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Ao fim da segunda carta de Pedro, bem no meio de um último lembrete a respeito de crescer

em piedade, encontramos dois memoráveis versos que ajudam a formar uma doutrina cristã
da Escritura.

Tenham em mente que a paciência de nosso Senhor significa salvação, como também o
nosso amado irmão Paulo lhes escreveu, com a sabedoria que Deus lhe deu. Ele escreve da
mesma forma em todas as suas cartas, falando nelas destes assuntos. Suas cartas contêm
algumas coisas difíceis de entender, as quais os ignorantes e instáveis torcem, como
também o fazem com as demais Escrituras, para a própria destruição deles. (2 Pedro 3.15-
16)

De certa forma, nesses dois versículos Pedro está apenas dizendo “Paulo concorda comigo
nesse assunto da santidade, não com os falsos mestres”. Mas ao dizer isso, Pedro faz declara
algumas verdades cruciais sobre a Escritura. Vamos destacar quatro delas.

1. Nós vemos que os escritos apostólicos estavam sendo colocados lado a lado com
o canon do Antigo Testamento como Escritura autoritativa. O verso 16 diz que
algumas pessoas estavam distorcendo as cartas de Paulo, assim como faziam com o resto
das Escrituras. A palavra em grego usada aqui é graphe. Ela ocorre 49 vezes no Novo
Testamento, e em todas elas, se refere às Escrituras do Antigo Testamento. É notável que
Pedro, escrevendo por volta de 60 d.C., coloca os escritos de Paulo lado a lado com o Antigo
Testamento como igualmente autoritativo.

Mais ainda, Pedro nem mesmo tenta defender essa forte afirmação. Em sua mente, ele está
afirmando o óbvio. Não é algo discutível. Pedro não precisava convencer essas igrejas de que
os escritos de Paulo eram tão autoritativos quanto as Escrituras do Antigo Testamento.
Aparentemente, eles já reconheciam isso, assumiam isso, e tratavam os escritos de Paulo
dessa forma. Então quando Pedro se refere no verso 15 à sabedoria dada a Paulo, ele
provavelmente está falando da inspiração divina, não que o homem de Tarso era uma cara
inteligente.

2. A Escritura pode ser difícil de entender. Os cristãos, ao longo dos séculos, tem tido
grande conforto no verso 16, onde Pedro admite que há algumas coisas nos escritos de Paulo
que são difíceis de entender. Mesmo Pedro, o grande Apóstolo, o primeiro de muitos na igreja
primitiva, reconhecia que há algumas partes difíceis na Bíblia. Nem tudo é coisa simples.

Os cristãos sempre acreditaram no que é chamado de “perspicuidade da Escritura”. Isso


significa que a Escritura é clara – é possível entendê-la. Mas a doutrina da perspicuidade
nunca implicou em dizer que todas as partes da Escritura são igualmente óbvias ou
igualmente importantes. Perspicuidade significa que as partes principais são as partes mais
óbvias. Significa que a mensagem da salvação é clara. Significa que os assuntos mais básicos
e centrais da narrativa bíblica são claros, mesmo que você não seja o mais esperto, mesmo
se você não recebeu muita educação, mesmo se você é uma criança. Todos nós podemos
entender que Jesus é o Messias, que nós precisamos nos arrepender, crer em Cristo e
obedecer seus mandamentos. Isso tudo é muito claro. Mas não significa que tudo é claro.
Algumas partes requerem muito estudo. Algumas partes requerem atenção especial.
Algumas doutrinas são complicadas. Algumas partes da Bíblia são muito difíceis. Basta
perguntar a Pedro sobre Paulo.

3. O outro lado desse Segundo ponto é que mesmo as partes difíceis da Bíblia tem
interpretações certas e erradas. Note, Pedro não diz “Algumas coisas em Paulo são
difíceis de entender. Então, quem sou eu pra dizer o que é certo e o que é errado? Todos nós
temos uma interpretação.” Não, ele diz “algumas coisas são difíceis de entender, as quais os
ignorantes e instáveis torcem para sua própria destruição”. Pedro não pensava que só
porque algo era difícil, não poderia haver uma resposta certa para esse problema. Alguns
cristãos tem uma certa preguiça mental. Eles desonram a Palavra, e o Deus da Palavra, com
sua rápida acomodação na terra do “sei lá” e “não é uma questão de salvação, então, quem
se importa?”. Eles dizem “entender a doutrina da eleição é difícil. Chegar a uma conclusão
sobre homossexualismo é difícil. Chegar a algum lugar sobre os papéis dos homens e das
mulheres é impossível.” Assim, desistimos e aceitamos que nenhuma interpretação pode ser
melhor que outra. Pedro, por outro lado, não tem medo de dizer que a presença de alguns
textos difíceis não exclui a presença de interpretações corretas e interpretações erradas.

4. Algumas interpretações erradas podem te matar. Existe algum espaço para


discordância entre os cristãos em alguns assuntos. Vemos isso claramente em Romanos 14.
Não precisamos ser travados em qualquer assunto discutível. Mas em alguns assuntos,
interpretações enganadas não são apenas erradas, elas são mortalmente erradas. Os falsos
mestres dos tempos de Pedro estavam distorcendo a Escritura para sua própria destruição.
Eles citavam a Escritura, mas não corretamente.

Eu já estive em debates onde os dois lados estavam usando a Bíblia. E, algumas vezes,
acontece de boas pessoas se confundirem e pensarem “Bom, se os dois estão usando a
Bíblia, os dois devem estar certos.” Mas Pedro sugere que você pode usar a Escritura, mas
usá-la de uma forma enganosa, infiel e distorcida na verdade te leva a cair. Nem toda
questão é tão séria, mas certamente quando estamos discutindo se o povo de Deus deve ou
não buscar vidas santas, ou se o pecado sexual deve ou não ser levado a sério (2 Pedro 2),
nós estamos discutindo uma questão central do Cristianismo. Assim, distorcer a Bíblia para
permitir chamar um pecado de bênção e chamar aqueles que se opõe ao pecado com todo
tipo de nome que termina com “fóbico” é torcer a Escritura para sua própria destruição.

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