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IMAGENS DA PAULISTANIDADE: AS ILUSTRAÇÕES

E O ENSINO DO REGIONALISMO PAULISTA

Professor do Departamento de Métodos e


Técnicas de Ensino da UEPG

o texto apresenta e analisa a produção historiográfica tradicional paulista,


filtrada pelas ilustrações presentes nos materiais didáticos, e seu papel na formação
dos elementos que compõem o cotidiano da escola em São Paulo.

Palavras-chave: história e ensino, cotidiano escolar, imagens, regionalismo


paulista, bandeirantes, Revolução Constituciorialista de 1932

Pensem bem no valor desse Profeiro~ e à ~mpo"'/Jncia do


ensino na Escola Primária; das primeiras lições, da mesma
forma que das primeiras orações, ensinadas pelas miíes, ficam
através da vida inteira [...}. E lá vem um dia, em que, talvez,
alguém possa dizer como disse o grande, o imortal Ibrahim
Nobre: 'querem tirar, daqui, esse amor a São Paulo? Arranquem
meu coração! '.

*Membro do GEPEMEMO - Grupo Memória - Pesquisa em Ensino de História. Faculdade de Educação.


Unicamp.
Estava tão enraizado esse amor; que ninguém poderia dição para a cidadania liberal, entendida politicamente, bem como promes-
arrancá-lo, e é isso que épreciso fazer: que as aulas sejam menos
sa de ascensão social para as famílias mais pobres. Posteriormente, com o
teóricas, mais vividas, mais profundas, mais sentidas, para que
desenvolvimento tecnológico, o acesso à escola passa a significar a única
cada criança não se esqueça do amor à terra em que nasceu.
chance de uma colocação razoável no mercado de trabalho, e hoje é possí-
vel dizer que os contingentes excluídos da escola serão brevemente os ex-
cluídos da sociedade em processo de automatização e informatização. Es-
ses contingentes destruirão a sociedade, ou a sociedade os destruirá.
Segundo Alcir Lenharo (1986), a categoria cotidiano ainda está,n~ A escola, enfim, torna-se em nossa sociedade o passaporte para a
fogo cruzado do debate historiográfic'o, sob a suspeita de um es.tatuto teon- cidadania entendida amplamente, como a condição de participação digna
co insuficiente e sob a suspeita de fragmentar de tal modo o obJeto.de es~- em torno dos aspectos políticos da vida em sociedade. É possível notar,
do dos historiadores, que chegaria mesmo a impossibilitar sua mtelegI- portanto, que a centralidade da escola para a sociedade vem numa linha
bilidade como um todo' . Mesmo assim, segundo o historiador, estando em ascendente do século XIX para o século XX, concomitantemente ao pro-
cesso de sua massificação.
etapa de construção e carregando uma "fluidez conceitu~l" própria de.ssa
condição, é uma categoria que tem aberto novas alternativas de pesqUIsa, A escola, enquanto instituição politicamente responsável pelo ama-
enriquecendo e rejuvenescendo a pesquisa histórica. . _ durecimento do homem no sentido de fornecer-lhe grande parte das habili-
Para Agnes HeIler (1972), o cotidiano é uma sItuaçao que absoluta- dades imprescindíveis para a vida cotidiana de sua camada social, é o ele-
mente todos os seres humanos vivem e que absorve a todos de forma pre- mento que organizará, além do cotidiano futuro do indivíduo, o seu próprio
ponderante. É o momento em que a pessoa inteira é chamada a resp~n~er cotidiano enquanto criança e adolescente. Essa afirmação é válida para os
ao meio com todas as suas capacidades ao mesmo tempo, o que determma contingentes em crescimento da população que passam pela escola, apesar
que tod~s elas realizem-se com baixa intensidade, incapacitando o ser de de todos os problemas nacionais relativos à repetência e evasão nas cama-
fixar-se em apenas um aspecto dos que lhe demandam a ate~ção. Destaca, das populares. Além de definir o dia-a-dia dos escolares, a instituição é
assim, que a vida cotidiana compõe-se de uma heterogeneIdade de partes efetivamente também responsável pelo processo de fragmentação do indi-
orgânicas que estabelecem entre si uma hierar~uização qu.e acompanha as víduo, na definição de seus papéis sociais e no reforço das condições de
atividades principais de cada tempo, classe e tipo de relaCIOnamento entre manipulação social e alienação (HELLER, 1972, p.22, 24 e outras). É interes-
o homem e a natureza. sante notar que os momentos que HeIler denomina elevação ao humano
No nosso caso, é importante refletir sobre um momento esp~~fico genérico, ou seja, a realização ampla das capacidades integrais da pessoa
do cotidiano na história deste nosso século: a escola, e nela, o cotIdIano como ser humano, expressos na ciência, na arte, nas atitudes revolucionári-
com caracterí~ticas específicas. Somente na medida em que situarm~s .a as, são registrados pelo conhecimento como avanço qa humanidade, trans-
escola para a sociedade atual é que poderemos traçar algumas caract~nst~- formados em saber transmissível e assim passados meçanicamente para os
cas da sua cotidianidade. É a civilização ocidental que introduz uma mstI- escolares. Uma primeira característica do cotidilUlf>:.escolar que envolve
tuição mantida pelo Estado ou por ele fiscalizadalorien~da, com o o~jetivo principalmente o professor e o aluno (sendo para o primeiro,:uma situação
de transmitir sistematicamente a bagagem de conhecImentos gerais acu- de trabalho e para o segundo um cotidiano preparador dacotidianidade
mulada pelas gerações anteriores. Essa instituição, inicialmente, será con- adulta) seria então a "anulação" do humano-genérico pela sua conversão
em informação. Na química, na história, na biologia, o cotidiano da escola
resume-se em informar os rompimentos da cotidianidade através de proce-
I No artigo "História e Cotidiano", esse autor discute a situação d~ deb~te s~bre a cat~goria, p~u~do
dimento mecânico e repetitivo; daí a concepção tradicional em educação de
situá-Ia enquanto possibilidade teórica e metodológica de pesquIsa hlstónca no ensmo de Históna. que a escola é o lugar da reprodução do conhecimento, enquanto a produ-
ção do mesmo ocorre na universidade, nos laboratórios e em outros lugares
----==40 ~--~---- to presença comunicativa da ideologia. Para tanto, nos valeremos de algu-
privilegiados da criação onde encontr" " mas imagens utilizadas como materiais didáticos, que estavam documenta-
apud HELLER, 1972, p.29)2. a-se o homem mtetramente" (LUKÁCS
dos em instituições como a biblioteca da Escola Estadual Cesário Coimbra
Uma outra característica da ". e a Biblioteca Municipal, em Araras (sp), o Centro de Memória da UNlCAMP .
cíclica e repetitiva pela qual ela tr:Otld~amdade da ~scola é a maneira
programas de cada série em si nsmlte os conhecimentos, tanto nos e o Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas.
cívico escolar. É este quan~o~no.caso da história, pelo calendário O cartunista e ilustrador Belmonte (pseudônimo de Benedito Canero
"t ra d'Içoes
_ inventadas"o espaço pnvIleglado p ara que se generalizem as Bastos Barreto) é um dos maiores, senão o maior responsável pela transfor-
.,
f4 r ' Ja que estas constit
orma Ização e ritualização cara t .
"
uem um processo de
mação em representação gráfica da construção literária do bandeirante, fei-
ta pela historiografia tradicional paulista entre o fim do século XIX e o
que apenas pela imposição da re;e~~::~~ por referir-se ao passado, mesmo
início do XX. Colaborou em vários jornais e revistas desde 1914 (quando
~ ?ptamos, então, por abordar aI HOBSBAWM & RAN~ER, 1984, p,12).
estreou na revista Rio Branco, após desistir do curso de medicina) e publi-
mecamco de transmissão que ocorre guns ~s~ectos centrais desse processo
cou vários álbuns de desenhos e caricaturas, consolidando sua carreira na
nossa busca da ideologia da paulistan~:a~~~ldlano da escola tradicional, em
Estudamos os materiais dida't' tal como se expressa na escola
Folha da Noite, a partir de 1931, além de colaborar também em periódicos
ICOSentendidos I . franceses, americanos e argentinos. Seu principal personagem foi o Juca
recursos materiais que auxilia ' fi ~mp,amente como todos os
missão dos conhecimentos ta: o pro e~s~r e a mstltuição escolar na trans- Pato, que lhe deu projeção internacional. Ilustrou as obras infantis de o
Monteiro Lobato, delineando a imagem dos seus personagens. Paulistan ,
conhecidas pesquisas bibli~g 'fiOnas ativIdades de sala de aula quanto nas
d . . ra Icas nas quais o aI simpatizante e militante da "causa paulista" de 1932, não é exagero
: matenals e publicações dis onív~i .. uno recorre a todo tipo
identificá-Io como o traço matriz das representações imagéticas do bandei-
sao, dessa maneira, organizad~ d s na ~I~hoteca. Os recursos didáticos
rante, principalmente as do livro didático, cartazes e outros materiais que
a ser utili~ado na vida cotidian:~: ~::mona que subsistirá co~o recurso
acabam compondo parte do cotidiano dos estudantes paulistas no século
~este artigO, especificamente ' o adulto que passa pela Instituição.
Imagens que povoam o cotid' ' tremos nos deter na análise do padrão das XX. Não queremos, com isso, afirmar que Belmonte é o exclusivo
tir do qual a paulistanidade Ipa~rodesficolar paulista até 1982, momento a par- inaugurador da imagem tradicional do bandeiranteS, mas sim que ele é o
"es ' e orça após uma b mais significativo pesquisador, estruturador e divulgador dessa imagem.
queclmento" paulatino da id t'd d ' que ra no processo de O livro No Tempo dos Bandeirantes, deste artista, editado primeira..,
O 'd' en I a e pauhsta4
. cotl lano escolar portanto 'fi . mente pelo Departamento de Cultura do Estado de São Paulo em 1939, é
o ntual da aula, as ativid:des ext ' e ormado por uma série de elementos:
op d - d l
ra-c asse a estrutu - d uma amostra significativa do trabalho do autor em que se constrói essa
a .rao e relacionamento entre os' raçao o espaço fisico,
imagem do bandeirante através de uma pesquisa histórica nos inventários
Anahsaremos aqui um aspect d agentes do processo e muitos outros.
o e um desses elementos: a imagem enquan- das faffil1ias vicentinas do século XIV e várias obras de Taunay, Alcãntara
Machado e outros "bandeirologistas". Não tem preocupação em disfarçar
zÉclaroque
_, .
as novas '.
eXlgencias de essa intenção de "invadir os domínios dos historiadONS", apesar de ser
produçao mdustrial ar ,_, um mercado globalizado acab '
se atividad 6 ~ a a cnaçao científica, na medida :un Impondo esquemas de reverente e pedir licença. Descreve tanto livida material9,uanto o semblan-
) O te es ~on mlcas fundamentaisnessa no d em que a própna ciência e cultura tomam
nno paullstanidade em restad ' va or em, - te que imagina dos antigos paulistas, utilizando, além do texto, uma, esme- .
sentimento/condiçãode' e~ o do historiador Alfredo Ellis Jr é utilizad .
como a atribuição de de=ina~ ao estado pa~l.istaentendido como ~munidadeo aqUIno sentido de rada técnica artística em bico-de-pena. ''; .
constru _ da h os va ores
l poSitiVOS a d ' e ao mesmo lempo As limitações políticas desta obra, recuando a paulistanidade para o
. çao istória paulista que contrib ' , e.~sacon ição. A esses sentidos soma- .
própnos da condição de paulista.Trata- UI para a Idela de homogeneidadedo grupo e d se ~bndaa
ao etnocentrismo'
4 R fi '
se, portanto, da denominaçãode um . comportamentoap e atn tad
utos
e enmo-nos à tese defendida pel aren o
perlodo de 1930-35o seu ápice en~ :~:~ deste artigo, segundo a qual a paulistanidade que te SBasta verificar,entre outros, o quadro"DomingosJorgeVelhoe SeuLugar-Tenente".datadode 1922-
s~ presença no cotidiano, situ~çãoreverti rocesso de decadência marcadopela escassez'cresce m no do aclamado Benedito Calisto. tambémestudiosode história e especialistaem pinturas históricas.
Cidadede São Paulo (1954) ou os 50 anos: ~~valr~s mom~tos. especificas, como os 400;: ~
o uçao Constltuclonalistade 1932,
ais ue um aventureiro, um ser que domi-
período da América Portuguesa, precisam ser contextualizadas a partir da deirante da gravura representa, ~ _ q ele estabelece uma relação com
censura e da repressão a todos os tipos de afirmação regional, próprias do na, um poderoso, e é nesta poslçao que As epopéias dos descobrimen-
Estado Novo. O bandeirante é uma figura politicamente aceitável pelo regi- outros mitos, os navegadores ~rtug~eses'assíveis de colocação num mes-
me na medida em que incorpora o mito do Estado que luta pela expansão e tos e do desbrav~e~to ~o se~o IS:~rPainda que esta gravura remete à
desenvolvimento do país, ou seja, a partir do momento em que afasta-se de mo patamar de glona. E posslve fiormaça-o do bandeiran-
., h rança portuguesa na
suas origens regionalistas e assume feições de integração nacional, adequa- necessidade de maxlmlza~ ~ e. o éia do mesmo: apesar de louvar o
das ao caráter centralizador daquela conjuntura política6• Restará decifrar te, reforçando a pr~do~manc~a~:Jografia tradicional paulista sobre o
se Belmonte, militante da paulistanidade em 1932, adere ao Estado Novo, influxo do sangue mdlgena,. . 1997 .66) para exigir de seu
como Menotti deI Picchia (assessor do governador aclamado de São Paulo tema é suficientemente euro~e~tn~a:R~ranca 'lste tema fica ainda mais
durante a revolução e depois funcionário do D.I.P. no Estado), ou se conti- "super-homem" uma pr~do~nan~~: os peq~enos núcleos urbanos o~-
nua resistindo na medida do possível, como Alfredo Ellis Jr. e Aureliano interessante para refletIr se trnagt _ m a população indígena alIa
ginais da região vicentina em comparaçao co
Leite (combatentes nofront constitucionalista que permanecem imunes aos
apelos do Estado Novo). da, muitas vezes superior em número.
O rigor historiográfico na obra, em que pesem as licenças pedidas
aos historiadores, não é uma característica fundamental. O caráter de divul-
gação fica patente. Já na primeira ilustração, Belmonte mostra um grupo de
. índios preparando-se para atacar as fortificações vicentinas, momento em
que o bandeirismo ainda estaria na defensiva e no nascedouro. Todos os
nativos da gravura estão decentemente vestidos com uma espécie de calção
rústico, de algum tecido, tapando-Ihes completa e convenientemente (para
o leitor urbano e polido) as "vergonhas" de que falava Pero Vaz de Cami-
nha.
A constatação documental de que um dos habitantes da São Paulo
colonial inventariados tinha em seu poder um trecho de Os Lusíadas leva o
autor a imaginar o épico camoniano inspirando "os lusíadas das selvas" às
suas famosas aventuras no sertão sul-americano. O perfil sombreado de um
bandeirante sentando num tronco e lendo algumas folhas de Os Lusíadas
tem por fundo uma caravela portuguesa projetada nas nuvens (Figura I).
Segundo Canétti (1983, p.433 e ss.), as posições representadas não são gra-
tuitas. Estar sentado corresponde a uma situação de distinção e de poder,
pois exerce pressão sobre uma coisa indefesa e que não exerce contrapressão
ativa, num simbolismo de superioridade. O estar sentado expressa, além
disso, dignidade, segurança e duração, solidez, que manifesta-se no peso
físico que o home!Jl sentado aparenta, paralelo à sua própria força. O ban-

Figura 1 - O bandeirante e ' 'o S LUSla


'das"
• Sobre a apropriação da mitologia do bandeirante pelo Estado Novo e o papel do escritor Cassiano
Ricardo na mesma, ver Atcie Lenharo. A sucra/ilJlção da política.
ue tal característica também passa através do. tempo ~ .das ger~çõe~ de
Um outro exemplo da construção da imagem do bandeirante é o que
~aulistaso as características dos bandeirantes senam genetlcas. Alem ~IS~O,
se vê na Figura 2, na qual são representados em seus trajes "típicos" com
as armas' estão firmemente seguras pelas mãos, e o ato de agarrdar,~SICO0-
que identifica-se rapidamente, pela associação promovida pelo uso, o per- oo d d r de ommar um
gicamente representa o primeiro ato deCISIVO o po e, .
sonagem. As botas de cano alto e o chapéu de abas largas, além do colete de
objeto cap~z de garantir a segurança e a dominação sobre os de~als (C;N~~~~
couro, a malha ou o gibão, são as marcas registradas7• Na figura, o chapéu
1983, p.225 e ss). Note-se como os mesmos elementos antenormen e
escuro reforça o ar de gravidade, de seriedade dos indivíduos, ao passo que
a barba e o bigode (bem aparados, para evitar a idéia de desleixo, que seria dos aparecem na Figura 5.
compreensível no meio da selva), indispensáveis nessa figura, afirmam a
virilidade do bandeirante assim construído. O que chama a atenção e refor-
ça esta virilidade não é apenas a caracterização dos dois personagens, mas
o fato deles estarem em pé, em perfeito equilíbrio. Esta posição tem um
significado psicológico de orgulho devido ao fato de eles não se apoiarem
em nada e de estarem livres. O estar em pé produz a impressão de uma
energia que ainda não foi gasta (pois é o primeiro momento de qualquer
deslocamento) e leva à superestimação do sujeito que assim se encontra.

Quem se levantou se encontra no final de um certo esforço e este é o ponto


mais elevado que consegue alcançar. Porém, quem permanece já há algum
tempo de pé expressa uma certa força de resistência, seja por não mud.arde
lugar, como uma árvore, seja por poder ver-se por inteiro, sem temor e sem
se ocultar. Quanto mais serenamente a pessoa estiver parada, quanto menos
se virar e olhar em diferentes direções, tanto mais segura parece ser. Nem
sequer teme um ataque pelas costas, apesar de não ter olhos nessa região.
(OAVIDOFF, 1986, p.432)

Esses itens repetem-se em outras ilustrações (Figura 3), e na Figura


4, a sombra do chapéu, projetada sobre o rosto do bandeirante, produz o
efeito de seriedade, já que o chapéu claro cumpre menos essa função. Fir-
memente em pé.e corpulento, o bandeirante aparece com a solidez de uma
árvore que nada fará mover, a não ser a própria vontade. Essa solidez trans-
mite-se ao garoto com o gesto de sustentação do pai, passando a idéia de

1 Esta construção contradi1; o que aprendemos na escola: os "protopaulistas" entravam na mata com

pouca ou nenhuma proteção, tanto pela carência de recursos devida à miserabilidade em que viviam,
quanto pelo aprendizado das técnicas indíg~ de sobrevivência nesse ambiente. Essa frugalidade no
Figura 3 - Trajes e apetrechos do bandeirante
vestuário é a origem do tenno "emboabas", celebrizado na GuelTlldos Emboabas. tenno pejorativo dos
bandeirantes para os portugueses recém-chegados às minas. que protegiam o corpo para enfrentar as
caminhadas nas malas. Para melhores infonnaçõcs. ver Davidoff. BandeirantismlJ. verso e reverso.
Mas a contribuição de Belmonte não se restringiu à imagem do ban-
deirante. Participante da Revolução Constitucionalista de 1932, utilizou o
bico-de-pena como arma de propaganda. De vários cartazes e gravuras (mui-
tas dessas peças não assinadas, mas com traços que lembram o artista),
selecionamos o cartaz para a Campanha do Ouro Para o Bem de São Paulo
(Figura 6), em que a composição expressa a idéia da unidade popular em
tomo do movimento, uma vez que são representados "todos" os setores da
sociedade paulista: os senhores de posses entregando a pequena arca e a
própria aliança, um negro idoso e com o terno em desalinho, que parece
representar os desfavorecidos em geral, a dama que está a tirar um brinco,
a rica senhora a entregar um vaso precioso e o menino doando sua pequena
economia. Essas figuras, dispostas em primeiro plano, estão à frente de
uma multidão que adentra o recinto, com um significado claro: todos os
setores devem contribuir, e todos os membros de cada estrato da sociedade
são chamados e estão colaborando. A expressão serena, levemente
enternecida, expressa a disposição em desfazer-se de um bem por vontade
própria em favor de uma causa, gesto que engrandece o sujeito, como na
imagem bíblica de Jó: "Deus deu, Deus tirou, bendito seja o nome do Se-
nhor" (o deus, no presente caso, é São Paulo, personificado como uma en-
tidade coletiva). Por fim, esse grupo em primeiro plano reúne-se em torno
de dois símbolos importantes: o monte e a mesa. O significado do monte é
ancestral, simboliza a colheita, a festa, enfim, a celebração do trabalho co-
letivo, comunitário, que é o que deu origem àquele amontoado de benefíci-
os: "Um monte significa que se tem muito à disposição, não precisando
trazer mais as coisas de longe" (CANETII, 1983, p.96).
A Campanha do Ouro é mais que uma campanha financeira: ela é
capaz de demonstrar que a comunidade dos paulistas está' saciada, conse-
gue amontoar os frutos de seu trabalho, seu sustento convertido em objetos
valiosos, e desfazer-se deles porque seu poder tornaráfácil produzir mais,
reaver os tesourosll• É uma demonstração de pujança' e superioridade pe-
l
rante o inimigo empobrecido das outras regiões, fas~inado
~,' - perante esse es- ,

petáculo. O tesouro, que além do monte é um outro símbolo de massa, s6

• Este sentimento de superioridade é intensificado durante a ocupação da cidade de São Paulo por
soldados nordestinos. resultando daí um dos embriões do preconceito contra nordestinos que marca o
estado. A literatura paulista da época da cidade ocupada é pródiga em exemplos de cenas de claro
deboche e desprezo pelas tropas de ocupação. como podemos ver em Comélio Pires. Chorando e
Rindo ... Episódios e llnedocras da Guerra Paulista, p.36- 7.
A gravura reproduzida na Figura 7 tornou-se também um dos ícones
p~de crescer pela confiança na durabilidade do valor das peças que o com-
da memória do movimento constitucionalista. Evoca a ligação genética!
poem. A população doando o ouro, no cartaz, expressa também essa confi-
hereditária entre o bandeirante e o soldado constitucionalista. A posição
an~a, e a ~on~an~a de que o tesouro será capaz de garantir outra durabilida-
superior do bandeirante no desenho, e o fato de ele e o soldado segurarem
de. a de SI propno e de seu modo de vida.
firmemente na mão esquerda uma arma coloca-os na aparência de pai e
filho, como se o bandeirante fosse a sombra cronológica do voluntário
constitucionalista.

Figura 7 - Gravura evocativa da Revolução Constitucienalista de 1932


!

Valem aqui as considerações já comentadas s~t~e' o ~to ~e ágarrar, a


partir da interpretação de Elias Canetti. A mulher paulista, eni posição in-
termediária, pode ser lida tanto como a mulher do tempo do bandeirante
Figura 6 - Gravura de propaganda para a Campanha do Ouro, em prol das forças quanto a do tempo do soldado, apoiadora e incentivadora de ambos,
paulistas em 1932 partilhante da mesma bravura. Sua posição na gravura também a dispõe
como elo temporal, além de familiar, de presença do conjunto da popula-
ção, caracterizando o movimento como mais amplo que o combate entre
homens adultos. Observemos que Belmonte aqui utiliza, como nas gravu-
ras anteriores, o recurso da sombra nos olhos para demonstrar a compene-
tração e a seriedade no alcançar do objetivo. O brasão de armas do estado
de São Paulo aparece decomposto, com o escudo estabelecendo outra liga-
ção entre o bandeirante e o soldado, ao passo que a fita do brasão está
distribuída por todos os elementos da gravura, como que a amarrá-Ios. Na
fita, o artista insere os dizeres "9 de Julho de 1932", além de trocar o "Pró
Brasilia Fiant Eximia" original por "Pró S. Paulo Fiant Eximia" (Por São
Paulo F~çam-se Grandes Coisas)9. Esse aspecto da gravura mostra a falta
de interesse numa representação nacional e nacionalista do movimento,
expondo o seu aspecto regionalista.
Podemos considerar também que todo material de propaganda da
Revolução Constitucionalista de 1932, a princípio, pode ser abordado como
um material didático, tanto das massas quanto da população estritamente
estudantil, tanto no "calor dos combates" quanto nos momentos de
rememoração. Várias peças de propaganda, por serem reproduzi das em
novos cartazes, panfletos, e principalmente nos manuais e obras de referên-
cia, acabam por ganhar essa força de imagens didáticas. Figura 8 _ Cartaz de recrutamento para as forças constitucionalistas em 1932
Muito provavelmente, o cartaz mais difundido no meio escolar quando
se trata de ensinar história com a memória tradicional de 1932 é o represen-
O cartaz é inegavelmente inspirado em seu congênere norte-.amen-
tado na Figura 8. Produzido pela organização M.M.D.C., que fazia a propa-
ganda, o alistamento do voluntariado, a organização de batalhões e todo o cano de convocação para o alistamento militar em 1917, em que o T10Sam
trabalho de retaguarda, o cartaz acabou virando um sinônimo visual do (que encarna nas roupas a bandeira dos Estados Unidos) aponta par~ ~s
. d·' "I Want You To the U S Army". A força dessa composlçao
movimento, e como tal foi reutilizado pelos professores com o sentido de Jovens a lzer. . . , . r
estudo de um documento histórico ou ilustração do conteúdo sobre 1932.10 é tanta que, anos depois da versão constitucionalist~, tambem o l~tegra lsmo
convocaria adeptos através de um indivíduo devidamente tra~ado c~m ~
uniforme da organização, apontando para.a frente, c~m a bandeira do ;~gm
ao fundo, com os dizere~: "O Br.asil ~reclsa de Yoce!.Fora do Inte~ra l::~
não há Nacionalismo". A primeua vista, ,o que Ime4latamente atrai a a
ção são os olhos do voluntário. Não ,estão à toa, ma~ firme~en~e fidlxoslhna
d lh 'A expenencla e o ar
pessoa que olha para o cartaz, devo 1ven o o o tIf·· ~,' . f
nos olhos é muito delicada, muito íntima, reveladora, e nao;e.fortUito.o at~
'd rmos o "olho no olho" como um momento deCISIVo,de smcen-
• Esta "má tradução" ~ão é incidental. Pelo cOnlrário, é muito comum nos documentos de época. d e conSI era . ão de
dade em que duas pessoas ficam presas uma à outra numa sltua.ç _
principalmente os merws policiados pelo resto do país e mais destinados aos próprios paulislas, como
alguns panfletos e a imprensa interiorana (referimo-nos especificamente aos exemplares da Tribunll do tensão na qual desviar o olhar equivale à fuga. Por ser íntima, essa sltu~ao
Povo do período. semanário da cidade de Araras, consultados no decorrer da pesquisa). é uma intimação, um chamado que dirige-se ao âmago de quem rece e~:
10 Sobre a transformação de ícones produzidos sem intenção didática em materiais de ensino de história,

ver Circe Biuencourt. Procedimentos metodoltiKicos em pesquisa Jobre illwKellS no ensino de Hisrtiria,
mensagem. A convocação para o cumprimento do dever para com a R
p.265 seq.
lução Constitucionalista de 1932 não é feita, por esse cartaz, de uma manei- tante da frase. Em letra de imprensa, ainda que menos espessa, está a palavra
ra genérica, dispersa: ela é mirada para cada indivíduo, não para a massa. cumprir, formando com a sua semelhante uma mensagem: você cumprir. O
Mesmo com o olhar desviado, o cartaz continua olhando e cobrando, mag- apelo à consciência e à noção de dever é feito em letra cursiva, e vem comple-
netizando o olhar, exigindo uma atitude para aliviar a tensão estabelecida. mentar com a argumentação moral a convocação primordial do cartaz.
Não é outro o objetivo da propaganda: provocar uma atitude no consumi- Além da bandeira, símbolo da unidade semi-nacional do estado, o
dor, aqui um consumidor de ideologias e seu sistema de valores. É consoan- capacete de aço do soldado é também símbolo da Revolução
te ao sentido da individualização da mensagem publicitária: do "comprem!" Constitucionalista de 1932, na medida em que faz referência a mais uma
ao "compre!". campanha de mobilização, a subscrição para financiar a produção do capa-
O dedo que aponta para quem alha, além de consolidar em definitivo cete. De fato, os armamentos improvisados pelas forças constitucionalistas
a intimação, tem um caráter bélico na definição dos objetivos da convoca- acabaram tornando-se referências obrigatórias da memória do movimento.
ção. Segundo Canetti (1983, p.242): Isto é atestado, por exemplo, pela marchinha "Trem Blindado", grande su-
cesso do carnaval de 1933, em que a matraca, o capacete de aço, os canhões
A mão funcionou como modelo e estímulo, não apenas como um todo. Tam- falsos para enganar a aviação e o próprio trem blindado são utilizados para
bém os dedos em separado, e principalmente o dedo indicador estendido, ironizar o movimento dos paulistas. Do outro lado, esses mesmos objetos
adquiriram um significado. O dedo se afinava na extremidade e se apresen- são conservados e expostos como relíquias, ou mesmo como fetiches do
tava armado com uma unha; a sensação ativa do espetar foi dada primeira-
heroísmo daqueles tempos.
mente por ele. (grifo do autor) No estudo dos rituais escolares, discutindo um caso específico de
educação católica, McLaren (1992, p.112) destaca a importância dos sím-
o dedo apontado é a origem psicológica da formação das armas de
bolos visuais para a criação de um ambiente religioso: essa característica
impacto e de arremesso. O gesto de apontar é, portanto, bastante adeqJlado
da escola é dada pela visibilidade daqueles símbolos. Na escola pública
para convocar para a atividade guerreira.
paulista, não é simples definir um eixo que forme e defina o ambiente da
O vento é um outro símbolo de massa que aparece indiretamente
escola, pois há uma multiplicidade de apelos em suas figuras expostas. No
nessa peça de propaganda, fazendo tremular a bandeira de São Paulo. As
caso da escola Cesário Coimbra, um grande crucifixo ocupa um lugar rela-
bandeiras têm mais força de atração quando em posição dinâmica, movidas
tivamente central no hall de entrada, mas antes que o vejamos, passamos
pelo vento, que quando estaticamente caídas sobre os mastros, sem movi-
pelos mastros das bandeiras nacional, estadual e do município, um retrato
mento. O vento, variável na intensidade e no som que produz, age com o
de Anchieta, um outro do patrono da escola (por sinal, fazendeiro na cida-
simbolismo de um ser vivo, e imprime uma direção, consolida um objetivo
de, senador e comandante militar da região no período da Revolução
expresso na figura e no texto (cumprir um dever). Sendo invisível, o vento
Constitucionalista, exilado pelo Governo Provisório), além de um mural
presta-se a simbolizar as massas que não estão visíveis na figura, mas que
que é ocupado periodicamente pelos temas do calendário cívico e resulta-
são capazes dê marchar numa direção, e fazem tremular a bandeira - que
dos de trabalhos. Há, portanto, uma multiplicidade d6 símbolos, e o hall é
representa a.unidade regional - de São Paulo. Sobre o caráter da bandeira,
Canetti afirma ser a mesma "o vento que se toma visível", como as nuvens,
a
apenas uma amostra. Nessa multiplicidade, ide"()lógia-dapaulistanidade
ainda é capaz de guardar um espaço devido à presença d~ mapa pitoresco
porém com as características determinadas pelos homens; chamando a aten-
pintado por José Washt Rodrigues (cf. MARTINS, 1954), em um quadro
ção pelo movimento, a bandeira é utilizada pelos povos para demonstrar
posicionado na parede da biblioteca, representando as batalhas de 19321\
que o ar que existe acima deles lhes pertence.
Contribui para a intimação a maneira em que aparece a palavra você: (Figuras 9 elO).
destacada pela espessura superior a qualquer outro grupo na composição, " Vale destacar, como comprovação da tese de que a paulistanidade, ao menos no formato em que a
em letra de imprensa, centralizada e no alto da página. É o mesmo que abordamos nesta pesquisa. vem se diluindo, o fato de que esse quadro, registrado por nossas observações
enfatizá-la com a voz, aumentar o volume de sua pronúncia perante o res- durante as pesquisas em 1996, não está mais presente no local desde janeiro de 1998, pelo menos.
Figura 10
Figura 10 - Cartaz de propaganda paulista contra o
Governo Provisório de Vargas

A eloqüência das imagens talvez sirva de indício empírico da razão


regionalista de 1932, que as suas lideranças e cultores preocupam-se tão
veementemente em negar. O mapa de Rodrigues opõe muito claramente as
tropas paulistas, dentro do círculo formado pelo avanço das tropas federais,
através da bandeira paulista hasteada nos acampamentos e trincheiras, ao
passo que os inimigos são os portadores da bandeira nacional. Não há, por-
tanto, a preocupação dos govemantes paulistas em expor a bandeira brasi-
leira para comprovar a motivação nacional do movimento; pelo contrário,
destaca-se a oposição entre os sentimentos regional e nacional, que choca-
ram-se violentamente e continuam produzindo reflexões. Um outro indício
disto é o conjunto de brasões e bandeiras do canlt>super;ior d~reito:há uma
predominância de bandeiras paulistas em relação às nacionais, e na repro-
dução do brasão de armas do estado criado pela revolução aparece de novo
o lema adulterado: de "Pró Brasília Fina Eximia" para "Pró S. Paulo Fiant
Eximia". No canto oposto da figura é representado outro mote do discurso
tradicional da revolução: 1932 é a grande expressão da paulistanidade no
século XX, valendo para este o que foi o bandeirismo no período colonial,
Figura 9 - Uma leitura cartográfica e alegórica da Revolução de 1932, do ponto numa reivindicação da continuidade histórica e genética entre o bandeiran-
de vista dos paulistas nela engajados
te e o soldado constitucionalista representados. imagens visuais (sim, as imagens podem ser não-visuais), como a fotogra-
O terceiro cartaz de época que analisaremos por ganhar uma proje- fia, o cartum, o mapa. A cada uma delas é preciso dedicar uma atenção
ção didática é o da Figura 10. Além de ter sido peça da propaganda especial no que se refere à teoria, ao método, à implementação dos planeja-
constitucionalista, o cartaz foi publicado em grande escala pelo Arquivo do mentos de ensino.
Estado de São Paulo em 1990, numa campanha para a preservação do Nada é inocente na educação. Desde o crucifixo à porta de entrada
patrimônio histórico documental do estado. Valem para ele as considera- até as contracapas dos livros fornecidos pelo MEC ou pela Secretaria de
ções já feitas sobre a bandeira e o vento. De novidade, temos a maneira Educação, passando pela disposição das carteiras, os salários e as políticas
como está representado o bandeirante: de forma agigantada, como a proje- educacionais. É necessária uma disposição constante de olhar para além ou
tar graficamente as palavras de Saint-Hilaire: "raça de gigantes". O volun- para alhures de onde o discurso quer enviar nosso olhar; uma busca cons-
tário da farda cáqui também é grande, ainda que nem tanto quanto o bandei- tante de uma hermenêutica dos símbolos, imagens e relações. Essa é uma
rante, que parece representar mais propriamente, por sua tradição, o autên- das posturas fundantes da prática do professor pesquisador (que se consti-
tico e poderoso sentimento de paulistanidade. Nesse sentido, o voluntário tui tanto por práticas diferenciadas quanto por - anteriormente - uma for-
aparece como descendente, como filho do bandeirante. Já foi discutido o ma diferenciada de encarar o próprio oficio e o mundo).
sentido de poder do ato de agarrar; dele deriva o sentido do ato de esmagar, Cabe ao professor chamar atenção, perante sua turma, para a
que é a ação que está sendo executada, num simbolismo do desprezo para legibilidade pouco explorada do mundo das relações sociais, do qual a es-
com aquele que está sob o poder do gigante, tendo suas pernas trituradas cola é também um subuniverso. Vivemos, enquanto seres sociais de uma
(CANETTI, 1983, p.225). Não há como dizer, pela questão da semelhança sociedade de classes e dominação, num universo de símbolos que não são
fisica, que o indivíduo sofrendo a pressão do bandeirante seja Getúlio Vargas; meros adornos mas formadores de nós mesmos, constituintes da "carne"
trata-se, na verdade, de uma alegoria de todo o Governo Provisório ..Não de nosso pens;mento (e por que não dizer, de nosso corpo, uma vez que aí
houv~ a intenção de caricaturizar Getúlio, e nisso podemos ler que é todo se determina o que comemos e o que nos enoja, o cabelo bonito e o cabelo
um regime que a raça de gigantes quer esmagar e que ela está consciente de do qual se ri, o peso desejáveL). Sem atenção a tudo isso, a idéia de form~
que esse ato só ocorre depois de luta, representada na arma fumegante. um cidadão capaz de compreender autonomamente seu mundo para aglf
Portanto, a luta é coletiva, contra entidades abstratas: "Abaixo a Dictadura". sobre ele segundo seus interesses pessoais e coletivos fica grave e perigo-
samente incompleta. Construir desejo e habilidades para transformar sem
construir a base do olhar crítico que tem o questionamento por método
Com esta análise, procura-se dar uma contribuição ao conjunto das primeiro é formar excelente massa de manobra para interesses su~lim~nare~.
pesquisas sobre o ensino de história bem como ao professor da disciplina, Em outras palavras, é preciso garantir que a preparação para agIr nao seja
nos seguintes sentidos: uma preparação para ser agido.
I) Permitir ao professor exercer o seu oficio com toda a consciência
crítica dos conteúdos e das finalidades da história escolar.
2) Fornecer, através da análise exemplar de gravuras específicas, al-
gumas indicações para o trabalho em sala de aula com gravuras, partindo
de um posicionamento antes de tudo crítico, capaz de olhar além da
materialidade, capaz de entender a gravura como uma multiplicidade de
informações, significados e intencional idades, e não apenas como ilustra-
ção do que se diz em forma escrita. Ainda que existam elementos comuns e This essay presents and analyses the "paulista" traditional histo~ograp~ic
considerações permutáveis, é preciso afirmar as especificidades de outras production, as seen in the illustrations in didactic material, and its role m shapmg

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