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indivíduo.

A pergunta de Pilatos ecoa ao longo dos séculos: "Que é a


sugestões de leitura
verdade?" (Jo 18,38).
Inquietante e feita em contexto paradigmático, para um cristão a pergunta
de Pilatos não fazia sentido, pois ele estava diante de Jesus Cristo — que é a
ESPERANDIO, M. R. G. Globalization and subjectivity: a reflection on
verdade — e mesmo assim não a reconheceu. O que faltava no procurador
the 'Universal Church of The Kingdom of God' drawm from psychology romano, que o impediu de reconhecer a verdade? Aqui aparece um
of religion. In: STAALSETT, S. (Ed.). Spirits of globalization'. the elemento fundamental presente em toda essa busca da verdade: a fé e, de
growth of pentecostalism and the experiential spiritualities in a global maneira mais ampla, a crença. A crença é um elemento básico da realidade
cognitiva humana, um ingrediente da vida, que permite aceitar ou não,
age. London: SCM Press, 2006. p. 52-64. defender ou não, reconhecer ou não, uma infinidade de elementos e
situações do cotidiano. Objetos de crença são aqueles elementos e situações
que fogem do controle e domínio pleno, mas perante os quais é preciso
Igreja Universal e o sacrifício do dinheiro: um remédio para curar os assumir uma atitude. A crença está presente desde situações rotineiras até
sofrimentos produzidos pelo capitalismo contemporâneo? grandes decisões da vida. Num exemplo rotineiro: um paciente vê um
medicamento eu não duvida que ele exista, mas precisa crer na palavra do
médico de que ele será bom. Num momento decisivo: escolhe-se
Via Teológica, Curitiba, v. 2, n. 15, dez. 2007. determinado curso universitário por acreditar que ele vai propiciar
realização profissional e pessoal. A capacidade de decidir nasce também da
RELIGIÃO E CIÊNCIA: o porquê do diálogo capacidade de crer.
Analisar a questão da fé é muito intrigante, parece que neste
momento o ser humano abre mão da sua racionalidade, pois a fé é aceitar o
que não se pode controlar nem dominar, ela surge como um dom. Por outro
Mario Antonio Sanches lado, a fé é precedida de um ato de racionalidade: é preciso decidir crer.
Assim, a fé nasce daquilo que é mais belo no ser humano: a liberdade, e se
torna a conseqüência de um ato de vontade, é exercício do livre arbítrio
Objetivo humano, pois se pode decidir não crer. A fé é, assim, a mistura de decisão e
gratuidade. A metáfora mais forte para explicitar esta realidade é a de
alguém que em pleno dia está numa casa escura na qual, se decidir abrir a
Apresentar a religião e a ciência em diálogo, a fim de priorizar a
janela, a luz entrará gratuitamente, mas apenas se a janela for aberta. A
defesa dos interesses daqueles que mais sofrem.
tradição cristã fala da fé com estes dois elementos: dom de Deus è decisão
humana, conforme indica a passagem do livro do Apocalipse: "Eis que
estou à porta e bato: se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em
Introdução
sua casa e cearei com ele, e ele comigo" (Ap 3,20). A fé religiosa precisa,
portanto, de sensibilidade para ouvir e decisão para abrir a porta, a ceia será
A busca da verdade é o contínuo objetivo da dimensão de graça.
investigativa do ser humano e, sendo uma realidade humana, ela traz a Pilatos poderia decidir reconhecer que estava diante da verdade?
marca da complexidade de todas as buscas e olhares interpretativos do Dificilmente. Antes de poder optar em crer, ele precisava ter sua
sensibilidade treinada para ouvir. Estamos indicando que há uma gama de
elementos que marcam as crenças humanas: a cultura, a ideologia, a Criador. O ser humano também é criatura, parte da natureza, com
condição social... Deste modo, diferentes pessoas sentem que estão diante
capacidade para conhecer a natureza e chamado a uma busca amorosa de
da verdade em situações diferentes, em contextos diversos. Assim nascem
as diferentes religiões: todas creem que a verdade pode ser alcançada, mas o Deus. O mesmo Criador que fez o homem capaz de conhecer a natureza, o
será na medida de nossa sensibilidade. A verdade é uma, as percepções que criou com o impulso de construir uma relação consciente com Ele mesmo.
se tem dela são muitas. Este é um artigo de fé de todos os que assumem Em outras palavras, o mesmo Deus que fez o homem capaz de ciência -
uma religião específica e também valorizam a religião dos outros.
conhecer a natureza — o fez capaz de religião — busca amorosa e
Na busca da verdade, faltou fé a Pilatos, mas ele poderia ter
consciente da relação com o próprio Criador.
lançado mão da verificação dos fatos, podia ter buscado a verdade com
Deste modo, a relação religião e ciência parte de uma visão básica
auxílio da ciência. Se ele tivesse assumido uma postura de investigar
otimista e positiva e as dificuldades que se apresentam no caminho
aquilo que poderia ser comprovado — lançasse mão da ciência jurídica já
precisam ser vistas como empecilhos provisórios e pequenos,
disponível no seu tempo - ele poderia ter encontrado a verdade: ele estava
definitivamente solucionáveis, desde que a religião e a ciência superem
diante de um inocente. Por que Pilatos também se recusou a aceitar a
suas perspectivas fragmentadas e se coloquem em atitude de escuta e
verdade que a ciência lhe permitia reconhecer? Com muita tristeza, é
mútua compreensão. Isso não significa partir de uma visão ingênua que
preciso dizer que os seres humanos manipulam a verdade por vários
nega as dificuldades ou recusa a necessidade de uma visão crítica desta
motivos, muitas vezes motivos escusos e ideológicos. É possível buscar a
relação, mas coloca um pano de fundo promissor para o diálogo entre estas
verdade pela fé, é possível aceitar o que a ciência comprova, mas às vezes
duas áreas tão importantes do conhecimento humano.
defende-se como verdade apenas aquilo que é conveniente.
O encontro da religião com a ciência será inútil se não levar a uma
Antes de passar ao diálogo entre religião e ciência, conscientes da dimensão ética, ou seja, se não se transformar num projeto de inserção dos
complexidade inerente à busca da verdade, é necessário um alerta muito excluídos da terra como os principais beneficiários de todo o esforço
importante: não se pode contaminar a busca da verdade com defesas cegas conjunto de uma sociedade. Por si sós as ciências não precisam da teologia.
Por si só a religião vai muito bem sem a ciência, tanto que o número de
de ideologias; não se pode manipular a verdade para satisfazer interesses adeptos das confissões religiosas cresce tanto quanto crescem as novas
inconfessáveis. Quem de fato encontra Deus passa a servi-Lo e não O experiências cientificas. Uma espiritualidade que contemple Deus a partir
transforma emposse privada para promover o bem próprio. Quem de fato do conhecimento científico deve sentir o compromisso de mostrar que há
uma nova chance de envolver a todos, envolvendo o pobre,
ama a ciência não aceita que ela seja manipulada por grupos que querem
preferencialmente, num projeto de sociedade igualitária. A ciência,
se perpetuar no poder, reproduzindo a injustiça. A verdade buscada na dialogando com a religião, compreenderá que esta é a grande oportunidade
religião e na ciência é altiva, é nobre e, se de fato for encontrada, a todos de realizar o desejo de Deus: aliviar o sofrimento humano.
libertará.
A visão crítica dos contextos onde a ciência e a religião se As dificuldades na relação religião e ciência
desenvolvem não pode nos levar a desvalorizá-las. É preciso também ter
uma visão otimista da relação entre religião e ciência, por mais complexa Estabelecer uma boa relação entre religião e ciência é difícil por
causa de histórias de conflitos do passado. E preciso superar a visão de que
que esta relação possa parecer. Esta visão positiva é construída a partir da
há um contínuo conflito entre essas duas áreas. Em alguns países, como nos
visão de mundo mais fundamental, na perspectiva cristã: há um Criador Estados Unidos, esses conflitos são acirrados, movimentam a sociedade e,
que cria, sustenta e mantém toda a natureza. Deste modo, a natureza, e via de regra, acabam indo aos tribunais. O conflito se estabelece quando
cada ser existente, são vistos como criaturas, ou seja, dependentes do religiosos promovem uma leitura fundamentalista da Bíblia e, por outro
lado, os cientistas são adeptos do materialismo científico (SANCHES, No nosso ponto de vista, portanto, o conflito entre religião e
2008, p. 32).
ciência é alimentado por estes dois equívocos: o fundamentalismo bíblico e
O fundamentalismo bíblico faz uma interpretação literal dos textos
sagrados e embarca no equívoco de ler uma narrativa mitológica como se o materialismo científico. No Brasil, este conflito não é muito evidenciado
fosse um texto de história, ou seja, faz uma leitura dc um texto da e a relação religião e ciência assume outro modelo: o da separação. É muito
antigüidade com os conceitos de história e de ciência dos tempos atuais. A comum, na nossa realidade, ouvir pessoas, não raro professores e
Igreja Católica, e muitas outras Igrejas cristãs, tem praticado uma leitura
histórico-crítica da Bíblia, na qual cada texto é lido em seu contexto, catequistas, afirmando que religião e ciência são coisas distintas. Na escola,
levando em conta o gênero literário e a perspectiva do autor bíblico. Nessa portanto, se estuda ciência e na Igreja, religião. Na escola se estuda os
leitura, alguns trechos da Bíblia são claramente definidos como mitos, não o textos científicos sobre a origem dos seres humanos e na Igreja a narrativa
conceito popular de mito, que o define como mentira, mas com a percepção
bíblica sobre Adão c Eva, separação que reflete uma atitude de certo modo
de que o mito é uma narrativa que estabelece as verdades simbólicas de uma
determinada comunidade. Deste modo, o mito não é uma construção de positiva, pois tem a pretensão de evitar o conflito, mas desenvolve nos
conhecimento científico - saber como as coisas funcionam -, mas uma busca alunos uma visão fragmentada de mundo, no qual religião e ciência são
de resposta ao sentido da existência - saber por que existimos. colocadas em gavetas separadas e incomunicáveis.
Por outro lado, o cientista que professa o materialismo científico
E preciso superar o conflito sem cair num modelo que separa
confunde também as coisas. Fundado na perspectiva autêntica e
religião e ciência, superação que se dá pela construção de uma perspectiva
incontestável do método científico que não pode pressupor a crença, mas a
de diálogo. O diálogo entre estas duas áreas reconhece, de início, a
verificação dos dados, ele acaba concluindo que todos os aspectos da
autenticidade e importância de cada uma delas e apregoa que a sociedade
realidade só podem existir se forem verificados e comprovados
precisa de boa ciência e de uma religião que promova a vida. Esta
cientificamente. Nós, religiosos, gostamos da ciência que verifica e
perspectiva não tem a ilusão de que o diálogo será sempre fácil, mas
comprova os fatos e deixa, metodologicamente, a crença de lado. Isso pode
insiste que pode ser sempre respeitoso e sem arrogância, compreendendo
ser explicitado em inúmeras situações da vida cotidiana, nas quais a crença
que religião e ciência são realidades complementares.
deve ser substituída pela comprovação científica. Uma situação na qual o
Uma boa resposta para a pergunta: "O que é mais importante, a
doente perguntasse ao médico: "Este remédio é bom?", e o médico
religião ou a ciência?", seria: "O que é mais importante, comer ou
respondesse: "Eu tenho muita fé de que ele vai ser bom para você", deixaria
dormir?".
o paciente frustrado, pois a resposta por ele esperada seria: "Baseado em
experimentações, comprovou-se que este medicamento funciona numa
determinada percentagem dos casos".
A ciência: a defesa do mais fraco
O equívoco do materialismo científico é usar o método da ciência
para buscar respostas filosóficas e existenciais. Como a ciência poderia
provar a existência do Criador, se usà métodos cujas leis também foram Falar do diálogo entre religião e ciência é promover a busca de uma
criadas? Como falar da eternidade com métodos que estão presos na sociedade mais justa, quando a dignidade de todos e de cada um possa ser
dimensão espaço-tempo? E muito importante perceber que apenas uma respeitada. A escandalosa desigualdade social presente coloca o grande
problema ético dos tempos atuais, e o faz para todos. Nenhum setor da
pequena minoria dos cientistas desenvolve uma visão materialista da atividade humana está isento deste questionamento, nem a religião, nem a
realidade, e muitos deles têm professado a sua crença religiosa. ciência. A ciência pode desempenhar um papel social extremamente
relevante e pode ser exatamente a esperança, de maneira especial na
medicina, de aliviar a dor dos que sofrem, principalmente dos que mais resultado seja o mesmo. Esta pressuposta cultura "tecno-científica" acaba
sofrem.
impondo às pessoas pesados fardos. Quem não se adapta, quem não se
Esta é a grande missão da ciência: aliviar a dor dos que sofrem — e para
isso poderá corretamente exigir da sociedade recursos e mais recursos, insere, quem não se submete, acaba sendo excluído do processo de
sendo também este o seu limite ético. Toda vez que as ciências se colocam a promoção e de realização humana. Isto tudo aponta ainda para o conflito
serviço dos sonhos daqueles que, por serem detentores do poder econômico, entre tecnologia e cultura no contexto da diversidade cultural de diferentes
querem manipular técnicas especiais para si ou para os seus perpetuarem- se
no poder, falham em sua missão mais básica e mais sublime: promover vida países. Visto que a tecnologia é apregoada como um valor universal,
para todos. Se o grande sonho da sociedade atual é a democracia e a perde-se o senso crítico e não raramente transplantam-se soluções técnicas
igualdade social, então as ciências estariam traindo a sociedade que as de uma cultura para outra, sem a preocupação de verificar se essas
financiou, quando se veem monopolizadas pelos interesses de poucos, e
soluções são adequadas à nova cultura (PESSINI, 1996).
ainda mais por interesses ideológicos, que se opõem ao projeto da maioria
dos membros da sociedade. E urgente, portanto, defender que todos os As vozes críticas precisam, portanto, ser ouvidas para que, junto com a
setores da ciência precisam assumir prioritariamente a defesa dos que mais tecnologia, não estejamos comprando um projeto de sociedade que não seja
sofrem e a preservação da vida dos que são mais vulneráveis. E claro que o nosso, e até mesmo um projeto que contenha elementos absolutamente
isso não significa lançar mão de todos os recursos da tecnologia para estranhos aos valores das culturas locais. É o que Junges (1999, p. 238) quer
prolongar sofrimentos indesejáveis. Mas essa prioridade deve nortear a dizer quando afirma que a "Europa e Estados Unidos são os cultores da
pesquisa. Este deve ser o norteador ético desta tão importante área de ideologia do progresso e originam, em seu meio, permanentes brotos de
atividades tecno-científicas: priorizar a defesa dos interesses daqueles que tendências eugenistas". Surge, então, o questionamento: o homem é capaz
mais sofrem. Se alguém disser ser isso inviável, e que de fato a ciência está de utilizar toda essa tecnologia sem estar submetido a um sistema
exclusivamente a serviço daqueles que podem pagar, então fica o apelo pela ideológico dominante? E, assim, ser colocado diante da realidade de que os
mudança de rumo, pois, enquanto os mais fracos não se beneficiarem dos países ricos, mesmo "não tendo em seus territórios os recursos biológicos
avanços científicos, pairarão sobre tais ciências o julgamento ético e a necessários à bio-indústria são donos do conhecimento que possibilitam a
acusação de serem instrumentos a mais na consolidação das divisões e utilização da natureza viva como fonte de perenes riquezas" (OLIVEIRA,
injustiças sociais. Este é um ponto decisivo para a ética feita na América 1996, p. 141).
Latina, pois, como afirma Mareio Fabri dos Anjos (1988, p. 215), "aqui se A ciência tem, pois, um grande desafio pela frente: valorizar suas
lançam as primeiras cartadas de uma cosmovisão cm que o pobre será conquistas sem se apresentar como a única dimensão determinante de toda
percebido ou não". a complexidade da vida na terra. Para responder a esse desafio, defendemos
A ciência está inserida num contexto de sociedade maior. Alguns
que é preciso insistir que o reconhecimento da dignidade humana passa
têm apontado que se tem vivido um tempo de tirania da tecnologia, ou
pela valorização dos aspectos biológicos do ser humano, numa clara
seja, o fato de alguma tecnologia estar disponível leva as pessoas a se
oposição àqueles que colocam os aspectos relacionais, sociopsíquicos,
sentirem obrigadas a utilizarem-na. Talvez a questão seja um pouco
como os determinantes da valoração humana. Por outro lado, é preciso
diferente e se esteja assistindo a hegemonia de um sistema ideológico que
destacar que a falta de sentido é incompatível com a vida humana, numa
apregoa a técnica como um elemento superior em relação aos outros
clara oposição àqueles que definem o ser humano como um animal, fruto
componentes da complexidade cultural. Deste modo, todos os projetos
exclusivo de seu meio.
que demandam alta tecnologia são facilmente financiados pela sociedade,
enquanto outros igualmente urgentes, e talvez mais relevantes, podem ser
relegados a um segundo plano.
Assim, as soluções que envolvem mais tecnologias são mais
apreciadas do que as que não utilizam técnicas sofisticadas, mesmo que o
A religião: a vida integralmente "Quando alguém denuncia que os cientistas estão 'brincando de Deus',
podemos, portanto, dizer que é exatamente esta a missão de todo o ser
A teologia, que se alimenta da inspiração das religiões, afirma que humano e também do cientista, pois o ser humano é chamado a se
a realidade humana e de toda a criação, com toda a sua complexidade, assemelhar a Deus. Se nós 'brincamos de Deus' como Deus o deseja, então
encontra seu sentido último a partir de uma perspectiva transcendente. Isto trabalhamos por uma sociedade onde cada humano se sentirá digno do
insere no debate um dado novo e fundamental: as realidades temporais amor de Deus. O ser humano é chamado a se assemelhar a Deus, se tornar
estão inseridas numa dimensão mais ampla, a da eternidade; os seres vivos, divino, mas não se endeusar, ser adorado como Deus. Se assemelhar a
exatamente por suas ricas composições bioquímicas, estão mergulhados Deus é participar da vida divina, se endeusar é querer ser divino sem Deus.
num cosmos que só se explica pela existência do Absoluto, do O problema não é quando os cientistas 'brincam de Deus', o problema é
Transcendente, do Eterno. quando eles 'brincam' sem Deus" (SANCHES, 2004, p. 144).
Para alguns, vislumbrar a realidade a partir dessa ótica pode ser
difícil, mas na verdade entende-se ser esta uma perspectiva óbvia, pois
Referências " V.,3 ANJOS, M. F. dos. Bioética a partir do terceiro mundo. In: ANJOS, M. F.
está presente na dinâmica da própria vida. O indivíduo tem dificuldade dos (Coord.). Temas latino-americanos de ética. São Paulo: Santuário, 1988. p. 211-233.
de definir a vida e sua dignidade porque tem o vício de buscar fora dela o
JUNGES, J. R. Bioética: perspectivas e desafios. São Leopoldo: UNISINOS, 1999.
seu valor, a sua realidade e o seu significado. Então, é necessário
OLIVEIRA, F. Engenharia genética: o sétimo dia da criação. In: PESSINI, L.;
neutralizar este vício e deixar de negar a biologia humana para afirmar a
BARCHIFONTAINE, C. de P. de (Org.). Fundamentos da bioética. São Paulo: Paulus,
transcendência, e deixar de negar a transcendência para definir o homem
1996. p. 138-162.
como pertencente ao reino animal. Não é preciso negar o DNA para
afirmar o impulso religioso humano, nem negar que a vida tem sentido PESSINI, L. O desenvolvimento da bioética na América Latina. In: PESSINI, L.;

para afirmar ser o homem feito de elementos químicos. BARCHIFONTAINE, C. de P. de (Org.). Fundamentos da bioética. São Paulo: Paulus,
1996. p. 9-29.

"O ponto de partida para o diálogo entre religião e ciência é a necessária SANCHES, M. A. Bioética: ciência e transcendência. São Paulo: Loyola, 2004. O diálogo
abertura de um conhecimento para o outro. Isto significa, para Paul Tilich,
entre teologia e ciências naturais. In: PESSINI,
estudar a dimensão de inter-relações infinitas que é a ciência e a dimensão
do sentido do existir ou do infinito envolvimento, que é a religião. A busca L.; BARCHIFONTAINE, C. de P. de (Org.). Buscar sentido e plenitude de vida. São Paulo:
pela unidade do existir e a realidade última é um elemento no interesse
religioso, como é no filosófico. Tillich afirma que o eros cognitivo, como Paulinas, 2008. p. 29-44.
ele chama o eros filosófico, nunca está ausente na religião. A única
diferença é que a abordagem religiosa é mais abrangente. Ela não vai Sugestões de leitura
reconhecer a realidade última, vai se unir com ela. Para Whitehead, que
com a sua filosofia do processo defende a aproximação entre religião e
ciência, religião é a visão de algo que está além, atrás, e dentro do fluxo PETERS, T.; BENNETT, G. Construindo pontes entre a ciência e a religião. São Paulo:
Loyola, 2003.
transitório das coisas imediatas; algo que é real, e ao mesmo tempo
esperando para ser realizado; algo que é uma possibilidade remota, e ao
mesmo tempo o maior dos fatos presentes; algo que dá sentido para tudo
TILLICH, P. The spiritual situation in our technical society. Macon, Geórgia:
que passa e mesmo assim escapa da apreensão; algo cuja posse é o bem
final, e ao mesmo tempo além de todo alcance" (SANCHES, 2008, p. 36). Mercer University Press, 1988.

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