Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Assunto:
LRF – LEI DA
RESPONSABILIDADE
FISCAL
Autor:
1
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
ÍNDICE
2
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
1 - Há superposição de normas com relação à Lei n.º 4.320/64, tendo em vista que esta
última não foi revogada ?
A Lei n.º 4320/64 não foi revogada pela Lei Complementar n.º 101/2000. Contudo, os
objetivos das leis são distintos. Enquanto a Lei n.º 4320/64 se refere a normas gerais para
elaboração e controle dos orçamentos e balanços, a Lei Complementar n.º 101/2000,
estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.
Não obstante essa distinção de objetivos, elas estão intrinsecamente ligadas e, se existir
algum dispositivo conflitante, deve prevalecer o contido na Lei de Responsabilidade Fiscal,
que além de ser Lei Complementar, é a mais recente.
Não há um estudo completo com esse comparativo. De início, percebe-se que há, pelo
menos três pontos que foram alterados devendo, neste caso, prevalecer a Lei Complementar
n.º 101/2000:
O Projeto de Lei Complementar enviado pelo Poder Executivo com o objetivo de substituir a
Lei n.º 4.320/64 continua em tramitação no Congresso. É importante ressaltar que a
publicação da Lei Complementar n.º 101/2000, que estabelece normas de finanças públicas
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, em nada prejudica o andamento do
Projeto de Lei Complementar que visa substituir a Lei n.º 4320/64, posto que este se refere a
normas gerais para elaboração e controle dos orçamentos e balanços.
3
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
4
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
Abrangência
6 - Quais são os itens da LRF que irão recair sobre os municípios com menos de
50.000 habitantes ?
Todos os itens da Lei Complementar n.º 101/2000 se aplicam a municípios com menos de
50.000 habitantes. Apenas, nesses casos, nos termos do art. 63 da Lei Complementar
101/2000, a periodicidade com que são apresentados alguns relatórios é maior e o prazo em
que se tornam legalmente exigíveis também.
A alínea b do § 3º do art. 1º estabelece que nas referências à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios estão compreendidos as respectivas administrações diretas,
fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes. Assim, quando o art. 19
estabelece limites para a despesa com pessoal de cada ente, como proporção da sua receita
corrente líquida, encontram-se compreendidos as administrações diretas, fundos, autarquias,
fundações e empresas estatais dependentes, tanto no que se refere à despesa, como no que
se refere à receita.
5
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
Questões de transição
A Lei Complementar n.º 101/2000 entrou em vigor em 05 de maio de 2000. Logo, podem-se
imaginar três diferentes situações,:
a) Projeto de LDO encaminhado ao Legislativo e já aprovado:
Não se aplica nenhuma das disposições do art. 4º da Lei Complementar n.º 101/2000. Essas
disposições serão obrigatórias no próximo projeto de LDO.
Vale ressaltar, contudo, que se o Executivo desejar tornar aplicáveis várias disposições da
Lei Complementar como, por exemplo, o art. 9º que dispõe sobre limitação de empenho e
programação financeira, precisará do Anexo de Metas Fiscais da LDO. Assim, se desejar
fazê-lo, poderá encaminhar um projeto substitutivo ao seu Legislativo adequando a LDO às
disposições da Lei Complementar. Mas isto será conseqüência de uma decisão do Executivo
e não de uma obrigatoriedade legal.
As disposições dos § 1º , 2º e 4º do art. 4º, que dizem respeito ao projeto de lei de diretrizes
orçamentárias ou à mensagem que o encaminhar, não se aplicam aos projetos
encaminhados anteriormente a 05 de maio de 2000 porque a lei não pode retroagir. Não há
obrigatoriedade legal de alterar o projeto que já foi enviado no que diz respeito, por exemplo,
6
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
No mesmo modo que no caso anterior, contudo, se o Executivo quiser, poderá encaminhar
adendos ao seu Legislativo adequando a LDO às disposições da Lei Complementar. Este foi
o caso da União que encaminhou o seu projeto de lei de diretrizes orçamentárias, já
adaptado à Lei de Responsabilidade Fiscal, antes mesmo da sanção, quando ainda não
tinha a obrigatoriedade de fazê-lo. A questão aqui é mais de mérito do que de legalidade.
Contudo, vale lembrar que, no que diz respeito às demais disposições do art. 4º, como a
referência é à lei de diretrizes orçamentárias e não ao projeto, e tendo em vista que a lei
ainda não foi aprovada, tornam-se obrigatórias as alterações pertinentes. Isto pode ser feito
pelo próprio Legislativo ou mediante sugestão do Executivo encaminhada em adendo ao
projeto.
c) Projeto de LDO encaminhado depois de 05 de maio de 2000:
O ente possui dois exercícios para ajustar o estoque excedente verificado quando a LRF
entrou em vigor, à razão de pelo menos 50% ao ano. Logo, a partir de 05 de maio de 2000,
completando o primeiro ano em 05/05/2001 e o segundo ano em 05/05/2002.
7
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
11 - Como fica a limitação de empenho, prevista no art. 9º, já que a atual LDO não
menciona que tipo de despesa deve ser preservada? Quais os parâmetros a serem
observados?
No caso da atual LDO em vigor, não se aplica nenhuma das disposições do art. 4º da Lei
Complementar n.º 101/2000. Essas disposições serão obrigatórias no próximo projeto de
LDO. Vale ressaltar, contudo, que se o Executivo desejar tornar aplicáveis várias disposições
da Lei Complementar como, por exemplo, o art. 9º que dispõe sobre limitação de empenho e
programação financeira, precisará do Anexo de Metas Fiscais da LDO. Assim, se desejar
fazê-lo, poderá encaminhar um projeto substitutivo ao seu Legislativo adequando a LDO às
disposições da Lei Complementar. Mas isto será conseqüência de uma decisão do Executivo
e não de uma obrigatoriedade legal. Uma outra alternativa, caso ainda não haja Anexo de
Metas Fiscais, é fazer a limitação de empenho e movimentação financeira através de
Decreto, fato que já ocorre há alguns anos na União. Neste caso, a diferença entre a
aplicação do art. 9º da LRF e de um Decreto é de força impositiva.
Quanto aos critérios para limitação de empenho e movimentação financeira, a LRF, no seu
art 9º, § 2º, já estabelece que não serão objeto de limitação as obrigações constitucionais e
legais (pessoal, previdência, transferências constitucionais, Lei Kandir, FUNDEF, etc.) e o
serviço da dívida. O que fica faltando são critérios de corte por Poder e eventuais critérios
diferenciados (preservação de outras despesas, % diferenciados para custeio e investimento,
etc.). Aqui, pode haver alguma dificuldade em arbitrar cortes por Poder sem o amparo da
LDO.
8
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
O Governo Federal não tem obrigatoriedade nem competência legal para determinar
modelos de anexos de metas fiscais e outros necessários à elaboração da LDO.
Eventuais dúvidas sobre a LRF poderão ser encaminhadas através da central tira-dúvidas
do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (duvidas@planejamento.gov.br).
Orçamento
Sim, o Poder Legislativo sempre pode alterar o projeto de lei orçamentária que lhe é
enviado, desde que sejam respeitados os mandamentos impostos por Lei Complementares e
pela Constituição como, por exemplo, o limite para gastos mínimos com educação.
9
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
Renúncia fiscal
A exigência com relação ao § 6º, do art. 165 da Constituição Federal aplica-se desde que a
mesma foi promulgada em 1988. As exigências adicionais introduzidas pela LRF aplicam-se
a partir de 05 de maio de 2000. Com relação aos Orçamentos e LDOs já aprovados em data
anterior à publicação da LRF, não há obrigatoriedade legal de adequação. Contudo, os
Orçamentos e LDOs a serem elaborados ou em tramitação após essa data devem adequar-
se e, caso não existam modelos de anexos, os mesmos deverão ser criados em tempo hábil
de modo a atender à exigência legal.
Os termos de diferimento não constituem renúncia de receita, uma vez que não há perda
definitiva de arrecadação e sim a postergação para etapa futura. Na previsão de receitas
para inclusão no Orçamento, deverá ser considerado o efeito decorrente desse fato, sem no
entanto computá-lo como renúncia de receita.
A Lei de Responsabilidade Fiscal, art. 14, II, § 1º define, claramente, o crédito presumido
como renúncia fiscal. Na legislação do IPI (União) e ICMS (Estados) o sistema de débito e
crédito constitui a essência de apuração desses tributos.
Contudo, o crédito presumido estabelecido na LRF não se confunde com o crédito normal da
estrutura de apuração do imposto. Decorre de um ato próprio estabelecendo o direito a uma
dedução na apuração do imposto além daquela relativa a estrutura normal.
Creio que há uma certa confusão na interpretação do texto. Ao se referir a crédito presumido
como aquele estabelecido, em razão da dificuldade operacional para apuração, o indagante
10
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
confunde com o instituído como benefício fiscal. Aquele, em verdade, deve ser uma
estimativa do crédito normal inserido na estrutura de apuração do imposto.
À guisa de exemplo pode-se citar a Lei nº 9.826 de 23/08/99 que no art. 1º, § 2º estabelece
textualmente o seguinte:
.................................................................
A concessão de benefícios fiscais sem respaldo na LRF não caracteriza delito, no conceito
de crime, e sim ato de improbidade administrativa (que não é crime), expressamente previsto
no art. 10, VII da Lei nº 8.429/92, sujeitando-se à pena de perda da função pública e
suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos e pagamento de multa até duas vezes o
valor do dano.
b) O beneficiário perde o incentivo que lhe foi concedido, tendo que devolver aos cofres
públicos o que direta, ou indiretamente recebeu?
11
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
O beneficiário do incentivo poderá vir a perder essa benesse e, ainda, devolver o que deixou
de pagar.
Não. No texto da Lei de Crimes, atualmente tramitando no Senado Federal, não há sanções
para quem concedeu ou recebeu benefícios fiscais com inobservância da LRF.
Conforme o § 3º, do art. 16 da Lei Complementar n.º 101/2000, não precisa ser demonstrada
a adequação orçamentária e financeira de despesa considerada irrelevante, nos termos da
lei de diretrizes orçamentárias. A lei de diretrizes orçamentárias é, portanto, o instrumento
que deverá definir a partir de que valor a despesa fica dispensada dessas exigências. Esse
valor poderá ser diferente entre entes da federação, o que permite uma melhor adequação à
realidade de cada um.
Ressalte-se que as exigências do art. 17 adicionam-se às do art. 16, aplicando-se apenas a
despesas obrigatórias de duração continuada, isto é, não a despesas de custeio e
investimento que podem ser discricionariamente ampliadas ou reduzidas em cada projeto de
lei orçamentária, mas a despesas correntes mandatórias por período superior a dois
exercícios. Este não parece ser o caso de assinatura de jornais e contribuições mensais a
entidades que, embora possam ser realizadas por período superior a dois exercícios, não
tem obrigatoriedade derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo
(portaria, instrução normativa, etc.).
12
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
A definição de receita corrente líquida consta do art. 2º, inciso IV da Lei complementar n.º
101/2000.
Sim, porque são transferências correntes, nos termos do art. 2º, inciso IV da Lei
complementar n.º 101/2000.
Sim, a contribuição para o FUNDEF que a municipalidade recebe constitui sua receita
corrente líquida. No caso do Estado, a contribuição para o FUNDEF que é transferida para o
município deve ser deduzida da sua receita corrente líquida, de acordo com a alínea b, do
inciso IV do art. 2º da Lei Complementar n.º 101/2000.
13
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
Despesas de pessoal
24 - No limite dos gastos com pessoal do Poder Legislativo estão incluídas também as
despesas com o Tribunal de Contas do Estado. Como deve ser calculado o percentual do TC
para limitar as suas despesas com pessoal ?
Nos termos do § 1º, do art. 20 da Lei Complementar n.º 101/2000, os limites serão
repartidos entre os órgãos, no caso Assembléia Legislativa e Tribunal de Contas do Estado,
de forma proporcional à média das despesas com pessoal, em percentual da receita corrente
líquida, verificada em 1997, 1998 e 1999.
Deste modo, caso haja necessidade de realizar ajuste de pessoal ainda neste exercício e,
por decorrência, as despesas sejam inferiores às inicialmente previstas, poderá haver sobra
de caixa. Ressalto, contudo, que os duodécimos em geral compreendem também custeio e
investimento dos órgãos e, neste caso, o limite não é o da lei complementar e sim o do
orçamento e da lei de diretrizes orçamentárias em vigor.
26 - No Distrito Federal não há Judiciário nem Ministério Público pagos com recursos
do Tesouro local. Isto significaria que o limite do DF para despesa total com pessoal passaria
de 60% para 52%? Como ficaria a distribuição dos 60% entre o Legislativo e o Executivo
sendo que os dois já estão limitados?
O Distrito Federal é equiparado, para fins da LRF, a Estado. Assim, devem ser respeitados
os percentuais estabelecidos: 49% para o Executivo e 3% para o Legislativo. O fato de o
Distrito Federal não possuir Judiciário e Ministério Público custeados por recursos próprios
decorre de suas características especiais que implicam no custeio dessas funções pela
União, nos termos da Constituição Federal. Contudo, isto não significa que o Executivo e o
Legislativo do Distrito Federal devam ter condições privilegiadas relativamente ao percentual
aplicado aos Estados. A LRF também não prevê qualquer redistribuição de percentuais, já
14
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
que a responsabilidade é individualizada por Poder. Pela mesma razão, se um dos Poderes
estiver com folga em relação aos limites, essa folga não pode ser transferida para os demais.
Nos termos do parágrafo único do art. 22 da LRF, se já houver sido ultrapassado 95% do
limite máximo aplicável a despesas com pessoal, o município apenas poderá contratar para
reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação,
saúde e segurança. Além disso, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato não
poderá contratar sob numa hipótese, tendo em vista que é nulo de pleno direito o ato de que
resulte aumento da despesa com pessoal expedido nesse período, nos termos do parágrafo
único do art. 21 da LRF.
Não. A Lei de Diretrizes Orçamentárias é uma lei ordinária e, como tal, não pode sobrepor-
se à Lei Complementar nº 101, de 2000, hierarquicamente superior. Se o fizer,
estabelecendo limites superiores aos fixados na Lei Complementar, padecerá de vício na
origem, podendo ser esse dispositivo contestado.
............................................................................”
Não obstante, a Lei de Diretrizes Orçamentárias de cada ente poderá substabelecer, sempre
de forma mais restritiva, com limites inferiores aos propostos na Lei Complementar, devendo,
neste caso, ser também observada. Isto poderá ocorrer em função das dificuldades
financeiras ou das prioridades de gasto do ente, bem como para cumprir as disposições dos
artigos 71 e 72 da Lei Complementar nº 101, de 2000. Por essa razão, o § 5º do art. 20
determina que a entrega dos recursos financeiros correspondentes à despesa total com
pessoal será a resultante da aplicação dos percentuais máximos da Lei Complementar ou
daqueles fixados na lei de diretrizes orçamentárias.
15
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
29 - A lei entra em vigor a partir de sua publicação, certo? Então, a partir desse mês,
os repasses para atender a despesas com pessoal a serem efetuados para os Órgãos já tem
que se enquadrar aos percentuais estabelecidos pelos Artigos 19 e especialmente pelo Artigo
20 da Lei de Responsabilidade Fiscal? E a lei Orçamentária que já foi votada e está em
pleno vigor, deve ser desconsiderada, sendo a adequação à LRF imediata ? Ou essas regras
(art. 20) só passam a valer para o próximo exercício, enquadrando-se na LDO, mesmo que
essa já esteja na Assembléia Legislativa através de emenda substitutiva?
Com base no parágrafo 5º, do artigo 20, pode a LDO fixar percentual maior que 60% para a
“despesa total com pessoal”? Como deve ser compatibilizado o entendimento do citado
parágrafo com o disposto no art. 70, que prevê 2 anos para adequação dos limites?
Exemplo: se um órgão, com base em seu orçamento de 2000, estiver excedendo em 10% o
limite de 60%, pode a LDO fixar em 65% o total da despesa de pessoal para o orçamento de
2001 e de 60% para 2002?
30 - Na Lei são fixados percentuais máximo de despesas com pessoal ,50 % para a
União, 60 % para os Estados e Municípios, ocorre que anteriormente a lei tais percentuais
limitavam-se a despesas com pessoal do poder executivo a nova lei realizou uma alteração
incluindo dentro destes limites as despesas dos demais poderes, legislativo e judiciário;
pergunto se os limites definidos são os valores máximos para despesas, se em um dos
poderes os gastos foram inferiores ao permitido, poderá haver cumulação entre si para se
obter o resultado de comprometimento de despesas com pessoal?
16
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
De qualquer modo, preciso conhecer os termos da Resolução 20.562 a que se refere para
responder à segunda parte da pergunta. Dê-me a fonte para localizar esse normativo.
Serviços de Terceiros:
É a mais complicada das questões, embora, regra geral, não seja algo tão relevante. Está
clara a intenção do legislador, como vc. bem disse. Por um lado, o caput só faz referência a
gastos com servidores. E pode-se dizer, como é hoje, que só se orça e contabiliza como
despesas com pessoal aquela realizada com seus servidores, ativos ou inativos.
Por outro, pode-se arguir que o parágrafo primeiro do art. 18 está integrado ao caput, a
começar por consta no mesmo artigo/dispositivo. Além disso, o título da conta previsto no
parágrafo tem a palavra “Outras” - ora, pela prática, só são orçados ou contabilizados como
outras, demais despesas, aqueles gastos que fazem parte de uma mesma categoria mas
17
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
36 - Um contrato para coleta de lixo, em que o preço é fixado por tonelada, onde o
contratado aloca mão-de-obra e equipamento, deve ser conceituado como terceirização ?
Nesse caso, como contabilizar as despesas referentes à mão-de-obra ?
38 - O art. 18, em seu parágrafo 1º, diz que os contratos de terceirização de mão-de-
obra, serão contabilizados como “outras despesas de pessoal. E em seu art. 72, limita as
despesas com estes contratos, aos valores percentuais da receita líquida, a do exercício
financeiro à entrada em vigor da referida Lei. Pergunto, se o órgão não tinha nenhum
contrato de terceirização de mão-de-obra no exercício de 1999, e firmou um contrato desta
natureza no exercício atual, antes de vigorar a Lei Complementar 101/2000. Qual deve ser o
exercício financeiro que devemos considerar visando o cumprimento dos limites fixados pela
Lei?
39 - A Despesa com Inativos e Pensionistas deve entrar para o cálculo do limite com
despesa de pessoal ?
Sim, tendo em vista que faz parte do conceito de despesa total com pessoal estabelecido no
caput do art. 18. Contudo, a parcela custeada por recursos provenientes dos segurados,
dentre outras, nos termos do inciso VI, do § 1º, do art. 19, deverá ser deduzida. Isto é, para
efeito de apuração dos limites, só entra a parte “desequilibrada” da previdência, aquela que
representa ônus para o ente.
18
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
40 - O art. 18, inclui como Despesas Totais com Pessoal, os gastos com inativos, mas
no inciso VI, parágrafo 1º, do art. 19, diz para não computar os gastos com inativos mesmo
que por intermédio de fundo específico. Me pareceu contraditório esta questão, gostaria de
maiores esclarecimentos a respeito.
Aqui, discordo de sua interpretação. E acho que a lei prevê exatamente o que vc. considera
mais adequado: quando pagas por receitas ordinárias do Tesouro, as despesas com inativos
contam para apuração do limite global de pessoal. Primeiro, tanto a norma constitucional,
como o caput do art. 18 são claros ao prever que gastos com inativos fazem parte da
despesa total com pessoal. Segundo, a leitura adequada do dispositivo do art. 19 que
mencionas deve ser feita independente dos gastos serem custeados ou não por fundo
específico. A expressão “ainda que”, ao meu ver, significa: “mesmo que financiados por tal
fundo”. E a regra principal, ao meu ver, está clara: se a despesa total é constituída pela soma
de gastos com ativos mais inativos, desse montante deve ser diminuída a parcela ou o total
da despesa com inativo que for coberta: 1-pela contribuição dos segurados, 2- pela
compensação financeira paga pelo INSS e/ou 3- (e aqui só vale para quem tem fundo), pelas
demais receitas próprias de um fundo específico.
Portanto, está dentro da despesa total com pessoal, por conta da combinação do disposto
nos arts. 18 e 19, todo gasto com inativo que não tenha sido financiado por uma das três
fontes citadas (1- contribuição; 2- compensação financeira; 3-receita direta de fundo). Aliás,
esta deve ser a maioria dos casos de Municípios: não cobram contribuição, não fizerem
acerto de contas e nada recebem do INSS, e não criaram fundo, logo, toda folha com
inativos conta no chamada limite-lei Camata.
Por último, gostaria de lembrar que o fundo a que se refere o dispositivo não é um fundo de
pensão clássico, uma entidade fechada de previdência complementar, e sim um mero fundo
financeiro, formado por receitas vinculadas, como é o FAT (só que no caso vinculado para
pagar seguro-desemprego). Após sair a lei complementar (ainda no Congresso), até poderá
ser criado o fundo de previdência complementar, mas, a exemplo dos atuais fundos das
empresas estatais, o orçamento e o balanço dos novos fundos não integrarão as contas do
governo.
19
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
Dívida
Garantias
Restos a Pagar
O art. 41 foi vetado. Assim, a disposição sobre restos a pagar do art. 42 diz respeito a uma
regra de final de mandato e, no caso das prefeituras, aplica-se neste ano. Ao final do
exercício, a inscrição em restos a pagar deve ser acompanhada de igual disponibilidade de
caixa. É contrário à LRF contrair obrigação de despesa nos dois últimos quadrimestres do
último ano de mandato sem que essa obrigação possa ou ser paga neste exercício ou, caso
reste a pagar no próximo, sem que haja igual disponibilidade de caixa.
20
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
45 - Os restos a pagar de exercícios anteriores (1999 e demais) terão que ser pagos
dentro do exercício de 2000, juntamente com a regra do equilíbrio preconizado no artigo 42
(regra de final de mandato)?
46 - O artigo 42 é auto aplicável para o exercício de 2000, uma vez que o orçamento
foi elaborado em 1999, quando então vigorava outra regra?
(CONJUR)
21
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
51 - De que forma o poder executivo poderá impedir a criação de novas despesas nos
outros poderes sem que a negativa por aqueles possa gerar prejuízo de ordem da
responsabilidade fiscal, ou seja de que forma legalmente se poderá comprovar a requisição
para enquadramento nos parâmetros da lei e em negativa ocorra a transferência de
responsabilidade?
53 - Sanções:
Sua interpretação está perfeita. A Constituição fala, de modo geral, em repasses de verbas.
O que isso significa? Pessoalmente, acho que inclui qualquer transferência, inclusive a
constitucional. O MINIFAZ/PGFN, me parece, há cerca de um ano e meio atrás, estava
elaborando um parecer, se me lembro, na mesma linha.
De qualquer forma, acho que essa não é uma discussão tão relevante no sentido de que, se
a STN ou uma Fazenda Estadual quiser bloquear uma cota de FPM ou ICMS,
respectivamente, terão que fazê-lo com base na Constituição e não com base na LRF.
Sugiro vc. fazer alguma menção que o alcance da restrição poderia ser maior, dependendo
da interpretação que seja dado pelo repassador em relação a norma constitucional. Porém,
isso nada tem a ver com a LRF. Ainda que seja lei complementar, ela não suspende a
eficácia da Constituição, que, no citado dispositivo, não dependia de regulamentação - o que
cabia a lei era a definição do prazo para ajuste. A LRF é que foi além do que previa o texto
constitucional, para organizar e dar um tratamento completo da matéria. Mais uma vez,
embora seja uma matéria relevante, não vejo nada de mal de vc. registrar a possível
discrepância entre CF e LRF. Inclusive, porque o texto é seu - seria complicado é um
documento oficial do ministério falar nisso. Só sugiro alertar que se trata de interpretação, de
modo que, de um lado, não se deixa de registrar a possibilidade, mas, por outro, não se crie
um clímax de terror e nem se coloque a culpa na LRF. Como já te disse, quem ampliou o
alcance da punição foi o próprio Congresso, quando votou a emenda consituticonal da
reforma administrativa - depois, acho que eles se arrependeram (daí que mudaram o projeto
da LRF para diminuir a restrição apenas sobre transferências voluntárias).
22
Resumo: LRF – Lei da Responsabilidade Fiscal – por Ministério do Planejamento
Implementação
Dentro do espírito de transparência da LRF, porque o BNDEs não divulga a carteira por
estado? - O BNDES divulga periodicamente esta informação, inclusive pelo site
www.bndes.gov.br Como o município poderá ter acesso ao PMAT? - O município deverá
apresentar um projeto seguindo as recomendações das normas do programa (disponível no
site ww.bndes.gov.br). Se o pleito é inferior a R$ 2 milhões ele deve ser encaminhado por
meio de agente financeiro (qualquer um dos bancos do país) ou pelo B.Brasil que possui
convênio específico para este fim com o BNDES (taxas idênticas às praticadas pelo BNDES).
Projetos maiores podem ser encaminhados diretamente ao BNDES.
23