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TRIBUNAL DE CONTAS

Roger Antonio M. Lunz, Felipe Maron da Cunha, Camila C. Davel, Iara Mota,
Ademilson Marcolino, Rodrigo Moreira Bottoni.

Acadêmicos de Direito da Faculdade São Geraldo

SUMÁRIO: 1. Competências Constitucionais. 2. TCU e o Controle Externo.


2.1. Solicitações do Congresso Nacional. 2.1.1. Do Prazo de atendimento. 2.1.2. Do resultado.
3. Jurisdição. 4. Legitimidade para punição. 5. Composição.
6. TCU dos Estados e Municípios. 7. Conclusão. 8. Referências.

RESUMO
O presente artigo fala sobre o surgimento do Tribunal de Contas da União e
suas competências para analisar e julgar todas as obras relacionadas com
a receita e despesas da União. Notamos que o TCU tem uma preocupação
com as finanças do poder publico, pois exerce tal função que lhe foi
concedido pela Constituição Federal de 1988. Em 23 de junho de 1826,
houve uma apresentação de um projeto de lei, com finalidade de criar um
Tribunal de Contas, mas somente no ano de 1890 no dia 7 de novembro,
por iniciativa do Ministro da Fazenda, através do decreto nº 966 e
constitucionalizada na Carta de 1891, mais especificamente no artigo 89,
que a idéia do projeto se concretizou. Uma das funções do TCU é verificar
em conformidade com a Constituição as atitudes do administrador, onde
busca observar se estão obedecendo aos princípios administrativos. O
TCU também pode se colocar a frente na fiscalização de algo mais
especifico, ditado pelo Congresso Nacional, como exemplo uma obra
pública. O mesmo tem prazos na efetuação da sua função, com obrigação
de comunicar o resultado de suas fiscalizações aos parlamentares.
Veremos que a jurisdição do TCU tem caráter próprio e privativo, é um
órgão técnico com característica autônoma, mas que está subordinado ao
Legislativo, mas que também possui legitimidade para efetuar punição seja
pena pecuária ou restritiva de direitos. Não existe somente TCU de âmbito
federal, mas também dos Estados e dos Municípios. Serão compartilhados
os elementos que auxiliam as funções do TCU ao Congresso, para garantir
melhor atuação no exercício de suas atribuições, assim ajudando na
elaboração das leis e garantir fortalecimento na democracia.

PALAVRAS-CHAVE
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Tribunal de Contas, Constituição, Congresso Nacional, Fiscalização Contábil,


Jurisdição, Membros.

INTRODUÇÃO

A história do controle orçamentário do Brasil remonta ao período colonial. Em


1680, foram criadas as Juntas das Fazendas das Capitanias Hereditárias. Mais
tarde, em 1808 foi criado o Conselho da Fazenda, que tinha como atribuição
acompanhar a execução da despesa pública.

A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu pela primeira vez no Brasil,


em 23 de Junho de 1826, com uma apresentação de um projeto de lei ao
Senado do Império. Passaram-se várias décadas discutindo acerca da filosofia
do Tribunal de Contas. Somente após a queda do Império, o TCU tornou-se
realidade. Somente em 7 de novembro de 1890, por iniciativa o então Ministro
da Fazenda, Rui Barbosa, através do decreto n° 966 e constitucionalizada na
Carta de 1891 no seu artigo 89 a idéia se concretizara.

Originalmente o Tribunal teve competência para exame revisão e julgamento


de todas as operações relacionadas com a receita e a despesa da União. A
Constituição de 1891 institucionalizou o Tribunal e conferiu-lhe a competência
para liquidar as contas e verificar a sua legalidade antes de serem prestadas
ao Congresso Nacional.

Na Constituição de 1934, o Tribunal recebeu entre outras, as seguintes


atribuições: proceder ao acompanhamento da execução orçamentária, registrar
previamente as despesas e os contratos, julgar as contas dos responsáveis por
bens e dinheiro públicos, assim como apresentar parecer prévio sobre as
contas do Presidente da República para posterior encaminhamento à Câmara
dos Deputados. Já na Constituição de 1937 foi excluído o parecer prévio sobre
as contas presidenciais. A Constituição de 1946 acrescentou a competência de
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julgar a legalidade das concessões de aposentadorias, reformas e pensões. Já


Constituição de 1967 restringiu notavelmente a atuação do Tribunal de Contas.
Finalmente, com a Constituição de 1988, o Tribunal de Contas da União teve a
sua jurisdição e competência substancialmente ampliada. Recebeu poderes
para, no auxílio ao Congresso Nacional, exercer a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades
da administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade e à
economicidade e a fiscalização da aplicação das subvenções e da renúncia de
receitas. Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou
pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de
natureza pecuniária tem o dever de prestar contas ao TCU.

1 Competências Constitucionais

Conforme foi citado anteriormente, a Constituição Federal de 1988 traz em


elencado em seu texto, principalmente em seu artigo 71, as competências do
Tribunal de Contas da União, a saber: auxiliar o Congresso Nacional no
controle externo, apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta
dias a contar de seu recebimento; julgar as contas dos administradores e
demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração
direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para
cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que
não alterem o fundamento legal do ato concessório; realizar, por iniciativa
própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica
ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,
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orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos


Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário; fiscalizar as contas nacionais das
empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma
direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; fiscalizar a aplicação de
quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste
ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a
Município; prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por
qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; aplicar aos
responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas,
as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa
proporcional ao dano causado ao erário; assinar prazo para que o órgão ou
entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se
verificada ilegalidade; sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado,
comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados;
comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência,
da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por
entidades de direito privado.

2 TCU e o Controle Externo

Conforme exposto anteriormente o Tribunal de Contas da União auxilia o


Congresso Nacional no controle externo da administração da contas públicas.
O Congresso Nacional delega, por meio de leis e, principalmente pelo
Orçamento, os meios e os mandatos para que a Administração Pública alcance
objetivos políticos, econômicos e sociais. Por essa razão, o Parlamento precisa
de instrumentos para avaliar e controlar o alcance dos resultados. Este é o
princípio fundamental do Controle Externo.
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Já sabemos que a Constituição Federal vigente trouxe amplas competências


para o TCU auxiliar o Congresso Nacional como instrumento de avaliação e
controle. Mas não só a Carta Magna, como outras leis também imputam
aplicações para o TCU, assim como: a lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei de
Licitações e Contratos e a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Os trabalhos mais conhecidos realizados pelo TCU são: as auditorias, que


podem ser destinadas a verificar se os atos dos administradores estão em
conformidade com as leis ou regulamentos. Podem, também, ser destinadas a
avaliar o desempenho e os resultados da gestão pública. Com o resultado das
auditorias realizadas pelo Tribunal, podem ser feitas recomendações,
determinações ou aplicação de sanções aos administradores públicos. Outro
destaque, é o parecer que TCU emite, anualmente, sobre as Contas do
Governo da República, que incluem as contas prestadas pelo Presidente da
República, pelos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados,
pelos presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores e
pelo Chefe do Ministério Público da União.

O Tribunal de Contas da União dispõe de uma Assessoria Parlamentar (Aspar)


com técnicos dedicados a melhorar o fluxo de informações entre o Congresso
Nacional e o TCU, que visitam regularmente as comissões do Legislativo e
estão aptos a auxiliar na prestação de informações e interlocução com as
demais unidades do Tribunal.

2.1 Solicitações do Congresso Nacional

O Congresso pode solicitar que o TCU realize fiscalização específica, forneça


informações sobre fiscalização já realizada ou se pronuncie conclusivamente
sobre despesa. Podem solicitar ao TCU em nome do Congresso Nacional o
presidente do Congresso Nacional, do Senado Federal ou da Câmara dos
Deputados, e de comissões técnicas ou de inquérito (quando por elas aprovada
a solicitação) e o presidente da comissão mista de orçamento, no tocante ao
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pronunciamento sobre regularidade de despesa. As solicitações aprovadas


serão remetidas ao TCU, que as classificará como processos de Solicitação do
Congresso Nacional (SCN), a terem tratamento urgente e natureza
preferencial.

O Parlamentar, individualmente, não pode fazer solicitação ao TCU. Todavia os


senadores da República, deputados federais, estaduais e distritais podem
representar ao TCU a ocorrência de irregularidades que tenham conhecimento
em virtude do cargo que ocupam.

De acordo com a resolução nº 215, que define a forma e os prazos de


atendimentos dos processos de solicitação do Congresso Nacional. A
presidência do TCU autua as solicitações do Congresso Nacional, em regra,
como processos de natureza urgente e de caráter preferencial, comunicando
as providências adotadas e, quando houver, as deliberações proferidas ao
presidente do colegiado autor da solicitação. Caso a solicitação trate de
assunto não processado, processo encerrado, cobrança executiva ou matéria
apreciada e que não esteja em grau de recurso, o presidente responderá,
diretamente, à solicitação. Também poderá encaminhar, imediatamente,
informações referentes a processos não apreciados solicitadas por comissão
parlamentar de inquérito, alertando, quando for o caso, o colegiado solicitante
para necessidade de resguardar sigilo.

Quando há interposição de recursos contra acórdãos proferidos em processos


de solicitação do Congresso Nacional, o Tribunal comunica o fato ao colegiado
solicitante e dá conhecimento da futura deliberação que ratificar ou modificar o
acórdão recorrido.

No caso de solicitação de informações, o TCU encaminhará as respostas,


peças e documentos solicitados e, se for o caso, o posicionamento do Tribunal
antes de eventuais recursos.
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Em se tratando de solicitação de fiscalização, o atendimento se dá com o envio


do resultado dos trabalhos realizados e das demais peças julgadas pertinentes,
bem como do posicionamento do Tribunal antes de eventuais recursos ou de
conversão em tomada de contas especial.

No caso de solicitação de pronunciamento conclusivo, o atendimento ocorre


mediante o envio da manifestação conclusiva do Tribunal. Também se
considera formalmente atendida a solicitação, nos casos de envio de acórdão
do TCU que delibere sobre a impossibilidade de atendimento, por falta de
competência constitucional ou legal do Tribunal, ou sobre a inviabilidade
técnica ou jurídica do pedido.

2.1.1 Do prazo de atendimento

O prazo de atendimento da solicitação de fiscalização é de até 180 dias e das


demais em até 30 dias. Esses prazos poderão ser prorrogados pelo Plenário do
TCU, uma única vez, por até metade do período inicialmente fixado, quando
devidamente justificada a necessidade. Outro prazo poderá ser negociado
entre o relator e a Comissão solicitante, para melhor definição do objeto, da
abrangência e da forma de atendimento da demanda. Nesse caso, se o
assunto ultrapassar um ano, o relator comunicará semestralmente o
andamento da matéria à comissão solicitante. Situações diferentes devem ser
registradas ao relator do processo ou ao presidente do Tribunal.

2.1.2 Do resultado

As comunicações de deliberação em processos de solicitação do Congresso


Nacional serão efetuadas mediante aviso do presidente do Tribunal. Além
disso, o TCU encaminha regularmente aos parlamentares mensagem
eletrônica com os acórdãos de processos apreciados, conforme tema de
interesse do Estado que representa no prazo de 24 horas após a apreciação.
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Os acórdãos proferidos pelo Tribunal, em processos de qualquer natureza,


estão ainda disponíveis na página do TCU, na Internet.

Os principais trabalhos do Tribunal também são divulgados por meio do


relatório trimestral de atividades, encaminhado periodicamente ao Congresso
Nacional. Os trabalhos considerados mais significativos, selecionados por
função de governo, são reunidos em folhetos, distribuídos nas comissões e
plenários do Congresso.

3 Da Jurisdição

O Tribunal de Contas da União tem jurisdição própria e privativa, em todo o


território nacional, sobre as pessoas e matérias sujeitas à sua competência.

Embora tenha o artigo 73 da CF/88 falado em “jurisdição” do Tribunal de


Contas, devemos alertar que essa denominação esta equivocada. Isso porque
o Tribunal de Contas é um órgão técnico que emite pareceres, não exercendo
jurisdição, não no sentido próprio da palavra, na medida em que inexiste a
“definitividade jurisdicional”. Os atos praticados são de natureza meramente
administrativa, podendo ser acatados ou não pelo Legislativo. O Tribunal de
Contas, então, decide administrativamente, não produzindo nenhum ato
marcado pela definitividade, ou fixação do direito, não no caso concreto, no
sentido de afastamento da pretensão resistida. O Tribunal de Contas, portanto,
não integra Poder Judiciário.

A jurisdição do Tribunal abrange:

Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,


guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos
quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de
natureza pecuniária; aqueles que derem causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte dano ao erário; os dirigentes de empresas
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públicas e sociedades de economia mista constituídas com recursos da União;


os dirigentes ou liquidantes das empresas encampadas ou sob intervenção ou
que, de qualquer modo, venham a integrar, provisória ou permanentemente, o
patrimônio da União ou de outra entidade federal; os responsáveis pelas contas
nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe,
de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; os responsáveis
por entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado que recebam
contribuições parafiscais e prestem serviço de interesse público ou social;
todos aqueles que lhe devam prestar contas ou cujos atos estejam sujeitos à
sua fiscalização por expressa disposição de lei; os responsáveis pela aplicação
de quaisquer recursos repassados pela União, mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a estado, ao Distrito Federal ou a
município; os sucessores dos administradores e responsáveis a que se refere
este artigo, até o limite do valor do patrimônio transferido, nos termos do inciso
XLV do art. 5º da Constituição Federal; os representantes da União ou do
poder público federal na assembléia geral das empresas estatais e sociedades
anônimas de cujo capital as referidas pessoas jurídicas participem,
solidariamente com os membros dos conselhos fiscais e de administração, pela
prática de atos de gestão ruinosa ou liberalidade à custa das respectivas
sociedades.

O Tribunal de Contas, apesar de autônomo, não tendo qualquer vínculo de


subordinação ao Legislativo, é auxiliar deste Poder. A fiscalização em si é
realizada pelo Legislativo. O Tribunal de Contas, como órgão auxiliar, apenas
emite pareceres técnicos.

4 Legitimidade para punição

Apesar de ser um órgão auxiliar e de cunho administrativo, o TCU tem


liberdade legal para aplicação de sanção, conforme o artigo 71, inciso VIII da
Constituição Federal de 1988: “aplicar aos responsáveis, em caso de
ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em
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lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano


causado ao erário”. Complementando a legalidade de sanções, a Lei nº
8.433/92 Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União, prevê duas espécies de
penalidades passíveis de serem aplicadas pela Corte de Contas: penas
pecuniárias e penas restritivas de direitos. A Lei nº 10.028/00 prevê ainda
previsão de aplicação de pena pecuniária pelos Tribunais de Contas.

As penas pecuniárias dar-se-ão conforme o art. 57 e 58 da Lei nº 8.433/92:


“Quando o responsável for julgado em débito, poderá ainda o Tribunal aplicar-
lhe multa de até cem por cento do valor atualizado do dano causado ao erário”.
Ficando sujeito ainda à multa, àquele que deixar de dar cumprimento à decisão
do Tribunal, salvo motivo justificado.

As penas restritivas de direito são de duas modalidades:

A primeira está prevista no art. 46 da Lei Orgânica do Tribunal de Contas da


União e trata da possibilidade da declaração de inidoneidade de licitante para
participar de licitações públicas: “Verificada a ocorrência de fraude comprovada
à licitação, o Tribunal declarará a inidoneidade do licitante fraudador para
participar, por até cinco anos, de licitação na Administração Pública Federal”.

A segunda pena da espécie está prevista no art. 60 da Lei Orgânica do


Tribunal de Contas da União: “Sem prejuízo das sanções previstas na seção
anterior e das penalidades administrativas, aplicáveis pelas autoridades
competentes, por irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas da
União, sempre que este, por maioria absoluta de seus membros, considerar
grave a infração cometida, o responsável ficará inabilitado, por um período que
variará de cinco a oito anos, para o exercício de cargo em comissão ou função
de confiança no âmbito da Administração Pública”.

5 Composição
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O Tribunal de Contas da União tem sede no Distrito Federal e compõe-se de


nove Ministros. São órgãos do Tribunal o Plenário, a Primeira e a Segunda
câmaras, o Presidente, as comissões, de caráter permanente ou temporário,
que colaborarão no desempenho de suas atribuições.
Quando o Presidente estiver impossibilitado de exercer suas funções por
motivos de licença, férias ou outro afastamento legal será substituído pelo Vice-
Presidente, e se este não puder fazê-lo, será substituído então pelo Ministro
mais antigo em exercício no cargo.

O Tribunal dispõe de Secretaria para atender as atividades de apoio técnicos e


administrativos. Para cumprir as suas finalidades, a Secretaria do Tribunal
dispõem de quadro próprio de pessoal, organizado em plano de carreiras, cujos
princípios, diretrizes, denominações, estruturação, formas de provimento e
demais atribuições são os fixados em lei específica.

Cada câmara compõe-se de quatro ministros, que a integrarão pelo prazo de


dois anos, findos os quais dar-se-á a recondução automática por igual período.
As câmaras são presididas pelo Vice-Presidente do Tribunal e pelo ministro
mais antigo no exercício do cargo, designados pelo Presidente do Tribunal na
primeira sessão ordinária de cada ano. O Presidente de cada câmara será
substituído, em suas ausências e impedimentos, pelo ministro mais antigo no
exercício do cargo, entre os que dela fizerem parte.

São necessários alguns requisitos para se tornar Ministro do Tribunal de


Contas da União. Exige-se que o cidadão seja brasileiro, nato ou naturalizado,
que tenha mais de 35 e menos de 65 anos de idade, que possua idoneidade e
reputação ilibada, além disso, estabelece que o cidadão também tenha notórios
conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de
administração profissional que exija os conhecimentos mencionados.

O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal de Contas da União serão


eleitos, por seus pares, para um mandato de um ano civil, permitida a reeleição
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apenas por um período. A eleição ocorre, em escrutínio secreto, na última


sessão ordinária do mês de dezembro, ou, no caso de vaga eventual, até a
segunda sessão ordinária após a vacância.
As garantias dos Ministros do Tribunal de Contas da União serão as mesmas
garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros
do Superior Tribunal de Justiça.

6 TCU dos Estados e Municípios

No Brasil o sistema de Tribunal de Contas é organizado da seguinte maneira:

• Um Tribunal de Contas da União, com sede no Distrito Federal e


representação em todas as Unidades da Federação;
• Vinte e seis Tribunais de Contas Estaduais, sendo um em cada Unidade da
Federação;
• Quatro Tribunais de Contas dos Municípios, localizados nos Estados da
Bahia, Ceará, Pará e Goiás; e
• Dois Tribunais de Contas Municipais, localizados nos Municípios
de São Paulo e Rio de Janeiro.

Convém observar que Tribunal de Contas Municipal não é a mesma coisa que
Tribunal de Contas dos Municípios. Tribunal de Contas Municipal é o órgão
municipal de controle externo encarregado de fiscalizar a atividade financeira
de um determinado Município, como, por exemplo, o Tribunal de São Paulo,
que fiscaliza, apenas, aquele Município. Já o Tribunal de Contas dos
Municípios é órgão estadual encarregado de fiscalizar os Municípios
localizados em determinado estado, como por exemplo, o Tribunal de Contas
dos Municípios do Ceará, que responde pela fiscalização de todos os
municípios localizados naquele estado.

O TCU examina as prestações de contas dos órgãos ou entidades


repassadores de recursos federais. Pode examinar também as contas de
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Estado, município ou mesmo de entidades privadas que receberem esses


recursos. As prestações de contas são encaminhadas anualmente ao Tribunal
pelo controle interno de cada órgão para apreciação e julgamento quanto ao
fiel cumprimento no estabelecido no convênio ou nos instrumentos congêneres.

Além da prestação de contas ordinária, o Tribunal pode, por iniciativa própria


ou em casos de denúncias, realizar ações de controle específicas para apurar
indícios de irregularidades.

Caso haja omissão na prestação de contas ou irregularidades na aplicação dos


recursos, compete ao órgão responsável pelo repasse ou pela aplicação dos
recursos adotar todas as medidas administrativas ao seu alcance para sanar os
problemas detectados. Esgotadas todas as possibilidades, o gestor deve
instaurar a tomada de contas especial, em que são apontados os responsáveis,
os fatos e é quantificado o dano. Posteriormente, o TCU julga a tomada de
contas especial, que passa constituir um título executivo extrajudicial em favor
Tesouro Nacional ou do cofre credor federal, para recomposição do dano
causado.

O TCU não fiscaliza a aplicação dos recursos repassados a estados e


municípios a título de fundo de participação, pois tais recursos pertencem às
unidades federativas que os receberam. Não são, portanto, recursos públicos
federais após a efetivação do repasse. O TCU apenas calcula os percentuais
dos recursos entregues pela União, por intermédio dos Fundos de Participação,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, que constam dos artigos 159
e 161 da Constituição Federal. O primeiro define a forma de rateio no âmbito
da federação, e o outro estabelece, entre demais providências, que o TCU tem
competência para calcular as quotas dos fundos de participação dos
municípios, dos Estados e do Distrito Federal, e dos fundos de financiamento
do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Esse cálculo obedece aos critérios fixados
em legislação complementar e ordinária.
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7 CONCLUSÃO

Podemos concluir que o Tribunal de Contas da União é uma realidade atual e


concreta, mas para que fosse alcançado esse status que ele possui atualmente
foi necessário um “amadurecimento” ao longo da história republicana de nosso
país. Vimos que ele nasceu timidamente, com funções meramente auxiliares e
com restrição nítida de poderes, mas que ao longo das Constituições de nosso
país (com exceção de Constituição de 1967), suas atribuições e competências
foram substancialmente aumentadas, vindo a atingir seu apogeu na atual Carta
Constitucional.

O TCU possui hoje uma vasta gama de atribuições, como visto ao longo da
pesquisa, mas o mais importante é lembrar é que o TCU se preocupa com a
qualidade dos gastos do poder publico, podendo atuar também em obras
especificas e pode também, a pedido do Legislativo, aprovar as contas do
Executivo. O TCU, através de auditorias, verifica se os atos do administrador
estão em conformidade com o texto constitucional e também se estão
obedecendo aos princípios administrativos. Dessa forma, o TCU exerce um
controle externo das Contas Públicas, atribuição que lhe foi dada pela
Constituição Federal de 1988 e também por outras leis, como a Lei de
Responsabilidade Fiscal.

O TCU pode também, através de solicitação do Congresso Nacional, se


pronunciar sobre determinada obra pública, realizando assim uma fiscalização
específica, sendo que esta fiscalização terá caráter emergencial e de
preferência, sendo que para isso o TCU possui prazos para cada tipo de
parecer, que são prorrogáveis por uma única vez. O resultado das
investigações ou fiscalização é enviado aos parlamentares.

Quanto à jurisdição do TCU, devemos lembrar que ela é própria e privativa nas
matérias que forem de sua atribuição e competências. Apesar do termo
jurisdição, devemos lembrar que o TCU é um órgão técnico, que emite
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pareceres e que sua área de competência abrange todo o território nacional,


dentro dos assuntos que forem de sua atribuição. Apesar de ser um órgão
autônomo, não tendo qualquer vínculo de subordinação, ele é auxiliar do órgão
Legislativo. Mas isso não significa que o TCU não possua legitimidade para
punir. O TCU pode aplicar dois tipos de penas: a pena pecuniária e a pena
restritiva de direitos.

A composição e os requisitos para ingresso no TCU é designada


constitucionalmente, sendo que estes possuem as mesmas prerrogativas,
impedimentos, vencimentos, vantagens e atribuições dos Ministros do Superior
Tribunal de Justiça.

Além TCU em âmbito federal, existem também os TCUs dos Estados,


Municipal e dos Municípios, com suas características próprias, dentro do
âmbito de suas atribuições e competências, mas em simetria com o TCU de
nível nacional e a constituição federal de 1988.

Como podemos concluir, o TCU é um importante órgão que, apesar de emitir


apenas pareceres técnicos, com pouco poder de punir, há de se destacar a sua
importância no que diz respeito ao trato da coisa publica, dando mais
transparência aos atos dos administradores públicos. Isso é muito importante,
uma vez que fortalece a democracia e incentiva a participação popular no que
diz respeito aos gastos públicos, pois somente assim, com transparência e
prestação de contas por parte dos nossos administradores é que poderemos
cada vez mais, desenvolver nosso país de forma correta e sustentável. Além
disso, devemos destacar a importância do trabalho do TCU no que diz respeito
à prevenção de prejuízos aos cofres públicos. Atualmente o tribunal dá uma
contribuição muito importante porque não se limita a fiscalizar depois. Assim,
possibilita que alguns erros sejam corrigidos e impede que uma obra que
poderia dar um determinado prejuízo não seja executada.

8 REFERÊNCIAS.
Brasil. Boletim do Tribunal de Contas da União. v. 25, n. 37. Brasília: TCU,
1992.
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Brasil. Congresso Nacional e o TCU. Brasília: Assessoria Parlamentar, 2008.

Brasil. Constituição da Republica Federativa do Brasil. Brasília: Senado


Federal, 2008.

Brasil. Lei nº 8.443, de 1992. Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União,


Poder Legislativo, Brasília, DF, 16 jul. 1992.

Brasil. TCU. Resolução nº 215, de 2008. Tratamento de solicitações do


Congresso Nacional, Brasília, DF, 20 ago. 2008.

Canabarro Dios, Laureano. Princípio constitucional da individualização da


pena no âmbito do tribunal de contas da união. 2006. Artigo (especialização
em Direito Público e Controle Externo) – Brasília, 2006.

http://portal2.TCU.gov.br acesso em: 20 de abr. 2010.

Lenza, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 14. ed. São Paulo:


Saraiva, 2010.

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