Sei sulla pagina 1di 4

O OBSERVADOR MÉDICO

Samuel Hahnemann
The Medical Observer. In: The Lesser Writings of Samuel Hahnnemann. New Delhi; B. Jain, 1987.
Tradução ao inglês por R.E. Dudgeon. Originalmente publicado em Reine Arzneimittellehre em 1825.
Traduzido para o português pela Selecta Homeopathica, Grupo de Estudos Homeopáticos James Tyler
Kent, Editor: Hylton Sarcinelli Luz, Nº 1, jan-mar 1993, pág.44-47.

1 - Para ser capaz de observar bem, o médico necessita possuir, o que mesmo em um grau moderado
não se encontra entre médicos comuns, a aptidão e o hábito de perceber cuidadosa e corretamente os
fenômenos que têm lugar nas doenças naturais, assim como os que ocorrem nos estados mórbidos
artificialmente produzidos pelos medicamentos, quando testados no organismo são, e a perícia para
descrevê-los em termos os mais apropriados e naturais.

2 - A fim de perceber com precisão o que é para ser observado nos pacientes, devemos dirigir todo o
nosso espírito para a matéria que temos em mãos, de certo modo sair de nós mesmos, e a ela
incorporar-nos, por assim dizer, com todo o nosso poder de concentração, de maneira que nada que
esteja objetivamente presente, que tenha a ver com o assunto, e que possa ser avaliado pelos sentidos,
nos possa escapar.

3 - Devem-se interromper por um momento a ideação poética, o espírito e as conjecturas fantasiosos, e


devem-se suprimir todo raciocínio torcido, toda interpretação forçada e a tendência a tergiversar. A
tarefa do observador é então apenas atentar para os fenômenos e seu curso; sua atenção deve estar
vigilante, não somente para que nada objetivamente presente escape à sua observação, mas também
para que o que ele observa seja percebido exatamente como é.

4 - Esta capacidade de observar acuradamente nunca é uma faculdade completamente inata; ela deve
ser adquirida pela prática principalmente, pelo refinamento e pela ordenação das percepções dos
sentidos, isto é, pelo exercício de uma crítica severa com respeito às impressões ligeiras que obtemos
dos objetos externos, e ao mesmo tempo devem-se preservar a frieza, a serenidade, e a firmeza de
julgamento necessárias, junto com uma suspeita permanente em relação às nossas próprias faculdades
de apreensão.

5 - A enorme importância de nosso tema deve fazer-nos concentrar as energias de nosso corpo e de
nossa mente na observação; e uma paciência extrema, apoiada pela força de vontade, deve manter-nos
neste rumo até que a observação se complete.

1
6 - Para preparar-nos para a aquisição dessa faculdade é útil uma familiaridade com os melhores
escritos de gregos e romanos, por nos permitir retidão em pensar e sentir, como também justeza e
simplicidade em expressar nossas sensações; a arte de desenhar a natureza é igualmente útil, já que
aguça e exercita nossa visão, e assim também nossos outros sentidos, ensinando-nos a formar uma idéia
verdadeira dos objetos e a representar o que observamos fiel e claramente, sem qualquer acréscimo da
imaginação. Também um conhecimento de matemática que nos dá o rigor indispensável para montar-se
um raciocínio.

7 - Assim qualificado, o observador médico não pode deixar de alcançar seu objetivo, especialmente se
mantiver à vista a elevada dignidade de sua vocação – como representante do Pai e Protetor todo
bondade a servir a Suas amadas criaturas humanas, restaurando seus organismos devastados pela
doença. Ele sabe que as observações em questões médicas devem ser feitas com uma disposição franca
e respeitosa, como sob a vista de Deus onividente, o Juiz de nossos pensamentos secretos, e devem ser
registradas de modo a satisfazer uma consciência íntegra, a fim de que se possa comunicá-las ao mundo
com o discernimento de que bem terreno alguma é mais digno de nossos esforços zelosos que a
preservação da vida e da saúde de nossos semelhantes.

8 - A melhor oportunidade para exercitar e aperfeiçoar nossa capacidade de observação é


proporcionada pela aplicação a nós mesmos de experimentações medicamentosas. Enquanto evita todas
as influências medicinais exteriores e impressões mentais perturbadoras, nesse importante processo, o
experimentando, após ter tomado o medicamento, tem a totalidade de sua atenção dirigida a todas as
alterações da saúde que ocorrem sobre si e em seu íntimo, a fim de observá-las e registrá-las
corretamente com a sensibilidade sempre atenta e os sentidos sempre alertas.

9 - Persistindo nessa cuidadosa investigação de todas as mudanças que ocorrem sobre e no íntimo de si
mesmo, o experimentando alcança a capacidade de observar todas as sensações que experiencia a partir
do medicamento que testa, mesmo que extremamente complexas, inclusive as nuanças mais sutis na
alteração de sua saúde, e a registrar em termos pertinentes e adequados a idéia precisa que tem delas.

10 - Somente aqui é possível ao principiante proceder a observações puras, corretas e ordenadas, pois
ele sabe que não enganará a si mesmo, não há ninguém a contar-lhe algo inverídico, e ele próprio sente,
vê e percebe o que lhe ocorre. Ele adquirirá assim o adestramento que lhe permitirá observar também
os demais de maneira igualmente precisa.
2
11 - Em vista dessas investigações puras e precisas, devemos ter-nos conscientizado de que toda a
sintomatologia até agora existente no sistema médico comum é apenas algo muito superficial, e que a
natureza tem por hábito desarranjar o homem em sua saúde e em todas as suas sensações e funções
através da enfermidade ou dos medicamentos de modos tão infinitamente variados e dissimilares, que
um termo único ou uma expressão genérica se tornam inteiramente inadequados para descrever
sensações patológicas e sintomas, comumente de caráter complexo, se desejamos retratar verdadeira,
fiel e perfeitamente as alterações da saúde com que nos deparamos.

12 - Retratista algum foi tão descuidado a ponto de não prestar atenção às peculiaridades marcantes da
fisionomia de uma pessoa que desejasse representar, ou de considerar suficiente colocar abaixo da testa
um para qualquer de orifícios arredondados como se fossem olhos, entre eles desenhar algo comprido
apontando para baixo como se fosse nariz, sempre do mesmo feitio, e debaixo disso colocar uma
abertura cruzando o rosto, para que representasse a boca dessa ou de qualquer outra pessoa; jamais,
vejam só, pintor alguma tratou de desenhar rostos de modo tão grosseiro e desleixado; jamais
naturalista alguma trabalhou neste estilo ao descrever qualquer produto da natureza; tal nunca foi a
maneira de proceder de qualquer zoologista, botânico ou mineralogista.

13 - Somente a semiologia da medicina comum tratou de trabalhar de uma tal maneira ao descrever os
fenômenos patológicos. As sensações que diferem entre si tão amplamente, e as variedades
inumeráveis de sofrimento dos diversos tipos de paciente estiverem longe de serem descritas segundo
suas peculiaridades, a complexidade das dores constituídas de várias espécies de sensação, seus matizes
e intensidade, tão longe estava a descrição de ser exata ou completa que encontramos todas essas
infinitas variedades de males agrupados confusamente sob termos genéricos, vazios, sem sentido, tais
como perspiração, calor, febre, dor de cabeça,dor de garganta, crupe, asma, tosse, doenças do peito,
pontada no flanco, dor de barriga, falta de apetite , dispepsia, dor nas costas, coxalgia, hemorróidas,
transtornos urinários, dores nas extremidades (denominadas segundo a imaginação gotosas ou
reumáticas), doenças de pele, espasmos, convulsões, etc. Com termos tão superficiais as inumeráveis
variedades de sofrimento dos pacientes eram descartadas nas assim chamadas observações, a ponto de
– exceto por um ou outro sintoma marcante, surpreendente, de um caso ou outro de doença – quase
toda enfermidade pretensamente descrita parecer-se a qualquer outra como as marcas em um dado, ou
como os diversos quadros de um pintor reles assemelham-se entre si em insipidez e falta de
personalidade.

3
14 - A mais importante de todas as vocações humanas, refiro-me à observação do enfermo e da infinita
variedade de desordens em seu estado de saúde, pode ser encarada de forma tão superficial e
descuidada somente por aqueles que desprezam a humanidade, pois por essa via não importa distinguir
as peculiaridades dos estados patológicos, nem selecionar o único medicamento apropriado às
circunstâncias do caso.

15 - O médico escrupuloso que se empenha seriamente em apreender em sua peculiaridade a


enfermidade a curar, a fim de que seja capaz de contrapor-lhe o medicamento adequado, com muito
mais esmero se aplicará à tarefa de distinguir aquilo que existe a observar, a linguagem mal será
suficiente para permitir-lhe expressar em termos apropriados as inumeráveis variedades de sintomas do
estado patológico; nenhuma sensação lhe escapará, ainda que muito peculiar, que tenha sido produzida
em sua sensibilidade pelo medicamento que experimentou em si; ele se esforçará em transmitir em
palavras uma idéia dela pelas expressões mais adequadas, a fim de ser capaz de, em sua prática, casar a
representação exata do quadro patológico com o medicamento similarmente descrito, exclusivamente
por meio do qual pode-se efetuar uma cura.

16 - Isto é tão verdade que apenas o observador zeloso pode tornar-se um verdadeiro curador de
doenças.

Potrebbero piacerti anche