Sei sulla pagina 1di 6

A RTIGO O RIGINAL

bsbm NEUTROPENIA FEBRIL: EXPERIÊNCIA DO SERVIÇO DE


ONCOLOGIA PEDIÁTRICA DO CENTRO DE CIRURGIA
PEDIÁTRICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA
brasíliamédica UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA1
RODRIGO P. A. MIRANDA,2 RENATO P. ROCHA,2 MARCOS O. JÚDICE,2 ELAINE ALVES3 E PAULO TUBINO4

RESUMO

INTRODUÇÃO

I nfecção é a causa mais comum de morte na criança com câncer, mas


seu diagnóstico pode ser dificultado pela ausência de resposta inflamatória
em paciente neutropênico. Quando a contagem de neutrófilos é de 500
células/mm3 ou menos, há grande risco de infecção grave, geralmente de
origem bacteriana. Em decorrência da neutropenia e da resposta inflamatória
precária, a febre costuma ser a única manifestação da infecção. Assim,
diante de quadro febril com neutropenia, a abordagem deve ser rigorosa e
imediata.

OBJETIVO
Demonstrar a experiência do Serviço de Oncologia Pediátrica do Centro
de Cirurgia Pediátrica no manejo das neutropenias febris observadas entre
1996 e 2002.

MATERIAL E MÉTODOS
Estudo retrospectivo dos pacientes pediátricos com tumores sólidos
malignos, tratados com quimioterapia, de janeiro de 1996 a junho de 2002.
Foi considerada como neutropenia, a contagem de neutrófilos menor que
1000/mm3 e, como febre, temperatura axilar maior que 37,7oC. Foram
obtidos dados dos prontuários em relação ao diagnóstico, episódios de
neutropenia febril, resultados das culturas, uso de fator estimulador de
colônias de granulócitos e terapêutica.

RESULTADOS
De 45 crianças tratadas com quimioterapia, 22 apresentaram episódios
de neutropenia febril, totalizando 46 episódios. A mediana da contagem de
neutrófilos foi 440/mm3 (amplitude: 230 a 1.050). Dos 46 episódios, em 30
(65%) foi colhido material para hemocultura, pelo menos uma vez, com
positividade de 53%. Foi colhida urina para cultura em 32 (69%), com oito
positivas (25%). A coleta de secreções foi feita em seis casos, com

1
Trabalho realizado no Centro de Cirurgia Pediátrica do Hospital Universitário da
Universidade de Brasília (HUB). Internet: daephub@unb.br
2
Médicos-Residentes, Cirurgia Pediátrica, Centro de Cirurgia Pediátrica, HUB.
3
Professora Adjunta, Faculdade de Medicina, Universidade de Brasília (UnB). Chefe do
Serviço de Oncologia Pediátrica do Centro de Cirurgia Pediátrica, HUB. Doutora pela
Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo.
4
Professor Titular, Faculdade de Medicina, UnB. Chefe do Centro de Cirurgia Pediátrica,
HUB. Doutor e Livre-Docente pela Universidade de São Paulo.

16 Brasília Med 2002; 39(1/4):16-21


NEUTROPENIA FEBRIL

positividade de 66%. Em 38 (82,6%) dos 46 eventos de neutropenia febril,


as crianças foram tratadas, inicialmente, com ceftriaxona e amicacina.
Mudança do esquema antimicrobiano foi necessária em 12 episódios (26%),
com adição de outro antimicrobiano em sete casos (15% do total). Foi
utilizada a filgrastima em 40 dos 46 episódios (86%), com boa resposta
em todos os casos.

CONCLUSÃO
Como previsto, a neutropenia febril foi mais freqüente naqueles
pacientes que necessitaram de esquemas quimioterápicos mais
agressivos, causando depressão medular intensa. Esses casos foram
tratados, em sua maioria, com utilização de ceftriaxona e amicacina,
associadas à filgrastima. O percentual de coleta de culturas foi menor
que o esperado. Da mesma forma, poderia esperar-se que o índice de
positividade das hemoculturas e das uroculturas fosse maior. Entre-
tanto, como observado também em outros estudos, nos casos de
neutropenia febril, pode ser difícil isolar o agente patogênico.

PALAVRAS-CHAVE
Neutropenia-induzida quimicamente; febre; quimioterapia.

INTRODUÇÃO predisponentes, além da mielossu- febre costuma ser a única manifes-


Nas últimas duas décadas, hou- pressão, alterações na imunidade tação da infecção. Nesses pacien-
ve grande progresso no tratamento humoral e celular, perda da integri- tes, é prudente considerar que qual-
das crianças com doenças malig- dade de pele e mucosas, presença quer quadro febril seja de origem
nas. Leucemia linfoblástica, linfo- de cateteres venosos, desnutrição, infecciosa até prova em contrário,
mas e tumor de Wilms são cura- modificações da microflora normal, o que indica avaliação cuidadosa e
dos, atualmente, em até mais de uso prolongado de antibióticos e abordagem imediata.
80% dos casos. Esses resultados hospitalização.2
foram alcançados, principalmente, O objetivo deste estudo é mos-
pelo uso da quimioterapia que, en- O diagnóstico da infecção pode trar a experiência do Serviço de
tretanto, provoca efeitos colate- ser dificultado pela ausência de res- Oncologia Pediátrica do Centro de
rais importantes, como a mielossu- posta inflamatória ou de linfadeno- Cirurgia Pediátrica do Hospital
pressão. patia em pacientes neutropênicos, Universitário da Universidade de
particularmente naqueles em que a Brasília no manejo das neutropenias,
A febre é achado comum na contagem de neutrófilos é inferior acompanhadas de febre em crian-
criança com câncer. Além da libe- a 500 células/mm3 e, portanto, com ças portadoras de tumores sólidos
ração de substâncias pirogênicas a grande risco de infecção grave ge- malignos e tratadas com quimiote-
partir dos locais de inflamação ou ralmente de causa bacteriana. O rapia.
de destruição tecidual, crianças com risco diminui quando a contagem
neoplasias malignas podem estar está entre 500 e 1.000 células/mm3, MATERIAL E MÉTODOS
comprometidas pela imunodeficiên- mas é maior do que para uma crian- Realizou-se estudo retrospecti-
cia causada pelo câncer, pelo tra- ça normal. O risco de infecção tam- vo dos pacientes pediátricos com
tamento ou por ambos. bém é maior quando há queda tumores sólidos malignos, tratados
abrupta do número absoluto de com quimioterapia, de janeiro de
Septicemia associada com neu- neutrófilos e quando a neutropenia 1996 a junho de 2002, no Serviço
tropenia intensa é a maior causa de dura mais de uma semana.3-5 Em de Oncologia Pediátrica do Centro
morte em crianças que recebem tra- decorrência da neutropenia e da de Cirurgia Pediátrica do Hospital
tamento para câncer.1 São causas resposta inflamatória precária, a Universitário da Universidade de

Brasília Med 2002; 39(1/4):16-21 17


bsbm
brasíli a médi c a RODRIGO P. A. MIRANDA E COLS.

Brasília, por meio da análise dos Os 22 pacientes com neutro- ram tratadas, inicialmente, com
respectivos prontuários. Foram le- penia febril apresentaram de um a ceftriaxona e amicacina. Foi neces-
vantados, de cada paciente, dados cinco episódios (média de 2,09) sária a troca do esquema terapêu-
referentes a diagnóstico, episódios totalizando 46 episódios. Em rela- tico em 12 episódios (26%), com
de neutropenia febril, resultados das ção ao número de neutrófilos des- adição de outro antimicrobiano em
culturas, uso de fator estimulador ses pacientes, a mediana foi 440 sete (15,2%) e substituição de an-
de colônias de granulócitos e tera- neutrófilos/mm3 (230–1.050), ao tibióticos nos outros cinco (10,8%).
pêutica empregada. passo que a mediana dos leucócitos A filgrastima foi usada em 40 dos
foi 880/mm3 (100–2.100). Foram 46 episódios (86%), com boa res-
Foi considerada como neutro- também avaliadas as séries verme- posta em todos os casos.
penia, a contagem de neutrófilos lha, com mediana de hematócrito de
menor que 1000/mm3 e, como fe- 28,7% (12–43) e de hemoglobina de DISCUSSÃO
bre, a temperatura axilar maior ou 8,4 g/dL (4,1–14,7), e plaquetária, As estratégias para o manejo
igual que 37,7o C. com mediana de 103.000 plaquetas/ dos episódios de neutropenia febril,
mm3 (8.000–639.000). em crianças com câncer, evoluíram
RESULTADOS durante as últimas décadas, em que
No período estudado, foram Em 30 (65,2%) dos 46 episó- os fatores de risco de infecções fo-
tratadas 46 crianças com quimio- dios de neutropenia febril, foi colhi- ram bem estabelecidos, o espectro
terapia, portadoras de diferentes do material para, pelo menos, uma dos patógenos ampliou-se e a tera-
neoplasias malignas, das quais as hemocultura, com positividade de pia antimicrobiana empírica de ro-
mais comuns foram o linfoma não- 53%. Foi colhida urina para cultura tina foi sendo adaptada. O grau e a
Hodgkin e o tumor de Wilms (Ta- em 32 vezes (69,5%), com oito po- duração da neutropenia continuam
bela 1). sitivas (25%). Foi feita cultura de sendo os mais importantes fatores
secreções em seis casos, com preditivos de infecção.4
Dessas 46 crianças, das quais positividade de 66% (Tabela 2).
30 do sexo masculino e 16 do sexo A análise detalhada dos pron-
feminino, 20 (43,5%) não apresen- Os pacientes com neutropenia tuários de pacientes que apresen-
taram episódios de neutropenia ou apresentaram de um a 13 picos fe- taram neutropenia febril evidenciou
de febre durante seu tratamento; 4 bris antes do efeito do tratamento que essas crianças estavam, na maio-
(8,7%) apresentaram episódios de com antimicrobianos e fator esti- ria, sendo submetidas a esquemas
neutropenia, mas sem febre, e 22 mulador de colônias de neutrófilos. quimioterápicos mais agressivos e,
(47,8%) apresentaram episódios de Em 38 (82,6%) dos 46 episódios de portanto, com maior grau de mielos-
neutropenia febril. neutropenia febril, as crianças fo- supressão e conseqüente maior

Tabela 1. Número de crianças com câncer, tratadas com quimioterapia, por tipo de diagnóstico, segundo ocorrência de neutropenia
febril.

Com neutropenia Sem neutropenia


Diagnóstico Total
febril e ou febre

Linfoma não-Hodgkin 10 6 16
Tumor de Wilms 5 9 14
Doença de Hodgkin - 6 6
Neuroblastoma 3 - 3
Rabdomiossarcoma 2 - 2
Tumor da bainha do nervo periférico 1 - 1
TNPP* de tórax 1 - 1
Disgerminoma de ovário - 2 2
Carcinoma de supra-renal - 1 1
Total 22 24 46

*TNPP = Tumor neuroectodérmico periférico primitivo

18 Brasília Med 2002; 39(1/4):16-21


NEUTROPENIA FEBRIL

Tabela 2. Número de culturas, obtidas dos pacientes em tratamento quimioterápico, com neutropenia febril.

Culturas Hemocultura* Hemocultura Urocultura✝ Culturas de


>2 amostras 1 amostra secreções

N.o % N.o % N.o % N.o %

Positivas 14 66,7 2 22,2 8 25 4 66,7

Negativas 7 33,3 7 77,8 24 75 2 33,3

Totais 21 100,0 9 100,0 32 100 6 100,0

* Houve 16 pacientes sem hemocultura. ✝ Houve 14 pacientes sem urocultura.


morbidade. Não houve, porém, ne- tituindo falha do tratamento com os penia, do número de dias com ocor-
nhum óbito por infecção. dois primeiros antibióticos citados. rência de febre e do período de hos-
O uso da vancomicina, feito em pitalização.10-14 Embora seja medi-
Tem sido observada mudança apenas três ocasiões, deve ser re- camento caro, a diminuição do nú-
nos agentes patogênicos encontra- servado para pacientes com alto mero de dias de internação, do uso
dos nesses pacientes, que agora risco de infecção por bactéria sen- de antibióticos e de todos os cuida-
mostram predominância de organis- sível somente a essa droga ou na dos de suporte fazem com que o
mos Gram-positivos, sobretudo dependência dos resultados das custo final do tratamento não seja
estafilococos e estreptococos alfa- culturas. A rotina que seguimos está aumentado.15,16
hemolíticos. Entretanto, as infec- explicitada na Figura.
ções causadas por Pseudomonas O índice de positividade das
aeruginosa, bactérias da família Pacientes com doença contro- culturas é comparável aos de ou-
Enterobacteriaceae e fungos, par- lada, sem sinais de septicemia, com tros estudos,17-20 uma vez que, na
ticularmente de espécies dos gêne- mais de 100 neutrófilos/mm3 e sem maior parte dos eventos de neutro-
ros Candida e Aspergillus, conti- processo infeccioso identificável penia febril, há dificuldade no isola-
nuam associadas com taxas mais (pneumonia, celulite e outros) apre- mento dos agentes patógenos. En-
elevadas de mortalidade.4,5 sentam baixo risco de recorrência tretanto, deve ser lembrado que os
e podem ser tratados depois do ter- resultados das culturas são dependen-
A terapia antimicrobiana deve ceiro dia, em seguimento ambula- tes de colheita adequada, do trans-
ser iniciada prontamente, após ava- torial, com cefixima ou cefepima. porte do material em tempo hábil e
liação clínica minuciosa, e continua da notificação, ao laboratório, do es-
sendo o ponto básico do tratamen- Trabalhos recentes têm procu- tado imunitário do paciente.21
to. Os antimicrobianos escolhidos rado identificar subgrupos de pa-
como primeira opção foram a cientes com baixo risco de compli- Conclui-se que o manejo dos
ceftriaxona e a amicacina, por pro- cações infecciosas fatais, que pode- episódios de neutropenia febril, em
piciarem esquema terapêutico de riam receber antibioticoterapia me- crianças portadoras de neoplasias
amplo espectro, oferecendo cober- nos intensa do que o padrão recomen- malignas, deve ser rigoroso e ime-
tura para a maior parte dos micro- dado até então.6-8 Esses pacientes diato. Além disso, deve ser dinâmi-
organismos responsáveis pelas in- podem ser tratados ambulatorialmen- co, com adaptação contínua dos
fecções comuns em pacientes imu- te, com antimicrobianos orais, o que esquemas antimicrobianos em res-
nodeprimidos. Esse foi o tratamen- faz parte da rotina do serviço. posta às mudanças dos agentes
to inicial na maioria dos episódios patogênicos e à emergência de
(82,6%), sendo necessária sua subs- O uso rotineiro do fator esti- eventual resistência. Os esquemas
tituição em apenas 10,8% dos ca- mulador de colônias de granulócitos terapêuticos devem incluir, de acor-
sos. A adição de outro antimicro- não é feito por alguns grupos,5,9 mas do com nossa experiência, o uso de
biano ao esquema terapêutico, que diversos trabalhos corroboram nos- fatores de crescimento, por estes
ocorreu em 15,2%, correspondeu à sa experiência, que mostra várias permitirem que os pacientes se re-
associação de um antifúngico, na vantagens dessa conduta em crian- cuperem mais rapidamente dos epi-
grande maioria dos casos, não cons- ças: diminui a duração da neutro- sódios de neutropenia.

Brasília Med 2002; 39(1/4):16-21 19


bsbm
brasíli a médi c a RODRIGO P. A. MIRANDA E COLS.

Paciente neutropênico febril

Avaliação clínica e laboratorial

1.O dia: antibioticoterapia imediata (esquema com dois anti-


bióticos; pode ser considerada monoterapia com cefalos-
porina de 3. ou 4. geração)

3.o ou 4.o dia, sem melhora clínica (com neu-


3.o ou 4.o dia, com melhora clínica:
tropenia febril):
• culturas negativas e evidência de recu-
• culturas negativas: manter antibioticoterapia
peração da medula óssea: manter antibióti-
de largo espectro; se indicada, acrescentar
cos até que o paciente esteja afebril por 24
vancomicina;
horas;
• a partir do 7.º dia, iniciar terapêutica antifún-
• culturas positivas, mas com regressão da
gica;
febre e recuperação da medula óssea: com-
• continuar hemoculturas diárias;
pletar o tratamento em 10 a 14 dias.
• pesquisar abscessos (pélvico, perianal, pe-
rirrenal, cerebral);
• considerar infecção viral;
• considerar recidiva da neoplasia.

Figura. Algoritmo do manejo inicial em crianças com febre de origem desconhecida e neutropenia.

guidelines for the use of antimicrobial agents based clinical pratice guidelines. J Clin
REFERÊNCIAS in neutropenic patients with unexplained Oncol 1996;14:1957-60.
fever. Infectious Diseases Society of
1. Haslam DB. Managing the child with fever America. Clin Infect Dis 1997;25:551-73. 10. Lopez-Hernandez MA, Jimenez-
and neutropenia in an era of increasing Alvarado R, Borbolla-Escoboza R, de
microbial resistance. J Pediatr 2002;140: 6. Orudjev E, Lange BJ. Evolving concepts Diego Flores-Chapa J, Alvarado-Ibarra M,
5-7. of management of febrile neutropenia in Gonzalez-Avante M et al. Factor estimu-
children with cancer. Med Pediatr Oncol lante de colonias en el tratamiento de
2. Alves E. Febre na criança hematológica. 2002;39:77-85. neutropenia febril. Gac Med Mex 2000;
Anais do 59.º Curso Nestlé de Atualização 136:99-105.
em Pediatria. Rio de Janeiro, RJ. 2002. p. 7. Alexander SW, Wade KC, Hibberd PL,
239-44. Parsons SK. Evaluation of risk prediction 11. Garcia-Carbonero R, Mayordomo JI,
criteria for episodes of febrile neutropenia Tornamira MV, Lopez-Brea M, Rueda A,
3. Shenep JL. Outpatient management of in children with cancer. J Pediatr Hematol Guillem V et al. Granulocyte colony-
the neutropenic child with unexplained Oncol 2002;24:38-42. stimulating factor in the treatment of high-
fever. Semin Pediatr Infect Dis 2000;11:105- risk febrile neutropenia: a multicenter
12. 8. Mullen CA. Which children with fever and randomized trial. J Natl Cancer Inst
neutropenia can be safely treated as 2001;93:31-8.
4. Jackson MA, Swanson DS. Infectious outpatient? Br J Haematol 2001;112:
complications in the neutropenic patient. 832-7. 12. Kalmanti M, Lydaki E, Dimitriou H,
Semin Pediatr Infect Dis 2000;11:90-6. Kalmantis T, Vlachonicolis I, Kam-
9. ASCO Committee. Update of recom- bourakis A et al. Effect of granulocyte
5. Hughes WT, Armstrong D, Bodey GP, mendation for the use of hematopoietic colony-stimulating factor on chemo-
Brown AE, Edwards JE, Feld R et al. 1997 colony-stimulating factors. Evidence- therapy-induced neutropenia in children

20 Brasília Med 2002; 39(1/4):16-21


NEUTROPENIA FEBRIL

with cancer. Pediatr Hematol Oncol 1994; 15. Riikonen P, Rahiala J, Salonvaara M, tions in acute leukemia: an analysis of
11:147-55. Perkkio M. Prophylactic administration of 240 febrile episodes. Med Oncol 2000;
granulocyte colony-stimulating factor 17:111-6.
13. Riikonen P, Saarinen UM, Makipernaa (filgrastim) after conventional chemothe-
A, Hovi L, Komulainen A, Pihkala J et al. rapy in children with cancer. Stem Cells 19. Gaytan-Martinez J, Mateos-Garcia E,
Recombinant human granulocyte-macro- 1995;13:289-94. Sanchez-Cortes E, Gonzalez-Llaven J,
phage colony-stimulating factor in the Casanova-Cardiel LJ, Fuentes-Allen JL.
treatment of febrile neutropenia: a double 16. Mitchell PL, Morland B, Stevens MC, Microbiological findings in febrile neutropenia.
blind placebo-controlled study in children. Dick G, Meyer LC et al. Granulocyte colony- Arch Med Res 2000;31:388-92.
Pediatr Infect Dis J 1994;13:197-202. stimulating factor in established febrile
neutropenia: a randomized study of pediatric 20. Ariffin H, Navaratnam P, Lin HP.
14. Lydaki E, Bolonaki E, Stiakaki E, patients. J Clin Oncol 1997;15: 1163-70. Surveillance study of bacteraemic episodes
Dimitriou H, Kalmantis T, Kalmanti M. in febrile neutropenic children. Int J Clin
Efficacy of recombinant human granu- 17. Dubey AP, Singhal D, Prakash SK. Pract 2002 May;56(4):237-40.
locyte colony-stimulating factor and Febrile episodes in childhood malignancies.
recombinant human granulocyte-ma- Indian Pediatr 2002;39:952-7. 21. Pearson T, Patrick CC. Microbiological
crophage colony-stimulating factor in techniques used to diagnose infections in
neutropenic children with malignancies. 18. Jagarlamudi R, Kumar L, Kochupillai the immunocompromised patient. Semin
Pediatr Hematol Oncol 1995;12:551-8. V, Kapil A, Banerjee U, Thulkar S. Infec- Pediatr Infect Dis 2000;11:142-7.

Abstract
bsbm FEBRILE NEUTROPENIA: EXPERIENCE OF THE PEDIATRIC ONCOLOGY SERVICE, PEDIATRIC
SURGICAL CENTER, UNIVERSITY HOSPITAL OF THE UNIVERSITY OF BRASÍLIA1
brasíliamédica
RODRIGO P.A. MIRANDA2, RENATO P. ROCHA2, MARCOS O. JÚDICE2, ELAINE ALVES3 AND PAULO TUBINO4

INTRODUCTION penia were considered cases with episodes (26%), adding other anti-
Infection is the most common neutrophil counting less than 1000 microbial drugs was used in seven ca-
cause of death on children with cells/mm3 and, as fever, axillary tem- ses (15% of the total). filgrastima was
cancer, but its diagnose might have perature higher than 37,7ºC. Data used in 40 of the 46 episodes (86%),
difficulties with the absence of were obtained from the medical reports with a good response in all the cases.
inflammatory response in patients with related to diagnoses, episodes of
a low level of neutrophils. When the frebile neutropenia, results of the bac- CONCLUSION
counting of neutrophils is 500 cells/ terial cultures, the use of a stimulating As foreseen, frebile neutropenia
mm3 or less, there is a great risk of a factor to granuloma colonies and the- was more frequent with the patients
severe infection, generally of bac- rapeutics. that needed more aggressive che-
terial origin. As a result of the neutro- motherapy, causing a more intense
penia and precarious inflammatory RESULTS medullar depression. The occasions
response, fever tends to be the unique Of the 45 children treated with of frebile neutropenia were adequately
manifestation of the infection. Thus, chemotherapy, 22 showed episodes treated, in its majority, with the use
in case of frebile neutropenia, the of fever with low neutrophils, totaling of ceftriaxona and amicacina, asso-
approach must be rigorous and 46 episodes. The average counting of ciated with filgrastima. The percen-
immediate. neutrophils was 440 cells/mm3 (ampli- tage of culture collecting was lower
tude: 230 to 1.050). In 30 of the 46 than expected though. Besides, it
OBJECTIVE episodes (65%) material was collected could be expected that the positive
To show the experience of the for blood culture, for at least one time, results of the blood cultures and the
Oncologist Pediatric Service of the with a positive result in 53% of the ca- urine cultures were higher. As also
Pediatric Surgical Center while ses. Urine was collected for culture in observed in other studies, with ca-
handling fever with low neutrophils 32 cases (69%), with 8 positive results ses of fever with low neutrophils, it
occurring between 1996 and 2002. (25%). Secretion was collected in 6 might be difficult to isolate the
cases with a positive result of 66%. In pathogenic agent.
MATERIAL AND METHODS 38 (82.6%) of the cases of fever with
A retrospective study of pediatric low neutrophils, the children were
patients with malignant solid tumor inicially treated with ceftriaxona and KEY WORD
treated with chemotherapy between amicacina. Changing the antimicro- Neutropenia-chemically induced;
january 1996 and june 2002. Neutro- bial schedule was needed in 12 fever; chemiotherapy adjuvant.

1
Study carried out in the Pediatric Surgical Center of the University Hospital of the University of Brasília (HUB). Internet: daephub.@unb.br
2
MD Resident, Pediatric Surgery, Pediatric Surgical Center, HUB.
3
Associate Professor, Faculty of Medicine, UnB. Chief of the Pediatric Oncologist Service of the Pediatric Surgical Center, HUB, UnB. PhD at the Escola Paulista
de Medicina, Federal University of São Paulo.
4
Professor, School of Medicine, UnB. Chief of the Pediatric Surgical Center, HUB, UnB. PhD and Professor at the University of São Paulo.

Brasília Med 2002; 39(1/4):16-21 21

Potrebbero piacerti anche