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Campus Arapiraca
Curso Superior de Licenciatura em Matemática
FUNÇÕES CONVEXAS E A
DESIGUALDADE DE JENSEN
ARAPIRACA - AL
2010
Claudio Roberto Pereira Silva
FUNÇÕES CONVEXAS E A
DESIGUALDADE DE JENSEN
ARAPIRACA - AL
2010
Claudio Roberto Pereira Silva
Funções convexas e a desigualdade de Jensen
Banca examinadora:
ARAPIRACA - AL
2010
Dedicatória
Esse tema foi trabalhado a partir das idéias de meu professor e orientador
MsC. Ében Alves da Silva, que deu a sugestão do tema e eu decidi dar
progresso a essa idéia. A Desigualdade de Jensen trata sobre desigualdades
entre funções convexas, por conta deste fato, decidimos agrupar esses dois
temas. É muito interessante principalmente para alunos que buscam apoio
para as Olimpı́adas de Matemática. Pois, essa desigualdade é rotineiramente
presente em provas nacionais e esse tipo de função não é visto no nı́vel de
ensino que esses alunos se encontram.
Para embasar nosso tema principal, trataremos nos capı́tulos iniciais
temas como topologia na reta, funções contı́nuas, limite e derivada. Que
o leitor deve ter como pré-requisito para o estudo de funções convexas e a
desigualdade de Jensen. Podemos fazer uma ressalva para o leitor que já pos-
suir conhecimento sobre tais assuntos bases, esses leitores poderão, sem perda
de compreensão, ir diretamente para o estudo do capı́tulo 6 que trata sobre
funções convexas, assim podendo estudar os capı́tulos 7 e 8, Desigualdade de
Jensen e aplicações, respectivamente.
This theme was worked out from the ideas of my teacher and mentor MsC.
Eben Alves da Silva, who gave the suggestion of the theme and I decided to
progress this idea. The inequality is Jensen convex functions on inequalities
between, due to this fact, we decided to group the two themes of this work
and produce a very simple way. This is a very interesting topic, especially
for high school students who seek support for the Math Olympics. Well, this
inequality is routinely present in national tests and that kind of function is
hardly seen in the level of education these students are.
To support our main theme, in the early chapters treat topics such as
topology in straight, continuous functions, limits and derivatives. The reader
must have as a prerequisite for the study of convex functions and Jensen’s
inequality. We can make an exception for the reader who already have knowl-
edge about such matters bases, these readers may, without loss of under-
standing, go directly to the study of Chapter 6 which deals with convex
functions, thus being able to study Chapters 7 and 8, Inequality Jensen and
applications, respectively.
Keywords: Convex functions; Jensen’s inequality; students, high school,
Math Olympics.
Sumário
1 Nota histórica 12
2 Topologia na reta 15
2.1 Conjuntos abertos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.2 Conjuntos fechados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3 Continuidade 24
3.1 Função contı́nua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.2 Propriedades das funções contı́nuas . . . . . . . . . . . . . . . 28
4 Limite 30
4.1 Analisando os limites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.2 Propriedades básicas de Limites . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5 Derivadas 36
5.1 Continuidade e existência da derivada . . . . . . . . . . . . . . 38
6 Função convexa 46
6.1 Conjunto convexo de Rn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
6.2 Função convexa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
6.3 Propriedades de funções convexas e côcavas . . . . . . . . . . . 53
8
7 Desigualdade de Jensen 57
7.1 Observando a desigualdade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
7.2 A Desigualdade de Jensen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
8 Aplicações 64
Introdução
10
como conjuntos aberto, fechado e compacto. No capı́tulo 3 falaremos sobre
continuidade, funções contı́nuas e propriedades. No capı́tulo 4, temos li-
mites, alguns teoremas importantes e propriedades. No capı́tulo 5 trataremos
sobre derivadas, alguns teoremas importantes com as demonstrações somente
dos considerados principais, além de algumas propriedades. No capı́tulo 6
temos as funções convexas (côncavas) e algumas propriedades. No capı́tulo
7 trataremos da desigualdade de Jensen e alguns teoremas sobre as formas
da desigualdade mais simples e mais generalizada. E por fim, no capı́tulo 8,
trazemos algumas aplicações da Desigualdade de Jensen.
11
Capı́tulo 1
Nota histórica
12
acabavam resultando em grandes perdas financeiras para sua famı́lia. O que
fez com que eles acabassem tendo que se mudar para a cidade de Copenhagen,
capital do paı́s.
Isso proporcionou para Jensen, a chance de concluir seus estudos na ca-
pital de seu paı́s. No ano de 1876, ele ingressou na Faculdade de Tecnolo-
gia de Copenhagen, onde acabou demonstrando bastante interesse por uma
grande diversidade de assuntos cientı́ficos, incluindo a matemática, fı́sica e
quı́mica. Contudo, foi com a matemática que ele mais se identificou, dizendo-
se apaixonado pela disciplina em sua totalidade. A partir de então, começou a
se relacionar com a matemática mais intimamente e acabou deixando de lado
as outras disciplinas que também havia chamado sua atenção. Foi também
nesse perı́odo que Jensen começou a escrever seus primeiros artigos como
estudante da Faculdade de Tecnologia de Copenhagen.
Jensen era um engenheiro de telecomunicações, que nas horas vagas tra-
balhava como um matemático amador. Apesar disso, ele produziu pesquisas
de alto nı́vel no ramo da matemática, mesmo trabalhando paralelamente
como engenheiro. Ele foi um espetacular autodidata ao fazer pesquisas em
matemática sem nunca ter tido uma formação acadêmica exclusiva na área
da pesquisa. Houve uma fase em sua vida em que a matemática era a única
matéria que realmente o interessava. Foi nesse perı́odo que ele alcançou
grande êxito em suas pesquisas. Nessa mesma época, ele aceita um emprego
em uma empresa de telefonia. Porém isso não foi capaz de afastá-lo de seus
desejos em fazer pesquisas na área da matemática. Antes disso, ele não tinha
um emprego para conseguir se sustentar e para continuar com a matemática.
Em 1890, Jensen tornou-se chefe de departamento técnico dessa mesma com-
panhia, à qual ele continuou a trabalhar até 1924.
Apesar de não ser tão conhecido, Jensen teve algumas produções que
13
contribuı́ram bem para o avanço da matemática. Jensen contribuiu para
a hipótese de Riemann provando um teorema que foi enviado para Mittag-
Leffler e que foi publicado em 1899. O teorema é importante, mas não traça
a direção completa para a hipótese de Riemann, como Jensen esperava e
expressou o principal valor do logaritmo do valor absoluto de uma função
Holomorfa sobre um cı́rculo para o significado para a distância dos zeros do
centro e o valor no centro.
Ele também estudou séries infinitas, a função gamma e as inequações
para as funções convexas. Em um artigo publicado em 1906 na Acta Ma-
thematica, Jensen provou uma desigualdade para as funções convexas, a qual
será apresentada neste trabalho, que é bastante utilizada hoje para resolver e
provar questões envolvendo inequações, que estão constantemente presentes
nas Olimpı́adas de Matemática atuais.
Valdemar Jensen acabou falecendo na data de 05 de março de 1925, com
65 anos incompletos, na cidade de Copenhagen, capital da Dinamarca, onde
concluiu seus estudos e produziu suas publicações, cidade a qual lhe possi-
bilitou o prazer de estudar e criar suas publicações na matemática.
14
Capı́tulo 2
Topologia na reta
x:N→R
x(n) = xn , ∀ n ∈ N
15
Visto isso, apresentaremos agora, então, algumas definições básicas que
devemos conhecer sobre conjuntos, retas e pontos.
16
Observação 2.1 Um conjunto vazio é um conjunto aberto. Como efeito
desse fato, temos que um conjunto H só pode deixar de ser aberto se existir
em H algum ponto que não seja interior a ele. Como não existe ponto algum
em um conjunto vazio, somos forçados a admitir que um conjunto vazio é
sempre aberto.
Demonstração.
a) Seja x ∈ A1 ∩ A2 . Então x ∈ A1 e x ∈ A2 . Logo existem intervalos tais
que x ∈ (a1 , b1 ) ⊂ A1 e x ∈ (a2 , b2 ) ⊂ A2 . Sejam a o maior dos números a1 , a2
e b o menor dos números b1 , b2 . Então x ∈ (a, b) = (a1 , b1 )∩(a2 , b2 ) ⊂ A1 ∩A2 .
Portanto, temos que todo ponto x ∈ A1 ∩ A2 é interior e portanto esta
intersecção é um conjunto aberto.
17
|x − x0 | < ⇔ − < x − x0 < ⇔ x0 − < x < x0 +
V0 (x0 ) ∩ A 6= ø
Importante:
18
Definição 2.5 Ponto isolado
Um ponto x de um conjunto A, diz-se isolado se não for ponto de acu-
mulação de A. Isso é equivalente a dizer que existe > 0 tal que V0 (x) não
contém qualquer elemento de A. Logo, temos que:
Exemplo 2.1
1 2 3 4 n
A= , , , , ... , , ...
2 3 4 5 n+1
19
Teorema 2.2 Um ponto x ∈ R é aderente a um conjunto A ⊂ R se, e
somente se, para todo ε > 0 tem-se A ∩ (x − ε, x + ε) 6= ø.
Demonstração.
Se x é aderente a A, então x = lim xn , onde xn ∈ A para todo n ∈ N.
Tomemos arbitráriamente um ε > 0, então xn ∈ (x − ε, x + ε) para todo n
suficientemente grande. Com isso (x − ε, x + ε) ∩ A 6= ø. Reciprocamente,
supondo que esteja satisfeita essa para cada n ∈ N podemos en-
condição,
1 1
contrar xn ∈ A tal que xn ∈ x − , x + . E com isso, definimos uma
n n
1
sequência de pontos xn ∈ A tais que |xn − x| < . Logo lim xn = x e
n
portanto x é aderente a A. O que termina nossa demonstração.
20
Definição 2.7 Conjunto denso
Diz-se que um conjunto A é denso em um conjunto B se todo ponto de B
que não pertence a A é ponto de acumulação de A. Dito de outro modo, todo
ponto de B, ou já está em A, ou é ponto de acumulação de A, de tal modo
que se juntarmos a A e seus pontos de acumulação, o conjunto resultante
conterá B.
Em particular, A ser denso em R significa que todo número real é ponto de
acumulação de A. Por exemplo, o conjunto Q é denso em R; analogamente,
também é denso em R o conjunto dos números irracionais.
21
Observação 2.3 Um conjunto A ⊂ R é fechado se, e somente se, seu com-
plementar, R − A, for aberto.
• a<x<b
ou
• (a, b)
• {x | a < x < b}
É esse o caso de um intervalo (a, b) ser um intervalo aberto, como já vinha
sendo chamado anteriormente.
Exemplo 2.3 Um intervalo aberto pode ser (0, 1), isto é, o intervalo que
vai de 0 à 1, porém não inclui o ponto 0, nem o ponto 1. De outra forma,
0 < x < 1.
22
• [a, b]
ou
• a≤x≤b
• {x | a ≤ x ≤ b}
23
Capı́tulo 3
Continuidade
Uma outra forma com a qual podemos definir função contı́nua é a que se
segue: Dizemos que uma função f : X → R é contı́nua em um ponto a ∈ X,
quando para todo > 0 dado arbitráriamente, pode-se obter γ > 0 tal que
x ∈ X e |x − a| < δ implica em |f (x) − f (a)| < .
E mostrando através de sinais, temos:
24
Observação 3.1 Ao contrário da definição vista em limite, só se tem sen-
tido fazer a análise se f é contı́nua no ponto a, quando a ∈ X, ou seja, a
pertence ao domı́nio da função.
25
Teorema 3.1 Se f : X → R é contı́nua no ponto a ∈ X, então f é limitada
em alguma vizinhança de a, isto é, existe algum δ > 0 de forma que, pondo
Uδ = X ∩ (a − δ, a + δ), o conjunto f (Uδ ) é limitado.
Demonstração.
Sendo f (a) < k, tomamos então = k − f (a) < 0. Pela definição vista
em Função Contı́nua, para este corresponde um δ > 0 tal que x ∈ X,
|x − a| < δ ⇒ f (a) − < f (x) < f (a) + . Mas, temos que f (a) + = k. Logo
todo ponto x ∈ X, cuja distância do ponto a seja menor que a do ponto δ
cumpre f (x) < k.
26
Teorema 3.3 (Teorema do Valor Médio) Seja f : [a, b] → R contı́nua. Se
f (a) < d < f (b) então existe c ∈ (a, b) tal que f (c) = d.
Demonstração.
Seja dado um conjunto A = {x ∈ [a, b] | f (x) < d}. A não é vazio pois
f (a) < d. Nesse conjunto afirmamos que nenhum elemento de A é maior
que todos os outros. Com efeito, tomemos α ∈ A. Como f (α) < d, vemos
que α 6= b, logo α < b. Tomamos então ε = d − f (α), a continuidade de
f no ponto α nos dá um δ > 0 (que neste caso tomaremos pequeno, de
modo que tenhamos [α, α + δ] ⊂ [a, b]) tal que, para todo x ∈ [α, α + δ)
tenhamos f (x) < f (α) + ε, ou seja, f (x) < d. Dessa forma, todos os pontos
do intervalo [α, α + δ) pertencem a A. Agora peguemos c, onde c é limite de
uma sequência de pontos xn ∈ A, daı́ temos f (c) = lim f (xn ) ≤ d. Como A
não possui maior elemento, não se tem c ∈ A. Portanto não vale f (c) < d, o
que nos leva a concluir que f (c) = d.
Demonstração.
Seja f ∈ [a, b], onde [a, b] ⊂ I então o Teorema mostrado e demonstrado
acima nos afirma que exite um c ∈ (a, b), de tal maneira que f (c) = d.
27
Exemplo 3.2 Seja f : R → R dada por f (x) = x2 + x. Então tomemos ao
acaso um intervalo I = (−1, 2), dessa forma temos f (I) = [0, 6).
28
Exemplo 3.3 Sejam f, g : R → R funções tais que f (x) = x2 e g(x) = ex ,
ambas contı́nuas em todo seu domı́nio. Portanto, pela Propriedade 5 temos
2 2
que f ◦ g = ex = e2x e g ◦ f = ex = e2x também são contı́nuas, que neste
caso em especial são iguais.
x
Exemplo 3.4 Sejam f, g : R → R funções de maneira que f (x) =
x+1
e g(x) = ex . Ambas contı́nuas no ponto a = 0, então pela Proposição 4,
temos que f (a) + g(a) e f (a) . g(a) também são contı́nuas, além disso, como
f (a)
g(a) 6= 0, temos que também é contı́nua.
g(a)
29
Capı́tulo 4
Limite
Definição 4.1 Seja dada uma função f : X → R com valores reais definida
sobre um subconjunto X ⊂ R, com isso temos que f é uma função real de
uma variável real. Seja a ∈ R um ponto de acumulação de X, ou seja,
a ∈ X 0.
30
número real ε > 0, dado arbitráriamente, podemos encontrar δ > 0 de modo
que se tenha |f (x) − L| < ε sempre que x ∈ X e 0 < |x − a| < δ.
Simbolicamente, temos:
Observação 4.2 Só tem sentido escrever lim f (x) = L quando a é ponto de
x→a
acumulação do domı́nio X de f (x).
31
Observação 4.4 Se lim f (x) = L então o ponto L é aderente ao conjunto
x→a
f (X − {a}), pois cada intervalo aberto de centro L contém pontos deste con-
junto. E ainda mais, para cada δ > 0, pondo-se Vδ = (X − a) ∩ (a − δ, a + δ),
temos L ∈ f (Vδ ).
Demonstração.
Seja dado qualquer ε > 0, existem δ1 > 0 e δ2 > 0, de maneira que para
x ∈ X, temos
ε
0 < |x − a| < δ1 ⇒ |f (x) − L1 | <
2
e também
ε
0 < |x − a| < δ2 ⇒ |f (x) − L2 | < .
2
Façamos também δ = min{δ1 , δ2 }. Como a ∈ X 0 , podemos obter x ∈ X, de
tal forma que 0 < |x − a| < δ. Então temos
ε ε
|L1 − L2 | ≤ |L1 − f (x)| + |f (x) − L2 | < + = ε,
2 2
o que resulta
|L1 − L2 | < ε.
32
f (x) ≤ g(x) ≤ h(x) e além disso, tivermos lim f (x) = lim h(x) = L, então
x→a x→a
temos que lim g(x) = L.
x→a
Demonstração.
Tomemos arbitráriamente um ε > 0, existem δ1 > 0 e δ2 > 0, tais que,
para x ∈ X, temos
e também
0 < |x − a| < δ2 ⇒ L − ε < h(x) < L + ε.
1
2
Exemplo 4.1 Quanto vale lim x sin ?
x→0 x
Solução.
2 1 2 1
Note que não podemos fazer lim x sin = lim x . lim sin . Pois
x→0 x x→0 x→0 x
o limite da função sin x1 não existe. Porém, lembre-se que
1
−1 ≤ sin ≤ 1.
x
33
Agora, aplicamos lim novamente em todas as parcelas, que resulta em,
x→0
2 1 2
lim −x ≤ lim x sin ≤ lim x2 ,
x→0 x→0 x x→0
f lim f (x) L
6. lim (x) = x→a = desde que M 6= 0
x→a g lim g(x) M
x→a
34
p q √
n
7. lim n
f (x) = n lim f (x) = L se temos que n ∈ N∗ e a raiz n-enésima
x→a x→a
de f (x) é um número real definido.
x
Exemplo 4.3 Seja f : R − {0} → R definida por f (x) = x + (isto
|x|
significa dizer que f (x) = x + 1 quando x >0 ef (x) = x − 1 quando
x < 0).
1 1
Dessa forma, podemos observar que lim f = 1 e lim f − = −1.
x→∞ x x→∞ x
Ou seja, não existe limite neste caso, pois uma única função não pode ter
como resultado dois limites diferentes ao mesmo tempo.
35
Capı́tulo 5
Derivadas
f (x) − f (c)
q(x) = .
x−c
f (x) − f (c)
A função q : x → está definida no conjunto I − {c}. Geo-
x−c
metricamente, q(x) representa a inclinação (coeficiente angular) da tangente
ao gráfico da função f que passa pelos pontos (c, f (c)) e (x, f (x)) quando
x → c.
Quando temos um determinado c ∈ I ∩ I+0 (ou seja, quando c é um ponto
de acumulação à direita de I, e a ele pertence), então, podemos definir a
derivada à direita da função f no ponto c, como sendo o seguinte limite (se
existir):
36
f (x) − f (c) f (c + h) − f (c)
f+0 (c) = lim+ = lim+ .
x→c x−c x→0 h
f (x) − f (c)
f 0 (c) = lim .
x→c x−c
f (c + h) − f (c)
f 0 (c) = lim
h→0 h
37
Exemplo 5.2 Seja f : R → R dada por f (x) = kx + d. Então, para todo
f (x) − f (c)
c ∈ R, f (x) − f (c) = k(x − c), de modo que o quociente = k, o
x−c
que é constante e, portanto, f 0 (c) = k para todo c ∈ R.
38
2. Se f é derivável à esquerda em um ponto c ∈ I, então f é contı́nua a
esquerda em c.
Demonstração.
Faremos aqui a demonstração de (1). Suponhamos que f não seja contı́nua
à direita de em c. Logo, ou f (c+ ) não existe ou, se existe, f (c) 6= f (c+ ). Em
qualquer um dos casos, segue-se que existe uma sucessão (xn ) decrescente
convergindo para c e tal que f (xn ) não converge para f (c). Então, façamos
d > 0 e uma subsucessão (xnj ) de (xn ) tal que f (xnj ) − f (c) > d. Daı́
decorre que
q(xn ) = f (xnj ) − f (c) > d .
j x n − c x − c
j nj
Portanto, temos xnj → c e q(xnj ) → +∞, o que acaba contradizendo a
nossa hipótese inicial de que q(xn ) converge para f+0 (c). As demonstrações
dos outros dois pontos são análogas.
39
Teorema 5.2 Sejam f, g : I → R deriváveis no ponto a ∈ I∩I 0 . Então f ±g,
f
f . g e (caso g(a) 6= 0) são deriváveis nesse mesmo ponto. Portanto, temos
g
1. (f ± g)0 (a) = f 0 (a) ± g 0 (a)
= f 0 (x) ± g 0 (x)
o que mostra (1). As outras definições são análogas, por esse motivo não
faremos aqui.
40
Teorema 5.3 (Regra da cadeia) Sejam f : X → R e g : Y → R, f (X) ⊂ Y ,
a ∈ X ∩X 0 , b = f (a) ∈ Y ∩Y 0 . Se existirem f 0 (a) e g 0 (b), então g◦f : X → R
é derivável no ponto a, valendo (g ◦ f )0 (a) = g 0 (b) . f 0 (a).
Demonstração.
Temos,
f (a + h) = f (a) + [f 0 (a) + ρ].h, onde
lim ρ(h) = 0
h→0
g(b + k) = g(b) + [g 0 (b) + σ].k,
onde lim σ(k) = 0.
k→0
41
Demonstração.
Como g é contı́nua no ponto b, temos lim g(y) = g(b) = a. Além disso,
y→b
y ∈ Y − {b} ⇒ g(y) 6= a. Com isso
g(y) − g(b) g(y) − a
lim = lim
y→b y−b y→b f (g(y)) − f (a)
−1
f (g(y)) − f (a) 1
= lim = 0 .
y→b g(y) − a f (a)
1
E temos g 0 (b) existe e é igual a quando f 0 (a) 6= 0. Reciprocamente, se
f 0 (a)
existe g 0 (b), então como g ◦ f = idX .
42
Teorema 5.4 (Rolle) Seja f : [a, b] → R contı́nua, tal que f (a) = f (b). Se
f é derivável em (a, b) então existe um ponto c ∈ (a, b) onde f 0 (c) = 0.
Exemplo 5.7 Seja agora h : [−1, 1] → R, tal que h(x0 = |x|. Temos h
contı́nua em [−1, 1] e temos h(−1) = 1, porém não existe c ∈ (−1, 1) de
forma que h0 (c) = 0. O motivo é porque h não tem derivada no ponto 0.
43
f (b) − f (a)
g 0 (x) = para todo x ∈ [a, b]. A função h : [a, b] → R, definida
b−a
por h(x) = f (x) − g(x), que satisfaz as hipóteses do Teorema de Rolle, logo
existe c ∈ (a, b), de tal forma que h0 (c) = 0, o que conclui o que esperávamos.
f (b) − f (a)
Observação 5.3 Analisando geometricamente, f 0 (c) = significa
b−a
dizer que a tangente ao gráfico de f no ponto c é paralela à secante que con-
stitui o gráfico de g.
x
Observação 5.4 A função f : R − {0} → R, definida por f (x) = , não é
|x|
constante, embora cumpra f 0 (x) = 0 para todo x ∈ R − {0}. Isso ocorre por
conta de que o domı́nio de f não é um intervalo.
44
Dessa forma, uma função que possui derivada limitada num intervalo
aberto é do tipo lipschitziana, e portanto uniformemente contı́nua nesse in-
tervalo.
1
Exemplo 5.8 Seja a função f : (0, +∞) → R, definida por f (x) = sen ,
x
não possuindo limite à direita no ponto 0, tem derivada ilimitada em qualquer
−1 1
intervalo do tipo (0, δ). Sabemos que, para x 6= 0, f 0 (x) = 2 cos .
x x
45
Capı́tulo 6
Função convexa
k
\
∀ i ∈ {1, ... , k} , Ai é convexo ⇒ A = (Ai ) = A1 ∩ ... ∩Ak é convexo.
i=1
46
6.2 Função convexa
Definição 6.1 Podemos definir como sendo uma função Convexa, a função
f : [a, b] → R cuja região sobre o seu gráfico, ou seja, o conjunto
(x, y) ∈ R2 | y ≥ f (x)
De maneira análoga, uma função será estritamente convexa se, para quais-
quer x e y pertencentes ao intervalo fechado [a, b] e para todo λ ∈ [0, 1],
tivermos:
f (λ . x + (1 − λ)y) < λ . f (x) + (1 − λ)f (y).
47
ao ponto (y, f (y)). Dizer que f é convexa significa dizer que, para todo x, y
em I, e dado um z em (x, y), o ponto (z, f (z)) do gráfico de f está abaixo
do segmento que une (x, f (x)) a (y, f (y)).
48
Proposição 6.1 Sejam Px0 = (x0 , y0 ), Pu = (u, v) e Px1 = (x1 , y1 ) três
pontos distintos sobre f : R → R, onde f é convexa, com u ∈ (x0 , x1 ). Então
as três propriedades seguintes são equivalentes
Demonstração.
(a) ⇒ (b): A propriedade (a) que dizer que a imagem de u por f está
abaixo da reta que une Px0 e Px1 (e passa por Pz ). A equação dessa reta é
dada por
y1 − y0
y−z = (x − u). (i)
1 − x0
49
Como qualquer ponto da reta que une Px0 e Px1 satisfaz a equação (i), em
particular o ponto Px0 , façamos x = x0 e y = y0 , logo
y1 − y0
y0 − z = (x0 − u).
1 − x0
y1 − y0
z = y0 + (u − x0 ).
x1 − x0
y1 − y0
v ≤ y0 + (u − x0 ).
x1 − x0
v − y0 y1 − y0
≤ ,
u − x0 x 1 − x0
(b) ⇒ (c):
v − y0 y1 − y0
≤ .
u − x0 x 1 − x0
Como u − x0 > 0 e x1 − x0 > 0, podemos então reescrever a desigualdade
assim
(v − y0 )(x1 − x0 ) ≤ (y1 − y0 )(u − x0 , )
50
x1 (y1 − y0 ) − u(y1 − y0 ) ≤ y1 (x1 − x0 ) − v(x1 − x0 ),
y1 − y0 y1 − v
≤ .
x1 − x0 x1 − u
y1 − y0 y1 − v
≤ .
x1 − x0 x1 − u
(v − y0 )(x1 − x0 ) ≤ (u − x0 )(y1 − y0 ),
y1 − y0
v ≤ y0 + (u − x0 ).
x1 − x0
51
De acordo com o que vimos, a desigualdade vista na (Definição 6.1) que
define uma função convexa pode ser generalizada para mais de dois pontos,
ou seja, para uma coleção {x1 , x2 , ..., xn } de pontos em um intervalo I e
qualquer coleção de números {a1 , a2 , ..., an } que satisfaz ai ≥ 0 para qualquer
n
X
i = 1, 2, ..., n e que tenha-se ai = 1, formando-se assim a desigualdade de
i=1
Jensen (que será melhor explicada no Capı́tulo 7).
n
! n
X X
f ai x i ≤ ai f (xi ).
i=1 i=1
(1 − λ)x + λ . y ∈ X
52
6.3 Propriedades de funções convexas e côcavas
para quaisquer x e y ∈ I.
53
7. Uma função continuamente diferenciável de uma variável é convexa
num intervalo, se, e somente se:
10. Se uma função convexa possui um mı́nimo local, ele também será um
mı́nimo global.
54
Como a função que estamos tratando é f (x) = x2 , temos os resultados a
seguir:
ou seja,
λ ≤ 1.
55
Exemplo 6.2 O valor absoluto é uma função convexa, ou seja, f (x) = |x|
é uma função convexa.
56
Capı́tulo 7
Desigualdade de Jensen
Nesta primeira parte deste capı́tulo trataremos sobre a forma mais simples
e compacta da Desigualdade de Jensen, que também é colocada como a mais
utilizada, portanto, mais vista em trabalhos publicados, a ver essa forma a
seguir.
57
Observação 7.1 E importante que se deixe claro que, sempre que falamos
que a desigualdade vale para funções convexas, podemos estender isso à
funções côncavas, com a única diferença já colocada no capı́tulo anterior
00
que é a mudança do sentido do sinal, de ≤00 para 00
≥00 , ou vice-versa,
assim mudando o sinal da desigualdade.
que é equivalente a
x1 + x2 + x3 + ... + xn f (x1 ) + f (x2 ) + f (x3 ) + ... + f (xn )
f ≤ .
n n
que equivale a
x1 + x2 + x3 + ... + xn f (x1 ) + f (x2 ) + f (x3 ) + ... + f (xn )
f ≥ .
n n
58
Demonstração.
Faremos a demostração do caso onde f 00 (x) ≥ 0.
Utilizaremos indução finita sobre n. Então, testaremos a desigualdade
para n = 1, o que nos dá,
x f (x1 )
1
f ≤ ,
1 1
ou seja
f (x1 ) = f (x1 ),
p + f (xk+1 ) c + xk+1
Façamos agora g(xk+1 ) = −f . E derivando
k+1 k+1
g(xk+1 ), temos,
f 0 (xk+1 )
0 1 0 c + xk+1
g (xk+1 ) = − f .
k+1 k+1 k+1
59
c + xk+1 c
Se fizermos xk+1 = ⇒ xk+1 = , observe que
k+1 k
!
0 c ck+c
f ( ) 1
g 0 (xk+1 ) = k
− f0 k
,
k+1 k+1 k+1
então
f 0 ( kc )
1 c(k + 1)
− f0
k+1 k+1 k(k + 1)
f 0 ( kc ) f 0 ( kc )
− = 0.
k+1 k+1
Utilizando agora o fato de que de que f 0 (x) é crescente em (a, b), pois estamos
c
supondo que f 00 (x) > 0, podemos inferir que, se xk+1 < , então temos que
c k
g 0 (x) < 0 e, da mesma forma, se xk+1 > , temos que g 0 (x) > 0. Portanto,
c k
podemos inferir que o ponto xk+1 = é um ponto de mı́nimo global de g(x)
k
no intervalo (a, b). Desse fato, segue que:
k f kc
c p
g(x) ≥ = − ≥ 0,
k k+1 k+1
pois,
p c
≥f ,
k k
por hipótese de indução. As condições de igualdade dependem das condições
da função f . O que prova a nossa hipótese. A demonstração de f (x) ≤ 0 é
análoga a esta, e não será apresentada aqui.
60
Teorema 7.2 (Desigualdade de Jensen - generalizada). Seja dada a função
f : (a, b) → R duas vezes diferenciável. Sejam x1 , x2 , ..., xn ∈ (a, b) e
a1 , a2 , ..., an ∈ R, tais que a soma de todos os ai seja igual a 1. Se f 00 (x) ≥ 0
em (a, b), ou seja, convexa, temos,
n
! n
X X
f ai x i ≤ ai f (xi )
i=1 i=1
que equivale a
que equivale a
Demonstração.
Faremos a demonstração de f 00 (x) ≥ 0. Será utilizado o sistema de
indução finita sobre n. Observe que é verdadeiro para n = 1, pois,
a1 f (x1 ) ≤ f (a1 x1 )
como a soma de todos os ai ∈ R tem que ser igual a 1, então temos que neste
caso a1 = 1, logo,
f (x1 ) = f (x1 ).
61
Agora vamos mostrar que também é verdadeiro para n = k + 1, com isso
temos,
p
Note que se fizermos xk+1 = p + ak+1 xk+1 ⇒ xk+1 = , então
1 − ak+1
teremos
0 0 p 0 p(ak+1 )
g (xk+1 ) = ak+1 f − ak+1 f p + ,
1 − ak+1 1 − ak+1
então
p p(1 − ak+1 ) + p(ak+1 )
ak+1 f 0 −f 0
1 − ak+1 1 − ak+1
p p − p(ak+1 ) + p(ak+1 )
ak+1 f 0 −f 0
1 − ak+1 1 − ak+1
0 p 0 p
ak+1 f −f = 0.
1 − ak+1 1 − ak+1
Utilizando novamente o fato de que de que f 0 (x) é crescente em (a, b), pois
p
estamos supondo que f 00 (x) > 0, podemos inferir que, se xk+1 < ,
1 − ak+1
p
então g 0 (xk+1 ) < 0 e, análogamente temos que, se xk+1 > , então
1 − ak+1
g 0 (xk+1 ) > 0. Portanto, com uma pequena análise na função, podemos inferir
62
p
que o ponto xk+1 = é um ponto de mı́nimo global de g(xk+1 ) no
1 − ak+1
intervalo (a, b). E desse fato, segue que:
p
g(xk+1 ) ≥ ≥ 0.
1 − ak+1
Somente a nı́vel de curiosidade, temos que, f 00 (x) > 0, ou seja, f será es-
tritamente convexa, visto em ambos Teoremas e em suas respectivas demons-
trações acima, se, e somente se ocorrer, a igualdade x1 = x2 = ... = xn .
63
Capı́tulo 8
Aplicações
Exemplo 8.1 (Seleção para IMO - 99) Para reais positivos satisfazendo a
igualdade a + b + c = abc, mostre que:
1 1 1 3
√ +√ +√ ≤ .
1+a 2 1+b 2 1+c 2 2
64
Solução.
Inicialmente, para que resolvamos esse problema, vamos fazer uso do fato
que a função tangente percorre todo o conjunto dos números reais, de outra
forma, temos que se existe a ∈ R, então existe também um α ∈ (−π/2, π/2)
de forma que tg α = a e nesse intervalo a função é bijetiva. Ainda mais, se
tomarmos a > 0, então temos que α ∈ (0, π/2).
Agora, olhando para nossa questão, podemos fazer a = tg θ, b = tg α e
c = tg β, onde θ, α, β ∈ (−π/2, π/2) e substituir em
1 1 1 3
√ +√ +√ ≤ .
1 + a2 1 + b2 1 + c2 2
Então conseguimos que
1 1 1 3
p +p +p ≤ .
2
1 + tg θ 2
1 + tg α 2
1 + tg β 2
Porém, da trigonômetria, temos que
1 1 1 3
+ + ≤
sec θ sec α sec β 2
3
cos θ + cos α + cos β ≤ .
2
Se fizermos f (x) = cos x teremos que f 00 (x) = − cos x, e ainda podemos
observar que no intervalo (0, π/2), a função f 00 (x) = − cos x ≤ 0, logo é
côncava, e ainda satisfaz a condição
tg θ + tg α + tg β = tg θ . tg α . tg β.
65
cos θ + cos α + cos β π
≤ cos
3 3
cos θ + cos α + cos β 1
≤
3 2
3
cos θ + cos α + cos β ≤
2
π
Se tivermos a igualdade θ = α = β = , teremos
3
π √
a = b = c = tg = 3
3
Solução.
Sejam a1 , a2 , ..., an reais positivos. Então, temos que existem reais x1 , ..., xn
de tal maneira que aj = ln xj para todo j.
1
Podemos notar que f (x) = ln x é uma função côncava, pois, f 0 (x) = e
x
00 1 00
f (x) = − 2 , logo, f (x) ≤ 0. Com isso, podemos aplicar a desigualdade de
x
Jensen, portanto, temos
f (x1 ) + f (x2 ) + ... + f (xn ) x1 + x2 + ... + xn
≤f ,
n n
ou seja,
ln x1 + ln x2 + ... + ln xn x1 + x2 + ... + xn
≤ ln
n n
ln(x1 x2 ... xn ) x1 + x2 + ... + xn
≤ ln
n n
66
1 x1 + x2 + ... + xn
ln (x1 x2 ... xn ) ≤ ln
n ,
n
o que resulta em
√ x1 + x2 + ... + xn
ln n
x1 x2 ... xn ≤ ln .
n
Exemplo 8.3 (Índia - 95) Sejam x1 , x2 , ..., xn reais positivos cuja soma é
igual a 1. Prove que:
r
x x2 xn n
√ 1 +√ + ... + √ ≤
1 − x1 1 − x2 1 − xn n−1
Solução.
Consideremos a função
x
f : (0, 1) → R∗+ ; f (x) = .
1−x
x(1 − x)−3/2
f 0 (x) = (1 − x)−1/2 +
2
3x(1 − x)−5/2
f 00 (x) = (1 − x)−3/2 + .
4
67
Como a função é tal que f : [0, 1] → R∗+ , então temos que f 00 (x) ≥ 0, ou seja,
convexa. Dessa maneira, utilizando a Desigualdade de Jensen, temos
n n
X X
x1 f (xi )
i=1 i=1
n ≤
f ,
n
segue que,
r
n−1 x1 x2 xn
≤√ +√ + ... + √ .
n 1 − x1 1 − x2 1 − xn
68
Conclusão
69
Referências Bibliográficas
[2] LIMA, Elon Lages, Curso de Análise, volume 1, 12a edição, Associação
Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, Projeto Euclides,
Rio de Janeiro, 2009.
70
[8] MARTINS, Alessandro Santana, Interpretação eletrostática e zeros de
polinômios, Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista,
São José do Rio Preto - SP, 2005. (Encontrado no site www.google.com
no dia 25 de Março de 2010).
71