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Este capı́tulo é destinado à construção do integral “de Lebesgue” duma função com
valores em IR definida num espaço mensurável arbitrário relativamente a uma medida
nele definida, e ao estudo das suas principais propriedades. A relação entre os integrais
de Riemann e de Lebesgue em IRd é também estudada.
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54 Apontamentos de Medida e Integração
Denotaremos por E+ (X, A), ou apenas por E+ , o conjunto das funções escalonadas
não-negativas definidas em X.
Teorema 4.1.3 (de Beppo Levi) Sejam (fn ) uma sucessão crescente de elementos
R R
em E+ e f ∈ E+ . Se lim fn ≥ f então lim fn dµ ≥ f dµ.
R
Corolário 4.1.4 Se (fn ) e f são escalonadas não-negativas e fn ↑ f então fn dµ ↑
R
f dµ.
Concluı́mos assim que f ∈ E+ é integrável sse µ({x : f (x) 6= 0}) < +∞. Se f ∈ M+ ,
então f = f + e assim f é integrável sse f dµ < +∞.
R
de não serem integráveis possuem integral dado pela igualdade anterior. A Definição
4.3.2 estende-se de forma óbvia ao caso das funções quase-integráveis.
|f |dµ < +∞, então f + dµ < +∞ e f − dµ < +∞, isto é, f é integrável.
R R R
R
x ∈/ N , é mensurável e hdµ = 0 (ver Exercı́cio 4.7.1). A alı́nea a) é agora uma
consequência imediata das desigualdades g ≤ f + h e f ≤ g + h, e da monotonia do
integral em M+ . Decompondo f e g nas suas partes positiva e negativa, obtemos
R
b) por aplicação de a). Ainda por aplicação de a) concluı́mos que |f |dµ = 0 se
R
f = 0 µ-q.t.p.. Reciprocamente, suponhamos que f dµ = 0 para f ∈ M+ . Se f é
escalonada, isto é, se f = ki=1 αi 1IAi , com αi ≥ 0 e Ai ∈ A, então ki=1 αi µ(Ai ) = 0
P P
P
e µ({x : f (x) 6= 0}) ≤ µ(Ai ) = 0. Se f é mensurável não-negativa, existe
Ri:αi 6=0 R R
(fn ) ⊂ E+ tal que fn ↑ f e fn dµ ↑ f dµ = 0. Assim, fn dµ = 0, ou ainda fn = 0 µ-
q.t.p., o que implica que f = 0 µ-q.t.p..
Teorema 4.3.6 a) O conjunto L1 (X, A, µ, IR) é um espaço vectorial real (com a soma
e produto escalar definidos da forma habitual).
b) A aplicação f → f dµ de L1 (µ) em IR é uma forma linear positiva, isto é,
R
α ∈ IR são válidas as propriedades N1) ||f ||1 = 0 sse f = 0, N2) ||αf ||1 = |α|||f ||1 e N3)
||f + g||1 ≤ ||f ||1 + ||g||1 .
Qualquer espaço vectorial real (ou complexo) X munido duma aplicação || · ||, dita
norma, que satisfaz as propriedades anteriores diz-se um espaço vectorial normado. O
conjunto quociente L1 (µ)/ ∼, que denotaremos por L1 (X, A, µ, IR) ou L1 (µ), é assim
lim sup fn∗ dµ ≤ f ∗ dµ, respectivamente. Assim, lim fn∗ dµ = f ∗ dµ, o que permite
R R R R
permite concluir que quando passamos aos espaços quocientes, estes podem ser identi-
ficados: existe uma bijecção entre L1 (X, A, µ) e L1 (X, Ā, µ̄) que preserva o integral.
onde, para R = di=1 [ci , di ] ∈ R(P ), R′ é definido por R′ = di=1 (]ci , di ] ∪ Ci ) onde
Q Q
Z
inf f (x)λ(R) ≤ f¯∗ dλ ≤
X X
∗
sup f ∗ (x)λ(R).
x∈R x∈R
R∈R(P ) R∈R(P )
Assim, Z
∗
s(f , P ) ≤ f dλ ≤ s(f ∗ , P ),
A
f ∗ dx.
R R
o que permite concluir que A f dλ = B
4.7 Exercı́cios
Mostre que:
(a) g e h são mensuráveis;
R
(b) g é integrável sse µ(A) = 0 e nesse caso gdµ = 0;
(c) Se f é integrável prove que |f | < +∞ q.t.p.;
R
(d) Se µ(A) = 0 então h é integrável e hdµ = 0.
2. Sejam µ a medida contagem sobre P(IN), e f : IN → IR mensurável. Prove que:
R P∞
(a) Se f é não-negativa então f dµ = n=1 f (n);
P∞
(b) f é integrável sse n=1 |f (n)| < ∞;
R P∞
(c) Se f é integrável então f dµ = n=1 f (n);
(d) f é quase-integrável sse ocorre um dos casos seguintes:
P P
i. n:f (n)<0 |f (n)| < ∞ e f (n) = ∞;
P P n:f (n)>0
ii. n:f (n)>0 f (n) < ∞ e n:f (n)<0 |f (n)| = ∞.
Pn
3. Sejam X um conjunto arbitrário e µ a medida sobre P(X) definida por µ = Ri=1 αi δai
com αi ∈ IR+ e ai ∈ X para i = 1, . . . , n. Mostre que, para f : X → IR, f dµ =
P n
i=1 αi f (ai ).
13. Seja (unp ) uma sucessão duplamente indexada de números reais tal que
a) limn→∞ unp = up , para todo o p ∈ IN;
P∞
b) |unp | ≤ vp para todo o n, p ∈ IN e p=1 vp < ∞.
P∞ P∞ P∞ P∞
Mostre que p=1 |unp | < ∞, p=1 |up | < ∞ e lim p=1 unp = p=1 up .
(Sugestão: aplique o teorema da convergência dominada sobre (IN, P(IN), µ) onde µ é a
medida contagem).
14. (Limite sob o sinal de integral) Sejam (X, A, µ) um espaço mensurado, U um sub-
conjunto aberto de IRd , f uma aplicação real definida em X × U e y0 fixo em U . Se:
a) para cada x ∈ X, o limite limy→y0 f (x, y) existe;
b) existe uma função g ∈ L1 (µ) tal que, para todo o y ∈ U , |f (·, y)| ≤ g(·);
mostre que Z Z
lim f (x, y)dµ(x) = lim f (x, y)dµ(x).
y→y0 X X y→y0
15. (Derivação sob o sinal de integral) Sejam (X, A, µ) um espaço mensurado, U um
subconjunto aberto de IRd , f uma aplicação real definida em X × U e y0 fixo em U . Se:
a) para cada y ∈ U , a função x → f (x, y) está em L1 (µ);
∂f
b) para cada x ∈ X, a derivada parcial y → ∂y i
(x, y) existe numa vizinhança do ponto
y0 ;
∂f
c) existe uma função g ∈ L1 (µ) tal que, para todo o y ∈ U , | ∂y i
(·, y)| ≤ g(·);
mostre que o integral paramétrico é diferenciável em y0 relativamente à variável yi e
∂ ∂f
Z Z
f (x, y)dµ(x) = (x, y0 )dµ(x).
∂yi X |y=y0 X ∂yi
16. Sejam (X, Ā, µ̄) o completamento de (X, A, µ) e f : X → IR A-mensurável. Mostre que:
(a) f é Ā-mensurável;
R R
(b) se f é não-negativa então f dµ = f dµ̄;
R R
(c) f é µ-integrável sse f é µ̄-integrável e f dµ = f dµ̄.
17. Seja f : [0, 1] × [0, 1] → IR definida por
0 se x é racional
f (x, y) =
1 se x é irracional.
Mostre que f não é integrável à Riemann mas é integrável à Lebesgue.
Rn n
18. Calcule [0,+∞[ e−x dλ(x) e mostre que 0 1 − nx dx → 1, n → +∞.
R
1
19. Sejam f, g : IR → IR definidas por f (x) = π(1+x2 ) e g(x) = xf (x). Mostre que:
R
(a) f ∈ L1 (λ) e f dλ = 1;
Ra
(b) lima→+∞ −a g(x)dx = 0;
(c) g ∈
/ L1 (λ).
20. Seja f (x, y) = 1/(x − y) definida em A = {(x, y) ∈ IR2 : 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y < x}. Mostre
que f não é integrável à Lebesgue.
4.8 Bibliografia
Cohn, D.L. (1980). Measure Theory, Birkhäuser, Boston.
Halmos, P.R. (1950). Measure Theory, D. Van Nostrand Company, New York.