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POÉTICAS DO CIBERESPAÇO
Lúcia Leão
Resumo: Este artigo tem por objetivo traçar uma cartografia da criação no
ciberespaço. Como critério adotado na escolha de obras a serem analisadas,
foram privilegiados trabalhos que se apropriam das redes gerando ou
estimulando práticas colaborativas. O artigo inicia com um panorama
histórico sobre arte telemática e avança na discussão conceitual a respeito
dos termos arte online, net.art e net arte. Em seguida, são propostas três
categorias de experimentação: poéticas da programação, poéticas da
navegação e poéticas dos bancos de dados.
Key words: cyberspace, cyberculture, “telemática” art, art net, data bases.
Lúcia Leão é Doutora em Comunicação e Semiótica. Professora Doutora na PUC/SP e nas Faculdades Senac,
onde coordena o Grupo de Pesquisas em Cibercultura. E-mail: lucleao@lucialeao.pro.br
1
http://artport.whitney.org/
2
www.bienalsaopaulo.terra.com.br/
3
www.010101.sfmoma.org/
4
www.walkerart.org/
5
www.tate.org.uk/netart/default.htm
6
http://www.guggenheim.org/internetart/welcome.html
7
www.massmoca.org/visual_arts/gameshow/
8
www.ljudmila.org/~vuk/dx/
9
Veja-se esse artigo no livro com textos de Ascott editado por Edward A. Shanken.
[...] JB~g#]\|;Net.Art{-^s1{[..}
Alexei fala que Vuk ficou totalmente maravilhado, pois a net, ela mesma, ha-
via dado a ele um nome para a atividade com a qual ele estava envolvido.
10
http://telematic.walkerart.org/
11
http://www.afsnitp.dk/onoff/Texts/broggernetart,we.html
12
História contada por Alexei Shulgin na lista Nettime. Disponível em: http://www.archimuse.com/mw98/
beyondinterface/bi_fr.html e em: http://www.nettime.org/Lists-Archives/nettime-l-9703/msg00094.html
Everybody seems to agree that there is something happening in the networks that is
connected in some way with the art of the 20th Century. Everybody also seems to be
in agreement that, whatever it is and whatever its called, its pretty exciting. Almost
everybody seems to agree that it is not just simulations of things made for virtual ver-
sions of white museum walls.The disagreements seem to begin with the question of
whether it has a name and whether naming would somehow fix it, like a butterfly pin-
ned on a board, as just another “ism” in the art historian’s catalogue.
Voltando a buscar definições para a net arte, vemos que para Andreas Broe-
ckmann, a principal ferramenta da net.art é o hiperlink e o fato de que um docu-
mento pode se linkar a princípio com qualquer outro da internet.
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A Nettime é uma das mais antigas listas de discussão sobre estética, política e ética nas redes. Ativa desde
1995, a partir de um projeto que aconteceu durante a Bienal de Veneza, seus arquivos podem ser encon-
trados em: http://www.nettime.org
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http://www.ljudmila.org/nettime/zkp4/
15
http://cadre.sjsu.edu/jevbratt/presentations/supermodernism.html
16
http://www.c3.hu/collection/form
17
http://www.fu-fme.com
18
“ Vejo você, você me vê.”
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www.ljudmila.org/naps e www.ljudmila.org/naps/cnn/cnn.htm.
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http://www.ljudmila.org/~vuk/
POÉTICAS DA PROGRAMAÇÃO
Nessa categoria estão trabalhos cujo foco de atenção é o software. Entre os
artistas que atuam nessa abordagem estão os que questionam e ironizam softwares
pré-existentes, revivendo a postura duchampiana em relação aos ready-mades.
Outros atuam diretamente nos códigos de programação, criando aplicativos que
fazem pensar e/ou que estimulam a interatividade e o lado lúdico do usuário.
O primeiro caso tem raízes nas propostas da arte conceitual e também na fi-
losofia hacker. Hackeraqui compreendido como um pensamento que atua nos sis-
temas computacionais e, com isso, critica e revela fragilidades e imposições desses
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Para mais detalhes sobre arte potencial, veja-se Leão (1999, p. 34-36).
22
http://www.runme.org/
23
http://www.sodaplay.com/
24
http://turbulence.org/Works/apartment/
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http://www.potatoland.org/landfill/
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http://www.potatoland.org/
27
http://users.rcn.com/napier.interport/barbie/barbie.html
28
International Software Art Festival “read_me 1.2”. Veja-se: http://www.macros-center.ru/read_me/abouten.htm
29
Autor: Mark Daggett. http://www.deskSwap.com
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http://www.karhalev.net/desoft
31
http://textension.jtnimoy.com/
POÉTICAS DA NAVEGAÇÃO
Nesse grupo estão projetos que comentam ou se apropriam da navegação para
seus questionamentos. Na crítica especializada em novas mídias, esses trabalhos
são muitas vezes denominados browser art.
O projeto WonderWalker,36 de Martin Wattenberg e Marek Walczak (2000),
é um aplicativo que permite aos usuários selecionar e gravar seus sites favoritos na
forma de ícones. Espécie de bookmark (lista de favoritos), o WonderWalker ainda
permite que os usuários compartilhem suas preferências a partir dos mapas criados.
Outro projeto bastante interessante é o Webstalker (1997), do I/O/D. Esse
trabalho funciona como um browseralternativo. Cada vez que o usuário visita uma
página, o Webstalker oferece várias opções de visualização, entre elas podemos ver
a estrutura de links do site, por meio de um diagrama.37
Shredder,38 de Mark Napier (1998), é um browserque desconstrói as páginas da
WWW. Muito lúdico, nos faz refletir sobre a tão falada “estética da desaparição”.
Babel,39 de Simon Biggs (2001), é um data browserque explora a metáfora do
sistema clássico de indexação das bibliotecas (Classificação Decimal Dewey –
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http://www.jtnimoy.com/
33
http://www.hvedekorn.dk/2_02/202-joshuanimoya.html
34
http://notime.arts.ucla.edu/notime3/
35
http://www.influenza.etc.br
36
http://wonderwalker.walkerart.org/
37
Para mais detalhes sobre esse projeto, veja-se Leão (2002, p. 83-85). O endereço do projeto é http://
www.backspace.org/iod/.
38
http://potatoland.org/shredder
39
http://www.babel.uk.net/
40
http://www.manovich.net/FLN
41
http://cadre.sjsu.edu/jevbratt/c5/onetoone/2/index_ng.html
42
http://www.thefileroom.org/F ileRoom/documents/newhome.html
43
http://www.smartmoney.com/marketmap/
44
http://acg.media.mit.edu/people/fry/anemone/applet/
45
http://rhizome.org/carnivore/
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Pertence a esse grupo Alex Galloway.
47
http://www.theyrule.net/
48
http://www.futurefarmers.com/
OUTRAS POÉTICAS
Como vimos, vários projetos não se fixam em uma só categoria. No Brasil, Lucas
Bambozzi,52 por exemplo, mescla elementos da estética do banco de dados com ele-
mentos que migram da linguagem do vídeo. O projeto de Artur Matuck “Litterater-
ra”,53 caminha pelos exercícios da escrita e da desescritura. O projeto de doutorado
“Assina: do texto ao contexto”, de Cícero Inácio da Silva,54 propõe experimentações
limítrofes com bancos de dados, textos e autorias falsas. Assim, veremos a seguir algu-
mas propostas que avançam por outros caminhos e despontam com novas poéticas.
Communimage55 é um projeto colaborativo que reúne, em um grande banco
de dados, imagens e links enviados por internautas. A idéia principal do projeto é a
geração coletiva de uma escultura virtual, mutante e infinita. Após receber a senha
que permite o acesso, o interator envia uma imagem. A força desse projeto está
principalmente em subverter a lógica do surfe na WWW. Pois, nesse trabalho, a
interação não se resume em navegar na grande escultura efêmera. Muito mais do
que isso, Communimage nos convida a sair da posição passiva de acessar os dados,
a abandonar o papel de clientes. Communimage nos pede que enviemos informa-
ção, pois somos também colaboradores nessa grande escultura.
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http://paisagem0.sescsp.org.br/
50
www.lucialeao.pro.br/pluralmaps
51
Lúcia Leão (projeto e direção) e Roger Tavares (programação em VRML).
52
www.comum.com/diphusa/meta
53
www.teksto.com.br
54
http://www.pucsp.br/~cicero/
55
http://www.communimage.net/engl/
56
http://www.khm.de/people/krcf/AM/
57
http://io.khm.de
58
Veja-se artigo e biografia de Shaw nessa coletânea.
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www.entropy8zuper.org/
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http://www.fishbreath.net/
61
Veja-se artigo de Goldberg nessa coletânea.
62
http://rhizome.org/object.rhiz?2398 e http://xarch.tu-graz.ac.at/home/rafael/fear/
63
http://www.alzado.net
64
http://www.repohistory.org/circulation/exquisite/ec.php3
65
http://www.markamerika.com/
66
http://www.well.com/user/jmalloy/cyberagora.html
67
http://www.well.com/user/jmalloy/scibe/story.html
68
www.ntticc.or.jp/~lifespacies
69
http://artecno.ucs.br/ouroboros
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www.sito.org
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http://www.rtmark.com/
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http://www.mongrelx.org/index.html
73
http://www.thing.net
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http://turbulence.org/spotlight/thinking