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Vivemos num momento em que a cultura religiosa está a passar por uma
profunda crise. Em nenhum lugar do mundo se verifica a crise que atravessa a
Europa. É importante tomar consciência desta realidade, porque isto afecta a
nossa vida de fé. Para muitas pessoas, Deus é como a tia que foi para a
Argentina: Quando era pequeno vivia perto de nós, uma tia que imigrou para
Argentina e recordo que aquando do embarque, todos marcaram presença.
Depois vieram algumas cartas com notícias, mas a pouco e pouco isso foi-se
perdendo e hoje apenas existe uma vaga ideia dessa tia ausente. Assim é Deus
para alguns dos europeus.
Costuma dizer-se que estamos em crise. A crise é quase sempre de
transformação. Está a terminar uma época e vai surgir outra. As mudanças
históricas ou religiosas costumam levar um século ou mais. Cada época de
mudança leva um ou dois séculos, talvez não nos toque a nós ver o resultado
desta transformação. A verdade é que, o que vai surgir depende muito de nós
cristãos. Temos que afirmar mais a nossa fé, a nossa relação com Deus. Que a
nossa fé seja mais autêntica. O que comunica não é a teologia, mas a convicção
das mensagens que transmitimos. 70% do que comunicamos é com gestos de
vida.
2 – Um Deus novo?
Perceber Deus como companheiro da nossa vida, que nos pode também dar
um mosquete. Em cada época em que vivemos a espiritualidade vai mudando,
como nós mudamos. A nossa relação com Deus não é a mesma de quando
tínhamos menos 5, 10 ou mesmo 20 anos. Conta-se que uma criança de seis
anos, em vez de ir à escola onde aprendia o Alcorão, ia para a planície e como o
pai o chamasse à atenção, a criança respondeu-lhe: mas Deus não está em toda
a parte? Eu não sou o mesmo que ontem e em outros dias. A relação com Deus é
um processo. O Deus cristão é um Deus que permanece constantemente novo,
significa converter-se a um Deus que habita dentro de nós. O Reino de Deus está
no nosso coração, isto significa que Deus actua, Deus ama, Deus transforma.
Deus é mais presente a mim mesmo, do que eu. A melhor prova da existência de
Deus é estar em silêncio, escutar e perguntares-te de verdade quem sou eu?
Depois de O escutar podes ignorar ou podes adorar. O importante é dialogar.
A experiência que a Europa tem de Jesus é de que o Céu está fechado, por
isso enchem o seu céu de objectos de consumo. Quando o Céu se fecha, o que é
que temos? O de antes. Como o Céu se fechou, que mais há? O que tocamos. O
Céu não é o que está acima de nós, mas o que está dentro de nós, para dar lugar
a um Deus pessoal. Nunca dar por terminada essa relação com Deus, essa obra de
arte que é vida nova.
A Última Ceia começa com a unção em Betânia. O que é que isto nos diz?
Que há coisas mais importantes que a utilidade. Que também na fé existe outra
dimensão onde as coisas não se medem pela eficácia imediata que possam ter,
mas pela gratuidade, pelo desinteresse. Na vida humana existe o que é gratuito.
Havia um homem que fugia da sua sombra até que se refugiou debaixo
duma grande árvore e deu conta que a sombra desapareceu. Deixar que Deus
dilua, destrua as nossas sombras. Isto significa aceitar a nossa vida, aceitar-nos
como dom de Deus e viver de maneira agradecida, receber a palavra mágica que
nos vem de Deus. Acolher em si mesmo a música de Deus, essa melodia da vida.
A tarefa cristã é olhar e ver que instrumento é que Deus pôs em nossas mãos e
tocar com alegria. Se os cristãos não cantam à vida quem vai cantar? A
esperança cristã é descobrir a esperança, porque nos abre a possibilidade de
Deus. Aceitar o presente que Deus colocou na nossa vida. Aceitar as condições
da nossa vida e aceitá-las no amor. O centro do mundo para nós está aí onde nos
encontramos.
14 – Mundo em Deus
O Reino de Deus significa que Deus actuou e começou já a transformar a
nossa vida e história. As primeiras mulheres cristãs viviam na convicção de que o
Reino de Deus estava próximo e que tinham que viver como ressuscitadas. S.
Paulo viveu com a convicção de que Deus o estava a chamar de uma forma
transformadora. Apesar dos problemas é tempo de mensagem. A visão cristã é de
que sobre tudo isto, está actuando na história algo que vem de Deus e que este
mundo começa a ser novo, algo que aponta à vida do Deus de Jesus. Intervenção
de Deus que é quase sempre através do compromisso novo, através da acção das
pessoas, do nosso compromisso colectivo.
O Reino de Deus está crescendo. Quando orava, Jesus estava em contacto
com a realidade de Deus. O nosso mundo e seu destino, está suspenso nas mãos
de Deus, que está fazendo com que o mundo avance.
15 – A Ressurreição de Jesus
16 – A Missão Cristã
A missão cristã consiste fundamentalmente em dizer com a nossa vida e
palavra, as Palavras de Jesus que são quatro: Pai, Irmão, Perdão e Graças, são
as coordenadas da Evangelização e aprendem-se praticando-as.
Pai - Como aquele que sempre fez grande o nosso horizonte, é como
encontrar um horizonte que amplia a nossa vida. É pouco para um homem estar
preocupado com o tamanho do carro, pelas férias... Que estejas em paz contigo
mesmo. Dizer Deus Pai é dizer que Alguém que sustenta a nossa vida. O melhor
que podemos fazer é ensinar a rezar.
Irmão ou irmã - é viver em abertura com alguém que se cruza no teu
caminho, o teu próximo. Viver sem o medo ou receio que temos uns dos outros.
Viver sem receios, é viver como crianças que falam com todos, sem medos.
Viver com esperança evangélica com quem nos encontramos.
Perdão - que o passado não nos pese nem condicione viver mais o
presente, nem o futuro. Perdão é saber que Deus nos oferece uma folha em
branco que podemos rechear.
Graças - Palavra de eleição, darmo-nos conta que Deus põe ao nosso lado
grandes coisas. Graças, palavra de louvor, caminho para viver com mais
intensidade o caminho da vida. Se queres viver, ser feliz, então vive em louvor a
Deus. Louva a Deus pelas coisas simples da vida. Nos salvamos dando graças
pelas coisas mais normais da vida e em algum momento se nos abrem os olhos e
isso faz que sejamos mais sensíveis a tudo o que nos rodeia, a desfrutar e gozar
das coisas da vida.
Viver em atitude de louvor e abertura ao que Deus nos dá. Que apesar dos
problemas, vivemos a partir da fé comprometidos com o Evangelho. Não temos
direito a queixar-nos, somos afortunados. Temos uma riqueza de vida que oxalá
tivessem muitos. A igreja está cheia de pessoas boas, graças a Deus!
Devemos viver confiando em que Deus está transformando o nosso mundo
e não podemos deixar passar a oportunidade de ser melhores.
“O homem não se engana quando se reconhece superior às
coisas corporais e se considera a si mesmo não só como partícula
da natureza, ou como anónimo elemento da cidade humana. Pois
pela sua interioridade supera a universalidade das coisas: chega a
este profundo conhecimento quando entra dentro do seu coração
onde o espera Deus, que esquadrinha os corações onde ele mesmo,
sob a mirada de Deus, decide o seu destino”