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AULA

CURSO HISTÓRIA DA ARTEErro! Indicador não definido.

PRÉ HISTÓRIA

A arte nasceu com o homem e deu-lhe a consciência de sua capacidade criadora, a


possibilidade de imaginar.
É muito importante lembrar que a arte revela o ser, independente de cor, religião, locais
geográficos, independente de qualquer coisa.
Se a arte não revela o ser ela não será arte. A arte é comunicação.
Esse sistema de comunicação é sempre ligado a um processo histórico. A arte pressupõe
um público. Mesmo que ela não seja feita para o público sempre haverá um que irá olhar.
A arte é emissora e receptora, ela emite e recebe ao mesmo tempo.
Na pré-história, o homem se tornou artista há 400 séculos ou 40.000 anos. Esse homem
apareceu na fase da Pedra Lascada, em um período chamado PALEOLÍTICO
(Paleo=Velho, Litico=Pedra).
Esses homens tinham uma sensibilidade criadora incrível, habilidade e inteligência para a
arte quase como os homens de hoje.
Homens da pedra-lascada, homens primitivos, homens das cavernas tem o mesmo
significado.
Ha 4 milhões de anos antes dos homens paleolíticos já existia homem na terra quase
como macaco. Dessa época não temos nenhum registro.
Não sabemos o que eles fizeram, apenas que eles sobreviveram.
De arte só sabemos a partir de 400 séculos atrás.
Nesses 2 últimos milhões dos 4 milhões de anos agente já sabe que o homem se utilizava
de pedras e de paus.
O homem, com certeza, desde 4 milhões de anos atrás já usava um instrumento, porque o
macaco como exemplo pega uma planta ou uma pedra para jogar em outro macaco. Então
tudo isso o homem já devia usar. Só que transformar pedras em utensílios levou séculos.
Primeiro ele pensou o que fazia com os seixos (pedras lascadas) ou com gravetos. A partir
dai ele vai associar forma à função, criando assim o utensílio. A madeira por não ser
resistente não durou para que pudéssemos ter como prova mas, os objetos de pedra
permanecem até hoje. Esse objetos pessoais foram se aperfeiçoando. Com o
aperfeiçoamento desses objetos iremos entrar no Paleolítico, época da pedra lascada.
O mundo era totalmente diferente, os homens viviam em cavernas, a temperatura era
baixa, sempre no gelo. Viviam em regiões que correspondem hoje a França, Espanha,
Inglaterra, Alpes, Síria, Palestina, Norte da África, em plena Ásia, no Himalaia.
Viviam em grupos bem grandes para se protegerem. A caça era abundante nessas
regiões. Apesar de se chamarem homens das cavernas, eles pouco habitavam nelas.
Ficavam muito mais do lado de fora, por serem sufocantes, malcheirosas, sem luz,e feias.
Do lado de fora eles podiam ver a mudança do dia e noite, o que achavam fantástico e
completamente inexplicável para eles.

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As cavernas eram mais usadas como abrigos das intempéries do que como moradas.
Esses homens são chamados de primitivos, não por serem mais simples do que nós,
porque eles foram os primeiros do local mais próximo de onde começou a humanidade. O
processo de pensamento deles era muito complicado, muito complexo.
Existem milhares de pinturas rupestres (como são chamadas as pinturas das cavernas).
Mesmo hoje vai ser chamada de “pintura rupestre” aquela pintura feita em tons crus,
marrons, ocres.
As mais importantes cavernas citadas na História da Arte são:
Altamira na Espanha e Lascaux na França.
São cavernas lotadas de pinturas rupestres.
Antes do homem pintar os mamutes, bisontes, ele passava o dedo no pó da caverna e
este nas paredes. Séculos depois ele vai pegar um osso e soprar o pó sobre sua mão na
parede da caverna deixando a marca do contorno de sua mão nela.
Depois começaram a pintar os animais sempre no fundo da caverna, em locais inóspitos,
bem escondidos. Pintavam mamutes, bisontes (era como avô do elefante ou do boi).
Esses locais eram bem inacessíveis e provavelmente subiam um em cima do outro para
alcançarem.
Foram descobertos vestígios de luz artificial, tochas recobertas de gordura animal, para
poder iluminar o fundo da caverna. A explicação disso tudo é “a magia propiciatória”.
O homem era monista, quer dizer, o mundo para eles era uma realidade só e única. Não
separavam o visível do invisível.
Não sabiam a diferença do mundo material do espiritual. Ele pintava o que via. Não sabia a
diferença do real para o irreal. A magia propiciatória era o pintar e o matar o animal através
do desenho, como se fosse uma mágica, não distinguindo o real do irreal. Essa pintura vai
ser uma “pintura realística e figurativa” porque ele vai pintar tal qual ele vê. É a primeira vez
que existe um estilo na história da arte.
O homem pré-histórico desenhou muito bem os animais. Ele não desenhou nunca homens
porque ele não queria matar outro homem dessa forma, do mesmo jeito que não pintava a
flora. Ele precisava do outro homem para preencher aquela imensidão do mundo que
estava totalmente vazia. Se ele tivesse um poder sobre outro homem isso iria causar muito
medo. Ele precisava do animal para sobreviver e não do homem. Se ele não matasse o
animal, ele morria. O animal dava a carne para ele se alimentar, a pele para ele se vestir,e
os ossos para ele usar.
O domínio técnico dos homens da caverna é surpreendente. Primeiro utilizou o dedo como
pincel, depois o pincel bem rudimentar feito de pêlos e penas de animais. As cores
empregadas eram ocre, vermelho, sépia. Essas cores eram devido aos materiais
orgânicos de que eram feitas como: fibras, sangue, sementes, ossos carbonizados, carvão
vegetal (que usamos até hoje). Não existia requinte por não haver intenção de fazer arte,
decorar. O padrão de qualidade não difere do nosso hoje. É tão bom quanto os de hoje. O
que difere são as idéias. Não iríamos pintar hoje com a finalidade de fazer magia
propiciatória.

A história da arte não é uma história de progressos de técnicas. É uma história de artistas,
de pessoas em mutações, com criações, idéias (conteúdo e formas, mas mais de
conteúdo), e não de técnicas.

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Você pode ter muita técnica mas se não tiver uma concepção artística dificilmente fará
alguma coisa.

As ferramentas rudimentares que usaram foram feitas com a mão.


A caverna de Lascaux foi descoberta em 1940, há pouco tempo, e é chamada a catedral
das cavernas. Tem dezenas de representações de animais como: cavalos, vacas,
bisontes, mamutes, touros pintados de tamanho natural e de corpo inteiro. Tem uma
ordem entre as figuras que parecem um código de composição.
Altamira, na Espanha, tem 2 metros de altura, 18 metros de comprimento e 9 metros de
largura. Foi descoberta em 1879, ao acaso, quando um pai fazendo um picnic com sua
filha, essa descobre um buraco que a leva a outras salas com muitos desenhos. Ela corre
para avisar o pai e esse chama os peritos para estudar a caverna.
Se não fossem os terremotos e os deslocamentos de terra que tamparam essas cavernas,
não saberíamos nada sobre esses “museus do mundo”.
E, como as tintas foram feitas com materiais orgânicos, elas permaneceram até hoje.
Nas cavernas do período paleolítico foram descobertas algumas simbologias inexplicáveis
como o “quadrado”, que não existe na natureza.
Obs. O auge do abstracionismo é fazer quadrado, porque não existe na natureza.
Os cientistas não gostam de que sejam fotografados esses desenhos. Eles acham que
podem ser desenhos referentes a extra-terrestres. É um estudo muito sério e não se sabe
a realidade. É através do carbono 14 que se constata tudo da época pré-histórica,
paleolítica.

A arte é realmente a expressão de uma época. O pré-histórico da era paleolítica fez


esculturas de figuras femininas em pedra, mulheres de seios enormes, ventre saltado e
nádegas enormes, que seria a representação de mulheres grávidas, como “deusas da
fertilidade”. É a conquista do pré-histórico de sua capacidade de representar as três
dimensões. Outras formas de arte são as gravuras. Eles fazem incisões nas cavernas
aproveitando os relevos para dar volume nos desenhos. Os retângulos, triângulos,
quadrados, não se sabe como eles tinham conhecimento dessas formas. Nunca ele
fizeram representação escultórica de macho, só da fêmea. Deve ser por causa da
fertilidade.

Começa o período neolítico, na pedra-polida, 8000 anos depois (dos 40.000). A


temperatura era mais amena. Os homens abandonaram a vida nômade, porque com a
temperatura amena podiam ficar mais tempo no mesmo local. Na época do paleolítico
ficavam pouco tempo na caverna, pois esta começava a deteriorar, entrar água, amontoar
um monte de ossos, sem deixar espaço para andar. Eles então largavam tudo lá e
escolhiam outro lugar.
Com o tempo mais estável eles passam a ter uma vida sedentária. O homem neolítico
consegue o controle sobre a sua alimentação. Começa a plantar, a cultivar e se organizar
socialmente formando aldeias. Nessas aldeias não tinha chefe, nem rei por não haver
ainda uma hierarquia.
A arte passa a ser feita do lado de fora na entrada das cavernas com o objetivo de serem
vistas. Vai surgir as primeiras figuras masculinas. O homem será representado mais forte e
mais alto do que a mulher. Não é mais uma magia propiciatória. A arte é feita pela arte.
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Pintam do lado de fora mostrando os atos da vida coletiva deles, como uma forma de
leitura de suas vidas. Eram pinturas sobre a caça, como eles pintavam, etc. Assim vão
documentar para as vidas futuras o que a sua comunidade fazia. Eles também começaram
a dançar e a cantar.

O cantar era um ajuntamento de sons para cultivar os trabalhos coletivos do plantio e da


colheita. Eles percebem que se derem as mãos e saírem cantando a colheita iria ser muito
mais interessante. É a primeira mudança de estilo na história da arte. O homem passa de
figurativo realista para a pintura geométrica. Tudo é geometrizado e certinho. Vai pintar de
uma forma muito esquematizada e muito pior que o homem paleolítico.
A arte neolítica dá um passo atrás pintando da mesma forma que a criança pinta hoje.
As suas preocupações são outras. Passa a ser um ser social.
Vai acontecer uma revolução social, artística econômica e política.
Uma das coisas muito interessantes do homem pré histórico é quando ele toma
consciência da dependência que vivia do bem e do mal.
Ele percebe que tem uma coisa que domina e toma conta dele, que é a natureza. Ele
percebe que a colheita não depende dele, mas de alguma coisa além dele. Ele pode
cultivar e, de repente, não ter essa colheita por causa de uma chuva de granizo ou de uma
tempestade. Ele percebe que quem rege o destino do solo é a natureza. Ele tem a
concepção que existe um ser, benéfico ou maléfico, alguma a coisa a mais que é dono de
tudo isso e que precisa tomar cuidado. A partir da consciência desse ser vai surgir a
necessidade da crença e do culto. Começa então a surgir a religião para protegê-lo, ajudá-
lo. Vão surgir também mitos, símbolos sagrados, cerimônias fúnebres, sepultamento. Vai
aparecer tudo. Vão aparecer as primeiras esculturas dos “deuses”. Ex.: “deus da colheita”

Não tinha ainda a definição de uma mulher para um homem. O sexo era um ato animal, e
feito na posição (por trás) como os animais. Eram muito primitivos.
Acha-se que a primeira plantação foi feita na região Mesopotâmica indo depois para o
resto da Europa.
Eles cultivavam trigo, cevada, ervilhas, lentilhas, papoulas, linho, maçãs, uvas, cenouras e
nozes. Com certeza esse cultivo começou no oriente médio por causa do clima muito seco.
O primeiro animal domesticado pelo homem foi o cão. Ele auxiliava na caça, era fiel,
amigo. Depois domesticou o boi, o porco e a cabra que abastecia de carne, leite e fibra
para tecido.
A última animal a ser domesticado foi o cavalo porque eles se alimentavam dele.
O cavalo como besta de carga só vai aparecer na idade do bronze e como montaria só no
final da idade do bronze quase na Idade Média.
Uma das atividades artísticas mais importantes do neolítico é a cerâmica.
A cerâmica era super importante porque utilizavam-na para tudo. Ex.: prato. Vai existir a
cerâmica crua e cozida. A cerâmica cozida era feita mais no período neolítico.
Eles guardavam as coisas nas cerâmicas porque elas conservam a quentura. Depois da
cerâmica é que vai surgir a madeira.
Eles faziam para dormir uma grande cama de cerâmica em formato de barco para segurar
o calor. Restaram apenas pedaços dessas peças e muitos desenhos desse período
neolítico documentando isso tudo. No período neolítico é que o homem podia ter quantas
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mulheres quisesse e a mulher não. A mulher só poderia ter outro homem quando o dela
morria. A mulher fica em casa cozinhando, tecendo e fazendo tarefas domésticas. O
homem sai para o campo para caçar e fazer a plantação. Na hora de colher a colheita a
mulher e os filhos participavam. O homem não cozinhava. O único homem que cozinhava
era o mágico da tribo para ele fazer rituais. Não vai cozinhar comida. Eles achavam que se
o homem cozinhasse a comida seria uma comida envenenada.
Durante séculos o homem vai ser proibido de cozinhar. Somente depois na Idade Média é
que o homem vai aparecer cozinhando. Os grandes cozinheiros vão ser na época de Luís
XIV, no Barroco.
Eles passam a cozinhar a carne, não comendo mais carne crua e vão usar sal pela
primeira vez.
A idade do Bronze também foi descoberta por acaso, quando estavam fazendo uma
fogueira em um acampamento quando, de repente, derreteram uma pedra que tinha cobre
e estanho. Esses minérios derretidos formaram o bronze que quando esfriava endurecia
rapidamente. Essa liga possibilitou modelar uma infinidade de coisas. Os utensílios ficaram
bem melhores. No final da idade do bronze já não é mais considerado pré história. É
quando eles fazem rodas, carros, etc. Uma grande descoberta sempre leva a outra grande
descoberta. E, para finalizar, a Idade do bronze foi muito pobre artisticamente.
A preocupação do homem na idade do bronze era em cima das descobertas técnicas, e
utilitárias para a época, mais do que com a beleza.
Obs. Vários pintores do século XX vão trabalhar em cima da história da arte primitiva, é o
caso de Picasso.

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2a. AULA

COMENTÁRIOS SOBRE:

EDD MORROW - Arte Pop . Faz silkscreen, litogravuras, serigrafias, gravuras, pinturas
ARCIMBOLDO - surrealista da época do renascimento
RUBENS
MOMA DE NEW YORK
EDWARD HOLPER

APRESENTAÇÃO DE SLIDES:
Bisonte de tamanho natural. Observar as cores, 40.000 anos atrás. Magia
propiciatória - como se tivesse se apropriando do animal, castrando-o.
Faziam sempre o animal de perfil. O chifres são de frente pois não sabiam fazer de
perfil.
Figura mosqueada (pegavam pedaço de couro, queimavam e faziam manchas
com a gordura). Isso já mostrava uma técnica diferenciada.
Animal ferido com uma flecha no meio. Foi aproveitado incisões da parede da
caverna para fazer os músculos.
Desenho da mão marcada soprando o pó através de um ossinho.
Desenho de uma forquilha.
Figura mosqueada.
Escultura da deusa da fertilidade, com os seios e a barriga grandes.
Figura da Idade do bronze. Repetiram o que os outros tinham feito. A única
coisa importante foi a descoberta do bronze.
“Capacete”.
Pintura feita no Himalaia e que contém muita coisa que não sabemos o que
significa. Ainda pertence ao período da pedra lascada, época paleolítica. Aparecem
caracteres que são parecidos com letras.
Figura achada nos Alpes Suíços.
Idade do bronze. Cavalo feito em cobre revestido de ouro.
Neolítico. Primeira mudança da história da arte. Vão pintar fora da caverna, o
homem, os animais desproporcionais, o que está acontecendo na vida dele.
Figura que Picasso vai introduzir no cubismo, da época paleolítica, um animal
que vai transformar em figura humana.
Cores usadas: preto, ocre, vermelho e laranja. Cores quentes e não frias.

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MESOPOTÂMIA

MESOPOTÂMIA: quer dizer em grego região entre os rios Tigre e Eufrates. Situada no
Oriente Antigo. Foi tão importante quanto o Egito.
Quando as civilizações européias ainda estavam na pedra polida, a Mesopotâmia já era
uma civilização. Até a metade do século XIX pouco se sabia da Mesopotâmia. Tudo o
que sabíamos sobre a Mesopotâmia era através da Bíblia.
Em 1927 os arqueólogos, depois de muita procura, acharam a cidade de “Hur” que
começou 5000 A.C..Tinham tesouros soberbos como os dos egípcios. A Mesopotâmia
foi uma civilização fantástica como a Egípcia, só que eles não faziam como os egípcios
que trabalhavam em pedras, eles trabalhavam com adornos (que são tijolos pequenos
de terra). Faziam tijolos pequenos um a um à mão, colocavam para secar e depois
construíam palácios, sepulturas, etc.
Com o passar do tempo essas construções não resistiram às mudanças e nada restou.
Os rios Tigre e Eufrades inundaram toda a Mesopotâmia. Foi o dilúvio que a Bíblia
comenta. Era como se tivesse acabado o mundo. Aparece Noé com seu barco e os
animais para se salvar do dilúvio.
A arte Egípcia teve poucas variações, enquanto a arte da Mesopotâmia teve muitas.
Eles eram muitos povos como: caldeus, assírios, babilônios, fenícios, etc. Todos tinham
uma forma muito diferenciada de falar, pintar, escrever, etc. O Museu do Louvre está
lotado sobre as peças da cultura Mesopotâmica.
Os arqueólogos descobriram vários montes chamados tells (téus) e que tinham lá no
fundo tinham a civilização. Em 1927 eles escavaram os montes e descobriram as
cidades da Mesopotâmia.
Entre os muitos povos que faziam parte da Mesopotâmia, os Sumerianos foram os
primeiros a dominá-la. As cidades eram independentes umas das outras, somente a
força da religião era que unia todas elas. O culto aos deuses era muito forte. A religião
era magia, tinha força de lei. Os templos para os sacerdotes era a construção mais bem
organizada.
Existia uma cidade chamada Uruqui, dos sumerianos, na Mesopotâmia. Nessa cidade
tinha um templo fantástico todo branco, lindíssimo. No interior tinha tijolos bem
pequenos e coloridos, surgindo aí a técnica dos mosaicos. Isso ocorre 5.000 A.C.. O
sumeriano é o protótipo mais antigo das construções de dentro de casa.
Durante 3.000 anos, ou seja até 2.000 A.C., todos os povos da Mesopotâmia fizeram as
construções assim. Esse templo enorme que era equivalente a um prédio de 20
andares. Foi o local onde todos os povos como sumerianos, fenícios, etc, foram
convidados para construir esse templo imenso.
Os templos da Mesopotâmia que tinham esse formato chamavam-se Zigurat.
Havia, no interior do Zigurat, os mosaicos. Tinha também só uma porta com uma
escadaria que conduzia o povo a subir para rezar lá em cima, do lado de fora, onde
estaria mais próximo de “deus”. Todos, escravos e não escravos, ajudaram na
construção.
Cada povo falava uma língua. Foi chamada de “TORRE de BABEL”, ninguém se
entendia.

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A invenção da escrita aparece na Mesopotâmia em +/- 3.000 A.C.. Os sinais da escrita
ao invés de serem desenhados, foram gravados na argila. Quando a argila estava mole,
eles pegavam um estilete em forma de cunha e gravavam na parede. É por isso
chamado de cunheiforme.
A escrita da Mesopotâmia (3.000 A.C.) vai bater mais ou menos com os hieróglifos
egípcios, sendo completamente diferentes um do outro. A fase histórica é praticamente
a mesma.
É um passo enorme da Humanidade.
Obs.: A civilização mexicana aparece bem depois de Cristo. Ex.: os Maias.
A Mesopotâmia fica hoje mais ou menos onde estão os países Irã, Iraque.
A arte era feita para “deus”, principalmente a escultura. A escultura era super
importante, especialmente para os sumerianos. Tinha um curioso detalhe: a
desproporção entre a cabeça e o corpo. A cabeça era cuidadosamente elaborada, bem
feita, enquanto o corpo eles nem ligavam. Isso acontece porque para o povo sumeriano,
principalmente o caráter, a alma das pessoas, estava no rosto e o corpo servia só de
suporte.
O material usado para fazer as esculturas era muito variado. Eles utilizavam pedras,
mármore, gesso, concha marítima, sendo que estes dois últimos não duraram com o
tempo. O branco dos olhos era feito de conchas. O azul era feito lápis-lasure. Os olhos
eram enormes e bem expressivos, dando expressão de fé e serenidade.
Os acarianos vão aparecer em 3.000 a 2.500 A.C.. É um povo interessante, guiados
pelo rei Sargão. Dominam toda a Mesopotâmia e toda a Síria. São guerreadores mas
não são grandes artistas. Eles copiam a arte sumeriana. Portanto a arte acariana é
muito parecida com a arte sumeriana. O que vai ter de diferente são as famosas
“estrelas” ou “estelas” que são as pedras desenhadas, gravadas ou esculpidas.

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3a. AULA

Comentários sobre os livros:

KANDINSKY- papa do abstracionismo gestual. Era grande poeta também. Como todo
pintor teve sua fase acadêmica, trabalhando muito até chegar no gestual. Ficou
encantado com uma exposição de Claude Monet sobre uma série de feno. Tentou pintar
igual e deixou seu quadro em casa. Ao retornar da exposição o seu quadro estava de
cabeça para baixo. Kandinsky achou que seu quadro estava melhor assim e passou
então a pintar se preocupando menos com o conteúdo e mais com a forma.
Ele tem um livro fantástico chamado “Do espiritual da Arte”.
Kandinsky comentava “TODOS OS PROCEDIMENTOS SÃO SAGRADOS QUANDO
INTERIORMENTE NECESSÁRIOS”.

MUSEUM FINE ARTS OF BOSTON - Quadro da capa de John Singer, pintor


impressionista norte-americano que foi redescoberto recentemente. Faz uma
composição muito equilibrada e assimétrica. Usava um fundo escuro como Edward
Manet. É uma releitura de “As Meninas” de Velásquez.
Este museu apresenta também pinturas da época contemporânea como a do Edward
Holper.

OSCAR KOKOCHA- Pintor expressionista. Teve um caso com a viúva do grande


compositor Gustave Maller. Ele pintou os dois.

LEONARDO DA VINCI - Tinha vários desenhos de estudo do corpo humano. Escrevia


da direita para a esquerda. Você só podia ler através do espelho.
Clos Lucè, cidade onde Leonardo da Vinci viveu seus últimos dias de sua vida.

JEROME BOSCH - Pertence a época do renascimento mas é completamente


surrealista. Criou a seita “adamita” para não ser preso na época da inquisição. Nasceu
em Bosch o que seria hoje a Holanda.
Seu quadro mais famoso é o “Jardim das Delícias”.

PICASSO - livro de montagens.

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MESOPOTAMIA
(continuação)

Relembrando: Vão construir uma torre na Babilônia, chamada Zigurat para que as
pessoas rezassem mais próximas de “deus”.
A escrita chamava-se cuneiforme por ser em forma de cunha.
A Mesopotâmia não ficou tão famosa porque o material usado nas construções não
resistiu ao tempo por serem feitos de adobe (tijolinhos de pedra). Era uma cerâmica
muito ruim.
Descobriram que por baixo dos “tells” (montes) existia uma civilização fantástica.
Era uma civilização tão rica quanto a do Egito. Eram povos unidos só pela religião.
Kudurros eram os contratos feitos em pedra e escritos em cuneiforme. Era como os
contratos de doações de terras.
Os assírios eram tremendamente guerreiros e tinham um exército muito poderoso. Vão
acabar com o primeiro Império Babilônico. Eles só não acabam com a cultura babilônica
pois vão adquiri-la através da forma deles pintarem, escreverem, cantarem, e falarem.
Vão implantar o terror na Babilônia.
Assur é uma cidade muito famosa. Assurbanipal era o guerreiro imperador.
Os assírios permaneceram na Babilônia de 1100 A.C. até 612 A.C.
O poder deles chegou até o Egito. Eles chegaram a dominar o Egito e a Fenícia.
O que eles produziram de arte era somente ligado às guerras e aos reis. A arquitetura
era pomposa, grandiosa, imperial, gigantescas. Para construí-las pegavam cidades
inteiras, prendendo as pessoas e fazendo atrocidades com elas. Fizeram desses
escravos os construtores das grandes cidades.
O assírio foi o pior povo da antigüidade. A moradia dos monarcas eram obras
arquitetônicas fantásticas só que construídas com tijolinhos de barro. Muito do que
sabemos vêm de pergaminhos desenhados. Não sobrou um monumento pronto,
somente o Zigurat.
Os egípcios ao contrário do que se pensa não só tinha os escravos como pessoas do
próprio povo que ajudavam nas construções faraônicas. Não fazia o povo de escravo só
para construir para eles.
Os assírios pegavam a população e testavam a resistência dos velhos e crianças para
ver quem conseguiria ficar mais tempo sem comer. Através dos escravos eles sabiam a
resistência que eles precisavam ter. Fizeram transplante de córnea, por ex.: pegavam 2
irmãos e arrancavam o olho de um para colocar no olho do outro. Tudo isso para
estudarem a ciência. Deixaram tudo por escrito, auxiliando séculos mais tarde com
esses conhecimentos.
Fizeram imensos tambores de cerâmica cheios de água para testar também a
resistência das pessoas sob o sol fortíssimo com a água subindo. Depois testavam a
resistência sem dar comida e depois sem dar água também.

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O rei Sargão da Síria, construiu um palácio com uma muralha. Essa muralha tinha sete
portas e era ao redor do palácio medindo 300 hectares, o que seria mais ou menos
10.000 m2. Tudo isso foi erguido em apenas 6 anos por causa do trabalho escravo.
Pegavam milhares de escravos até eles resistirem. Quando não resistiam mais
substituíam por outros.
A muralha tinha a altura de um prédio de 8 andares.
Eles utilizavam números cabalísticos como o 7 e o 14. A cabala vai aparecer muito na
Mesopotâmia e no Egito.
Nesse palácio eles faziam rituais para o demônio. Isso também vai aparecer no Egito.
O Rei Sargão cultuava essa coisa do mal. Ajudava os seus sacerdotes a cultuar o mal.
O mal era que ajudava e não o bem. Não acreditavam em outra vida.

O palácio do Sargão tinha 300 salas. Tem uma maquete no British Museum. Tinha 97
pátios, 10 salas de tronos, 22 salas de recepção, armazéns, celeiros, 77 quartos, 17
dormitórios de empregados e 7 banheiros. Tinha um enorme harém com 37 camas.
Essas 37 moças desse harém não eram as preferidas. Tinha o super harém com 7
preferidas. As outras 37 ficavam na expectativa de algum dia serem chamadas.
No grande Zigurat eles rezavam para que suas conquistas fossem sempre maiores.
Na arte assíria o que mais se destacou foi o relevo. Tem um relevo famoso que é “A
leoa ferida”, está no museu do Louvre e era do Palácio do Assurbanípal.
Eles quase não pintavam, eles faziam relevo e arquitetura.
Nos próprios registros das esculturas é que constatam que eram guerreiros e cruéis.
Sempre mostra o horror, mortandade, matança em massa, tortura, cativeiro, trabalho
forçado. Eles não escondiam essa crueldade.
Somente em Ninive é que Assurbanípal mandou fazer baixos relevos, para seu
descanso, onde tudo parecia ser bem tranqüilo. Ele realmente ele vai colocar essa
tranqüilidade através dos relevos de árvores frondosas, músicos tocando, pássaros,
lagos, mulheres passeando. No museu do Louvre você poderá ver esses relevos.
Na síria, principalmente, vai aparecer a primeira propaganda onde o rei sempre aparece
vencendo e os povos caindo e morrendo. Eles colocam só os assírios como
vencedores, embora muitas vezes eles fossem os perdedores. O rei é o vencedor e
todo o resto da humanidade perdedor. Todos os povos tinham medo deles.

Em 612 A.C. os assírios foram destruídos pelos MEDOS (médos). Eles vieram da Ásia
e junto com os babilônios que ainda restavam eles destruíram os assírios e
reconstruíram a Babilônia que é chamada depois de Néo-Babilônia. Daí a Babilônia vai
ser mais uma vez a mais esplêndida cidade do Oriente. Os jardins suspensos da
Babilônia vão ser reconstruídos.
Os jardins da Babilônia eram feitos de flores de várias cores sendo que, eram
distribuídas por vários patamares debaixo para cima, azul, violeta, amarela e branca.
Tinha um sistema de irrigação no qual a água passava por todos os patamares. A flores
e folhas eram da mesma cor. Ex. No patamar azul, o caule, a folha e flor eram azuis
também.
Eram sete patamares. Tinha um platô na parte lateral, na época da Néo-Babilônia, onde
eles plantaram grama e flores em um lugar completamente árido, inóspito, graças a
irrigação.

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Mais tarde os judeus foram estudar como eles fizeram essa irrigação para resolver esse
problema na terra deles.
Quando Siro, rei da Pérsia, bem mais tarde dominou a Babilônia, destruiu tudo com
exceção do Zigurat por considera-lo um marco muito forte.
Foi o fim do esplendor da Babilônia.
A única pintura que foi registrada da Mesopotâmia é a cidade de Ur. Em UR eles
gostavam tanto de ouro que faziam muita jóia usando também muito rubi, esmeralda, e
ouro vermelho que mandavam buscar no mundo inteiro. Eles obrigavam as mulheres a
usar ouro. As solteiras usavam um bracelete no braço, um grande colar e uma pulseira
também na perna. Em todos os museus do mundo você vai encontrar essas jóias.
Quando essas moças casavam elas passavam a usar somente o bracelete no braço
com ouro de 2 tons sem rubis e esmeraldas. Tiravam o colar do pescoço porque elas
não estavam mais presas aos pais e sim ao marido. Aí começou o cinto da castidade.
Elas colocavam um cinto no quadril, feito também em ouro, quando os maridos saiam
de casa para guerrear, ou outro motivo, para indicar que o homem não estava em casa.
Não era um cinto como o de castidade ainda, era só apoiado no quadril e não tinham
pedras preciosas. As pedras eram usadas só nas solteiras. Após casar o marido é que
representava as pedras preciosas, sendo portanto tiradas dos cintos.
Só na Idade Média é que surgiu o cinto de castidade do jeito que conhecemos.
Quando o homem era solteiro (mas noivo) ele tinha um grande anel no dedo anular.
Quando eles casavam passava para o outro dedo anular da mão esquerda. O anel era
tão grande que ocupava o dedo todo sem poder dobrá-lo. Depois é que vai surgir mais
tarde a aliança.
Na Mesopotâmia é que vai aparecer o esmalte pela primeira vez. Eles usavam uma
substância vermelha que eles tiravam de uma árvore que hoje não existe mais. Era uma
árvore parecida com romã. Era uma substância orgânica que eles maceravam até
conseguir o vermelho, misturando também com outras substâncias. Ficava na unha por
um ano. Na realidade era uma tinta, pois só hoje é que denominamos esmalte. Todo
homem e mulher casada tinham que usar nos pés e nas mãos.
Quando ficavam viúvos tinham que pintar as unhas de preto. As mulheres viúvas tinham
que casar 3 meses depois que o marido morria. Tinha uma fila de homens esperando
porque o marido deixava toda a herança para a mulher e não para os filhos. A casta da
Mesopotâmia, qualquer um caldeu, assírio, qualquer povo, as viúvas tinham que casar.
Ela é que iria decidir se dava ou não a herança para os filhos, dependendo se estes
eram bons ou não.
Até 18 anos os filhos eram considerados crianças só podendo guerrear, mas não
podiam ter nada. A mulher não tinha direito sobre a herança enquanto o marido estava
vivo.
Essa lei vai vigorar todo o tempo na Mesopotâmia.
O homem viúvo não tinha que cumprir essa lei.
Todos esses povos de uma forma ou de outra eram guerreiros.
Obs.:
Na antiga Babilônia é onde se encontra Saddam Hussein hoje.

12
EGITO

Tudo no Egito é feito para a eternidade. A arte é totalmente feita para a eternidade. O
Egito tem sido considerado desde a mais remota antigüidade o berço da civilização.
Enquanto a Europa era completamente bárbara, todo mundo se matando, passando do
Paleolítico para o Bronze, o Egito já estava totalmente com a civilização feita. Os
mestres gregos estudaram no Egito. A arte e civilização Egípcia duraram 40 séculos.
Ela começou mesmo como civilização em 5.000 A.C. e chegou ainda como civilização
organizada egípcia até 30 A.C. Ela continuou depois, mas como civilização forte até 30
A.C.
O Egito é uma espécie de oásis no centro de uma região desértica. É um vale estreito
cheio de montanhas nos dois lados. Dos lados tem dois dos maiores desertos do
mundo Saara e Núbia. A alma do Egito era o Nilo, “rio deus”, que tornava as terras
férteis graças às inundações periódicas. Nessas terras férteis eram cultivados os
cereais, especialmente o trigo que fazia daquele país no meio desértico o celeiro da
antigüidade.
A primeira civilização egípcia no 5o. milênio, anterior às dinastias dos faraós eram
divididos em clãs familiares. Não tinha dinastias e nem faraós. As dinastias vão surgir
depois desses grandes clãs. Era uma organização social simples.
Na arte egípcia sempre vai ser exaltado o sentimento de morte e eternidade. A arte
egípcia é toda dirigida para a religião, sendo uma arte simbólica e convencional. A arte
egípcia é extremamente regular, simétrica, equilibrada e geométrica.
Após se formarem as dinastias, quando surgem os faraós, os aspectos sociais,
econômicos, culturais e religiosos eram o seguinte:
O comércio, do qual viviam muito da venda do ouro, cereais, era exercido pelos faraós e
seus funcionários.
A indústria da época como: manufatura de papiros, os moldes belíssimos, as armas, as
cerâmicas, os tecidos, as jóias eram todas concentradas no domínio real ou dos
templos. Não podia existir nada fora do domínio do faraó ou dos sacerdotes.
A arte e a ciência eram muito avançadas para a época. Só os sacerdotes ou amigos
dos sacerdotes é podiam exercê-las.
Para controlar as águas do Nilo foram erguidas obras hidráulicas de represamento e
irrigação.
Durante a época das inundações, os trabalhadores interrompiam o trabalho agrícola
quando grande parte da população estava disponível para as grandes construções.
Não era só trabalho do escravo, mas de todo o povo.

13
4a. AULA

Comentários sobre os livros:

CHAGALL - Pintor judeu. Não é impressionista, nem expressionista, é Chagall. Não faz
parte de nenhum “ismo”. Uma das coisas importantes de sua pintura é que ele sempre
representa suas figuras como se estivessem levitando, sem os pés no chão. É
contemporâneo e morreu (+/-) em 1960. Sua pintura está em quase todos os museus
do mundo. Tem em Jerusalém, na Sinagoga da Faculdade de Medicina, todos os vitrais
pintados por ele. Vitral contemporâneo é muito fascinante.

RODIN - Museu Rodin em Paris é muito impressionante. Foi grande escultor de nosso
século junto com Henry Moore. Ele trabalhou muito em mármore e tem alguma coisa
em bronze. Até 7 esculturas que ele fizer igual é considerado peça única em quase
todos os países da Europa. Na França até 12 é considerado peça única. No Brasil não
tem número.

KLIMT - Pintor do final do século passado e começo desse, surgiu depois do


impressionismo, mas que também não pertence a nenhum “ismo”. É vienense e faz
parte do final da arte Noveaux na Europa. Tem obra como “O beijo”. Utiliza muito o
dourado e sua pintura parece uma colcha de retalhos.

VAN GOGH - Pintor que morreu aos 37 anos. Grande desenhista, pintor. Era holandês.

FRICK COLLECTION - Sr. Frick tinha uma casa, em New York, na 5a. Avenue, com
uma belíssima coleção de Rembrandt, Vermeer, Goya, Rubens, Renoir, etc.
Tem um belíssimo pátio e um filme que explica como foi a casa dele. A palavra “Frick”
ficou na época conhecida como uma gíria significando “dinheiro”. Então para ele não ter
má fama, doou a casa dele e tudo o que tinha para New York.

LIVRO SOBRE O EGITO - The Egipt Story

TEORIAS DA ARTE MODERNA - H.B. CHIPP, Martins Fontes.

14
Apresentação de slides sobre a Mesopotâmia

Babilônia = Hoje é Irã, Iraque


Escultura de um Caldeu em terracota, olhos grandes com conchas. Pode ser
visto no museu do Louvre. Com escrita cuneiforme na própria escultura, na roupa.
Libações- é uma coisa terrível feita em função da morte, do horror, pelos assírios.
Era um lugar feito em pedra onde o morto ficava atrás e o sangue escoava por um
buraco para a frente.
Vaso feito de bronze, cujo suporte era como se fossem patinhas. Foi feito na
Mesopotâmia também.
Cabra ou bode feito de ouro e lápis-lazure.
Gudéia - personagem muito bom, pensativo e que queria paz. Em sua saia está
escrito em cuneiforme a história de sua vida. Dizia que o homem tinha que governar
como um governante e não como um deus.
Um rosto em pedra alabastro, deve estar no Louvre.
Primeiro código feito no mundo, código de Hamurabi. É como se fossem as leis
de Moisés, mas não é religioso.
Stela - uma pedra escrita, gravada.
Escultura feita de bronze, como se fosse cabra, tem demônio. Trabalho assírio.
Deusa da fertilidade, caldéia. Tem cintura fina, quadril largo, seios grandes,
pernas grossas.
O rei Assurbanípal, e seus assistentes vitoriosos.
Entrada do palácio de Assurbanípal, no museu do Louvre. Porta com alto e baixo
relevo esculpida com rosto de homem com corpo de animal “touro”. Tem asas em baixo
relevo.
Palácio da Babilônia em baixo relevo. Já tinham noção de perspectiva.
A leoa ferida.
Panzuka é um objeto como se fosse um talismã e que dava sorte a toda
Mesopotâmia. Vão usar pendurado no pescoço, pés, mãos, etc. Está no British
Museum.
Resto do Zigurat, quando o Siro chegou na Pérsia.

15
EGITO (continuação)

O Egito foi dividido em Alto e Baixo. Toda construção do Egito é feita de pedra
proveniente das abundantes jazidas que existem no Egito. As Pirâmides e as
Mastabas são túmulos onde residem os mortos. Os Templos também são
monumentos colossais. São todos monumentos faraônicos e todos de pedra para
durarem para a eternidade.
Quem vivia nos templos eram os ricos Sacerdotes e Faraós. E nas Pirâmides, os
mortos, mas sempre para os faraós ou pessoas da família dele. Os mais pobres eram
enterrados em uma vala comum.

As habitações da classe média eram na periferia, feitas de pedra e o telhado de palha.


Depois vinham os trabalhadores do campo que tinham uma casa razoável, e os
escravos que moravam em palhoças como se fossem animais.
Existe um estilo egípcio tão forte que durante milênios não vai mudar nada. Ficou 5.000
anos sem mudar nada na escultura, pintura, porque não era permitido.
A arte egípcia estava tão ligada ao país que, assim que o Egito começa a acabar a sua
arte acaba também.
Até 30 A.C. o Egito vale a pena enquanto arte e civilização. A partir daí começa a
decadência do estilo e arte Egípcia.
No estilo egípcio existiam leis muito rigorosas que não podiam nunca ser mudadas. Os
artistas tinham que aprender bem cedo o estilo. O artista tinha que aprender que
sempre que fosse pintado o homem e a mulher, o homem tinha que ser mais alto que a
mulher. Os homens tinham que ter a pele mais escura que a da mulher.
O patrão tinha que ser maior que a esposa, os filhos e os criados. Eles tinham paixão
por pele clara. Elas tomavam banho de leite de cabra para ficarem bem brancas.
Quanto mais branca, mais valiosa ela era. O egípcio tem uma mistura com preto.
Toda pintura egípcia tem a lei da frontalidade, o que quer dizer que sempre a figura
humana vai ser representada com o rosto de perfil, olho de frente, tronco de frente, os
braços e pés de perfil para melhor representar as características da pessoa. É a lei do
ver melhor. As mãos eles fazem sempre sobre o joelho, o que significava a força que a
pessoa tinha.
No Egito existiam escolas de arte cuja função era formar artistas. Só que eles tinham
que aprender tudo: anatomia, lidar com tintas, com cores, lei da frontalidade, até fazer
hieróglifos. Mas o artista não podia passar disso, não podia criar nada. As regras
passavam de geração a geração sem nenhuma renovação.
A arte egípcia ficou 3000 anos sem mudar nada.
O artista tinha que saber mitologia e ser anônimo. Ninguém podia saber quem tinha
feito o trabalho pois o artista não podia assinar.

Um texto escrito por um artista, em hieróglifos, sobre uma pedra, foi descoberto mais
tarde, sobre o que achava dele próprio como artista do novo império:

16
“Conheço o segredos das palavras divinas, conheço a conduta das festas. Sei toda a
magia que pratiquei sem que nada me escapasse. Nada do que se refere à esse
assunto de magia me é oculto. Sou chefe de todos os segredos dos rituais cabalísticos.
Vejo Ra em suas manifestações. Sou um artista excelente em minha arte. Um homem
acima do comum por meus conhecimentos. Conheço a pose da mulher, a postura de
quem lança o arpão, o olhar de alguém à seu auxiliar, conheço a flor, conheço o amor,
sou um artista!”
Ele se valorizava. É uma demonstração que o pintor estava insatisfeito. Conhecia tudo,
mas era um mero artista ignorado. Era uma demonstração de revolta.

Existiam muitos ofícios no Egito: escultores que faziam esculturas em pedra e madeira;
joalheiros que faziam jóias fantásticas, sem exagero, braceletes, anéis e miniaturas de
jóias vistas só com lupa. Eles tinham uma espécie de feira, onde seria o Cairo
hoje,.onde colocavam os produtos sobre as mesinhas, prateleiras para vender ou trocar
por comida, bebida, etc.
Desde o começo da pré-dinastia a arte egípcia era completamente ligada à morte. Para
o egípcio a morte não é um acontecimento triste, é meramente uma transição para uma
outra dimensão. Eles acreditavam profundamente na imortalidade da alma. Acreditavam
na vida eterna.
Eles acreditavam que a alma continuava a viver, só que com as mesmas necessidades
terrenas. O corpo do morto não podia ser tocado, surgindo com isso a mumificação.
Nas primeiras dinastias, eles sabiam que a pessoa que morria só ficaria contente se
tivesse tudo o que tinha em vida e que gostasse junto com ele.
Ex: Um faraó que ia ser enterrado e que gostasse de bailarinas, estas iriam ser
enterradas vivas junto com ele. Elas iam com vontade pois significava uma honra. Jóias,
comidas, etc. também era colocado junto ao morto. É porisso que existia muita riqueza
nos túmulos. Com o passar do tempo, nas outras dinastias não era levado ninguém
mais vivo para ser enterrado. Nos primeiros 2 milênios iam todos juntos. O faraó era
mumificado e em seguida colocado na pirâmide junto com as pessoas que gostava,
vivas, para depois fechar a pirâmide.
Depois da mumificação não podiam mais tocar no morto pois a sua alma poderia ficar
perambulando por milhares de séculos. Dentro da pirâmide o morto iria “ascender” para
se encontrar com “deus”.
Na mumificação era cortada a cabeça, os membros ( braços, pernas) deixando só o
tronco. Eles limpam tudo o que tem dentro do tronco e enchem de bucha, de trapo,
algodão. Daí eles costuram tudo novamente. Colocam uma solução de ácidos e sais
aromáticos deixando o corpo banhado nisso por (+/-) 6 meses a 1 ano. Só depois é que
tiram o corpo dessa solução e não se sabe como secavam esse corpo. Depois eles
montam tudo novamente e estará pronto para ser enterrado nas pirâmides.
Na realidade ninguém nunca mais conseguiu fazer mumificação.

Obs: No Vaticano tem uma múmia egípcia que está parte desenrolada podendo ver até
a carne e um pouco do cabelo.

17
A mumificação era feita em toda casta do faraó, até nos ajudantes dele.
Os escravos e os trabalhadores não eram mumificados porque era muito caro fazer a
mumificação.
Os egípcios levavam tudo aquilo que o morto gostava para o túmulo a fim de que a
alma continuasse a gozar de tudo o que eles gostavam enquanto vivos. Era uma
continuação da vida terrena. Eles tinham uma obsessão pela imortalidade da alma. O
faraó era convicto de que se a mulher dele fosse enterrada junto, não daria
continuidade a sua dinastia. Elas tinham que continuar casando com o filho, ou o faraó
com a filha, ou outro parente. Eles não tinham a mesma concepção moral que nós
temos. A parte política e econômica do faraó era também muito importante para que a
mulher do faraó desse continuidade.
Eles também esculpiam um outro corpo, feito em pedra, igual ao do faraó, só que um
pouco mais idealizado, bonito, mais jovem, na sua plenitude, que ficava ao lado da
múmia. Se esta fosse violada o faraó teria um outro corpo. Esta escultura sempre vai
ter o rosto esculpido idealizado, mas com as características do faraó. A múmia depois
de pronta nunca mais poderia ser vista e nem tocada. Ela então, seria colocada na
pirâmide e esta bem fechada. Se ela fosse profanada a alma iria ficar sofrendo pelo
resto da eternidade. Para evitar que fossem tocadas, roubadas e profanadas é que
iriam ser colocadas em monumentos colossais que seriam as pirâmides. O túmulo é a
pirâmide, e a estátua do morto que era colocada ao lado da múmia é chamada hoje em
dia de “o duplo”.
A etimologia da palavra pirâmide:
É uma palavra de origem grega onde “piro” quer dizer fogo e “amid” quer dizer está no
centro, isto é, fogo está no centro.
A pirâmide é um tipo de construção que proliferou no Egito muito mais do que se pensa,
e em alguns lugares da terra também. Tem pirâmide na China, na América do Sul,
Central, Peru, México, etc. Em todo o mundo aparece pirâmides feitas em épocas
diferentes.
Na terceira dinastia, no Egito, foi construída a primeira pirâmide, que é a primeira
pirâmide dos degraus. Foi construída em Sacara. Ela tem 121 metros de base e 60
metros de altura. Dois séculos depois foram construídas as famosas pirâmides de
Quéops, Quefrém e Miquerinos, na planície de Gisé, no Egito (que hoje é o Cairo).
Não há um consenso de como foram construídas as pirâmides.
A pirâmide de Quéops é a maior das 3, tendo 146 metros de altura, a base é do
tamanho do “Maracanã”. Na construção foram empregadas 2.600.000 blocos de granito
e calcário. Cada bloco pesa de 2 a 20 toneladas.
Na região não haviam pedras. Esses blocos eram trazidos de uma região há 1000 km
de distância. Esse local onde existiam pedras se chamava Assuã. Onde hoje tem a
famosa represa de Assuã.
Gisé, local onde foram construídas as pirâmides, é um altiplano rochoso (que não se
mexe). Desde 3500 A.C. até hoje não houve nenhum terremoto, construção. Está tudo
perfeito até hoje. Eles pensaram muito antes de construírem as pirâmides.

Os historiadores acham que a forma mais certa daquelas pedras chegarem seria
através de barcos pelo Rio Nilo, onde cada barcaça levaria 2 pedras amarradas

18
embaixo da água para que ficassem mais leves. Só que durante todos esses séculos
nenhuma pedra foi encontrada no Rio Nilo.
Não existe nenhum elemento de ligação como o cimento ou argamassa para unir ou
sustentar essas colunas de pedras nas pirâmides. Os blocos eram sobrepostos
somente através de cálculos matemáticos absolutamente precisos.
Para esses blocos ficarem sobrepostos perfeitamente encaixados, eles tinham que ser
polidos de uma forma manual. Hoje somente o raio lazer conseguiria deixar a superfície
tão lisa.
Essas pirâmides eram totalmente racionais.
“O vértice da grande pirâmide corresponde ao polo e o perímetro do Equador, na escala
exata. Cada lado da pirâmide foi projetada para corresponder a curvatura de 1/4 do
hemisfério norte.”
Algumas pirâmides eram fechadas no topo e outras abertas. Existem muitas portas
falsas e corredores falsos que não levam a nada para, só para proteger o faraó.
obs:
Há 6 anos atrás saiu na Geográfica Universal, que os franceses fizeram um buraco
próximo à base, na lateral, e deixaram cair uma ferramenta, a qual flutuou. Não tinha
nenhuma gravidade. Após muitas pesquisas descobriram que em Maio a cada dois
anos naquele local não tem gravidade.
Quando descobriram a pirâmide de Quéops já não tinha mais nada dentro, pois já tinha
sido violada.
Todas as 3 maiores pirâmides e as outras 70 que tinham no Egito já tinham sido
violadas e roubadas.
Os historiadores acham que as pirâmides foram construídas através de montes de terra
ao lado da construção para apoiar as pedras para serem erguidas. Até hoje as
construções são um mistério. As construções civis perto das pirâmides, quase nada
restou até hoje. Elas não eram tão importantes quanto os templos. O que ficou de
melhor está localizado perto das pirâmides.
A pirâmide de Quéops tem uma força, uma energia, que tudo que está localizado
próximo num raio de 200 metros não morre, não apodrece, mumifica. Se for colocado
água quente sob o sol, esta ficará gelada.
As moradias descobertas próximas às pirâmides eram construídas em alvenaria e
pedra. Todas tinham terraço com cobertura. Os moradores passavam a noite no terraço
tocando música, cantando. Não chovia nunca. Eram todos de classe média. As janelas
eram abertas para o pátio interno.
Depois das pirâmides o que existe de mais fantástico é Karnak e Luxor, são dois
templos ligados entre si localizados na cidade de Tebas.
Estando no Cairo pega-se um avião às 5hs. da manhã até Tebas. Uma distância como
se fosse de São Paulo à Salvador. É um calor infernal.
Esses templos foram construídos através de 3000 anos. O templo é do tamanho de
Manhattan.
Do outro lado do Nilo está o outro templo da rainha Hasétsud. Foi uma rainha poderosa
que conseguiu unir o alto e o baixo Egito. O palácio era fantástico. Ela era uma rainha
faraó. Tinha silos de cajal, 150 leitos para os maridos, porque era feito para a
eternidade.

19
5a. e 6a. AULA

PERÍODOS DATAS DINASTIAS


(aproximadamente)
Idade Neolítico 5000 a 3000 A.C. Pré dinástico

Império Tinita/Capital Tinis * 3000 a 2778 A.C. I - II

Antigo Império/Capital Menfis * 2778 a 2263 A.C. III - VI

Primeiro Período Intermediário 2263 a 2040 A.C. VII - X

Médio Império/Capital Tebas 2040 a 1680 A.C. XI - XIV

Segundo Período Intermediário 1680 a 1085 A.C. XV - XVII

Novo Império/Capital Tebas 1085 a 980 A.C. XVIII - XX **

Baixa Época - Reis Líbios 980 a 332 A.C. XXI - XXX

Persas, Assírios

Época Grega/Capital 332 a 30 A.C. Ptolomeus ***


Alexandria

* Fase das Pirâmides


** Auge do Egito
*** Época da Cleópatra

20
Comentários sobre os livros:

Karnak e Luxor e Castelos do Vale do Luar (Chambord Cheverny)

Continuação sobre o Egito:

Técnica da pintura Egípcia:


Tudo o que os egípcios desenhavam, faziam primeiro o esboço em pedras arenosas
chamadas de ostrakas (porque a pedra parecia com uma concha). A partir desse
esboço eles elaboravam a obra definitiva sobre a parede, muro, madeira. Primeiro eles
faziam um reboco grosso sobre a parede, depois passavam uma massa fina de gesso
sobre o reboco. Pegavam um pincel fino feito de bambu e desenhavam no gesso ainda
úmido. Após secar colocavam a cor. A pintura não tem nenhum efeito de luz e sombra,
era chapada, cores planas.
A cor vermelha era dada pelo óxido de ferro. Faziam com goma arábica e clara de
ovo.
O azul era feito com o pó raspado do lápis lázure e misturavam também com goma
arábica, clara e um pouco de óleo de amêndoa.

A mitologia egípcia lida muito com o demônio. A lua era o demônio para eles. O sol era
o divino.
Na iluminação da arquitetura egípcia não há quase janela, ela só aparece
excepcionalmente. Nos templos egípcios a iluminação é importante porque vai haver
uma abertura para passar a luz do sol somente no que for divino, propositadamente,
sobre as esculturas dos deuses, que estão dentro da pirâmide e que tem ligação com o
sol. Os deuses que tem a ligação com a lua vão ser iluminados pela luz da lua.
As esculturas estão sempre fechadas no escuro e só vão ser clareadas naquele
momento quando a luz passa por aquela abertura.
A luz vai ser feita pela mão do homem, por assim dizer, ele é que vai deixar iluminar o
que ele quer. A organização da iluminação inteira dos templos era um verdadeiro “mis
en cène”.
Os gregos foram estudar a iluminação dos teatros com os egípcios.
Existia muito pouca madeira, não tinha andaime. Eles faziam buracos nas paredes, sem
muita divisão, e com madeira para arrematar. Os buracos seriam as janelas com a
função de projetar o canhão de luz ,“o sol”, em cima do que eles quisessem. E durante
a noite eles tem outros buracos para passar a luz da lua, para iluminar os outros
deuses.
Tudo era muito sofisticado. Existia entalhes para o escoamento de águas pluviais. Só
que lá não chovia, mas era feito como precaução para o dia que chovesse.
Os Obeliscos vão ser importantes no Egito, que vem da palavra grega “obelos” que
quer dizer coluna terminada em ponta. Eles erguiam o obelisco quando ganhavam uma
guerra como se fosse um troféu. O faraó mandava fazer o obelisco de mandava deixar
gravado o nome dele, ou então o nome do deus a quem tinha dedicado o obelisco. Isso
é uma característica do antigo império.

21
Geralmente todos os obeliscos vão ser para comemorar algum feito político ou alguma
homenagem que o faraó desejava celebrar. Nunca foi compreendido como eles foram
construídos. Eles eram altíssimos, feitos de mármore, colocados sobrepostos sem
andaime, atingindo equivalente a um prédio de 10 ou 12 andares. Os historiadores
acham que construíam rampas de areia ao lado até chegar na altura, ou uma espécie
de catapulta para erguê-lo.
Quando Napoleão foi ao Egito ele pegou aquele obelisco de Karnak e Luxor e levou até
a praça da Concórdia, na França. Também tem um obelisco na praça Navona. Hoje em
dia quase em todos os países tem obelisco do Egito.
Hoje , no Egito, só tem quatro obeliscos. Todo o resto foi retirado. Alguns foram levados
por estrangeiros conquistadores, ou foram destruídos por terremotos, ou afundados em
solo.
Em Karnak 10 obeliscos foram destruídos. Tem um obelisco muito bonito em Karnak,
da rainha HATSEPSUT, que foi feito em sua homenagem medindo 42 metros de altura
e nele está escrito tudo sobre a sua vida. Ela era uma faraó muito poderosa que uniu o
alto e o baixo Egito. O seu palácio fica no Vale das Rainhas. Era uma rainha que tinha
Silos de Cajal, de peruca, 150 leitos para os seus maridos. Tinha câmaras frigoríficas
embaixo com mais de 200 animais, bois, cavalos, etc, abatidos congelados em
conservação, no meio daquele deserto. A água do Rio Nilo vinha canalizada e quando
chegava lá estava gelada conservando assim esses animais para o futuro da vida dela.
Tinha mais de 200 pares de sapatos, sandálias.
Ela foi sucessora do seu pai. Teve mais de 7 maridos. Viveu até mais ou menos 70
anos. Alguns maridos ela mandou matar e casou também com o filho dela.
Obs: O Shampoo apareceu no Egito para a Hatsepsut que tinha um cabelo muito feio
(por ser descendente de preto). Descobriram um shampoo e condicionador feito de
papiro (que solta um sebo) e adicionaram flores para perfumar. Tinham cremes feitos
de leite de cabra. Tomavam banho de leite para clarear a pele e a gordura era
acondicionada em potes feitos de lápis lázure, também para a pele. Tinham sombra
azul para os olhos e cajal para o contorno. Tingiam o cabelo de Rena, onde aparece
pela primeira vez. A mulher realmente era muito bem conceituada na vida privada. Os
maridos dividiam as tarefas, mesmo sendo faraó. O rei e a rainha apareciam abraçados.
Muitas vezes aparece a rainha abraçando o faraó como se estivesse protegendo-o.
Tinha ourives que só faziam jóias para as mulheres. Muito metal, ouro, prata. Faziam
muita coisa para o cabelo e usavam muito pente. Faziam muita coisa com formato de
gato porque era um animal muito forte, misterioso, esperto, bonito, cheiroso para eles.
O homem egípcio usava brinco de argola na orelha. No Metropolitan tem uma escultura
de um homem egípcio com uma argola na orelha e pendurado nela um gatinho.

Vai aparecer o FARAÓ AMENOFIS IV no novo Império que vai mudar completamente
a religião e a arte. Ele briga com os sacerdotes porque estes estavam ganhando
dinheiro vendendo fórmulas, inscrições para a vida eterna, livros dos mortos. Era uma
indulgência daquela época. A religião estava virando um comércio. Então Amenofis IV
disse que para ele só um deus era supremo o “ATON”, deus do sol. Ele disse que deus
tem que ser só um. É a primeira tentativa do monoteísmo. Então ele vai mudar o seu
nome para AQUENATON (onde sufixo aton é “deus do sol”) .

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Vai mudar também a arte não querendo que sigam mais a lei da frontalidade. E ele vai
querer que o pintem sem idealizá-lo. Ele tinha uma cabeça bem comprida. O rei, a corte
e a rainha foram esculpidos de forma realista, sem “endeusar” ou idealizar. A mulher
dele era belíssima e se chamava NEFERTITE. Vai querer que suas filhas, ele e sua
esposa ficassem bem natural nas esculturas, no colo, se abraçando. Antigamente isso
jamais seria feito. Mostra a sua fragilidade humana, sendo pintado com bengala para se
apoiar. São cenas domésticas. Vai ser a única vez que poderá ser visto isso no Egito,
somente no Novo Império. Essas cenas em outros impérios eram consideradas um
desrespeito com a família real e, para ele, o respeito era mostrar a realidade como ela
era. Ele não vai ser reverenciado como um deus, mas como um homem. Esta arte vai
ser de cunho realístico que vai durar por todo o reinado dele. A NEFERTITE,
considerada “A BELA”, vai ter seu rosto muitas vezes esculpido.
Vai ter um refinamento de etiquetas de como se portar socialmente, uma nova maneira
de ser.
Ele vai ser um revolucionário inovador que muita gente não vai gostar.
Assim que ele morre tudo volta a ser como era.

TUTANKAMON, sucessor de AMINOFIS, foi ser rei aos 9 anos de idade.


Aminofis teve quase todas as filhas doentes, de cabeça comprida e eram bem magras.
Os filhos não tinham condições físicas de serem faraós. Eles casavam muito entre
parentes. O parente mais próximo vai ser Tutankamon com 9 anos e que irá morrer aos
18 anos. Não vai ser um faraó muito rico por ter sido faraó por pouco tempo. Esse
túmulo dele no Vale dos Reis foi a maior descoberta arqueológica do Egito.
Em 1922 Haward Carter chegou perto do Cairo e descobriu um sepulcro. Como ele era
inglês, teve que escrever para a Inglaterra para saber se podia abri-lo ou não. Chegou
lá, era uma porta lacrada e ficou esperando naquela época por mais ou menos 18
meses por uma resposta em carta vinda de navio pois não havia avião naquela época.
Ele conseguiu a permissão e abriu a porta.
Obs.: Tem um filme que conta essa história “A maldição da múmia”(?). Quando ele
entrou na ante-sala com mais 3 britânicos e uns 20 egípcios, descobriram o maior
sepulcro do século, até então nunca visto. Até ele chegar na última sala levou 6 anos
cavando e descobrindo só maravilhas e riquezas. Só na antecâmara encontrou 700
peças, inclusive um rico trono de ouro. Tinha 2 estátuas de 2 metros de altura de ouro
maciço, carruagens de ouro e prata. Vasos de 1,5m de alabastro. Muita coisa de coral,
turquesa. Arcas repletas de roupas do tamanho de um container. A múmia real
Tutankamon era protegido por 3 sarcófagos, sendo a última de ouro maciço. Está no
museu do Cairo. Era uma época de esplendor da civilização egípcia.
Quase todos os túmulos, 90 % foram violados, porque todos sabiam que tinha uma
grande riqueza.
Haward Carter ficou muito rico e muita coisa foi para a Inglaterra. O sarcófago, a múmia
e algumas coisas ficaram no Egito. Muita gente começou a morrer de maneira estranha,
outros de doença que mais tarde foi constatado fungo (manchas na pele que
degenerava o tecido) por ter ficado 5000 anos fechado. Todos da expedição morreram.
Ele foi o último a morrer.

23
RAMSÉS II, sucessor de Tutankamon, é um grande faraó que vai ter uma grande
autoridade imperial. Ele é um grande arquiteto e tudo o que construía era o mais alto.
Estátuas de proporções gigantescas. Ele é da época do Novo império e depois Baixa
Época.
Ele vai fazer uma avenida como uma via expressa, perto da represa de Assuã, e 86
esculturas de aproximadamente 2 metros de altura cada ladeando a represa com um
espaço entre elas de 1,2 metros. Teria mais ou menos 12 km. São esculturas todas em
pedra, onde ele após morto passearia até o seu túmulo.
Karnak e Luxor tem vários templos, os mais importantes foram construídos por Ramsés
e Amenofis. Os dois templos mais importantes de Karnak e Luxor eram destinados aos
deuses Amon e Rá e ligados entre si por uma monumental avenida.
A pintura de Karnak e Luxor é o auge da pintura Egípcia.
Karnak e Luxor são ricas em obeliscos. Levaram séculos para serem construídos e
passava de faraó para faraó. As colunas mais importantes do Egito são as de Karnak e
Luxor. É aqui que vai aparecer pela primeira vez no mundo as colunas. Os gregos vão
até o Egito para aprender sobre as construções.
Ao lado de Karnak e Luxor tinha um grande lago. Só quem podia entrar no templo de
Karnak e Luxor eram os iniciados. Na primeira sala entrava o povo todo, na segunda
sala o povo ficava do lado de fora e entravam só os iniciados e na terceira sala
entravam os iniciados, o faraó, a faraó, os sacerdotes e a família toda. Lá eles ficavam
trancados sempre (com números de final 7) como 17 semanas, ou 27 semanas,
dependendo do que fossem fazer. Começavam as pesquisas de sexo, magia, como
uma busca ou necessidade de se saber tudo. Os valores morais eram outros. Não são
bacanais, como ocorria na Grécia, mas uma pesquisa séria. Faziam testes de mistura
de sangue, sexo de todas as formas. Na busca de uma coisa que fosse melhor para
eles. Depois de acabar toda essa reunião, após ficarem também um tempo em jejum,
eles saíam e iam se limpar nesse lago, na lua cheia, onde todos estavam trajados de
branco. Após tomar banho no lago eles deixavam a roupa suja lá e vestiam outra roupa
branca, voltando novamente para o templo para dormir e no dia seguinte sairem de lá.
Eles entravam no templo como uma procissão. Muitas vezes eles iam para Karnak e
Luxor através do Nilo como se fosse uma imensa apoteose. O estudo dos deuses do
bem e do mau era feito em Karnak e Luxor. Eles faziam até oferenda de crianças e de
seus próprios filhos.

Depois da morte de Ramsés II começa a chamada Baixa Época, quando o Egito vai ser
dominado pelos persas, assírios e aí nunca mais durante toda a antigüidade o Egito
voltará a ser uma nação tão importante e independente como era.
Depois dos persas chegam os gregos chefiados por Alexandre Magno, vindo da
Macedônia. É o primeiro grego que chega a reinar o trono Egípcio. Aí vai aparecer o
Marco Antônio, a Cleópatra. Ele vai fundar, à beira do Mediterrâneo, a cidade de
Alexandria.

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Alexandria vai ser o encontro das culturas ocidentais e orientais, que são a grega e a
egípcia. É a tentativa de uma coexistência entre o estilo egípcio que é próprio, único, e
o grego com aquele escândalo artístico, com toda a sua beleza. Surge então esculturas
híbridas com rosto grego e corpo egípcio. Aos poucos as formas artísticas passam a
conviver cada uma com seu mundo próprio. A escultura grega vai ser independente da
escultura egípcia.

Entre 332 A.C. até 30 A.C., os gregos permanecem no Egito. Cleópatra em 30 A.C.,
última dos Ptolomeus suicida-se depois de ser derrotada pelos romanos. Estes brigam
com os gregos e com os egípcios. Vão lutar com Cleópatra e ela vendo que vai perder
pega uma cobra venenosa deixando-a picar e morre.

A ruptura final da tradição egípcia cultural, como essas pinturas, esculturas que
estamos costumadas a ver, o fim do Egito como civilização, vai ocorrer no IV século da
nossa era quando o Cristianismo está no auge. Quando o Cristianismo chega para valer
no IV século, vão acabar todos os templos egípcios, vão quebrar quase tudo o que
existia aí e na Grécia. Eles não vão aceitar nenhum outro deus, pois “Cristo” é um só
deus.
No século XIX, Champollion, sábio francês, consegue decifrar os hieróglifos e com isso
ele vai permitir que a arqueologia dê um salto fantástico no século XIX.
Numa visão retrospectiva da história de civilização e da cultura que esse povo alcançou,
mostra o legado para o mundo futuro, tanto nas artes e nas ciências, como na
organização política e social.
O Egito foi a primeira nação a centralizar os poderes do Estado em uma só pessoa, o
faraó. Eles desenvolveram a matemática, a astronomia, a química, fizeram um
calendário solar, um mapa dos céus. Na medicina, os médicos egípcios especializaram
em realizar um trabalho de grande valor na descoberta de droga para dor e nas
doenças. Tinham uma espécie de antibiótico que era quase que a penicilina nossa. Não
deixaram a fórmula.
No setor cirúrgico as maiores conquistas deles foram fantásticas, como por exemplo a
mumificação que foram se aperfeiçoando durante milênios.
Hoje só ruínas restaram, porém para “Mali”, elas parecem que possuem vida. Elas nos
falam da glória de uma nação de um povo que não queria morrer, mas que infelizmente
morreu.
Tudo o que eles fizeram foi para a eternidade.

6a. AULA

Apresentação de vídeo:
NATIONAL GEOGRAFIC VÍDEO
EGITO: EM BUSCA DA ETERNIDADE
Vídeo Arte do Brasil
Tel.: 852-6301
883-1193
64-7366
Rua. Gumercindo Saraiva, 54 - Jardim Europa

25
7a. AULA

O termo “clássico” surgiu na Grécia.


Vamos usar o termo “estilo clássico” quando se quer dizer de beleza, excelência. E,
quando se fala em “antigüidade clássica” , estamos nos referindo a Grécia e Roma e
nunca ao Egito.
Os antigos gregos, seja pelo idioma grego que falavam, pelos costumes ou pela religião
deles, se sentiam diferentes dos outros povos.
Os gregos dividiram a humanidade em duas partes: os “Helenos” que eram os
habitantes da Grécia e os outros eram chamados de “Bárbaros”.
A essência do Helenismo era, na realidade, social e cultural. O grego, entre todos os
povos do mundo antigo, é o que realmente vai refletir o espírito do homem ocidental.
O “homem” de hoje é o Grego. Nenhuma outra Nação no mundo teve tão forte devoção
pela liberdade e uma crença tão firme nas realizações humanas. O grego dava muito
valor ao Homem. Os gregos glorificavam o homem como a mais importante criatura do
universo. Eles recusavam a se ajoelhar diante de deus porque o homem era
considerado mais importante. O homem é o centro de todas as coisas e do universo.
No Egito acontecia exatamente o oposto.
Os gregos exaltavam a razão de uma forma tal que eles conseguiam superar a fé. E é
por causa disso que existem tantos deuses. Os deuses tinham que ter a forma humana.

“Nada em excesso”, é o lema do grego que quer ver tudo claramente, simplesmente e
sem adornos. Por conseqüência, tanto a escultura quanto a arquitetura encarnavam os
ideais de harmonia, ordem, moderação e proporção, significando “nada em excesso”.
Os gregos não procuravam nem o paraíso e nem o inferno. Os deuses gregos tinham
feições humanas porque a beleza estava na forma do ser humano.
Foi nessa civilização que surgiu OMERO, ARISTÓTELES, SÓCRATES, FIDIAS,
ICTINOS, PLATÃO (que escreveu “A República”), PITÁGORAS (dizem que ele deu
o nome de “filosofia” à filosofia), PÉRICLES e muitos outros para quem o homem
era a medida para todas as coisas. A partir do homem você constrói tudo.
A arquitetura grega é a mais familiar de todas para nós do que qualquer outra
arquitetura de qualquer época no mundo. As casas não tinham a menor pretensão de
serem muito suntuosas. Os Templos eram fantásticos e super importantes.
As casas não eram importantes porque eles não tinham reis e nem governantes.
Fizeram magníficos prédios, chamados “templos”, para protegerem as estátuas dos
deuses. Esses templos famosos eram como se fossem esculturas para eles. Tudo
muito bem organizado, bem feito, proporcional, e sempre construídos em locais
elevados acima das cidades, nas Acrópoles (que quer dizer acima das cidades).

Platão falou o seguinte sobre os templos:


“O templo deverá ser um ponto visto à distância e em aberto. É uma verdadeira
elevação à virtude, ao amor e ao prazer de ver”.

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O Grego tinha que se maravilhar com tudo, que era o caminho da virtude. Ele tinha que
ver só beleza. A estética vai aparecer aqui, na Grécia.
Os templos eram primeiramente feitos com troncos de madeira. Tempos mais tarde irão
fazer essas colunas, sempre em mármore, com caneluras, para imitar os veios das
toras de madeira.
O tipo Dórico é a coluna que sai direto do chão, é mais grossa, com caneluras e em
cima é reto. Vai dar o nome a tudo aquilo que se parece com ela de “arquitetura dórica”.
É chamada também de coluna masculina, por ser mais robusta.
Coluna Jônica : Elas são mais fininhas, com caneluras, saindo sobre uma base e no
topo tem um desenho denominado “voluta”.
A voluta vai ser muito usada também depois no Barroco.
A época mais fantástica da Grécia será em 350 A.C., chamada de época clássica. É
quando surge a arquitetura, o teatro, a arte, e tudo o que gostamos até os dias de hoje.

27
11a. AULA

Vídeo sobre Monet:


“The painter of Light
Monet at Giverny.”
Amadis

Comentários sobre os livros:

David Hockney. Marco Livingstone


Artista Pop, inglês. Pop vem de popular. Artista dos anos 60 para frente. Vai se
apropriar do popular, o que é feito em série, industrializado, o que se usa todo dia e
fazer disso uma arte. Vai até Los Angeles e lá descobre que todo mundo tem piscina e
ficando fascinado vai fazer uma série de obras sobre isso. É um artista homossexual
assumido, o que influencia a arte ao pintar muito homem nu. Caravaggio, no Barroco,
também fez a mesma coisa.

Cláudio Tozzi. O universo construído da Imagem.


Jacob Klintowitz - Valoart S.A.
Artista brasileiro, nascido em São Paulo. Está fazendo hoje um abstracionismo quase
geométrico. Faz trabalho em acrílico, com cores bem fortes (vermelho, azul e amarelo),
com construções e recortes. É um grande pesquisador. Fez o painel da estação do
metrô da Sé. Teve várias fases em sua carreira.
Fez uma instalação com um cilindro de alumínio onde vai refletir o desenho de um nu
que está abaixo, em uma escala bem aberta.

Balthus. Atanislas Klossowski de Rola


Harper & Row
É artista inglês e seu trabalho está no Metropolitan e no Louvre. Morreu no final do ano
passado. Sua pintura é muito estranha. Não é impressionista, surrealista,
expressionista, etc. Sua forma de pintar é única. Pinta muito as ninfetas. Não chega a
ser surrealista. Ele era casado com uma japonesa muito bonita que vai retratá-la e
influenciar muito sua arte. Vai usar muito os tons pastéis.
Retratou também Joan Miró.

Goya - Eyewitness Art. Esta tendo uma retrospectiva no Metropolitan do Goya e do


Rembrandt, para mostrar quais são os quadros verdadeiros e quais não são.
Este livro é muito interessante pois mostra a vida do pintor e como ele pintava. Mostra
desde o Goya acadêmico até o Goya expressionista.
Pode-se levar uma vida para o pintor descobrir o seu estilo. Picasso é que teve sorte
em descobrir o cubismo quando era jovem antes dos 30 anos de idade. Foi cubista
somente 5 anos e depois fica indo e voltando para este estilo. Pintou até os 92 anos.

Van Gogh - Eyewitness Art

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Monet - Eyewitness Art
No MOMA de Nova York tem um painel imenso das ninféias de Monet e atrás desse
painel pode-se admirar a vista de Nova York.
No Metropolitan também tem um templo Egípcio ao mesmo tempo em que se vê o
Central Park do lado de fora.
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Slides sobre a Grécia

Deus de 3 cabeças que estava no Parthenon


Deusa em mármore da época clássica. Figura idealizada.
Jovem da época clássica por estar apoiado sobre um tronco.
Duas Amazonas da mitologia Grega. Hoje em dia os historiadores estão
chegando a conclusão de que essa história era verdadeira.
Templo redondo THOLEI próximo a Delfus
Templo Jônico
Templo Dórico, com Frontão e Métopas.
Deus Pan e Eros, escultura clássica
“Diana a Caçadora”
Escultura helenística em bronze com olhos de pedra
“Vitória de Samotracia”, helenística, está na subida do Louvre. Esta estátua
era localizada na proa do navio. Não tem cabeça e a roupa está colada em
seu corpo mostrando a transparência. Foi achada numa região chamada
Samotrácia, submersa em um rio.
Obs.: As três damas do Louvre são: Vitória de Samotrácia, deusa de Millus e a
Monalisa.
Jovem esculpido em bronze
Escultura helenística de um menino que está no Museu Nacional de Atenas
Templo de Apolo que está no meio de Atenas
Escultura clássica do Deus Baco (deus do vinho)
Escultura helenística de Sócrates
Escultura helenística do rosto de um boxeador cujo nariz está deformado.
Feito em um mármore não polido misturado com calcário. Foi pintado.
Templo em Atenas (Nike Atena)
Coluna Corintia
Teatro de Epidauro, com acústica perfeita.
Detalhe do Templo Parthenon, um friso feito em alto relevo onde mostra a
procissão das virgens com as oferendas para a deusa Atenas. Este friso foi
tirado e levado para o British Museum.
Mais detalhes sobre o Parthenon, em alto relevo.
Deusa carregada dentro da água, onde pode-se notar a transparência da
roupa. Período clássico.
Escultura helenística de um Deus
Três deuses (menos importantes) conversando no Olimpo. Está no British
Museum. É feita em alto relevo.
Mosaico grego que retrata sobre a mitologia, os deuses. Como tudo era feito
para a mitologia, provavelmente a pintura também tinha motivos mitológicos.

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Pintura feita em Pompéia (toda arte romana é cópia da grega)
Sandro Botticeli, na época de Pompéia, ficou encantado com essa pintura e
se inspirou para fazer a “Saudação da Primavera”
Atenas, vista de Acrópoles e do Parthenom
Vista de Atenas
Subida da Acrópole e vista da primeira Pinacoteca
Parthenon, Dórico, com frontão e oito colunas de frente com 17 colunas nas
laterais e sua construção ligeiramente curva para ser vista reta de longe.
Tinha a deusa de Atenas dentro. Foi implodido por uma granada.
Cariátides, são estátuas de mulheres que estão sustentando o mundo. Estão
localizadas em um templo pequeno e apenas uma é verdadeira e as outras são
réplicas. Está no British Museum.
No centro da coluna grega tem o “dentelo”, que é um espaço para colocar
um cilindro de madeira onde é encaixado e serve para segurar os pedaços
de colunas que são sobrepostos.
Escultura de um homem no meio das ruínas de Atenas.
Não só os encaixes mas todos os dentes são chamados de dentelos, e estes
são das caneluras vistos por cima.
Museu que fica embaixo do Parthenon.
Vista do Parthenon à noite
Entrada da acrópoles vendo o Parthenon por trás
Porta de Adriano
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Continuação da aula: o Gótico

O termo Gótico vem da palavra GODOS que vem de Bárbaros.


O Renascimento classifica de “bárbaros” os Góticos. A idade Média é a época do
Gótico. Vai surgir uma coisa fantástica na Idade Média que são as Catedrais Góticas.

Pré-história é 400 séculos A.C. (40.000 anos A.C.)


Egito no auge 3.500 A.C.
Grécia no auge 350 A.C.
Gótico 1100 D.C.

Entre a história da Grécia e o estilo Gótico, temos a história de Roma, onde a


descoberta do Arco será o único acontecimento importante da época.
O Gótico só existe na Europa. Fora da Europa pode existir somente o “Estilo Gótico”.
O Gótico começou na França por volta de 1100, no norte de Paris, na ilha de La Citè
com A Catedral de Notre Dame.

A arte Gótica vai nascer com as cidades. Ao ser construída a Catedral Gótica, que leva
de 200 a 300 anos, as cidades começam a nascer ao seu redor devido ao número

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grande de pessoas que trabalham na construção. A cidade de Chartres nasceu com as
pessoas que foram chegando e morando ao redor da catedral.
As Catedrais Góticas vão ser verticais, enquanto que os templos gregos horizontais.
Tanto a Catedral Gótica quanto o Templo Grego tem uma arquitetura fantástica. O
templo grego é só para ser visto. A Catedral Gótica é para o homem rezar dentro.
A Catedral vai ser vertical que é para “levar” você para o céu.
Obs.: A Basílica da Catedral é renascentista.

O Gótico Francês é bem diferente do Gótico Italiano, Espanhol, Inglês, Português. Ele
são muito diferentes entre si.
O gótico, em seu esplendor, é como uma gaiola de vidro e de pedras.
O peso das paredes cedem o lugar aos vitrais, dando leveza à construção.
A catedral Gótica é muito grande e não dá para abrangê-la com um só olhar. A forma
de vê-la é fragmentada. É quase que uma visão cubista.

Em 1840 ao redor da Catedral de Notre Dame existia muitas casas medievais que
foram retiradas ao seu redor para que ela fosse vista melhor de longe.
Para ver a Catedral de Notre Dame devemos começar a vê-la de frente, indo depois
para o lado esquerdo, até o fundo, para o lado direito e por último atravessar o rio Sena
pela ponte para vê-la do outro lado.

50
12a. AULA

Comentários sobre os livros:

MONDRIAND AND DE STIJL


Serge Lemoine - Universe

KLIMT
Frank Whitford
World of art

KLIMT ET VIENNE
S. Rasponi
Celiv

RENOIR
par Daniel Wildenstein
à l’école des grands peintres
“Papa” do impressionismo. Teve uma fase bem diferenciada, fazendo a pintura bem
detalhada, chamada de fase Raphaelista.

CATALOGUE OF THE COLLECTION


Whitney Museum of American Art
O museu Metropolitan, que tem 2 milhões de obras, não aceitou a doação de uma
coleção de arte contemporânea possuída por uma mulher chamada “Da. Glória”. Ao
redor de 1910, Da. Glória resolveu abrir o Whitney Museum para expor essas obras.
Este museu fica em New York na Madison Ave.

de VAN GOGH à MONDRIAN


l’art aux Pays-Bas
Beaux Arts - Paris Musees
Mostra a pintura de Van Gogh até chegar à Mondrian.
Mondrian e Van Gogh são holandeses. Mostra as influências de Mondrian na
arquitetura.

KLEE
Will Grohmann
Ars Mundi
Pintor que lida com símbolos, da mesma forma que Miró. Vai lidar muito com veladuras.
Pinta uma camada em cima da outra por diversas vezes. Tem muito no MOMA de New
York.

TURNER

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VÍDEO

ORSAY painting, sculpture, objects d’art, photography, architecture


ODA, 1990
Musée d’Orsay
Réunion des Musées Nationaux
Centre National de la Cinematographie
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Continuação sobre o Gótico:

A Catedral Gótica é super importante e é uma das coisas mais importantes que os
franceses fizeram além do impressionismo.
A Catedral de Notre Dame de Paris é uma das primeiras Catedrais localizada na Ilha de
La Citè, onde começou a verdadeira Paris. As primeiras pessoas que viveram na
França, foi em Paris. Paris foi o começo da França, na ilha de la Citè.
Ela parece flutuar através da vista do Rio Sena, pelo fato de não existir nenhuma
construção ao seu redor desde 1800 e pouco. Nessa época as construções medievais
foram demolidas. Muita gente foi contra na época.
A Catedral de Chartres tem os mais bonitos vitrais. Ela está totalmente povoada ao seu
redor não sobrando espaço para ser apreciada.
O Gótico vai aparecer em vários países. Começou na França, aparecendo depois na
Inglaterra, Espanha, Portugal, Itália (Duomo de Milão) que foi o último a aceitar. Cada
país vai ter uma forma diferenciada de fazer o gótico.

Anterior ao Gótico tem o ROMÂNICO: Próximo de Assis tem muita Catedral românica.
A Igreja do filme “O nome da Rosa” é românica.

CARACTERÍSTICAS DO ESTILO ROMÂNICO:

As paredes são grossas


Na frente da Catedral românica tem rosáceas (foi quando começou a surgir as
rosáceas)
Tem vitrais
Não tem frontão

CARACTERÍSTICAS DO ESTILO GÓTICO:

Tem que ter rosácea


Contraforte (é o que segura a Catedral)
Arcobotante
Gárgulas
Janelas vitrais (muitos vitrais)

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O vitral é fundamental pois vai surgir quando eles descobrem uma técnica de colocar o
vidro no meio da parede de pedra não prejudicando a sustentação do prédio.
O Gótico que é do ano de 1100 DC, não vai existir na América, somente na Europa.
Nessa época as Américas não tinham sido descobertas.

GRANDES OBRAS GÓTICAS:

Itália:
Catedral de MILÃO, início (+/-) 1386. Levou séculos para ficar pronta.
Catedral de ORVIETTO (cidade de ORVIETTO)
Palácio Comunale di BOLOGNA, construída no princípio do séc. XIV.
A construção C’DORO (em VENEZA, próximo a praça de São Marcos) séc. XIII
Palácio Vecchio ou Della Signorina (1298 a 1320) em FIRENZE, tem grandes torres de
vigia que era para convocar os cidadãos.
Esses palácios são todos feitos em pedra ou com mármore que são chamados de
GÓTICO TOSCANO, e estão sempre com campanário.
Eles são chamados de ESTILO PRÉ-RENASCENTISTA OU GÓTICO TOSCANO.
Nessa região da Itália (Toscana) compreende Bologna, Firenze, Veneza, de Leonardo
da Vince, Michelângelo, Dante Alighieri que são considerados do Norte da Itália (os
fidalgos). Geralmente são cidades com a terminação “i”, “e” ou “ie”.

Espanha:
Catedral de TOLEDO iniciada em 1291 e concluída no séc. XVIII
Catedral de SEVILLA iniciada em 1400 e concluída em 1510
Catedral de GERONA

França:
Catedral de AMIENS
Catedral de ANGERS
Catedral de REIMS
Catedral de CHARTRES

Alemanha:
Porta da cidade de LUBECK, fortificada, construída de tijolinho, com vitrais do lado.
Portal da Catedral de BASILÉIA, do final do séc. XII
Catedral de NUREMBERG, construída por Carlos V. O tema é a “Glorificação da
Virgem”. Toda Catedral tem um portal.
Catedral de COLÔNIA (KÔLL)

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Inglaterra:
Catedral de WELLS, com muitas “nervuras” no interior. A catedral inglesa geralmente é
mais baixa do que a francesa. Isso ocorre porque o solo da Inglaterra, de um modo
geral, é um pouco pantanoso não oferecendo uma boa sustentação por estar em cima
do mar e assim provocar muita infiltração de água. Tiveram que diminuir o tamanho da
Catedral Gótica por ela ser muito pesada ficando mais horizontal do que vertical em
comparação às Catedrais do resto da Europa.
A Capela de Henrique VII, na Abadia de WESTMINSTER em LONDRES e onde está
enterrado Henrique VII.
ABADIA DE GLOUCESTER
Capela do KINGS COLLEGE em CAMBRIDGE. A Inglaterra é de religião anglicana não
existindo portanto imagens dentro dela.

Portugal:
Torre de Belém , parece torre militar. Estilo MANUELINO ou GÓTICO TARDIO.
Mosteiro da Batalha , construído por D.João I de Portugal. Início da construção em
1387.
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Apresentação de Slides:
Porta de Lubeck, gótico alemão.
C’Doro em Veneza, gótico tardio, não é toscano. Em Veneza, durante a Idade Média vai
coexistir os estilos Gótico, Barroco e Renascimento.
Campanário em Firenze, Gótico Toscano.
Catedral e AMIENS na França
Catedral de REIMS, na França
Catedral Terragona, o claustro, na Espanha
Catedral de Saragosa, na Espanha
Mosteiro de São Bento, em Portugal
Portal de uma catedral com esculturas em alto-relevo
Vitral do Mosteiro da Batalha, em Portugal.
Catedral de Wells, em Cambridge
Interior da Catedral de Wells
Toledo, onde nasceu El Greco
Esculturas da Idade Média, são santos estáticos que não tem muita expressão e os
trajes cobrem todo o corpo. A igreja católica não permitia que aparecesse santo com
emoção. Cristo está sempre descalço para pisar e sentir a Terra. Todas as pessoas que
são mais importantes estão do lado direito da igreja e as menos importantes do lado
esquerdo. Não existia a imprensa e porisso eles tinham que documentar desenhando
tudo.
Catedral de Notre Dame de Paris (tem 3 portais)
Catedral de Notre Dame (vista aérea), esculturas de bronze esverdeado
Nossa Senhora de Paris (escultura), sem expressão
Rosácea da Catedral Norte Dame de Paris
Gárgula da Catedral Notre Dame de Paris

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13a. AULA

Comentários sobre os livros:

L’Art Nouveau
Klaus - Jürgen Sembach
Taschen

Leonardo da Vinci’s Fabulous Machines at Claslucé in Amboise


Edited by Clos-Lucê
Le Clos-Lucé, 37400 Amboise (Indre et Loire)
Val de Loire, France. Tel. 47 576288
Printed in France

Los Pensamientos de Leonardo da Vinci


A.D. Sertilanges O.P., miembro del Instituto
Val de Loire, France

Mary Cassatt
Getting to Know the World’s Greatest Artists
Written and Illustrated By Mike Venezia
Childrens Press - Chicago

ORSAY el museo,
las collecciones
Los grandes museos 5OF
Beaux Arts
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Vídeo sobre a Vida e Obra de Michelangelo
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Dicas de viagem: Ver Capela do Médici em Florença.
Em Off” - A primeira pessoa que comprou a “Monalisa” foi Luís XIV, o Rei Sol, de
Versailles. Leonardo da Vinci morreu na França.
Arte Nouveau - acontece próximo do impressionismo (1874), entre os anos 1880,
1899. É, enquanto arquitetura interna, cansativa e fria. Exteriormente vai ser muito
interessante como pode ser apreciado no metrô de Paris.
Gaudi é arquiteto espanhol e é considerado um grande arquiteto de arte Nouveau. Para
Mali, Gaudi é Gaudi, e não o considera artista da Arte Nouveau. Ele pertence à época
da Arte Nouveau, em Barcelona.
Arte Nouveau que significa Arte Nova, vai surgir em Paris.
Gaudi vai trabalhar com “cacos”, como pode ser visto na “Sagrada Família”.
A Arte Nouveau é uma arte muito sinuosa. No final do século passado tudo que era
feito à mão passou a não ter mais valor, pois o que era feito à máquina passou a ser
fantástico e valorizado. Quem tinha produtos feitos à mão foi se desfazendo, causando
o surgimento de antiquários no mundo inteiro.

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Um grupo cansado da industrialização, da massificação e querendo trabalhar com outro
tipo de coisa, faz surgir a Arte Nouveau.
A Arte Nouveau tem linhas sinuosas, sensuais, redondas e com motivos sempre
relacionados à flora e a fauna de cada lugar. É uma arte feita “à mão” em materiais
como o vidro ou madeira e aplicada também na arquitetura.
O único grande pintor que viveu na época da Arte Nouveau foi o “Klimt”.
Decoração em arte Nouveau é extremamente cansativa.
Tiffany, fantástico artista americano, faz belíssimos lustres em arte Nouveau. Tem
muita coisa dele no Museu Metropolitan.
Na Gare D’Orsay tem muitos móveis da “Arte Nouveau”.

56
Continuação da aula: O Renascimento

“OUSO TUDO QUE UM HOMEM PODE OUSAR, QUEM OUSAR MAIS DO QUE ISSO
NÃO O É”
Lord Macbeth - Shakespeare.

Shakespeare - pai do renascimento.


A frase acima significa que tudo tem limites. É o começo do renascimento quando o
homem descobre que tem de ser ousado, mas respeitando os limites.
Renascimento é expansão, expressão e emancipação.
Expressão: É a invenção da imprensa por Gutemberg.
Expressão implica consciência daquilo que é expresso.
Expressão é uma coisa impressa, através da imprensa que Gutemberg criou e que
permite mandar a informação para o mundo inteiro.
Anteriormente as coisas eram mais faladas do que escritas, já que era muito
complicado escrever. Tinham que escrever muitas cópias para fazerem uma divulgação.
Era muito trabalhoso. Com o advindo da imprensa, a máquina vai fazer milhares de
cópias, facilitando a divulgação e o trabalho.
Emancipação: O trabalhador passa pela primeira vez a ser assalariado. Vai sair do
regime feudal da Idade Média. Passa a ter mais consciência da importância de seu
trabalho, que passa a ser muito mais valorizado. No regime feudal existia a troca de
serviços e mercadorias.
Expansão: É quando o homem descobre a América. Quando todo mundo tinha uma
civilização super organizada na Europa e o homem descobre outro mundo com pessoas
primitivas, sem roupa, com a linguagem muito diferente, praticamente sem organização
social, nada a ver com civilização. É lógico que a visão do mundo e da arte foi
modificada. Teria o mesmo significado da descoberta da existência de um planeta
habitado.
O Renascimento ocorre entre 1400 e 1600 D.C.

APOGEU
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
40.000 A.C. Auge da Pré-história

3500 a 2500 A.C. Auge do Egito (esfinge, pirâmide)

350 A.C. Grécia Clássica ou de Péricles -Construção do


Parthenon na Acrópoles

40 D.C. Roma

1 A.C. a 1100 D.C. Gótico

1400 a 1600 D.C. Renascimento

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Renascimento é um renovar, recomeçar, renascer. Surge da Idade Média onde o
homem não tinha nenhum valor. O “homem” renasce, renova-se e religa-se. O homem
passa a ser o centro de todas as coisas e não mais “deus”, da mesma forma que os
gregos faziam. É um renascer em cima da Grécia Antiga, da antigüidade. É no
Renascimento, período muito forte, que surge a arte de todos os pintores do mundo.
A escultura e pintura nós conhecemos desde a Grécia, mas as pinturas dos pintores
famosos que encontramos nos museus começaremos a conhecer a partir daqui.
O renascimento vai criar uma “nova concepção do homem”, que perdura até hoje.
É neste momento que surge o conceito do individualismo, do homem possuidor de
direitos inalienáveis.
O mundo passa a ser encarado criação de “Deus”. Mas, nada impede que essa criação
de Deus seja feita à serviço da humanidade. Não impede que Deus sirva à humanidade.
Durante a Idade Média “Deus” era poderoso e distante.
No Renascimento, “Deus” existe, é único, mas posso conversar com ele.
No Renascimento a ciência liga-se às técnicas e às artes.
Vão aparecer os “Humanistas”, homens que conhecem tudo profundamente e que
jamais serão especialistas.
A BAUHAUSS, que surgirá no futuro, será uma escola que fará o trabalho em cima do
Renascimento (1929, na Alemanha).
O homem tem que entender de literatura, anatomia, várias línguas, etc.
O “especialista” é o homem do século XX.
Platão vai ser muito importante para eles, porque estão baseados na cultura Grega.
Renascimento é o resultado de um impulso universal, de uma disposição de
espírito, da vontade de mudar a humanidade.
É uma necessidade de uma mudança de ver e sentir.
A Idade Média estava muito parada, estagnada. Não inventavam e não criavam nada.
Viviam muito em função da Igreja. Quando construíam uma Catedral Gótica ficavam
200 anos ao redor daquela Catedral para a sua construção.
Todas as invenções e criações eram feitas em função daquela Igreja. As construções
eram demoradas porque não tinham uma tecnologia desenvolvida. Tudo isso pode
assistido no filme “O nome da Rosa”.
O Renascimento começou em Florença, na Itália.
Depois se alastrou por toda Europa Ocidental dominando o mundo completamente
entre 1400 a 1600 D.C..
Vai mudar muito a relação do homem com a natureza. Vai procurar saber sobre a
natureza, como ela reage.
Essa busca do conhecimento das leis da natureza, é para melhor aproveitá-la às
necessidades do homem. Não é o saber pelo saber pela essência como na antiga
Grécia, é o saber para poder usufruí-la melhor. A ciência liga-se à técnica e à arte.
A medida que a natureza se transforma em uma coisa digna de ser usada, ela passa a
ser valorizada. Até agora a natureza não era valorizada.
O homem tinha horror à natureza pois viviam muito mal. As cidades pegavam fogo, pois
as casas eram feitas de madeira. As pessoas morriam de frio e dormiam mal com as
casas de madeira. Em locais muito ensolarados as pessoas morriam de calor. A
natureza era uma coisa muito nefasta.
De repente, no Renascimento, eles percebem que a natureza pode ajudar muito.

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Vão estudar o vento dando o surgimento dos moinhos de vento. Vão estudar a água,
aparecendo as represas. E vão estudar uma série de coisas que até agora não tinham
estudado. Passam a pintar a natureza nos quadros porque vão valorizá-la e
adequar-se à ela.
Eles não vão imitar os antigos, mas complementá-los. Vão se basear nas melhores
idéias dos antigos, o que existia de melhor. É um renovar em cima da Antigüidade,
sem imitá-la.
Para Mali, o quadro “Adão” que está na Capela Sixtina, pintado por Michelangelo, é o
símbolo do Renascimento. Esta obra é o momento em que Deus aponta para o homem
que está deitado no chão, o qual se ergue perante Deus, sem nenhuma vergonha do
seu corpo nu e Deus está apontando com o dedo quase à sua imagem e semelhança.
Essa pintura não podia existir na Idade Média.

Homens importantes do Renascimento:


Giotto
Michelangelo
Leonardo da Vinci
Raphael
Ticciano
Tintoretto
Dante Alighieri
Botticelli
Colombo
Gutemberg
Vasco da Gama
Bosch
William Shakespeare (por volta de 1600, no final)

A arte passa a ser naturalista, mas o estilo é renascentista.


Em Estética da Arte: a arte pode ser idealizada ou verdadeira (em meados séc. XX). A
arte idealizada é aquela que nós vimos na Grécia, onde ela deixa de ser natural ao
copiar o corpo humano e aperfeiçoá-lo.
A arte verdadeira, quando vão desenhar o corpo realmente como ele é, vai surgir por
volta do século XX, apresentando depois uma queda e voltando a aparecer em finais do
século XX.
Até o Renascimento as pessoas não pintavam nada naturalista. As pessoas posavam.
As esculturas das igrejas eram um protótipo do que seriam os “santos”. Os santos eram
duros, sem movimento e vestidos completamente. Não existia o natural por que a Igreja
não permitia.
Era uma arte totalmente sacra. Ninguém fazia quadro para ser pendurado em casa. As
pessoas não sabiam ler. A arte era feita de uma forma que a leitura fosse muito
acessível.
As figuras dos santos eram postas uma do lado da outra para que o povo, ao chegar à
Igreja, pudesse reconhecê-los facilmente. Era uma história montada.
Começaram a perceber que o homem podia pintar a natureza tal qual ela se apresenta,
um pouquinho idealizada.

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No Museu Metropolitam, é importante comparar as pinturas Pré-renascentistas, da
Idade Média e Renascentistas. Começa aí a pintura acadêmica que nos referimos.
Leonardo da Vinci e outros, são grandes acadêmicos que fazem a arte exatamente
igual a natureza. O aspecto mais importante era o pintor conseguisse pintar fielmente a
figura real. Ninguém fazia isso, até então (entre 1400 e 1500).
Ao redor de 1394 a peste negra acabou com quase toda a população Toscana
(Florença é na região de Toscana).
Florença era uma cidade muito rica e, com essa peste, a crise financeira foi muito forte.
A peste matou quase todos os banqueiros. Um dos banqueiros mais importantes era o
“Bardi”, que ao ir a bancarrota, as massas em pouquíssimo tempo controlaram o poder
em Florença. Em 1400 o poder voltou de novo aos banqueiros e desta vez, os “Médicis”
eram os mais importantes. Pouco a pouco tornaram-se “senhores de Florença”. Eram
homens ricos que gostavam de beleza e vão investir em arte. As condições para o
aprimoramento na arte já estavam criadas.

Pré Renascimento:
A pintura, dentre todas as artes do ocidente, foi a que mais demorou para se afastar
dos moldes antigos (bizantinos) da Idade Média. Os arquitetos, os escultores já tinham
criado um novo estilo depois do gótico, mas a pintura não.
A pintura ainda era bizantina. As soluções da pintura foram amadurecendo aos poucos.
As cidades onde as primeiras pinturas “acadêmicas” vão aparecer serão Siena e
Florença.
O estilo que chamamos de Sienês (de Siena) chegou até o século VX (1400) e custou
muito a aceitar o estilo renascentista.
No século XV Florença lançou as bases da pintura Européia dos cinco séculos
seguintes. Até hoje pintamos baseados no Renascimento.
Um desses importantes pintores é GIOTTO, que pintou muito À FRESCO em busca de
um realismo.
A cidade de Pádua é a que oferece as melhores obras de Giotto para serem vistas.
Giotto consegue pintar expressando os sentimentos através dos gestos, do olhar, que
até então não faziam. Para nós hoje, ainda poderá parecer uma pintura dura, mas
comparada com o que existia anteriormente na Idade Média era muito mais expressiva
e solta.
Giotto foi o primeiro artista dentro da História da Arte que aparece sendo chamado
como “PINTOR”. Os pintores até então eram considerados como alfaiates, marceneiros.
Giotto é que vai receber pela primeira vez na História da Arte o nome “Pintor”. É uma
profissão que sobe de nível na hierarquia social. Ele conseguiu iniciar um novo capítulo
na História da Arte se impondo na profissão de pintor e sendo respeitado por isso.

Em “off”: Dizem que ele era “super pão-duro”. Quando dava uma festa ele pedia que o
convidado levasse uma ave, pão, vinho ou fruta.
Giotto foi contemporâneo do grande poeta Dante Alighieri que escreveu “A Divina
Comédia”. Dante Alighieri se refere ao Giotto na “Divina Comédia” como o “meu amigo
pintor Giotto”.

Os irmãos VAN EYKES pertencem à pintura FLAMENGA (de Flandres que é hoje a
Bélgica). Eles estão enterrados em Brujes. Eles romperam com tudo, porque foram os

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inventores da pintura à óleo. Até então se pintava à fresco, encáustica, etc. Pintavam
em paredes ou em madeiras para poderem transportar.
Quase todos os dicionários falam que eles foram os inventores da pintura à óleo, mas
na verdade eles descobriram que um padre italiano tinha descoberto a fórmula da tinta
mas que estava faltando um aglutinante. Os irmãos VAN EYKES vão descobrir esse
aglutinante que era “o óleo de amêndoas”. Na realidade eles só aprimoraram a fórmula.
A pintura com tinta a óleo era fantástica por permitir ao pintor que pudesse corrigir os
erros. Eles pintavam admiravelmente bem.
É bom lembrar que junto com o Renascimento, na Itália, a pintura Flamenga
Renascentista foi muito importante.
Os irmãos Van EYKES descobrem que a luz também é muito importante. Eles pintavam
o ar, a luz “condicionados ao momento”.
Os italianos vão copiar a fórmula. A pintura flamenga vai reinar em Florença.

A arquitetura Renascentista:
BRUNELESCHI, um dos maiores arquitetos de todos os tempos. Ele era ambicioso e
queria ser muito conhecido. Foi o iniciador da arquitetura da renascença que vai
permanecer por mais 500 anos.
Quando ele aparece, a Cúpula da Catedral de Florença não tinha sido construída.
Até 1900 vai ser usada essa Cúpula. Essa Cúpula é anterior ao ano de 1500.
Ele foi para Roma estudar estudar o Pantheon antigo, o belíssimo “Domus”, quando
bolou a grande Cúpula da Catedral de Florença que vai ficar para o resto da vida.

Obs. : Raphael está enterrado no Pantheon, em Roma.


Michelângelo vai se basear na Cúpula de Brunelleschi para fazer a Basílica de São
Pedro.
O resto do mundo vai copiar essa Cúpula de Brunelleschi. A cúpula do Pantheon tinha
muita sustentação, era quase Gótica e Brunelleschi vai simplificar essa estrutura
criando um novo eixo. Volta para Florença onde vai ficar muito rico.

61
14a. AULA

Comentários sobre os livros:

El Prado Básico
Visión del museo a través de los estilos
J. Rogelio Buendia
Silex
O que mais tem no Museu do Prado (em Madri) são obras de Velásquez.
“As Meninas” é uma de suas obras mais famosas. Museu do Prado é muito rico em
obras do estilo Barroco.
O Museu do Louvre tem muito sobre o “Bosch”. Sua obra mais famosa é o “Jardim das
Delícias”. É pintor da época renascentista, mas considerado surrealista nos dias de
hoje.

Paul Delvaux
Marc Rombaut
Rizzoli - New York
Pintor surrealista que pinta muito as mulheres “enluaradas” e estações de trem. Ele é
como se fosse um Dali que também é surrealista. Ele é Belga como Magritte.
A sua pintura é feita com sobreposições de tempo, misturando o passado com o
presente, como no sonho.
Há uns 15 anos atrás participou da Bienal no Brasil.

Edward Hopper
The Art and the Artist
Gail Levin
Norton - Whitney
Pintava sobre a solidão das grandes cidades, a dor, a falta de comunicação das
pessoas, as casas quase “sem alma”. Influenciou muito os cineastas da sua época
como: Ex.: na década de 50, a casa que existia no filme “Psicose” ,de Hitchcock, foi
influenciada pelas “casas” das pinturas do Hopper.
Do aspecto formal, sua obra vai ter muitas linhas retas.
Vai retratar muito ele próprio com sua esposa. O relacionamento entre o casal continha
um amor muito forte mas também muitas divergências. Ela era uma grande pintora e
largou a pintura para cuidar dele. Ele era um homem muito acomodado. Ela morreu um
ano depois da morte de Hopper e ele era um ano mais velho do que ela. Hopper morreu
muito rico.
No Whitney Museum, de Nova York, está havendo uma retrospectiva de sua pintura.

Van Gogh
Meyer Schapiro
Abradale

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Continuação do Vídeo sobre “Vida e Obra de Michelângelo”
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Continuação sobre os pintores renascentistas:

RAPHAEL DE SANTI nasceu em 1483 e morreu em 1520. Nasceu na cidade de


Urbino, Itália. Uma região com paz e prosperidade. O pai de Raphael era um medíocre
pintor, mas que vendia bem. Por ser pintor estimulou o filho a ser pintor também. O
Médicis compraram muita obra do pai de Raphael, que se chamava Giovani de Santi, e
suas obras podem ser vistas hoje nos Museus.
Giovani de Santi que era muito amigo do grande pintor Perugino, muito badalado na
época, vai apresentá-lo a seu filho. Raphael vai ser aprendiz do Perugino.

Escola Renascentista funcionava assim:


Todo grande pintor, escultor, arquiteto, abria um grande atelier.
Quando uma pessoa ia estudar com o grande pintor ou escultor, começava-se primeiro
como se fosse um “office boy”. O aprendiz comprava as tintas, comida, como se fosse
um empregado. Depois passava por um estágio de uns 3 meses onde ele aprendia a
montar as telas. Fazia o chassis. Depois disso iria aprender a desenhar.
Quando chegava a fazer os desenhos com perfeição, podia optar pela escultura ou
pintura.
Os aprendizes pintavam quase toda a obra, com exceção dos rostos que era sempre
“Mestre” que terminava.
Rubens tinha 150 ajudantes. Os grandes artistas podiam aprender uma técnica nova,
mas já tinham o seu próprio estilo.
Raphael vai saber descobrir seu estilo. Os outros alunos de Perugino só vão conseguir
copiá-lo.
Essa técnica de ensino vai ser retomada na BAUHAUSS mais tarde.

Raphael com 10 anos perdeu sua mãe e o pai vai morrer quando ele tinha 14 anos,
tendo que morar com seus tios maternos. Como o pai era um homem muito querido, ele
vai receber muita ajuda dos amigos do pai e de Perugino. Vai ser muito rodeado por
artistas.
Aos 18 anos vai para Florença e começa a receber fama por pintar muito bem e rápido.
Era muito rápido, criativo e responsável.
Aos 21 anos já estava famoso.
Raphael chegou em Florença na época em que Leonardo da Vinci e Michelângelo
estavam na cidade, pois tinham recebido uma encomenda para pintar a “Câmara dos
Vereadores”, a qual nunca foi feita, em 1504.
Raphael disse que iria aprender com esses pintores, apesar de já ser um grande pintor.
Ele era um homem muito bonito, cordial, meigo, simpático, carinhoso, carismático,
tornando-se muito popular rapidamente.

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Começou a pintar as “madonas” que são muito especiais.
“A Virgem Maria” vai ser adotada por muitos anos depois, até hoje. Ela vai ser um
clássico de Raphael. Ela passa uma certa sensualidade. As “madonas” são belezas
idealizadas em cima da Grécia, apesar de serem humanas e meio sensuais. Não são
míticas. Com isso ele ficou famoso por pintar pela primeira vez “madonas” tão lindas.
Em 1509 Raphael foi de Florença para Roma. Entre 1508 e 1509 era a época em que
Michelângelo estava pintando a Capela Sixtina.
Quando Raphael chegou lá, ele vai pintar os quartos, salas que são chamadas de
“STANZI”, a pedido do Papa Júlio II, na Capela Sixtina. Eram chamados também de
lojas. Vai pintar com mais de 50 ajudantes.
Quando você entra na Capela Sixtina você vai passar por vários quartos, quase todos
pintados por Raphael.
O Papa Júlio II é o mesmo que encomendou para Michelângelo, a Capela Sixtina.
Raphael vai ser muito querido, rico, famoso, badalado, bissexual (não se sabe ao certo).
Raphael foi perfeito no desenho e na composição. Ele tinha o quadro mais perfeito em
composição de todo o Renascimento.
Morreu jovem aos 37 anos, no dia de seu aniversário, em uma sexta-feira Santa.
Viveu como um príncipe. Dizem que o papa fez dele um Cardeal, após sua morte.
Raphael está enterrado no Pantheon , em Roma.
Existe em seu túmulo uma frase muito bonita em latim:
“Aqui jaz Raphael: quando vivia a natureza temia por ele ser vencida. Agora que está
morto, ela própria teme morrer.”

LEONARDO DA VINCI nasceu em 1452 e morreu em 1519 , aos 67 anos.


Era do signo de Áries. Ele era arquiteto, mecânico, urbanista, engenheiro, químico,
escultor, botânico, físico, geólogo, matemático, precursor da aviação, da balística, da
hidráulica, inventor do escafandro, pára-quedas, isqueiro, lâmina de barbear (ele tinha
uma barba muito cerrada), ponte-pêncil, brinquedos com corda, porcas e pintor.
Quando Leonardo da Vinci nasceu, a Itália não era essa Itália de hoje. Era uma Itália
calma e tinha acabado o Império Bizantino. Os turcos tinham conquistado
Constantinopla. As rotas da Europa para o Oriente foram fechadas. Tudo o que existia
do Oriente na Grécia passa a não existir mais por muito tempo. Com isso termina a
Idade Média. Quando ele tinha 16 anos, Leonardo da Vinci, já desenhava e pintava
muito bem. O seu pai disse que já que ele tinha nascido com esse dom ele deveria
estudar mais. Leonardo da Vinci vai estudar com Verocchio, na cidade de Florença.
Verocchio foi um grande pintor.
Obs: Leonardo da Vinci foi modelo de “David” para o Verocchio.
Além do talento, Leonardo da Vinci, tinha 1,90 m de altura e era provavelmente
bissexual.

O grande escritor George Vassari, escreveu muito sobre Leonardo:


“Seu encanto, sua generosidade e seu espírito brilhante não eram inferiores à beleza de
sua pessoa. Ele era o árbitro em todas as questões que diziam respeito a elegância, e
em particular, em tudo o que se referia também ao espetáculo. Cantava

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admiravelmente bem, fazendo ele próprio o acompanhamento na lira que ele havia
inventado e com isso deliciava a corte inteira.”
Obs.: No Epcot Center, tem o “Leonardo da Vinci” que está pintando a Monalisa
enquanto ela balança o pé, cansada de esperar ele pintar. Vai pintar por 5 anos a
Monalisa, que era esposa de um comerciante amigo dele.

Vassari vai ser o Historiador dos Pintores.


Leonardo cantava e também escrevia muito bem poesias.
Quando ele morreu foi uma aflição para todos os seus amigos.

Tem um outro grande escritor que se chama GARDIANO e que escreveu o seguinte
sobre Leonardo:
“Ele era tão excepcional e tão ricamente dotado que a natureza parecia ter logrado um
milagre em sua pessoa. Não apenas por causa de sua beleza física, que era enorme,
mas também entre outros dotes numerosos de que a natureza o havia provido e que ele
se valia com a perfeita maestria. “
Segundo Gardiano, Leonardo da Vinci era considerado em seu tempo uma obra prima
da natureza, uma perfeita obra de arte. Era um homem muito vaidoso.
Dizem que sua beleza abriu muito as portas para ele, mas também serviu de obstáculo.
Leonardo tinha muitas vantagens ao ser tão bem dotado, despertando muita inveja das
pessoas.
Vassari fala o seguinte:
Leonardo tinha um ar tão imponente que só de vê-lo a tristeza desaparecia.
Muitas pessoas o elogiavam por ser filósofo, artista, cientista, outros apreciavam a sua
presença.
Com Verocchio ele aprendeu tudo na pintura, escultura, mas era muito pouco para
Leonardo. Ele queria saber mais e saber por que as coisas existiam. Tinha uma mente
extremamente cientista, do século XX.
Com sua cultura universal, Leonardo elaborou projetos que levaram séculos para serem
aprovados como a asa delta, o helicóptero, o escafandro, etc.
O ideal de Leonardo da Vinci era atingir a verdade por experiências objetivas.
Ele fez um projeto urbanista fantástico para a cidade de Milão, com calçadões, vias
elevadas, quiosques. Não foi feito porque cobrava muito caro o que ele fazia. Tudo o
que ele fazia e criava, era desenhado.
Leonardo da Vinci consegue ser o Mestre da pintura com apenas 8 telas. Apenas essas
8 obras foram cientificamente comprovadas em sua autenticidade. As outras pinturas
existentes não possuem essa certeza.

As duas grandes pinturas que ficaram mais conhecidas foram a “Monalisa” (Gioconda)
e a mais reproduzida no mundo todo que é a “Última Ceia”.
Leonardo da Vinci pintava com requinte, fazia muitos esboços, desenhava tudo dentro
das regras do renascimento, tudo perfeito. Só que muitas vezes ele não terminava a
obra porque tinha muitos outros projetos na cabeça. Ele começava a fazer uma coisa e
depois parava para fazer outra, deixando muitas obras inacabadas.
A “Adoração dos Reis Magos “, que está no Vaticano, está inacabada.

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As pessoas posavam para ele e ele também tinha muitos auxiliares.
Leonardo dissecou mais de 30 cadáveres. Quase foi preso por causa disso. Ele queria
estudar anatomia para poder pintar melhor. Ele queria saber por exemplo quantos tons
de vermelho ele podia fazer.
Obs.: A conceito de “tom” só aparece no Renascimento após a invenção da tinta à óleo
pelos irmãos Van Eykes. Antes do Renascimento não se falava em “tons”, mas em
cores.
Leonardo da Vinci era também um músico. Inventou um órgão movido à água, que
pode ser visto ainda no Museu do Vaticano.
Pintou a Monalisa, segundo os historiadores, enquanto tocava esse órgão.
Muita informação do que se sabe são relatos de seus alunos que o adoravam e
escreviam tudo sobre ele.
Ele era canhoto e escrevia da direita para a esquerda. Os seus escritos só poderiam ser
lidos através de um espelho. Os historiadores acham que, por suas descobertas serem
um pouco avançadas para a época, ele tinha um pouco de medo de escrever de forma
muito legível. Em todos os escritos aparece sempre um dizer “o sol não se move”. O
que significava uma antecipação da teoria de Copérnico que diz que “a Terra é que gira
ao redor do Sol”. Se a inquisição soubesse disso, eles o matariam.
Uma de suas obras muito importante é “A Virgem dos Rochedos”, onde ele vai usar
muito claro-escuro. Ela tem um sorriso muito enigmático. Existem duas obras da
“Virgem do Rochedo”, uma se encontra no Louvre e outra na National Galery de
Londres. As duas são de Leonardo da Vinci. Durante séculos as pessoas ficaram se
questionando qual era a verdadeira. Descobriram que a obra que está no Louvre,
Leonardo da Vinci pintou sozinho. A obra que se encontra em Londres, Leonardo
começou a pintar quando foi chamado para ir à Milão e teve que interrompê-la. Ele
pediu que o seu auxiliar a terminasse.

Leonardo falava que tudo para ele tinha alma. Dentro de suas pesquisas tudo é
baseado no animismo. Anima é alma. Na obra “Virgem dos Rochedos”, ele falava que
os rochedos tinham alma. Tudo que é natureza tem alma, como o metal, os vegetais,
etc. .
Freud estudou muito sobre Leonardo da Vinci.
Ele é ainda muito pesquisado pois estava muito à frente de sua época.

A obra “Última Ceia” tem 9 metros de largura por 4,20 m. de altura. Levou 3 anos para
ser feita. Tem uma intenção muito dramática. A cena é sobre Jesus que estava
falando: “Um entre vós me trairás”. Cada um dos apóstolos tem uma expressão muito
forte, de dúvida, indignação, de pergunta, onde a única pessoa que está calma é Jesus.
“Jesus” vai estar no centro do quadro, por ser Renascentista.
Antes de pintar essa obra, Leonardo da Vinci estudou muito como os surdos e mudos
se comunicam através dos gestos. Esse estudo era para ele saber passar aquele
“espanto” e todas as expressões somente através dos gestos.

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A OBRA GIOCONDA: A Monalisa é como se fosse um ser vivo. Ela parece mudar toda
vez que você a olha, parecendo sobrenatural. Uma hora ela parece sorrir, outra hora
parece estar triste. Leonardo da Vinci descobre a técnica do “SFUMATO”, isto é, ele
não vai terminar nem os olhos e nem a boca, você é que vai terminar a obra. Os cantos
dos olhos e da boca são esfumaçados, sem contorno definido. O que é Sfumato? É
coisa indistinta, não terminada, portanto uma obra em aberto.
Se for bem observada a obra, a linha de fundo da direita está em diferente altura da
linha da esquerda, o que é proposital para dar o movimento aos ombros. O fundo do
quadro é completamente impressionista, já em 1500 D.C.. O horizonte do lado
esquerdo parece estar mais baixo que o direito. Quando você olha o lado esquerdo, o
ombro parece estar mais alto, mais ereto do que o ombro do lado direito, que parece
estar mais solto.

No final de sua vida, ele estava doente e com dificuldade de articulação nas mãos
(quase todos os pintores tem problemas de articulação). Começou a pintar cada vez
menos.
Saía no temporal para ver como aconteciam os relâmpagos. Fazia também muitas
outras experiências.
O rei francês Francisco I admirava muito Leonardo da Vinci. Não está muito claro
porque Leonardo da Vinci foi viver os últimos anos de sua vida no Castelo na cidade de
Amboise, em Clos Lucé. O rei Francisco I vai sempre visitá-lo.
Leonardo leva consigo quase todas as suas obras, inclusive a Monalisa.
Ele fala que não quer receber visita de ninguém, nem dos seus alunos. Quer ficar
isolado.
Ele tem um discípulo chamado Francisco Melzi que herdou de Leonardo quase todos os
desenhos, estudos e anotações de Leonardo da Vinci. Dizem que ele tinha caso com
Leonardo da Vinci. Ele ficou com 1200 desenhos e que isso era a terça parte da
produção de Leonardo. Entre esses desenhos que ele deixou para Francisco Melzi tem
o “Código de Urbino”, “Código de Atlantis”, vários desenhos de como ele fazia a
geometria (explicando tudo o que aprendeu de geometria através de suas pesquisas),
sobre a transformação de sólidos, sobre a formulação de teorias sobre o centro de
gravidade dos sólidos, e assim enunciou 2 teoremas fantásticos sobre a geometria.
Inventou o compasso de proporção.
No campo da física ele trabalhou muito sobre a dinâmica e baseou seus estudos na
leitura de Aristóteles. Estudou, na física, os efeitos do atrito e sobre as condições de
equilíbrio num campo inclinado, sendo usado depois para elaborar a obra “Monalisa”.
A partir do vôo dos pássaros, determinou os princípios para a construção de um
aparelho mais pesado que o ar e capaz de voar aproveitando a força do vento: asa-
delta, planador, helicóptero e pára-quedas.
Ele foi um grande projetista militar. Ganhou muito dinheiro com desenho de canhões,
metralhadoras, carros de combate, barcos para a guerra. Estudava qual a melhor forma
de abordar um barco grande através de um pequeno.
Inventou máquinas hidráulicas para limpeza e drenagem de rios e canais.
Inventou máquinas de afiar, perfuratrizes, etc.

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No dia 2 de Maio o Rei Francisco I vai visitá-lo ao saber que ele não estava passando
bem. Deitado na cama, com várias pessoas ao seu redor, Leonardo recebe o rei
(jovem) que ao se aproximar dele e sustentando a sua cabeça em seus braços,
Leonardo vai dizer-lhe que não reconhecia honra maior do que morrer nos braços de
um rei. Fechou os olhos e morreu. Eles eram muito amigos.

Obras autênticas de Leonardo da Vinci:

Monalisa, no Louvre
Madona Benois, está no Museu de Hermitage, Leningrado ( ex-Rússia).
São Jerônimo, está no Museu de Vaticano, inacabado.
Adoração dos Magos, National Gallery de Washington.
Virgem dos Rochedos, Louvre (Paris) e National Gallery de Londres.
São João Batista, no Louvre.
Sant’Ana, Maria e o Menino Jesus, no Louvre (ao lado da Monalisa)
Anunciação, no Louvre em Paris
Esboço de “Sant’Ana e a Virgem” que é um desenho que está no National
Gallery, em Londres. (deve ter 1.80 m (+/-)
A Última Ceia, está em um refeitório de uma Igreja em Milão. Esta está muito
ruim pois Leonardo da Vinci não se preocupou com o tipo de tinta que usou. É
um afresco que está muito deteriorado. Já fizeram até galinheiro nesse refeitório.

Obs.: Muitos desenhos de Leonardo da Vinci podem ser encontrados no Castelo de


Windsor, na Inglaterra.

68
15a. AULA

Comentários sobre os livros:

The National Gallery - London


Homan Potterton
World of Art

Egon Schiele - Eros and Passion


Klaus Albrecht Schröder
Prestel
É um pintor alemão expressionista, da mesma época e amigo de Klimt.

Edvard Munch
Ulrich Bischoff
Taschen

Dali
Ignacio Gomez de Liaño
Ediciones Polígrafa, S.A.

Picasso
Le génie du siècle
Ingo F. Walther - Medea

Henry Moore
Celiv
Grande escultor. Em Brasília tem uma escultura dele.

Guernica - Legado Picasso


Ministério de Cultura
Direccion General de Bellas Artes,
Archivos Y Bibliotecas

Continuação sobre a vida dos artistas Renascentistas:

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HYERONYMUS BOSCH

Nasceu entre 1450 ou 1516, ninguém sabe ao certo. Se Bosch nasceu em 1450
ele deve ter morrido em 1516, mas se ele nasceu em 1516 ele morreu em 1566.
Só se sabe que ele nasceu onde seria hoje a Holanda (a cidade tinha o nome
Bosch) e viveu 66 anos.
A sua pintura era muito diferenciada e misteriosa, pois foge completamente do
estilo da arte Renascentista. Ele nasceu na época do Renascimento, mas é
considerado um grande Surrealista. Era filho e neto de pintores. Casou-se com
uma órfã muito rica, feia e religiosa.
Muitas de suas obras foram destruídas pelos protestantes em 1629. As obras que
escaparam foram para a Espanha, levadas pelo Rei Felipe II. Uma dessas obras é
a famosa “Os Sete Pecados Capitais”, toda feita com incrustação em pedra,
sobre uma mesa redonda, onde vai representar todos os pecados capitais:
vaidade, ira, gula, avareza, inveja, luxúria, preguiça.
Outra obra importante é a pintura do “Jardim das Delícias”.
É uma pintura sobre “o céu e o inferno”, muito surrealista e muito simbolista.
Bosch cria a SEITA ADAMITA : “os irmãos dos espíritos livres”.
Essa seita dizia que o homem tinha que fazer todos os pecados na Terra para
ganhar o Céu. Com isso todo mundo queria se afiliar à Seita Adamita. A inquisição
não o impediu porque os Reis o protegeram. As suas obras só vão ser destruídas
pelos protestantes por volta de 1600 D.C..
Dalí dizia que o grande “Papa” do surrealismo era Bosch.
Ele estava a 400 anos adiantados para sua época.

MICHELÂNGELO

Nasceu em 1475 e morreu no dia 6 de março, em 1564, aos 89 anos.


Ele era 23 anos mais jovem que Leonardo da Vinci e viveu mais 45 anos após a
sua morte.
Michelângelo era neurastênico, masoquista, hipocondríaco, homossexual, incrível
como escultor, um dos maiores pintores e desenhistas de todos os tempos, enfim,
um gênio.
Tinha uma inesgotável capacidade criadora. Foi escultor insuperável.
Vai revolucionar no campo da pintura com a obra que faz para a “Capela Sixtina”.
Era também um grande poeta. O seu trabalho na pintura, escultura e poesia é
considerado do mesmo nível dos trabalhos de Leonardo da Vinci e Raphael. Os
três são considerados os maiores artistas do Renascimento.

Ele foi estudar com o grande mestre “Domênico Ghirlandaio”, grande pintor da
época, da mesma forma como todos os pintores faziam na escola renascentista.

70
Vai aprender todas as técnicas do ofício em desenho, pintura, escultura. Ele não
ficou muito satisfeito com o que aprendeu, pois não gostava da arte renascentista
(toda centralizada, certinha). Ele já tinha uma idéia bem diferente de arte. Resolve
estudar as esculturas gregas da antigüidade da coleção dos Médicis (os
mecenas).
Quando ele começa a estudá-las, descobre ter uma afinidade muito grande com a
Grécia e que ele era escultor da “figura humana”.
Resolve, não tanto como Leonardo da Vinci que dissecou 33 cadáveres, dissecar
também para conhecer melhor e se aprofundar mais na figura humana.
De repente a figura humana não tinha mais segredo para ele. Vai pintar e esculpir
com perfeição.
Michelângelo era um homem feio, baixo, narigudo e muito triste. Vai ser um
grande mestre da figura humana, conseguindo recriá-la.
Ele era tão bom ou talvez melhor do que os escultores gregos como Fídias (que
fez o Parthenon) e Praxiteles, que foram grandes escultores do classicismo.
Era um homem passional (brigava, reclamava e ia a fundo com tudo) e solitário.
Essa paixão, esse traço violento, vão ser muito fortes em sua pintura. No fundo,
ele era um romântico. Não conseguiu se relacionar com ninguém por não se
aceitar como era.
Teve um pai bastante violento. Sua uma família era aristocrática, na região de
Florença, e o pai não admitia que o filho fosse artista. Michelângelo insistiu tanto
que conseguiu estudar arte.
Ao estudar com os Médicis, fica muito amigo da família, participando muito dos
“Saraus Culturais” onde conversava sobre filosofia, estética, etc. Estudou muito
sobre Platão, Sócrates, Sófocles, filósofos e dramaturgos gregos e também sobre
os grandes mestres.
Tinha um temperamento muito irrequieto, temperamental e dizia que não tinha
paciência com a mediocridade alheia.
Michelângelo tinha um amigo chamado Torrigliani, que estudava junto com ele, na
casa dos Médicis. Ao se envolver em uma briga com esse seu amigo,
Michelângelo recebe um soco no nariz, que vai ficar quebrado e torto para o resto
de sua vida. Foi um estigma muito grande para um homem que gostava muito de
beleza, ter um nariz torto e ficando muito feio. Com isso vai fazer esculturas e
pinturas belíssimas de seres humanos para compensar a sua feiura.
Aos 30 anos já era conhecido como um dos grandes mestres da escultura. Foi aí
que a cidade de Florença convidou Michelângelo e Leonardo da Vinci para
pintarem o grande painel na Câmara dos Vereadores. Infelizmente a obra nunca
foi executada porque Leonardo da Vinci foi chamado em Milão fazer o projeto
‘’urbanístico” que não deu certo e Michelângelo foi chamado pelo Papa Júlio II em
Roma para trabalhar lá.
Existe uma cópia em Florença feita por Michelângelo, da pintura que ele ia
executar com Leonardo da Vinci. Leonardo da Vinci também fez uma descrição
comentando sobre esse episódio. De outra forma, não saberíamos o que eles
iriam fazer.

71
Quando Michelângelo chegou em Roma, o Papa Júlio II pede à ele que fizesse o
maior túmulo do mundo para quando ele morresse.

Sugestão: Assistir ao filme “Michelângelo” que tem nas locadoras de vídeo.

Michelângelo pediu para ir até a cidade de Carrara (cidade dos mármores) porque
iria fazer o túmulo todo em mármore. Vai ficar em Carrara para escolher as peças
de mármore (estudando os veios) por mais ou menos 11 meses.
Ao voltar o “Papa” fala que não vai mais querer que faça o túmulo. Michelângelo
fica muito desgostoso e decide não voltar mais à Roma. O pai de Michelângelo vai
intervir pedindo ao “Papa” que fizesse alguma coisa para ajudar o seu filho que
estava muito desmotivado. O “Papa” vai chamá-lo novamente em Roma e pede à
Michelângelo que pinte uma Capela para ele. Michelângelo respondeu: ”Mas eu
sou escultor e não pintor”. Essa Capela tinha sido mandada fazer pelo papa “Sixto
IV”, que em sua homenagem recebeu o nome “Capela Sixtina”.
A Capela Sixtina já era decorada, dos dois lados, nas paredes laterais, pelos
grandes pintores Boticelli, Guirlandaio e Perugino.
O papa pede que ele pinte o teto e o fundo da Capela. Era o que tinha sobrado de
parede sem pintura. Michelângelo aceita pintar somente o teto. Teve muitos
ajudantes, mas que durante o trabalho vai brigar com todos eles ficando sozinho
para continuar. Fazia o desenho no chão e depois subia nos andaimes para
desenhar tudo novamente lá em cima e pintar. Michelângelo brigava muito com o
“Papa” e seu pai vai pedir à ele que tivesse muita paciência com o seu filho.
Vai pintar no teto da Capela Sixtina, os “doze apóstolos”, em nicho, como se fosse
a própria arquitetura, deixando o observador na dúvida. É como se fosse
“tromp’oleil”. O esforço físico para ele fazer a obra era incrível. Ele deitava e
passava dias assim.
Vai colocar imagens de profetas, baseados no Antigo Testamento, alternando isso
com Sibilas (são as moças muito bonitas que ele faz).
Pintou todas essas figuras de homens e mulheres como se fossem pessoas
comuns e não “santos”, em diversas atitudes, conversando, discutindo,
escrevendo, lendo, etc.
São episódios que vão desde a criação do homem, o dilúvio e a embriaguez de
Noé.
Tentaram saber se era alegoria o que ele pintava porque ele fugia muito da
história que existia na Bíblia. Chegaram à conclusão que criava muita coisa
apenas para preencher o espaço vazio que existia.
É praticamente impossível um ser humano fazer o que ele fez em apenas 4 anos.
Ele pintava as moças com corpo de homem, com músculos desenvolvidos e
cabeça de mulher. Ele não conhecia muito bem o corpo feminino.
Essa obra foi iniciada em 1508 e terminada em 1512. Ao terminá-la, o Papa vai
pedir de novo para ele fazer o túmulo. Michelângelo vai então à Carrara, volta com
o mármore e começa a fazer a figura de Moisés. Quando ele termina Moisés o
Papa Júlio II morre e o túmulo não fica terminado. Essa obra vai ficar incompleta.

72
Ele fez muitas outras obras incompletas porque, pelo grande artista que era, tinha
pena de estragar o mármore da obra que estava esculpindo quando encontrava
um veio bonito. E, não tendo coragem de eliminá-lo, vai parar a obra para não
estragar a natureza. Pegava outro bloco e começava outra obra. Vai ser
encontrada muita obra incompleta dele nos Museus do Louvre, Galeria Ufizi (em
Florença), etc.
Trinta anos após terminar o teto da Capela Sixtina, ele volta para pintar o fundo da
Capela com a obra “O Juízo Final”.
O “Juízo Final” é uma visão terrível do fim do mundo. Michelângelo vai pintá-la já
de uma forma bem diferente da pintura que fez no teto da Capela. É uma forma
quase expressionista de pintar. Você vai observar “Cristo” irado e “Nossa
Senhora” se escondendo atrás Dele.
O teto da Capela é feito em estilo mais acadêmico e o fundo dela de um estilo
mais expressionista, distorcendo um pouco as formas. O final de sua vida ele vai
ser muito expressionista.
A primeira escultura “Pietà”, vai fazer com menos de 25 anos. As outras “Pietà”,
são completamente expressionistas.
Entre 1555 e 1559 no Pontificado de Paulo IV, que era um Papa muito chato, as
figuras da pintura de Michelângelo na Capela Sixtina foram todas vestidas a
pedido dele. Depois em 1559, pediram para tirar as roupas novamente.
Sua grande obra, que ocupou toda a sua velhice, vai ser a grande Cúpula na
Basílica de São Pedro. Somente a Cúpula será de estilo Renascentista, o resto da
Basílica é de estilo Barroco. Ele desenhou e projetou a Cúpula, e esta foi
executada por outros. A “Pietà” se encontra embaixo dessa Cúpula (onde tem uma
clarabóia).
Obs.: Todas as esculturas do lado de fora da Basílica foram feitas pelo Bernini, na
época do Barroco.
Michelângelo era muito religioso e apesar dele cobrar muito caro o seu trabalho
vai fazer esse projeto sem cobrar um tostão. Disse que essa obra ele a fez “À
Serviço de Deus porque era um presente dele para Deus e de Deus para ele”.
Era considerado, em vida, já um grande mestre. Chamavam-no de “Divino”.
Ele só fez a pintura da Capela Sixtina, algumas esculturas, e uma obra que está
na Galeria de Ufizi em Florença.

73
Slides sobre as obras dos pintores renascentistas:

Pintura de Giotto, pintor pré-renascentista que vai ser o primeiro a ser


chamado de “pintor” na história da arte. Giotto vai revolucionar a pintura não
fazendo as figuras em posições duras. É o final da Idade Média e o começo do
Renascimento.
Essa pintura é um tríptico, feito em madeira, podendo ser transportado. Pode ser
vista no Museu do Louvre.

Pintura À Fresco de Giotto, do rosto de Dante Alighieri, contemporâneo seu.


Foi a única pintura que existiu de Dante Alighieri.

Pintura de Peter Brughel. Pintor que faz parte do renascimento e vai pintar
muito os homens do campo, na Holanda. Inovou no conteúdo.

Pintura de Sandro Boticcelli chamada “As Três Graças”, onde aparece a


primavera grávida e as três graças. Todo esse trabalho é baseado na mitologia
greco-romana. Não esquecer que o Renascimento é feito em cima de Roma e
Grécia. É encontrado na Galeria Ufizi, em Florença.

“Nascimento da Vênus” de Sandro Boticcelli. Tem uma moça que vai


ajudar a primavera, aparecem anjos grandes, alados, chamados de “Zéfiro” e
estão soprando para ela chegar aqui na Terra. É a primeira vez que alguém na
época faz uma “Vênus” ao invés de uma Santa.
Boticcelli vai fazer o pescoço da Vênus bem longo e Mondigliane mais tarde vai
fazer um trabalho em cima dessa figura (no século XX)
Ele faz o ombro da Vênus inclinado, de propósito, para dar um peso no trabalho.
No final de sua vida vai ficar muito católico, pintando só cenas religiosas e
passando a vender bem menos quadros. O tema religioso era muito comum na
época.
Quando ele pintava sobre motivos greco-romanos todo mundo queria, pois era
incomum na época.

Retrato da mulher de Boticcelli

Pintura de Paulo Uccello, o descobridor da perspectiva.


Apesar da perspectiva existir desde a Grécia, a consciência dela só vai aparecer
aí. Como era uma época de “Platonismo” e ele tinha tanta paixão por ter
descoberto a perspectiva, resolve fazer “Odes” para ela. Morreu solteiro.
O nome Uccello significa passarinho. Ele era muito pobre e adorava animais, mas
só podia cuidar de pássaro por ser barato. Com isso vai cuidar de muitos
pássaros, recebendo o nome de Uccello.
É uma pintura de São Jorge que está com uma lança para lutar contra um
dragão. Este está amarrado por uma corda que uma moça está segurando. O
dragão tem as asas como se fosses de borboleta e a grama parece um tapete.
Parece uma pintura surrealista.

74
Pintura do Casal Arnolfini, feita por Van Eyke no final dos anos 1490. Este
quadro está na National Gallery, em Londres. A moça retratada está grávida e sai
da Itália para se casar com esse rapaz. É uma pintura à óleo e bem detalhada. É
uma época onde as pessoas ainda posam, como se fossem manequins. Atrás do
casal tem um espelho refletindo alguma coisa e em cima está escrito “Van Eyke
esteve aqui”, como se fosse um acontecimento de jornal documentando a
presença dele no casamento.

O “Cordeiro de Deus” pintura de Van Eyke

Outra pintura de Van Eyke. Nessa época era moda depilar o cabelo em
cima da testa para aumentar o seu tamanho.

Retrato da mulher de Van Eyke

Pintura de Arcimboldo, renascentista. É a pintura de um perfil de homem,


todo pintado com flores. Parece uma obra surrealista.

Pintura de Tintoretto, que era veneziano. Era filho de tintureiro e também


exerceu essa profissão, por isso leva este nome.
Pinta obras muito imensas para a época.

“Crucificação“ de Tintoretto. Vai pintar essa crucificação com muito


movimento, mas por ser renascentista, a figura principal está colocada no centro e
dividida pela “lei áurea”.

“Nossa Senhora e os Reis Magos” Pintura de Bosch.

Outra pintura de Bosch. Tem uma técnica muito perfeita conseguindo fazer
transparências.

Pintura do rosto de Bosch com elementos fálicos e símbolos sexuais, bem


surrealista.
Bosch tinha sífilis e por isso colocou também uma atadura em uma das pernas
que aparece na obra. Esta obra está no Museu do Prado.

75
16a. AULA

Comentários sobre os livros:

Picasso
Le minotaure
Lárt en Jeu

Le Surréalisme
Beaux-Arts
Hors Série 55f

Picasso
Les Demoiselles d’Avignon
Carnet de Dessins
Adam Biro

Picasso and the Weeping Women


The Years of Marie-Thérèse Walter e Dora Maar
Judi Freeman
Lacma (Los Angeles County Museum of Art)

Pablo Picasso
The Artist Before Nature
Auckland City Art Gallery

Salvador Dalí: The early years


South Bank Centre 1994

5 Artistas Alemães - Desenhos


Baselitz - Immendorff - Kirkeby - Lüpertz - Penck
MASP 5 de out a 20 nov de 94 SP-Brasil
Editora Gráficos Burti Ltda.

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-

Apresentação do vídeo:
LEONARDO DA VINCI - VIDA E OBRA - IBM

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Apresentação de slides:

Pintura de Raphael, no Stanzi (sala), da Capela Sixtina. Pintura


renascentista, pois o Cristo é colocado no centro.
Raphael tinha mais de 150 ajudantes.
Detalhe da pintura de Raphael
“Nossa Senhora com o Passarinho”, obra de Raphael. A composição é vista
no sentido da clave de sol. Ele sempre vai fazer a criança um pouco maior do que
devia ser, para mostrar que era mais importante do que a Nossa Senhora. Mas,
vai ficar muito mais famoso pelas “Madonas”que vai pintar.
Detalhe do rosto de Nossa Senhora, bem angelical e delicado.
Nossa Senhora abraçando o menino Jesus. Pintura de Raphael, está em
Florença.
“Nossa Senhora e o Menino Jesus”, também de Raphael.
Pintura de uma mulher, feita por encomenda.
Uma princesa, bem jovem, pintura de Raphael.
“Papa Júlio II”, pintura de Raphael.
Auto retrato de Raphael.

“São João Batista”, de Leonardo da Vinci. Está no Louvre.


“Baco”, deus do vinho, pintura feita no estúdio de Leonardo, mas não se
sabe se foi feita por ele.
“Anunciação”, de Leonardo da Vinci, que está em Londres. A obra que se
encontra no Louvre não se tem certeza que seja dele.
“Sant’Ana, Maria e Jesus”, de Leonardo da Vinci. Maria está sentada no
colo de sua mãe, com o menino Jesus em seu colo. Composição triangular. O
fundo já é impressionista. Existe uma integração muito forte entre as três figuras.
A Sant’Ana não tem idade, é atemporal.
Pintura de uma moça, está no Hermitage e que provavelmente seja de
Leonardo da Vinci.
“A Virgem dos Rochedos”, composição triangular. Iluminação por trás e pela
frente, típica do Renascimento. Pintura de Leonardo da Vinci. Está no Museu do
Louvre e outra na National Gallery. A obra que está no Louvre ele a fez
inteiramente e a de Londres foi feita até a metade por ele e concluída pelos seus
alunos. Os dois são verdadeiros.
Detalhe da Virgem dos Rochedos.
Detalhe do desenho que fez de Maria.
“Última Ceia”, de Leonardo da Vinci. Estudou os surdos e mudos para
executar essa obras. Todos os discípulos de Cristo encontram-se em posições
diferentes. Cristo está no centro e em cima Dele encontra-se a janela maior. Essa
obra, que tem um tamanho natural, foi colocada no fundo de um restaurante da
Igreja. Teve uma fase em 1800 e pouco, que foi feito um estábulo desse
restaurante. Essa obra está muito desgastada porque Leonardo não teve muito
cuidado com a tinta empregada.
“Monalisa”, de Leonardo da Vinci. A pintura está craquelada.

77
“Davi”, de Verocchio. Leonardo foi modelo de Davi, quando tinha 14 ou 14
anos, para Verocchio.

Batistério em Florença, feito na época do Renascimento. A arquitetura é


denominada de arquitetura Renascentista, Gótico Tardio ou Gótico Toscano.
Giotto, pré-renascentista, é que desenhou o Campanário.

Arquitetura de Florença.

Foto tirada dentro do Museu Ufizzi, em Florença.

Foto da Ponte Vecchia, em Florença. Tem muito joalheiro.

Escultura helenística Grega, “O menino tirando o espinho do pé”.

Piazza da Signorina, com as réplicas de David, em Florença. O David está


dentro do Museu.

78
17a. AULAErro! Indicador não definido.

BARROCO

Comentários sobre a arte de hoje:

Século XX - 1874- 1899. Começo do século XX (desde os impressionistas).


Os artistas usavam a arte para fazer comentários, para documentar o mundo em sua volta
(o que eles viam). De repente a arte era muito voltada para registrar o mundo. Começa
então o impressionismo que registrava o que sentia e não só o que via. Vários estilos do
início do século XX, registraram, documentaram acontecimentos sociais, econômicos,
sonhos (como o impressionismo, expressionismo, surrealismo). Tudo acontece
documentando a vida do século XX. O surrealismo vai documentar os sonhos do Homem.
O cubismo vai fragmentar a vida do Homem. O expressionismo distorce com apelo à
emoção. Tudo isso é o começo do século XX. Hoje que estamos no final do século XX o
que vai acontecer com a arte? Além de documentar, registrar os acontecimentos, ela
precisa passar por um processo de humanização. Nossa criatividade, imaginação, vai ter
que registrar o nosso mundo subjetivo porque estamos vivendo numa época de grande
confusão, valores éticos, morais, espirituais, políticos, sociais-econômicos, onde tudo é
desequilibrado. A arte, então, vai registrar a imaginação do seu mundo subjetivo. Esse
registro da criação vai ser mais importante do que aquilo que vemos ao nosso redor.
Estamos às portas do futuro. Seria a quarta fase da nossa organização social do Homem.
É a quarta era da comunicação. Essa era do século XX contém fatores que não tinham
nas outras eras.
Primeiro, o grande desencanto com o mundo (isso é muito forte para a arte).
Existe uma renovação muito grande das ciências ocultas nos dias de hoje. Volta ao
misticismo. E por que? Porque foram suprimidos pela civilização industrial, pela revolução
científica. E de repente a ciência passa a ser o único meio do conhecimento da verdade.
Só se acredita no que a ciência dita como verdade. Isso gera uma nova maneira de ver a
arte, de sentir, esse desencanto a essa forma muito racional, da verdade, da ciência. Essa
nova era é prometida como a "Era Automática", uma era de velocidade, de desumanização
do ambiente. Um século se apresenta pela frente de possibilidades imagináveis. Sem
dúvida, teremos um mundo de alta tecnologia. É isso que o comércio e a indústria
precisam para sobreviver.
Apesar disso tudo, nós continuamos a ter nossas crenças, necessidades que o pré-
histórico tinha (não em termos sociais, mas sim de símbolos e rituais humanos)que são
necessários para criar alguma coisa. Isso mudou muito pouco através dos séculos.
Nós temos uma sociedade de alta tecnologia e de necessidades básicas que temos que
fazer todos os dias.
Qual vai ser o papel da arte no século XXI?
Alta tecnologia, tudo é só apertar um botão e está pronto. A praticidade. Ninguém precisa
pintar, desenhar. A máquina faz tudo?
A arte vai ser novamente um ritual mágico como na pré-história? Ou vai querer mostrar só
o Ego do artista? Ou comentar nova era? Mostrar o poder sócio-econômico? Ou vai só
registrar a alta tecnologia?
79
Acho que ela vai preencher alguma falha. De repente vai faltar alguma coisa que a arte vai
preencher.
Qualquer obra humana que gera um produto de certa forma já é arte.
A arte sem criação não seria arte e sim um ofício. Todos nós criamos e temos necessidade
de criar.
A arte está sempre à frente. Todo artista é de vanguarda.
Filme: Blad Runner- foi feito por artistas plásticos muito avançados. O filme é uma ficção
científica do ano 2000.
O “Impressionismo” era considerado arte de vanguarda para a sua época e levou 30 anos
para ser aceito.

1. Arte Acadêmica começou no Renascimento, passa pelo Barroco e vai até 1874 (onde
depois começa a fase impressionista que já não é mais considerada acadêmica)

2. Arte Moderna no Brasil em 1822.

3. Arte Contemporânea - a partir de 1950 (nos EUA- Action painting)

4. Arte de Vanguarda - Arte das Bienais, do futuro.

obs. Um artista abstrato pode pertencer tanto da época da arte contemporânea, como da
arte moderna ou da arte de vanguarda.

80
BARROCO

O Barroco é um estilo muito ligado a acontecimentos históricos, religiosos, econômicos e


sociais. O Barroco surgiu para combater a reforma religiosa. Começou em Roma e
espalhou-se por toda a Europa indo depois para a América, ficando muito bem na América
do Sul, Central. É um movimento muito forte.
Como estilo ele é ambíguo. Ele é movimento, ansioso, novidade, uma audaciosa mistura
de estilos. Surgiu bem no auge do Renascimento que era muito racional, bem comportado.
O Barroco apela muito para sensações, emoções, fantasias, enfim, para os sentidos. A luz
é fundamental (contrastes da luz). Vamos ver muitos efeitos luminosos como os de:
Rubens, Velásquez, Caravaggio.
No Barroco a escada é muito importante porque elas dão movimento. As Igrejas Barrocas
tem sempre escadarias. A composição Barroca tem sempre linhas inclinadas. É muito
movimentada e dinâmica.
A cenografia é muito forte. A pintura Barroca é muito teatral. Vai ser o estilo do Barroco.
Barroco é fazer a arte dos jardins. Jardins à francesa. O jardim é fundamental. Versailles é
o protótipo do jardim à francesa.
A arquitetura pintada vai ser muito usada. Em todos os países as igrejas vão ter salões
pintados com cenas arquitetônicas que levam ao infinito, ou melhor, dão a impressão de
levar ao infinito. Essa pintura é chamada de TROMP'OLEIL (engana olho). Você olha e
pensa que está vendo uma coisa que na realidade não existe.
Ex. pintura de uma cortina na parede que não existe.
No Barroco vai haver uma fusão de diferentes estilos da arte. Vão pegar um pouco do
renascimento, do homem primitivo, etc.
Ex. A Piazza Navona, na Itália. Ela tem esculturas Barrocas e, no centro, um obelisco
egípcio. Tem também muita água e muita luz.

O dourado e o espelho também vão ser muito importantes no Barroco.


Estilos da época do Barroco: Igreja - catedral
Palácio da cidade
Palácio do campo

Vai surgir nessa época a preocupação com o urbanismo. Procuram fazer as ruas de forma
a irem todas de encontro com a Igreja. Não era assim no Renascimento.
O Barroco é mais que um estilo de arquitetura, mais que uma pintura, é gosto também. É
uma atitude de encarar a vida, encarar a arte. Temos a música e o teatro Barroco. Vai
mostrar o espírito da contra reforma e reforma que vai acontecer na igreja católica.
Os católicos tinham uma preocupação maior com o esplendor mundano, mais do que com
a fé religiosa.
A arte Barroca não pode ser chamada de arte do absolutismo porque ela não é só do
absolutismo.
O Barroco atingiu o auge com Luís XIV na França, o "Rei Sol", "Eu sou o Poder". Ela é
também descentralizada. Vai aparecer no mundo todo.
O Barroco não é clássico, fez parte do classicismo, mas é muito ambíguo. O nome Barroco
vem do nome Barrueco, que significa pérola torta.

81
Artistas mais importantes do Barroco:
Caravaggio
Rubens (tinha 150 ajudantes em sua oficina de arte)
Rembrandt
Velásquez
Cannaletto
Jeorges de La Tour (pintor francês que usava muito a vela como recurso do claro-escuro)
Jean Vermeer (holandês)
Van Dick
Vateaux
Reinolds (inglês)
Thomás Garburn (inglês)
Goya (teve uma fase Barrôca)- começa acadêmico, barroco e depois expressionista
Tiepolo

No pontificado do Leão X (tem seu retrato pintado por Rafael), um grupo de homens
piedosos (católicos) fundaram a congregação do oratório que iam purificar a igreja. Esse
movimento desenvolveu-se rapidamente e esses homens resolveram que era muito
importante criar um novo estilo de pintura para trazer de volta os fiéis que tinham
abandonado a igreja. Isso acontece em Roma. Esses homens é que vão se converter mais
tarde e fazer a inquisição. Vai começar aparecer esse nome em Roma, pois inquisição já
existia. Vai aparecer também a ordem dos jesuítas em 1540 (Ignácio de Loyola).
Eles seguem uma disciplina muito rígida, muito militar.
Os jesuítas se tornaram uma arma eficaz para a igreja católica conseguindo trazer muitos
fiéis de volta. Tinham muita disciplina e conseguiram trazer os hereges de volta. Os
jesuítas irão depois para a América do Sul e levarão o Barroco para lá. A igreja e o estilo
Barroco vem junto para as Américas: do Norte, Central e Sul.
A igreja tinha que se renovar, que mostrar sua supremacia, sua obridade e autoridade
apelarando para um caráter afetivo e grandioso no estilo.
A arte Barroca é afetiva e grandiosa. Uma obra Barroca é fantástica com seus contrastes
de luz (claro, escuro), escadas (subidas e descidas), com suas fontes, o dourado. Ela é
afetiva e puxa você para ela. Não é fria e nunca deixa você distante. Sendo assim, ela iria
trazer de volta os fiéis.
Quando se entra em uma igreja Barroca você sente aquela sensação intimista, ela tem
muito coisa próxima a você. A Igreja Gótica, como a Notre Dame de Paris, é muito
grandiosa, podendo fazer parte do seu ser, mas nunca poderia ser sua. É tão grandiosa
que pertence a humanidade.
A igreja Barroca de Ouro Preto já faz parte do dia-a-dia da sua vida. O Mosteiro de São
Bento em Olinda onde você vê as palmeiras é aconchegante e lembra cenas de casa.
A escultura Barroca é dinâmica e a Gótica estática. O Barroco é afetuoso, grandioso e
envolvente.
No Brasil só existe o estilo Barroco. Nunca poderíamos ter uma catedral gótica porque em
1100 o Brasil não tinha nem sido descoberto. Renascentista também não, porque
aconteceu em 1400.
82
Temos uma ligação muito forte com o Barroco de Lisboa. Aleijadinho é o maior artista
barroco mineiro. É em Minas Gerais que ocorre o Barroco mais forte no Brasil.

O Barroco é a busca da fé pela emoção dos sentidos.


A Igreja foi o primeiro cliente dos arquitetos, escultores e pintores do século XVIII.
O objetivo essencial da arte é provocar o fervor das multidões. A arte vai então tender para
o espetáculo. Como eles não tinham distração procuravam fazer espetáculos através do
estilo barroco. Fazem pintura na abóbada da igreja como se ela fosse aberta para o céu
(Tromp’Oleil).
Veneza também foi um grande local de arte Barroca. Um dos principais pintores Barrocos
de Veneza foi Canaletto que nasceu em 1697 e morreu em 1768. Vai ser muito fiel à
sociedade de sua época pintando os carnavais, os espetáculos, etc. Ele se torna um
pouco cansativo por pintar muito os canais de Veneza, tanto que seu nome ficou
conhecido como Canaletto. Vai pintar o Palácio dos Dodges, o grande canal e toda a
panorâmica de Veneza. Ficou muito conhecido pelos turistas que queriam levar retratos de
Veneza.

BARROCO NA FRANÇA- O Barroco foi um movimento muito forte na época de Luís XIV.
Barroco na França está muito ligado a ARISTOCRACIA, e na Itália está ligado a IGREJA.
Existia uma concentração de poder muito grande com Luís XIV.
Em 1599 Henrique II teve 3 filhos, os quais foram incapazes de manter a unidade do país
(França). Daí com a chegada de Henrique IV, ele terminou com as lutas, reorganizou a
França e deixou as Bases do Poder Absolutista para Luís XIV. Na época do Henrique IV, a
arquitetura francesa era muito pobre. A arquitetura era feita de tijolos e pedras. As casas
são só de tijolinhos, bem quadradinhas com o telhado em forma de ponta.
O século XVII vai conhecer o seu apogeu com o Luís XIV. Ele subiu ao trono em 1643
bem criança e só começou a reinar em 1660, morrendo em 1715.
Ele modelou a civilização francesa à sua imagem. A época clássica da arte francesa é a
época de Luís XIV, embora ela seja Barroca.
O termo "clássico" é usado para obras que suportam a passagem do tempo, ou para obras
influenciadas pela antigüidade, ou ainda , sobriedade e reserva.
Sóbria é uma obra clássica. Ao se aplicar o termo "clássico" ao estilo Luís XIV, vai ter
todos esses significados e mais a emoção do Barroco.
A época de Luís XIV é fantástica onde aparecerão apenas 2 grandes pintores:
Nicolas Poussin
Claude Lorrain

Nessa época a vida era totalmente subordinada ao fausto e a majestade dele. Mandou
fazer um palácio. Chamou o arquiteto Bernini, de Roma, para ir a Paris e fazer o projeto do
palácio que não deu certo. Outro projeto que também não deu certo foi o do Louvre e suas
modificações.
Luís XIV ficou conhecido no mundo inteiro até hoje através de Versailles. Escolheu um
lugar, jardim pavilhão de caça, para depois trazer a capital da França de Paris para
Versailles. Ele sempre dizia "o poder sou eu". Ele era totalmente absolutista. Ele era muito
forte "O estado sou Eu, o Deus sou Eu".

83
A planta inteira de Versailles se concentra no quarto dele.
Foram morar em Versailles com 11.000 pessoas. Todos tinham que acordar e deitar
quando ele queria. Só se comia o que ele gostava, e ditava o menu para a semana toda. A
aristocracia, os que estavam próximos à ele, tinham que aceitar o que ele determinava.
menu.
Existia uma escala onde as pessoas tomavam banho de 6 em 6 meses. Não tinha
banheiro. Os escravos passavam uma esponja úmida no corpo deles à noite. Eles usavam
pó de arroz por todo o corpo para ficar bem brancos. E à noite isso era retirado com
esponja úmida.
O Filme "Ligações perigosas" mostra esses rituais.
Vão aparecer festas de “Petit Comittee” em Versailles. Vai surgir o servir à francesa.
A peruca surge na Ópera em Paris. Como na ópera as perucas eram prateadas, brancas e
douradas, eles passam também a usá-las em Versailles. Antes do Barroco, as pessoas
comiam com as mãos, não tinha faca. No Barroco vai aparecer a lavanda, o guardanapo,
as rendas nas roupas.
A mulher vai ser muito importante e muito fútil.
A arte vai se desenvolver na arquitetura, no imobiliário, na tapeçaria. Não vai ter grandes
pintores. A comida era muito importante e feita como se fosse uma arte.
Surge a langerie da mulher, calças, espartilhos. Foi feito um desfile de espartilho na corte,
o que foi considerado um escândalo na época. Foi um acontecimento muito para frente, de
vanguarda.
Luís XIV deixou que o desfile acontecesse, fingindo não tomar conhecimento.
Começam os desfiles de moda na França. Depois os desfiles de perucas (vindos de Paris),
sapatos. Versailles começa a ditar a moda, todos queriam ter um “Versailles”.
Todos queriam espelhos pela casa como os de Versailles. Os decotes eram generosos e a
lingerie levantava o busto, como se o seio fosse pular para fora do decote. Surge também
o perfume, sendo importante por causa do problema do banho. Eles trocavam muito de
roupa.
No grande salão, vão receber os grandes convidados de Luís XIV. Resolve depois receber
só para os almoços aos domingos. Queria que todos esperassem ele passar quando fosse
para a igreja com a família. Os desfiles passam a ser importantes. O "se mostrar", os
espelhos são importantes nessa época sendo usados nas casas no mundo inteiro.

As estátuas do lado de fora do palácio são imitações da antigüidade. Não surge nenhum
grande escultor. Tudo é imitação de Roma e Grécia. Não tem nenhuma criatividade. A
galeria dos espelhos e os belíssimos jardins assumem grande importância.
Como não havia banheiro, o rei e a rainha iam para o mato e se limpavam com toalhinhas
que eram vendidas para a corte. Os nobres desfilavam com essas toalhas ostentadas
sobre os ombros. Quanto mais suja a toalha mais cara era.

Obs. Um pouco antes na época de Henrique IV, houve uma peste onde morreu muita
gente. Eles acharam que foi devido a água resultando um medo grande até hoje e
consequentemente ao banho também.
A mulher na época do Rei Luís XIV e Luís XV vai ser muito delicada e requintada.

84
Tinham liberdade muito grande. Isso refletiu na arte onde irão pintar muito o “nu”. Vão
acontecer muitos espetáculos com máscaras, peças de teatro de amadores (em
Versailles). Vão fazer muito "quadro vivo".
Ex.: Colocavam uma música de fundo e pessoas imitando um quadro de Velásquez ou
Rembrandt.
Foi uma época licenciosa, nunca ordinária. Até a libertinagem deles era galante, nunca
vulgar. Muito requinte. Era violenta a troca de marido, namorado (eles não tinham o que
fazer).
Fizeram muitas tapeçarias lindíssimas. Todo mundo aprendia a bordar. Vão pintar muita
porcelana, que vai ser também muito importante nessa época. Vão usar incrustações de
todas as espécies nos móveis de madeira como laca, madrepérolas, e até porcelanas para
enfeitar os móveis. Tanto os móveis como a tapeçaria são assimétricas, nunca simétricas
(uma forma de identificar o estilo Barroco). São extravagantes. Tem que ter emoção e
sensação. As mulheres tinham um hábito de se pintar que era quase uma paixão.
Ninguém aparecia sem pintar os lábios, e o rosto branco (o carmim que era o rouge). Não
apareciam nunca para ninguém sem estarem pintados, vestidos e sem peruca. E para isso
precisavam de lacaios para ajudar (de 6 a 8).
Ter um quadro nu em casa também era muito importante para ser contemplado.
O nu passou a ser visto também no gobelain, nas porcelanas e antecamas. Sempre
homens e mulheres com seios descobertos, braços e pernas enroscados.
O ideal de beleza da época era moça gorda a partir dos 25 anos.
Antes dessa idade elas tinham que ser muito magras. A mulher com 25 anos já era
considerada madura. Ela tinha que ter muito leite. O homem queria sentir a "carne" da
mulher. Quando ela encontrava um pretendente, fazia um regime de engorda. Era como
se fosse um "Spa" para engordar. O ideal de peso para a mulher era 75 quilos.

85
18a. AULAErro! Indicador não definido.

Comentários sobre os livros:

Matisse- Fauvista (Fauve=Fera) É considerado um dos melhores pintores do século XX.


Não teve a fama do Picasso, mas está no mesmo nível.
Os críticos de arte achavam que as obras dele era como se fossem feras. Elas agridem
tanto com cores tão fortes (vermelho, amarelo, azul) que parecem feras.
Tem muito a ver com a arte primitiva, mas tem um conteúdo muito rico (de cunho social).

Leonardo da Vinci- Renascentista


Foi pintor, grande cientista, químico, físico, biólogo, matemático, arquiteto, inventor (asa
delta, helicóptero, submarino, lâmina de barbear). Infelizmente não havia tecnologia para
executar essas invenções. Era um homem de 1,90 m., de olhos azuis e foi considerado um
visionário.
"Monalisa", sua pintura mais conhecida no mundo todo, e a "Última Ceia" a sua pintura
mais reproduzida. Era também excelente cantor e inventou muitos instrumentos. Outra
obra conhecida: "A Virgem dos Rochedos".
Pintou crianças de forma pouco desproporcional pois estava na busca científica ainda do
corpo humano.
Dizia que tudo o que pintava tinha uma alma "ânima" . Recentemente foi descoberto uma
obra que retrata Florença. Leonardo da Vinci pintou essa obra junto com Michelângelo.

Museu D'Orsay- É o Museu dos Impressionistas em Paris "Gare D'Orsay". Esta contrução
era antigamente uma estação de trem. As obras principais desse museu são as obras
dos impressionistas.

Caravaggio- Barroco.
Vai lidar muito com luz e sombra e muitas diagonais. Foi inspiração para todos pintores
barrocos. Assistir filme "Caravaggio".

Continuação sobre o Barroco


86
A Arte Clássica que é anterior ao Renascimento, usava formas lineares, rígidas e bem
definidas, com a figura centralizada. Tinha conteúdo espiritual. O pensamento na época
era científico e objetivo, conforme estudo feito em “Estética da Arte”.

Na Arte Barroca existe muita liberdade com muitas curvas e diagonais. O sujeito é
subjetivo. O pensamento ou conteúdo é poético. É uma arte que engloba outra série de
estilos.

BAROS= vem do grego e significa pesado, denso.


BARRUECO= vem do espanhol que significa uma pérola com reentrâncias, irregular.

O Barroco vai desde o século XVI, no auge do Renascimento, e chega ao seu apogeu no
século XVII finalizando no século XVIII com o nome de Rococó. Rococó é o excesso do
Barroco. O Rococó na Europa é o Barroco no Brasil.

Com a revolta de Lutero, na reforma protestante, a igreja católica teve que rever suas
atitudes com o Conselho de Trento. Para organizar o poder realizou-se a contra-reforma, a
ordem dos Jesuítas em 1534 com Ignácio de Loyola.
Foi na Espanha a época em que conquistaram quase o mundo todo. Os espanhóis depois
perderam muito, inclusive a Holanda. Houve um naufrágio daquela invencível armada. Por
sua vez a Holanda cresceu tanto que as perspectivas econômicas eram grandes. Foi
tornando-se extremamente burguesa. A França, Áustria e Alemanha vão se tornar
totalmente absolutistas. A ostentação toma conta da Europa. A França será o auge da
ostentação com Luís XIV (rei-sol). Essa época vai ser marcada por sua dramaticidade e
tragédia. A Igreja Católica irá dividir tudo entre o céu e o inferno. Nessa época vai haver
muito medo do inferno. Eles chamam o homem para o igreja (o lado bom, o céu) através
da arte espetaculosa, trágica, da emoção, sensação. Como naquela época não existia a
mídia, essa era a sua forma de divulgação, o seu recurso. A própria arte trará de volta os
hereges.
Na Holanda, Bélgica e Espanha o Barroco vai atender muito bem os interesses da
burguesia.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO BARROCO:


87
1. Predomínio sempre do emocional sobre o racional.

2. Liberdade completa de criação no conteúdo, mais do que na forma. O artista


se emancipa de qualquer regra ou padrão.

3. A inspiração é muitas vezes popular.


Ex.: a representação da sagrada família é feita como se fosse uma família
comum. É o oposto do renascimento onde a representação da santa é
diferenciada, com raras exceções.

4. Dinamismo muito grande na composição com diagonal.

5. A linha vertical vai dominar a linha horizontal. Vai haver muito mais linhas
verticais do que horizontais, além da diagonal.

6. Existe uma fuga do geométrico. Nada é muito concentrado. Vai haver um


entrelaçamento da arte, da escultura e arquitetura.
Na Igreja barroca vai ter muita escultura na parte externa. No renascimento as
Igrejas quase não apresentarão esculturas externas.

7. Valorização do entalhe na pedra e na madeira.

8. As construções de altares e retábulos vão ser luxuosamente decorados


com aplicações em ouro e muita policromia (muitas cores).
Retábulo - é o que fica na frente do altar, feito de madeira toda trabalhada. É o que divide
Tripo-retábulo, abre e fecha para ser transportado. É para rezar. Como os
escravos não podiam freqüentar a igreja, eles construíam o seus retábulos para
rezar, transportando-o facilmente para suas casas.
Os retábulos existem desde a época do bronze, com características diferentes.

9. Volutas (origem grega).


Quase todas as igrejas Barrocas tem volutas. .
A igreja Santa Maria Maggiore em Veneza tem 8 cúpulas ligadas a 8 grandes
volutas.

10. Frontão.
Existe também sempre um grande frontão ladeado por 2 torres.

11. A pintura tem violentos contrastes de claro-escuro.


Inovaram o espaço pictórico através do claro-escuro. Nunca ninguém
fez isso em arte antes.

12. Faziam tentativas de sugerir o infinito através de Tromp'Oleil (engana olho), com p

88
Os palácios pareciam imensos e redondos. Eles faziam pinturas nas quinas
das paredes para dar a impressão de serem arredondadas.

13. Usavam muitas escadas, jogos de luz e muitas fontes.


Tinham gosto pelo teatral. Era como se fosse um cenário.

O Barroco tem muito exagero, muito fausto, muita riqueza. Libera muita emoção na gente.
O Barroco abraçou tantas ramificações artísticas que somente 200 anos atrás é que os
historiadores chamaram esse acontecimento, no seu conjunto, de arte Barroca. Era uma
mistura tão grande de estilo renascentista, egípcio, grego, etc, que ficou difícil definir na
época o estilo Barroco.

Temos os Barroco da Corte, das comunidades católicas e protestantes. O Barroco foi uma
reforma na contra-reforma. Os países protestantes também a incorporaram por ter sido um
movimento muito forte e bonito.
O Barroco surgiu após a teoria de Copérnico que vai mudar para sempre o lugar do
Homem no universo. A Terra, segundo Copérnico, é que se move ao redor do sol, não é
mais o centro do universo. O Homem não é mais o único propósito da criação.
O Barroco vai surgir nessa época com essa nova concepção, com novo sentimento de
auto-respeito, de orgulho. Isso tudo refletirá na arte ao saber que o Homem fazia parte de
um mundo infinito, mostrando assim essas idéias através de luzes exageradas,
impetuosas, em diagonal, como se realmente estivessem exprimindo o infinito.

A História da arte mostra sempre o contexto do momento em que se está vivenciando. Ela
abrange o campo científico, histórico, econômico e social.
A época Barroca foi a de maior liberação do ver, do sentir e da intuição.
A arte Barroca é a arte que passa a reconhecer que “A regra é apenas uma norma, jamais
uma lei".
Picasso séculos mais tarde disse:
"Na arte não existe regra de beleza. Beleza é o que o instinto e o cérebro vai reconhecer
como belo".

Fatos importantes que marcaram na época do Barroco

A Inglaterra faz tratado de defesa com a Holanda em 1608

89
Em 1609- A Espanha reconhece a independência da Holanda. (A Espanha perde
a Holanda).

Em 1650- A Inglaterra importa chá da Índia, quebrando uma série de monopólios.

Em 1656- começa a fabricação de meias (bem trabalhadas) em Paris. A Europa


passa a comprar meias só em Paris.

Em 1626 a 1648- Acontece a guerra dos 30 anos que vai mudar muito a Europa.

Em 1694- Estabelecimento do banco mais importante da Europa, o Banco da


Inglaterra.

Em 1675- surge o observatório de Greenwitch.

Em 1678- vai ser reconhecido na França a profissão de cozinheiro-mor (tão


importante como advogado). Depois cai a lei e retorna só em 1900. O cozinheiro-
mor e confeiteiro-mor trabalham para o rei.

Em 1679, na Inglaterra é criada a lei "ABIAS CORPUS" .

BARROCO EM FLANDRES (Bélgica e Antuérpia)

Pintura Flamenga é uma pintura de Flandres, jamais Espanhola.


Na Bélgica se fala flamengo e francês.
A pintura de Flandres vai ser muito importante no início do século XVII. O sul dos países
baixos (Bélgica) continuava sobre o domínio Espanhol. É por esse fato que se usou o
nome Flamengo, devido ao domínio espanhol que existia lá. Era o território mais rico dos
espanhóis e que por ser espanhol continuava no seio da igreja católica. A pintura vai ser
sobre a religião católica.

A Aristocracia e a Igreja patrocinaram muito as artes e contribuíram muito para o


surgimento do estilo Flamengo.
Flandres recebeu muito bem o Barroco na pintura, menos na arquitetura.
Os Flamengos viam no Barroco um pretexto para os ornamentos. Sendo assim, os
edifícios na praça principal de Bruxelas é gótica na arquitetura, estrutura. Os ornamentos
e a decoração externa é Barroca. Para não demolir a estrutura, eles a deixavam por trás e
enfeitavam com dourados e volutas na frente.
As casas da Holanda também tem estrutura gótica e barroco nos ornamentos da frente.
A arquitetura belga e holandesa é gótica e a decoração tanto externa como interna
Barroca.

90
BARROCO NA HOLANDA

As províncias do norte dos países Baixos (Holanda), também tinham pintura Flamenga.
Eram os países pobres da escola Flamenga.
No século XVII os Holandeses eram protestantes quase não vai aparecendo pintura
religiosa. É uma enorme mudança que ocorre na História da Arte.
Rembrandt, por exemplo, sempre teve sua inspiração nas escrituras. Só que os temas que
escolhia eram baseados no que ele via. Ele tinha que colocar o contexto das escrituras
mas sempre no que ele via. O tema vai ter liberdade total. Vai pintar sobre as pessoas que
convive no dia a dia.
Caravaggio vai usar o "santo" enquanto que Rembrandt vai usar o homem do povo.

Os Holandeses guerrearam contra a Espanha para não aceitar o catolicismo. Eles


venceram e permaneceram protestantes.
Eles tanto lutaram que ilustraram mais sobre essas guerras, combates do que a fé
protestante.
O tema da pintura Holandesa portanto será sobre essa guerra que participaram.
Vermeer pintou muito também sobre a realidade do cotidiano.

Jamais veremos uma pintura Holandesa com cenas mitológicas, cenas históricas ou
abstratas (liberdade, fé).
As pinturas de Rubens sobre a religião católica, idéias abstratas sobre a fé e liberdade, só
foram feitas sob encomenda.
O Holandês não vai pintar nada mitológico. Pintavam retratos das pessoas e tudo o que
fazia parte da vida daquela pessoa na obra.
Os burgueses viviam em casas confortáveis mas bem menores que as nossas. Não
gostavam de viver em palácios. É por isso que não se encontra muitos palácios na
Holanda. Não eram faustosos e a obra de arte tinha que ser pequena para caber nas
casas em que viviam. Eram portanto pinturas pequenas que retratavam o cotidiano da
época.
A Holanda era um país próspero, o povo era muito trabalhador e tinha uma imensa
indústria leiteira que abastecia toda a Europa. Sabiam construir muito bem barcos os quais
eram vendidos e utilizados para navegar por todo o mundo.
Tinham também monopólio do comércio das especiarias. Essas especiarias é que
conservavam os gêneros alimentícios. Quando os navios faziam longas viagens a carne
era conservada através desses condimentos. Era considerado fino ter um boi em casa
conservado por condimentos. Rembrandt tem uma obra que mostra uma moça abrindo a
porta e olhando para o boi pendurado.

RESUMO:
. Barroco na França - faustoso
. Barroco na Itália - ligado ao catolicismo
. A primeira igreja católica barroca foi construída em Roma e recebeu o nome "Il Gesú".

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PRINCIPAIS OBRAS ARQUITETÔNICAS DO ESTILO BARROCO NA EUROPA E NA
AMÉRICA:

Itália
Roma - Igreja "Il Gesú" construída entre 1568 até 1577.
Praça de São Pedro e colunatas em frente a Basílica - Construídos entre 1656 a
1665.
Igreja de Santo André do Quirinau em Roma - construída por Bernini. É
cenográfica com sua ampla escadaria na frente.
Igreja de São Carlos das 4 pontes - planta de Borromini em 1667 - Roma.
Obs.: A parte central da fachada nas Igrejas barrocas são sempre mais ricas que
as laterais. Vão ter colunas, arcos, frisos, volutas, frontão grego.
Obs.: A catedral de Milão é gótica e não barroca e a catedral de São Pedro é da
época do renascimento.
Igreja de Santo Inácio - Em 1645, Roma.
Palácio de Brera, em Milão. Antigo colégio dos Jesuítas.
Igreja de São Lourenço em Turim, na Itália.
Igreja de Santa Maria da Saúde em Veneza, é de 1630.

Holanda
A grande praça em Bruxelas tem estrutura gótica e a decoração barroca. na
fachada tem frontões, colunas, volutas. Amsterdã também é igual.
Brujes- na Bélgica (chamada de Veneza do Norte), na praça do Mercado as casas
tem frontões pontiagudos, portais ricamente esculpidos no estilo barroco.
Igreja de São Carlos Borromeu em Viena, Áustria. É barroco mais tardio, sua
construção começou em 1717 e terminou em 1737.
Palácio principal de Viena.
Monastério de Melk, à beira do Danúbio, próximo de Viena. Igreja de 4 andares,
repleta de ouro.

França
Versailles, construído em 1668, com suas fontes, árvores em diagonal, escadarias,
lagos. A galeria dos espelhos e o imenso pátio com esculturas que não eram
famosas.
Petit Trianon.
Obs.: A arte Barroca Francesa é muito inspirada no classicismo, na arte de
Fídeas, escultor e arquiteto grego da época clássica.
Capela dos inválidos em Paris - de 1680.

Espanha

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Palácio Real de Madrid é interno e externamente barroco, inclusive a
decoração é quase Rococó.
A Praça Maior em Salamanca, na Espanha. Parece dourada. Tem reentrâncias e
muita forma côncavo-convexo.

Portugal
Santuário de Bom Jesus de Monte Braga.

México
Catedral do México City.
Igreja de São Domingos no México.
Igreja da Companhia de Jesus em Cusco.

BRASIL:
Igreja de São Francisco de Salvador
Ordem Terceira de Salvador
Catedral de Belém
Igreja do Rosário, em Vitória
Igreja da Ordem Terceira do Carmo, em Recife
Igreja Nossa Senhora das Neves, em Olinda
Convento e Igreja de Santo Antônio, em João Pessoa
Igreja e Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro

Trabalho para casa:


Barroco clássico: Qual é, como aconteceu e o que é?
Barroco flamejante: Qual é, o que é e como aconteceu.

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MICHELÂNGELO DE CARAVAGGIO

Nasceu em Milão no ano de 1573 e morreu em 1610. Não soube quem era seu pai. Tinha
um temperamento muito impetuoso e mulherengo. Queria pintar a realidade tal como ele a
via. Não tinha o menor respeito pela beleza idealizada pois ela tinha que ser verdadeira. É
hoje considerado pela "estética da arte" como pintor naturalista, apesar do seu estilo
barroco, porque pintava o natural e não o idealizado. É chamado pintor naturalista do estilo
barroco.
Estudou muito sobre a Bíblia. Pintou muitas encomendas religiosas de uma forma nada
convencional para a época.
Ex.: os apóstolos eram representados como trabalhadores comuns (o que eles realmente
eram), trabalhadores braçais. Era como se os eventos sagrados acontecessem naquele
momento. Era pintado de forma muito real.
No século XVIII Caravaggio "saiu de moda". Após seu falecimento, achavam que sua
pintura era estranha e a sua fama só voltou no século XIX quando foi considerado um dos
maiores pintores Barrocos.
Caravaggio foi muito briguento. Ele cobrava seus quadros muito caro e gastava fácil o
dinheiro com presentes, mulheres e bebidas. Brigou com padres e bispos se indispondo
com a igreja católica. Ficou muito pobre e muito doente, com sífilis.
Caravaggio praticamente fechou o ciclo dos pintores italianos não aparecendo depois
nenhum outro pintor importante.

PETER PAUL RUBENS (1577/1640).

Nasceu na Antuérpia, Bélgica. Classe média bem situada. Aprendeu logo a pintar e aos 23
anos em 1600 foi para Roma (paraíso dos pintores) onde ficou estudando por 8 anos.
Volta à Antuérpia com 30 anos. Tinha muita facilidade com cores e com isso vai pintar
muito bem o "nu". Era especialista em fazer o tom de pele (carnação) que parecia
verdadeira. Tudo o que pintava era com perfeição, roupagem, jóias, etc. Foi o protótipo do
pintor barroco. Pintava o que era faustoso. Sua pintura era bem vigorosa, sensual,
decorativa e teatral.
Tinha mais encomenda do que podia dar conta. Era um homem interessante e se
relacionava muito bem com os católicos e com os protestantes. Era como se fosse um
cônsul belga. Fazia amizade com todos.
Abriu uma oficina de arte com 200 auxiliares. Cada um era encarregado de uma
especialidade na pintura como, roupas, jóias, cabelos, etc. Ele fazia o desenho e depois
terminava o quadro pintando o rosto e as mãos dando uma unidade geral da obra. Com
isso ele teve milhões de obras. No Louvre ele tem uma sala só com seus quadros.
Rubens pintava os palácios e as igrejas. Ganhou muito dinheiro.
Era uma arte que estimulava a pompa e o esplendor dos palácios barrocos.

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Teve fama em vida como nenhum pintor já tivera. O rei da Inglaterra deu a ele o grau de
cavalheiro "SIR", ainda em vida. Foi quase um diplomata. Era muito intelectual e mantinha
correspondência em latim com todos os intelectuais da Europa. Era arqueólogo, mas não
tinha tempo para se dedicar, porisso ficava atualizado com as descobertas através das
correspondências.
Rubens casou-se 2 vezes. No primeiro casamento sua esposa morreu quando ele tinha 52
anos. No segundo casamento sua esposa tinha somente 16 anos e foi uma paixão que
durou até a sua morte. Todos os quadros que ele pintou retratando os dois, ele se pintava
como se tivesse somente 30 anos.
As suas telas são cheias de vitalidade e reais, não tendo nada de misticismo. Era muito
mais sensual do que místico. Fazia as mulheres bem arredondadas, muito bonitas e
cheias de vitalidade, saúde e força. Não fez nenhuma mulher magra, maltratada.
Foi um homem muito feliz deixando também feliz todos os que viviam ao seu redor. Era
um homem iluminado, com uma alegria muito grande de viver, e passava isso para sua
pintura.
Morreu rico.

REMBRANDT VAN RIJN (1606-1669)

Nasceu na cidade de Leyden (cidade das tulipas e da porcelana azul e branca), na


Holanda.
Foi considerado o maior pintor holandês. É um dos maiores pintores da história da arte.
Sofreu influência no começo de sua carreira do pintor Michelângelo de Caravaggio, como
ele mesmo dizia. Ele não fazia anotações como Leonardo da Vinci e nem era diplomata
como Rubens.
Durante sua vida artística sempre retratou a si mesmo por diversas vezes em várias
épocas de sua vida. Começou a pintar, não muito cedo, na universidade de Leyden, onde
só formava pintores. Foi morar em Amsterdã. Casou-se com uma jovem muito rica e feia,
recebendo um belo dote. Comprou uma belíssima casa. Pintou muito e prosperou
bastante. Chegou a colecionar obras de arte e até antigüidades.
Em 1642 morre sua esposa e fica viúvo com muito dinheiro. Foi um péssimo administrador
e acabou logo com sua fortuna. Sua popularidade como pintor cai após a sua obra "Ronda
da Noite". Perdendo o mercado e ficando pobre, começa a namorar uma moça mais pobre
ainda. Deixa de pintar para vender pincéis, tintas, etc. Fica tão pobre e doente que vai
parar em um asilo.
Pintou cenas de batalhas e voluntários da guerra.
Existe muito Rembrandt falsificado como o do MASP e o do Metropolitan. Naquela época
ele tinha muitos ajudantes para pintar suas obras, além dos seus alunos que pintavam
como ele, o que causa muita polêmica hoje em dia em seus quadros.

95
19a. AULAErro! Indicador não definido.

Continuação sobre Rembrandt:


Rembrandt pintou muito retrato de grupo de pessoas. Os personagens tinham importância
de acordo com a luz. Ele fazia o desenho antes e marcava onde ia ter os pontos de luz.
Não importava em saber quais os personagens que iriam ficar no escuro. Ele pinta seus
auto-retratos como se fosse um ser humano bem real. Ele retrata a essência da pessoa, o
calor humano, o sofrimento, a dor. Não vai idealizar. Vai pintar os olhos penetrantes e
fundos e utiliza muito os tons de sépia.
Rembrandt tinha muitos alunos talentosos. Os seus alunos pintavam igual à ele. As vezes
ele assinava o quadro de seus alunos para que fosse vendido mais facilmente. É por isso
que encontramos hoje muitos quadros que não são realmente de Rembrandt.
Naquela época todos pintavam igual ao mestre e hoje o objetivo é cada um ter que
encontrar seu caminho na pintura.

Obs.: Ticciano e Raphael também assinavam as obras de seus alunos.


Foi descoberto 15 anos atrás que muitas obras de Ticciano e Raphael eram de seus
alunos. É estabelecer o conjunto de obras autênticas dos artistas.
Apareceram 600 obras de Rembrandt. Na realidade seria muita obra pelo seu tempo de
vida.
Vermeer teve pouquíssimas obras e não se sabe nada sobre sua vida.

Em 1982 foi publicado o primeiro volume sobre as obras de Rembrandt e se refere as


obras do período de 1625 a 1631. Já tem o volumes 2. O projeto de pesquisa Rembrandt
chama-se PPR.

Sistema de pintura de Rembrandt:


Colocava primeiro todos os ocres, depois os marrons, os amarelos. Cada aluno só pintava
com uma cor, por exemplo o ocre ou o marrom. Isso determinava aquela luminosidade. No
final do trabalho ele integrava as cores e as pinceladas. A tinta à óleo utilizada era bem
mais oleosa do que a de hoje.

Lembrete:

Barroco Católico: A pintura torna-se instrumento para a Igreja. É um meio de propagação


e ação. É uma história de persuasão para “ganhar o paraíso ou padecer no inferno”.

Barroco Protestante: Poussin, tem o Vermeer na Holanda um companheiro. Buscou a


ordem no interior, muito limpo e arrumado, no rigor de suas linhas retas. Todos esses
artistas constituíram no Barroco uma tendência construtiva, mais condizente com o
puritanismo protestante ou com a mentalidade burguesa.

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A existência de tal grupo de artistas levou a reconsideração de toda uma linha
interpretativa no Barroco, com efeito, no tocante, ao genes social do estilo. Passou-se a
considerar a existência de um barroco protestante e em seu aspecto genérico formal, de
um classicismo dentro do próprio barroco.
Esse sim, traria seu sentido, não de tensão nos contrastes, mas de harmonia nos
contrastes.
O barroco protestante é bem mais contido, bem mais sensual (como o de Vermeer) e bem
mais contemplado.

Barroco no Campo: Vai ter outras expressões, que não as religiosas.


Descobre o retrato dos camponeses e de suas vidas íntimas. Vão retratar cozinhas,
tavernas, lojas, quartos. Entre esses artistas, destaca-se Vermeer, gênio da musicalidade
da luz. Vão retratar a arquitetura do campo.

Barroco Clássico: É quando o Barroco mistura as artes da Grécia, Roma, Egito. Ele vai
surgir no auge do Renascimento, na Itália (Florença). Os historiadores achavam que o
Renascimento por ser organizado, sem excessos e perfeito, era melhor que o Barroco.
O BARROCO, na França, é chamado pelos historiadores de "BARROCO CLÁSSICO",
porque vai ter muita ligação com Roma e Grécia. Vai ter uma conotação muito forte
principalmente na arquitetura que vai ser muito clássica.
Depois ele vai chegar ao excesso sendo chamado de "ROCOCÓ".

Obs.: O Museu do Louvre é em parte barroco com suas colunas gregas. É assim chamado
de barroco clássico.

Barroco no Sul do Brasil: Com o ouro e a prata, o povoamento se concentrou em


Curitiba (Paranaguá). Gente sedentária de pouca iniciativa. O mesmo se dava em São
Paulo. O nomadismo, incentivado pelo espirito bandeirístico, não proporcionou
possibilidades de atividades artísticas.

OBRAS BARROCAS BRASILEIRAS:

Algumas ruínas na igreja de São Miguel, século XVIII. (As missões) dos Jesuítas.
Na arquitetura predominava o maneirismo.

Matriz de Santana do Parnaíba, em São Paulo.

Capela de Iporanga, em São Paulo.

Matriz de São Miguel, em São Paulo.

Capela da Fazenda de Santo Antônio, em São Roque (séc. XVII).

Nossa Senhora do Rosário, em Embú.

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Município de Santo Ângelo no Rio Grande do Sul. Ruínas da igreja "Missiones".
(Ler o livro "O tempo e o vento" de Érico Veríssimo, que vai relatar sobre as
Missiones).

Igreja de São Francisco, em São Paulo.

Pátio do Colégio, em São Paulo.

Parati é toda barroca.

Galpões das fazendas também são do estilo barroco.

Igreja de Nossa Senhora, em Itanhaém.

Igreja de São Vicente, de 1554. Foi mal restaurada.

Igreja de Embú, em São Paulo.

Obs.: Colonial e Barroco é a mesma coisa. Estilo colonial significa que vem das colônias
portuguesas.
O móvel colonial aveludado, é uma versão muito mal interpretada do estilo barroco.

Barroco Flamejante: O auge do Flamejante é no Gótico. Só vai acontecer em Roma. Eles


queriam enfeitar mais ainda as igrejas (as últimas que foram construídas) se inspirando
muito no gótico.
Toda igreja gótica tem contraforte e arco botante.
O arco botante e contra forte utilizados nas igrejas barrocas não são para dar auxílio a
arquitetura, mas sim para decorar.
O Flamejante surge no final do barroco em Roma, um pouco antes do Rococó.
Na Áustria e na Alemanha não chegou a ter o barroco clássico.

O ROCOCÓ só vai ocorrer na França, em adornos, na arte decorativa dos mobiliários e


tapeçarias. Não existe a pintura Rococó porque este estilo só vai aparecer na decoração e
no interior das casas.
Versailles é de estilo Rococó por dentro e tem por fora uma arquitetura clássica barroca,
porque é limpo, “clean”.
Áustria e Alemanha vão estilo Rococó na parte interna das casas.
Roma não vai ter Rococó nem em igrejas e nem em lugares públicos.
Países Baixos não usam Rococó, com raras exceções. São burgueses e muito práticos.
Moram em casas pequenas.

98
DOIS ARQUITETOS MUITO IMPORTANTES DA ITÁLIA:

BERNINI (1598-1680)
Foi o maior arquiteto e escultor do seu tempo. Trabalhou muito na Basílica de São Pedro,
em Roma, que é renascentista e barroca.
Tem arcabouço e cúpula renascentistas. A decoração é barroca.

Quem trabalhou na cúpula foi Michelângelo. Como essa igreja demorou muito para ser
construída ela passou por diversos artistas em diferentes épocas.
Bernini fez o Tabernáculo que se encontra no fundo da Basílica de São Pedro. São 4
colunas Salomônicas de Bronze.
Nos quatro cantos tem muita escultura de anjos e atrás tem um vitral iluminado. Embaixo
do tabernáculo se encontra o Túmulo de São Pedro. É plasticamente perfeito. Não
interfere com o resto.
Bernini também fez a escultura de David sem o “Golias” de forma tão perfeita que você
percebe a falta dele. É uma obra em aberto. É muito diferente do David de Michelângelo,
sozinho, impávido, o rei dos reis. Já o David de Bernini é humano. O barroco deixa a obra
em aberto para que você a conclua. No renascimento não existe essa abertura, pois a
obra é perfeita e não tem o que terminar.
Obra prima de Bernini: Capela Carnaro onde está o "Êxtase de Santa Teresa", na Igreja de
Santa Maria de La Vitória. “Santa Teresa” foi uma grande santa na época da contra-
reforma.

Bernini era um homem simpático, mulherengo, charmoso, bonitão, falante e conquistava a


todos.

BORROMINI

Era o oposto de Bernini. Quieto, fechado, mal-humorado, muito reservado.


Emocionalmente instável o que o levou ao suicídio.
Bernini e Borromini são o auge da escultura e arquitetura barroca em Roma.
Todas as construções em Roma eram feitas eles.
Grande projeto de Borromini: Igreja de São Carlos (com 4 fontes), em Roma. O telhado
dessa igreja é côncava e convexa, como se fosse de borracha. É uma arquitetura
fantástica e difícil para ser executada com a tecnologia da época.
Borromini e Bernini eram amigos e confidentes. Não tinham ciúmes um do outro. Borromini
depressivo foi distanciando-se de Bernini. Borromini fica tão deprimido que acaba
suicidando-se.
Outra obra: Piazza Navona com uma fonte maravilhosa. Tem no centro um obelisco
egípcio e muitas luzes. Nesta mesma praça se encontra a Embaixada Brasileira, também
de estilo barroco.

PINTORES BARROCOS
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JAN VERMEER VAN DELT (1632 a 1675)

Nasceu no Delta. Morreu cedo aos 43 anos. Não pintou muitos quadros, mas o que pintou
foi considerado obra-prima. Pintou figuras bem simples com tarefas singelas como: limpar,
tocar, varrer, olhar. Mulheres em seus afazeres domésticos e sempre no interior das casas
holandesas. Consegue o milagre de transformar essas cenas através de texturas, cores e
formas, como se fossem velhos retratos. Ele suaviza os contornos, dá muita luz e
serenidade nas suas obras. Dá muito Recollection.
Pinta o que ele vê.
Não se sabe sobre a vida do Vermeer os livros não chegaram à um consenso.
Usavam óleo e têmpera no Barroco.

DIEGO RODRIGUES DA SILVA Y VELÁSQUEZ

Sofreu grande influência do Caravaggio. Quando ele tinha 20 anos pintou sua famosa tela
"O Aguadeiro de Sevilla". Perceberam daí que ele era um gênio por ser tão jovem e pintar
tão bem.
Fica muito amigo de Rubens que percebe o seu talento sugere a ele então que vá estudar
em Roma. Visitou os museus de pintura em Roma para estudar os grandes mestres. Foi
ver o que Michelângelo e Raphael tinham feito. Descobre que não tem muito o que
aprender lá.
Em 1630 passou 1 ano em Roma e voltou logo à Madri. Em Madri é nomeado pintor da
Corte de Felipe IV. Vai ficar em Madri até o fim de sua vida. Sua tarefa era pintar os
membros da corte de Felipe IV cuja família era muito feia e se vestiam muito mal. Eram
considerados "cafonas". Ele transforma esses retratos em pinturas fascinantes, captando
até a personalidade das pessoas retratadas. Vai empregar muita luz em seus quadros.
Sua pintura tem um realismo visual muito diferente da pintura do Renascimento.
Realismo visual é a impressão geral de um objeto e não só de um detalhe.
Ex.: Com uma só pincelada dava a impressão dos pelos de um cão.
Vai ser o gurú dos impressionistas mais tarde.
Sua pintura tem pinceladas bem largas e soltas.
Seu quadro mais famoso é "As Meninas", o qual se encontra no Museu do Prado.
Ele consegue retratar o momento real do tempo muito antes de inventarem a máquina
fotográfica. Essa obra “As Meninas” será muito ambígua. Você não sabe se Velásquez
está pintando o Rei e a Rainha ou se está pintando as meninas. Ele deixa essa dúvida de
propósito. O termo "As Meninas" era usado para se referir as damas de honra na época.
Esse título foi dado pelos historiadores.
Após sua morte foi pintado, no peito de seu retrato, uma condecoração em sua
homenagem.

JORGES DE LA TOUR (1593-1652)

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É um pintor francês. Mestre dos efeitos luminosos. Sua pintura é muito original. Vai usar
muito claro-escuro utilizando-se do efeito da vela, pintando muito rápido. Vai passar a
narrativa suave do caráter transitório. Muita ternura e intimidade. Muito recollection.

FRANCISCO GOYA (1746-1828)

Nasceu em Saragosa, na Espanha


Um dos grandes pintores de todos os tempos.
Obs.: A Espanha é riquíssima por pintores famosos:
Ex.: Velásquez, Murilo, Goya, Dali, Picasso, Miró.
Aos 13 anos foi estudar com um pintor que se chamava Don Lusar. Ele não gostava de
pintar, desenhar ou fazer tintas. Decidiu participar mais das touradas não deixando a
pintura. Mais tarde tentou entrar na Academia de Artes em Madri não passando nos
exames. O pai fica arrasado. Tenta novamente três anos mais tarde e novamente
fracassa. Arrasado e frustrado, resolve ser toureiro. Recebeu uma chifrada no joelho
ficando manco por muito tempo o que impedia essa atividade. Resolveu ser pintor na
Itália. Lá, passeando num campo, em frente a um convento, vai conhecer 2 freiras e se
apaixona por uma delas. Vão se corresponder por carta até que resolve raptá-la.
A freira amarrou um monte de lençóis e jogou por cima do muro para que ele pudesse
subir. Como ele estava manco e bateu com o joelho no muro, Goya cai ao chão
machucando muito a cabeça. Depois dessa tragédia toda o romance acaba por aí.
Vai para a cidade de Parma, na Itália, conseguindo entrar na Academia Real da Itália.
Começa a pintar já com uma certa idade. Vende muito bem as suas obras. Escreve para
seu pai comunicando que estava pintando muito e ganhando dinheiro. O pai pede que ele
retorne a Saragosa. Lá em Saragosa vai ter muitas encomendas como pintor. Vai à Madri
onde receberá uma encomenda muito grande de pintar uma série de canvas (cartões
desenhados para que as pessoas pudessem depois bordar). Era quase que
industrializado, Vai pintar o povo, os jovens que eram chamados de najas (ricos da época)
e que mudariam muito o comportamento social da época. Esses najas vão ditar muito a
moda na época.
Em 1780 ele foi eleito por unanimidade Membro da Academia de Arte de Madri (que o
havia rejeitado 2 vezes). Casa-se com Josefa e começa a ter uma vida de luxo e de
riqueza. Compra um cabriolé (seria um carro conversível hoje) para sua esposa desfilar.
Vai comprar também muitas jóias e ações para o futuro. Tem um filho chamado Francisco
Xavier Pedro.
Vai ser nomeado mais tarde Pintor da Corte do Rei (título máximo). O rei da época era
Carlos IV.
Goya vai ter uma doença infecciosa ficando à beira da morte. Nessa época não existia a
penicilina. Consegue sobreviver mas fica surdo para o resto de sua vida. Essa surdez
torna-o visualmente mais agudo.
Vai pintar também a Corte Espanhola. Será uma releitura de Velásquez, pintando sem
compaixão toda a família do rei. A rainha parecia um abutre, as condecorações dos
condecorados eram como se fossem teias de aranhas. Toda a Corte tinha olhos
lacrimejantes e boca murcha. Mesmo assim eles vão adorar porque vai ter muito luxo nas
roupas, muita esmeralda, muito veludo, enfim, muita suntuosidade. Eles só se importavam
com o luxo. Góya acaba recebendo muitas encomendas e ganhando muito dinheiro.
101
20a. AULAErro! Indicador não definido.

Comentários sobre os livros:

Edward Hopper, americano e contemporâneo. Morreu em (+/-) 1963. É pintor hiper-


realista. Em seu trabalho ele projetava slides e pintava em cima.

Matisse, pintor fovista. Fove quer dizer selvagem, fera. As cores utilizadas são fortes e
primárias.
Vai pintar muito o interior da própria casa. Sua pintura foi utilizada nas cangas vendidas em
Salvador (Itaparica).
É um pintor moderno do princípio do século. É contemporâneo de Picasso.

Instalações: É arte de vanguarda. Utiliza-se de todos os meios de todas as mídias como


néon, computador, fax. Tudo é possível. É uma arte difícil de ser feita. Tem que existir
estética e equilíbrio. O material a ser usado pode ser perecível ou não, dependendo do
propósito do autor.
Ex.: Exposição de rosas que pereciam no chão, com o propósito de mostrar que a vida tem
um tempo limitado.
Ex.: Exposição de mandioca que germinava no chão, a fim de mostrar esse nascimento.
Cada artista tem um objetivo e cada observador tem a tarefa de interpretar o que a obra
oferece. Na maioria das vezes não há conteúdo, mas somente o trabalho com a forma.
Geralmente a arte de vanguarda oferece pouco conteúdo por se preocupar em trabalhar
muito mais com os materiais. Nem sempre dá certo.
Na Bienal da Alemanha "Kassel" possui inúmeras obras doadas pelos artistas para a
cidade e essas obras foram feitas de materiais não perecíveis como ferro, bronze, etc.
Mas, a maioria das instalações são feitas de materiais descartáveis. Começou com a pop-
art que trabalhava em cima de materiais descartáveis, mitos,etc.

Egito: Em 3000 A.C., foram construídas as pirâmides e cuja arte permaneceu imutável por
3000 anos. Uma arte que respeitava a "lei da frontalidade".

MÚSICA BARROCA:
102
Apareceram muitos instrumentos novos na época do barroco o que fez com que a música
ficasse muito mais rica. Apareceram os conjuntos de Câmara e a Ópera que conhecemos
hoje. O conjunto de Câmara tinha a mesma função que um aparelho de som tem nos dias
de hoje.
O instrumento mais importante que vai surgir é o violino e é com ele que vai se enriquecer
a partitura.
Antônio VIVALDI teve um gênero inovador, além de ter sido excelente compositor e muito
habilidoso para tocar.
Suas obras mais conhecidas são:

Ex.: As quatro estações de Vivaldi


Concerto La Stravaganzza
Muitas cantatas

Foi considerado, pelos críticos no século XX, o “Caravaggio” da música Barroca. É


praticamente o primeiro grande compositor que surge e que vai influenciar muito os
compositores posteriores de sua época.

Joan Sebastian Bach, protestante, tinha paixão pelas igrejas góticas católicas e seus
detalhes. É onde vai buscar inspiração para compor nesse estilo gótico (como as rosáceas,
vitrais e sobre as minúcias).
Foi mestre de capela, que era tão importante quanto pintor da corte. É o homem que vai
reger, o maestro, o diretor.
Deixou cantatas, missas, corais, "Paixão Segundo São Mateus", "A Grande Missa", "Cravo
Bem Temperado", os "Concertos Braudenburguer", as "Fugas".
As fugas tem um conteúdo psicológico, não significando uma fuga dos problemas, mas sim
uma fuga da perda de um sentimento, uma emoção, com inteligência, com consciência.
Uma fuga dos empecilhos emocionais. É a consciência livre, solta, uma fuga sem perdas,
"deixando tudo para trás numa boa".

Haendel, alemão, é o próprio compositor barroco. A sua obra é monumental, forte.


Fez a obra "Doze Concertos de Gross".

Hayden, compositor refinadíssimo que compôs sonatas, quartetos, sinfonias. Começou a


tocar em Conjunto de Câmaras nas casas dos nobres, como mero tocador.
Fez a "Sinfonia de Londres" e o "Quarteto do Imperador" que foi utilizado, em parte, no
Hino Nacional da Alemanha.

Mozart, gênio que apareceu no Rococó (final do barroco). Era Austríaco e tocava desde os
5 anos. Criou tudo o que foi possível em música. Tem gênero melancólico.
103
Obras: Sinfonias, "Requiém" que é muito lindo e triste, a "Ópera Don Giovanni", "Concerto
em Ré Menor", "Concerto em Dó Menor".
A música de Mozart foi elaborada numa época de despedida, porque Rococó é o final do
barroco. Nessa época o mundo perde as coisas fortes como o prazer, a doçura de viver,
para depois começar a corrida no século XX pelas máquinas, indústrias.
É o final de Versailles, o prazer de viver.
Sua composição começa a sugerir um mundo que começa e uma outra forma de viver.

"Em busca do tempo perdido"- de Prússel (?) vai ser descrito sobre os séculos XVII, XVIII,
XIX, XX e XXI. É uma busca do tempo perdido onde cada 50 anos vai valer 500. Naquela
época onde existia tempo para pintar a Capela Sixtina em 5 anos ou Velásquez 4 anos
para pintar "As meninas".

BARROCO BRASILEIRO

O Barroco no Brasil atingiu seu apogeu em 1763, quando houve a mudança da capital do
Brasil para o Rio de Janeiro.
Em 1822, com a independência do Brasil, o barroco que estava no auge já estava sendo
abandonado e estavam começando o neoclassicismo, volta ao passado. Vai ser uma
busca para novos estilos.

Os missionários aqui no Brasil traziam artistas da Europa ou treinavam a mão de obra


escrava, dos próprios índios, para serem artistas também. A mão de obra vai ser brasileira,
porque os índios e os negros vão construir igrejas, esculturas, etc.

Dois grandes escultores Brasileiros do século XVII são:

Frei Agostinho da Piedade (1620-1661), trabalhou muito com barro.


Frei Agostinho de Jesus (1600-1661)

O museu de Arte Sacra de São Paulo tem suas obras.


Frei Agostinho de Jesus nasceu na Bahia e foi educado em Portugal. Nessa época os
portugueses esculpiam em madeira, enquanto os brasileiros em barro. O que existia em
madeira vinha de Portugal. As esculturas de barro eram cozidas em forno de pão.

Frei Agostinho de Jesus circulou muito no Rio de Janeiro e São Paulo. Fez muita escultura
em madeira que aprendeu em Portugal.
A Igreja da Bahia, depois que os Holandeses foram expulsos do nordeste (Pernambuco) e
as igrejas destruídas pela invasão, foram muitas delas restauradas pelos brasileiros.
Ex.: A igreja de Olinda foi restaurada na época (+/-) 400 anos atrás. Outras levaram quase
50 anos para ficarem prontas por falta de mão de obra qualificada.

Nosso estilo forte é o feito em barro, principalmente o mineiro.

104
Quase todos os materiais de construção eram importados. Às vezes traziam uma igreja
quase inteira, de navio, que era montada aqui. Com isso o barroco nordestino vai ter uma
influência muito grande de Portugal.
A Igreja de São Francisco, em Salvador é toda barroca (de Lisboa). O exterior é simples e
o interior é riquíssimo, com muitos entalhes. É dramática, cheia de movimento como todo
estilo barroco.
Às 6 hs. da tarde tem um coral cantando, com muitas luzes. Tudo é bem pensado para
que você sinta emoção.

Barroco no Rio de Janeiro: no princípio o Rio de Janeiro era quase um vilarejo e quando
abriram a estrada do caminho novo que ligou Minas Gerais ao Porto do Rio de Janeiro,
começou a escoar todo o ouro pelo porto, mudando completamente a vila. Entre os anos
1600 a 1800, as igrejas barrocas começaram a serem construídas de forma diferente do
barroco mineiro. Artistas plásticos, arquitetos, músicos e intelectuais começaram a chegar
no porto do Rio de Janeiro. A cidade vai se tornar o centro cultural do país.
A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, feita por um arquiteto português chamado
Francisco Xavier de Brito, é lindíssima e levou quase 100 anos para ser feita. Quase todas
as construções grandes foram feitas no Rio de Janeiro.

O Barroco Mineiro é forte, interessante e se diferencia completamente dos outros. As


primeiras construções barrocas tinham linhas mais estilizadas devido ao pouco material
que conseguiam para a construção.
Tinham uma dificuldade muito grande no transporte do material de São Vicente para São
Paulo.
Ex.: A primeira Igreja do Brasil é a do Pátio do Colégio em São Paulo, do ano de 1554.

AS 3 FASES BARROCAS COLONIAIS:


A primeira fase ocorre na descoberta do Brasil. Ela começa bem simples e vai se
sofisticando a medida que chega material.

Livro recomendado: "A Muralha" de Inácio de Queirós. Nesse livro ele explica tudo isso e
se refere sobre a mata atlântica como uma “muralha”. Mostra a dificuldade dos
bandeirantes no transporte do material. Ao redor do Porto, onde o material chegava de
navio, não existia essa dificuldade, resultando em construções mais ricas na região, como
pode ser visto na Igreja Nossa Senhora do Carmo, em Santos.

O escritor Fernando Sabino (mineiro) escreveu para Carlos Drummond de Andrade um


texto sobre o povo mineiro.
O mineiro, que é um povo diferente, vai ter no seu trabalho, na sua pintura e arquitetura
um estilo diferenciado.
O auge do barroco mineiro ocorre com a descoberta de pedras preciosas e ouro em uma
grande região que vai ser denominada Minas Gerais.

Na América Latina coexistem 2 tipos de barroco:

105
O Luso-Brasileiro e o Hispânico-Americano.
O nosso barroco é diferente dos das Américas Central e Sul. Por vezes os dois se
aproximam, tendo grande influência entre eles, mas nunca se confunde um com o outro.

Assim, pode-se dizer, a grosso modo, que o barroco brasileiro mineiro é num todo mais
rural, menos monumental, menos rebuscado que o barroco do resto do Brasil. É
justamente dessa simplicidade, desse despojamento, desse senso de medida e proporção,
dessa sóbria elegância, que o barroco mineiro extrai sua força e originalidade.
Outra característica é que ele vai pouco a pouco se transformando num estilo
representativo dos anseios do povo.
Foi confiada a mão de obra local dos mulatos e negros.
O católico mineiro posicionou a igreja como sendo a localização geográfica mais
importante do vilarejo.
Outro aspecto importante era o realismo das esculturas, das imagens, das pinturas.

Era muito importante ter um lugar para ser feito o “sermão”, na igreja mineira. O sermão,
por sua vez, era feito em uma linguagem acessível, não rebuscada, para todas as classes
sociais.
O assunto do sermão abordava os problemas atuais do momento e do local, na tentativa
de harmonizar a vida naquele vilarejo. Tinha uma conotação social.
A divisão física da igreja mineira também difere do resto das igrejas brasileiras. As classes
sociais vão ocupar espaços diferentes na igreja. As ordens religiosas Carmelitas,
Franciscanas, Dominicanas, cada uma tinha sua maneira de distribuir os fiéis na igreja.
Existia uma hierarquia.
Ex.: A Igreja mineira, de um modo geral a irmandade Franciscana, colocava no altar mor a
irmandade. Na Nave, os homens ficavam separados das mulheres e os Balcões Laterais
eram reservados para as autoridades e seus familiares.
Em Minas Gerais o "negro" só entrava na igreja para acender as lamparinas. Por esse
motivo o negro vai construir sua própria igreja.
As jovens, antes dos 14 anos, eram levadas para a igreja com o véu ou lenço sobre seus
rostos. Depois dos 14 anos elas podiam ir sem véu e com o cabelo solto para poder
arrumar pretendentes.
Moucharabi, significava a influência moura ou árabe, que vai aparecer nas casas de Ouro
Preto, Sabará, Mariana. Eram venezianas "quadradinhas" que avançavam um pouco para
frente como se fossem "Bay window". Essas janelas vão aparecer até no nordeste.
Obs. As jovens dentro de casa podiam ver através dessas janelas, mas não podiam ser
vistas. Elas se comunicavam através de bilhetes que passavam pelas frestas da janela.

Influência política que ocorre no barroco na construção ou arquitetura:

106
Com o processo revolucionário da Inconfidência Mineira, resultado da cobiça do ouro,
ocorre uma vontade de dominação do povo através do ouro. Tudo acontecia em função do
ouro. Isso deu oportunidade aos artistas de trabalharem com esse material e utilizar o
barroco como forma criativa e original para expor seus desejos, sonhos e fantasias.

Esses artistas são:

Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho) que nasceu no ano de 1774, em Vila Rica.
Manuel da Costa Athaíde que nasceu no ano de 1762, em Mariana (cidade vizinha de
Ouro Preto) e vai morrer em 1837.

Aleijadinho vai trabalhar muito com o tema Inconfidência Mineira. Esculpia em cedro e em
pedra sabão. Teve esse apelido aos 50 anos de idade devido a uma doença que atrofiou e
deformou os seus dedos. Deve provavelmente ter sido reumatismo deformante. Seus
dedos não caíram. Viveu 26 anos em Congonhas do Campo, onde executou a maior parte
de suas obras. Era mulato. Seu estilo que é do tipo “expressionista", foi considerado o
maior estilo e artista brasileiro da época barroca, porque deformava com apelo à emoção.
Nunca estudou e nunca foi a Portugal mas era auto didata e aproveitava tudo o que existia
de informações ao seu redor como ex.: a Bíblia
Ele esculpia com o instrumento amarrado à sua mão. Quem pintava era Athaíde (grande
arquiteto também). Na época usava-se o termo "encarnar" que significava o mesmo que
pintar.

Os evangelistas que Aleijadinho vai esculpir tinha as feições do mandachuva da cidade.


Os anjos vão ser os meninos robustos que trabalhavam nas ladeiras.
Satanás será o malfeitor da zona de prostituição.
Jeremias tem os pés presos no grilhão, tal qual dos escravos fujões.
Os flageladores e perseguidores de Cristo são ridicularizados por pobres e ignorantes.
Suas faces são castigadas sem piedade pelo Aleijadinho. São caras bem distorcidas.

Duas obras arquitetônicas de Ouro Preto são fundamentais para conhecer a arte de
Aleijadinho:

São Francisco de Assis: Início em 1776 e término em 1794. A igreja foi desenhada,
construída e decorada somente por Aleijadinho. Ele somente não a pintou.
Os púlpitos são colocados na entrada da capela-mor. As pilastras são substituídas por
colunas nas fachadas. O altar-mor foi feito na época da Inconfidência Mineira. Cristo
aparece com as mãos e pés decepados, tem na garganta uma corda e o coração está
sangrando. Isso é feito na época em que Tiradentes foi decepado e esquartejado.
O teto foi pintado por Manuel da Costa Athaíde que vai fazer uma pintura lindíssima com
pássaros.

A arte de um povo tão jovem tinha que mostrar atrevimento. A pintura da Madona (que é
parecida com a namorada dele) e os anjos são mulatos. Athaíde também era mulato e
Aleijadinho era filho de escravo com Português.

107
Era um fazer a arte quase que irracional, não premeditado. Era o que eles viam. Tudo era
baseado no povo. Era o oposto da Europa.

A Nossa Senhora é vista por vários ângulos. Ele vai mudar até a perspectiva para que
pudesse ser vista por todos, em qualquer ponto da igreja. Muda as linhas de fuga para
conseguir esse efeito. Você a vê como uma mulher do povo.
A cada canto da abóbada dessa igreja, tem uma grande figura como São Agostinho, São
Gregório, Santo Ambrósio e São Jerônimo. Todos são expressionistas e feitos em madeira
pelo Aleijadinho.
O rosto da Santa, de Athaíde, é sereno, carnudo, tem doçura na carne, o seio bem
modelado e não sensual. É como se fosse uma mãe, com apelo maternal.

Nossa Senhora do Carmo é uma Igreja muito importante, toda feita de pedra cantareira,
pedra-sabão e itacolomi. Essas pedras são todas de tonalidade cinza.
Essa igreja foi desenhada por Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho e terminada
pelo próprio Aleijadinho. Foi toda pintada por Manuel da Costa Athaíde. É uma igreja que
recebeu mais pintura do que as outras e os azulejos foram pintados por Athaíde imitando
os de Portugal. Aleijadinho achava que a pintura deveria ser diferente da pintura
Portuguesa, sugerindo a Athaíde que mudasse os azulejos. Eles foram portanto refeitos,
segundo a sugestão de Aleijadinho.
O Arco-cruzeiro que está na frente é atribuído também a Aleijadinho. A pintura é de
Athaíde.

Matriz Nossa Senhora do Pilar: Situada em Ouro Preto, belíssima. Desenhada pelo pai
de Aleijadinho. Quem fez o projeto foi Aleijadinho que somente iria orientar a obra.
Chafariz de Ouro Preto: Não se encontra na Europa, tem banco para sentar e namorar.
Chafariz do Conto, da Ponte, de Dirceu e Marília (recebe este nome por estar em frente
a casa do casal), etc.
Congonhas do Campo: Guarda o maior conjunto artístico criado pelo mestre Aleijadinho.
São os doze profetas feitos em pedra-sabão, no Santuário do Senhor Bom Jesus do
Matosinho.
Este trabalho se encontra ao relento, no Adro da igreja (entrada).
Existem cupins (que atacam pedras) e estão destruindo tudo.
Conjunto de 66 figuras de madeira: São os Passos da Paixão e ficam em capelinhas de
madeira também ao relento. São de tamanho natural e "encarnados" (pintados) por
Athaíde. Aleijadinho não detalhava os pés e nada da cintura para baixo, por falta de tempo.
Não tinha importância, pois era uma arte barroca. Ele também não tinha dinheiro para
investir tanto.

O expressionismo tradicional no Brasil, em que o artista (sem escola) se improvisava no


esforço de alcançar o jeito de exprimir um sentimento, acabava às vezes num caricatural
do expressionismo. Este era o modo típico de expressão de Aleijadinho.
Ele é o símbolo dessa verdade simples.
108
No plano da arte não existe homens pequenos e grandes, nações fortes e fracas, porque
Aleijadinho é no tempo e na história, a afirmação austera e firme do poder da grandeza dos
povos humildes e porque ele é universal na sua arte.

Outro mestre mineiro: Carlos Drummond de Andrade, que escreveu o Barroco


Mineiro:
Trecho onde se refere a entrada da Igreja em Congonhas do Campo:
"Não entrarei Senhor no Templo
Seu Frontispício me basta
Vossas flores e querubins
Já são matéria de muito amar".

109
21a. AULAErro! Indicador não definido.

Somente apresentação de Slides sobre o barroco.

22a. AULA

Comentários sobre os livros:

Hyeronymus Bosch, pintor da época renascentista mas sua pintura é completamente


surrealista. Época entre 1400-1600 D.C.. Nessa época as pessoas levavam o sobrenome
da cidade em que nasciam. Jerome Bosch nasceu na cidade de Bosch. Leonardo da Vinci
nasceu na cidade de Vinci.
Pintura famosa: Quadro tríptico "O jardim das delícias" que se encontra no museu do
Prado, Espanha.

Museus importantes de Londres:


Tate Gallery
Nacional Gallery
British Museum (tem mais sobre Grécia)

Tate Gallery, tem quadros de René Magritte, Constable, Turner, muita arte
contemporânea.

Constable: anterior ao impressionismo, pinta muito os campos da Inglaterra.

René Magritte: pintor belga surrealista.

Comentários:

Toda obra de arte tem forma e conteúdo. As obras de Van Gogh e Picasso, por exemplo,
tem muito mais forma do que conteúdo.
No século XX as obras de arte são muito mais forma do que conteúdo.
No dia-a-dia, a mídia é muito mais conteúdo, através das informações transmitidas pela
televisão, etc.
Estamos muito mal acostumados a ter tudo muito bem explicado através da mídia e
quando nos deparamos com uma instalação, onde não há uma nenhuma explicação,
ficamos sem saber analisar a forma. É por esse motivo que acabamos descartando e nos
desinteressando pela obra de arte do século XX.
A arte de vanguarda é meramente “forma” em uma época onde só existe conteúdo. É uma
arte conceitual, de conceito próprio de cada um onde é possível pegar e mexer na

110
instalação. O século XX tem tudo pronto, onde a imagem vem pronta já com todas as
informações.

A arte de hoje, da época em que estou vivendo, é a contemporânea.


A arte da Bienal com todas as instalações é a arte de vanguarda. É a arte quase do século
XXI.
Tarcila do Amaral, Rebolo, etc. pertencem a arte moderna que no Brasil começa em 1922,
nos E.U.A. em 1913 e na Europa em 1909/1911.
Os impressionistas são de 1874. É o início da idade moderna.
O Barroco e o Renascimento são também chamados de Acadêmicos. Desde o
Renascimento até o Impressionismo, por quase 400 anos a arte vai ser Acadêmica.
(Neoclassicismo, Romantismo e Realismo são considerados Acadêmicos).
Desde a Grécia 350 A.C., passando pela I. Média e ressurgindo no Renascimento em
1400 D.C. , na Itália, vai ser considerado tudo acadêmico.
Ao chegar no Impressionismo a visão já muda porque a pintura já não vai representar mais
uma fotografia, vai ser através da impressão. É uma transição para o modernismo. Já não
são mais acadêmicos.
Quando se pinta o acadêmico hoje, pelo menos seria melhor pintar o que vemos no
momento atual.

NEOCLASSICISMO

No final do século XVIII, com a Revolução Francesa, vai surgir o espírito dos tempos
modernos. Abandonando o estilo barroco que era trabalhoso, temos como conseqüência
a mudança do estilo na arte, depois o gosto geral de se vestir, de comer, por toda Europa
e resto do mundo. Tudo isso vem como conseqüência da revolução, onde a burguesia, o
povo são os vencedores.
Vai cair a "Maria Antonieta" quando diz ao povo, que estava morrendo de fome, que
dessem brioches à eles.
É o começo dos tempos modernos da história da Arte. Como exemplo vai surgir o Néo-
classicismo na Inglaterra com as construções de castelos néo-góticos. Foram descobertas
nessa época, através das escavações, as cidades de Pompéia e Herculano. Todos ficam
muito ligados a Roma, Grécia. Por esse motivo temos o néo-classicismo, o néo-gótico.
Começam a usar as formas gregas e góticas nas construções.
Em Paris vão construir a Igreja "La Madeleine", o "Arco do Triunfo" (mandado ser
construído por Napoleão). Todos são néo-clássicos.
Surge o estilo Império, que vai aparecer no mobiliário, nas roupas, etc.
Os pintores imitam as esculturas na suas pinturas. A escultura grega na Itália era feita sem
os olhos.

Obs.: As esculturas gregas originais quando feitas em mármore tinham os olhos pintados e
quando feitas em bronze tinham pedras para decorar os olhos. Com o passar dos tempos
os cristãos tiraram as pedras preciosas dos olhos das esculturas que então ficaram sem o
111
olhar. As pinturas que eram "encáusticas", isto é, à base de cera, foi derretendo com o
tempo.

Na época do néo-classicismo, Napoleão pede para ser pintado com a mão no bolso, como
se fosse um grego. O pintor néo-clássico, por sua vez, pintou Napoleão sem os olhos. Os
pintores achavam que as esculturas gregas não tinham olhar de propósito e não que fosse
devido a uma destruição do tempo.
O pintor néo-clássico fica tão ligado ao clássico, que esquecem dos detalhes, levando-o a
uma pintura pejorativa, quase que caricaturista.
No renascimento existe uma renovação da antigüidade, um recomeçar.
O néo-clássico vai copiar o clássico e ao adaptar à sua época, piora um pouco a arte.
Pintam fatos históricos, sobre a literatura medieval e sobre a mitologia.
Com a revolução francesa eles se achavam a própria encarnação dos heróis gregos e
romanos, com suas virtudes. Pintam cenas de arqueologia e cenas heróicas.

ROMANTISMO

A palavra vem de romance. História das aventuras medievais. Vão escrever muito sobre a
lenda do Rei Artur. Escreviam, não em latim, mas em língua românica.
O propósito dos artistas românticos era a volta à natureza sublime, pitoresca, forte.
Em nome do romance, eles adoram a liberdade, o poder, o amor, a violência. Tudo é muito
romântico e assim lidam com a emoção pela emoção. Amam os gregos também.
Pregam a liberdade individual acima de regras e de normas.
Mais cor e menos desenho. Mais sentimentos, menos razão. Tem mais liberdade e menos
regras que o néo-clássico. O pintor vai ser muito dramático e emotivo. O belo para eles é
muito relativo e individual. Pintam muitas paisagens. A essência do romantismo é a
glorificação dos instintos, profunda veneração à natureza.
Vão ver os relâmpagos, como a chuva cai, como é o vento. Vão ao campo para ver isso
tudo de perto e como funciona. Tem amor sentimental aos humildes e a vontade de
reformar o mundo. São totalmente ligados à natureza.

REALISMO

Aparece quando o romantismo está no auge.


Vai abrir novo horizontes. Vão ter uma profunda consciência do significado social da arte
no mundo.
Vão pintar o povo, o camponês, o trabalhador do campo. Ainda não tinha indústria e
porisso não havia o operário.
Obs.:Até 40 anos atrás, no Brasil, quando também não tinha operário, a pintura era muito
sobre o camponês no nordeste. O comunismo vai ser muito em cima do trabalho rural do
país.
O realismo vai ser muito sobre o social, da sobrevivência do trabalhador.
A pintura vai sempre representar coisas concretas e existentes.
Não existe temas abstratos para o realista, como a mitologia, etc.

112
Ele vai pintar somente o que vê. Jamais vai pintar sobre a bíblia ou mitologia grega porque
nunca viu antes.

A beleza para eles está na realidade e vai ter que pintá-la sem idealizá-la. Ser realista não
é ser exato e minucioso como uma fotografia. Ser realista é ser verdadeiro. É sintetizar,
selecionar e realçar os aspectos mais característicos, mais comunicáveis das formas da
realidade sem precisar idealizá-las.

ESCOLA DE BARBIZON

Barbizon era um vilarejo nas bordas da floresta de Fontaineblaux, próximo à Paris.


Em arte, tem um duplo movimento. Todos os artistas de Barbizon admiram
profundamente a arte Holandesa (da época barroca, Vermeer, Rembrandt, etc.) e também
gostam muito da burguesia e quase todos os artistas também são burgueses.
A escola de Barbizon é muito importante porque vai ser a primeira vez que vão pintar ao ar
livre antes do impressionismo.
Alguns pintores do romantismo vão pintar ao ar livre para ver como cai o granizo, a chuva,
o relâmpago, como era a natureza, sendo quase que científica a sua forma de pensar.
Barbizon vai querer empregar a luz pela primeira vez.
Pintam muitas paisagens modestas, final de dia. Passam o dia pintando na floresta. Pintam
muito o outono com sua luz dourada fantástica.
O grande pilar dessa escola é MILLET que vai pintar "Angelus", que são duas pessoas
rezando à tarde. Essa obra vai ser reproduzida muitas vezes.
Millet nasceu camponês e vai pintar semeadores, seivadores. É considerado o pintor mais
importante da Escola de Barbizon.
COROT: Outro grande pintor da escola. Pinta paisagens, às vezes introduzindo um
cachorro ou uma pessoa no meio da paisagem, mas sendo o personagem em segundo
plano e a paisagem em primeiro. Vai pintar o rio, como a água corre.
DAUMIER: Também pinta camponeses.

Esses pintores vão participar de uma exposição universal em 1855, bem próximo ao
impressionismo cujo primeiro quadro surgiria em 1874. Vão pintar paisagens e são aceitos
na exposição universal em Paris. É a primeira vez que a paisagem é reconhecida como
obra de arte.
A paisagem barroca era encomendada aqui na escola de Barbizon. A partir de 1855 é que
o pintor começa a pintar o que sente, não só por encomenda.
O néo-classicismo, romantismo e realismo, ocorreram bem próximos num movimento de
100 anos.
A escola de Barbizon é um estilo que significa "ao ar livre".

113
23a. AULAErro! Indicador não definido.

Apresentação do vídeo sobre arte, da enciclopédia britânica.


Projeção de slides do pintores néo-clássicos, românticos, escola de Barbizon e realistas.

PINTORES NÉO-CLÁSSICOS
Jacques Louis DAVID (1748-1825), nascido em Paris e falecido em Bruxelas.
Jean Auguste Dominique INGRES (1780-1867), nascido em Montauban (França) e
falecido em Paris.
França: Gerard, Chasserian, Cabanel, Henner, Bouguereau.
Grã-Bretanha: Almatadema.
EUA: Allston.

PINTORES ROMÂNTICOS
Alemanha: Runge, Caspar David Friedrich
França: DELACROIX
Bélgica: Gallait
Inglaterra: John CONSTABLE (1776-1837), um dos primeiros pintores a pintar ao ar livre,
William Blake, William TURNER (1775-1851).
USA: George Inness.

ESCOLA DE BARBIZON (1830)


Boudin, JongKind, Theodore Rousseau, Charles Daubigny, Camille Corot, Millet (1814-
1874) a luz vem de trás para frente.

PINTORES REALISTAS
Coubert (1819 a 1877)
Obs.: Anselm Kieffer- expressionista do século XX que baseou-se na luminosidade de
Millet.

PINTORES IMPRESSIONISTAS
Renoir, Degas (pinta sobre à noite), Claude Monet, Edward Manet, Toulouse Lautrec (pinta
sobre à noite também), Sisley, Pissarro, Mary Cassat.

PINTORES PÓS-IMPRESSIONISTAS
Van Gogh, precursor do expressionismo.
Cezanne, precursor do cubismo.
Gauguin, precursor do simbolismo, fauvismo.

Obs.: O Museu "Del Jeu de Paume", em Paris, deixou de existir para ser hoje o museu
"Gare D'Orsay".

114
24a. e 25a. AULAErro! Indicador não definido.

Comentários sobre os livros:

CHRISTO: Búlgaro, se naturalizou americano. É artista de vanguarda e faz trabalho de


instalações. Ele interfere na natureza com sua arte, chamado então de Land-Art.
“Empacota” lugares famosos e importantes.

CHAGALL: Judeu. As pessoas retratadas, na sua pintura, não tocam o pé no chão.


Chagall tem um estilo diferenciado em sua pintura. Ele é um artista contemporâneo e não
pertence a nenhum estilo conhecido. Faz muitos vitrais.

KANDINSKY: Abstracionista gestual e geométrico, é também um filósofo. A pintura a


abstrata não pode ter nenhuma representação da natureza, nenhuma figura humana. Se
tiver um referencial, uma figura conhecida, não é considerado abstrato.
"Todos os procedimentos são sagrados quanto interiormente necessários".

OS PRINCIPAIS ASPECTOS DO IMPRESSIONISMO

As raízes da Arte Moderna estão no Impressionismo. Em 1874 um grupo de jovens


insatisfeitos com a pintura Acadêmica se reunia para procurar descobrir novos caminhos
dentro da arte. Como a fotografia estava muito na moda, eles fizeram a primeira exposição
no atelier do fotógrafo chamado "Nadar".
Todos foram ver a exposição e ficaram impressionados. Os críticos diziam que não era
uma pintura e sim a "impressão" de um quadro.
Ex.: Monet "O sol ao nascer".
Manet, Monet, Renoir, Degas, Sisley, Pissarro, Toulouse Lautrec, são a grande corrente
desse novo estilo artístico. Essa corrente foi combatida pelo público francês durante 30
anos. Os franceses não souberam dar valor a essa arte na época, hoje chamada de
Impressionismo, apesar de serem considerados os mais cultos da Europa. O
Impressionismo é a corrente artística mais rica, completa e inovadora da História da Arte.

HISTÓRIA DO IMPRESSIONISMO

O Café Guerbois era o local onde os impressionistas se encontravam para bater papo,
discutir suas idéias, definir suas metas. Edward Manet, que era o mais tradicionalista,
dentre os pintores impressionistas, foi eleito o chefe desse movimento que estava se
iniciando. Ele foi o mais atacado pela crítica e pelo público.
Fez duas telas: "Olimpiá" (sobre as prostitutas) e cujo tema chocava o público e "O almoço
na relva" (onde os homens se encontravam com as mulheres) causando um escândalo na
época.

115
O aprimoramento técnico em todos os setores do desenvolvimento industrial imperava o
desejo do novo, de substituir tudo por coisas novas e industrializadas. Imperava a máquina
fotográfica. Vão inventar a máquina fotográfica portátil. Passaram a fotografar tudo ao ar
livre. Diante disso o artista teve que repensar seu momento para mudar sua arte.
O homem percebe que sua existência é uma luta, uma competição. Ele passa a ter
consciência do caráter transitório, mutável das coisas.
Os Impressionistas captam esse aspecto transitório da vida e do mundo. Nas suas
pinturas vão empregar o caráter inacabado. Os valores mudam completamente.
A fotografia vai ser importante nesse momento. Eles começam a pintar mais o que
SENTEM do que o que eles VÊEM.
Vão lutar 30 anos para serem aceitos, pois provocaram uma verdadeira revolução na Arte.
Tentam entrar nos salões e são impedidos. Resolvem fazer um salão só para eles que vai
ser denominado de "O salão dos recusados".

PRINCIPAIS CONCEITOS DO IMPRESSIONISMO

1. O pintor sai do atelier e vai pintar ao ar livre (acaba o “posar”).


2. Pinceladas bem amplas porque o tempo é escasso.
3. Liberdade para captar, sem qualquer regra, as impressões do momento.
4. Desaparecem os contornos das figuras.
5. Vão fazer poucos detalhes.
6. A forma é dada pela cor.
7. Mistura ótica das cores.
8. Muita luz e sombra.
9. O efêmero, o fugaz, o reflexo como a luz e a fumaça e as nuvens são usadas
constantemente.
10. É retirado o preto da palheta.
11. Uso da temática japonesa.
12. Muita luz e amarelo.

O Impressionismo, com todos esses conceitos, foi a solução que abriu definitivamente
novos horizontes para a Arte Moderna.

O Impressionismo é definido como tentativa inédita de pegar a realidade da luz. Eles


nunca tiveram a pretensão de descobrir a luz, os barrocos é que a descobriram.
O maior pintor Impressionista é Claude Monet.

Para os impressionistas a natureza não é um material de reflexão, é fonte imediata de


sensações. O impressionismo é inovador não só da prática ao ar livre, mas também no
seu método de trabalho.

116
Eles renunciaram a visão das formas que nós temos e a substituíram por um método em
que o imaginário tem sempre um papel a desempenhar, é o "Triunfo do Espírito de
Análise". É uma obra em aberto. O imaginário é super importante. O impressionismo não é
uma reprodução servil da realidade, ele apenas a sugere. A originalidade impressionista de
captar o instante é chamada de "A Impressão Primeira". A paisagem torna-se aquele
"pega no ar". O motivo é captado quase que anarquicamente pelo primeiro olhar, aquele
olhar que capta tudo. Ele vão fazer a composição com o objetivo de registrar o momento,
que é transitório. O tempo é o que importa e o que pela primeira vez foi representado,
pelos impressionistas, na história da arte.

9a. AULA

JAPONISMO NO IMPRESSIONISMO: A casa de Claude Monet era inteirinha decorada


pela pintura japonesa que estava no auge. Os portos do Japão foram abertos e começou a
chegar muitos produtos japoneses. (maçãs embaladas em papel, etc.). Foi um modismo
da época. Os artistas impressionistas descobriram o Japão por eles próprios, através de
uma série de coisas. Achavam que o Japão era um povo diferenciado, uma cultura nova.
Em 1862 foram abertos os armazéns do Porto de Desoye, onde os navios começaram a
chegar com as mercadorias estrangeiras. Como os impressionistas eram artistas de
vanguarda, eles ficavam muito impressionados pelo novo. De um modo geral, eles
retiraram todos os conhecimentos dos japoneses. Eles achavam que os japoneses tinham
uma arte mais decorativa do que considerada como um estilo, uma técnica nova.
Os impressionistas já tinham a técnica inovadora. A arte japonesa era uma arte pitoresca,
popular, requintada e lendária (de muitos séculos).
Esta arte japonesa vai influenciar pintores como Manet, Monet, Degas e Van Gogh, que
foram os que mais sofreram influência japonesa.

Para a pintura japonesa o tema não é tão importante. Eles utilizam cores leves,
acinzentadas e muita montanha, etc. Os impressionistas vão extrair, por exemplo, a
montanha da pintura japonesa e colocar na pintura deles como uma recordação.
A forma de perspectiva japonesa “perspectiva em corte de viés” vai ser usada algumas
vezes por Van Gogh e Degas. É uma simplificação idealista das perspectivas na superfície
do quadro.
Manet, em sua pintura, também colocou elementos da pintura japonesa como o biombo
japonês com pássaros e flores, um Samurai, etc.

Relembrando:
Os impressionistas vão pintar a impressão primeira, o efêmero, o fugaz, aquilo que não
volta mais. Monet pintou 30 anos as Ninféias. Como a industrialização tomava conta, tudo
que era feito à mão era desvalorizado. Com a produção rápida, surge o inacabado do
rápido, a competição e o descartável. É o começo da idade moderna do Homem.
É quase século XX, quando surge a competição, o descartável, a coisa efêmera. O
pensamento era "Se eu não fizer agora vem outro e faz". O mundo industrial estava
surgindo, como hoje está se abrindo o mundo da alta tecnologia (com fax, xerox,
multimidia, etc.) e que esta sendo utilizada na arte também.
117
As obras impressionistas são consideradas em aberto pelo fato de se ficar na dúvida sobre
o que foi pintado. O impressionista jamais fará uma reprodução servil da natureza, vai
sempre sugerir. A luminosidade tem um papel decisivo dentro do impressionismo. Os
impressionistas falavam que a pintura deles era o triunfo do espirito de análise na forma.
No conteúdo eles só pintavam a beleza. Na forma eles eram quase que cientistas. Eles
vão querer saber sobre a luminosidade, o momento, como se faz a mistura ótica das
cores. Eles vão ser inovadores na forma e no conteúdo eles vão fazer somente motivos
alegres, da "belle epoque", nunca a tristeza, angústia, o feio. Todas as pessoas que
retratavam eram bonitas. É porisso que existe muito "Recollection". O conteúdo era fraco.
Eles puxam pela estética e pela beleza.
Apesar de na época impressionista estar havendo uma guerra entre a França e a Prússia,
eles não vão pintar sobre isso. Procuraram passar ileso pela coisa, apesar de alguns
pintores terem participado dessa guerra. Eles queriam fazer a pintura pela pintura sem
estarem ligados a nenhum plano social. É o grande prazer de pintar.

CLAUDE MONET: Nasceu em 1840 e morreu em 1926. A preocupação dele foi sempre
reter na tela o sol, o vento, a água, no instante em que isso acontecia e da maneira como o
olho percebia. Tinha uma forma de ver e sentir a dinâmica do tempo como nenhum outro
pintor impressionista teve. Tinha uma relação muito ativa e dinâmica com a obra de arte,
com o momento, com o instante. Jamais teve uma contemplação passiva com a natureza.
Nasceu em Paris, filho de um comerciante de especiarias (que hoje seria um empresário).
Quando ele tinha 5 anos a família foi morar no porto de Le Havre, onde o mar vai assumir
muita importância para ele. Foi aí que aconteceu a segunda guerra mundial. A liberdade, o
infinito do mar, o horizonte foi muito importante na sua formação. Aprendeu a vibrar com a
paisagem, com a liberdade. Não foi aluno brilhante na escola, preferia ficar na praia. Tinha
uma mania de fazer caricaturas em seu caderno desde os 7 anos de idade. Foi então
melhorando seu desenho e passando a receber encomendas de mais caricaturas. Passa a
fazer até caricaturas nos bares. No cais de Le Havre, os marinheiros também se
interessaram e pediram então a ele que também fizesse caricaturas. Desta vez Monet
passa a cobrar dos marinheiros pois não os conhecia (10 a 20 francos por caricatura).
Não cobrava dos amigos. O dinheiro que arrecadava comprava mais material para sua
pintura. Com 17 anos decidiu ser pintor. Não quis seguir nenhuma profissão que o pai
escolhera para ele. O pai incentiva-o a ir estudar em Paris. Em 1859 Monet leva uma carta
de apresentação de uma tia (que pintava mal), para estudar na escola de Belas Artes de
Paris. Prestou um exame, conseguiu entrar, mas achou uma escola muito acadêmica. Vai
decidir estudar no "Atelier Suíço". O “Atelier Suíço” era uma escola de vanguarda, muito
aberta e livre, sem exames e de ensino muito informal. Quando seu pai descobriu cortou
sua mesada. Lá ele conheceu Pissarro que foram pintar juntos em Mont Martre (onde os
pintores pintavam muito). Conheceu também Coubert (pintor Realista).
Foi nessa época interrompido pelo serviço militar tendo que ir para Argélia, onde ficou
super depressivo. Voltando da Argélia foi para a casa dos pais para se recuperar e onde
decidiu voltar logo à Paris. Em Paris volta a pintar e nessa época vai conhecer Renoir e
Sisley.

118
Em 1866 pintou uma moça que achou muito bonita chamada Camille e expôs o quadro
obtendo muito sucesso. Os pais voltam a dar ajuda financeira até que Monet (de classe
média alta) vai viver com uma modelo de classe social bem modesta. Os pais não
gostando dessa situação vai cortar novamente a ajuda financeira. Monet passa por
dificuldades financeiras quando nasce nessa época o seu primeiro filho Jean. Monet
estava tão pobre a ponto de quase não ter o que comer, não ter dinheiro para pegar uma
condução para visitar a esposa no Hospital que tinha dado a luz. Os seus amigos
ajudavam dando comida para ele sobreviver. Ele ficou tão desesperado que tentou o
suicídio para que a sua família percebesse o seu problema. Como não deram atenção, ele
resolve então casar com Camille.
Nessa época aconteceu a guerra franco-prussiana. E, como Monet já tinha lutado na
guerra anteriormente, vai pegar sua esposa e filho e fugir para Londres, onde vai passar
frio e fome. Vai pintar o Parlamento em Londres (Renoir também pintou o parlamento). Vai
estudar muito as obras de Constable e Turner. Vai conhecer um comerciante de arte
riquíssimo, francês, chamado Paul Duran Ruel, que vai dar apoio substancial aos
impressionistas. Ele é banqueiro, crítico, messenas. Vai praticamente sustentar Monet que
vai pinta muitos quadros para ele. Monet antes de voltar à Paris passará pela Bélgica,
Holanda com o trem Maria-fumaça, onde se empolga muito com o trabalho de Rembrandt.
Na Bélgica vai gostar mais do trabalho de Rubens. Na França vai morar as margens do
Sena a poucos quilômetros de Paris, em Argenteuil. Começa a construir seu primeiro
jardim. Monet passa a convidar gente para ir à casa dele, costume que os franceses não
tinham. Todos os domingos os chamados rebeldes como: Pissarro, Renoir, Sisley, Manet
se reuniam para pintar na casa de Monet, com exceção de Basile que morreu na guerra da
Prússia. Cada um levava uma alimento como: pão, queijo e uma plantinha para fazer o seu
jardim. Criava galinhas, pato, etc. A partir daí eles começaram a trabalhar “o que era
impressionismo”. O fundamental para os impressionistas era usar as cores amarelo, azul e
vermelho (cores primárias) e as cores complementares (roxo, laranja e verde). Monet vai
pedir para que todos levassem flores, cada uma de uma cor, para o próximo encontro.
As cores complementares vão ser um dogma para os impressionistas. Vão tirar da
paleta o preto e quase todas as terras como: terra-de-siena, etc. Essa obsessão das cores
complementares vai acontecer quando vão pintar ao ar livre. Monet percebeu que as
sombras não eram simplesmente áreas mais escuras, mas sombras com tonalidades
diferentes e não mais só de uma cor.
Monet vai deixar de escurecer as sombras, pintando ao contrário, obras bem claras, bem
iluminadas. As sombras vão ser obtidas mediante o emprego das cores complementares.
Vai ser uma característica muito típica da linguagem impressionista. As cores
complementares virão sempre ao lado das cores primárias. Ao ar livre a cor do objeto
muda muito em função da atmosfera que filtra a luz e permite o reflexo. A atmosfera muda
o tempo todo conforme a hora, o lugar, a temperatura. O que a pouco tinha uma forma
volumosa, de repente pode ser uma leve sugestão. Eles vêem a natureza com a mente
além dos olhos. O artista vai se ligar muito na atmosfera. Passa a ser muito mais
interessante a atmosfera do que a paisagem, ou as pessoas.

119
"Quando o artista Monet toma plena consciência da importância da atmosfera, deixa de
viajar ao longo do espaço para viajar ao longo do tempo. Já não interessa tanto percorrer o
rio Sena a fim de pintar as diversas situações que aconteciam as suas margens, ele
prefere focalizar o mesmo ambiente nas diferentes horas do dia".
É a busca do tempo perdido, do momento. Quando vai ao campo, Monet faz uma série de
quadros de feno e outra série de pinturas. Kandinski fica muito encantado ao ver os
quadros de feno de Monet, em uma exposição na Rússia. Fica muito encantado com
aquela pintura que dava a impressão de feno, sendo quase que uma abstração do
conteúdo. Kandinski com essa influência do Monet consegue se desenvolver para o
abstrato. O que importa para Monet é ver a luminosidade. Percebe que tem que viajar ao
longo do tempo. Vai pintar em uma plataforma numa estação de trem para ver o trem sair
e chegar, as brumas, e todo aquele envolvimento que o trem faz.
A situação pessoal dele tinha altos e baixos. Em 1875 conheceu um milionário chamado
Hoscheder que vai ajudá-lo muito, comprando muitas obras durante 3 anos. Ele vai expor
56 telas na galeria do Duran Ruel sendo quando quase um sucesso (pois não vendeu
todas as telas).
Em 1878 nasce seu segundo filho Michael, quando suas obras são mais alegres, festivas,
bonitas e suas composições são melhores. Fica feliz com o nascimento de seu segundo
filho e nesta época também está ganhando melhor. Só que 1 ano depois em 1879 morre
sua esposa, deixando-o muito deprimido. Vai pintar muito pouco e obras bem tristes. O seu
trabalho mais importante dessa época chama-se "Rua da Aldeia", onde é inverno e de
uma tristeza profunda, pois vai refletir a tristeza que sentia pela morte de sua esposa.
Monet vai sair de Paris e Hoscheder e sua família, que eram amigos da família de Monet,
vai a falência.
Um dia passando por Rouen encontra uma casinha encantadora em Giverny. Depois de
deixar o trem, pega uma charrete e volta para Giverny onde vai compra aquela casa.
Começa a viver lá com os filhos que tinha e com a mulher e filhos de Hoscheder, que tinha
sumido.
Vai melhorando e aumentando a casa. Constrói um jardim de estilo normando
maravilhoso. Pinta cada vez mais e vai visitar Cezanne em L'Staque e depois Renoir.
Todos moravam ali por perto. Resolvem pintar também em outros lugares como na Cote
d'Arzur. Monet passa a pintar mais em Giverny e a ganhar mais. Resolve comprar o
terreno do outro lado da estrada em frente a casa. Hoje você passa por baixo dessa
estrada por um túnel. Constrói um jardim oriental aquático do lado de lá. Durante 30 anos
Monet vai morar em Giverny pintando a mesma coisa, as Ninféias. Vai pintar a Catedral de
Rouen em 20 variantes no verão, outono, inverno. Aluga uma casinha em frente a Catedral
para pintá-la em suas variações durante o dia. Em 1896 vai expor essas pinturas na
Galeria Duran Ruel, onde faz o maior sucesso. Um político francês fica encantado com seu
trabalho e a partir de 1896 Monet é considerado o mais famoso pintor dos impressionistas,
aceito publicamente antes de todos os outros pintores.
Enquanto Renoir trabalhava por encomenda, Monet pintava o que queria, conseguindo
expor e vender.
Renoir vai pintar as encomendas da família do banqueiro e as meninas no piano,
ganhando muito bem.

120
Monet pintava o que gostava, buscando o impressionismo por toda a sua vida e por esse
aspecto vai ser muito mais bem aceito do que o próprio Renoir. Monet era mais aberto e
por isso vai ser um pintor quase que contemporâneo. Começou a pintar a série das
ninféias no ano de 1899. São inesquecíveis poesias cromáticas. São dezenas de trabalhos
em estudos, telas, etc. Mesmo doente, idoso, nada o afasta de seu trabalho. Ele fica muito
rico. Teve uma espécie de malária o que não diminuiu o seu trabalho. Morreu em 05 de
dezembro em 1926.
“Monet buscou sempre a luz em movimento em uma atmosfera mágica”.

121
26a. AULAErro! Indicador não definido.

Apresentação de vídeo sobre Giverny. A casa de Monet e seus jardins criados por ele, que
foram restaurados pelo governo Francês em 1960.

VINCENT VAN GOGH

Nasceu em 30 de março em 1853 e morreu em 1890, vivendo só 37 anos.


Nasceu em Zundert, na aldeia holandesa de Brabant, próximo a fronteira da Bélgica.
Nasceu um ano depois que sua mãe perdeu o primeiro filho, o qual tinha o mesmo nome
de Vicent Van Gogh. Essa criança nasceu e morreu logo após o seu nascimento e a mãe o
enterrou atrás de sua casa. Van Gogh passou a sua vida toda vendo a lápide atrás de sua
casa com seu nome, o que deixou-o muito perturbado. Cresceu sob o estigma do seu
irmão morto.

Em primeiro de março de 1857 nasceu seu irmão mais moço chamado Théo que vai ser o
protetor de Van Gogh por toda sua vida. Os dois sempre vão ser muito leais e amigos um
com o outro. Théo é o seu irmão, seu confidente, o seu outro “eu”, a quem escreveu mais
de 650 cartas. Tem um livro chamado "As cartas de Van Gogh para Théo" (para quem
quiser saber muito sobre sua vida). Tudo o que se sabe sobre Van Gogh foi obtido através
dessas cartas.

Vicent Van Gogh foi uma criança muito difícil, problemática, não se dava com ninguém,
extremamente solitário. Ele sempre andava vagando sozinho pelos bosques, pensando. A
família se preocupava com ele. Queria que ele se desse bem em alguma coisa na vida. A
sua vida escolar foi muito fraca. Gostava muito de ler, mas não de escrever. É por isso que
foi um grande acontecimento em sua vida, as cartas que escreveu. Era um homem muito
culto. Lia muito Platão, filosofia, teologia, etc. Embora tenha estudado muito pouco, sua
cultura vem de sua auto-instrução.

Van Gogh tinha um tio que era próspero negociante em Haia. Esse tio teve um papel muito
importante na sua vida, tinha uma cadeia de lojas de livros de arte, de gravuras e de
pinturas. A sede principal era em Haia. Van Gogh foi morar e trabalhar com esse tio. Essa
loja chamava-se Galeria Gropil com filiais em Haia, Amsterdã e Paris. Ele vai primeiro para
Haia trabalhar como empacotador de livros e despachos também. Van Gogh começa a ver
as reproduções dos grandes pintores, apaixonando-se por arte. Achava que tinha
condições para se desenvolver como pintor, estudando essas gravuras.

Em 1872 Théo (com apenas 15 anos) vai se encontrar com Van Gogh em Haia, ficando
alguns dias com ele. Van Gogh começa a falar de arte com o irmão, sobre os problemas
da família, e a partir daí eles permanecem ligados para o resto da vida. Van Gogh nessa
época tinha 19 anos. Van Gogh vê no Théo sua alma gêmea, em quem podia confiar, e
que o entendia plenamente como se fosse o outro "eu" dele. Quando eles se separam
começam a se corresponder por sentirem muito a falta um do outro.

122
Em 1873 após esse encontro Van Gogh sai de Haia e vai trabalhar em Londres com o tio.
Vai se apaixonar por uma moça loira muito bonita, filha do senhorio da casa onde ele está
hospedado, não sendo nada correspondido. A moça dizia para ele que era horroroso, com
cabelo espetado. Ele se achava também muito feio. Foi a primeira grande desilusão
amorosa de sua vida. Resolve não se apaixonar mais por ninguém, por que não deu certo
e fica nervoso. Outra coisa que detesta em Londres é a falta de sol, porque nasceu num
país que tem somente 3 meses de sol por ano (junho, julho e agosto). Não gostava dos
países nórdicos porque era anglo-saxão. Tinha a alma muito parecida com a dos pintores
latinos.
Vai à Paris em 1875, ver o sol e os impressionistas que estavam acontecendo. Fica muito
deslumbrado com a luz de Paris e suas ruas movimentadas. Tudo encanta, tudo o seduz.
Chega a passar uma noite em Paris, no Boulevard do Capuccino, só para ver a água da
chuva batendo na luz e caindo nas poças. Fica quase com pneumonia e Théo, seu irmão,
vai socorrê-lo.
Em Paris vai ler muito sobre os grandes escritores da época como "Floubert, Boudelert".
Adora Paris e odeia o seu emprego. Em Paris, enquanto trabalhava vendendo gravuras na
loja do seu tio, faltava do emprego para ir visitar as outras galerias. Seu tio ficava muito
aborrecido por ele ir visitar as galerias concorrentes. Van Gogh falava que apreciava muito
as outras galerias por ter outras pinturas bem diferentes e que o tio só tinha pintura
acadêmica. Começa então a desavença com o tio. O tio exige que ele freqüente somente
a galeria dele ou que então Van Gogh vá embora. Van Gogh resolve ficar na galeria. Só
que Van Gogh falava para os fregueses que comprassem as pinturas de outros pintores,
que não eram vendidas na galeria de seu tio. Passa a brigar com a clientela querendo
impor o que ele achava. Com 22 anos briga com o tio, ficando muito frustado e sem
perspectiva para o futuro. Resolve voltar para a casa dos pais, onde é muito mal recebido.
Vai pensar o que fazer da vida. O pai fica indignado com Van Gogh, pois o tio era bom e
só tentou ajudá-lo. Só Théo o compreende.

Em 1876 ele sofre sua primeira grande crise nervosa depressiva. Era maníaco-depressivo,
tinha crises fortes de rolar no chão (epilepsia). A partir dessa sua primeira crise, ele vai
ficar extremamente místico e fervorosamente religioso. O seu pai era pastor, mas achava
que era impossível que ele fosse tão maníaco por religião. Tudo o que ele fazia era
extremamente exagerado.
Obs. à parte: A obsessão pela religião parecia uma fuga da sociedade, das suas
frustrações amorosas, da família.
Fica frustado por querer ser pastor e o seu pai não o entender. Resolve voltar para a
Inglaterra. Van Gogh era muito inconstante.
Resolve ensinar francês e alemão num bairro pobre da metrópole, em uma escola infantil.
Só que o seu conhecimento por línguas era deficiente. Incumbido de cobrar taxas da
escola, ele tinha que visitar as famílias dos estudantes, levando-o a conhecer as condições
miseráveis da zona leste de Londres, onde viviam os operários. A impressão sofrida
fortaleceu o desejo de trabalhar com os pobres e os humildes. Tornou-se assistente de um
pastor metodista e começou a pregar. Devido a sua crise espiritual, muitas vezes em seus
sermões, suas palavras acabavam mais perturbando do que confortando os ouvintes.

123
Em 1878 volta à Holanda, em Etten, perto de Zundert, para passar o Natal com os pais. A
família resolve ajudá-lo a estudar teologia em Amsterdã, pois poderia seguir a carreira do
pai e do avô.
Foi, portanto, reprovado nos exames de admissão. Ao invés de desistir, fez um curso de
pastor leigo em Bruxelas.
Quer ser pastor de pobre e não de rico. Escreve uma carta para o irmão dizendo que a
miséria o atraía. O irmão fica horrorizado, mas não adiantava dizer nada.
Três meses depois, em novembro de 1878, mudou-se para Borinage na Bélgica, distrito
belga de mineração de carvão, onde passou a conviver com os mineiros. Só que a miséria
que ele achou na região era muito pior do que ele pensava. Quando ele foi para lá a sua
mãe, que o adorava, fez uma mala farta de roupas, agasalhos, meias, etc. Vendo aquela
pobreza, os homens que trabalhavam na terra quase só para comer e, como Cristo deu
tudo aos pobres, ele começa a dar tudo o que ele tem, as suas roupas para os pobres.
Passa dias sem comer porque o que recebia dos pais ele dava aos pobres. Fica
praticamente sem roupas, quase não toma banho e muito sujo. Multiplicaram-se nesse
período os desenhos com que retratava, em suas cartas, a vida daquela gente.
Por 2 anos não tem nada escrito que fale como ele sobreviveu esse tempo. Estava em
uma profunda crise mística, mas sabia que seria um grande pintor. Ele sempre sabia que
seria e se considerava um grande pintor.
Quando ele ficou péssimo, a congregação o despede, porque estava afastando os pobres
da Igreja. Seu pai preocupado com as condições que o filho vivia, foi buscá-lo de volta para
a casa.
Van Gogh, em sua casa, volta a pintar com a mesma paixão que ele teve no misticismo.
Vai pintar muito o que tinha visto em Borinage.
Viajou a Courrières, distrito mineiro do norte da França. Passou a estudar desenho em
Bruxelas com um jovem estudante da Academia, Anthon Von Rappard. Acolhido como
amigo, aprendeu, em seu estúdio, perspectiva e anatomia humana.

Em abril de 1881 foi visitar Théo em Etten. Em Haia recebe um conselho de um primo
artista também, o de desenhar diretamente temas da natureza. Passou a desenhar seus
pais, sua irmã e camponeses em seus afazeres.
Perto de sua casa tinha uma viúva muito bonita chamada Kee Vos, que era uma prima
afastada. Apaixona-se perdidamente por ela, também. Mas a família foi contra o
relacionamento porque ela era viúva recente e prima. Ela estava começando a gostar dele.
Quando a família ficou em cima, dizendo que iria pegar mal na sociedade, ela pulou fora
do relacionamento indo morar com os seus pais em Amsterdã. Mais uma vez não deu
certo sua vida amorosa.
Resolve voltar para Haia, pobre e seus pais resolvem não ajudá-lo mais. Théo começa a
sustentá-lo a partir daí. Ele estava tão pobre que o dinheiro que recebia do irmão era
pouco para comprar o material de pintura. Em 1882 vai morar num quarto horrível em uma
casa, dividindo o quarto com uma prostituta chamada Christine Sien. Ela tinha um bebê e
estava grávida de outro. Vai pintar obras fantásticas dessa prostituta. Ele queria viver e
casar com ela. Ela o aceitou, mas estava doente com tuberculose.

124
Théo vai escrever que se ele continuar com essa mulher ele vai parar de mandar dinheiro
para sustentá-lo.
Um dos quadros mais bonitos que vai pintar sobre ela chama-se "Tristeza". A ligação não
durou muito. Depois do parto ela voltou a beber e Van Gogh não teve mais como ajudá-la.
Quando ele decidiu mudar-se para o campo, Christine não o acompanhou.

Em 1883 Van Gogh vai à Holanda ver seu pai que tinha uma nova paróquia e sentindo-se
incompreendido foi viver em dois quartos alugados nas proximidades. Um deles era o seu
estúdio onde em 1885 vai pintar uma de suas mais famosas obras "Os Comedores de
Batatas". Pintou também "Camponesa Varrendo", "Natureza Morta com Cinco Garrafas e
Tigela", etc.
Em 1884, mudou-se novamente para França. O motivo talvez tenha sido a morte do seu
pai ou então o desejo de estar perto do irmão que se mudara para Paris. Vai de qualquer
modo deixar a Holanda para sempre.
Antes de seguir para Paris, porém, ficou em Antuérpia alguns meses. As pinturas de
Rubens estavam espalhadas pelas igrejas e museus da cidade. Fica impressionado com
essas obras. É aí que vai pintar seu primeiro auto-retrato.
Volta a Paris onde passará dois anos frutíferos entre 1886 e 1888. O impressionismo
estava no auge. Vai morar com seu irmão, que gerenciava uma galeria em Mont Martre,
em um apartamento muito bonito, no bairro dos intelectuais e dos artistas. Fica encantado
com a luz do impressionismo e pinta algumas obras totalmente impressionistas. Resolve
se matricular em uma Academia de pintura acadêmica. Mas, só serviu para ele fazer
desenhos sobre nus. Em seguida fica muito amigo de Pissarro e Paul Gauguim.
Vai conhecer Manet, Monet, Renoir, Degas e achava que todos eram antipáticos e
metidos. Não chega a ficar íntimo. Continua a pintar como impressionista. Descobre a cor
e escreve para o Théo: "A cor expressa algo em si, simplesmente porque ela existe. Deve-
se aproveitar sempre isso, pois a cor é bela e o belo é sempre verdadeiro". Vai começar a
pintar cada vez mais rápido.
Van Gogh destoava dos outros artistas porque os outros eram de família rica, viviam bem,
freqüentavam as grandes galerias, os grandes cafés e ele não.
Van Gogh e Toulouse Lautrec que também tinha uma vida bem à parte, eram mais
boêmios. Van Gogh não conseguia expor o que pintava. Expor para os impressionistas
ainda era um obstáculo quase intransponível. Pede a Théo, já que não consegue vender,
que dê ajuda financeira à ele. Van Gogh sai de Paris e vai para uma cidade no sul da
França chamada Arles, onde fará as pinturas que mais conhecemos hoje. Cidade próxima
de Marsseilles. O sul da França para ele tinha uma equivalência com o Japão. Aluga um
sobrado amarelo numa praça chamada "La Martine". Lá ele faz amizade com todo mundo.
Vai pintar o carteiro, o padeiro, pinta todo mundo. Fica íntimo da família do carteiro. Fica
muito amigo do proprietário do café e do tenente do exército. Resolve fazer uma colônia de
artistas. Vai convidar todo mundo para viver com ele ali. O primeiro que quis que morasse
com ele foi Gauguin.
Pelo histórico Van Gogh deve ter sido bissexual devido a tendência de gostar de mulheres
e homens. Teve uma paixão por Paul Gauguin onde via a coragem nele, que ele não tinha,
de ter abandonado toda a família e tudo para morar em Taiti (?).

125
Nessa época ainda não tinha crise nenhuma e estava pintando muitos quadros
impressionistas em Arles.
Quando chega o verão, Van Gogh fica apaixonado pelo sol que era tão forte a ponto de
perturbar as vistas. O sol do sul da França parecia explodir de tão forte e era o sol que ele
chegou a pintar exatamente como era mais tarde. Disse para o seu irmão que aquela era a
pátria dele e que gostaria de viver para sempre lá. Não acreditava que não tivesse vivido lá
anteriormente. Van Gogh entra numa fase furiosa de pintar onde vai fazer uns 300 quadros
em menos de 4 meses.
A luz vai iluminar os girassóis que pinta. Vai escrever: "Eu quero a luz que vem de dentro,
eu quero que as cores representem as minhas emoções, quero que as cores representem
o meu coração". Pinta a família Rolan.
Em outubro chega Paul Gauguin para trabalhar com Van Gogh.
Gauguin era muito organizado com tudo, com as tintas, os pincéis e muito cheio de vida.
Não gostou da cidade achando-a muito parada, monótona, irritando-se muito com Van
Gogh. Eles eram completamente diferentes. Van Gogh queria que Gauguin pintasse a
mesma figura que ele e ficava discutindo sobre a pintura que saía diferente uma da outra.
Eles brigavam o tempo todo. No meio a uma discussão feia, Van Gogh jogou na cara do
Gauguin que o Théo estava sustentando ele também. Gauguin ficou muito nervoso e Van
Gogh ameaçou ele com uma navalha. Gauguin jogou vinho na cara do Van Gogh e foi
embora para morar em um prostíbulo. Van Gogh desesperado declara que gostava muito
dele e de todas as formas. Isso perturbou mais Gauguin dizendo que jamais pisaria ali
novamente. Gauguin era muito macho.
Van Gogh corta o lóbulo da orelha e o embrulha pedindo para entregarem à Gauguin, no
prostíbulo. Cria um clima muito negativo para ele, todas as pessoas de Arles passam a
detestá-lo por isso. Acham que Van Gogh era louco e pedem para que o prefeito de Arles
expulsem-no da cidade.
Théo pergunta para o Van Gogh o que achava que deveria fazer. Van Gogh pede ao irmão
que o leve para um hospital psiquiátrico (não para completamente loucos) chamado Saint
Paul, próximo a Arles onde vai ficar 10 dias internado. Ao sair do hospital, após suas
crises, volta para sua casa amarela, ainda em Arles. É nesse momento então que vai
pintar, em frente ao espelho, o seu quadro onde aparece com a orelha cortada.
O seu olhar era de espanto, de mágoa, tem uma melancolia muito forte. Volta a trabalhar
com muita fúria.

Em maio de 1889 ele fala para o Théo que não dava para viver assim e que precisava ficar
um tempo maior internado para melhorar e tomar remédio. Tinha uma consciência muito
grande do que tinha. Vai para um outro hospital chamado Saint Rémy, onde irá pintar o
seu quarto, a janela, enfim, todo o hospital. Ele adorava pintar lá. Os médicos deixaram
que ele transformasse o seu quanto em um atelier. Vai querer sair para pintar lá fora
também. Os médicos consentiram mas com a condição de que fosse vigiado por um
guarda. Pintava, ao redor do hospital até ao anoitecer. Vivia intensamente cada momento
de sua vida. Nesse momento escreve novamente para Théo: "Na vida de um artista, a
morte talvez não seja a coisa mais difícil" (já começa daí a ter idéias sobre a morte).

126
Estando tão bem no hospital em Saint Rémy, passava a pintar muitas paisagens que
agrediam pela sua violência. Ele já estava completamente expressionista distorcendo a
imagem por vê-la também distorcida. Começou a ter outra vez uma série de crises
místicas, achando que era "Deus" e que podia reformar o mundo. Vê anjos e demônios.

Cada vez que tinha uma crise e voltava muito fraco e abatido. Van Gogh achava que tinha
perdido muito tempo durante sua crise sem pintar que fora dela passava a pintar tudo
muito rápido em busca do tempo perdido. Mandava seus quadros para Théo que não
conseguia vendê-los. Ele se achava um grande pintor e por isso não acreditava porque
não conseguia vender nada. Théo vai acumulando seus quadros.

Um dia um pintor pontilhista chamado Signac vendo um quadro de Van Gogh, na casa de
Théo, fica encantado. Vai visitar Van Gogh e faz com que um amigo seu, dono de um
jornal da França, publique sua primeira e única crítica, muito elogiosa, do seu trabalho.
Pensou que essa crítica fosse ajudar a vender algum quadro, mas isso não ocorre.
Somente seis meses após essa publicação alguém resolve comprar o quadro "A vinha
vermelha". Foi o único quadro de Van Gogh vendido durante toda sua vida. Não se sabe
onde se encontra esse quadro.

Dr. Gachet, que era muito amigo de Théo, psiquiatra muito famoso na Europa, amigo dos
artistas e que tinha uma visão muito moderna da psiquiatria, entrevista Van Gogh,
achando-o fantástico, notável e cheio de problemas.
Diz a Théo que vai cuidar dele, já que é um grande artista, fazendo um preço especial. Van
Gogh vai gostar muito dele.
Dr. Gachet fala para o Théo que a situação de Van Gogh era grave e que estava no limite
da loucura. Disse que não adiantava prendê-lo. Van Gogh tinha que ter a liberdade de
trabalhar ao ar livre e pintar o que quisesse para depois voltar para casa, sem guarda para
tomar conta dele. Dr. Gachet toda vez que ia a Paris trazia tintas, pincéis, telas, toda
estrutura para que ele pudesse pintar. Nesse período, no final de sua vida, ele pinta os
seus famosos quadros: "Os Ciprestes", "O Trigal com Corvos", "Retrato do Dr. Gachet".
Todos violentos, retorcidos. Nessa fase Van Gogh consegue uma certa paz interior ao
encontrar alguém que o compreende, além do seu irmão. E ele consegue colocar na tela
todo aquele desespero interior. Pinta mais de 200 desenhos e mais de 40 quadros a óleo
em menos de 2 meses. Vai confiar muito no médico.
Um dia, que ele está muito feliz, escreve para Théo. Em outro dia ele entra numa crise
horrível, quando começa a ter mania de perseguição. Diz a Théo que o Dr. Gachet estava
querendo matá-lo e depois voltando atrás dizendo que não. Falava que gostava do Dr.
Gachet e que precisava sair para respirar. Dr.Gachet perguntou para onde gostaria de ir e
ele respondeu à “Paris”. O médico achou que ele não devia ir sozinho e resolve
acompanhá-lo até Paris onde vai encontrar Toulouse Lautrec. Van Gogh é bem recebido
por ele, mas Lautrec conversa com o médico pois o acha muito perturbado.
Van Gogh não quer ver o irmão e Théo fica muito magoado. O médico consegue explicar
que ele estava passando por uma crise dificílima e que tinha que fazer isso. Toulouse
Lautrec, Pissarro, Sisley, fazem uma estrutura para ele pintar um pouco melhor.

127
Acaba então o momento de Paris onde ficou apenas 10 dias e volta com o médico para
"Anvers", que era próximo a Saint Rémy, no sul da França, ficando em uma casa bem
próxima a do Dr. Gachet. Pinta seus últimos trabalhos e começa a aceitar a sua doença
achando que não tinha mais jeito, porque além de ser maníaco-depressivo, descobre que
era epiléptico (devido às crises em que rolava no chão) ou esquizofrênico. Hoje em dia,
acham que ele deve ter tido uma lesão cerebral ocorrida no parto.

Em 27 de julho de 1890, Van Gogh, num domingo ensolarado (detestava domingos onde o
tempo parava e ele era muito ativo), vai para um campo de trigo bem próximo a sua casa,
sozinho, com um revólver na mão. O sol e os grãos estavam bem dourados, céu
incrivelmente azul, pinta seu último quadro e dá um tiro no seu peito. O filho do Dr. Gachet
houve o tiro e sai correndo, tentando socorrê-lo. Ele não morre na hora, estando muito
tranqüilo e lúcido. É carregado para a casa do Dr. Gachet onde passa a noite fumando
cachimbo esperando por seu irmão Théo. Ele dizia que não poderia morrer enquanto seu
irmão não chegasse. No dia 29, dois dias depois, ainda vivo, com Théo segurando sua
mão, morre na presença do Dr. Gachet e dizendo ao seu irmão: "A miséria teve fim". Ele
tinha 37 anos.

No sótão da galeria Gropil de Paris, onde Théo tomava conta dessa galeria, existiam 700
quadros de Van Gogh sem comprador. Deve ter pintado mais de 1000 obras, telas
pequenas.

Técnicas de pinturas utilizadas por Van Gogh:


Suas primeiras influências foram os pintores holandeses como Rembrandt, Vermeer,
depois os pintores franceses como Delacroix. Gostava demais de Millet. Teve uma fase
impressionista bem curta. Pinta a sua realidade e o que vive. Sua pintura é como um
diário, uma reflexão profunda do seu ser. Passa para sua pintura toda a sua perturbação e
toda a sua tristeza.
Escreve para o Théo: "Quando eu começo a pintar, procuro uma técnica simples que não
é impressionismo e nem pontilhismo. Eu quero pintar de uma forma que todo mundo que
tenha dois olhos possa ver claro. Isso é o que eu chamo de simplicidade técnica".
Pinta muita figura humana e fala para o Théo: "Amo mais pintar os olhos dos homens do
que as catedrais, por que nos olhos deles há o que não existe em nenhuma catedral e em
nenhuma construção. Os olhos dos homens são imponentes e majestosos."
Exagerou muito nas cores, pintava com grossas camadas de tintas. Muitas vezes pegava
o tubo e colocava a tinta diretamente na tela. As vezes pintava com o dedo, muita
espátula, dava uma textura muito grande à sua tela. Essa técnica chama-se "empaste".

"Quando se estuda Van Gogh corre-se o risco de se apaixonar. Não se sabe bem se pelo
pintor, pelo homem ou se pelo seu trabalho. Corre-se o risco de se fazer dele um herói e
de se fazer dele distante. Corre-se o risco de se perder no turbilhão confuso de sua
pintura. E corre-se o risco de cada vez mais entender Van Gogh”.

128
Van Gogh era um homem de uma riqueza interior genial, homem incomum, embatido
pelos sintomas da doença, dominado pela doença, mas que sobreviveu através de sua
pintura. É um grande pintor de todos os séculos.
É chamado de pintor expressionista. Mas, um expressionista sempre deforma com apelo à
emoção e apelo social. Van Gogh não vai deformar com um apelo social em sua fase
expressionista. O seu apelo social ocorreu antes dele entrar nessa fase. Ele pintava muito
para ele próprio. O seu apelo era para ele mesmo e não para a pessoa que estivesse
vendo a sua pintura. Essa distorção era feita para ele e não importava se você entendesse
ou não. Ele queria pintar somente o que ele sentia. Não procurou agradar nunca os
outros, somente ele. Nunca concordou quando Théo pedia para ele distorcer menos para
que suas obras fossem vendáveis.

APRESENTAÇÃO DE SLIDES:

Renoir foi feliz o tempo todo e começou a pintar miniaturas em porcelana "limòges".
O sonho de sua vida era conseguir pintar o rosto da Maria Atonieta. Quando fecha a
fábrica de "limòges" começa a fazer gravuras, produção em série. Passa então a ser
pintor. No inicio é bastante impressionista, do tipo que sai ao ar livre para pintar.
São chamados de quadros “Raphaelistas” de Renoir, quando viaja e conhece as pinturas
de Raphael influenciando o seu trabalho. Volta a pintar mais detalhado como mostra o
trabalho "Dança no Campo" e quando aparece uma moça chamada Aline, casando-se
com ela depois.
Fazia muitas encomendas de crianças, adultos, etc. No final de sua vida aos 70 anos volta
a ser muito impressionista. Pinta várias cenas de Gabriele, sua empregada doméstica,
mas nunca teve caso com ela. Pinta também as "Banhistas" que foi muito criticado por sua
perspectiva bem esquisita. Outro trabalho "Odalisca".

Van Gogh:
Estudo dos "Comedores de batata"
"Sapatos", pintura quase monocromática.
"A mulher do padeiro", obra feita no seu casarão amarelo.
“Os ciganos”, volta ao impressionismo.
Pinturas de paisagens com campos e céu imensos e casas bem pequenas com
empastes. "Carteiro".
Série do hospital Saint Rémy.

Obs.: Sisley e Pissarro não faziam questão de divulgar o seus trabalhos. Somente 50 anos
para cá é que eles começaram a ser mais reconhecidos.
Sisley tinha muita pintura sobre campos. Teve uma fase muito acadêmica e depois se
torna bem impressionista.

Pintura de Pissarro "Boulevard do Capuccino".

129
Monet:
Pedaço de um trabalho que rasgou em três partes logo após um acesso de raiva
de uma briga com Manet.
Quadro de sua mulher no leito de morte.
Paisagem de neve muito triste feito após a morte de sua esposa.
"Manet e sua família".
Série das Catedrais de Rouen.
Parlamento de Londres (influências de Constable e Turner).
Jardins de Claude Monet.
Ponte do jardim oriental.
Acampando na praia.
As ninféias.
Auto-retrato de Claude Monet.

Eduard Manet: Chefe dos impressionistas. Mesmo na fase acadêmica foi muito criticado
pelo conteúdo que agredia muito as pessoas.
Passeio “picnic no parque” com moça nua e rapazes vestidos.
Prostituta "Olympiá", trabalho de conteúdo escandaloso.

Degas: Tinha uma mãe americana de New Orleans e um pai Francês. Conhece New
Orleans e encantado vai pintar sobre esta cidade. Pinta também muito sobre a vida
noturna. Toulouse Lautrec também é um pintor que pinta muito sobre a vida noturna.
Degas também faz uma composição enviesada como no estilo barroco, mas um pouco
diferenciada.
Vai gostar muito corridas de cavalos e vai pintar muitos estudos de movimentos de patas,
através de fotos de movimentos de cavalos.

"A Caçada". Faz um corte no quadro como se fosse de fotografia. Corta as figuras nas ex
Moças estudando Ballet
Quadro de um acrobata.
Quadro de uma praia, mas com pessoas vestidas.
As bailarinas do "Opera".

130
27a. AULAErro! Indicador não definido.

ABSTRACIONISMO

O período do abstracionismo começou em mais ou menos 1911.


Esse movimento foi muito forte na pintura e na arquitetura.
Abstracionismo não se prende a realidade existente. É uma ausência da realidade.
O abstracionismo acompanha o homem desde a época pré-histórica, no período da pedra
lascada quando o homem fazia desenhos figurativos. Aos poucos, no período da pedra
polida, quando o homem vai ter que lutar por aquilo que precisa sem ter que depender
tanto de suas magias, passa a ter uma linguagem muito diferente chamada de linguagem
geométrica. É uma linguagem completamente abstrata.

O grego também foi um povo que usou muito do abstracionismo. Como exemplo temos as
"gregas" que foram usadas, mas que ninguém sabe ao certo se foram eles que a criaram.
Existem muitas outras formas geométricas que foram usadas por eles e que de forma
nenhuma estão inspirados na realidade. Ex. Mandalas.

Esses desenhos se desprendem da realidade enquanto formas. São formas criadas pelo
homem. Quando você cria um desenho livre pode até ser um trabalho abstrato, mas pode
também ser um símbolo além do abstrato. Ele pode ter uma somatória de características
além do abstrato. Ex. Abstrato preto-branco, abstrato colorido, abstrato puro ou outras
combinações.

Nos dias de hoje, essas combinações levaram a surgir outros momentos e não
movimentos de pintura.
Quando se fala de abstracionismo falamos também de representar formas, cores e
texturas, que são criadas por um processo muito interior, sem medidas, e retiradas do
mundo externo. Você pode se envolver ou se inspirar em alguma coisa existente mas não
vai retratar fielmente aquela figura.

O abstracionismo surgiu por vários fatores sendo um deles o cansaço do realismo. Outro
motivo seria uma nova visão decorrente do impressionismo (pinceladas soltas que se
parecem com manchas abstratas).
Próximos da segunda guerra mundial, vivendo em um clima tenso, o homem tentava negar
a realidade em que vivia. No aspecto social seria a previsão do início de guerra. Essa
época coincide quando Kandinsky vira uma tela de aquarela de ponta cabeça, surgindo
uma série de borrões que vão ser admirados.
A revolução Russa também influenciou muito no abstracionismo. A Alemanha foi o país
que participou mais intensamente desse movimento e uma boa parte da Europa também
teve participações mais irregulares.

131
Em 1911, quando o abstracionismo começou, foi considerado um marco dentro da
chamada arte moderna. Um trabalho abstracionista está dentro de um contexto de arte
moderna, mas nem todo trabalho de arte moderna será um trabalho abstrato.
O abstrato é um dos tipos de trabalho que faz parte da arte moderna. O abstracionismo,
enquanto movimento, é enquadrado na arte moderna, mas ele vem acompanhando o
homem desde a pré história e em vários momentos da sua vida.

O abstracionismo não é um processo racional, ele pode ser irracional. Uma pintura
irracional é colocar as cores e formas simplesmente por acaso, intuitivamente. Outra forma
é programar a distribuição de cores e formas sem estar reproduzindo uma realidade, mas
produzindo uma distribuição racional dessas cores e formas. Ex. Optar por colocar uma cor
quente ou fria em determinado espaço para dar impressão de proximidade, distanciamento
ou efeito de volume. Muitas vezes é um porquê racional que pertence só ao artista.
O pintor abstracionista sempre tem uma representação muito pessoal que envolve os
aspectos de técnicas de sua pintura como também o do contexto onde o artista vive.
A arte abstrata é livre de contexto.

Temos dois tipos de trabalhos abstracionistas:


Abstracionismo gestual e geométrico.
O Gestual é o abstracionismo no qual a pintura é muito livre, sem medidas e técnicas
precisas, no qual a movimentação da mão vai determinar o trabalho com pinceladas (no
caso utilizando-se pincel) mais fortes ou mais suaves.
O abstracionismo Geométrico é muito preso a aspectos de simetria, equilíbrio e de formas
que estão ligados ao conceito de geometria.

As formas geométricas são precisas dentro do trabalho. Todos os dois podem provocar
emoções. As formas, tanto no gestual como no geométrico, são criadas pelo artista, não
existindo nenhum compromisso com a realidade. No abstracionismo não existe a
obrigatoriedade de se combinar cores. Existe uma série de regras que determina cada
estilo de arte. No abstracionismo não se respeita nenhuma regra é uma negação completa
a qualquer outro momento da arte. Ao fazer negações desse tipo, o abstracionismo
dificilmente passa a ser aceito pelo mundo. Em pleno período de conflitos mundiais vão
pensar em contestar tudo isso com uma arte que não era fácil de ser entendida.

Se você fizer hoje um trabalho impressionista será chamado de néo-impressionista. Um


trabalho abstrato não tem essa limitação, pois ele será abstrato em qualquer época.
Os artistas abstracionistas, hoje em dia, tem buscado estabelecer planos diferenciados na
pintura através da cor e da forma. Da mesma forma que você representa uma forma real
você pode representar uma forma irreal dando volumetria. As cores que mais sofrem
destaques normalmente são cores que provocam contrastes entre elas mesmas. Ex.:
Preto-vermelho, amarelo-vermelho. Cores contrastantes são comuns aparecerem em
trabalhos abstratos, mas não é obrigatório. Um trabalho pode ser completamente abstrato
e só ter tons pastéis e sem nenhum contraste.

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Comentário: "A música existe por ela mesma sem ter a letra. Porque um quadro precisa ter
forma explícita para agradar?".
A falta de intimidade com a arte abstrata é que leva o homem a não apreciá-la. Quando se
observa uma obra de arte, principalmente a abstrata, é preciso ver o quanto aquela obra
oferece de informações inovadoras, técnicas diferenciadas ou não, etc.

As obras podem ser bem diferenciadas umas das outras pela infinidade de possibilidades
de representações através de texturas, cores, etc. Não existe essa mesma liberdade na
pintura acadêmica. O abstracionismo levou uma série de discussões em cima do que era
chamado de simbologia. A simbologia é uma representação criada pelo homem baseada
nas formas abstratas. Um trabalho abstrato pode ser rico ou não em simbologias. Quanto
mais simbologias ele tiver é mais fácil as pessoas se identificarem com ele, principalmente
se for uma simbologia mais evidente, deixando de ter toda essa abstração e ganhando um
significado que você tenha descoberto e não necessariamente tenha sido criado pelo
artista. A obra abstrata não precisa ter conteúdo, não tem necessidade de passar algum
tipo de informação. Algumas obras abstratas passam algum conteúdo, outras não.

O lado esquerdo do cérebro é o lado racional, precisa de símbolos que tenha alguma
informação já conhecida antes. O lado direito é o lado sensitivo, não dá para estabelecer
parâmetros racionais.

133
28a. AULAErro! Indicador não definido.

Artistas abstratos:

Vassily Kandinsky (1866-1944)


Nasceu em Moscou e morreu em Paris. É considerado o iniciador da pintura moderna
abstrata, não do abstracionismo que aparece desde o período da pedra polida.
Kandinsky passou por várias fases da pintura e na sua primeira visita à Paris viu o quadro
de Monet, que representava um monte de feno, e vai ficar encantado com as cores e a
textura. A partir dai começa a pesquisar e fazer uma série de testes em cima de cor e
textura, sem se preocupar com a forma e o conteúdo.
Vassily Kandinsky tinha por característica usar cores fortes e apelativas. O fato de utilizar-
se só da cor, demonstra uma negação da realidade.
Vassily Kandinsky foi um dos professores, de pintura e desenho, que integrou a BAUHAUS
(escola de arte). Essa escola foi criada (+/-) 1919/1920 em Weimar, cidade alemã,
passando depois para Dessau. Essa escola tem um destaque muito importante dentro da
história da arte e da arquitetura. Eles tinham todo um aspecto filosófico que faziam com
que os alunos tivessem que passar por diversos estágios de evolução. Eles buscavam,
desafiando-se perante o novo, conhecer novos materiais, evoluir todos os sistemas
industriais possíveis que tinham sidos retomados durante a revolução industrial.
Obs.: A revolução industrial não significa somente invenções industriais, mas sim um
aprimoramento das invenções.
A Bauhaus é uma escola que vai aprimorar os designs dos objetos de uso do dia a dia, de
utensílios e vai se tornar muito conhecida mundialmente. Influenciou realmente o design de
peças das mais diversas que encontramos hoje, extremamente desenvolvido e a
combinação de materiais. Como por ex.: ferro, plástico, laminado melanínico (que significa
fórmica)
Obs. : A palavra fórmica é nome de uma marca.
Design: significa desenho
Designer: significa desenhista
Kandinsky se preocupava mais com a evolução do desenho junto a seus alunos. Foi
nomeado um tipo de assessor cultural. Adorava criar entidades que pudessem apoiar a
arte. Em dois anos ele fundou 22 entidades entre galerias de artes e museus.
Kandinsky escreveu um livro neste período chamado "O Espiritual da Arte". Neste livro
filosófico vai questionar muito sobre o aspecto de conteúdo da arte, o que é
abstracionismo, o que é figurativismo. Chega a provar que a arte acadêmica é que é
abstrata. Fala que temos que negar o que é a realidade para representar a realidade. O
pintor é abstrato é que é um realista. Vai dizer também que nós temos uma mentalidade
muito ligada a dos renascentistas, que se baseavam no belo e no real.

134
Tem uma frase interessante que ele comenta sobre o conteúdo em uma obra de arte:

" A presença de uma imagem visual ou a representação da realidade, diminui a beleza que
as formas e as cores possuem em si mesmas, independente de qualquer representação, e
sendo assim, as linhas e cores adquirem novos valores expressivos e uma nova vida
própria despertando no observador emoções e sugestões de acordo com a sua
sensibilidade".

De um modo geral, os trabalhos de Kandinsky foram se tornando cada vez mais


introspectivos. O seu trabalho é informal, no sentido de que ele não é preso ao
geometrismo. Ele cria formas livremente que não são definidas pela natureza ou
geometria. Em algumas etapas de seu trabalho ele se utiliza propositadamente da
geometria de forma intensa. Na sua fase final ele está completamente abstrato, soltando-
se por completo.
No seu trabalho vai predominar uma idéia de sentimento, ou seja, as cores e as formas
acontecem livremente, mas estando sempre associadas a alguma coisa que passa
sensações para nós. Vai mexer com nosso emocional proporcionando-nos sensações do
tipo exuberante, alegria, tristeza, etc. e que seriam aspectos ligados a parte sensitiva de
cada um de nós. Não é aquele tipo de abstracionismo que você comenta sobre se a
composição está muito bem equilibrada, distribuída, uma composição que não interfere o
nosso lado sentimental.
Bandeira, artista brasileiro, também trabalhou em cima do abstracionismo com um caráter
sentimental.
O abstracionismo está muito ligado em algumas coisas com o expressionismo. Ele
inclusive vai pegar você pela emoção do prazer ou não prazer, da negação do prazer ou
do êxtase com relação a obra.
Ex.: A obra "O grito" por pouco não é abstrato pela deformação. Consegue nos convencer
da dor que o homem está sentindo e que estava ligado ao aspecto da guerra, ou de
alguma coisa própria do artista.
É muito comum que os vários artistas que passaram pelo abstracionismo tenham
participado do expressionismo, do cubismo, ou de outros momentos que “tem um pé
dentro e outro fora realidade”.

Trabalhos bem conhecidos de Kandinsky:


Série de "Improvisações"
"A Tela Amarela"
"A Pintura com Três Manchas"

Obs.: Quando você encontra uma obra com o símbolo "P.A.", significa prova de artista.
Este trabalho não deixa de ser um teste do artista que pode ter ido adiante para um
trabalho final ou não.

135
Kandinsky foi considerado um “expert” do abstracionismo informal. Um dos grupos que ele
fundou foi chamado de DÉR BLAUE REITER, conhecido como Cavaleiro Branco, e que
também, mais provável, pode ser Cavaleiro Azul.

Outros artistas também participaram desse movimento:


Paul Klee
Franz Marc, menos conhecido
Piet Mondrian (1872-1944 , holandês)

Piet Mondrian desenvolveu uma série de pesquisas em cima do abstracionismo. Tinha o


objetivo de desenvolver um abstracionismo geométrico onde as formas e as cores eram
organizadas de tal maneira que a composição resultante fosse uma expressão de uma
concepção geométrica.
Quando fazia o seu trabalho já tinha uma preocupação de distribuir tanto as formas como
as cores na tela, sempre buscando um equilíbrio. Buscava uma definição, não de
contorno, mas de colocação de uma cor ao lado da outra, obtendo formas extremamente
definidas e geométricas.
Apesar de ele ter uma obra extremamente geométrica, tinha um componente emocional
que sempre se inspirava naquilo que ele via. Ele transformava as formas e cores e
purificava tudo em uma visão bem geométrica. Teve uma evolução bastante gradual e
oposta a de Kandinsky, que foi e voltou e passou por várias fases. Ele teve uma evolução
bastante progressiva. Ex.: A obra de abstração da "Árvore".
A sua obra mais conhecida chama-se "Boogie Odgie na Broadway".
Outro trabalho muito conhecido é "Pier e o Oceano". É um trabalho que lembra uma
marina, um estacionamento de barcos e o oceano.
Sua obra deve ser vista de perto, de longe, de pé, de ponta cabeça, como quiser.
Ele usou, no início de seu trabalho, cores mais fortes e depois foi usando cada vez mais
tonalidades pastéis.

Outros pintores muito importantes do período abstrato:

Jackson Pollock Pintor americano. A maioria de suas obras estão no Museu "MOMA",
em Nova York. Ele é bastante expressivo. Seu trabalho é abstrato, mas pode ser notado
um aspecto expressionista nele. Ele é bastante movimentado, informal e o apelo de seu
trabalho está num conjunto de tudo, de técnica, cores e formas que obtém. Ele não usa
figuras explícitas, mas sempre tem um apelo forte a emoção, que ao olhar o seu trabalho
visualizamos às vezes figuras que transferimos para a nossa realidade.
Antes de ser um pintor era um conhecedor de arte. A maioria dos americanos não estuda
história da arte em seu currículo escolar, já para o europeu a arte faz parte de sua
formação acadêmica.
Ele influenciou muito os artistas alemães da geração atual.
Usou muito a técnica de jogar a tinta sobre a tela deixando que ela agisse por conta dela
mesma. Essa técnica de pintura chama-se Action Painting que significa “pintura por ação”.

136
Jackson Pollock usava dois processos para jogar a tinta na tela. Ele deixava a tela de pé,
no chão, ou inclinada para que a tinta jogada pudesse escorrer. Ele escolhia a posição que
ia colocar a tela, lançava a tinta, deixava secar e depois fazia intervenções sobre esse
trabalho. Nem sempre trabalhava com esse processo "Action Painting".
Jackson Pollock deixava que a tinta agisse por si só, assim como a natureza, que faz o
que ela quer. A natureza também é uma arte.
Uma de suas obras feitas pelo processo "Action Painting" chama-se "Ritmo Autônomo".
Obs.: Lançar a tinta pode ser um processo de jogar a tinta com um balde, balançar o pincel
para respingar sobre a tela, etc.

Kasimir Malevich. Artista russo. Foi o que mais se desvinculou da idéia de realidade. Ele
pintou inúmeros trabalhos só com cor e retângulo. A sua composição é bastante variada,
mas sempre utilizando quadrados e retângulos na sua maioria, formas extremamente
rígidas, geométricas e perfeitas em cima de um fundo extremamente chapado. Essas
figuras geométricas são na maioria das vezes chapadas também.
Ele não quer passar nenhum sentimentalismo através de sua obra. Teve uma formação
acadêmica tradicional que rejeitava, insistindo sempre no geometrismo. Viveu sua vida
artística quase que inteira no abstracionismo geométrico. Raríssimas obras não serão
geométricas. Tem trabalhos em Amsterdã, na Holanda, Rússia e outros dispersos. Não
teve muitas obras.

Paul Klee, nasceu em 1878 e morreu em 1940. Participou do grupo de Kandinsky


"Cavaleiro Azul". Teve um processo bastante evolutivo. Passou por diversas fases sem
precisar voltar a nenhuma delas.
Paul Klee demorou para muito para decidir ser pintor devido as influências recebidas de
seus pais que eram músicos. Toda viagem que fazia recebia muita influência. Não existiu
nenhum artista que tivesse influenciado Paul Klee diretamente. Ele soube colocar a sua
própria expressão.
Paul Klee também foi um dos professores da Bauhaus. Teve uma variedade muito grande
de estilos, traçados e pinceladas em seus trabalhos. Você reconhecerá a sua obra através
de sua essência.
Assimilou muita coisa do cubismo, expressionismo e primitivismo.
Obs.: É conceituado como arte primitivista todo o desenho folclórico, aquele que todos
fazem (casinha, florzinha).
Paul Klee explorava esse tipo de arte, do mesmo modo que explorou o expressionismo e o
cubismo.
Segundo Paul Klee: "A arte não restitui o visível, ela torna-o visível".
Para Paul Klee "O ilógico coexiste com o lógico, e o irreal com o real"
O desenho de "setas" vai aparecer muito em seus trabalhos. Ele tinha uma visão muito
espiritual, apesar dos contextos racionais da arte.
Ele não se prendeu só a pintura à óleo, usou também aquarela, pastel e outros materiais,
às vezes só a título de experiência, como todos os outros abstracionistas.

137
29a. AULAErro! Indicador não definido.

Vídeo sobre a vida de Van Gogh:


"Vincent - The life and death of Vincent Van Gogh"
Two Thumps up
A tremendous achievement
Siskel & Ebert
Roxie Vídeo
RV 72990
1989 Oz Film Limited
1990 Roxie Video Artwork

Slides sobre os impressionistas


A maioria das obras impressionistas estão na Gare D'Orsay, outras estão no Metropolitan
e outras no Museu MOMA.
Degas - pintura em pastel sobre cartão.
Toulouse Lautrec- pintura em pastel, sua assinatura era feita com carimbo.
Pintura sobre cabarés, a vida noturna. No final de sua carreira vai estar tão solto
que pode se caracterizar quase como um expressionista.
Sisley- Inundação na cidade de Marlin, França
Sisley- Campo
Sisley- Ponte
Sisley- A neve sobre as casas numa vila
Sisley- O outro lado da ponte
Cezanne- precursor do cubismo, pintura geometrizada. Ele é pós-impressionista.
Cezanne- Montanhas de Santa Vitória
Cezanne- Figura humana geometrizada
Cezanne- Madame Cezanne
Cezanne- auto retrato
Cezanne- "Olimpiá" de Cezanne
Cezanne- Moça sendo estrangulada
Gauguin- precursor do fovismo, quadro "Bon Jour Messier Gauguin", na época
que está ainda na França.
Gauguin- Taiti. Vai usar muito as cores primárias.
Gauguin- Tamateti.
Gauguin- Vai usar muito da arte nouvaux que estava acontecendo na Europa
como também simbolismos.
Gauguin- "Cavalo Branco", já desenhava sem respeitar as proporções, de
propósito.
Seurat- pintor que vai começar a fazer o pontilhismo ou divisionismo. É uma
pintura feita sómente por pontinhos.
Signac- Também vai pintar pontilhismo ou divisionismo.
Seurat e Signac serão os únicos a pintar pontilhismo.
Mary Cassat - é impressionista, estudou com todos os impressionistas.
Rodin- escultura "Balzac", é o maior escultor após Michelangelo e Aleijadinho.
138
30a. AULAErro! Indicador não definido.

Impressionismo: Luz do dia, emoção, contestação ao estilo acadêmico, primeiro


momento, rapidez. Revolucionou a arte. Pinceladas amplas. Liberdade. Beleza pura,
alegria, renovação, desafio. Conteúdo é beleza. Harmonia sem preto, sem contorno,
inacabado. Usa em sua técnica as cores quente-frio, claro-escuro, cores opostas e
complementares.

Expressionismo:
Deforma com apelo a emoção.
Nunca vai pintar a beleza pura
Tem contornos violentos
Cores Fortes
Vai retratar os problemas Sociais

Abstracionismo: Não existe uma relação imediata entre formas e cor e entre forma e cor
de um ser. É uma obra em aberto. Jamais será uma obra decorativa. Para se fazer uma
abstração tem que se saber muito bem sobre formas, cores, luz e sombra. É uma obra que
praticamente como não tem conteúdo e você pode acabar fazendo apenas “borrões”. A
arte abstrata tem tudo a ver com o século XX. É uma época de grande comunicação e
abertura. Nunca procure saber do conteúdo de uma obra abstrata que só terá forma,
composição perfeita e cores bem equilibradas. Isso é que é abstracionismo.
Todos os artistas abstratos passam por uma fase figurativa. Não existe pintor abstrato que
comece com o abstracionismo.
As instalações da Bienal são abstratas. A essência da instalação já é abstrata. É a forma
sem tem conteúdo.
Obs.: Dirty-Art : É a arte suja que começou nos anos 85 para frente. É uma arte que vai se
apropriar de coisas horríveis, cheiros ruins, fétidos, de sangue, lixo, fazendo disso uma
arte. É uma corrente que está acontecendo. É uma arte abstrata que dificilmente vai ficar.
A arte é beleza, pelo menos na essência ou na filosofia da arte. O grito pode não ser
bonito, mas sua essência o é.
O abstracionismo pode ser geométrico, gestual, lírico, etc.

O EXPRESSIONISMO
O expressionismo sempre existiu e sempre vai denunciar, registrar a dor humana. O
expressionismo nunca vai pintar sobre aquela emoção gostosa que se observa nos
quadros impressionistas, a belle epoque. O expressionismo, que sempre existiu, não pode
ser chamado de um simples estilo. É uma constante na história da arte. Desde que o
homem é homem ele faz expressionismo embora não fosse consciente dessa
denominação.
O expressionismo vai surgir, como corrente artística, no princípio do século XX.
Desde a pré história, quando o homem deformava um bisonte ou abutre, ele já era
expressionista deformando por necessidade própria.

139
Goya, no final de sua vida, já era expressionista sem saber. Deformava em uma busca
muito forte, um apelo a sua emoção, do que estava acontecendo no seu país.
Esse termo vai existir também na música. Ex.: música expressionista.
Tanto o abstracionismo quanto o expressionismo estão muito fortes ainda no século XX.

O impressionismo continua forte somente na forma e não mais no conteúdo. Ninguém vai
pintar mais sobre a “belle epoque” pois, não tem mais sentido de pintar o impressionismo
hoje com o conteúdo do século passado. Pode-se usar a mesma técnica hoje, mas com
conteúdo atual.

O expressionismo vai surgir entre 1904 a 1909, mudando tudo sobre a estética grega que
estávamos acostumados a ter como padrão ou ideal de beleza.

Existem dois aspectos no expressionismo: o aspecto técnico e o psicológico.

O aspecto técnico é aquela acentuação bem forte, bem preta dos contornos ao redor das
figuras, ao redor de tudo. É muito forte, muito violento. Pode ser preto, roxo, vermelho, não
importa a cor, mas sempre vai ter contrastes violentos no interior da figura. Normalmente
usam cores puras. No aspecto psicológico é uma arte quase que de instinto, porque as
pinceladas são muito nervosas, muito rápidas, o oposto da pincelada delicada do
impressionista.
Os primeiros artistas plásticos que foram chamados de expressionistas foram os alemães.
Foi publicada pela primeira vez em uma revista alemã chamada de "A tempestade". Essa
revista veio a comentar que aqueles artistas expressavam só dor, amargura, etc.

Obs.: Quase todas as principais correntes expressionistas são nórdicas. Lá existe uma
falta de comunicação muito grande, o tempo é ruim com pouco sol, ficando meses
trancados em casa por causa das tempestades de neve. Essa falta de comunicação,
solidão interior, de não facilidade para se expandir e falar com o próximo é que faz com
que surja o expressionismo. Vem do comportamento introvertido do homem, quando
ocorre uma grande catarse que se projetará na pintura, música, fotos, filmes, etc.
É muito forte na Alemanha e nos países nórdicos.

Artistas alemães do princípio do século:

Edward Münch (papa dos expressionistas)


Kirchiner, Ernest L.
Karl Schimt Rotluff
Otto Muller
Emil Nolde

140
Esses alemães vão fazer um trabalho chamado "A Ponte". Esse grupo é fantástico
formado por três artistas citados anteriormente excluindo-se Edward Münch e Emil Nolde.
"A Ponte" significa a ligação entre o visível e o invisível.
Nesse principio do século XX vai aparecer todos os “ismos” como: cubismo, dadaísmo,
expressionismo, abstracionismo, fovismo, etc.
É lógico que essas correntes vão ter influências entre si.
Todas essa correntes do principio do século vão ter influência da arte selvagem (dos
africanos).

“Arte selvagem” é a arte da descoberta da existência da África. Como o Picasso, todos os


pintores expressionistas vão descobri-la. Portanto, o expressionismo tem a ver com a arte
selvagem. "A Ponte" também vai ter alguma coisa de arte selvagem, como todas essas
correntes do princípio do século que ficam encantadas com essa arte. Eles vão pensar que
o homem é livre. É uma arte muito instintiva, fantástica e onde colocam tudo o que eles
sentem e sem muitos parâmetros com a arte acadêmica.
Normalmente a Arte Selvagem está muito ligada principalmente à arte da Polinésia
Francesa. A arte da Polinésia é muito expressionista. Essa influência "exótica" foi muito
forte para os franceses e para os nórdicos. Os impressionistas eram muito “doces” para
esse “amargo” nórdico.

Os principais enfoques do expressionismo são:

No aspecto social, o interesse pelo drama individual (oposto do impressionismo que só


retratava o belo).
Protesto contra tudo, contra a burguesia (o expressionismo sempre vai ser um protesto).
Tudo é exagerado e tudo é distorcido para retratar "aquela emoção, aquela dor".
É a própria deformação da figura. Quando o artista deforma a figura ele obedece a um
desejo de fazer um apelo à emoção com muito vigor até mesmo na alegria.
Expressionista é a emoção e o Impressionista a sensação.

Dentro da estética da arte existem 3 formas para representar o mundo:

Realismo (Pintura hiper-realista)


Idealismo (Pintura clássica grega, acadêmica, renascentista, impressionismo, realista,
néo-clássica)
Expressionismo (Pintura barroca, cubista, primitiva, abstrata)

O realismo é quando o pintor representa o mundo exatamente como é, com perfeição,


parecendo uma fotografia. Registra fielmente possível aquilo que os sentidos percebe.
O idealismo é a busca da beleza ideal superior a beleza, que se encontra dentro da
própria pessoa. É a representação mais usada no mundo todo. Todo o classicismo grego é
idealista, como também é no renascimento.
O expressionismo é praticamente o século XX.

141
Rousseau é um pintor primitivo, ou melhor "Naífe" (porque não nasceu na floresta e sim na
França) vai pintar muito sobre a selva. Primitivo é o homem que nasce na selva. Rousseau
nunca tinha visto uma floresta na vida, mas pegou um livro de estória de seu filho e de lá
tirou a imagem do macaco, do leão, etc. É um pintor de 1885 ou 1886, da época dos
impressionistas, só que vai pintar de forma primitiva.
“Primitivo” é o homem que nasce na selva.
“Naífe” é o homem civilizado que sabe ler, nasceu na cidade e vai pintar de uma forma
primitiva.

Um assunto expressionista é sempre distorcido, amargo, dolorido. O expressionismo não é


belo no sentido da estética.
A caricatura também é expressionista, porque distorce para representar algo interessante
e tem humor. Uma obra expressionista é um golpe para quem a vê. Mexe com a cabeça,
com as emoções.
O expressionismo vai expandir fortemente antes da 1a. Guerra Mundial, na Alemanha.
Com a guerra, os pintores se dispersaram tanto que quase acabaram com a corrente,
ressurgindo novamente mais tarde.
A corrente expressionista tem uma forte distorção, mas cada um tem o seu estado mental
que pode colocar no seu trabalho. Não existe uma regra ou característica muito unida,
como no renascimento, no barroco (com a diagonal e sem uma figura no centro), etc. Só
pode ser colocado que se caracteriza pela distorção, uso de cores fortes, mas o estado
mental difere de cada um que pinta. Tudo é possível. Existe uma abertura muito maior que
no impressionismo. Os pintores expressionistas não eram muito unidos.
Existia uma diferença de conteúdo entre os pintores expressionistas nórdicos alemães e os
pintores nórdicos franceses.
Ex.: Edward Münch pintou muito sobre a morte, pois seu pai era médico e Münch
presenciou esse assunto. Rotluff, pintor francês expressionista, é latino e vai pintar muito a
igreja católica, os santos, como se fossem vitrais e a Joana D'Arc (que vai fazer um
contorno preto na figura da Joana D'Arc como se fosse vitral). Vai pegar uma santa que
jamais será tema dos expressionistas nórdicos alemães. O conteúdo é muito de cada um.

Portinari é expressionista, nascido no Brasil. O seu conteúdo será sobre os retirantes, que
é um assunto brasileiro. Jamais seria um conteúdo dos países nórdicos. Não tem
nenhuma aberração, a dor é bonita.
O individualismo em um pintor expressionista é muito forte. O impressionista vivia sempre
em grupos. O homem do século XX é extremamente individualista, fragmentado. A
personalidade do pintor expressionista tem como característica a necessidade de se isolar
para criar uma técnica própria adequada para os seus fins pessoais expressivos.

"A Ponte", que surgira no início do século XX (1905-1906) e queria ligar os 2 mundos,
acabou em 1913 por causa da guerra, separando esses pintores. O nome expressionismo
surgiu em 1912.

142
Surge um outro grupo de expressionismo chamado de "O cavaleiro azul", na Alemanha.
Eles eram partidários do abstracionismo.
Um pintor chamado Franz Marc pintou um quadro chamado "Cavaleiro Azul". Outros
pintores acharam fantástico o seu trabalho e se reuniram ao seu redor formando um grupo
chamado Cavaleiro Azul (devido a esse quadro). Esses pintores desse grupo foram: Paul
Klee, Kandinsky (grande paixão deles) e Franz Marc.

Paul Klee, nasceu em Berna, na Suíça. Em 1921 foi professor de desenho da Bauhauss.
Era desenhista supremo. Embora tenha pertencido ao grupo do "Cavaleiro Azul", ele tem
que ser separado dos expressionistas por ter uma pintura diferenciada. Entre os artistas
modernos ele é o mais individualista. Não segue nenhuma corrente artística. Tinha um
mundo próprio por criar leis próprias de perspectiva e de lógica. Criou flores, uma fauna
estranha, etc. Alguns críticos acham-no um pouco infantil, às vezes primitivo e louco. Para
ele tudo era normal e tinha lógica. Tudo era religioso e mágico. Ele era um homem
extremamente intelectual, detalhista e sua arte se desdobra até o infinito. Paul Klee nega a
realidade da percepção normal transformando tudo o que você acha que é certo e normal.
Paul Klee, que surgiu no expressionismo, acabou deixando de ser para se tornar Paul Klee
mesmo. É considerado um dos grandes artistas do século XX.

No pós-guerra, os expressionistas ressurgem com grande energia na Alemanha. Hitler, em


1933, vai expulsar todos eles porque achava que pintavam uma arte degenerada, horrível,
de gente louca. Exilados, vão ressurgir em várias partes do mundo como no Brasil, Nova
York, etc.
Os expressionistas usam muita gravura em metal.

Expressionistas brasileiros:
Mário Gruber
Anita Malfati
Portinari
Grassmann.

Expressionistas mexicanos:
Diego Rivera
Orosco
Siqueiros

Diego Rivera pintor mexicano, muralista, expressionista, viveu muitos anos na Europa e
escreveu que teve muita influência de Giotto e Velásquez. Voltou ao México fazendo
grandes murais em edifícios públicos da cidade do México.
No Rockfeler Center também se encontra um grande mural dele.
Obs.: Jackson Pollock, quando era jovem e foi pintar em Nova York, ficou impressionado
pelo mural de Diego Rivera pedindo para que fosse ajudante dele. Pollock acabou
ajudando no trabalho de Diego Rivera. Esse encontro dos dois não chegou a influenciar na
pintura de Pollock. Sua influência se deu mais na “força do homem", na figura do artista,
do que na própria técnica.

143
Diego Rivera vai pintar muito o seu folclore, a tradição dos Maias, Astecas, Zapotecas,
episódios da mitologia mexicana. Aquela revolução mexicana, muito forte, muito dolorida,
gerou uma pintura muito forte. É também muralista. Tem uma linguagem de
expressividade muito forte. Vai ter a coragem de pintar numa época muito difícil da
realidade mexicana. Ele não pintava a beleza, mas a realidade e por isso sua vida foi difícil
por quererem que ele pintasse a beleza. Mas, mesmo assim ele se tornou um pintor de
peso. O governo mexicano pedia que ele fizesse sua pintura de determinado forma por
precisar do dinheiro americano mas, ele jamais modificou o seu trabalho por causa disso.
Ele era um homem de personalidade muito forte.

144
31a. AULAErro! Indicador não definido.

Principais artistas expressionistas:

Ernst Ludwig Kirchner (1890-1918)


Sensual, erótico, libera algo profundo, o que vai na alma.
Obsessiva atmosfera de solidão.

Edward Münch (1863-1944)


Norueguês. Escandalizou o público. Pinta o fantástico, a fantasia e a obsessão pela morte.
O pai era médico e ele o acompanhava nas consultas influenciando nos temas de se
trabalho. Tem cor viva, composição fantástica. Foi mal amado. Vai pintar sobre o amor e a
morte.

James Ensor (1860-1940)


Belga. Pinta o macabro, máscaras de carnaval, demônios, caricaturas trágicas, a "comédia
humana". É puro expressionismo.
"O real dentro do imaginário"- livro que ele escreveu onde explica a sua arte.

Chain Soutine (1894-1943)


É russo, mas viveu em Paris. Foi considerado um grande pintor expressionista. Quase
toda a sua obra está em mãos de particulares, muito poucas em museus.
Não gostava de expor. Repintava muito os seus quadros. Fazia grande luminosidade e
pintava muito as mulheres magras e altas.

George Rouault (1892-?)


Pintor francês. Sua pintura lembra os vitrais das catedrais, pois teve grande influência dos
vitrais franceses, góticos, além de gravura. É um grande místico expressionista.

Cândido Portinari
Nasceu em Brodosqui. Foi um grande imitador de Picasso. A Mali não gosta pois acha que
ele não encontrou sua própria linguagem.
Lazar Segall foi um expressionista muito mais importante que ele.
Obs.: O Museu Lazar Segall fica na Vila Mariana.

Anita Malfatti
Teve uma influência grande dos países nórdicos. Vai para a Alemanha com a desculpa de
acompanhar suas amigas, volta muito influenciada pelos expressionistas e apaixona-se
pelo trabalho de Edward Munch. Essa viagem à Alemanha foi paga pelo seu tio que a
amava. Ela tinha a mão defeituosa.
Monteiro Lobato fez uma crítica muito dura de seu trabalho em sua 1a. exposição (entre
1917 a 1919, onde é hoje o Mappim). Ela não suportando a critica, jamais se recupera de
sua depressão.

145
Grassmann, Marina Karan: Gravuristas.

Nota de rodapé: Toulouse Lautrec é quase expressionista por deformar as bailarinas de


kan-kan. Tem uma ponte entre o impressionismo e expressionismo. Sua pintura tem uma
luz forte da noite.

Apresentação de Slides:

Ed. Munch: A Madona, O grito, A dança da vida, Ansiedade, etc.


Chaim Soutine: A louca (1920), Catedral de Chartres.
James Ensor: Chegada de Cristo no Domingo de Ramos.
Oscar Kokoschka (OK)
Emil Nolde
Kischner: releitura do jardim de Van Gogh.
Egon Schiele: Mulher com duas crianças.
George Royalt: Joana D'Arc.
Otto Muller: visão do Hitler.

146
32a. AULAErro! Indicador não definido.

CUBISMO

É o início da idade moderna do mundo, da arte. Em 1900, ano em que Picasso chegou à
Paris em sua primeira visita, Freud estava publicando a interpretação dos sonhos. No ano
de 1904 Einstein escreve sobre a teoria da relatividade que vai mudar totalmente o
conceito do universo. Pode também ser notado, no início do século XX, o surgimento de
muitas dúvidas e interrogações. Dúvidas, por exemplo, sobre o consciente e inconsciente,
etc. Na arte também houve uma série de mudanças. Durante cinco séculos, desde o pré-
renascimento até hoje, os artistas vão buscar em suas pinturas as aparências externas e o
bom pintor será aquele que vai pintar realmente o objeto como ele é. De repente, os
pintores, a partir de 1900, vão pintar muito mais o que sentem do que o que vêem.

Quando se fala em mudança precisamos falar de um estilo que mudou muito a arte no
mundo e provocou uma revolução na estética. Essa mudança foi realizada em 1906, 1907
pelo Picasso quando ele pintou "Le Mademoiseille D'Avignon". Essa revolução foi
fantástica.
O Cubismo vai ser uma reação contra a afirmação de que o mundo que nos cerca é
acadêmico. O cubismo virou 400 anos de arte de pernas para o ar.
Os pintores Cubistas como Picasso, Fernando Leger, Braque, Juan Griss, os mais
famosos, foram muito apoiados na imprensa pelos escritores que publicavam sobre essa
nova arte muito intelectual.
A arte Cubista é muito mais conceitual, racional, do que emoçional e de sensação. A arte
Cubista é uma arte muito elaborada.
O Cubismo se vale muito da memória do fruidor do que dos objetos concretamente vistos
pelos olhos. O pintor cubista vai pegar um objeto e quebrá-lo em partes. A minha memória
é que vai ter que olhar essas partes e montar novamente o objeto. É por isso que é muito
racional. Vai depender muito da minha memória.
Em uma pintura Cubista, o fruidor vai ter que usar muito o raciocínio para entender a obra.
Já em uma pintura como a Barroca ou Impressionista o fruidor vai usar o que sente para
entendê-las.
O Cubismo procura a essência da visão humana, a particularidade cultural de cada objeto.
Para ser um bom pintor cubista na essência certamente será um homem culto. É preciso
muito estudo e intelectualidade. É a recuperação da nova visão da arte através de um
conceito intelectual, da razão. É extremamente conceitual muito mais que perceptual.
Os cubistas vão pintar e representar um objeto através do lado que nós vemos e do lado
que nós não vemos desse objeto. Ele vai imaginar, criar fragmentos para representar
todos os lados do objeto, segundo o conhecimento intelectual que ele tem dessa
representação.
O cubismo não aceita nunca o momento estático. Ele é totalmente dinâmico. Vai ser uma
nova forma de ver e representar o mundo.

147
Os Cubistas não dão valor à perspectiva. Eles constróem espaços pictóricos onde eles
determinam as representações. É um espaço pictórico que não tem nada a ver com a
representação da realidade.
Para que possamos entender Picasso, temos que conhecer o homem e o artista. É muito
importante conhecer Picasso porque todas as fases de sua pintura tem muito a ver com a
retratação de sua própria vida e da época em que viveu, como exemplo:
Durante a segunda guerra mundial quando os alemães bombardeavam Paris e ocorria o
black-out, os aliados pediam que colocassem panos escuros roxos nas janelas para que
os aviões não avistassem as luzes das casas. Nessa fase toda sua pintura terá panos
roxos.
Quando morre sua cabra, seu bichinho de estimação, ele vai pintar tudo com cabra,
inclusive broches, esculturas, etc.
Antes de falar sobre sua vida é preciso deixar registrado a soberba vitalidade de um artista
continuamente dedicado à criação até seus últimos momentos de vida. Dono de uma
dinâmica constante, Picasso sempre esteve em movimento criando e deixando estilos e
frases de forma a garantir uma obra cuja característica básica era a busca de sua
individualidade. Ele é extremamente individualista. Foi um homem artista em perene
evolução, o que marcou sua obra. “Arte” é uma perene evolução. É busca, é procura.
Dificilmente houve alguém que tivesse superado Picasso no sentido do que seria arte do
século XX. Sempre numa constante busca e inovação, sua obra é inconfundível. Foi
cubista somente 5 anos e depois foi “Picasso”.
No museu Gugueheim, em New York, tem 8 obras dele. Essas obras são as melhores de
cada fase. Tem muita obra de Picasso em Barcelona, no Museu Moma mas, a do Museu
Gugueheim é a melhor.
Dizem que foi Matisse que ao olhar o quadro do Picasso com Braque disse:
"Você está pintando só cubo! Mas isso é cubismo!"
Muitos outros também tiveram a mesma opinião.

O movimento cubista se divide em várias fases:

FASE CEZANEANA, quando os artistas e principalmente Picasso e Braque se interessam


e estudam muito as obras de Cezanne.
FASE SINTÉTICA, o artista fragmenta e decompõe, por ex.: o artista vai representar um
olho no lugar da testa e o outro na orelha, no próprio rosto, na região a que pertence.
Nunca irá colocar o olho no joelho.
FASE ANALÍTICA, quando é totalmente fragmentado, por ex.: um olho pode estar
localizado no dedo do pé. Você tem que montar a figura toda como em um quebra-cabeça.
A sua memória é que vai ter que montar a figura.

O objeto nunca vai ser representado como foi visto, mas como foi pensado pelo artista. Na
estética da arte, o Cubismo é considerado uma arte bastante intelectualizada. A técnica
cubista apresenta várias texturas. Tem aspectos extremamente renovadores para a época,
quando começaram a fazer “colagens”.

148
Picasso falou o seguinte: "Para que vou pintar um pedaço de madeira, se posso colar a
própria madeira na pintura?. O mesmo com o jornal, areia, etc.”
Isso vai mudar muito a visão da arte.
As letras gráficas vão aparecer com Picasso e Braque. Picasso vai assinar o nome no
meio da obra como que fazendo parte dela.
O jornal vai ser muito usado na colagem. É o cotidiano. É o novo homem que vai pegar
esse hábito de ler jornal, exatamente nessa época que ocorre o cubismo, nesse começo
de século.
Esse hábito vai ser registrado historicamente nas obras de Picasso.

O cubismo sempre vai ser figurativo de um modo geral, mas também pode ser abstrato.
Na verdade o abstracionismo tem muito a ver com o cubismo. Quando o cubismo
fragmenta tudo chega a ser quase um abstrato. No cubismo analítico, a imagem já é quase
um abstrato.
Braque e Picasso vão pintar juntos na montanha (onde Cezanne pintava), que parecia um
cone, de forma muito parecida e não vão assinar seus nomes, já que era um estudo. Os
dois quadros ficaram idênticos. Eles voltaram e surgiram com a idéia da colagem, cada um
escolhendo seu pedaço de jornal.
Houve muita confusão para que os historiadores identificassem a obra de um e de outro.
Teve uma exposição somente com esses trabalhos, na National Gallery de Londres, para
que as pessoas soubessem distinguir entre Picasso e Braque.
Essa exposição mostrava a diferença entre os dois:
Picasso tinha recortes de jornal somente de assuntos alegres sobre touradas, festas, etc.
Braque, que era introspectivo, triste, somente recortava assuntos fúnebres, sobre perdas,
morte e sempre de circunstâncias do cotidiano como alguém que perdeu uma cadeira, a
vida, a mulher, etc. Picasso jamais iria fazer isso.

Uma obra cubista tem que ser vista pela razão para depois sentir a emoção. Quanto mais
você sabe, mais sentirá essa emoção.
Uma obra de arte do século XX, você tem primeiro que saber, entender, para depois sentir
a emoção.

149
33a. AULAErro! Indicador não definido.

PICASSO (1881-1973)

Nasceu em 25 de outubro de 1881, Málaga, na Espanha.


Seu nome completo é Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno Maria de
los Remédios Cipriano de La Santíssima Trinidad Ruiz y Picasso. Tinha 2 irmãs e como
filho único foi muito mimado.

Obs. em "off": Picasso não chorou ao nascer. Um tio chamado Salvador Ruiz, que fumava
charuto, entrou no quarto e achou que o nenê não estava respirando. Esse tio sem querer
deu uma baforada no rosto da criança que começou a chorar. Por esse fato ele recebeu o
nome do tio em seu sobrenome. Cada parente que chegava e adorava a criança os pais
colocavam o sobrenome no filho, principalmente porque ele era o único menino daquela
família que só tinha menina. Essa atitude de se colocar o sobrenome de todos os parentes
na criança é muito comum na Espanha.
Picasso adorava o pai que sempre o levava às touradas. Numa praça de touros ocorre um
espetáculo brilhante com cores vivas, onde os toureiros vão mostrar muita habilidade,
muita elegância e também muita crueldade, muito sangue. Essa mescla do brilho, da
crueldade, dos odores, da doçura, da beleza, da estética da cor, tudo vai influenciar
Picasso para o resto de sua vida.
Quando Picasso tinha 14 anos já pintava com perfeição. Foi auto-didata. Com 15 anos o
pai já o considerava pintor e resolve alugar um espaço para montar o seu atelier. As
pessoas admiravam o fato dele ser tão novo e ter um estúdio montado pelo pai para ele.
Nessa época ele vai pintar uma obra chamada "Ciência e Caridade" e o seu pai vai posar
como médico para ele. Essa obra vai ser premiada em Madri em uma exposição muito
importante, muito requisitada. O pai ao saber que o filho ganhou uma medalha de ouro
resolve incentivá-lo a estudar em Madri, no Museu do Prado, onde Picasso fará cópias das
obras de El Greco, Goya, Velásquez, etc.

Alguns dos grandes pintores da Espanha:

Velásquez (barroco)
Goya (no final da vida era expressionista)
Murillo (barroco)
Miró
Gaudi (grande arquiteto)
Salvador Dali
Picasso

150
Em 1900 Picasso vai à Paris em uma grande aventura para visitar a exposição
internacional. Fica então enlouquecido com o trabalho de Van Gogh e Toulouse Lautrec.
Nessa época Monet também estava vivo (vai viver até 1910). Tanto Van Gogh como
Toulouse Lautrec vão influenciar o trabalho de Picasso por pelo menos uns quatro meses.

Em "off": Em 1900, quando Picasso saiu da Espanha, um marchand vai se oferecer para
cuidar de seus quadros, fazer exposições, mas ele não vai aceitar. Ele disse que não iria
querer nunca estar preso a nenhum marchand na sua vida e que queria ser um homem
livre. Não queria que ninguém cobrasse ou controlasse a sua vida. O marchand chegou a
oferecer até um fixo mensal mesmo se ele fizesse somente uma obra por mês. Ele disse
que fazia até dez por mês mas que não queria ficar preso a esse tipo de compromisso.

Foi morar em Mont Martre que era mais barato e onde só vivia os intelectuais. Ele não
tinha como pagar um lugar melhor para se viver. O prédio em que morava parecia um
barco e era tão feio que o pessoal da região apelidou de "le bateaux larvoir".

Picasso era um homem cheio de vida, falante, carismático. O atelier dele, nesse "Bateaux",
vai ser o ponto de encontro de artistas, de escritores. Aos 23 anos Picasso começa a ser
famoso em um lugar fora de sua pátria.
Picasso conseguiu manter sua importância desde jovem até os 92 anos.

Entre 1901 e 1904 ocorre a sua "Fase Azul", quando ele vai pintar sobre as ruas pobres
de Mont Martre, as figuras solitárias e melancólicas, figuras que vivem à margem da
sociedade. É chamado de fase azul porque o azul é que predomina em todos os tons.
Quando se fala de tristeza, de um modo geral, o azul é o "Bleu", o "triste". O azul tem uma
ligação muito grande com o melancólico. Nunca mais no futuro vai retornar a essa fase
azul.
De repente ele se liberta dessa melancolia ao conhecer uma moça chamada Rose, que
apelidou de "Rose Bombom". Começou a freqüentar lugares muito alegres, muito felizes.
Conhece Braque, fica amigo de muitos marchands, começa a vender bastante. A sua vida
se torna "rosa". Passa a pintar só de "rosa".
Em 1906 ele já era o jovem pintor mais conhecido de Paris. Mudou-se para Mont
Parnasse, onde até hoje moram os artistas. Vai morar lá durante a sua “fase rosa” e onde
começa a refletir sobre o seu trabalho que já estava cansado de fazer. Ele vendia tudo o
que pintava.
Conhece 2 marchands: os irmãos Léo e Gertrudes Stein, badalados e ricos, que o
colocam na alta sociedade onde irão comprar muito suas obras.

Obs. Mont Parnasse, lugar onde Picasso vai viver até o começo da 2a.guerra mundial,
atraía muito os intelectuais, sendo conhecido como "O centro de arte moderna do mundo".
Ao parar de produzir a sua “fase rosa” ele vai falar: "Eu não procuro, eu acho".
Nesse momento de pesquisa, vai ter um encontro com a Arte Primitiva Africana. Esse
encontro vai ser decisivo para ele.
A arte africana vai ser o momento decisivo no entendimento da arte, vista como arte do
século XX.

151
Picasso percebe que o artista negro não pinta raciocinando porque ele não conhece os
cânones da arte (regras de beleza da arte), não conhece Fídeas, Grécia, Roma. Ele vai
pintar o que ele sente.
É uma nova visão de compreender a arte. As máscaras que ele mais vai gostar são as
máscaras da Polinésia.

Obs.: No mercado das pulgas de Paris, você vai encontrar muitas máscaras africanas de
várias origens.

A partir daí vai começar a “Fase Negra”. Nessa fase ele vai retratar seres cruéis,
fascinantes, dançarinas sem olho (irreais), sobrenaturais, inspirando-se na cultura
espanhola cheia de superstições, histórias fantasmagóricas e folclores.
Ele vai entrar e sair dessa “fase negra”, voltando somente após o Cubismo.
As fases “azul” e “rosa” são as únicas que ele não vai voltar nunca mais.
A fusão de dois mundos mágicos, que são as histórias folclóricas e a arte negra, vão fazer
surgir no século XX uma das tendências mais importantes que é o CUBISMO.

Picasso vai pintar entre 1906 e 1907 a famosa obra "Les Mademoiselle D'Avignon". Foi um
escândalo tão marcante que Braque ficou sem falar com ele por 6 meses. Ele vai acabar
com 30 séculos de arte ocidental. A mudança foi radical. A partir de 1908 Picasso lidera o
movimento cubista da Europa. O cubismo para Picasso foi uma paixão exploratória que
durou somente 5 anos.
Em 1915 ele volta à um realismo mais sutil até 1925, período onde sua pintura fica mais
calma. Picasso tem muitas fases, mas sua pintura não é difícil de ser reconhecida.
Picasso tinha uma personalidade muito forte que vai ser muito importante para sua obra.
Ele disse o seguinte: “o retorno periódico à determinadas fases era como uma volta a
obra à ordem dele”. Ele precisava voltar para se ordenar novamente interiormente.
Ele tinha uma boa organização e um sistema de trabalho.

Em 1920 se casou com uma bailarina russa chamada Olga. Casou-se 5 vezes, além dos
casos que tinha por fora. Das 5 esposas, 2 se suicidaram porque ele as deixou. Em 1931
essa bailarina foi substituída por Maria Teresa Walker. Ele chegou a pintar as duas no
mesmo dia. Teve caso com as duas ao mesmo tempo e permaneceu com elas por algum
tempo, trabalhando sem cessar. Não esconde sua obsessão pelo sexo.
Vai escrever o seguinte, tendo muito a ver com a arte do século XX:
"A arte não é casta. A arte é perigosa, é reveladora. Se é casta ou não se revela, não
é arte, é um jogo."
Segundo Mali: Tudo o que Picasso pintava era realista e irreal, uno e mutilado, objetivo e
subjetivo. Isso é estilo pessoal de um gênio. Só gênio consegue pode pintar uma coisa que
é real e irreal, uno e mutilado, objetivo e subjetivo ao mesmo tempo.
Vai casar com Dora Maar e pintar muitos retratos dela.
Em 1936 ele vai ser nomeado diretor do Museu do Prado, quando acontece a guerra civil
espanhola. Nesse período ele não vai querer voltar à Espanha para assumir a direção do
Museu do Prado.

152
Nunca mais vai voltar à Espanha até o Franco morrer. Fica o tempo todo morando na
França e saudoso de seu país. Vai pintar sua obra prima "Guernica", mostrando que é um
pintor consciente e engajado socialmente na luta contra os mais fracos. Levou mais ou
menos uns 4 meses para elaborar a obra. A Dora Maar (que era fotógrafa) fotografou
todas as etapas. Guernica era uma obra que tinha as cores preto, branco e cinza.
Começou a pintar em cores, desistindo depois.
Guernica é um mural bem trágico onde vai mostrar a tragédia humana. Foi pintada com
paixão, convicção e com inúmeros desenhos preparatórios.
Guernica era um vilarejo Basco na província de Biscaia. No dia 26 de abril de 1937
ninguém falava de guerra, era um dia de feira. A cidade tinha somente 6.000 habitantes.
As pessoas saíram da feira e foram fazer a sesta. De repente, à 1 hora da tarde,
esquadrilhas de aviões das forças nazistas aliadas à Franco, bombardearam a cidade.
Ninguém falava de guerra, não tinha o porquê. Foi então o primeiro bombardeio aéreo da
história da humanidade de uma cidade inteiramente civil. Durante 3 horas jogaram bombas
matando cerca de 1765 pessoas. Dois dias depois a Europa toda sabia da história.
Picasso 24 horas depois do acontecido começa a esboçar Guernica.
Ele fez três coisas de imediato:
1o. Fez o cavalo agonizante, traspassado com uma lança nas costas, que representa o
povo.
2o. O touro de perfil que personifica a brutalidade.
3o. A mulher sustentando uma lâmpada na mão, que vai ser o símbolo da justiça. Vai
buscar a luz.
Nessa época, aos 55 anos, ele fez 57 esboços gerais diferentes antes da composição final,
além de ter muito mais esboços específicos.
Picasso sempre pintava sozinho, mas quando fez Guernica deixou que André Morrow (?),
Paul Edward entrassem para ver a sua obra.
Obs. em “off”: Salvador Dali conseguiu conquistar a mulher de Paul Edward, ficando com
ela.

Guernica tem 7,80 m de comprimento e 3,50 de altura. É uma fantástica mistura de


processos de composição. Guernica é trágica, ao mesmo tempo que revela o palpitar da
vida. Em termos de conteúdo vai mostrar sempre o palpitar da vida e a quietude da morte.
É o pior do retrato do sofrimento humano.
Fazendo uma análise da forma pode-se notar uma composição de estilo piramidal,
baseada nos pintores clássicos. Além de transmitir uma grande emoção, a sua forma é
extremamente racional, não usando cores. Esta obra se encontrava no Museu do Prado e
agora está no Museu da Rainha Sofia, em Madri.

Picasso ao terminar Guernica em 1939, está rico, com muita fama, mulher e filhos.
Mas, a sua força criadora não pára. Nessa época vai morar na Cote D'Azur. Estava em
Cap D'Antibes, bem na ponta do cabo, em um castelo do século XVII que foi adquirido por
ele. Vai morar e pintar muito. Disse:
"Quando eu era criança minha mãe me dizia: se fores soldado chegarás a general,
se fores frade acabarás a papa. Quis ser pintor e tornei-me Picasso".

153
Picasso recebeu muito apoio dos pais.
Ele continuou estrangeiro na França, sem nunca ter se naturalizado.

Em "off":
Na segunda guerra mundial quando os nazistas entraram na França e acabaram com
Paris, tinha a Gestapo e a Resistência. Picasso pertencia a Resistência ajudando muito os
espanhóis, que eram judeus, a fugir. De repente a Gestapo surgiu em seu Atelier quando
Picasso estava pintando. Ele resolve não esconder nada. Chega o embaixador espanhol
nazista que verá uma fotografia bem grande de “Guernica”. O embaixador pergunta a
Picasso: "Foi você que pintou isso?"
Picasso responde: "Não, foi você quem fez isso!". Então o embaixador sai de seu atelier
sem falar nada.

Em 1946 Picasso vai casar com a 4a. mulher “François Gilot”, com quem ele vai ter os
filhos Claude e Paloma. Nessa época ele já tinha 68 anos e vai trabalhar com cerâmica,
gravura, escultura e jóias.

Fofoca: Quando a Brigite Bardot foi visitá-lo e ele se encontrava com 60 anos
aproximadamente, fez um monte de cerâmica terracota para ela. Eram esculturas
parecidas com ela, com animais, etc. Essas esculturas ajudaram-na futuramente quando
arrecada um bom dinheiro ao leiloá-las para ajudar financeiramente a sua obra de
“proteção aos animais”.

Picasso disse que tinha repúdio a toda regra e convenções e com isso ele permanece um
criador inesgotável. Picasso inventa e cria formas que ele abandona e depois volta a pintar
novamente. Por isso seu trabalho é tão polivalente.
Em 1954 ele vai viver uma paixão muito forte com Jaqueline Roque. Vai então desenvolver
uma série de trabalhos nessa época, entre eles a “releitura das meninas de Velásquez”, o
mural "Guerra e Paz", o "Pombo" (Paloma) que para ele é o símbolo da paz.

Em "Off": Jorge Amado que tinha adoração e muita amizade por Picasso, convidou-o para
ser padrinho da filha levando-a para a França. Por isso a filha de Jorge Amado chama-se
Paloma Amado.
Picasso compra um castelo na França e uma casa da Idade Média também. Um
apartamento duplex em Paris, um duplex no Central Park, que ele nunca foi e onde mora
hoje sua filha Paloma. Compra também em Málaga uma fazenda imensa, uma outra
fazenda em Marbela, etc.
Na Itália, próximo à Capri, vai comprar também uma ilha enorme onde vai construir um
castelo como o da Espanha que tinha. Vai adquirir muito mais imóveis também.
Foi filmado por Clouseaux, fantástico diretor francês e por Alan Ransmie, outro diretor.
Mais de 30 filmes foram feitos sobre sua vida além de mais de 1400 livros em 40 línguas.

154
Para terminar, Mali descreve em seu livro:
"Por estranho que pareça esse grande e talvez o maior artista plástico de nosso século,
não teve e nem tem seguidores. Eu tento achar influências do mestre, mas ninguém pode
querer pintar como Picasso, porque ele foi o único. Pintando o que nunca se viu, o
imprevisto, ele mostrou a aventura do olhar, a festa da revelação, do encontro, a ocasião,
o mistério e o risco de ousar, essas coisas tão humanas. Morreu aos 92 anos em 09 de
abril, dizendo: "Concordo com Dom Quixote: meu repouso é a batalha".”

Apresentação de slides

1. Irmã de Picasso, fase pontilhista


2. Outra irmã, fase clássica
3. Fase Azul
4. Fase Rosa, pinta Arlequins, trapezistas, malabaristas ao chegar à Paris o circo
"Bourvois". Esse circo foi uma badalação em uma época que não existia a televisão, nada
para se divertir.
5. Mulher se penteando, fase cubista sintético (parece uma escultura)
6. Cubismo sintético do “touro” que adorava
7. “Moça dançando na praia”, quando vai para Cap D'Antibe, Nice. Fase que ele chama de
“clássica”. Vai pintar muito o que ele vê. As figuras são alongadas quase que distorcidas.
Não são expressionistas porque ele pinta sobre a alegria.
8. Moças na praia
9. Claude, filho de Picasso (não terminado)
10. O filho Claude
11. Toureiro
12. Dora Maar, perfil, frente e dedos da mão parecidos com bananas.
13. Paloma
14. Guernica, com imitação de colagem de jornal. A composição é como um triângulo
(piramidal) dos clássicos, o conteúdo tem muita simbologia: a língua é como um punhal, a
luz representa a esperança. É cubismo sintético.
15. Detalhes do quadro de Guernica
16. Detalhes do quadro de Guernica
17. Detalhes do quadro de Guernica
18. Cabra que ele adorava (e morreu). Está no museu do MOMA e no Museu Picasso em
Paris. Essa cabra vai ser feita também em escultura.
19. Desenho de auto-retrato
20. Cubismo Analítico: Violino
21. Duas esculturas sobre máscara africana
22. Trabalho em homenagem a Paul Klee
23. Mademoiseille D'Avignon

155
Comentário sobre o questionário da aula anterior:

ASPECTO: Significa conteúdo.


CONCEITO: É a forma de pintar.
Quando se fala em “Aspectos do impressionismo” significa a idéia que você tem da coisa,
que é pintar sempre a beleza, a "belle epoque". “Conceitos do impressionismo” é o tipo de
pintura que eles vão fazer, ao ar livre, pinceladas por manchas, etc.

Os “Aspectos do expressionismo” significa a pintura sobre a feiura, o sofrimento, nunca a


beleza.

156
34a. AULAErro! Indicador não definido.

Continuação da apresentação de Slides:

1. Mademoiselle D'Avignon (trabalho extremamente racional)


2. Cubismo sintético
3. Pintura com bico de pena e aquarela (cavalo de frente e de perfil)
Obs.: Picasso teve uma fase muito erótica. Tinha uma obsessão por sexo muito
grande. Dizia que “a arte não é casta”.
4. Trabalho onde as figuras femininas não tem cor, somente as masculinas.
5. Escultura onde Picasso se apropria de coisas do cotidiano
6. Escultura de um rosto cujo nariz tem significado fálico. Está em Paris, no Museu
Picasso.
7. Colagem bem diferente, com borboleta saindo do casulo, etc.
8. Cubismo sintético, moça com frutas.
9. Escultura em terracota
10. Cubismo analítico, você pode ver de ponta cabeça que dá na mesma, fica difícil
identificar o que é.
11. Cubismo sintético, depois da fase de Guernica
12. Aquarela e nanquim, série de desenhos em papel
13. Esboço para a obra sobre Guernica
14. Gato de Picasso (faz uma série de animais)
15. Escultura de Picasso com a cabra no colo
16. Duas cerâmicas de pintura fria. Trabalho feito em cima da Grécia Minóica, anterior à Gréc
outro com “pintura fria”, quando não vai ao forno. Essas cerâmicas estão no museu de
Picasso de Barcelona.
17. Escultura de um macaco cuja cabeça é um carro. É feita em Bronze mais
corroído. Está no museu Picasso em Paris.
18. Detalhe da escultura do macaco, a cabeça. Feito em bronze. Está no Museu
MOMA.
19. Coréia. Lembra fuzilamento do Goya. O conteúdo é matança de mulheres
grávidas e crianças.
20. Escultura em madeira cubista
21. Releitura sobre o “Almoço na Relva” de Manet
22. Releitura de “O Beijo” de Rodin
23. Jaqueline Roque com espada na mão (última mulher), cubismo sintético
24. Picasso com Jaqueline, numa pintura bem erótica
25. Auto-retrato de Picasso que ele fez aos 88 anos
26. Jóia de Picasso, perfil de uma moça, feita no ano de 1962, 10 anos antes dele
morrer.
27. BRAQUE: Cubismo sintético. Visão de um ângulo superior de uma natureza
morta. Braque sempre foi cubista.

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28. BRAQUE: pinta muito o que existe ao seu redor, não se lança. Pinta muito aquilo
do cotidiano. É a vida íntima dele. Pinta a natureza morta da casa dele. Tem muita
colagem. Tanto Picasso quanto Braque vão pintar muito natureza morta.
29. BRAQUE: Natureza morta. Cubismo sintético.
30. BRAQUE: Pintura com colagem e fundo pintado. São dois instrumentos musicais.
31. BRAQUE: Moça com guitarra. Cubismo analítico. Muitos planos.
32. BRAQUE: Travessa de frutas. Obra feita no ano de 1930.
33. FERNANDO LÈGER: Cubista mais analítico do que sintético. Vai pintar muito a
máquina e o homem quase como uma máquina. Ele vai quase humanizar a
máquina.
34. FERNANDO LÈGER: Vitral que está na Capela Sixtina em Roma. É a visão de
Cristo na Cruz.
35. FERNANDO LÈGER: O homem máquina, o homem robô, cubismo analítico.
36. FERNANDO LÈGER: Os fumantes, que poluem a cidade toda.
37. FERNANDO LÈGER: Robotiza os homens
38. JUAN GRISS: Pintura que imita uma colagem. Pintor espanhol.
39. JUAN GRISS: Outra pintura que imita colagem. Ele fragmenta a fruteira, etc.
40. JUAN GRISS: Pintura monocromática onde você sente o volume. Tem muita
profundidade ao mesmo tempo em que parece ser plano.

SURREALISMO

Em 1924 surge um grupo de pintores que vai se interessar muito pelo subconsciente, onde
ocorre aí a falta de lógica.
Eles se interessavam demais pelo sonho, pelo fantástico, pelo irreal, pela loucura, tudo que
contrariasse a lógica.
Loucura
Sonho
Irreal
Ilógico
A forma deles pintarem é muito realística, mas o conteúdo é sem lógica.
Freud estava em moda. A arte que é muito lógica, como iria acompanhar o ritmo se este
já não é mais lógico? A arte tem que acompanhar a época. Vai haver, portanto, uma série
de trabalhos que chamamos de surrealista. É uma arte do inconsciente.
O surrealismo não é uma arte só do inconsciente, é também uma arte sem limites de
qualquer espécie no conteúdo.
O surrealismo vai surgir na pintura, na poesia, na música, no tipo humano (aquela pessoa
surreal). O pintor, o poeta e todos os outros artistas procuram dois mundos: um visível e o
outro submerso, vago, indeterminado, que é o subconsciente da gente. Vão procurar pintar
esse subconsciente que não é fácil.

158
Nós vivemos hoje, segundo Mali, em um mundo com métodos muito lógicos. Isso dificulta
o entendimento do mundo surreal. O surreal não tem lógica nenhuma. É o nonsense total.
Os fins lógicos não escapam de nós, mas os fins ilógicos sim. Tudo que não tem lógica e
que foge do nosso controle, nós não gostamos.
O surreal passa a ser a arte pura do sonho e da fantasia. Vão usar muito álcool,
excitantes, hipnose, símbolos esotéricos, alquimia. Na arte surrealista não vai haver uma
lógica discursiva. Ela não vai ter começo, meio e fim.
O surrealista vai usar primeiro elementos justapostos, quer dizer, elementos que podem
estar no mesmo tempo no mesmo lugar e podem ou não estar mesmo espaço.
Ex.: Quando Paul Delvaux vai pintar uma moça nua em uma estação de trem com uma
vela na mão como se fosse uma sonâmbula, isso incomoda muita gente, porque não tem
lógica.
Surrealismo tem muito recollection. É o sonho mal resolvido que agente tem.

Paul Delvaux é um pintor surrealista que vai pintar muito estação de trem. Coloca uma
mulher da época barroca fazendo justaposição de tempo e de elementos com mulheres
mais clássicas no plano de trás. A forma é perfeita como uma fotografia mas a história ou o
conteúdo é estranho.
Paul Delvaux é belga e morreu em 1994.
Em "off": Quando ele era mocinho, tinha paixão por trem, morava em uma casa próximo à
uma estação ferroviária. Seu pai resolveu então levá-lo para uma viagem de trem. Quando
eles chegaram lá o trem já tinha saído. Isso vai marcar muito pelo resto de sua vida,
influenciando sua pintura.

O "acaso" para os surrealistas é uma coisa muito importante. Vai funcionar como uma
"mis en cene" = "fundo"
Ex: Dali pegava um papel e colocava ao ar livre por 3, 4 dias. O que acontecesse com
aquele papel ele ia aproveitar para fazer em suas obras, como borrões. É o acaso.
Na pintura surrealista, a técnica é ligada à criatividade. Vai ter que pintar muito bem a
forma para que seja muito fácil de entender.
Não pode pintar uma coisa muito complicada porque senão o fruidor não vai conseguir ler
a obra. Se a forma não for perfeita e a história complicada, vai ser impossível de entender
a obra.

Pintores Bélgas importantes:


Paul Delvaux, surrealista
René Magritte, surrealista
Rubens, barroco

Para os surrealistas o acaso, a técnica, a decalcmania, fotomontagens, vão ser muito


importantes. Vai atingir até a literatura e o cinema.

Na literatura brasileira nós temos:


João Cabral de Mello Neto
Ariano Suassuna
Júlio Cortasa
159
Filme Surrealista:
Filme inglês "Spell Bound", com Ingrid Bergmann. A cenografia é do Salvador Dali. O
diretor é o Hitchcock (??).

Surrealismo é um estado de espírito, é um propósito, é uma arte de sonho.

Principais pintores surrealistas:


Salvador Dali
René Magritte
Paul Delvaux
Marx Hess, tem uma fase pequena surrealista. Foi cubista também.

Salvador Filipe Jacinto Dali era o nome completo de Dalí.


Nasceu em 11 de maio de 1904. Em Figueiras, espanhol da Catalônia.
Nasceu de família rica. Já era excêntrico desde que fez escola de Belas Artes. Em 1927
Dalí fez sua primeira visita à Paris. Picasso já tinha feito em 1900.
Dalí começou pintando como impressionista. Ficou amigo de Garcia Lorca e Brunuel
(diretor de cinema espanhol famoso). Os três eram muito amigos. Dalí vai ter muita
influência de Picasso, em uma de suas fases.
Ele teve um caso com Garcia Lorca. Brunuel não se conformava pois era muito machista.
Dalí vai se tornar um grande surrealista.
Em 1929, Dalí conhece Gala, que é Helena, e vai ser sua musa inspiradora e sua paixão
até ele morrer. Ela foi uma dançarina russa. Quando Dalí a conheceu ela era esposa de
Paul Edward (grande poeta francês). Quando Dalí viu Gala, numa festa na casa de
Brunuel, ela estava de costas para o sol e com os ombros de fora. Ele se apaixonou pelo
ombro dela e disse que ia casar com aquela mulher. Conseguiu tirá-la de Paul Edward e
vão ficar juntos até ela morrer.
Fofoca: Dali tinha um problema físico. Tinha o “elemento” pequeno que não funcionava
muito. Gala conseguiu resolver essa situação. Ele devia isso a Gala. Foi a primeira mulher
realmente que ele se resolveu. Ele era bissexual e tinha muitos casos.
Nunca mais vai largar Gala na sua vida. Ela teve também muitos casos com marinheiros
que Dalí sabia e aceitava numa boa.

Dalí é o protótipo do homem surrealista. Ele é escandaloso e só pintou o irreal. É um


cabotino (aquele indivíduo de maneira afetada, que procura chamar a atenção,
ostentando qualidades reais ou fictícias) e só pensava em dinheiro. Adorava Picasso como
artista e como pessoa. Picasso nunca deu bola para Dalí. Eles nunca foram amigos.
Picasso não admitia a forma de viver de Dalí, apesar dele também ser extravagante.

Dalí vai pintar muitos símbolos fálicos, como os ciprestes pontudos. Vai pintar muito
costeletas penduradas em Gala, significando que gosta de “comer” Gala. Ele pinta também
muitas muletas. Acha que todo mundo tem muletas. A sua muleta era Gala. Ele representa
a muleta como se fosse forquilha (tipo muleta para segurar as oliveiras)

160
A religião para Dalí é um campo de investigação. Ele foi muito místico.
Ele fez coisas muito loucas, como a "Apoteose do Dólar". Era um quadro cheio de dólar
assinado com um cifrão. Ele ficou muito rico. Quando a Gala morreu em 1982 ele estava
sofrendo o mal de Parkinson.
Dalí vai viver até o fim de sua vida de forma muito extravagante. Morre em 1986.

PAUL DELVAUX (1898-1994)


É pintor belga. Tinha obsessão pelo rosto de mulher e estações de trem.

RENÉ MAGRITTE (1898-1967)


É também pintor belga. É o pintor surrealista do absurdo. Tudo dele é fantasticamente
absurdo. Pinta o irreal, a desconfiança do irreal. Ele vai fazer sobreposições até o infinito.
Usa metáfora em todos os quadros. Toda obra que você vê, você se questiona se é ou
não real. Ele investe em você o tempo todo.
Ele é um campo muito vasto para a nossa imaginação.

Slides apresentados a seguir:

1. Dalí com a pintura do pescoço parecida à do Rafael (pintor), fase impressionista


2. Dalí, “Baía de Caudaquês” em cima é ao meio dia e embaixo ao entardecer
3. Paul Edward, máscara do mal (oriental), Gala, etc.
4. Dalí, foto da irmã de costas. A irmã posou 3 meses de frente para ele, e ele
colocou um espelho atrás dela. Ela ficou horrorizada porque não sabia que ele
estava pintando as suas costas. É quando ele vai responder à ela que tinha saído
da lei da frontalidade. Teve um caso também com a irmã
5. Começo dos “relógios moles” de Dalí
6. Dalí e Gala. Ele está de costas. Atrás tem uma releitura da obra "Angelus" de
Millet. Eles estão na mesma posição do casal do quadro que está atrás.
7. Cristo, de Dalí. Maria Madalena é a Gala. Esse chão branco e preto em diagonais,
que é feito muito pelo Vermeer, Dalí o faz também. Esse piso vai dar muita
profundidade.
8. Relógios moles, significa na realidade que as horas não existem, nós é que
fazemos o tempo.
9. Rosto de uma atriz famosa, cuja boca é um sofá, o cabelo é a cortina, os brincos
são os pingentes da cortina, o nariz a lareira, e os olhos são 2 quadros
10. Paul Delvaux, um casal em uma estação de trem
11. Paul Delvaux, uma estação de trem. Três moças vitorianas que pertencem à uma
época que não tinha trem. Essa sobreposição de tempo é que é surreal.
12. Paul Delvaux, moça nua embrulhada como se fosse um presente, dois homens na
frente sem tomar conhecimento, etc.
13. René Magritte, "A espera do assassino"

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14. René Magritte, "O falso espelho". Também está no MOMA. Os dois olhos são
preenchidos por nuvens.
15. René Magritte, "Madame Recamier", colocou sobre uma cadeira recamier, um
caixão. Atrás tem um prédio.
16. René Magritte, quadro de paisagem, com três bolas grandes em cima, sem
nenhum sentido
17. René Magritte, um homem com olho de pantera
18. René Magritte, "coisas do cotidiano", tem sabonete, pincel de barbear, pente, tudo fora de
19. René Magritte, "Paisagem empedrada"

Obs.: Valter Levi, que é bem idoso, também é surrealista.

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