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Hidrologia Aplicada Curva de Permanência de Vazão Prof. Antenor R. Barbosa Jr.

CURVA DE PERMANÊNCIA DE VAZÃO

1. GENERALIDADES
Uma curva de permanência de vazão, também conhecida como curva de duração, é um
traçado gráfico que informa com que freqüência a vazão de dada magnitude é igualada ou
excedida durante o período de registro das vazões. O traçado da curva é feito, normalmente, com
a vazão lançada em ordenada, contra a porcentagem do tempo em que essa vazão é igualada ou
excedida em abscissa, como ilustrado na Figura 1.

Figura 1 – Curva de permanência de vazão típica

Num sentido estatístico, a curva de permanência representa uma curva de distribuição das
freqüências acumuladas de ocorrência das vazões em um rio.

2. CONSTRUÇÃO DA CURVA DE PERMANÊNCIA


A curva de permanência ou duração é construída com base nos registros das vazões em
uma estação fluviométrica. A curva pode ser para as vazões diárias (vazões médias diárias),
situação em que se utiliza a da série total1, ou vazões médias mensais, ou ainda vazões médias
anuais. É muito provável que uma curva de permanência com vazões médias anuais difira
significativamente daquela construída com vazões médias mensais, ou diárias. Como, em geral,
as vazões médias de um rio variam de mês a mês, mas mantêm um valor médio anual
aproximadamente constante, a curva de permanência para vazões médias mensais terá uma
forma aproximada à da Figura 1, enquanto a curva de permanência das vazões médias anuais
será uma linha quase horizontal.
Para preparar uma curva de permanência de vazões médias diárias, mensais ou anuais, o
procedimento utilizado é como segue abaixo.1
i) A faixa total das vazões utilizadas na análise é dividida em classes, dispostas em ordem
decrescente. O tamanho do intervalo de classe é calculado segundo
tamanho do intervalo de classe = ∆Q = (Q máx − Q mín ) / número de pontos de plotagem.
Em geral, dez ou mais pontos de plotagem (ou classes) são requeridos para um traçado adequado
da curva de permanência, embora esse total dependa muito do tamanho da série de registros.

1
Diferentemente das séries parcial e anual, utilizadas na análise de freqüência de chuvas e de cheias.
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ii) O registro completo de dados é “esquadrinhado”, contando-se o número de observações


dentro de cada de classe. Se for construído um gráfico de barras das vazões (intervalos), em
ordenada, contra o número de observações correspondentes, em abscissa, ter-se-á uma curva
como a da Figura 2, que nada mais é do que a representação gráfica da distribuição das
freqüências absolutas das ocorrências.

Figura 2 – Visualização gráfica da curva de distribuição das vazões.

iii) O número de observações em cada classe é acumulado, a partir do intervalo que contém a
vazão máxima (a classificação é decrescente). Um gráfico para esta contagem acumulada teria a
forma aproximada da Figura 3.

Figura 3 – Visualização gráfica das freqüências acumuladas ocorrências das vazões

iv) A contagem das observações acumuladas é, então, transformada em porcentagem. Para isso,
dividem-se os valores acumulados pelo número total de registros de vazão e multiplica-se o
resultado por 100.
v) Lançam-se em um gráfico os valores das vazões (limite inferior de cada classe), em ordenada,
versus as contagens percentuais acumuladas correspondentes, em abscissa, e traça-se uma linha
suave através dos pontos plotados. Obtém-se, assim, uma curva com a forma da Figura 1, onde
no eixo das abscissas tem-se a contagem do tempo percentual em que ocorreram nos registros
vazões iguais ou superiores a uma dada vazão de referência (V. Figura 4).
Observação: É comum, ainda, lançarem-se os valores das vazões adimensionais nas ordenadas,
dividindo-se as vazões pelo valor médio da série.
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Figura 4 – Curva de permanência de vazão e tempo percentual em que a vazão Qt foi igualada ou excedida.

A curva de permanência, por permitir que se conheçam os intervalos de tempo em que as


vazões foram igualadas ou excedidas, acaba por se constituir em importante ferramenta
empregada em estudos visando a conservação e/ou o aproveitamento dos recursos hídricos. A
forma da curva, ou mais propriamente a sua declividade, se constitui em indicativo das
características do próprio curso d’água. Assim, uma curva plana, mais achatada, sugere que
grandes armazenamentos naturais estão presentes no curso d’água a montante da seção
fluviométrica. Já uma curva com forte declividade, ao contrário, indica a ausência de
armazenamentos significativos na calha do rio.

3. VAZÕES MEDIANA E MÉDIA


A vazão correspondente a 50% de excedência é a chamada vazão mediana, que é
facilmente encontrada na curva de permanência. Com efeito, para o valor de 50% da abscissa do
gráfico da Figura 5 encontra-se Q50 = vazão mediana.
A vazão média, que se calcula da média aritmética de todos os valores da série de
registros, também pode ser avaliada a partir da curva de permanência. Um procedimento simples
consiste em determinar a área sob a curva da Figura 5, e dividir este valor por 100. Para
ilustração, no gráfico desta Figura é traçada uma linha horizontal que divide a curva em duas
partes iguais e que define o valor da vazão média2. O procedimento de cálculo da vazão média
baseado na área sob a curva de permanência pode ser representado pela fórmula aproximada:
( )
Q = 0,025 Q 0 + Q100 + 0,05(Q 5 + Q 95 ) + 0,075(Q10 + Q 90 ) + 0,10(Q 20 + Q 30 + Q 40 + Q 50 + Q 60 + Q 70 + Q 80 )
(1)
onde, na Eq. (1), Q = vazão média, Q5, Q10, Q20, Q30, Q40, Q50, Q60, Q70, Q80, Q90 e Q95 são as
vazões de 5, 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80 e 90% de permanência, Q 0 é uma vazão próxima de
0% de permanência (toma-se qualquer valor inferior a 5%) e Q100 é uma vazão próxima de 100%
de permanência (em qualquer nível superior a 95%).

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Usualmente, as vazões média e mediana têm valores diferentes.
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Figura 5 – Curva de permanência e vazões média e mediana.

Observações:
1. A potência firme de uma usina hidrelétrica a fio d’água (sem armazenamento) é estimada
com base na vazão de 90% de permanência, tomando-se por base a curva de permanência ou
duração “não regularizada”;
2. A vazão mínima de um curso d’água pode ser aumentada com a construção de um
reservatório (regularização); o efeito da presença do reservatório modifica a curva de
permanência, tornando-a mais achatada, e aumenta a potência firme da usina hidrelétrica.
3. Em estudos voltados para a geração de energia hidrelétrica, a ordenada e a abscissa da curva
de permanência podem ser substituídas pela potência (em kW) e tempo (horas),
respectivamente, de modo que a área sob a curva fornece diretamente a energia anual
produzida pela usina, em kW⋅h.

EXEMPLO 1
Construir a curva de permanência das vazões médias mensais (Dados fornecidos na Tabela 13).
Determinar, com base nesta curva, a porcentagem do tempo em que a vazão de 20,00m3/s é
igualada ou excedida. Determinar, também, as vazões mediana e média das médias mensais.
Tabela 1 – Vazões médias mensais, em m3/s, para os anos hidrológicos de 1979 a 1985

ano out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set
1978-1979 13,25 20,10 41,40 23,81 25,46 20,81 27,50 43,55 35,31 23,76 16,31 13,62
1979-1980 31,54 32,28 22,65 20,93 16,45 14,13 19,54 45,08 75,10 30,81 19,57 13,22
1980-1981 13,20 18,21 18,38 12,23 16,45 21,58 31,74 64,56 49,89 31,94 18,86 13,39
1981-1982 11,72 27,18 21,78 18,55 19,65 26,16 25,26 44,46 75,32 53,07 24,41 15,63
1982-1983 23,16 41,00 43,49 20,59 37,18 17,67 33,10 42,59 42,02 31,97 18,07 11,95
1983-1984 15,74 15,40 14,19 9,34 18,18 12,12 27,47 39,84 35,37 28,43 17,70 12,26
1984-1985 9,66 6,43 6,88 29,53 27,69 11,78 18,83 32,54 36,87 39,76 20,25 14,16

Solução:
As vazões médias mensais, conforme a Tabela 1, variam de um valor mínimo de 6,43m3/s a um
máximo de 75,32m3/s. Para 15 pontos de plotagem, as vazões deveriam ser divididas em 15

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O curso d’água natural a que se referem os dados da Tabela 1 está localizado na América do Norte, o que justifica
os períodos de cheia e estiagem.
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classes de 4,59m3/s. Arredondando-se o tamanho do intervalo de classe para 4,60m3/s, tem-se os


intervalos de classe da coluna 1 da Tabela 2, com as correspondentes contagens de observações
na coluna 2. Na terceira coluna, esta contagem é acumulada (nota-se, na última linha, que o total
acumulado das observações é igual a 84, o que confere com o total de dados da Tabela 1). Na
última coluna da Tabela 2, a contagem acumulada é transformada em porcentagem (dividem-se
os valores da coluna 3 por 84, e multiplicam-se os resultados por 100)

Tabela 2 – Elementos para a construção da curva de permanência do exemplo 1

Classe Obs. Acum.


No. obs.
(m3/s) Acum. (%)
76,00 - 71,40 2 2 2,4
71,40 - 66,80 0 2 2,4
66,80 - 62,20 1 3 3,6
62,20 - 57,60 0 3 3,6
57,60 - 53,00 1 4 4,8
53,00 - 48,40 1 5 6,0
48,40 - 43,80 2 7 8,3
43,80 - 39,20 8 15 17,9
39,20 - 34,60 4 19 22,6
34,60 - 30,00 8 27 32,1
30,00 - 25,40 8 35 41,7
25,40 - 20,80 10 45 53,6
20,80 - 16,20 18 63 75,0
16,20 - 11,60 17 80 95,2
11,60 - 7,00 2 82 97,6
7,00 - 2,40 2 84 100,0

A curva de permanência é construída com os limites inferiores das vazões da 1a coluna, lançados
em ordenada, e os valores da coluna 4 da Tabela 2. O gráfico é apresentado na Figura 6, sendo a
linha contínua esboçada de modo a representar a melhor aderência aos pontos.

Figura 6 – Curva de permanência para o exemplo 1

Do gráfico da Figura 6, tem-se que o percentual do tempo em que a vazão de 20m3/s é igualada
ou excedida equivale a, aproximadamente, 60%. Do gráfico, ainda, encontra-se o valor da vazão
mediana: Qmediana = Q50 = 22m3/s. A vazão média é a média aritmética dos dados da Tabela 1:
N = 84
Q= ∑ (Q
i =1
i N ) = 25,99m3/s. A vazão média poderia, também, ser calculada com base na Eq. (1):
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( )
Q = 0,025 Q 0 + Q100 + 0 ,05(Q 5 + Q 95 ) + 0,075(Q 10 + Q 90 ) + 0,10(Q 20 + Q 30 + Q 40 + Q 50 + Q 60 + Q 70 + Q 80 ) =
= 0,025(75+5)+0,05(52+11)+0,075(43+13)+0,10(36+31+26+22+19+17+15) = 25,95m3/s, cujo
resultado é bem próximo da média aritmética já encontrada.

EXERCÍCIO
1o) Os dados de vazão média mensal (m3/s) do Rio Menominee, a jusante de Koss, no Estado do
Mississipi (EUA), são dados na Tabela 3, para o período de 1947 a 1976. Utilizando estes dados,
responda às questões abaixo.
a) Construa a curva de duração (curva de permanência) das vazões.
b) Determine a percentagem do tempo em que a vazão de 100 m3/s é igualada ou superada.
c) Determine a vazão mediana e a vazão média mensal.
d) Este curso d'água é capaz de conduzir a vazão de 50 m3/s em 90% do tempo?

Tabela 3 - Vazões médias mensais, para o período de 1947 a 1976, em m3/s

ano out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set
1947 56,6 76,7 56,8 54,0 53,0 60,1 157,0 164,0 103,0 72,1 55,5 52,7
1948 51,0 59,3 47,1 49,2 35,4 72,5 103,0 82,3 48,5 42,2 45,8 39,6
1949 34,8 56,1 49,2 45,9 47,9 57,4 87,7 84,7 62,0 102,0 51,7 57,2
1950 57,0 57,8 58,6 59,1 57,6 61,1 199,0 243,0 101,0 69,2 65,8 49,0
1951 43,4 48,9 48,4 50,5 44,5 68,0 267,0 171,0 143,0 159,0 93,3 122,0
1952 147,0 117,0 87,0 76,9 75,6 66,5 219,0 94,0 86,7 153,0 97,0 58,6
1953 45,6 50,2 51,9 59,4 62,5 103,0 167,0 133,0 166,0 174,0 87,5 67,0
1954 56,1 53,4 63,6 57,0 66,7 68,5 182,0 184,0 138,0 73,2 61,0 91,1
1955 123,0 84,6 68,5 66,2 61,0 70,5 254,0 108,0 106,0 48,7 56,1 38,0
1956 59,7 63,0 57,4 59,0 54,8 49,7 270,0 108,0 88,4 116,0 83,4 61,5
1957 48,8 53,1 53,6 49,4 46,1 69,7 130,0 93,0 65,0 41,4 36,3 52,3
1958 52,7 73,3 59,8 54,0 51,3 61,8 123,0 65,9 62,0 132,0 47,0 58,5
1959 47,7 68,9 48,4 46,7 43,1 55,0 110,0 105,0 56,7 48,3 78,0 142,0
1960 155,0 122,0 78,2 82,3 71,0 62,4 242,0 373,0 135,0 83,4 72,1 80,8
1961 80,5 102,0 68,2 52,6 49,2 77,0 158,0 186,0 82,5 60,8 53,8 48,9
1962 57,9 67,6 63,1 53,9 52,4 69,2 168,0 168,0 107,0 59,3 52,1 73,8
1963 65,3 54,7 51,4 46,8 43,8 56,1 87,7 120,0 99,1 43,6 40,6 38,0
1964 34,2 35,6 35,7 37,2 33,8 41,8 70,2 131,0 63,2 42,1 56,9 65,1
1965 55,6 69,8 54,2 49,3 44,1 50,9 173,0 361,0 83,6 51,7 45,6 56,2
1966 67,5 76,6 87,2 78,5 66,6 131,0 157,0 117,0 113,0 44,6 63,0 43,5
1967 62,6 63,7 59,2 59,8 64,0 65,2 295,0 133,0 135,0 100,0 66,3 51,6
1968 86,0 108,0 63,3 50,5 58,0 72,6 134,0 108,0 168,0 141,0 78,1 155,0
1969 93,8 90,2 82,7 89,9 90,0 84,4 229,0 157,0 118,0 87,1 51,1 42,6
1970 65,3 68,9 58,2 62,7 51,0 58,8 114,0 109,0 157,0 56,9 46,6 49,1
1971 64,1 122,0 97,5 72,4 64,7 89,4 284,0 155,0 93,3 67,5 51,0 47,0
1972 92,4 88,2 80,2 65,9 56,7 68,5 194,0 254,0 88,6 68,2 108,0 91,0
1973 134,0 138,0 77,2 85,3 73,8 226,0 240,0 290,0 111,0 72,6 80,3 69,0
1974 66,9 82,5 66,3 62,8 65,4 73,4 142,0 107,0 111,0 61,6 86,4 77,8
1975 58,8 106,0 75,5 66,3 66,0 68,4 193,0 209,0 116,0 54,8 41,5 63,2
1976 43,4 69,2 86,3 67,5 69,2 96,9 298,0 147,0 79,1 41,2 36,9 30,3

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