económica.
Para além desse projecto, a AMI continuou a apoiar Porém, o país apresenta um considerável número de
os microprojectos de apoio à população local que tem deslocados (eram cerca de 500.000 em 2009) e persis-
vindo a implementar desde 1996 e promoveu mais 3 tem as acusações de violação dos direitos humanos.
Missões Aventura Solidária. Em 2009, a AMI manteve o apoio à Fundação Bur-
gher Sri Lanka-Portugal, em Batticaloa, e ao Centro
Casamança (Saúde - Promoção da Paz) para a Sociedade e Religião (CSR), em Colombo.
Na região de Casamança, a AMI apoia desde 2008, Ao longo de 5 anos de presença no país, a AMI
o projecto “Programa de Consolidação do Processo de investiu quase 2 milhões de euros dos 2,8 recebidos 33
Paz em Casamança”, cujo objectivo reside em fortalecer da sociedade civil portuguesa.
o processo de paz através da reconstrução de infra-estru-
turas de saúde em Casamança, permitindo o regresso Colombo (Direitos Humanos)
dos refugiados e o acesso à saúde da população. Num país marcado pelo conflito alimentado pelas
Após a construção do Centro de Saúde de Djignaky, diferenças religiosas, o Centro para a Sociedade e Reli-
em 2005, um segundo centro está em construção em gião (CSR) procura promover os direitos humanos e
[ CA P ]

apoiar a população do Sri Lanka, buscando soluções


para os problemas através dos valores das 4 princi-

2 pais religiões praticadas no Sri Lanka (Budismo, Hin-


duísmo, Cristianismo e Islão).
Com a conclusão do projecto prevista para 2011, as
obras de remodelação do centro estão prestes a terminar,
faltando apenas mobilar algumas divisões, proceder a aca-
bamentos e adquirir algum equipamento informático. Embora terminado em 2008, para o projecto de Aileu
O responsável pelo CSR demonstrou uma forte foram ainda enviados medicamentos no valor de AUD
preocupação em garantir a sustentabilidade do cen- 2.766,78, através da delegação da AMI na Austrália.
tro, sendo que, para além do apoio da AMI, encontrou Os 2 projectos que a AMI apoiava em Laclubar, ter-
outras formas de obter receitas, como o arrendamento minaram em 2009.
de quartos, a venda de livros, a impressão de cartazes
e a venda de uma revista. Laclubar (Saúde e acção social)
O projecto está orçado em USD 215.509. Em 2009, foram concluídos os 2 projectos que a
AMI apoiava em Laclubar, em parceria com a Ordem
Batticaloa (Diálogo Intercultural) Hospitaleira de S. João de Deus.
A Fundação Burgher Sri Lanka – Portugal (SLPBF) Um dos projectos visava o desenvolvimento local
foi instituída em 2006, com o objectivo de prestar apoio de Laclubar nos domínios da saúde e acção social, de
social à comunidade Burgher, assim como promover forma a contribuir para a erradicação da pobreza, atra-
as relações culturais entre Portugal e o Sri Lanka. vés de trabalho voluntário de jovens, e o outro projecto
A AMI, que financiou a criação da instituição, apoia, tinha como objectivo a reconstrução de um centro para
desde então, os projectos desenvolvidos pela Fundação tratamento de tuberculose em Laclubar, suportando a
na área da formação técnica e capacitação, bem como AMI os custos de reabilitação do telhado.
a construção do Centro Social e Cultural D. Lourenço
de Almeida, que será, no futuro, a sede da SLPBF.
Para as actividades da Fundação, está
reservado um orçamento de USD 443.452 e
para a construção do centro, o montante de
34 USD 390.060. Prevê-se que ambos os pro-
jectos, iniciados em 2005 e 2006, respecti-
ami relatório anual ‘09

vamente, estejam concluídos em 2010.

Timor-Leste
Apesar da crise financeira global, a eco-
nomia timorense continua a recuperar forte-
mente da escalada de violência que assolou
o país em 2006.
Cabo Verde (Campanha de Vacinação)
Fogo
No âmbito de uma campanha nacional de vacina-
ção contra a poliomielite e o sarampo, foram vacinadas
2.213 crianças no concelho de S. Filipe e Santa Cata-
rina, o que corresponde a cerca de 96,6% das crian-
ças com idades compreendidas entre os 9 meses e os
5 anos.
Outros Projectos Esta campanha resultou de uma parceria da AMI
com a Delegacia de Saúde de S. Filipe.
À semelhança de anos anteriores, foram atribuídos
apoios pontuais em ajuda humanitária a mais 5 projec- Guiné-Bissau (Educação)
tos em 5 países. A Iniciativa “Dino e o Carro Azul” é um movimento
criado em Portugal que tem como objectivo angariar
Palestina (Saúde) material escolar e enviá-lo para países em desenvolvi-
Gaza mento. Esta iniciativa tem vindo a crescer e tem hoje
Em 2009, a AMI enviou medicamentos no valor um conjunto de escolas associadas e ainda de outras

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


de €10.000 para Gaza, através do Crescente Verme- entidades que aderem anualmente à Campanha.
lho Palestiniano. A iniciativa pretende promover a alfabetização das
crianças e incentivá-las para a aprendizagem, desti-
Ucrânia (Saúde) nando-se 70% dos bens às missões internacionais da
Kiev AMI e 30% aos Centros Porta Amiga.
Desde Outubro de 2009 que as autoridades de Em 2009, os bens foram enviados para a missão
saúde da Ucrânia reportavam à Organização Mundial da AMI na Guiné-Bissau.
de Saúde um número elevado de casos de infecções
respiratórias agudas, tendo uma importante percen- Moçambique (Educação e Sensibilização)
tagem sido causada pelo vírus da Gripe A H1N1. As No âmbito de um Protocolo celebrado entre a
complicações fatais deste tipo de infecção estão for- Fundação AMI e a Associação Equipa d’África em
temente relacionadas com uma inadequada acessibili- Julho de 2009, partiram, para Moçambique, no dia 3
dade a medicamentos e também com a falta de acesso de Agosto e até ao dia 22 de Setembro cinco jovens
aos cuidados de saúde primários. desta associação.
Face a um cenário de carência de medicamentos Estes elementos intervieram nas Províncias de 35
em várias regiões do país, a Embaixada da Ucrânia em Cabo Delgado, Niassa, Gaza e Inhambane.
Portugal lançou um pedido de ajuda à AMI, que res-
pondeu com um envio de Fluconazol, capaz de tra-
tar entre 10.000 e 20.000 infecções fúngicas (secun-
dárias à gripe) e que estava em falta em vários centros
de saúde.
[ CA P ]

Parcerias com outras instituições

2 Parceria com Centro de Saúde da GNR


Em Janeiro de 2009 e na sequência de um convite
efectuado pela médica responsável pela consulta do via-
jante na GNR, a AMI e a GNR assinaram um protocolo
que previa a realização gratuita de 50 consultas do via-
jante por ano a voluntários internacionais e colaborado- à Guiné-Bissau para dar continuidade a um estudo das
res da sede que partissem em missão humanitária. águas. Trata-se de uma nova fase do projecto de “Ava-
O protocolo em questão prevê a realização da con- liação da qualidade da água destinada a abastecimento
sulta pré e pós-missão, bem como a entrega de kits público na Ilha de Bolama”, que consistiu na realiza-
médicos individuais aos voluntários. ção de uma pesquisa hidrobiológica que visou anali-
Esta parceria revelou-se fundamental por agilizar sar a razão pela qual o vibrião da cólera e a e.coli, que
e garantir uma qualidade de atendimento regular na se encontram em grande número nos poços ácidos de
especificidade dos elementos que dela necessitam. Bolama durante a época seca, não produzem as ente-
rotoxinas responsáveis pelas diarreias. Visou ainda
Projecto GMOSAIC analisar o risco da carência em iodo na dieta alimen-
Em Novembro de 2008, a AMI foi convidada pela Sky- tar das crianças, bem como dosear o iodo na água dos
soft a participar como utilizador no projecto GMOSAIC, poços de Bolama.
já aprovado pela Comissão Europeia e que começou a ser Para o efeito, a AMI disponibilizou o transporte
desenvolvido em 2009, por um período de 3 anos. para a deslocação em Bolama e assumiu as despesas
O objectivo é demonstrar a criação de mecanismos de deslocação por barco Bissau/Bolama/Bissau. Foi
de apoio ao repatriamento de cidadãos portugueses assinado um protocolo entre a AMI e o ICBAS para
num contexto de conflito, a partir de um PALOP. formalizar esta parceria.
A AMI foi convidada a participar no módulo relacio-
nado com as causas, indicadores e monitorização das cri- Projecto Esfera
ses, bem como no módulo de apoio à gestão de crise. A AMI contribuiu para o processo de revisão do
Em Setembro de 2009, teve lugar na sede da AMI Projecto Esfera. Trata-se de uma carta humanitária e de
uma reunião de trabalho, seguida de algumas trocas um conjunto de normas mínimas de resposta humani-
36 de informação em que se transmitiram necessidades e tária em situação de desastre, elaborados em 1998, por
dados concretos sobre a missão da Guiné-Bissau, que um conjunto de organizações (o Comité Internacional
ami relatório anual ‘09

será o cenário desta parte do projecto na qual os acto- da Cruz Vermelha, a Federação Internacional da Cruz
res portugueses irão trabalhar. Vermelha e do Crescente Vermelho, a VOICE (Organi-
zações voluntárias de cooperação em emergência), e
Estudo das águas em Bolama o ICVA (Conselho Internacional de Agências Voluntá-
Em 2009, a AMI continuou a apoiar financeira e rias). Em 2009, esteve em curso um processo de revi-
logisticamente a ida de uma equipa de 3 elementos do são do “Projecto Esfera”, prevendo-se o lançamento da
Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) nova edição em 2010. Este processo envolveu ONG’s
A formação foi co-financiada pela Comissão Euro-
peia através da DG ECHO (Direcção Geral de Ajuda
Humanitária).
Os cursos foram ministrados pela Punto.Sud, ins-
tituição italiana especializada em formações na área
humanitária, e pelo Instituto de Higiene e Medicina
Tropical (IHMT), e contaram com um total de 58 par-
e organizações internacionais de várias áreas de inter- ticipantes.
venção, além de um conjunto de consultores seleccio-
nados para o efeito. A AMI deu o seu contributo para o Logística
capítulo V relativo à intervenção em saúde.
O envio programado de medicamentos para as
Formação a Voluntários Internacionais AMI diferentes missões fora do país materializou-se num
É uma preocupação crescente da AMI a adequada total de 10 despachos de medicamentos, a partir da
preparação dos voluntários internacionais, num con- Holanda, via IDA, em mão, ou via mala diplomática
texto em que a ajuda humanitária e a ajuda ao desen- (envio urgente), num total de 5.502 Kg e 53.878 Euros.
volvimento exigem uma actuação cada vez mais pro-

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


fissionalizada e rigorosa.
Nesse sentido, a AMI realizou as IV e V Acções  de N.º Peso Valor
Missão Envios em Kg em €
Formação a Voluntários Internacionais, dirigida a médi-
cos, enfermeiros, nutricionistas/dietistas e técnicos de Cabo Verde 3 2.828 25.614
desenvolvimento – que já tinham feito missão com a Guiné-Bissau 2 1.843 14.992
AMI ou que pretendiam partir em missão num futuro 2 746 10.904
S. Tomé e Príncipe
próximo. As acções decorreram nos dias 28 e 29 de 1 46 Não apurado

Maio e 12 e 13 de Novembro, respectivamente, em Lis- Senegal 1 10 200


boa e contaram com um total de 40 participantes, dos Ucrânia 1 29 2.168
quais, 5 partiram em missão em 2009 e 4 integrarão
TOTAL 10 5.502 53.878
uma missão internacional em 2010.

Formação em Ajuda Humanitária


de Emergência
Entre os meses de Setembro e Novembro de 37
2009, a AMI promoveu a formação em “Humanita-
rian Aid in Action” (Ajuda Humanitária em Acção).
Destinada a profissionais de Organizações Não
Governamentais (ONGs) portuguesas a actuar na
área de emergência, foi dado especial enfoque à área
da saúde.
[ CA P ]
2.2
A Acção Social em Portugal
2
No ano de 2009 recorreram à AMI 9.370 pessoas, Factor a realçar, é o aumento do número de mulhe-
verificando-se um aumento de 18% em relação ao ano res que têm vindo a procurar apoio, verificando-se que
anterior, 4.363 novos casos, mais 32% que em 2008, em 2009, 51% da população era do sexo feminino.
número superior apenas ao ano de 2001 em que se Desde o ano 2000, este número aumentou 9%. Situa-
registou um grande número de imigrantes de Leste. ções como o Desemprego, a Monoparentalidade e a
Violência Doméstica poderão estar na origem deste
Evolução dos casos atendidos fenómeno. No Centro Porta Amiga de Angra do Hero-
ísmo é onde se regista uma maior frequência de mulhe-
res (62%). Na área da Grande Lisboa, este diferencial
é mais significativo em centros sociais como Chelas
Evolução dos Novos Casos e Cascais (58%) e Almada (55%). Na área do Grande
Porto, em Vila Nova de Gaia (57%), os valores tam-
bém são superiores. Os Centros das Olaias e do Porto
89

63
40

43
35

são os únicos em que as mulheres estão em menor


39

29 4
7
91
49
25

30
79

57
29

29

número, respectivamente 42% e 49%.


24
24
13
30

63
66
23

17
17
17
72
17

Os escalões etários com maior peso continuam a


15

11

95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 ser dos 40 aos 49 anos, representando 19% do total da


população atendida e o dos 30 aos 39 anos, com 17%.
Segue-se o escalão dos 50 aos 59 anos, com 15%. Veri-
fica-se que continua a ser a população em Idade Activa
Na área metropolitana de Lisboa recorreram aos (67%) quem mais recorre aos centros Porta Amiga.
serviços da AMI 4.496 pessoas, mais 13% que em A naturalidade mais significativa continua a ser a
38 2008. Na área metropolitana do Porto, a procura foi portuguesa, representando 80% da população aten-
de 3.536 pessoas, mais 24% que em 2008. No Funchal dida, registando-se um aumento de 16% em relação
ami relatório anual ‘09

e em Coimbra acorreram respectivamente 629 (mais ao ano de 2004. Da restante população, seguem-se os
15% que o ano anterior) e 373 (mais 3% que no ano naturais dos PALOP (12 %).
anterior) pessoas. No Centro Porta Amiga de Angra do No que diz respeito ao estado civil, os valores são
Heroísmo, os serviços da AMI foram solicitados por semelhantes aos de 2008, com uma população cons-
336 pessoas, mais 44% que em 2008. tituída por indivíduos solteiros, divorciados e viúvos
(57%), ou seja, maioritariamente uma população de
isolados. Apesar de os homens (52%) estarem em
Frequência Total da População Atendida Segundo Áreas Geográficas

Áreas geográficas 2005 2006 2007 2008 2009 TOTAL

Lx - Olaias 1.318 1.562 1.788 1.841 1.818 8.327


Lx - Chelas 288 360 502 545 699 2.394
Lx - A Graça 59 57 71 78 66 331
Almada 595 562 513 574 912 3.156
Cascais 815 857 926 880 1.001 4.479
Grande Lisboa 3.075 3.398 3.800 3.918 4.496 18.687
Porto 1.946 1.165 1.161 985 1.813 7.070
A Porto - 38 42 47 69 196
Gaia 395 990 1.450 1.664 1.654 6.153
Grande Porto 2.341 2.193 2.653 2.696 3.536 13.419
Coimbra 397 453 415 363 373 2.001
Funchal 635 480 518 536 629 2.798

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


Angra Heroísmo - - - 189 336 525
Coimbra e Ilhas 1.035 933 933 1.088 1.338 5.324

Total 6.451 6.524 7.386 7.702 9.370 37.430

número superior nesta situação de isolamento, só na


Frequência da População categoria de estado civil solteiro é que isto se verifica
População Atendida por Escalão Etário (59%), no estado civil de divorciado(a) e viúvo(a) o
3144 (segundo o sexo) número de mulheres é claramente superior com 54%
3145 e 82% respectivamente. Por outro lado, encontramos
uma população casada ou em união de facto (35%) 39

909 825 803 constituída maioritariamente por mulheres (58%).


516
Embora os números nos mostrem o exposto, a relação
entre o estado civil revelado pela pessoa e o expresso
< 15 anos Dos 16 aos 59 anos > 60 anos no BI nem sempre corresponde à real situação.
Homens Mulheres A escolaridade baixa continua a ser um factor pro-
eminente nesta população, que apresenta uma taxa
[ CA P ]

de analfabetismo de 12%, observando-se que 14% das


mulheres não tem qualquer frequência escolar, 10%

2 no caso dos homens, 38% frequentou o 1.0 ciclo do


ensino básico, dos quais 51% eram mulheres e 49%
homens, 21%, o 2.0 ciclo, verificando-se, neste caso,
um número superior de homens (51%), e 13%, frequen-
tou o 3.0 ciclo. Relativamente à taxa de analfabetismo
esta mantém-se em relação ao ano anterior. Por outro População sem-abrigo
lado, observa-se uma diminuição na frequência do 1.0
ciclo (3%) e um aumento da frequência do 2.0 e 3.0 Em 2009, foram atendidas pela primeira vez 793
ciclos (respectivamente 1% e 2%). pessoas, mais 153 que em 2008, que se enquadram na
78% da população não possui formação profissional. tipologia preconizada pela FEANTSA e utilizada pela
Esta percentagem subiu em 8% de 2004 para 2009. AMI, que divide a população em 4 grandes grupos que
Os recursos económicos traduzem-se no acesso se enquadram nas situações de: sem-tecto (vive na
a vários subsídios como o RSI (26%). Das pessoas rua), sem casa (vive em habitações temporárias), habi-
apoiadas com o RSI 55% são mulheres. 79% da popu- tação precária (despejo) e habitação inadequada (cons-
lação está desempregada, sendo que 28% recorre a truções abarracadas). Desde 1999, já foram apoiadas
apoios institucionais, 24% vive de apoios de familia- 7.443 pessoas em situação de sem-abrigo.
res e amigos e dos que sobrevivem de reformas e pen-
sões (19%), o número de mulheres (59%) é mais uma
vez superior ao dos homens (41%).
Relativamente a redes familiares, 96% diz ter fami- População Sem-abrigo
liares vivos, dos quais 86% mantém contacto com Evolução dos Novos Casos
os mesmos. Das 9.370 pessoas que frequentaram os
1017
equipamentos da AMI, 54% têm filhos e 20% afirmou
708 789 793
viver completamente só. Das que vivem sós, a grande 591 562 612 609 634 640
488
maioria são homens (75%).
Dos motivos que levaram mais pessoas a recor-
rer aos apoios dos Centros Sociais da AMI, destacam-
40 se a Precariedade Financeira (91%) e o Desemprego 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09
(53%). Segue-se a saúde, doença física (17%), a falta
ami relatório anual ‘09

de habitação e o desalojamento (12%). Do total de pes-


soas que evocaram a habitação como motivo, 78% são
homens.
No ano de 2009, frequentaram os equipamentos
sociais, 1.608 pessoas sem-abrigo, representando 17%
da população total atendida. Em comparação com o ano
de 2005, verificou-se um aumento de 300 casos (19%).
No entanto, pertencem ao grupo dos sem-abrigo
porque se encontram numa situação de precariedade
habitacional ameaçadas por acções de despejo e/ou
expulsão.

População Sem-abrigo
Locais de Pernoita (segundo o sexo)
A naturalidade da população sem-abrigo que pro- 424

curou apoio nos equipamentos sociais é muito seme- 252


175 130
lhante à do total dos atendimentos, destacando-se a 116 108
41 41 49 51 7 43 22
31
naturalidade portuguesa (73%), seguindo-se os natu-
Casa Alug. Pensão Quarto Barraca Rua Albergues Outros
rais dos PALOP (12%) e dos Países de Leste (5%),
tendo sido verificada nestes últimos grupos uma Homens Mulheres
ligeira descida.
Por um lado, temos uma população constituída por
pessoas que vivem sozinhas, (maiores de 16 anos) sol- Relativamente aos recursos económicos, os mais
teiras (54%), divorciadas (19%) e viúvas (3%). Ou seja, frequentes são os apoios/subsídios institucionais

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


76% da população Sem-Abrigo vive/está só. (30%), o R.S.I. e a mendicidade (ambos com 25%) e
Em termos de escolaridade, encontramos uma taxa os apoios de amigos e de familiares (20%).
de analfabetismo de 7%, uma escolaridade baixa em Importa ainda realçar que a maior parte das pes-
58% da população, respectivamente 1.0 ciclo (34%) e soas sem-abrigo que recorreu à ajuda da AMI, refere
2.0 ciclo (24%). Com frequência do 3.0 ciclo encontram- encontrar-se nesta situação há menos de seis meses
se 13% e do ensino médio/superior 4%. (56%), dos quais 58% são homens e 48% das mulheres
Quanto aos locais de pernoita, temos a Rua que Sem-Abrigo. Subsequentemente, os períodos há mais
engloba escadas/átrio, prédios/carros abandonados, de 4 anos e entre 1 e 2 anos (12%) em situação de
contentores e estações, abarca 29% da população, Sem-Abrigo são os que comportam mais pessoas. Das
verificando-se que a proporção de homens (91%) a per- mulheres, 16% encontra-se na situação de sem-abrigo
noitar nestes locais é muito superior à das mulheres. O entre 1 e 2 anos, enquanto que no grupo dos homens
item “Outros” (19%) refere-se a pessoas a residir tem- este número é de 11%.
porariamente em casa de familiares ou amigos, e que
se encontram numa situação habitacional insegura. População Sem-abrigo
Seguem-se os Albergues com 17%. O tipo de habita- Tempo Sem-abrigo (segundo o sexo) 41
313
ção Barraca que inclui barraca e construção clandes- 252
160 142 162
tina apresenta uma percentagem de 8%. Observa-se 68 83
62 55 51 13 38
um número, ainda que reduzido, de pessoas a residir 11 5

em casa alugada. <1 1-3 4-6 7-11 1-2 3-4 >4


mês meses meses meses anos anos anos

Homens Mulheres
[ CA P ]

Imigrantes
Em 2009, a população imigrante continuou a recor-

2 rer aos equipamentos sociais da AMI e representa 20%


da população total atendida. Tem vindo a aumentar a
população dos PALOP (59%) e a diminuir a dos paí-
ses de Leste (10%). Por outro lado, verifica-se um
aumento na afluência aos centros Porta Amiga, de imi-
grantes provenientes especialmente do Brasil e da Ásia Porta Amiga – Serviços Comuns
(Outros Países), representando já 14% da população As 9.370 pessoas que se dirigiram aos serviços de
imigrante atendida. Acção Social da AMI tiveram ao seu dispor várias valên-
cias, no âmbito da construção e acompanhamento de
um novo projecto de vida e na satisfação das necessi-
Evolução da População Imigrante dades básicas.
Os serviços mais solicitados são o apoio social
1100
(58%) na ajuda à elaboração de um projecto de vida,
1000
tendo havido mais mulheres (55%) que homens (45%)
900
a procurar este serviço. Segue-se a satisfação de neces-
800 sidades básicas, os géneros alimentares (68%), o refei-
700 tório (28%) e o roupeiro (41%). O serviço de refeitó-
600 rio é frequentado maioritariamente por homens (62%).
500 Por seu lado, as mulheres (53%) procuram mais a dis-
400
tribuição de géneros alimentares.

300

200

100

0
PALOP Europa Outros Outro
de Leste Países País Africano

Ano 2005 Ano 2007 Ano 2009


42
Ano 2006 Ano 2008
ami relatório anual ‘09
PCAAC
No âmbito do Programa Comunitário de Ajuda Ali-
mentar a Carenciados, desde 2002, a AMI já distribuiu
4.155.167,02Kg de alimentos.
À semelhança dos 12 anos anteriores procedeu-se,
em 2009, à candidatura ao PCAAC, a nível nacional,
que permitiu uma vez mais minorar as carências ali-
A alimentação é uma das principais necessida- mentares das pessoas que recorrem aos equipamen-
des básicas que a população-utente procura satisfazer tos sociais da AMI.
quando recorre ao apoio da AMI, seja na instituição, Durante esse ano, a AMI distribuiu mais de 1.100
seja para levar para confecção e/ou consumo em casa toneladas em géneros alimentares (1.146.211,60Kg),
ou para receber em sua casa – Apoio Domiciliário. um aumento substancial (176%) relativamente ao
Nos equipamentos sociais e através do Apoio ano de 2008, mais 705.364,58Kg. O número de famí-
Domiciliário foram servidas 207.264 refeições, ou seja, lias apoiadas foi de 6.667, o que corresponde a 16.034
uma média de 568 refeições diárias (todos os dias) ou pessoas.
770 refeições diárias (dias úteis). Desde 1997, já foram
servidas 2.150.480 refeições.

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


Evolução das Refeições Distribuídas Evolução anual dos alimentos distribuídos
através do PCAAC (Kg)
209.965 197.055 197.778 196.950
126.527 1.146
123.777
100.121 197.965 181.395 202.023 207.264
520
420 488
104.654 105.006
530
366 441
00

06
04
02

07
03

05

09
99

01

08
98
97

244
20

20
20

20
20

20

20
19

20
19

20
19

20

06

09
04

08
02

07
03

05
20
20

20
20

20
20

20

20
43
[ CA P ]

Abrigos Nocturnos
Com o objectivo de dar uma resposta de interven-

2 ção social dirigida a homens, entre os 18 e os 65 anos,


de qualquer nacionalidade, naturalidade, raça, credo
religioso ou ideologia política, que se encontrem em
situação de sem-abrigo e em processo de reinserção
socioprofissional, a Fundação AMI tem em funciona-
mento dois Centros de Alojamento Temporário, um difícil de sistematizar e/ou generalizar, embora a expe-
em Lisboa, Abrigo da Graça (desde 1997) e o outro no riência adquirida permita neste momento identificar
Porto, Abrigo do Porto (desde 2006). um fio condutor em certos aspectos. A base essencial
Estes equipamentos sociais têm como finalidades para se fazer um trabalho válido será sempre um genu-
gerais: proporcionar acolhimento temporário a indiví- íno e verdadeiro interesse do próprio em trabalhar e
duos sem-abrigo, em idade activa, que disponham de assumir um compromisso que muitas vezes implica
condições que permitam a sua reinserção socioprofis- a mudança de hábitos muito enraizados ou a altera-
sional; proporcionar um espaço de promoção, em que ção de alguns comportamentos menos saudáveis (isto
se pretende que o indivíduo percepcione a sua situa- refere-se não só às questões do abuso de substâncias,
ção como sendo de mudança e não algo com tendên- mas também a questões que se prendem com todo um
cia para o conformismo e acomodação. percurso de vida que limitou muitos dos indivíduos no
Todos os homens que estiveram/estão nos Abri- seu processo de aquisição de competências sociais).
gos, estão em situação de sem-abrigo, considerando- Desde 1997, ano de abertura do Abrigo da Graça,
se esta como uma condição em que um indivíduo não este equipamento já deu apoio a 570 pessoas, número
possui residência fixa, pernoitando muitas vezes nas a que acrescem as 163 pessoas apoiadas pelo Abrigo do
ruas (onde se incluem: carros e prédios abandonados, Porto, inaugurado em 2006. Assim, desde 1997, os Abri-
escadas/átrios de edifícios, contentores e estações de gos apoiaram um total de 733 homens em situação de
comboio), recorrendo a alternativas precárias, como os sem-abrigo e em fase de reinserção socioprofissional.
albergues nocturnos, quartos de pensões ou espaços Ao longo do ano de 2009, verificou-se um aumento
temporariamente cedidos por amigos ou familiares ou ligeiro (3%) no número de novos casos apoiados pelos
a viverem temporariamente em instituições, como cen- Abrigos Nocturnos. Foram apoiados pela primeira
tros de recuperação, hospitais ou prisões. vez 97 homens sem-abrigo durante este ano, 39 no
44 A admissão dos utentes faz-se, regra geral, por con- Abrigo da Graça e 58 no Abrigo do Porto. No entanto,
tacto/encaminhamento de instituições e organizações para além dos que entraram este ano, foram apoia-
ami relatório anual ‘09

que trabalham com situações que se podem definir dos outros que estavam nos Abrigos desde o ano pas-
como de sem-abrigo (de que são exemplo as Equipas sado, ou que tinham já saído e regressaram. Assim,
de Rua e os Centros Porta Amiga da AMI). o número total de pessoas apoiadas por estes dois
Devido à diversidade das problemáticas apresen- equipamentos sociais foi de 135, o que representa um
tadas pelos indivíduos, às diferentes histórias de vida aumento de 7% em relação a 2008.
e capacidades que cada um apresenta, o acompanha- Os escalões etários com maior peso situam-se
mento, muito mais que a admissão, é um processo entre os 30 e os 49 anos (60%) e entre os 50 e os 59

A Fundação AMI tem em funcionamento dois Centros de Alojamento
Temporário, um em Lisboa, Abrigo da Graça (desde 1997)


e outro no Porto, Abrigo do Porto (desde 2006).

da Graça, Lisb
oa]
[Foto: Abrigo

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


45
[ CA P ]

(24%), situando esta população numa idade activa. A


maioria (64%) é natural de Portugal e 32% de natura-

2 lidade estrangeira.
Da população imigrante apoiada pelos Abrigos,
os PALOP são os que têm maior expressão (32%)
seguidos do grupo de imigrantes da Europa de Leste
(28%).
De salientar que esta população é marcada por Nas questões de saúde, 34% necessitou de cuida-
uma acentuada solidão, já que a maioria (83%) é sol- dos: medicamentos (78%); acompanhamento psiqui-
teira (57%), divorciada (24%) ou viúva (2%) sendo que átrico (41%); consulta médica (65%). Por outro lado,
55% vivia só antes da sua entrada para o abrigo. Apesar verificou-se que 41% tem médico de família e 14%
de haver 9% de homens casados, apenas 2% se encon- não tem. O VIH/SIDA afecta 7% dos homens apoia-
trava a residir com o cônjuge. dos nos Abrigos, havendo ainda uma elevada percen-
Relativamente às habilitações literárias, estas são tagem de desconhecimento (30%). De referir também
muito baixas contabilizando-se que a maioria tem o 2.0 que 36% destes homens são consumidores de subs-
ciclo (30%), segue-se o 1.0 ciclo ou menos (27%) e o 3.0 tâncias aditivas.
ciclo (21%). Verifica-se ainda que um elevado número Dentro dos motivos que levaram esta população a
não possui qualquer formação profissional (59%). procurar apoio nos Abrigos pode-se considerar que a
Dos Recursos Económicos salienta-se o recurso à precariedade financeira (96%), o desemprego (70%)
mendicidade como aquele com maior expressão (33%). e a falta de habitação (48%) foram os que registaram
Traduzem-se ainda no acesso a vários subsídios: RSI maior peso.
(22%) e apoios institucionais (10%). Existe ainda uma Num quadro de satisfação de necessidades bási-
percentagem que sobrevive com um salário temporá- cas pode-se considerar que o apoio em alojamento,
rio (10%) e salário fixo (11%), se bem que precário, pois vestuário, alimentação e cuidados de higiene foram as
não permite a saída imediata desta situação. carências às quais estes equipamentos responderam.
No que diz respeito aos locais de pernoita prévios No que diz respeito às necessidades de alimentação,
à sua entrada nos Abrigos Nocturnos, grande parte os dois Abrigos serviram 35.768 refeições durante o
(37%), e ao contrário do ano anterior, encontrava-se na ano de 2009.
rua (espaço onde se incluem: carros e prédios abando- Dentro das necessidades de inserção/reinserção
46 nados, escadas/átrios de edifícios, contentores e esta- social, a de obter alojamento próprio a curto prazo
ções de comboio). Havia ainda 20% que pernoitava evidenciou-se em 96%. O facto de se tratar de indi-
ami relatório anual ‘09

em albergues. víduos sem-abrigo, pode levar a concluir que o aloja-


Em relação ao tempo de permanência na situação mento próprio é uma necessidade da totalidade. Tam-
de sem-abrigo, observa-se que a maioria se encontrava bém se tornou evidente a necessidade de um emprego
nesta situação há 6 meses ou menos (63%) sendo que em 80% dos casos para levar a cabo o processo de
destes, 46% encontrava-se na situação de sem-abrigo há reinserção social.
menos de 1 mês. Ainda de referir que 12% está em situa-
ção de sem-Abrigo desde há 1 a 2 anos.
primeira vez (98 na Equipa de Rua de Gaia; 48 na
Equipa de Rua de Lisboa).
Apoiados pela primeira vez, 106 são homens
e 40 mulheres. Os escalões etários com maior
peso situam-se entre os 30 e os 49 anos (55%)
e entre os 50 e os 59 (16%), sendo pois uma
população em idade activa.
Relativamente à população imigrante, esta
representa 19% da população total atendida
pelas Equipas de Rua, com uma maioria pro-
veniente dos PALOP (57%), seguida de natu-
rais de outros países da UE (18%).
Relativamente às habilitações literárias, estas carac-
Equipas de Rua terizam-se por serem baixas, verificando-se que 30%
O projecto Equipa de Rua foi iniciado em 2001 e tem o 1.0 ciclo ou menos. Regista-se ainda uma grande
pretende ir ao encontro da população sem-abrigo que quantidade de dados inexistentes (37%). Ainda impor-
permanece na rua, através de uma intervenção que per- tante mencionar que 49% não tem formação profissio-

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


mita responder às suas necessidades e prevenir futu- nal. Assim, pode dizer-se que esta é uma população
ras formas de exclusão social. com baixas qualificações, o que dificulta a inserção no
As Equipas multidisciplinares de Rua da AMI são mercado de trabalho.
projectos de dois Centros Porta Amiga. A Equipa de Rua O recurso económico mais comum é o RSI (31%),
de Lisboa, do Centro Porta Amiga das Olaias e a Equipa seguido da mendicidade (29%) e dos subsídios e
de Rua de Gaia e Porto, do Centro Porta Amiga de Gaia. apoios institucionais (22%). 15% sobrevive com o
As Equipas deslocam-se numa carrinha móvel que apoio de familiares e amigos.
permite conceder apoio social, psicológico, e na área O local de pernoita mais frequentemente utili-
de saúde. zado pelas pessoas atendidas pelas Equipas de Rua
As áreas de intervenção encontram-se delimitadas da AMI, é a rua (36%), espaço onde se incluem: car-
por freguesias, sendo que a Equipa de Rua de Gaia se ros e prédios abandonados, escadas/átrios de edifí-
desloca três vezes por semana à cidade do Porto, per- cios, contentores e estações de comboio. De seguida
manecendo dois dias na cidade de Vila Nova de Gaia. encontra-se o quarto (9%) como local de pernoita e os
A Equipa de Rua de Lisboa actua nas freguesias albergues (8%). Importa dizer que, dos casos atendi-
de Beato; Santa Engrácia; Lapa; S. João; S. Nicolau; dos na região de Lisboa, a percentagem de pessoas a 47
Santo Condestável; S. Jorge de Arroios; Graça; Coração pernoitar na rua é superior (54%) à que se encontrou
de Jesus; Madalena; Marvila; Santa Maria dos Olivais; na região do Porto (28%).
Alcântara; S. João de Brito e Alto do Pina. 32% das pessoas apoiadas encontra-se nesta situa-
Durante o ano de 2009, as Equipas de Rua de Lis- ção há 6 meses ou menos. Por outro lado, encontra-se
boa e Gaia, no seu conjunto, acompanharam um total uma elevada percentagem de pessoas em que o fenó-
de 188 Sem-Abrigo, dos quais 146 foram atendidos pela meno persiste há mais de 4 anos (27%).
[ CA P ]
Em questões de saúde, no que diz respeito ao VIH/
SIDA, observa-se um grande desconhecimento, visto
que em 81% dos casos, as pessoas não conhecem a

2 sua condição. Registaram-se, ainda assim, 4% de por-


tadores do vírus. Em termos de substâncias aditivas
verificou-se que 29% são consumidores.
Dos motivos que levaram esta população para a
rua, pode considerar-se que a precariedade financeira
(77%), o desemprego (74%) e a falta de habitação
(62%) foram aqueles que mais se identificaram.

Apoio Domiciliário Apoio Domiciliário


No ano de 2009, este projecto do Centro Porta Amiga
das Olaias prestou apoio a 85 utentes, 28 homens e 57 91 90 93
85
77 83 81
mulheres, dos quais 21 são novos utentes. Desde 2000 já
51
foram apoiadas 280 pessoas. 48
34 34 38
30 33 31 29
A maioria da população tem mais de 70 anos (93%), é 20
25 19 21
natural de Portugal (97%) e tem o 1.0 ciclo de escolaridade
(40%), sendo que há a mesma percentagem de pessoas 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
sem escolaridade, pessoas com o 3.0 ciclo e pessoas com
o nível de ensino médio/superior (15%). Relativamente ao Novos casos Casos Acompanhados
estado civil, ou são viúvos (42%) ou casados (29%) verifi-
cando-se um valor significativo de solteiros (22%). Quanto
a recursos económicos, 91% vive de reformas e pensões.
Durante o ano de 2009 foram distribuídas 13.063
refeições, menos 640 que no ano de 2008. Desde Evolução das Refeições Distribuídas
2000, já foram distribuídas 134.336 refeições através 19.360
do Apoio Domiciliário. 17.861 17.253
15.092 16.359
13.703
13.063
Para além do serviço de distribuição de refeições, 11.407
48 o Apoio Domiciliário prestou ainda outros serviços aos
6.612
utentes. Assim, contabilizaram-se 504 higienes pessoais,
ami relatório anual ‘09

3.626
420 limpezas de habitação, 204 acções de tratamento de
roupa, 129 saídas e acompanhamentos ao exterior e 153
acompanhamentos sociais e encaminhamentos. 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
RVCC – Reconhecimento, Validação e Certifica-
ção de Competências
O Centro Porta Amiga do Porto continuou a dispo-
nibilizar o Reconhecimento, Validação e Certificação de
Competências (RVCC), tendo os 5 alunos beneficiado
de mais 85 aulas. Todos finalizaram o curso com distin-
ção, tendo assim obtido o 3.0 ciclo de escolaridade.
Educação, Formação Profissional
e Emprego Alfabetização
No Centro Porta Amiga das Olaias, este projecto
Projectos de Educação foi iniciado em Fevereiro de 2006 e foi de encontro a
Ensino 1.º Ciclo um pedido tantas vezes expresso pelos mais idosos.
No Centro Porta Amiga do Porto, através da cedência Em 2009, contou com o apoio de duas professoras
de um professor pela Escola Ramalho Ortigão, foi possí- duas vezes por semana. Continuam a ser os idosos
vel ministrar o ensino do 1.0 ciclo de escolaridade a pes- e os estrangeiros quem mais recorre a este serviço.
soas que nunca tinham ido à escola ou ficaram marcadas Durante o ano, esta valência foi frequentada por 15 pes-
pelo insucesso neste nível, não o tendo completado. soas, entre portugueses e estrangeiros.

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


No ano lectivo 08/09, 22 alunos mantiveram-se em No final do ano, verificou-se um aumento da procura
formação de Janeiro a Junho, para o 2.o ano de escolari- por parte de indivíduos de etnia cigana. Trata-se de indi-
dade. Foram ministradas 109 aulas, tendo sido aprova- víduos beneficiários do RSI, na sua maioria analfabetos,
dos 7 alunos e 2 repetido o 1.o ano de escolaridade. e que pretendem obter escolaridade. Inscreveram-se 12
Foi, ainda, constituída uma turma de 12 alunos, alunos, o que obrigou à criação de várias turmas.
tendo sido leccionadas 20 aulas entre Novembro e
Dezembro. Para 2010, temos 2 desistências e prevêem- Estágios Curriculares
-se novas entradas. Os centros sociais integraram nas suas activida-
des 26 estágios curriculares de diversas áreas: Serviço
Ensino da Língua Portuguesa Social (7); Psicologia (3); Educação Social (4); Mestrado
Também no Centro Porta Amiga do Porto, foram em Enfermagem (2); Mestrado em Ciências da Edu-
aprovadas duas candidaturas ao programa Extra- cação/Formação de Adultos (1); Medicina (1). Foram
Escolar da DREN (Direcção Regional de Educação do ainda realizados estágios no âmbito de cursos técnicos,
Norte), para ministrar dois cursos de Ensino da Lín- nomeadamente, Acção Social (2); Animação Sócio-Cul-
gua Portuguesa para imigrantes. Os cursos decorre- tural (4); Administração e Marketing (1); Serviços Pesso- 49
ram, respectivamente, de Abril a Junho e de Novembro ais de Apoio à Comunidade (1). Também alguns alunos
a meados de Janeiro (2010). Cada curso teve a dura- do sistema de ensino tradicional cumpriram pequenos
ção de 97h divididos por 32 sessões com 12 e 9 alunos estágios na instituição no âmbito da disciplina Área Pro-
respectivamente. jecto, mais especificamente, 7 alunos do 12.0 ano.
[ CA P ]

Projectos Formativos
A AMI renovou no dia 30 de Janeiro de 2009, por

2 mais três anos, a acreditação como entidade formadora


pela Direcção Geral do Emprego e das Relações de Tra-
balho (DGERT) nas áreas de alfabetização, desenvolvi-
mento pessoal e serviços sociais.
Este projecto de formação surgiu no seguimento
da observação, directa e indirecta, das equipas técnicas No final, os formandos deveriam estar aptos a corres-
nos Centros e através de reuniões de avaliação e acom- ponder ao seu meio ambiente, ao nível interno da organi-
panhamento das áreas de formação e de intervenção zação com a equipa técnica e com as hierarquias, e ao nível
social. O conteúdo programático das acções formati- externo de resolução das situações-problema dos utentes.
vas foi realizado, tendo em conta as necessidades de Este projecto de formação consistiu num grupo de
desenvolvimento de competências pessoais e actuali- acções de formação realizadas no Centro Porta Amiga
zação de conhecimentos no âmbito do trabalho social do Funchal. Este grupo de acções teve a duração total
dos vários elementos das equipas técnicas que reali- de 96 horas, tendo decorrido durante 16 dias, com uma
zam a intervenção social nos Equipamentos e Projec- média de 6 horas diárias, 1 dia por semana, ao longo
tos Sociais da AMI. de quatro meses (de 07 de Novembro de 2008 a 06 de
No final das acções formativas, e indo de encontro Março de 2009).
aos objectivos das mesmas, o(a)s formando(a)s esti- A formação iniciou-se com 17 elementos tendo
veram apto(a)s a corresponder ao seu meio ambiente, havido, numa fase inicial (após uma ou duas sessões)
ao nível interno da organização com a equipa técnica 4 desistências. Deste modo, foram 13 as pessoas que
e com as hierarquias, e ao nível externo na resolução finalizaram a acção de formação.
das situações-problema do(a)s utentes.
Projectos de Inserção ou Reinserção
Acção de Formação “Gestão e Cultura na Vida Activa
Organizacional” Com o apoio do IEFP, a AMI aderiu a alguns pro-
no Centro Porta Amiga do Funchal gramas, nomeadamente:
Esta acção de formação foi promovida pela AMI no • UNIVA (GIP), Clube de Emprego e Gabinete de Apoio
Funchal e co-financiada pelo Fundo Social Europeu e ao Emprego (Refira-se que, através dos clubes de
50 Estado Português, no âmbito do Programa Rumos da emprego e dos Abrigos Nocturnos, a AMI conseguiu
Região Autónoma da Madeira. empregar 700 pessoas em 2009, embora nem todos
ami relatório anual ‘09

O objectivo geral desta acção de formação foi pro- tenham conseguido manter os postos de trabalho.)
mover e apoiar o desenvolvimento de competências • Programas Ocupacionais/Contratos Emprego
das equipas técnicas da AMI e de outras entidades sem Inserção
fins lucrativos, através de acções formativas de curta e • Estágios Profissionais
média duração nos domínios da aprendizagem, quali- • Empresa de Inserção
ficação e especialização, de forma a colmatar as suas • Programa Vida-Emprego
necessidades específicas.
ção de outras pessoas, em especial familiares e amigos
(48) que já tenham recorrido a este serviço.
Na prática, procura-se estabelecer com cada utente
uma meta ou um objectivo a alcançar tendo em conta as
suas expectativas e ambições. Assim, aqueles que procu-
ram obter a escolaridade obrigatória são encaminhados
para os Centros Novas Oportunidades (CNO), e aqueles
UNIVA (GIP), Clube de Emprego e Gabinete que procuram outro tipo de formação, para centros de
de Apoio ao Emprego formação profissional e/ou centros de emprego. Os que
Centro Porta Amiga de Chelas apenas procuram trabalho são acompanhados no GIP
Desde o final de 2006 que a UNIVA do Centro na procura activa de emprego. Desse modo, foram rea-
Porta Amiga de Chelas não se tem limitado apenas lizadas 105 sessões de técnicas de procura de emprego
ao serviço de apoio na procura de emprego e orienta- (TPE´S), tendo sido 56 utentes colocados no mercado de
ção profissional e vocacional, mas também assegura trabalho e 72 encaminhados para os CNO e para o IEFP.
as apresentações quinzenais dos indivíduos desem- Nas sessões de informação colectivas participaram
pregados, residentes na freguesia de Marvila e Oli- 97 utentes com o intuito de definir o seu plano pessoal
vais, que se encontram a receber a prestação de sub- de emprego ou formação profissional e aprendizagem.

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


sídio de desemprego e que, por isso, obedecendo a Realizaram-se este ano 12.843 apresentações quin-
uma norma imposta pelo IEFP, têm de se apresen- zenais, um aumento de 9%, relativamente ao ano ante-
tar quinzenalmente no sentido de validar a sua situa- rior, com médias diárias a variar entre as 60 e 100 apre-
ção face ao emprego. Com a passagem, durante 2009, sentações. A maior afluência de indivíduos verifica-se na
das UNIVA (Unidade de Inserção na Vida Activa) a GIP faixa etária entre os 51 e 60 anos de idade. Muitos des-
(Gabinete de Inserção Profissional), este gabinete do tes desempregados acabam por pedir a reforma anteci-
CPA (Centro Porta Amiga) de Chelas passou também pada assim que termina o subsídio de desemprego.
a fazer sessões de informação colectiva a utentes enca- De notar ainda, neste ano de 2009, novos desem-
minhados pelo IEFP. pregados com laços de parentesco, alguns dos quais
Ao longo do ano, recorreram a este serviço 105 uten- casais e irmãos. Esta situação coloca estes agregados
tes, quer para procura activa de emprego quer para enca- numa posição de extrema precariedade.
minhamento de cursos de formação profissional e para o
projecto “Novas Oportunidades”. As mulheres são quem Centro Porta Amiga das Olaias
mais procura este serviço (57%). A predominância das O Clube de Emprego atendeu um total de 115 pes-
idades encontra-se no intervalo ’21-29’ anos, muitos dos soas ao longo deste ano, um aumento de 37% relati- 51
quais, à procura do primeiro emprego, e entre os ‘40 - vamente ao ano passado, sendo que 69 se inscreve-
49 anos’, altura em que a procura de um novo emprego ram no clube pela primeira vez. Foi feito um total de
começa a tornar-se complicada. 671 atendimentos, mais do dobro que no ano ante-
A maioria dos utentes (57) que recorrem aos nos- rior, tendo sido feitos 3.130 encaminhamentos, para
sos serviços é encaminhada pela SCML (Santa Casa da diversas respostas: ofertas directas de emprego; ofer-
Misericórdia de Lisboa), sendo os restantes por indica- tas formativas; RVCC (Revalidação e certificação de
[ CA P ]

competências) e/ou Novas Oportunidades; Progra-


mas Terapêuticos.

2 As pessoas que utilizaram este serviço em 2009 são


sobretudo pessoas carenciadas, maioritariamente do
sexo masculino (69%). Predomina a faixa etária com-
preendida entre os 30 e os 49 anos (58%). A maioria tem
nacionalidade portuguesa, baixas habilitações literárias
e procura um novo emprego. É importante acrescentar litações literárias são baixas sendo que a maioria tem o
que a maior parte destes utentes se encontra em situa- 2.0 ciclo ou menos de escolaridade (56%).
ção de sem abrigo, segundo as normas da FEANTSA. Em resposta às necessidades apresentadas pelos
184 indivíduos que nos procuraram, de entre os quais 44
Centro Porta Amiga do Funchal estavam motivados para a procura de emprego ou forma-
O ano de 2009 registou um total de 60 novos ção, realizaram-se 52 encaminhamentos para emprego,
casos, mais 70% que no ano anterior, e 87 casos rea- tendo chegado a informação de que 15 estão a trabalhar.
valiados. Foram feitos 173 atendimentos (acompanha- Quanto à formação, foram orientados 39 utentes
mentos) dos quais 26 são casos externos ao Centro. para Centros de Novas Oportunidades e centros de for-
A maioria das pessoas inscritas são mulheres. mação de acordo com os seus interesses e potenciali-
Grande parte são adultos com idade superior aos 25 dades, tendo-se a confirmação de que 8 utentes estão
anos e baixas habilitações literárias, rondando o 4.0 efectivamente em formação.
ano, 6.0 ano de escolaridade.
As actividades desenvolvidas com os utentes visam Programas Ocupacionais/Contratos
sobretudo o apoio à procura activa de Emprego e divul- Emprego Inserção
gação de ofertas de emprego aos candidatos. O incen- Ao longo deste ano, estiveram 8 pessoas em Pro-
tivo e a motivação em ocupações temporárias ou acti- gramas Ocupacionais para subsidiados, sendo que 1
vidades em regime de voluntariado têm sido sugeridos delas transitou para a Empresa de Inserção. Uma vez
pelo Clube de Emprego para facilitar a inserção no mer- que os programas ocupacionais foram substituídos
cado de trabalho. pelos Contratos Emprego Inserção, apenas 2 deles
transitam para o ano de 2010.
Centro Porta Amiga de Vila Nova de Gaia Em Dezembro de 2009 estavam em curso 14 pro-
52 Durante o ano de 2009, realizaram-se 202 atendimen- jectos, nos quais estiveram inseridas 15 pessoas. Tam-
tos no gabinete de apoio ao emprego, tendo recorrido a bém em Dezembro de 2009 existiam 3 candidaturas a
ami relatório anual ‘09

este serviço 184 utentes, mais 28% que no ano anterior, aguardar resposta e um pedido de prorrogação de um
na sua maioria mulheres, e de nacionalidade portuguesa. projecto também à espera de resposta.
A grande maioria encontra-se nas faixas etárias entre os No total passaram pelos vários projectos, ao longo
30 e os 49 anos de idade. Há ainda uma pequena per- do ano de 2009, 23 pessoas, tendo transitado para
centagem de utentes com idade inferior a 16 anos. Trata- 2010, 14 pessoas.
se de jovens que estão no sistema tradicional de ensino Nas ilhas, através destas medidas, foram integra-
e que procuram alternativas. De um modo geral, as habi- das duas pessoas, das quais uma transitou de 2008.
No ano de 2009 não houve novas candidaturas ao
Programa Vida-Emprego. Os 4 elementos que a AMI
mantém correspondem a integrações realizadas em
anos anteriores (2006 e 2007), havendo obrigatoriedade
de manutenção dos postos de trabalho por 4 anos.

Estágios profissionais
Programas N.º de Beneficiários
A AMI enquadrou, em 2009, 19 Estágios Profissio-
nais, 13 dos quais representam novos projectos, e 6 UNIVA ou GIP 289
transitaram de 2008. Clube de Emprego 252
Gabinete de Apoio ao Emprego 184
Empresa de Inserção Programas Ocupacionais / CEI 23
O projecto de apoio domiciliário “Simpatia à Porta” Estágios Profissionais 19
continua a ser apoiado em parte pelo IEFP, uma vez Empresa de Inserção 4
que se enquadra no perfil de Empresa de Inserção,
Programa Vida-Emprego 4
cujos objectivos são:

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


TOTAL 775
• Combater a pobreza e a exclusão social através da
inserção ou reintegração profissionais;
• Permitir a aquisição e desenvolvimento de compe-
tências pessoais, sociais e profissionais adequadas
ao exercício de uma actividade;
• Criar postos de trabalho.
No ano de 2009 passaram pela empresa de inser-
ção “Simpatia à Porta” 4 pessoas, tendo duas delas
transitado para 2010.

Programa Vida-Emprego
No âmbito das medidas activas de emprego e for-
mação foi criado o programa Vida-Emprego, que visa
potenciar a (re)inserção socioprofissional de toxicode-
pendentes, como parte integrante e essencial do pro- 53
cesso de tratamento. As acções desenvolvidas incidem
nas vertentes de informação, orientação e formação
profissional, bem como integração socioprofissio-
nal. As medidas específicas são: estágio de integra-
ção socioprofissional, apoio ao emprego e prémio de
integração.
[ CA P ]

Parcerias com outras instituições

2 Cais
O Projecto CAIS é um projecto que tem em vista
o apoio a pessoas socialmente excluídas, de que são
exemplo os Sem-Abrigo, desempregados, indivíduos
com problemas de saúde, como o alcoolismo e o VIH/
SIDA. Este projecto permite-lhes obter meios económi- RSI – Rendimento Social de Inserção
cos para a satisfação das suas necessidades básicas, O Rendimento Social de inserção é uma medida
através da venda da Revista Cais. Em 2009, tivemos 24 que tem por objectivo promover a inclusão, através da
vendedores, menos 4 que no ano transacto. No âmbito atribuição de uma prestação pecuniária que inclui um
da animação sócio-cultural, ambos os Abrigos partici- programa de inserção que visa favorecer a integração
param no peddy paper, promovido pela CAIS, “Aventu- socioprofissional dos indivíduos. O objectivo consiste
rarte” que decorreu no mês de Junho, tendo a equipa em conferir às pessoas e aos seus agregados familiares
do Abrigo do Porto ganho o 2.0 lugar. apoios adaptados à sua situação no sentido da satis-
fação das necessidades básicas e da progressiva inser-
CPCJ – Comissão de Protecção ção laboral, social e comunitária.
de Crianças e Jovens em Risco Em 2009, os Centros Porta Amiga da AMI acompa-
- Lisboa Oriental – Modalidade Alargada nharam 1.503 pessoas que estavam a receber o RSI e
Há já vários anos que a AMI está representada na 371 que estavam a aguardar resposta ao pedido.
CPCJ Alargada de Lisboa Oriental. À comissão alargada
compete desenvolver acções de promoção dos direitos Rede Social
e de prevenção das situações de perigo para a criança O Programa Rede Social foi criado por Resolução
e jovem, nomeadamente: do Conselho de Ministros que o define como um fórum
• Informar a comunidade sobre os direitos da criança de articulação e congregação de esforços baseado na
e do jovem e sensibilizá-la para os apoiar sempre adesão livre por parte das autarquias e das entidades
que estes conheçam especiais dificuldades; públicas ou privadas sem fins lucrativos, que quei-
• Promover acções e colaborar com as entidades ram participar. Os esforços destas entidades encon-
competentes, tendo em vista a detecção dos fac- tram-se concentrados na erradicação ou atenuação da
54 tos e situações que afectem os direitos e interes- pobreza e da exclusão social e na promoção do desen-
ses da criança e do jovem; volvimento social.
ami relatório anual ‘09

• Colaborar com as entidades competentes no estudo Todos os Centros Sociais da AMI continuam a par-
e elaboração de projectos inovadores no domínio ticipar nas Redes Sociais Locais. Ainda importante
da prevenção primária dos factores de risco, bem referir, no âmbito da implementação da Rede Social de
como na constituição e funcionamento de uma Lisboa, a eleição do Abrigo da Graça como represen-
rede de respostas sociais adequadas. tante dos equipamentos com resposta de alojamento
no Grupo de Trabalho para a População Sem-abrigo.
Rede Alargada de Instituições
de Acolhimento e Integração de Refugiados
Ao longo deste ano, a AMI participou, mais uma vez,
em reuniões bimensais com as instituições que fazem
parte desta rede e em acções de formação temáticas.
As instituições que fazem parte da Rede são: AMI,
OIM (Organização Internacional das Migrações), APAV
REAPN – Rede Europeia Anti-Pobreza (Associação de Apoio à Vítima), CAVITOP (Centro de
A Rede Europeia Anti-Pobreza de âmbito nacio- Apoio às Vítimas de Tortura em Portugal), CEPAC (Cen-
nal (REAPN) representa em Portugal a European Anti tro Padre Alves Correia), Centro Distrital da Segurança
Poverty Network (EAPN), desde a sua fundação em Social de Lisboa, CIC Portugal, Comissão Nacional de
1990. A EAPN é uma associação sem fins lucrativos, Protecção de Crianças e Jovens em Risco, CPR (Conse-
sediada em Bruxelas, estando representada em cada lho Português para os Refugiados), Exército de Salva-
um dos Estados - Membros da União Europeia por ção, IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissio-
Redes Nacionais. nal), Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Médicos
A missão da REAPN é defender os direitos huma- do Mundo, SCML (Santa Casa da Misericórdia de Lis-
nos fundamentais e garantir que todos tenham as con- boa) e o Serviço de Jesuítas aos Refugiados.

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


dições necessárias ao exercício da cidadania e a uma
vida digna, promovendo a luta contra a pobreza e a FEANTSA – Federação Europeia
exclusão social, o trabalho em rede e o envolvimento de Associações Nacionais que Trabalham
de toda a sociedade civil. com os Sem-Abrigo
No dia Internacional para a Erradicação da Pobreza A FEANTSA é a maior rede centrada nos Sem-
(17 de Outubro) a REAPN organizou o “I Fórum Nacio- -Abrigo ao nível europeu. Recebe apoio financeiro da
nal de Pessoas em Situação de Pobreza” com o objec- Comissão Europeia para o desenvolvimento das suas
tivo de fomentar a participação cívica desta faixa da actividades. Trabalha de perto com instituições da
população. No sentido de promover as práticas parti- União Europeia, tem estatuto consultivo no Conselho
cipativas, uma utente da AMI do Centro Porta Amiga da Europa e nas Nações Unidas.
de Chelas participou neste Fórum que se realizou nos Anualmente, a AMI participa na conferência anual
dias 16 e 17 de Outubro nas instalações do INATEL na da FEANTSA que reúne os membros associados à
Foz do Arelho. volta de um tema para debater, trocar ideias, práti-
cas e experiências. No dia 24 de Outubro decorreu a
Prestação de Trabalho a Favor Assembleia Geral da FEANTSA onde foram eleitos os 55
da Comunidade (PTFC) novos membros nacionais do Conselho Administrativo
Com base no protocolo assinado entre a AMI e o para o biénio 2009/2011 bem como o novo Presidente.
IRS (Instituto de Reinserção Social), trata-se de uma Neste contexto, e após proposta pelos parceiros nacio-
medida legal que prevê o trabalho a favor da comuni- nais associados da FEANTSA, a Directora do Departa-
dade em substituição do cumprimento de penas ou mento de Acção Social da AMI assumiu as funções de
multas. Em 2009 foram recebidas 37 pessoas. Representante Nacional no Conselho Administrativo da
[ CA P ]

FEANTSA. Deste modo, foram já realizadas algumas


tarefas de divulgação nacional de projectos realizados

2 pela FEANTSA, bem como a divulgação da campanha “É


possível acabar com a situação de sem-abrigo” que se
desenvolverá durante o ano de 2010 no contexto do “Ano
Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social”.

Infotecas FNAC/AMI Este projecto visa a abertura de 5 Infotecas em Cen-


Contra a Info-exclusão tros Porta Amiga. Até ao momento foram inaugura-
As Infotecas FNAC/AMI são um projecto criado das três, a primeira em Novembro de 2007 no Cen-
em parceria com a Fnac e funcionam como espaço tro Porta Amiga de Vila Nova de Gaia, a segunda em
de combate à info-exclusão. Têm como vocação pri- Dezembro de 2008 no Centro Porta Amiga de Cascais
mordial proporcionar às populações carenciadas das e a terceira, em 2009, no mês de Novembro, no Cen-
comunidades onde estão implantadas, a oportunidade tro Porta Amiga do Porto.
de se familiarizarem com as Tecnologias de Informa- O espaço das Infotecas desenvolve actividades rela-
ção e Comunicação (TIC), através da disponibilização cionadas com Tecnologias da Informação e da Comuni-
de computadores com acesso à Internet para livre uti- cação (TIC) destinadas a 3 grupos: 1) formação a crian-
lização e da realização de acções de formação em TIC, ças e jovens; 2) formação a adultos desempregados e
beneficiando do apoio de um grupo de empresas: seniores; 3) Acesso livre e actividades transversais de
• A Fnac, que custeia a adaptação do espaço e dos sensibilização/informação com recurso às TIC.
monitores, ao mesmo tempo que garante a assis- No ano de 2009 decorreram nas Infotecas 10
tência técnica e o fornecimento de consumíveis. acções de formação em TIC e 10 acções de familiariza-
• A Galileu, que participa no projecto assegurando os ção às TIC. No total, tiveram formação nesta área 142
cursos de formação em TIC. pessoas, sendo a maioria mulheres (63%). Verifica-se
• A HP, que contribui com o hardware para o equipa- que a maior parte se encontra em plena idade activa
mento dos espaços. (48%). Os escalões etários com maior peso são o dos
• A Microsoft, que garante o fornecimento das licen- jovens dos 11 aos 15 anos (25%) e o dos 60 aos 69 anos
ças de software. (18%). Segue-se o do escalão dos 30 aos 39 (13%). Veri-
A InfoExclusão define uma nova forma de exclusão, fica-se que a maior parte se encontra em plena idade
56 em que as dificuldades de acesso às Tecnologias de Infor- activa (48%).
mação e Comunicação (TIC) aumentam entre as pessoas As baixas habilitações literárias são características
ami relatório anual ‘09

em circunstâncias de maior vulnerabilidade. Apesar da desta população, sendo que 42% possui o primeiro
crescente democratização dos suportes informáticos que ciclo de escolaridade e 23%, o segundo ciclo. De salien-
facilitam o acesso à informação, verifica-se que determi- tar ainda que a grande maioria não exerce qualquer
nados grupos de pessoas portadores de deficiência, iletra- actividade profissional (88%) e os que exercem fazem-
dos e/ou iletrados tecnológicos, com limitações econó- no de forma precária (12%).
micas ou em situação de marginalidade social – idosos,
imigrantes – ficam de fora da actual sociedade digital.
57

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


[ CA P ]

2.3
Ambiente
2

Intervir na valorização do ambiente,


na convicção de que este é um vector fun-
damental de desenvolvimento das socie-
dades e de bem-estar das populações, e,
numa estratégia preventiva, evitando catás-
trofes humanitárias consequentes da degra-
dação ambiental.
É esta a missão da AMI no sector do
ambiente. Concretiza-a, desenvolvendo pro-
jectos que visam promover as boas práticas
ambientais das empresas, das instituições e
58 dos cidadãos.
Sendo o Homem o centro das suas pre-
ami relatório anual ‘09

ocupações, não podia a AMI ficar indiferente


aos problemas ambientais que ocorrem no
planeta. A degradação ambiental é responsá-
vel, de acordo com a Organização Mundial de
Saúde, pela morte de 13 milhões de pessoas
por ano, sendo os países em vias de desenvol-
vimento os mais afectados.
todos os anos em Portugal 120 milhões de litros de óleos
alimentares usados, quantidade suficiente para produzir
biodiesel equivalente a 42 milhões de litros de petróleo,
o que corresponde a cerca de 0,5% do total das importa-
ções anuais portuguesas deste combustível fóssil. A AMI
dá assim o seu contributo para favorecer a independên-
cia energética do país, conseguindo atingir este objectivo
Reciclagem de Radiografias de forma sustentável e com uma visão de longo prazo,
A Campanha anual de Reciclagem de Radiografias, não comprometendo outros recursos igualmente funda-
que já vai na 14.a edição, consiste na recolha deste mentais para o desenvolvimento da sociedade e para o
material em farmácias, hospitais e centros de saúde, bem-estar das populações.
posteriormente submetido a um banho para extracção Em 2009, este projecto contou com 5.000 pontos
da prata, que é depois vendida no mercado de metais de recolha em todo o país. Foram recolhidos 39.927 qui-
preciosos. logramas de óleos alimentares usados, que permitiram
Em 2009 foram recicladas 59 toneladas de radiografias gerar uma receita de €3.071,13. Desde o início do pro-
e angariados €102.963,12. Desde o início deste projecto jecto em 2008, foram recolhidos 129.419 quilogramas,
em 1996, foi recolhido um total de 1.153 toneladas e gerando e angariando €8.545,75.

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


€1.162.236,00.

Reutilização de Consumíveis
Recolha de Óleos Alimentares Usados Informáticos e Telemóveis
Os óleos alimentares usados são recolhidos em esta- Os consumíveis informáticos e os telemóveis são
belecimentos do canal Horeca - hotéis, restaurantes e recolhidos em escritórios e também directamente do
cantinas -, em escolas, juntas de freguesia, e também público, através de parcerias com estabelecimentos
através de oleões instalados pelas câmaras municipais comerciais. Estes equipamentos são regenerados e enca-
na via pública. São depois transformados em biodiesel minhados para reutilização em mercados onde existe
que é utilizado por empresas de camionagem. dificuldade na aquisição de equipamentos novos.
Este projecto permite evitar, quer a contaminação Este projecto permite poupar recursos naturais
das águas residuais, quando o óleo é despejado na rede essenciais ao fabrico destes equipamentos, ao mesmo
pública de esgotos, quer a deposição dos óleos alimen- tempo que evita a sua deposição em aterro.
tares usados em aterro, quando colocados nos contento- Em 2009, participaram neste projecto 6.000 enti-
res de resíduos comuns. O biodiesel produzido constitui dades colectivas de todos os sectores de actividade, 59
uma alternativa ecológica aos combustíveis fósseis, con- tendo sido recolhidos 248.676 consumíveis informáti-
tribuindo adicionalmente para reduzir as emissões de cos e 1.659 telemóveis, e gerados €38.229,95 de fun-
CO2. Ao contrário do que por vezes acontece com o bio- dos. Desde o início deste projecto em 2004, foram
diesel de produção agrícola, esta forma de produção não encaminhados para reutilização 787.534 consumíveis
implica a desflorestação para afectação de terrenos, nem informáticos e 18.859 telemóveis, de que resultou a
concorre com o mercado da alimentação. São gerados angariação de €247.879,37.
[ CA P ]

2.4
Alertar Consciências
2

“ O que podemos fazer nos dias


de hoje é responder à globalização
desumanizante com outra
Nos casos do Facebook e do Twitter, foi já no último
trimestre de 2009 que a AMI, a título experimental,
marcou presença.
A utilização das redes sociais será uma aposta da
globalização feita à nossa maneira AMI em 2010, no sentido de complementar os instru-
e com os nossos propósitos. Não mentos de comunicação, assim como tentar colmatar
alguma falha na comunicação de actividades desenvol-
tanto para contrapor, mas para vidas pela Fundação e diversificar o seu público-alvo.
criar um mundo plural em que
todos possam mundializar e ser Missão Aventura Solidária
Na sequência do sucesso da Missão Aventura Soli-
mundializados. Sem hegemonia, dária no Senegal, um projecto que proporciona a pos-
sem dominação. Um mundo sibilidade de realizar uma viagem única e original e de
que escuta as vozes diversas, contribuir para a realização de um projecto de desen-

em que todos são em simultâneo, volvimento local, através do seu financiamento, mas


também da sua participação no terreno, foram lança-
centro e periferia. dos em 2009 dois novos destinos.
[Mia Couto in Pensatempos] O grupo de aventureiros contou sempre com o
acompanhamento de 2 elementos da AMI.
No Brasil, a AMI mantém há largos anos uma rela-
Iniciativas AMI ção estreita com a ONG ACOM, facto que facilitou o
arranque do projecto.
60 As Redes Sociais Esta Missão piloto contou com a participação de
Em 2009, a AMI alargou a utilização destas novas 5 aventureiros, tendo sido feita a reabilitação do Audi-
ami relatório anual ‘09

ferramentas de comunicação passando a utilizar, para tório da Instituição e também da sala onde funciona a
além do You Tube, o Facebook, o Twitter e o blog AMI. Oficina de Artes Visuais.
No que diz respeito ao blog da AMI, criado em Setem- Outro dos novos destinos lançados em 2009 foi
bro de 2009 com o apoio da SAPO, até final de 2009 a Guiné-Bissau, país onde a AMI mantém uma mis-
contou com 3.458 visitas provenientes de várias partes são de Desenvolvimento e onde decorreram 2 Missões
do globo: Portugal, França, Cabo Verde, Espanha, Reino Aventura Solidária nesse ano.
Unido, França, Alemanha, Brasil, Canadá, entre outros. A Missão piloto contou com a participação de 11
aventureiros, que possibilitou a reabilitação da escola
de Madina e equipamento da Biblioteca da ONG Cabás
Garandi.
Por sua vez, a segunda missão contou com a par-
ticipação de 7 elementos, permitindo a reabilitação da
Escola Primária na comunidade do Wato.
Ao Senegal, realizaram-se em 2009, 3 Missões
Aventura Solidária.
A 6.a Missão Aventura Solidária contou com a partici-
pação de 12 aventureiros e 1 jornalista que contribuíram

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


para a construção do Centro de Saúde de Parba e oferta
de material escolar à escola da mesma localidade.
A 7.a Missão Aventura Solidária foi constituída por
13 participantes que contribuíram para a construção do
Centro de Saúde de Mbambey.
A 8.a Missão Aventura Solidária levou 10 aventu-
reiros ao terreno para erguer um Centro de Costura
em Thiola.

Senegal Brasil Guiné-Bissau Total

N.º N.º Valor N.º N.º N.º N.º N.º N.º


V. Ang. V. Ang. V. Ang.
Projectos Particip. Angariado Proj. Part. Proj. Part. Proj. Part.

2007 2 25 €7.380 - - - - - - 2 25 €7.380 61


2008 3 35 €15.745 - - - - - - 3 35 €15.745
2009 3 36 €16.830 1 5 €2.500 2 18 €8.500 6 59 €27.830
TOTAL 8 96 €39.955 1 5 €2.500 2 18 €8.500 11 119 €50.955
[ CA P ]

II Encontro Nacional de Voluntários


O II Encontro Nacional de Voluntários da AMI realizou-

2 se no dia 28 de Fevereiro na Delegação Norte da AMI.


Centrado na temática “Pensar Global, Agir Local”,
o evento contou com a presença de Fernando Nobre e
com a participação de voluntários nacionais e interna-
cionais, numa reflexão conjunta e certamente enrique-
cedora sobre experiências, iniciativas e outros projec- III Corrida Pontes de Amizade
tos em torno do tema proposto. No dia 26 de Abril, realizou-se a 3.a Edição das Pon-
tes de Amizade. Esta corrida e caminhada, organizada
Galeria AMIArte pela Delegação Centro da AMI, partiu do Estádio Uni-
Situada nas instalações da AMI no Porto, a galeria versitário de Coimbra.
recebeu diversas exposições ao longo do ano 2009: A corrida tem 10 Km e a caminhada 4 Km.
• 28 de Fevereiro a 28 de Março – “Arte e Literatura A iniciativa contou com o apoio institucional de
africana” – Exposição de pintura de Lívio de Morais diversas entidades, nomeadamente, a Universidade,
• 7 de Maio a 6 de Junho – 2.a Edição de Arte Urbana a Câmara Municipal, a Direcção de Estradas, a Asso-
• 8 de Maio a 6 de Junho – Exposição de pintura de ciação Distrital de Atletismo e a Polícia Municipal de
Rui Aguiar Coimbra e ainda a Protecção Civil, e também com o
• 12 de Junho a 24 de Julho – Mostra de Maria Keil patrocínio de várias empresas.
• 26 de Junho a 31 de Julho – Exposição de pintura de
Zulmiro de Carvalho Fórum Internacional “Encontro
• 31 de Julho a 19 de Setembro – Exposição Colectiva de Culturas – Ouvir para Integrar”
de Cerâmica e Pintura A AMI, em parceria com a Fundación Academia
• 25 de Setembro a 23 de Outubro – Exposição de Europea de Yuste, organizou o Fórum Internacional
pintura de Alberto Carneiro “Encontro de Culturas – Ouvir para Integrar”, que
• 30 de Outubro a 27 de Novembro – Exposição de decorreu de 21 a 24 de Maio de 2009, no Instituto Supe-
pintura e cerâmica de Cargaleiro rior das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), em
• 20 de Novembro a 19 de Dezembro – Exposição de Lisboa, com o intuito de dar continuidade ao Ano Euro-
António Quadros Ferreira peu do Diálogo Intercultural, assinalado em 2008.
62 Este encontro, que se realizou pela primeira vez em
10.0 Aniversário do Centro Porta Amiga Portugal, teve como objectivos reunir a diversidade de
ami relatório anual ‘09

de Chelas culturas na Europa e fomentar a compreensão e a acei-


Para marcar uma década de acção social na zona tação mútuas, bem como o diálogo intercultural, asse-
de Chelas, realizou-se no dia 31 de Março uma festa no gurando assim, a promoção de uma sociedade aberta,
Espaço Municipal da Flamenga. A animação, dinami- tolerante e menos indiferente.
zada pelos utentes, contou com danças indianas, hip- O Fórum dividiu-se em três grandes momentos:
hop, peças de teatro, declamação de poesia e cantares 1. Um seminário nos dias 21 e 22 de Maio, que abordou
tradicionais portugueses. quatro temáticas fundamentais, nomeadamente,
Associações Juvenis e outras. Isto, para além das activida-
des paralelas desenvolvidas pela AMI, como sejam:
• Pausas para café temáticas
• Animações culturais
• Concurso de fotografia “Olhar para Integrar”
• Concerto “Música ao Encontro da Cultura”, dia 21 de
Maio, no Fórum Lisboa.
Língua e Meios de Comunicação: Barreiras ou Opor-
tunidades de Integração?, painel que teve como ora- Por outro lado, e entre os participantes do Fórum
dores, entre outros, o Director do Serviço de Estran- que assistiram aos quatro dias do evento, a AMI rea-
geiros e Fronteiras (SEF) e o Cônsul do Brasil em lizou um concurso para dar nome ao próximo Fórum,
Lisboa; Efeitos das Migrações Internacionais no Desen- em que o vencedor foi convidado a participar na Mis-
volvimento Social e Económico dos países de origem e são Aventura Solidária ao Senegal.
de acolhimento, uma discussão com a participação
de Rosário Farmhouse e João César das Neves. O “Concerto Contra a Indiferença”
terceiro painel teve como tema Promover a fixação Cerimónia Oficial do 25º Aniversário da AMI
das Populações nos países de origem. Já o painel final, O espectáculo da responsabilidade da Orquestra

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


Migrações: um facto histórico, um Direito Humano, Metropolitana de Lisboa teve como solista Alexandre
uma inevitabilidade, contou com a participação de da Costa (violino) e direcção musical de Cesário Costa.
João Paulo Oliveira e Costa e do Prof. Rui Pena Pires, A Metropolitana actuou benevolamente e apresentou
entre outros oradores; composições de Béla Bartók, Joly Braga Santos a Ser-
2. Três mesas redondas nos dias 23 e 24, cujos temas gei Prokofiev, entre outros.
versaram sobre “Pontos de Contacto entre Religiões”, Várias personalidades da área política, cultural e
um debate dirigido por Mário Soares e com a parti- artística juntaram-se no dia 11 de Dezembro, na Aula
cipação dos líderes das principais Comunidades reli- Magna, em Lisboa para assistir ao “Concerto Contra a
giosas em Portugal, “Dois Exemplos de Integração no Indiferença”.
Mundo: Espanha e Portugal”, moderado por Manuela A receita do concerto reverteu integralmente a favor
Aguiar e “Arte, Desporto e o Mundo Académico como dos projectos da fundação.
factores de linguagens universais”;
3. Uma conferência final no dia 24, subordinada ao tema
“Interculturalidade Sempre na Europa e no Mundo”,
pelo Presidente da AMI, Fernando Nobre. Na sessão 63
de encerramento participou o Prof. Adriano Moreira.

Paralelamente ao Fórum, estiveram presentes stands


do Centro de Informação Europeia Jacques Delors, do
ACIDI (Alto Comissariado para a Imigração e o Diálogo
Intercultural), de Associações de Imigrantes, Fundações,
[ CA P ]

Iniciativas Terceiros

2 Em 2009, a AMI participou em várias iniciativas,


no âmbito do pilar Alertar Consciências, que assenta
no trabalho realizado junto dos órgãos de decisão e da
opinião pública com o objectivo de sensibilizar para
temas fulcrais para a humanidade e para a própria
intervenção da AMI. Da responsabilidade da Secretaria de Estado dos
Negócios Estrangeiros e da Cooperação, o objectivo
Prémio Nacional de Jornalismo Universitário do Fórum consiste em contribuir para a promoção de
A AMI participou no júri do Prémio Nacional de Jor- mecanismos de conhecimento mútuo e de coordena-
nalismo Universitário, dinamizado, em Maio, pela Uni- ção e colaboração entre os agentes da cooperação.
versidade Nova de Lisboa, que tem como base o jorna-
lismo na sua dimensão prática e teórica, assim como Assembleia Geral Anual do Centro
os Direitos Humanos e a Cidadania. O júri deste Pré- Europeu de Fundações
mio é composto por 50 pessoas (5 representantes de De 13 a 17 de Maio, a AMI participou em Itália (Roma)
cada uma das 10 ONGs convidadas). na Assembleia Geral Anual do Centro Europeu de Fun-
dações, subordinada ao tema “Fighting Poverty”.
Dias do Desenvolvimento
A AMI esteve presente nos Dias do Desenvolvi- 62.a Conferência Anual DPI/NGO
mento – Por um Mundo Sustentável, a 28 e 29 de Abril, da ONU “Pela Paz e Desenvolvimento:
no Centro de Congressos de Lisboa. Desarmamento Já!”
Na segunda edição deste evento, dinamizado pelo A 62.a Conferência Anual do Departamento de Infor-
IPAD e pela Secretaria de Estado dos Negócios Estran- mação Pública das Nações Unidas levou a AMI até à
geiros e da Cooperação, esteve em discussão a Água e o Cidade do México, entre os dias 6 e 11 de Setembro.
Combate à Pobreza; as Energias Alternativas e o Desenvol- Em 2009, a conferência subordinou-se ao tema
vimento Económico e Sustentável; a Gestão dos Recursos “Pela Paz e Desenvolvimento: Desarmamento Já!”.
e o respeito pelo Meio Ambiente; o Desafio Alimentar; a Mais de 2000 representantes de 90 países estive-
Eficácia da Ajuda; Saúde e o Desenvolvimento Humano. ram presentes nesta Conferência, que teve como objec-
64 A AMI esteve presente com um stand, onde deu a tivo discutir qual o contributo que as ONG podem dar
conhecer não apenas a história, mas também as acti- para a diminuição dos conflitos armados.
ami relatório anual ‘09

vidades desenvolvidas pela Fundação. Depois de seis décadas, e pela segunda vez, esta
conferência não se realizou na sede das Nações Uni-
Fórum de Cooperação das, em Nova Iorque. A escolha do México teve como
para o Desenvolvimento objectivo promover a participação de mais ONG’s da
A AMI participa no Fórum da Cooperação para o América Latina neste evento.
Desenvolvimento desde a sua primeira reunião plená-
ria em Novembro de 2008.
Plataforma Comemorativa dos 50 anos
da Declaração dos Direitos da Criança
A AMI foi convidada a integrar a Plataforma Come-
morativa dos 50 anos da Declaração dos Direitos da
Criança e 20 anos da Convenção sobre os Direitos da
Criança, que terá a duração de um ano (2009/2010) e
contará com várias iniciativas entre as quais a criação
de um micro site, materiais de divulgação e interpreta-
ção dos direitos da criança, eventos e espaços de refle-
xão, entre outras que ainda estão a ser equacionadas.

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


Esta Plataforma surgiu de uma iniciativa da CNP-
CJR (Comissão Nacional de Protecção de Crianças e
Jovens em Risco) e dela fazem parte diversas institui-
ções como a AMI, APAV (Associação Portuguesa de
Apoio à Vítima), IAC (Instituto de Apoio à Criança),
Oikos, IPJ (Instituto Português da Juventude), Funda-
ção Pro-Dignitate, estando no entanto aberta à partici-
pação de outras entidades.
No dia 20 de Novembro de 2009, Dia Mundial
dos Direitos da Criança, a comemoração teve lugar na
Assembleia da República. Com o objectivo de dar voz
às crianças, várias instituições tiveram oportunidade
de levar meninos e meninas para, durante cerca de 5
minutos, poderem dar o seu contributo, acompanha-
das por uma figura pública que fez a sua apresentação 65
e abordou o tema dos direitos da criança.
A AMI foi representada por três crianças que fre-
quentam a Porta Amiga de Chelas, as quais foram acom-
panhadas pela escritora Margarida Rebelo Pinto.
[ CA P ]

Prémios e Distinções

2 Atribuídos
Prémio AMI – Jornalismo Contra a Indiferença
O Prémio AMI – Jornalismo Contra a Indiferença
destina-se a destacar os trabalhos jornalísticos que,
pela sua excepcional qualidade, representem um teste-
munho e uma contribuição válida para que a indiferença Relativamente aos trabalhos concorrentes por cate-
não permita cobrir com um manto de silêncio situações gorias, de 1999 a 2009, concorreram já ao Prémio AMI
intoleráveis, do ponto de vista humano, social, econó- – Jornalismo Contra a Indiferença 254 trabalhos de
mico ou outro, em qualquer parte do mundo. imprensa, 196 de televisão, 54 de rádio e 22 online.
Com uma periodicidade anual, o Prémio AMI – Jor- De notar que, nos dois últimos anos, a tendência
nalismo Contra a Indiferença é atribuído no primeiro tem-se alterado. Desde o início, o maior número de tra-
semestre do ano seguinte ao qual respeitam os traba- balhos concorrentes era de imprensa (49%), seguida
lhos em concurso. de televisão (37%), depois rádio (10%) e por último
O autor do trabalho jornalístico vencedor do 10 prémio, online (4%).
recebe 15.000 Euros e uma escultura de João Cutileiro. Em 2008 e 2009 houve mais trabalhos de televisão
Na 11.a edição do Prémio, estiveram a concurso 58 do que de imprensa.
trabalhos (20 de imprensa, 31 de televisão e 7 de rádio)
de 48 jornalistas de 15 órgãos de comunicação social
diferentes. Trabalhos Concorrentes
por categoria 1999-2009

70
Trabalhos Concorrentes por categoria 2009
60
Rádio
12%
50

40

30
Imprensa Televisão
66 35% 53% 20

10
ami relatório anual ‘09

0
00

04
02

03

05
99

01

06

09
08
07
20

20
20
20

20
20
19

20

20
20

20
Online
0%
Imprensa Televisão Rádio Online
Recebidos
AMI galardoada com o Prémio Municipal
Madalena Barbosa
O Prémio Municipal Madalena Barbosa distingue
projectos que se destaquem no desenvolvimento de acti-
vidades que promovam a igualdade de género na cidade
de Lisboa, mediante a apresentação de um projecto.
Desde 1999 já concorreram a este prémio 328 jor- O júri da primeira edição deste Prémio, presidido
nalistas com um total de 526 trabalhos. por Maria Antónia Palla, em representação da Câmara
A média de jornalistas concorrentes é de 29,8 e de Municipal de Lisboa, e por Elza Pais, em representa-
trabalhos de 47. Assim, em 2009, tanto o número de ção da CIG (Comissão para a Cidadania e Igualdade de
jornalistas concorrentes (48) como o número de traba- Género), e constituído por Manuela Tavares (investiga-
lhos (58) está acima da média. dora), Maria Teresa Horta (escritora), e Sofia Branco
Desde a primeira edição desta iniciativa já foram (jornalista), deliberou por unanimidade atribuir ex-
galardoados 51 trabalhos (22 de imprensa, 23 de tele- -aequo o Prémio Municipal Madalena Barbosa a 3 ins-
visão e 6 de rádio). tituições, entre as quais a AMI, pelo trabalho de inves-
As vencedoras da 11.a edição foram em ex-aequo tigação “Mulheres Sem Abrigo na Cidade de Lisboa”,

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


Ana Catarina Santos e Maria Joana Ramalhão. da autoria de Ana Martins (Directora do Departamento
de Acção Social), que visa dar visibilidade às desigual-
dades de género na pobreza. Os outros dois galardo-
Galardoados 1999-2009 ados foram o Núcleo de Investigação Faces de Eva da
Rádio Online
Universidade Nova de Lisboa e a UMAR – União de
12% 0% Mulheres Alternativa Resposta, pelo projecto “Memó-
rias e Feminismos: Mulheres e República na cidade de
Lisboa”, pela publicação de um roteiro e uma agenda
feministas.
Imprensa Televisão
43% 45%
Fernando Nobre Embaixador do Condomínio
da Terra
Fernando Nobre aceitou o convite para Embaixa-
dor da organização Condomínio da Terra. Os Embai-
xadores do Condomínio da Terra são pessoas individu- 67
ais ou colectivas que, pela sua notoriedade e mérito na
sociedade ou o seu trabalho relevante em áreas rela-
cionadas com o Condomínio da Terra, possam ser for-
ças positivas no projecto, subscrevendo publicamente
a Declaração de Gaia e fazendo uso dos seus recursos
e influência na promoção e desenvolvimento do Con-
[ CA P ]

domínio da Terra. A apresentação pública dos Embai-


xadores pelo Condomínio da Terra, decorreu no Ocea-

2 nário de Lisboa, no dia 4 de Junho de 2009.

AMI recebeu Prémio Hospital do Futuro


Os Prémios “Hospital do Futuro”, iniciativa con-
junta do Fórum Hospital do Futuro e das organizações
apoiantes e patrocinadoras, têm como objectivo des- Voluntariado
tacar e galardoar aquelas pessoas e organizações que
mais contribuíram para o desenvolvimento das organi- Não é a ambição nem a busca de riqueza material ou
zações da Saúde em Portugal, nomeadamente na pro- notoriedade que os move… São empurrados pela vontade
moção e dinamização de projectos de utilidade pública de ajudar, pela procura de riqueza emocional e pela cer-
no âmbito da sua contribuição para o combate à doença teza de poderem dar um contributo para a construção de
e/ou da promoção de saúde, aplicação das novas tec- um futuro diferente e melhor e, assim, fazer a diferença…
nologias de informação. A AMI foi premiada com o ter- São voluntários…
ceiro lugar dos Prémios Hospital do Futuro, na catego- Em 2009, registaram-se 131 novos voluntários.
ria de Sector do Serviço Social de Saúde, pelo projecto
as Equipa de Rua – Unidade Móvel de Apoio aos Sem- Delegações e Núcleos
ra abrigo, que funciona na cidade de Lisboa e do Porto.
MI. Os Prémios Hospital do Futuro 2008/2009 foram As Delegações têm como principais tarefas divulgar
m- entregues no dia 29 de Junho, na Universidade Cató- a imagem da AMI, apoiar e desenvolver campanhas de
09 lica de Lisboa. angariação de fundos na área geográfica que ocupa, e
es coordenar os diferentes Núcleos que lhes estão afectos.
no AMI recebeu Menção Honrosa do Prémio Por sua vez, um Núcleo da AMI é uma forma orga-
. Valorsul 2009 nizativa que, actuando localmente e de um modo estru-
A campanha de divulgação da recolha de óleos ali- turado permite e promove a prossecução dos objecti-
mentares usados da AMI foi reconhecida pela sua efi- vos da AMI.
cácia, criatividade e originalidade na promoção das Em 2009, para além da divulgação do trabalho da
boas práticas ambientais dos cidadãos e das empre- AMI em escolas e da organização do Peditório Nacio-
68 sas no encaminhamento de resíduos para reciclagem. nal, algumas das actividades desenvolvidas pelas
A AMI recebeu um galardão e um prémio monetá- Delegações e pelos Núcleos incluíram a participação
ami relatório anual ‘09

rio de 5.000 euros, que se destinou ao financiamento do Núcleo de Mafra na FexpoMalveira, de 11 a 16 de


das suas Equipas de Rua, as quais fazem acompanha- Agosto, a presença do Núcleo da AMI de Faro na Fata-
mento social e psicológico aos sem-abrigo, visando a cil em Lagoa (Algarve) de 21 a 30 de Agosto, e a par-
melhoria da sua qualidade de vida. ticipação da Delegação da AMI na Madeira, na “Feira
Foi a segunda vez que a instituição foi reconhecida das Vontades, de 26 a 29 de Novembro, um evento que
no âmbito do Prémio Valorsul, o mais importante no reúne todas as Organizações Não Governamentais e
sector dos resíduos. sem fins Lucrativos na Madeira.
Socorrismo

O Gabinete de socorrismo continua a desenvolver


as suas acções.
Em 2009 foram ministrados 12 cursos, para um
total de 165 formandos.
Durante o ano de 2009, esteve ainda activo o pro-
Divulgação nas Escolas jecto “Formação de Socorrismo Júnior” que pretende a
transmissão/ sensibilização dos jovens dos 14-17 anos
A AMI é cada vez mais contactada para estar pre- para alguns conceitos de saúde, tendo-se realizado, no
sente em palestras em escolas, visitas de estudantes total, 8 formações a 103 formandos.
às nossas instalações, realizações de trabalhos, etc.,
havendo na sede da instituição um elemento quase
exclusivamente dedicado a esta actividade.
De 2003 a 2009, verifica-se um aumento significa-
tivo do número de alunos abrangidos por esta acção
de divulgação, tendo evoluído de 1750 em 2003 para

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


5573 em 2009.
O número de escolas também aumentou conside-
ravelmente, de 13 escolas em 2003 para 78 escolas em
2009.

Evolução do número de alunos

6.000

5.000

4.000

3.000
69
2.000

1.000

0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Alunos
[ CA P ]

Responsabilidade Social Empresarial

2 O ano de 2009 ficou marcado pela crise económica


e financeira que condicionou as decisões das empre-
sas, nomeadamente no que toca a apoio a causas
sociais. Se por um lado a crise diminuiu a capacidade
das empresas investirem em acções de responsabili-
dade social, também provocou o avivar das preocupa-
ções sociais, sendo as principais formas de apoio, as
parcerias em projectos, as doações regulares em bens
e serviços (são já mais de uma dezena as empresas
que oferecem os seus bens e serviços de forma regu-
lar à AMI) e o financiamento e distribuição de produ-
tos solidários.
Se em 2008 os fundos angariados junto das empre-
sas aumentaram 74% em relação a 2007, em 2009
decresceram 19% em comparação com o ano ante- Modalfa (Sonae Distribuição)
rior, sendo um dos factores que explicam este decrés- A Sonae Distribuição doou à AMI artigos de vestu-
cimo, o facto de o número de parcerias concluídas ter ário e calçado para distribuição em Portugal no valor
aumentado ligeiramente de 57 para 60, mas o valor de €364.136.
médio do resultado de cada uma delas ter diminuído.
Campanha “Grão a Grão”
Integrada no programa comemorativo do 25.0 ani-
Doações de Bens e Serviços versário da Fundação AMI, dinamizou-se a Operação
Grão a Grão Contra a Indiferença. Algumas entidades
Em 2009, confirmou-se a tendência para o cresci- associaram-se a este apelo com as suas próprias inicia-
mento dos donativos em bens e serviços por parte das tivas de Natal solidário, de que é exemplo a FNAC.
empresas. O valor angariado com este tipo de contri-
buição aumentou 200% em relação a 2008. Nesta cate- Campanha Milhas Solidárias – TAP Victoria
70 goria de apoio, destaca-se o projecto Infoteca Fnac/AMI No âmbito desta parceria, a TAP realizou uma cam-
e duas campanhas do grupo Auchan que permitiram panha de Dezembro de 2008 até Janeiro de 2009, ape-
ami relatório anual ‘09

entregar kits escolares e prendas de Natal às crianças lando aos membros do programa Vitoria para que doas-
dos Centros Porta Amiga, bem como a doação regu- sem as milhas acumuladas nos seus cartões a uma de
lar de bens e serviços do hipermercado Continente, da três entidades sem fins lucrativos de entre as quais a
Companhia das Cores, da Young & Rubicam, da Lisgrá- AMI. O sucesso da campanha levou a TAP a realizar
fica, da Visão, da Sociedade de Revisores Oficiais de esta iniciativa pelo segundo ano consecutivo no final
Contas PKF & Associados e da Sociedade de Advoga- de 2009. A campanha estender-se-á até 2010, sendo os
dos Uria Menendez, para além de outras iniciativas. resultados apurados no 2.0 trimestre do ano.
donativo de igual valor ao entregue pelos seus clientes.
Num mês de campanha, a iniciativa permitiu angariar
€149.543 destinados a financiar os projectos de nutri-
ção das Nações Unidas e da AMI em São Tomé e Prín-
cipe. Deste valor, a AMI aplicará directamente €74.771,
transferindo o restante para o PAM.

Campanha ”Moeda Contra a Indiferença”


– Imprensa Nacional – Casa da Moeda
A “Moeda Contra a Indiferença” com acabamento
Conversão de Pontos TMN especial do tipo Flor de Cunho, teve uma emissão de
De destacar ainda uma parceria com a TMN, esta- 300.000 exemplares e custa €5, revertendo 20% deste
belecida no final de 2009, que coloca a AMI entre as valor para a AMI.
5 entidades para as quais é possível fazer a conversão O objectivo da iniciativa é angariar €300.000 (um
de pontos em donativos no programa de fidelização da euro por cada moeda vendida). O montante entre-
maior operadora móvel portuguesa. gue até final de 2008 foi de €100.000 e destinou-se
ao financiamento do projecto de nutrição que a AMI

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


implementou em 2009 na Guiné-Bissau.
Parcerias em Projectos Em 2009, foram vendidas mais 17.534 moedas,
tendo sido angariados €17.534, a aplicar na missão da
Parceria com a SIBS AMI em São Tomé e Príncipe.
De realçar também uma parceria com a SIBS, esta-
belecida no final de 2009, que inclui a AMI num grupo Campanhas de angariação de material
restrito de entidades listadas numa nova operação escolar e presentes de Natal – Grupo Auchan
multibanco destinada à angariação de fundos. A par do lançamento da campanha escolar com a
distribuição do Kit Salva-livros e da Agenda Escolar, o
Campanha “Fome no Mundo 2009” Grupo Auchan decidiu propor uma campanha de doa-
– Grupo Ibersol ção de material escolar, tendo escolhido a AMI como
Pelo segundo ano consecutivo, o Grupo Ibersol e a parceiro. Os clientes foram chamados a contribuir
AMI levaram a cabo, durante o mês de Outubro, uma através da compra de vales de oferta, tendo o grupo
campanha de recolha de donativos para o Programa Auchan duplicado o valor. Esta campanha permitiu
Alimentar Mundial (PAM). Sob o lema “Para salvar as entregar 1.632 kits escolares a crianças e jovens em 71
crianças com fome, junte-se a nós e à AMI”, os clien- idade escolar, fornecer materiais para os EPES (Espa-
tes do grupo foram convidados a efectuar um dona- ços de Prevenção à Exclusão Social) e para os serviços
tivo de 20 cêntimos num dos 225 restaurantes do con- administrativos da AMI no valor total de €148.432.
junto de marcas representadas pela empresa: Pizza Depois do sucesso da campanha de angariação de
Hut, KFC, Burger King, Pans & Company, Pasta Caffé e material escolar, o grupo Auchan voltou a associar a
Ò Kilo. O Grupo Ibersol foi ainda mais longe e fez um AMI a uma iniciativa junto dos clientes. Neste caso, a
[ CA P ]

campanha de angariação de presentes de Natal através


da compra de vales pelos clientes beneficiou institui-

2 ções apadrinhadas pelas lojas do grupo, beneficiando


a AMI de doações do grupo Auchan e dos seus forne-
cedores. Esta iniciativa permitiu entregar 2.337 presen-
tes de Natal às crianças e jovens até aos 20 anos apoia-
dos pelos Centros Porta Amiga.
Produtos Solidários
Mecenato de Natal – J.A. Santos Carvalho
Sensível ao cenário devastador ocorrido nas Fili- Desde 2005, como forma de diversificar as fon-
pinas na sequência do tufão que afectou cerca de 3.5 tes de financiamento, têm sido desenvolvidos produ-
milhões de pessoas, a empresa J. A Santos Carvalho tos e projectos solidários, nomeadamente o Kit Salva-
apoiou a Missão de Emergência da AMI nas Filipinas, livros, a Agenda Escolar, a Missão Aventura Solidária e
com um donativo no valor de 10.000€ para a recons- as Prendas de Natal Solidárias.
trução de um Centro de Recursos para mais de 500
jovens da comunidade “Aeta”. Produto Solidário Kit Salva-livros
Parceiro de distribuição desde o lançamento do Kit
Salva-livros em Portugal, o Grupo Auchan, adquiriu, em
2009, 7.020 unidades deste produto. Por sua vez, o Sta-
ples Office Centre, cuja parceria decorre desde 2007,
adquiriu, em 2009, 6.660 unidades deste produto.
Outros três pequenos distribuidores participaram.
No total, foram angariados €15.780 com a venda
do produto Kit Salva-livros, contribuindo para o apoio
durante um ano nos centros EPES (Espaço de Preven-
ção à Exclusão Social) de 19 crianças e jovens.

Produto Solidário Agenda Escolar


2009/2010
72 Dedicada ao Ano Europeu do Combate à Pobreza e
Exclusão Social, a Agenda Escolar 2009/2010 foi ven-
ami relatório anual ‘09

dida com o apoio de vários distribuidores, revertendo


€1 de cada unidade vendida (P.V.P. €6) para a constru-
ção do novo espaço do Centro Porta Amiga de Almada.
Foram vendidas 5055 unidades das 5.550 produzidas,
totalizando €5.055 a favor deste projecto.
Co-Financiamento
– Farmalux Tecnifar
Pelo quinto ano consecutivo, a
Tecnifar e a Farmalux patrocinaram os
calendários de 2010 da Fundação AMI.
O apoio destas duas entidades foi de
€9.600 para imprimir 8.600 calendá-
rios. Para além de financiar a impres-
são, esta parceria procurou divulgar o
trabalho e a mensagem da Fundação,

CAP .2 RELATÓRIO NARRATIVO DO ANO DE 2009


apoiando a AMI na sua distribuição.

Produto Solidário Natal


Em 2009, foi decidido propor às
empresas a oferta de um donativo para
a construção do novo espaço do Centro
Porta Amiga de Almada em vez dos tra-
dicionais presentes a clientes e fornece-
dores. Este donativo poderia ser comuni-
cado pela empresa através de um postal de
boas festas/calendário de secretária ofere-
cido pela AMI.
Esta iniciativa teve um resultado de
€12.000.
73
[ CA P ]
[ CA P ]
33
Relatório
decontas
Ano de 2009

“ Neste contexto muito exigente,


a AMI conseguiu manter o nível global
da sua actividade de anos anteriores. Os apoios
concedidos por parte do sector público,
sector privado e sociedade civil foram
imprescindíveis para o cumprimento dos propósitos
74

sociais e humanitários da Fundação.
ami relatório anual ‘09
75

CAP .2 Carta do Presidente


[ CA P ]

3.1
Origem e Utilização de Recursos
3
Receitas Também outras instituições como a J.B. Fernandes
Memorial Trust que apoia a Porta Amiga do Funchal
A crise económica e financeira que se verificou nos e a Fundação Stanley Ho que apoia a Porta Amiga de
últimos anos na generalidade dos países afectou tam- Cascais mantiveram o seu importante contributo. O
bém fortemente a realidade portuguesa, arrastando-nos Governo Regional dos Açores ajudou por mais um ano
para uma conjuntura macro-económica muito difícil. a suportar as actividades gerais da AMI.
O Produto Interno Bruto teve em 2009 um decrés- Para além do apoio indispensável de todas estas
cimo de 2,7%. entidades, os donativos particulares e as actividades
Esta contracção económica levou a um aumento desenvolvidas directamente pela AMI, tais como o Car-
considerável da taxa de desemprego com as inevitá- tão de Crédito, o Cartão de Saúde e várias parcerias
veis consequências de âmbito social. com empresas e instituições das quais se destacam,
Os efeitos dessa situação fizeram-se sentir forte- entre outras, a Ibersol, a TAP, a Y&R, a FNAC, a Galileu,
mente no aumento dos pedidos de apoio nos equipa- a Microsoft, a Lisgráfica, a PT e o Grupo Auchan consti-
mentos sociais da AMI. tuem importantes fontes de financiamento regulares.
Também as solicitações provenientes de outros países Na área ambiental manteve-se a preocupação de
continuaram a verificar-se, merecendo resposta da Fun- conciliar o objectivo de protecção do ambiente com
dação quer com o envio de médicos, enfermeiros e nutri- a angariação de fundos através da venda de resíduos
cionistas, quer através do apoio a organizações locais. recolhidos. Nesse âmbito, prosseguiu-se com a reco-
Neste contexto muito exigente, a AMI conseguiu lha de radiografias, tinteiros, toners e telemóveis e
manter o nível global da sua actividade de anos anterio- alargou-se a intervenção ao aproveitamento de óleos
res. Os apoios concedidos por parte do sector público, alimentares usados e resíduos de equipamentos eléc-
sector privado e sociedade civil foram imprescindíveis tricos e electrónicos.
76 para o cumprimento dos propósitos sociais e humani- A possibilidade de consignar à AMI 0,5% do IRS liqui-
tários da Fundação. dado tem proporcionado verbas significativas. Note-se
ami relatório anual ‘09

Pelo seu carácter continuado, destaca-se o Ministério que esta é uma forma de contribuir que não tem qual-
do Trabalho e da Solidariedade Social, o Instituto Portu- quer custo directo para o contribuinte e que tem assu-
guês de Apoio ao Desenvolvimento, algumas autarquias mido uma importante parcela no total dos recursos.
como a Câmara Municipal de Palmela que apoia a mis- Por último, é de salientar que devido a uma mode-
são de Cabo Verde, a de Cascais que coopera com o Cen- rada recuperação dos mercados financeiros e a uma ges-
tro Porta Amiga do concelho e a de Lisboa que mantém o tão criteriosa e rigorosa de todas as aplicações, a AMI
seu apoio às actividades do Abrigo Nocturno da Graça. conseguiu fortalecer os seus resultados nesta área.
Despesas
Outras Receitas
Proveitos Financeiros 14%
18% Em termos financeiros, a AMI disponibiliza 73% do
União Europeia seu orçamento no apoio à população mais carenciada,
1%
quer no nosso país, quer nas missões que tem disper-
sas pelo mundo.
Donativos em Espécie Entidades Públicas
17% 23% O restante é utilizado nos custos de estrutura e
acções de divulgação e sensibilização dos doadores
que são de elevada importância na obtenção dos indis-
Entidades Privadas
Donativos 5% pensáveis recursos.
22%

Acção Social
45%
Evolução da Repartição das Receitas
Informação /
A proporção do sector público no conjunto dos Comunicação /
Marketing
financiadores da Fundação manteve-se semelhante 10%
ao que se verificou em anos anteriores, representando Missões Internacionais
28% Estrutura
23% do total das receitas. 17%
As contribuições do sector empresarial privado
continuam estáveis, ao nível dos últimos anos. As pre-

CAP .3 RELATÓRIO de Contas 2009


ocupações com a Responsabilidade Social Empresarial Evolução da Distribuição dos Recursos
assumem uma cada vez maior relevância. As consequências da grave crise financeira dos últi-
Continua a ser fundamental o apoio dos doadores mos anos obrigaram a AMI a disponibilizar importantes
privados e o resultado das acções desenvolvidas pela recursos na resposta às inúmeras solicitações com que
AMI. No seu conjunto já ultrapassam 76% da origem é diariamente confrontada. Este aumento no número de
dos recursos. solicitações, que se tem verificado também na área inter-
nacional, fez-se sentir essencialmente nos nossos equi-
Receitas pamentos sociais em Portugal, motivado pelas crescen-
tes dificuldades que a população tem vindo a sentir.
  2007 2008 2009

União Europeia 0% 0% 1%
Entidades Públicas 23% 22% 23% Despesas
77
Entidades Privadas 5% 5% 5%
  2007 2008 2009
Donativos 17% 33% 22%
Donativos em Espécie 13% 13% 17% Missões Internacionais 33% 26% 28%
Proveitos Financeiros 22% 9% 18% Acção Social 44% 49% 45%
Outras Receitas 20% 18% 14% Inform./ Comunicação/ MKT 9% 11% 10%
Estrutura 14% 14% 17%
[ CA P ]

3.2
Balanço
3 Activo

Código das contas 31/12/09 31/12/08

CEE POC ACTIVO Activo bruto Amort. e ajust. Activo líquido Activo líquido
C (a) IMOBILIZADO:
I Imobilizações incorpóreas:
1 431 Despesas de instalação 0,00 0,00 0,00 0,00
1 432 Desp. de invest. e desenvolvimento 0,00 0,00 0,00 0,00
2 433 Prop. industrial e out. direitos 0,00 0,00 0,00 0,00
3 434 Trespasses 0,00 0,00 0,00 0,00
4 441/6 Imobilizações em curso 0,00 0,00 0,00 0,00
4 449 Adiant. p/c de imob. incorpóreas 0,00 0,00 0,00 0,00

0,00 0,00 0,00 0,00

II Imobilizações corpóreas:
1 421 Terrenos e recursos naturais 1 004 095,80 0,00 1 004 095,80 1 004 095,80
1 422 Edifícios e outras construções 5 858 161,00 1 014 847,24 4 843 313,76 4 960 476,96
2 423 Equipamento básico 269 079,00 254 559,05 14 519,95 21 563,59
2 424 Equipamento de transporte 651 341,63 591 362,22 59 979,41 61 687,38
3 425 Ferramentas e utensílios 9 340,84 5 183,55 4 157,29 5 651,00
3 426 Equipamento administrativo 397 246,58 358 119,18 39 127,40 46 833,74
3 427 Taras e vasilhame 0,00 0,00 0,00 0,00
0 429 Outras imobilizações corpóreas 44 001,46 43 566,96 434,50 710,21
4 441/6 Imobilizações em curso 307 451,65 0,00 307 451,65 54 045,02
4 448 Adiant. p/c de imobil. corpóreas 0,00 0,00 0,00 0,00

8 540 717,96 2 267 638,20 6 273 079,76 6 155 063,70

III Investimentos financeiros:


1 4111 Partes cap. em empresas do grupo 0,00 0,00 0,00 0,00
2 4121+4131 Emprést. a emp. do grupo 0,00 0,00 0,00 0,00
3 4112 Partes cap. em empresas associadas 2 021 346,84 0,00 2 021 346,84 2 013 726,84
4 4122+4132 Emprést. a empresas associadas 0,00 0,00 0,00 0,00
5 4113+414+415 Títulos e out. aplic. financeiras 2 178 842,11 589 289,30 1 589 552,81 1 618 931,25
6 4123+4133 Outros empréstimos concedidos 0,00 0,00 0,00 0,00
6 441/6 Imobilizações em curso 0,00 0,00 0,00 0,00
6 447 Adiant. p/c de invest. financeiros 0,00 0,00 0,00 0,00
78
4 200 188,95 589 289,30 3 610 899,65 3 632 658,09
ami relatório anual ‘09

D CIRCULANTE:
I Existências:
1 36 Matér.-primas, sub. e de consumo 0,00 0,00 0,00 0,00
2 35 Produtos e trabalhos em curso 0,00 0,00 0,00 0,00
3 34 Subp., desp., resíduos e refugos 0,00 0,00 0,00 0,00
3 33 Produtos acabados e intermédios 0,00 0,00 0,00 0,00
3 32 Mercadorias 752 102,09 678 675,81 73 426,28 69 664,02
4 37 Adiantamentos p/c de compras 0,00 0,00 0,00 0,00

752 102,09 678 675,81 73 426,28 69 664,02


Código das contas 31/12/09 31/12/08

CEE POC ACTIVO Activo bruto Amort. e ajust. Activo líquido Activo líquido
II(a) Dívid. de terc. – Médio e longo prazo:
24 Estado e outros entes públicos 0,00 0,00 0,00 0,00

II Dívidas de terceiros – Curto prazo:


1 211 Clientes, c/c 60 804,70 0,00 60 804,70 170,00
1 212 Clientes - Títulos a receber 0,00 0,00 0,00 0,00
1 218 Clientes de cobrança duvidosa 0,00 0,00 0,00 0,00
2 252 Empresas do grupo 0,00 0,00 0,00 0,00
3 253+254 Empresas particip. e participantes 0,00 0,00 0,00 0,00
4 251+255 Outros accionistas (sócios) 1 897 555,95 0,00 1 897 555,95 1 100 835,57
4 229 Adiantamentos a fornecedores 0,00 0,00 0,00 0,00
4 2619 Adiant. a fornec. de imobilizado 0,00 0,00 0,00 0,00
4 24 Estado e outros entes públicos 0,00 0,00 0,00 0,00
4 (26)2+6/8+
+221 Outros devedores 306 340,83 237 219,67 69 121,16 25 789,08
5 264 Subscritores de capital 0,00 0,00 0,00 0,00

2 264 701,48 237 219,67 2 027 481,81 1 126 794,65

CAP .3 RELATÓRIO de Contas 2009


III Títulos negociáveis:
1 1511 Acções em empresas do grupo 0,00 0,00 0,00 0,00
3 1521 Obrig. e tít. part. em emp. do grupo 0,00 0,00 0,00 0,00
3 1512 Acções em empresas associadas 0,00 0,00 0,00 0,00
3 1522 Obrig. e tít. part. em emp. assoc. 0,00 0,00 0,00 0,00
3 1513+1523+
+153/9 Outros títulos negociáveis 5 897 880,13 414 538,37 5 483 341,76 4 200 428,23
3 18 Outras aplicações de tesouraria 3 117 153,34 0,00 3 117 153,34 1 364 374,50

9 015 033,47 414 538,37 8 600 495,10 5 564 802,73

IV Depósitos bancários e caixa:


12+13+14 Depósitos bancários 9 377 986,80 9 377 986,80 10 200 080,78
11 Caixa 42 496,88 42 496,88 30 241,50

9 420 483,68 9 420 483,68 10 230 322,28

E Acréscimos e diferimentos:
271 Acréscimos de proveitos 108 665,07 108 665,07 283 872,48
272 Custos diferidos 11 086,96 11 086,96 11 838,47 79

119 752,03 119 752,03 295 710,95

Total de amortizações 2 410 100,67

Total de provisões 1 777 260,68

TOTAL DO ACTIVO 34 312 979,66 4 187 361,35 30 125 618,31 27 075 016,42
[ CA P ]

Balanço
3 Capital Próprio e Passivo

Código das contas


CEE POC CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO 31/12/09 31/12/08

A (a) CAPITAL PRÓPRIO:


I 51 Capital 24 939,89 24 939,89
521 Acções(quotas) próprias – Valor nominal 0,00 0,00
522 Acções(quotas) próprias – Descontos e prémios 0,00 0,00
53 Prestações suplementares 0,00 0,00
II 54 Prémios de emissão de quotas 0,00 0,00
III 55 Ajust.de partes de capital em filiais e associadas (10 470,00) (10 470,00)
56 Reservas de reavaliação 1 154 078,37 1 154 078,37
IV Reservas:
1/2 571 Reservas legais 0,00 0,00
3 572 Reservas estatutárias 0,00 0,00
4 573 Reservas contratuais 0,00 0,00
4 574 a 579 Outras reservas 37 500,00 37 500,00
V 59 Resultados transitados 22 428 152,38 22 365 741,13

Subtotal 23 634 200,64 23 571 789,39

VI 88 Resultado líquido do exercício 2 222 849,88 57 564,59


89 Dividendos antecipados 0,00 0,00

Total do capital próprio 25 857 050,52 23 629 353,98

PASSIVO:
B Provisões para riscos e encargos:
1 291 Provisões para pensões 0,00 0,00
2 292 Provisões para impostos 0,00 0,00
3 293/8 Outras provisões para riscos e encargos 591 064,52 509 350,80

591 064,52 509 350,80

C Dívidas a terceiros - Médio e longo prazo:


1 Empréstimos por obrigações:
80 2321 Convertíveis 0,00 0,00
2322 Não convertíveis 0,00 0,00
ami relatório anual ‘09

1 233 Empréstimos por títulos de participação 0,00 0,00


2 231+12 Dívidas a instituições de crédito 0,00 0,00
5 2612 Fornecedores de imobilizado - Títulos a pagar 0,00 0,00
6 252 Empresas de grupo 0,00 0,00
7 253+254 Empresas participadas e participantes 0,00 0,00
8 251+255 Outros accionistas(sócios) 0,00 0,00
8 239 Outros empréstimos obtidos 0,00 0,00
8 2611 Fornecedores de imobilizado, c/c 0,00 0,00
8 24 Estado e outros entes públicos 0,00 0,00
221 Fornecedores 0,00 0,00
8 262(3/8)+211 Outros credores 0,00 0,00

0,00 0,00
Código das contas
CEE POC CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO 31/12/09 31/12/08
C (a) Dívidas a terceiros – Curto Prazo
1 Empréstimos por obrigações:
2321 Convertíveis 0,00 0,00
2322 Não convertíveis 0,00 0,00

1 233 Empréstimos por títulos de participação 0,00 0,00


2 231+12 Dívidas a instituições de crédito 0,00 43 946,93
3 269 Adiantamentos por conta de vendas 0,00 0,00
4 221 Fornecedores, c/c 158 356,51 49 797,18
4 228 Fornecedores - Facturas em recepção e conferência 0,00 0,00
5 222 Fornecedores - Títulos a pagar 0,00 0,00
5 2612 Fornecedores de imobilizado - Títulos a pagar 0,00 0,00
6 252 Empresas de grupo 0,00 0,00
7 253+254 Empresas participadas e participantes 0,00 0,00
8 251+255 Outros accionistas(sócios) 1 901 168,90 1 104 404,01
8 219 Adiantamentos de clientes 0,00 0,00
8 239 Outros empréstimos obtidos 0,00 0,00
8 2611 Fornecedores de imobilizado, c/c 0,00 0,00

CAP .3 RELATÓRIO de Contas 2009


8 24 Estado e outros entes públicos 34 691,84 32 849,52
8 262(3/8)+211 Outros credores 103 419,32 14 389,72

2 197 636,57 1 245 387,36

D Acréscimos e diferimentos:
273 Acréscimos de custos 461 458,11 429 091,43
274 Proveitos diferidos 1 018 408,59 1 261 832,85

1 479 866,70 1 690 924,28

Total do passivo 4 268 567,79 3 445 662,44

TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO 30 125 618,31 27 075 016,42

81

Carlos Nobre Fernando Nobre


administrador presidente
[ CA P ]

3.3 Demonstração dos resultados


3
Código das contas Exercícios
CEE (1) POC CUSTOS E PERDAS 31/12/09 31/12/08
A
2. a) 61 Custo merc. vend. e mat. cons.
Mercadorias 107 734,77 99 907,52
Matérias 0,00 107 734,77 0,00 99 907,52

2. b) 62 Fornec. e serviços externos 6 585 356,22 6 009 303,13


3 Custos com o pessoal
3. a) 641+642 Remunerações 1 781 148,88 1 644 221,76
3. b) Encargos sociais:
643+644 Pensões 0,00 0,00
645/8 Outros 601 763,13 2 382 912,01 534 695,79 2 178 917,55

4. a) 66 Amortizaçoes e ajustamentos exercicio 627 817,51 227 296,04


4. b) 67 Provisões 93 674,41 721 491,92 39 920,88 267 216,92

5 63 Impostos 19 006,31 8 080,44


5 65 Outros custos e perdas operac. 456 872,95 475 879,26 421 300,17 429 380,61

(A) 10 273 374,18 8 984 725,73

6 682 Perdas em emp. do grupo e ass. 0,00 0,00


6 683+684 Am. e prov. apl. e inv. fin. 359 289,16 524 571,15
7 681+685/8 Juros e custos similares:
Relativos a emp. do grupo 0,00 0,00
Outros 671 609,66 1 030 898,82 3 344 202,57 3 868 773,72

(C) 11 304 273,00 12 853 499,45

10 69 Custos e perdas extraord. 24 027,19 63 499,38

(E) 11 328 300,19 12 916 998,83


82
8+11 86 Imp. sobre o rend. do exerc. 0,00 0,00
ami relatório anual ‘09

(G) 11 328 300,19 12 916 998,83

13 88 Resultado líquido do exerc. 2 222 849,88 57 564,59

13 551 150,07 12 974 563,42


Código das contas Exercícios
CEE(1) POC PROVEITOS E GANHOS 31/12/09 31/12/08
B
1 71 Vendas
Mercadorias 168 078,42 233 958,88
Produtos 0,00 0,00
1 72 Prestações de serviços 4 403 019,83 4 571 098,25 4 171 612,55 4 405 571,43

2 (3) Variação da produção 0,00 0,00


3 75 Trabalhos para a prop. empresa 0,00 0,00
4 73 Proveitos suplementares 81 500,98 82 500,57
4 74 Subsídios à exploração 6 967 542,18 7 409 330,66
4 76 Outros prov. e ganhos operac. 3 500,00 0,00
4 77 Reversoes amortizaçoes e ajustamentos 39 466,85 7 092 010,01 100 072,18 7 591 903,41

(B) 11 663 108,26 11 997 474,84

5 782 Ganhos em emp. do grupo e ass. 31 500,00 300 000,00


5 784 Rendim. de partic. de capital 0,00 0,00

CAP .3 RELATÓRIO de Contas 2009


6 (4) Rendim. de tít. negociáveis e
de out. aplic. financeiras:
Relativos a empr. do grupo 0,00 0,00
Outros 1 237 258,46 456 978,67

7 (5) Outros juros e prov. similares:


Relativos a empr. do grupo 0,00 0,00
Outros 595 710,66 1 864 469,12 195 980,26 952 958,93

(D) 13 527 577,38 12 950 433,77

9 79 Prov. e ganhos extraordinários 23 572,69 24 129,65

(F) 13 551 150,07 12 974 563,42

Resumo:
Resultados operacionais: (B)-(A)= 1 389 734,08 3 012 749,11
Resultados financeiros: (D-B)-(C-A)= 833 570,30 (2 915 814,79) 83
Resultados correntes: (D)-(C)= 2 223 304,38 96 934,32
Resultados antes de impostos: (F)-(E)= 2 222 849,88 57 564,59
Resultado líquido do exercício: (F)-(G)= 2 222 849,88 57 564,59

Carlos Nobre Fernando Nobre


administrador presidente
[ CA P ]

Anexo ao Balanço e à Demonstração de Resultados


em 31 de Dezembro de 2009
3
Nota Introdutória 1. Derrogação de Princípios
Contabilísticos
Denominação social: Devido à natureza da actividade da Fundação –
Fundação de Assistência Médica Internacional prestação de serviços de cariz humanitário não remu-
FUNDAÇÃO AMI nerados – financiados maioritariamente por donati-
vos espontâneos de particulares e empresas, estes são
Objecto: considerados como proveitos operacionais.
Ajuda humanitária Particularmente nos anos de 2009 e 2008 foram rece-
bidos valores provenientes de testamentos (em dinheiro
Sede: e em bens imóveis) que totalizam respectivamente os
Rua José do Patrocínio, 49, 1959-003 LISBOA montantes de € 51.340,62 e € 794.831,28 que igualmente
foram considerados proveitos operacionais. Caso não o
Capital Social Euros: tivessem sido os resultados dos exercícios seriam em
24.839,89 2009 positivo no valor de € 2.171.509,26 e em 2008 nega-
tivo e da ordem de € 737.266,79. Contudo o valor global
Instituição de Utilidade Pública dos Capitais Próprios, respectivamente € 25.857.050,52 e
Actividade da Fundação: € 23.571.789,39, não sofreriam qualquer alteração.
A Fundação exerceu a sua actividade na prestação
de ajuda humanitária quer em território nacional, quer 3. Critérios Valorimétricos
em largas parcelas do resto do Mundo. e Contabilísticos
Os principais critérios valorimétricos utilizados na
As notas que se seguem respeitam à numeração preparação das demonstrações Financeiras foram os
84 sequencial definida no Plano Oficial de Contabilidade. seguintes:
As notas cuja numeração se encontra ausente
ami relatório anual ‘09

neste anexo não são aplicáveis à Fundação. .1) Imobilizações Financeiras – As Imobilizações
As Demonstrações financeiras foram prestadas financeiras são constituídas por:
segundo a convenção dos custos históricos, e na base da a) Participações financeiras valorizadas pelo
continuidade das operações da Fundação, em conformi- método de equivalência patrimonial.
dade com os princípios contabilísticos fundamentais da b) Investimentos em imóveis valorizados ao custo
prudência, consistência, substância sobre a forma, mate- de aquisição sendo as respectivas amortizações
rialidade e especialização dos exercícios. calculadas pelo método das quotas constantes,
b) Os bens que foram doados à Fundação encon-
tram-se registados pelo valor da doação, normal-
mente o valor contabilístico da entidade doadora
ou o valor corrente de mercado, sendo as respecti-
vas amortizações calculadas nos mesmos termos
do número anterior.
c) Os terrenos e edifícios adquiridos até 31 de
regime mensal, com base nas taxas máximas de Dezembro de 1999 foram reavaliados com base em
amortizações fiscalmente aceites decorrentes das avaliação económica efectuada por entidade credí-
tabelas do DR 2/90 de 12 de Janeiro (actualizado vel e independente, tendo as respectivas amortiza-
pelo DR 16/94 de 12 de Junho), as quais são coinci- ções tido por base o valor reavaliado.
dentes com a vida útil esperada dos bens. As taxas anuais de amortizações utilizadas foram
c) Investimentos em valores filatélicos valorizados as seguintes, por percentagem:
ao custo de aquisição. Quando o valor actual de
mercado esperado é inferior ao registado conta-
bilisticamente foi criado o correspondente ajusta- Edifícios e outras construções 2
mento de modo a que aqueles valores se igualem. Equipamento básico 10 – 20
d) Investimentos em obras de arte valorizados ao Equipamento de transporte 25 – 50
Ferramentas e utensílios 25 – 12,25
valor de doação. Quando o valor actual de mer-
Equipamento administrativo 10 – 33,33
cado esperado é inferior ao registado contabilisti-
Bens em estado de uso 50

CAP .3 RELATÓRIO de Contas 2009


camente foi criado o correspondente ajustamento
de modo a que aqueles valores se igualem.
As taxas anuais de amortizações utilizadas foram .3) Existências – As mercadorias estão valorizadas ao
as seguintes, por percentagem: custo médio de entrada, dividindo-se em dois grupos:
a) Mercadorias que se destinam a comercialização.
b) Mercadorias que se destinam às missões nacio-
Edificíos e outras construções 2 nais e internacionais.
No que se refere a estas últimas e dado o fim a
que se destinam – ser utilizadas nas nossas missões –
.2) Imobilizações corpóreas – As imobilizações considera-se nulo o seu valor de mercado, pelo que se
corpóreas encontram-se registadas: optou pela criação de um ajustamento para deprecia-
a) Ao custo de aquisição, sendo as respectivas amor- ção de existências equivalente a 100% deste activo. 85
tizações calculadas pelo método das quotas cons-
tantes, regime mensal, com base nas taxas máximas .4) Títulos Negociáveis – Os Títulos Negociáveis
de amortizações fiscalmente aceites decorrentes das são registados ao valor esperado de realização. Os
tabelas do DR 2/90 de 12 de Janeiro (actualizado pelo juros obtidos são reconhecidos como proveitos no
DR 16/94 de 12 de Junho), as quais são coincidentes exercício em que é tomada a decisão de distribuição
com a vida útil esperada dos bens. de dividendos.
[ CA P ]

Nos casos em que se admite a hipótese de o valor


de realização ser inferior ao valor contratado foi cons-

3 tituída a respectiva Provisão.

.5) Acréscimos e Diferimentos – A Fundação regista


nestas rubricas os custos e os proveitos que respeitam
a exercícios futuros e que serão imputados aos resulta-
dos de cada um desses exercícios pelo valor que lhes 7. Número médio de pessoas ao serviço
corresponda, compreendendo essencialmente: da empresa
a) Os custos e os proveitos relacionados com o car- O número médio de pessoas ao serviço da Fun-
tão de saúde que se referem ao exercício de 2009. dação no exercício findo em 31 de Dezembro de 2009
b) Os custos respeitantes ao exercício de 2009 que era o seguinte:
serão pagos em 2010.
c) Os proveitos referentes ao exercício de 2009
recebidos em 2010. Empregados 155
d) Os proveitos que se destinam a financiarem activi- Profissionais Liberais 16
dades que decorrerão em 2010 e anos seguintes.

4 . Activos expressos em moeda


estrangeira
Todos os Activos e Passivos expressos em moeda
estrangeira foram convertidos para euros utilizando:
a) As taxas de câmbio contratadas com os bancos
para a data de pagamento dos passivos.
b) As taxas de câmbio vigentes em 31 de Dezembro
de 2009 e 2008, publicadas pelo Banco de Portugal.
c) As diferenças de câmbio, favoráveis e desfavo-
ráveis, originadas pelas diferenças entre as taxas
de câmbio em vigor na data das transacções e as
86 vigentes na data do Balanço, são registadas como
proveitos e custos na Demonstração de Resulta-
ami relatório anual ‘09

dos do exercício.
10. Movimento do Activo Imobilizado
O movimento ocorrido nas contas de imobilizações corpóreas e financeiras durante o exercício findo em 31
de Dezembro de 2009, bem como nas respectivas amortizações acumuladas, foi o seguinte:

10.1. Activo bruto

Alienações
Saldo Inicial Aumentos Transferências Saldo final
e abates
Imobilizações corpóreas:  
Terrenos e recursos naturais 1 004 095,80 1 004 095,80
Edifícios e outras construções 5 858 161,00 5 858 161,00
Equipamento básico 265 839,85 3 239,15 269 079,00
Equipamento de transporte 608 941,63 42 400,00 651 341,63

CAP .3 RELATÓRIO de Contas 2009


Ferramentas e utensílios 9 340,84 9 340,84
Equipamento administrativo 375 868,64 21 377,94 397 246,58
Outras imobilizações corpóreas 43 781,55 219,91 44 001,46
Imobilizado em curso 54 045,02 253 406,63 307 451,65

Total imobilizado corpóreo 8 220 074,63 320 643,63 0,00 0,00 8 540 717,96

Investimentos financeiros
Partes de capital em empresas associadas 2 013 726,84 49 500,00 41 880,00 2 021 346,84
Outras aplicaç. financeiras – Imóveis 1 346 896,31 1 346 896,31
Outras aplicaç. financeiras – Obras arte 126 751,12 48 350,00 175 101,12
Outras aplicaç. financeiras – Val. filatelicos/Arte 656 844,68 656 844,68

Total imobilizado incorpóreo 4 144 218,95 97 850,00 41 880,00 0,00 4 200 188,95 87

Total imobilizado 12 364 293,28 418 493,63 41 880,00 0,00 12 740 906,91
[ CA P ]

10.2. Amortizações / Ajustamentos

3
Saldo Inicial Reforço Diminuição Transferências Saldo final

De imobilizaçöes corpóreas:  
Terrenos e recursos naturais
Edifícios e outras construções 897 684,04 117 163,20 1 014 847,24
Equipamento básico 244 276,26 10 282,79 254 559,05
Equipamento de transporte 547 254,25 44 107,97 591 362,22
Ferramentas e utensílios 3 689,84 1 493,71 5 183,55
Equipamento admnistrativo 329 034,90 29 084,28 358 119,18
Outras imobilizações corpóreas 43 071,34 495,62 43 566,96

Total amort imobilizado corpóreo 2 065 010,63 202 627,57 0,00 2 267 638,20

Investimentos financeiros
Partes de capital em empresas do grupo
Partes de capital em empresas associadas 0,00 57 600,00 57 600,00
Outras aplicações financeiras – Imóveis 122 334,03 20 128,44 142 462,47
Outras aplicações financeiras – Obr arte 28 976,12 28 976,12
Outras aplicações financeiras – Val filatelicos 360 250,71 360 250,71

Total imobilizado incorpóreo 511 560,86 77 728,44 0,00 0,00 589 289,30

Total AMORTIZAções do imobilizado 2 576 571,49 280 356,01 0,00 0,00 2 856 927,50

88
ami relatório anual ‘09

12 – Reavaliações de Imobilizações
Corpóreas (Legislação)

A Fundação procedeu no exercício de 1999 à reava-


liação dos terrenos e edifícios registados no seu imo-
bilizado, com base em avaliação económica indepen-
dente.
13 – Reavaliações de Imobilizações
Corpóreas

Valores contabilistic
Custos históricos Reavaliação reavaliados

De imobilizaçöes corpóreas:  
Terrenos e recursos naturais 127 816,96 183 978,05 311 795,01
Edifícios e outras construçöes 630 911,67 970 100,32 1 601 011,99

Total de amortiz do imobil corpóreo 758 728,63 1 154 078 ,37 1 912 807 ,00

CAP .3 RELATÓRIO de Contas 2009


14 – Afectação de Imobilizações 16 – Empresas do Grupo
Corpóreas
Existem comparticipações nas seguintes empre-
As Imobilizações Corpóreas encontram-se afectas sas cujas últimas contas apresentadas se reportam ao
às seguintes actividades: exercício de 2009:

Pacaça Comércio de Artigos de Artesanato e para Medicina Lda.


Sede e serviços comuns 3 800 327,19
Rua José do Patrocínio, 49,
Acção social 4 642 918,51
Sede 1959-003 Lisboa
Acção internacional 97 472,26
Concelho de Lisboa
Total 8 540 717,96
89
Percentagem detida 99% (em 31-12-2009 )

Resultado apurado Lucro de €15.062,51

Capitais Próprios €10.578,41


[ CA P ]

3 Hospital Particular do Algarve S A.

Sede
Cruz da Bota, Alvor
Concelho de Portimão

Percentagem detida 20,94 % (em 31-12-2009)


Os saldos com a empresa do grupo em 31 de Dezembro
Lucro de €1.583.094,98 de 2009 e 2008 são os seguintes:
Resultado apurado
(em 31-12-2008)

€9.516.071,32
Capitais Próprios
(em 31-12-2008)
2009 2008
Contas a receber
Pacaça Lda. 190 602,88 180 295,84
Hotel Salus S.A.

Cruz da Bota, Alvor


Sede
Concelho de Portimão

Percentagem detida
20 – Valorização de Activo Circulante
2,5 % (em 31-12-2009)
a valor inferior ao do mercado
Prejuizo de €1.903,79
Resultado apurado
(em 31-12-2008) No que se refere às existências de mercadorias que
se destinam às missões nacionais e internacionais e
€ 1.497.161,14
Capitais Próprios que fazem parte do activo circulante e dado que na sua
(em 31-12-2008)
grande maioria foram oferecidas e não se destinam a
comercialização, foi decidido constituir uma provisão
Valencia Arte Contemporaneo e Inversion, S.L.
pelo seu valor global, para que o valor líquido deste
Plaza de Alfonso activo seja nulo.
Sede el Magnanimo, 12
90 Valência Espanha
ami relatório anual ‘09

Percentagem detida 6,45 % (em 31-12-2009)

Lucro de € 86.873,11
Resultado apurado
(em 31-12-2008)

€ 4.572.797,74
Capitais Próprios
(em 31-12-2008)
21 – Movimento de Ajustamentos ao Activo Circulante

Saldo Inicial Aumento Redução Saldo final

Existências
Mercadorias 286 333,38 419 848,59 27 506,16 678 675,81

Dívidas de terceiros
Empresas do grupo 180 295,84 180 295,84
Outros devedores 56 923,83 56 923,83
Total 237 219,67 0,00 0,00 237 219,67

Total 523 553,05 419 848,59 27 506,16 915 895,48

CAP .3 RELATÓRIO de Contas 2009


23 – Valor global das dívidas de cobrança 28 – Não existem dívidas ao estado e
duvidosa incluídas em contas de Balanço Outros Entes Públicos em situação de mora.

Em 31 de Dezembro de 2009 existem dívidas a


receber referentes a um conjunto de terceiros que se
encontram provisionadas a 100 % e que totalizam
€ 237.219,67.
91
[ CA P ]

3
34 – Movimento de Provisões

Saldo Inicial Aumento Redução Saldo final


Provisões para riscos e encargos
Provisões para cartão de saúde 509 350,30 93 674,91 11 960,69 591 064,52

Total 509 350,30 93 674,91 11 960,69 591 064,52

40 – Movimento nas contas de Capital Próprio

 Rubricas Saldo inicial Aumento Redução Saldo Final


Capital Social 24 939,89 24 939,89
Ajustes de part. capital em filiais e associad. -10 470,00 -10 470,00
Reservas Reavaliação 1 154 078 ,37 1 154 078,37
Reservas Doações 37 500,00 37 500,00
Resultados Acumulados 22 365 741,13 62 411,25 22 428 152,38
Resultado Líquido do Exercicio 2006 57 564,59 2 222 849,88 57 564,59 2 222 849,88

  Total 23 629 353,98 2 285 261,13 57 564,59 25 857 050,52

92
ami relatório anual ‘09


41 – Demonstração das existências 2009 2008
vendidas e consumidas Existências iniciais 355 997,40 382 101,63
Entradas 503 839,46 106 805,91

O custo das existências vendidas e consumidas Regularização existências -33 002,62


Existências finais 752 102,09 355 997,40
nos exercícios de 2009 e 2008 foi determinada como
Custo nos períodos 107 734,77 99 907,52
segue:
44 – Vendas e Prestações de serviços 45 – Demonstração dos Resultados
por actividades Financeiros

As vendas e prestações de serviços realizadas 2009 2008


durante os exercícios findos em 31 de Dezembro de Custos e perdas
2009 e 31 de Dezembro de 2008 são unicamente Juros suportados 48 928,11 56 828,06

suporte à actividade principal da Fundação. Amortizações investimentos financeiros 20 128,44 20 128,44


Ajustamentos p.a aplicações financeiras 339 160,72 504 442,71
Diferenças de câmbio desfavoráveis 1 130,75 363,85
Outros custos e perdas financeiras 621 550,80 3 287 010,66
2009 2008
Vendas (artigos diversos) 168 078,42 233 958,88 1 030 898,82 3 868 773,72
P. Serviços – Acção social 112 085,82 110 317,89 Resultados financeiros 833 570,30 -2 915 814,79
P. Serviços – Cartão saúde 4 168 611,50 3 988 990,26 1 864 469,12 952 958,93

CAP .3 RELATÓRIO de Contas 2009


P. Serviços – Outros 122 322,51 72 304,40

Custo nos períodos 4 571 098,25 4 405 571,43 2009 2008


Proveitos e ganhos
Juros obtidos 1 415 913,86 583 723,15
Ganhos em associadas 31 500,00 300 000,00
Rendimentos imóveis 47 956,00 59 621,00
Diferenças de câmbio favoráveis 610,61 9 614,78
Outro prov. ganhos financeiros 368 488,65

Resultados financeiros 1 864 469,12 952 958,93

93
[ CA P ]

3
46 – Demonstração dos Resultados 48 – Outras informações adicionais
Extraordinários 48.1. Outros devedores

2009 2008 2009 2008


Pacaça Lda. 190 602,88 180 295,84
Custos e perdas
Sanitae 39 903,83 39 903,83
Perdas em existências 33 827,57 Devedores rendas 18 646,41 18 646,41
Multas e penalidades 947,17 156,65 Devedores cartão de saúde 25 143,94 16 868,81
Perdas em imobilizações 8 836,62 Devedores credores diversos 28 890,77 7 234,53
Correcções relativas a exercícios anteriores 20 368,81 18 877,48 Contas a regularizar 3 153,00 59,33

Outros custos e perdas extraordinárias 2 711,21 1 801,06


306 340,83 263 008,75

24 027,19 63 499,38
Resultados extraordinários -454,50 -39 369,73 48.2. Outros credores
23 572,69 24 129,65

2009 2008
Ajudas custo pessoal expatriado 22 548,99 13 390,00
2009 2008 PAM 74 771,26
Proveitos e ganhos Outros credores 6 099,07 999,72

Ganhos em existências 824,95


103 419,32 14 389,72
Ganhos em imobilizações
Correcções relativas a exercícios anteriores 13 355,58 12 591,03
Outros proveitos e ganhos extraordinários 10 217,11 10 713,67 48.3 Acréscimos de Proveitos

23 572,69 24 129,65 2009 2008


94 Cartão saúde 53 889,82 64 064,28
Depósitos 46 744,00 93 698,33
ami relatório anual ‘09

Projectos internacionais 32 456,47


Pacaça Lda. 38 400,00
Outros 8 031,25 55 253,40

108 665,07 283 872,48


48.4. Acréscimos de custos 48.7. Decomposição das Dívidas ao Estado

2009 2008 2009 2008


Cartão saúde 154 619,66 141 626,72 IRS retenção na fonte 5 115,03 5 099,97
Remunerações a liquidar 248 459,90 233 891,48 Segurança Social 29 576,81 26 916,87
Outros 58 378,55 53 573,23
461 458,11 429 091,43 34 691,84 32 016,84

48.5. Custos diferidos

2009 2008
Seguros diferidos 11 086,96 10 450,55
Outros 1 387,92

CAP .3 RELATÓRIO de Contas 2009


11 086,96 11 838,47
Carlos Nobre Fernando Nobre
administrador presidente
48.6. Proveitos diferidos

2009 2008
Fundo Ásia 518 720,27 786 711,10
Fundo Libano 22 934,31 46 367,99
Projecto S. Tomé Ibersol 74 771,26
IPAD Projectos Internacionais 2 637,87 151 892,80
Financiamento Projectos Internacionais 5 000,00
Financiamento Obras Gaia 52 800,00 54 000,00
Financiamento Obras Abrigo Porto 108 100,00 110 400,00
Financiamento Imobilizado Abrigo Porto 15 625,00 18 750,00 95
Financiamento Obras Ponta Delgada 57 129,10
Financiamento Obras P. A. Almada 16 098,00
C. M. Lisboa – Abrigo da Graça 144 592,78 84 507,14
Rendas Imóveis alugados 754,00
Diversos 8 449,82

1 018 408,59 1 261 832,85


[ CA P ]

3.4
Parecer do Conselho Fiscal
3
1. No cumprimento das disposições legais e esta- 4. Na sequência dos exames a que procedemos, e
tutárias o Conselho Fiscal emite o seu Parecer sobre uma vez que o Balanço e Demonstração de Resultados
o Relatório, Balanço e Demonstração de Resultados reflectem com rigor a situação financeira e patrimo-
apresentados pelo Conselho de Administração, e rela- nial da Fundação, o Conselho Fiscal dá parecer posi-
tivos ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2009. tivo à aprovação das contas apresentadas pela Admi-
nistração.
2. Acompanhámos durante o ano as actividades da
Fundação e verificámos que foi visível o aumento das Lisboa, 29 de Março de 2010
solicitações, quer na vertente externa quer na satisfa-
ção das necessidades básicas dos utentes que em Por-
O Conselho Fiscal
tugal se dirigem aos nossos equipamentos sociais.
A confiança que continuou a ser depositada na AMI
permitiu, todavia, o aumento da resposta a essas soli-
citações sem pôr em risco a sua solidez financeira. Manuel Dias Lucas
(Presidente)
3. Para se conseguirem estes resultados foi impor-
tante o apoio das entidades governamentais, princi-
palmente do Ministério do Trabalho e Solidariedade Maria Inês Castelo Feliciano Manuel
Social, o contributo dos Doadores e Amigos da AMI, Branco Lisboa Leitão Antunes
a procura de financiadores para uma grande parte dos
projectos desenvolvidos e a concretização de diversas
iniciativas geradoras de receitas.
96
ami relatório anual ‘09
97

CAP .3 RELATÓRIO de Contas 2009


[ CA P ]
[ CA P ]
44
PERSPECTIVAS
FUTURAS

“ Em 2010, a AMI pretende continuar


a promover acções de educação
para o desenvolvimento, promoção da saúde,
valorização do ambiente e sensibilização


da opinião pública.

98
ami relatório anual ‘09
99

CAP .2 Carta do Presidente


[ CA P ]

Perspectivas Futuras
4
“ Quase 84 milhões de europeus vivem em risco de pobreza,
o que significa que enfrentam insegurança e vivem sem aquilo
que a maioria das pessoas toma como garantido.
Viver na pobreza pode resultar numa variedade de problemas,
desde não ter dinheiro suficiente para comida e vestuário até viver
em alojamentos precários ou mesmo em situação de sem-abrigo.
A pobreza significa também ter que lidar com opções de estilo
de vida limitadas que podem levar à exclusão social. Inspirada pelo
seu princípio fundador de solidariedade, a União Europeia reu-
niu esforços entre os seus Estados-Membros para assinalar 2010
como o Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social.
[www.2010againstpoverty.eu] ”
Desde a sua fundação, que a AMI estabeleceu Em Portugal, pretende inaugurar uma residência
como um dos seus primordiais objectivos, lutar con- social em Ponta Delgada que se destinará a receber
tra a pobreza em Portugal e no Mundo. doentes e/ou familiares de crianças residentes noutras
Após dez anos a intervir em situações de crise e ilhas do arquipélago que tenham que ser internadas ou
emergência e a combater o subdesenvolvimento e a submeter-se a tratamentos no Hospital de Ponta Del-
fome nos quatro cantos do mundo, em 1994, consciente gada, lançar a 4.a Infoteca FNAC/AMI Contra a Infoex-
da realidade vivida em Portugal, a AMI começou a inter- clusão no Funchal, e concluir as novas instalações do
100 vir a nível nacional, visando minimizar os efeitos dos Centro Porta Amiga de Almada.
fenómenos da pobreza e da exclusão social no país. Consciente de ser apenas uma gota de água no
ami relatório anual ‘09

Em 2010, a AMI pretende continuar a promover vasto oceano da pobreza e exclusão em que vive
acções de educação para o desenvolvimento, promo- grande parte da população mundial, a AMI acredita
ção da saúde, valorização do ambiente e sensibilização que salvar um ser humano, único e insubstituível, é
da opinião pública. Marcará, por isso, presença em paí- um forte contributo para a construção de um mundo
ses com elevados índices de pobreza como o Bangla- diferente e melhor.
desh, o Zimbabué, a Guiné-Bissau, São Tomé e Prín-
cipe, o Senegal, a Libéria, entre outros.
CAP .4 Perspectivas futuras
101
[ CA P ]

[ CA P ]
45

Agradecimentos

“ Consciente de ser apenas uma gota de água


no vasto oceano da pobreza e exclusão
em que vive grande parte da população mundial,
a AMI acredita que salvar um ser humano,
único e insubstituível, é um forte contributo

102
para a construção de um mundo diferente e melhor.

ami relatório anual ‘09
CAP .4 Perspectivas futuras
103
[C
[CAA
PP] ]

5
5 Ministério do Trabalho e Solidariedade Social Esegur
ECHO – Direcção-Geral de Ajuda Humanitária Estreia
da Comissão Europeia Fnac
Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento Galileu
Governo Regional dos Açores Global Estratégias
Câmara Municipal de Cascais Grupo Auchan
Câmara Municipal de Lisboa Ibersol SGPS SA
Câmara Municipal de Palmela Instituto Profitecla
Câmara Municipal de Viseu International House
Imprensa Nacional Casa da Moeda J A Santos Carvalho
Fundação Stanley Ho Modalfa
Fundação Calouste Gulbenkian Natura Invicta
Fundação Millennium BCP NPF
Fundação Portugal Telecom Orquestra Metropolitana de Lisboa
Fundação AXA Petrotec
J B Fernandes Memorial Trust Sanofi Aventis
Amigos e Doadores da AMI Staples Office Centre
Banco Espírito Santo TAP
Banco Português de Investimento TNT
Barclays Bank PLC Farmalux/Tecnifar, SA
Bivac Ibérica Valorsul
Busquets Visão
Colégio Moderno Westimber(Sodefor)
Companhia das Cores Y&R Redcell

104

“ Assente na vontade de concretizar o sonho de alargar ao mundo


ami relatório anual ‘09

as fronteiras da solidariedade, a Fundação AMI pretende continuar


a lutar com tenacidade, uma equipa incansável e o apoio de muitos
amigos, por uma Humanidade mais forte, mais bela, mais justa e
mais sustentável, de forma a permitir um futuro diferente e melhor
para as próximas gerações e construir a desejável paz no mundo.

Companhia das Cores
RELATÓRIOANUAL 09

Rua José do Patrocínio, 49, 1959-003 Lisboa


Telf. 21 836 2100 π Fax 21 836 2199 π E-mail: fundacao.ami@ami.org.pt
www.ami.org.pt

Potrebbero piacerti anche