Sei sulla pagina 1di 1

A cura do envelhecimento

A busca pela imortalidade e pela juventude eterna sempre fascinou o homem, único animal que tem
consciência da própria morte, e por isso sofre. Mas essa busca nunca esteve tão próxima de ser alcançada.
Prolongar a vida seria apenas uma conseqüência de fazer as pessoas serem mais saudáveis por mais
tempo. Esse é o principal objetivo da nova ciência do antienvelhecimento, que pretende atacar de uma só vez todas
as formas de deterioração do corpo para fazer com que o nosso relógio biológico corra mais devagar, com isso,
ficaríamos longe de doenças decorrentes da idade avançada por mais tempo. A maneira de aumentar a expectativa
e a qualidade de vida para valer é evitar chegar nesse estágio em que já estamos mais fracos e vulneráveis a
doenças.

INJEÇÃO ANTIVELHICE
Em novembro do ano passado, pesquisadores do Instituto de Câncer Dana-Farber, da Escola de Medicina de Harvard,
nos Estados Unidos, publicaram um estudo que contrariou um dos principais conceitos sobre o processo de envelhecimento: o de
que ele é irreversível. Isso pode ser explicado através da relação entre o processo de envelhecimento e os telômeros que é uma
capinha que protege a ponta de cada cromossomo dentro de nossas células. A cada vez que a célula se divide, essa capinha se
encurta um pouco. Depois de 50 a 80 duplicações a célula não consegue mais se multiplicar – após os 35 anos de idade, os
efeitos desse processo já começam a ser sentidos. O tempo passa e, sem células novas e com algumas mortas ou inativas,
nossos órgãos começam a se deteriorar. É a velhice.
Nascemos com um mecanismo capaz de driblar esse processo, uma enzima chamada telomerase. Ela repara as tais
capas protetoras dos cromossomos após cada divisão celular. Porém, após a infância, sua concentração cai drasticamente. Fazer
com que ela volte a crescer é um dos caminhos para postergar o envelhecimento – ou até mesmo reverte-lo. “É possível imaginar
que um homem de 90 anos voltaria a ter a saúde que possuía aos 40 ou 50” diz o coordenador da pesquisa Ronald DePinho.
Porém, apesar de ter sido bem-sucedido em ratos, o tratamento ainda não foi testado em humanos. E não há perspectiva de que
isso aconteça nos próximos anos. Ainda seria preciso ultrapassar um grande empecilho: o potencial risco de câncer.
Além de exercícios físicos, uma dieta com poucas colorias entraria na dieta. Pois é sabido, e cientificamente provado,
que quem come menos, vive mais.

BIOENGENHARIA
No ano passado, um grupo de mulheres teve uma oportunidade de ouro: após serem mutiladas devido ao câncer de
mama, viram crescer seios 100% naturais, a partir de suas próprias células. A técnica que soa como um milagre foi desenvolvida
após quase uma década de estudos pela empresa de biotecnologia americana Cytori Therapeutics, que pretende trazer o método
para o Brasil ainda este ano. Permite dupla recauchutagem: as células que dão origem ao novo seio são extraídas de uma
cirurgia plástica para tirar gordurinhas indesejadas. O procedimento começa com uma lipoaspiração, por exemplo, na barriga. Da
gordura são colhidas células-tronco, capazes de se multiplicar para gerar tecidos de outras partes do corpo, como a mama. Elas
são, então, aplicadas na região do peito. Conforme crescem, formam um novo seio, sem risco de rejeição.
A descoberta de células-tronco na gordura foi um grande avanço para a medicina regenerativa. No ano passado,
Radovan Borojevic, diretor do Programa Avançado de Biologia Celular Aplicada à Medicina da UFRJ, conseguiu, de forma inédita
no Brasil, autorização da comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para manipular células-tronco de gordura. “Esse
material pode garantir reserva para a velhice, para sanar as doenças naturais do passar dos anos e até diminuir as rugas”, diz.
Quem fizer uma lipoaspiração aos 20, por exemplo, pode chegar aos 60 e usar as células guardadas para preencher a pele
envelhecida e se livrar dos pés de galinha. Como as células terão a memória de sua juventude, será possível fazer o que nenhum
cosmético ou Botox jamais conseguiu: ter cara de 20, aos 60.
Experimentos em humanos mostraram que o implante de células-tronco pode reparar órgãos vitais. Entre eles, o
coração, que teria benefícios como o aumento da quantidade e bombeamento de sangue após infartos, diminuição da área de
tecidos mortos e melhora da capacidade respiratória em casos de doenças cardíacas crônicas. Outro resultado positivo é a
redução da incontinência urinária em pacientes que passaram por cirurgias de próstata.

A HORA DA MORTE
A crença de que a ciência e a tecnologia nos permitirão redesenhar o próprio corpo para nos fazer viver muito mais, até
indefinidamente, guia uma corrente filosófica chamada transhumanismo. Os seguidores do pensamento acreditam que por meio
de áreas de conhecimento emergentes como biotecnologia, inteligência artificial, robótica e nanotecnologia, poderemos superar a
própria condição humana. “O homem não é o final da evolução biológica, e sim o começo de uma evolução tecnológica”, afirma o
engenheiro venezuelano formado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), José Cordeiro, grande divulgador do
transhumanismo na América Latina. Ele acredita que assistiremos à morte da morte – e que não há nada de antinatural nisso.
Mesmo que a medicina conseguisse fazer com que as pessoas tivessem saúde e disposição para trabalhar até os 100,
provavelmente não haveria mercado para todos. Com uma superpopulação de idosos, a previdência social certamente iria
quebra. “Não adianta chegarmos aos 200 anos se não resolvermos esses problemas”, diz a presidente da Sociedade Brasileira de
Geriatria e Gerontologia, Silvia Regina Mendes Pereira, que acha positivo o esforço dos cientistas para evitar doenças como o
diabetes ou Alzheimer, desde que a qualidade de vida seja encarada de forma global. “E isso passa por vários aspectos. Um
deles, sim, é a saúde, mas também há o psicológico e o social.”
As transformações no mundo caso as pessoas a viver décadas ou até séculos a mais são inevitáveis. Mas, para De
Grey, compensaria enfrentá-las. “Essas dificuldades não superam os benefícios da eliminação de doenças relacionadas à idade
como problemas cardiovasculares e câncer”, afirma. Mesmo porque esses problemas terão que ser pensados de imediato. Pois,
antes mesmo das pirotécnicas cientificas se tornarem realidade, a longevidade no mundo só cresce. Para se ter idéia, vivemos 25
anos a mais do que um século atrás. Nos países desenvolvidos, a expectativa de vida aumenta cinco horas por dia. Ou seja, já há
motivos suficientes para a ciência se preocupar com os muitos que, em tempos anteriores às pílulas que simulam fome ou
injeções de enzimas e células-tronco, fazem muito mais aniversários do que um dia nossos avós jamais poderiam imaginar.

Potrebbero piacerti anche