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Dinâmica Quântica
Modern Quantum Mechanics - J.J. Sakurai (Revised Edition)
evolução temporal
|, t 0 | |, t 0 ; t
Em outras palavras, queremos saber como o estado ket evolui sob uma mudança t 0 → t no tempo.
Operador evolução temporal. Como no caso da translação, esses dois kets estão relacionados por um
operador que chamaremos operador evolução temporal Ut, t 0 :
|, t 0 ; t Ut, t 0 |, t 0 (1.5)
Unitariedade. Esta propriedade é importante, uma vez que implica na conservação de probabilidade.
Exemplo Suponha que em t 0 o estado ket seja expandido em termos dos autokets de algum observável A:
|, t 0 ∑ c a´ t 0 |a´
a´
Em geral, não esperamos que os módulos dos coeficientes de expansão permaneçam os mesmos
c a´ t ≠ c a´ t 0
Geralmente, devemos ter
∑ |c a´ t| 2 ∑ |c a´ t 0 | 2
a´ a´
e, como no caso da translação, esperamos que a diferença entre Ut 0 dt, t 0 e 1 seja de primeira ordem em
dt.
Operador evolução temporal infinitesimal. Podemos assegurar que essas propriedades são satisfeitas pelo
operador
Ut 0 dt, t 0 1 − idt
onde é um operador hermitiano
Como é o operador ?
O operador tem dimensão de frequência, ou inverso do tempo. Um observável familiar com dimensão de
Vamos emprestar da mecânica clássica a idéia de que a Hamiltoniana é o gerador da evolução temporal. É
então natural relacionar ao operador Hamiltoniano, H:
H
Em resumo, o operador evolução temporal infinitesimal é escrito como
iH dt
Ut 0 dt, t 0 1 −
onde o operador Hamiltoniano é um operador hermitiano.
Equação de Schrödinger
Estamos agora em condições de derivar a equação diferencial fundamental para o operador evolução temporal
Ut, t 0 . Explorando a propriedade da composição
iH dt
Ut dt, t 0 Ut dt, tUt, t 0 1− Ut, t 0
onde a diferença t − t 0 não precisa ser diferencial. Temos
i ∂ |, t 0 ; t H |, t 0 ; t
∂t
onde usamos (1.5).
Observação Se for dado Ut, t 0 e, se além disso, conhecermos como Ut, t 0 atua sobre o ket inicial |, t 0 , não é
necessário mexer com a equação de Schrödinger para o estado ket. O que se tem que fazer é aplicar Ut, t 0 a |, t 0 .
Desta maneira, podemos obter o ket para qualquer t.
Devemos, portanto, derivar as soluções formais da equação de Schrödinger para o operador evolução
temporal. Existem três casos a serem tratados separadamente:
Caso 1: O Hamiltoniano é independente do tempo. A solução de (2.1.25) é, neste caso,
(t − t0 )
N
t0 t
−iH/t − t 0 N
−iHt − t 0
lim exp
N→ N
Caso 2: O Hamiltoniano depende do tempo e comuta. Agora o Hamiltoniano depende do tempo, mas os H’s
em tempos diferentes comutam entre si. Como exemplo, considere o momento magnético de spin sujeito a um
campo magnético, cujo módulo varia com o tempo, mas a direção permanece a mesma. Neste caso, a solução
formal de (2.1.25) é
Ut, t 0 exp −i t
t
dt ′ Ht ′
0
Caso 3: O Hamiltoniano depende do tempo e não comuta. Neste caso o Hamiltoniano depende do tempo e os
H’s em tempos diferentes não comutam entre si. Considerando o exemplo do momento magnético, agora a
direção do campo magnético varia com o tempo: por exempo, em t t 1 o campo aponta na direção x, em
t t 1 , na direção y e assim por diante. Como S x e S y não comutam entre si, Ht 1 e Ht 2 , que contém termo do
tipo S B, também não comutam. Como solução formal, podemos integrar a equação (1.2.25) com a condição
de contorno Ut, t 0 | tt 0 Ut 0 , t 0 1, ou seja,
∂Ut, t 0
H Ut, t 0 → Ut, t 0 1 −i t
t
i dt ′ Ht ′ Ut ′ , t 0
∂t 0
Ut, t 0 1 −i t dt 1 Ht 1 1 −i
t
t
t1
dt 2 Ht 2
0 0
2
1 −i t −i
t
t
t
dt 1 dt 2 Ht 1 Ht 2
t1
dt 1 Ht 1
0 0 t0
que é conhecida como a série de Dyson. Em aplicações elementares, apenas o Caso 1 é de interesse prático.
Neste capítulo, admitiremos que o Hamiltoniano seja independente do tempo.
Autokets de Energia
Efeitos do operador sobre um ket inicial |. Vamos calcular o efeito do operador evolução temporal sobre
um ket inicial geral |, através dos kets de base |a ′ usados para expandir |. Vamos supor que o operador A,
cujos autokets são usados como base, comute com o Hamiltoniano. Ou seja,
A, H 0.
Desta forma, os autokets de A são também autokets de H, chamados de autokets de energia, cujos autovalores
são denotados por E a ′ :
H |a ′ E a ′ |a ′ .
−iE t
∑ exp
a′
|a ′ 〈a ′ |
a′
Observação. O operador evolução temporal escrito dessa forma permite-nos resolver qualquer problema de
valor inicial, uma vez que a expansão do ket inicial em termos de |a ′ é conhecida.
Exemplo Suponha que a expansão do ket inicial seja
a′ a′
Então
ou
onde E K ′ é univocamente especificada uma vez que a ′ , b ′ , c ′ , … são especificados. É portanto de fundamental
importância encontrar um conjunto completo de observáveis mutuamente compatíveis que também comutam
Superposição de autoestados de energia. Vamos considerar o valor esperado, quando tomado em relação a
uma superposição de autoestados de energia, ou estado não estacionário. Suponha que incialmente se tenha
|, t 0 0 ∑ ca ′ |a ′ .
a′
Em tempos posteriores,
−iE a ′
|, t 0 0; t ∑ c a t |a ′ ∑ c a exp
′ ′
|a ′
a′ a′
−iE a ′′ − E a ′ t
∑ ∑ c ∗a c a 〈a ′ | B |a ′′ exp
′ ′′
.
a′ a ′′
Assim, desta vez o valor esperado consiste em termos oscilantes, cujas frequências angulares são
determinadas pela condição de frequência de Bohr,
E a ′′ − E a ′
a ′′ a ′ .
(e 0 para elétrons).
Campo magnétio: B Bẑ
Reescrevo H
H − meB
ec
Sz
Observável que comuta com H. Como H e S z diferem por uma constante, eles comutam entre si. Ou seja,
S z , H 0, o que significa que os autokets de S z , | e |−, são autoestados de energia e os autovalores de energia
correspondentes são
E − E− mec
|e|B
Reescrevo H
H S z .
Operador evolução temporal. Toda informação sobre a variação com o tempo está contida no operador
evolução temporal
Estado em t t. Para determinar o estado no instante t aplica-se o operador evolução temporal ao estado no
instante t 0, ou seja,
−iS z t
|, t 0; t exp c | c − |−
c exp −iS z t | c − exp −iS z t |−
c exp −it | c − exp it |−
2 2
Estado inicial S z . Para o sistema especificamente no estado | | (estado spin para cima ou S z ),
c 1, c− 0
Para tempos posteriores, o estado do sistema será
Como
|S x ; 1 | 1 |−
2 2
encontra-se
ou,
Ou seja,
cos 2 t , para S x
2
|〈S x ; |, t 0; t| 2
sen 2 t , para S x −
2
O que significam esses resultados ? Em t 0 o sistema encontrava-se no estado | |S x ; ; ou seja, o spin
apontava para a direção positiva do eixo dos x. Com o passar do tempo, o campo magnético na direção z
produz uma rotação nesse spin e, como resultado, existe uma probabilidade finita de encontrá-lo na direção
negativa do eixo dos x, isto é, no estado S x −.
Probabilidade total. A soma das duas probabilidades, em todos os instantes, é sempre igual a um.
Valor esperado de S x . O valor esperado de S x pode ser calculado, usando-se (1.4.6), isto é,
〈A ∑ a ′ |〈a ′ || 2
a′
Logo,
〈S x cos 2 t − sen 2 t
2 2 2 2
cos 2 t − sen 2 t
2 2 2
cos 2 t
2 2
cost
2
que está em concordância com a fórmula geral (2.1.47), uma vez que esta quantidade oscila com uma
|S y ; 1 | i |−
2 2
as probabilidades são
2
|〈S y ; |, t 0; t| 1 〈| −i 〈−|
2 2
2
1 exp −it | 1 exp it |−
2 2 2 2
Assim,
2
2
|〈S y ; |, t 0; t| 1 1 ∓ i cos t 1 ∓ i sen t
2 2 2
2
|1 i| 2
cos t sen t
4 2 2
〈S y 1 1 sent − 1 1 − sent
2 2 2 2
1 sent 1 − sent
− sent
2 2 2 2
2
1 exp −it | 1 exp it |−
2 2 2 2
1 exp ∓it
2
2 2
1,
2
Capítulo 2 Dinâmica Quântica 10
e, o valor esperado é
〈S z 1 − 1 0.
2 2 2 2
Fisicamente, isto significa que o spin precessa no plano xy.
O estado inicial é um autoestado |a ′ de H. Este é um caso muito especial e o resultado que se obtém para a
amplitude de correlção é
Ct a ′ | Ut, 0 | a ′
〈a ′ | exp −iHt |a ′
−iE a ′ t
exp 〈a ′ |a ′
−iE a ′ t
exp
e o módulo da amplitude de correlação vale
|Ct| 1,
o que não é surpreza em se tratando de um estado estacionário.
O estado inicial é uma superposição de |a ′ . Neste caso,
| ∑ ca ′ |a ′
a′
e, portanto,
Ct | Ut, 0 |
∑ ∑ c ∗a c a ′ ′′ a ′ | Ut, 0 | a ′′
a′ a ′′
∑ ∑ c ∗a c a ′ ′′ 〈a ′ | exp −iHt |a ′′
a′ a ′′
−iE a ′′ t
∑ ∑ c ∗a c a ′ ′′ exp
〈a ′ |a ′′
a′ a ′′
−iE a ′′ t
∑ ∑ c ∗a c a ′ ′′ exp
a ′ a ′′
a′ a ′′
ou seja
Observação: Como a soma sobre muitos termos oscilantes no tempo com diferentes frequências, é possível
um forte cancelamento entre eles para valores moderadamente grandes de t. Assim, espera-se que o módulo
de Ct comece com valor um em t 0 e decresça com o tempo.
Estimativa de (2.1.65). Vamos supor que em (1.65) a superposição de estados seja obtida com autokets de
energia com energias similares, de maneira que podemos substituir a soma por uma integral. Ou seja,
∑ |c a | 2 1 → dE |gE| 2 E 1
′ (1.68
a′
Na prática, |gE| 2 E pode ser uma função localizada em torno de E E 0 , com largura ΔE, isto é,
|g(E)|2 ρ(E)
ΔE
E0 E
t≃
ΔE
Resumo. Em resumo, encontramos que, como resultado da evolução temporal do estado ket de um sistema
Observação: Esta relação de incerteza é de natureza bem difetente daquela que existe entre dois observáveis
incompatíveis, discutida na Seç. 1.4.
Operadores Unitários
São operadores que têm a propriedade
U U UU 1.
Transformações unitárias
| → U |
Produto escalar. Sob uma tranformação unitária que muda os estados kets, o produto interno permanece
inalterado. Ou seja,
| → U | e | → U |
então
〈| → 〈|U U| 〈|.
Operadores. Usando o fato de que essas trasformações não afetam os operadores, podemos inferir como
| X | deve mudar:
| X | → 〈|U X U | 〈|U XU |
Enfoque 2
Nota sobre a Mecânica Clássica. Na física clássica não se introduz estados kets, mas fala-se em translação,
evolução temporal etc. Isto é possível porque essas operações realmente mudam quantidades tais como x e L, que são
observáveis na mecânica clássica. Assim, uma estreita ligação com a mecânica clássica pode ser adotada, seguindo-se a
abordagem 2.
Demonstração. Na formulação 1,
ip d x ′ ip d x ′
〈x 1 〈| 1 − x 1− | 〈|x dx ′ |
〈|x| 〈|dx ′ |.
Na formulação 2,
〈x 2 |x| |dx ′ | .
Representação de Schrödinger
Representação de Heisenberg
Estados kets. Os estados kets permanecem fixos no tempo, “congelados” por assim dizer no que eram a
t t0.
Operadores. Os operadores correspondentes a observáveis agora variam com o tempo.
de maneira que
dA H 1 A H , H (2.2.
dt i
que é conhecida como equação de movimento de Heisenberg.
★ Leia o restante da seção.
x i , Fp ih ∂F , x i , Gx 0,
dp i
(2.23
p i , Gx −i ∂G , p i , Fp 0.
dx i
Para uma partícula de massa m, o Hamiltoniano é considerado ser da mesma forma como na mecânica
clássica:
p2 p 2x p 2y p 2z
H
2m 2m
Equação de movimento para p i . Como p i comuta com qualquer função de p j , logo
dp i
1 p i , H 0
dt i
onde consideramos p i p H i . Então, para a partícula livre o operador momento é uma constante de movimento, o
dx i 1 x , H 1
i xi, 1 ∑ p 2j 1 1 ih ∂ ∑ p 2j
dt i i 2m j
i 2m dp i j
∂ p2 1 ∂p j p
1
2m
∑ dp i j 2m
∑ 2p j dp i
mi
j j
Ou seja,
dx i p i p i 0
dt m m
cuja solução é
p i 0
x i t x i 0 m t (2.27
que recorda a equação da trajetória clássica para o movimento retilíneo uniforme. É importante notar que,
embora se tenha
x i 0, x j 0 0
−it
m
Aplicando (1.4.53) a este comutador, ou seja,
ΔA 2 ΔB 2 ≥ 1 |〈A, B| 2
4
obtém-se
m d 2x −∇Vx
2
(2.35
dt
Isto é o análogo quântico da segunda lei de Newton. Tomando os valores esperados de ambos os lados com
respeito ao estado ket de Heisenberg, que não varia com o tempo, obtém-se a relação
2 d〈p
m d 2 〈x −〈∇Vx (2.36
dt dt
que é conhecida como teorema de Ehrenfest.
Observação 1: Este teorema, escrito na forma de valor esperado, tem sua validade independente da representação que
usamos, uma vez que esta quantidade é igual nas duas representações. Ao contrário, na forma de operador (2.2.35), tem
Observação 2: Observa-se que não aparece em (2.2.36); portanto, não de se surpreender que o centro de um pacote
de onda move-se tal como uma partículas clássica sujeita a um potencial Vx .
Kets de base na representação de Heisenberg. Assim, à medida que o tempo flui, os kets de base da
representação de Heisenberg, U |a , denotados por |a ′ , t H , movem-se de acordo com a equação
′
|a ′ , t H U |a ′ (2.41
i ∂ |a ′ , t H −H |a ′ , t H (2.42
∂t
Autovalores da representação de Heisenberg. Quanto aos autovalores, vemos de (2.2.40) que eles não
mudam com o tempo. Isto é consistente com a equivalência unitária de observáveis, onde A e U AU são ditos
equivalentes (Seç. 1.5). Note também a seguinte expansão para A H t em termos dos kets e bras de base da
representação de Heisenberg:
∑ U |a ′ a ′ 〈a ′ |U
a′
U ∑ |a ′ a ′ 〈a ′ | U
a′
U A S U
o que mostra que tudo é consistente, desde que os kets de base da represaentação de Heisenberg mudem de
acordo com (2.2.41).
Coeficientes de expansão.Os coeficientes de expansão de um estado ket em termos dos kets de base são
os mesmos em ambas as representações:
ket de base
t
ke t
o ke
ta d o
es
es ta d
Schrödinger Heisenberg
Função de onda. Em particular, a função de onda 〈x ′ | pode ser considerada como:
(1) o produto interno do autobra estacionário da posição com o estado ket movendo-se (representação de Schrödinger),
ou
(2) o produto interno do autobra da posição movendo-se com o estado ket estacionário (representação de Heisenberg).
Amplitues de transição. Para ilustrar ainda mais a equivalência entre as duas representações, vamos
estudar as amplitudes de transição, que terão um papel fundamental na Seç. 2.5. Suponha que existe um
sistema físico preparado em t 0 para estar num autoestado do observável A com autovalor a ′ . Num tempo t
mais tarde, podemos querer saber:
Qual é a amplitude de probabilidade (conhecidade como amplitude de transição) para que o sistema possa ser
encontrado num autoestado do observável B com autovalor b ′ ?
Schrödinger. Na representação de Schrödinger, o estado ket no instante t é dado por U |a ′ , enquanto que
os kets de base |a ′ e |b ′ não variam com o tempo. Assim, para essa amplitude de transição, temos
〈b ′ | U|a ′
base bra estado ket
Obviamente, estas duas amplitudes são iguais. Ambas podem ser escritas como
〈b ′ | Ut, 0 |a ′ (2.47
Com certa liberdade, podemos dizer que isto representa a amplitude de transição para “ir” do estado |a ′ ao
estado |b ′ .
Resumo das Diferenças entre as Representações.
Schrödinger Heisenberg
Estado ket Movimento: (2.15), (2.27) Estacionário
Obaservável Estacionário Movimento: (2.10), (2.19)
Ket de base Estacionário Movimento oposto: (2.41), (2.42)
1 −i x, p i p, x 1
2 2
i −i
1
Operador número. Com esses dois operadores, podemo construir um outro operador (hermitiano)
denominado de operador número
N aa (3.4)
H N 1 (3.6)
2
Autovalores de energia. Uma vez que H é uma função linear de N, N pode ser diagonalizada
simultaneamente com H. Vamos representar um autoket de N por seu autovalor n, tal que
N |n n |n
Devido a (3.6), temos também
E n n 1 (3.9)
2
Significado físico de a, a e N. Para compreendermos o significado físico de a, a e N, vamos primeiro
observar que
N, a a a, a a a, a a , a a −a
Da mesma forma,
N, a a a, a a a, a a , a a a
Estas relações implicam que a |n a |n são também autokets de N com autovalores aumentado (diminuído)
de um. Como o acréscimo (decréscimo) de n por um significa a criação (destruição) de um quantum de energia
, o termo operador de criação (operador de destruição) para a a torna-se apropriado.
As equações
N a |n n 1a |n
N a|n n − 1a|n
a |n n |n − 1
aa |n n a |n − 1 → a 2 |n nn − 1 |n − 2
aa 2 |n nn − 1 a |n − 2 → a 3 |n nn − 1n − 2 |n − 3
Autokets do operador número. Esta sequência de operações mostra que é possível obtermos autokets com
n cada vez menores até que a sequência termine, o que só pode acontecer se começarmos com um n positivo.
Mas n pode ser negativo? Podemos responder a esta questão, calculando-se a norma de a |n que, por
definição é sempre positiva ou nula. Assim,
def
〈n|a a |n ≥ 0
Mas, isto pode ser reescrito como
n| a a | n ≥ 0 → n| N | n ≡ n ≥ 0.
Logo, n só pode ser inteiro não negativo. Portanto, a sequência deve terminar quando n 0.
|n 1 a |n
n1
obtém-se
|1 a |0
a a 2
|2 |1 |0
2 2
a a 3
|3 |2 |0 (3.21
3 3!
a a n
|n |n − 1 |0
n1 n!
E n n 1 , n 0, 1, 2, …
2
Elementos de matriz. De (3.16) e (3.17) e da normalização dos |n, obtém-se os elementos de matriz do
operador de destruição a. Ou seja,
n ′ | a |n 〈n ′ | n |n − 1 n n ′ ,n−1
n ′ | a |n 〈n ′ | n 1 |n 1 n 1 n ′ ,n1
De (3.2), obtém-se
x a a , p i m −a a
2m 2
Agora podemos derivar os elementos de matriz de x e p.
Note que tanto x quanto p são não-diagonais na representação N. Isto é porque x e p, tal como a e a , não
comutam com o operador N.
Funções de onda do oscilador. Podemos também usar o método dos operadores para encontar as
autofunções da energia no espaço das posições (funções de onda). Vamos começar com o estado
fundamental definido por
a |0 0
que, na representação x, interpreta-se como
De (1.7.17)
x ′ | p | −i ∂ ′ 〈x ′ |,
∂x
podemos interpretar a equação anterior como uma equação diferencial. Ou seja,
x ′ | a |0 m i 〈x ′ | p |0 0
〈x ′ | x |0 m
2
ou
d 〈x ′ |0 0
x ′ 〈x ′ |0 m
dx ′
ou, finalmente,
x ′ x 20 d ′ 〈x ′ |0 0
dx
onde introduzimos
x0 ≡
m
que fixa uma escala de comprimento do oscilador. Esta equação é do tipo
dfx
x 20 xfx 0
dx
ou
df
− x2 dx
f x0
cuja solução é
2
ln f − x C
2x 0
ou
2
fx C exp − 1 x
x0
2
onde C podemos escolher através da normalização,
2
|C| 2 exp − 1
2
x 1
2 x0
Mas,
2
−
2
exp − 1 x
x0 x0
2
então
C 1
1/4 x 0
Logo,
〈x ′ |0 1 exp − 1 x′ 2
(3.30
1/4 x 0 2 x0
Da mesma forma, podemos obter as autofunções de energia para os estados excitados, calculando-se
x2 a 2 a 2 a a aa
2m
Assim,
〈x 2 〈a 2 a 2 a a aa
2m
0| a 2 |0 0| a 2 |0 0| a a |0 0| aa |0
2m
2
0| aa |0 x0
2m 2m 2
Da mesma forma,
〈p 2 − m 〈a 2 − aa − a a a 2
2
m 〈aa
2
m
2
Relações de incerteza. Das definições de x e p em termos dos operadores a e a , podemos mostrar que
〈x 0, 〈p 0.
Logo,
Δx 2 〈x 2 − 〈x 2 〈x 2
2m
e
Representação de Heisenberg
ou
da m p i m p
m m −m x m − i x
2
dt 2 2
ip
−i m x m i a
2
e
da m p i m p
m − m −m x m i x
2
dt 2 2
ip
i m x − m ia
2
Logo, as equações diferenciais para x e p (acopladas) podem ser substituídas pelas correspondentes para a e
a
da −ia, da ia
dt dt
cujas soluções são
at a0 exp−it, a t a 0 expit (3.43
Casualmente, essas relações mostram explicitamente que os operadores N e H são independentes do tempo.
Por exemplo,
N a tat a 0 expit a0 exp−it |a0| 2 .
x a a , p i m −a a
2m 2
encontra-se
m ip0
x0 − m expit
2m 2
ip0 1 x0 − ip0 expit
1 x0 m exp−it m
2 2
expit exp−it p0 expit − exp−it
x0 m
2 2i
ou
p0
xt x0 cost m sent
Da mesma forma
pt −mx0 sent p0 cost.
Estas equações parecem muito com as equações clássicas do movimento. Vemos que os operadores x e p
“oscilam” da mesma forma que seus análogos clássicos.
Lema de Baker-Hausdorff
Seja a função de operadores e iG Ae −iG , onde A é um qualquer operdor, G é um operador hermitiano e é um
parâmetro real: Como expandir esta função numa série de Taylor?
Vamos chamar esta função de A e iG Ae −iG . Vamos derivar esta função sucessivamente em relação a .
Ou seja,
dA
iGe iG Ae −iG − ie iG Ae −iG G iG, A
d
d 2 A dA dA
d i G, i 2 G, G, A
d 2 d d d
d 3 A d 2 A
i G, i 3 G, G, G, A
d 3 d 2
i ∂ |, t 0 ; t H |, t 0 ; t
∂t
que, multiplicada escalarmente pelo autobra (estacionário) 〈x ′ | enconta-se
i ∂ 〈x ′ |, t 0 ; t −
2
∇ ′2 〈x ′ |, t 0 ; t Vx ′ 〈x ′ |, t 0 ; t (4.7)
∂t 2m
que reconhecemos ser a famosa equação de onda de Schrödinger dependente do tempo, geralmente escrita
como
i ∂ x ′ , t −
2
∇ ′2 x ′ , t Vx ′ x ′ , t (4.8)
∂t 2m
Nota: A mecânica quântica baseada na equação de onda (2.4.8) é conhecida como mecânica ondulatória. Esta
equação é, de fato, o ponto de partida de muitos livros de texto sobre mecânica quântica. Porém, em nosso formalismo,
isto é apenas a equação de Schrödinger para o estado ket escrita explicitamente na base x, quando o operador
Hamiltoniano adotado é da forma (2.4.2).
i ∂ 〈x ′ |a ′ exp−iE a ′ t/ −
2
∇ ′2 〈x ′ |a ′ exp−iE a ′ t/
∂t 2m
Vx ′ 〈x ′ |a ′ exp−iE a ′ t/
ou
Então, podemos omitir a referência a a ′ e simplesmente escrever (2.4.10) como uma equação diferencial
parcial que será satisfeita pela autofunção da energia u E x ′ :
− 2 ∇ ′2 u E x ′ Vx ′ u E x ′ E u E x ′ (2.4.
2m
Esta é a equação onda de Schrödinger dependente do tempo.
Condições de contorno. Para resolver esta equação, precisamos impor algumas condições de contorno.
Solução para E V. Se procuramos soluções com
E lim
′
Vx ′
|x |→
onde a desigualdade vale para |x ′ | → em qualquer direção, a condição de contorno apropriada para este
caso é
u E x ′ → 0, para |x ′ | → (4.13
Fisicamente, isto significa que a partícula está ligada ou confinada dentro de uma região finita do espaço. Para
este caso, as soluções u E possuem as seguintes propriedades.
Propriedades das soluções u E para partícula confinada. Sabemos da teoria das equações diferenciais que
(2.4.11) sujeita à condição de contorno (2.4.13) somente possuem soluções não triviais para um conjunto de
valores discretos de E. É neste sentido que a equação de Schrödinger independente do tempo produz a
quantização dos níveis de energia.
assciar || 2 com uma densidade de probabilidade. Seja então esta densidade definida como
x ′ , t |x ′ , t| 2 |〈x ′ |, t 0 ; t| 2 (4.14
A quantidade
x ′ , t d 3 x ′
nos dá a probabilidade, num instante t, de encontrar a partícula dentro de um pequeno elemento de volume
d 3 x ′ em torno da posição x ′ .
Equação da continuidade. Usando a equação de Schrödinger dependente do tempo podemos mostrar
facilmente que
∂
∇j 0 (4.15
∂t
onde representa || 2 como antes, e jx, t é conhecido como fluxo de probabilidade, dado por
A interpretação estatística mais satisfatória de || 2 foi dada pela primeira vez por M. Born.
O Limite Clássico
Agora vamos discuitir o limite clássico da mecânica ondulatória. Seja a equação de Schrödinger dependente
do tempo,
i ∂ −
2
∇ 2 V .
∂t 2m
Para
exp iS
encontramos
− ∂S 1 |∇S| 2 V
∂t 2m
ou
1 |∇Sx, t| 2 Vx ∂Sx, t 0 (4.27
2m ∂t
Equação de Hamilton-Jacobi. A Eq. (2.4.27) é a equação de Hamilton-Jacobi da mecânica clássica, onde
Sx, t representa a função principal de Hamilton. Assim, não é por acaso que, no limite → 0, a mecânica
clássica esteja contida na mecânica ondulatória de Schrödinger. Temos uma interpretação semiclássica para a fase
da função de onda: vezes a fase é igual à função principal de Hamilton, desde que possa ser considerado como uma
quantidade pequena.
Estados estacionários. Vamos olhar para os estados estacionários com dependência temporal exp−iEt/.
Neste caso, a Hamiltoniana clássica não depende explicitamente do tempo e a função de principal de Hamilton
que é consistente com nossa identificação anterior de ∇S/m com alguma tipo de velocidade.
∂S constante
∂x
∂S ≡
dWx
2mE − Vx constante
∂x dx
então
constante 1
E − Vx ′ 1/4 v clássica
exp iS
encontramos,
constante
x
x, t exp i dx ′ 2mE − Vx ′ − iEt . (4.35
E − Vx 1/4
Esta solução aproximada é conhecida com solução WKB (Wentzel, Kramers e Brillouin).
O que significa dizer é pequeno? A condição
|∇ 2 S| |∇S| 2
é equivalente em problemas unidimensionais a
2 2
d S2 dS .
dx dx
Como
dS dWx 2mE − Vx
dx dx
então
d2S 2m 1 dVx
dx 2 2 E − Vx dx
2
dS 2m|E − Vx|
dx
Logo,
2 2 dVx
d S2 dS → m 1 2mE − Vx
dx dx 2 E − Vx dx
para E V, ou
dVx
2mE − Vx
2mE − Vx dx
2mE − Vx
a condição torna-se
2mE − Vx
(2.4.3
|dVx/dx|
Em outras palavras, deve ser pequeno comparado com a distância característica sobre a qual o potencial
varia apreciavelmente. Grosso modo, o potencial deve ser essencialmente constante sobre muitos
Vamos considerar agora o caso onde E − Vx 0, cujos valores de x são conhecidos como região
classicamente proibida. A teoria clássica de Hamilton-Jacobi não faz sentido neste caso, tal que nossa solução
aproximada(2.4.35) tem que ser modificada.
Solução análoga para a região V E. Pode-se mostrar, por substituição direta, que a função
constante
x
x, t exp 1 dx ′ 2mVx ′ − E − iEt (4.38
Vx − E 1/4
satisfaz a equação de onda, com a condição de que / 2mV − E seja pequeno comparado com a distância
característica na qual o potencial varia.
Pontos de retorno. Nenhuma das soluções semiclássicas tem sentido próximas de um ponto de retorno
clássico, definido pelo valor de x para o qual
Vx E
uma vez que (ou i) torna-se infinito naquele ponto, levando a uma forte violação da condição (2.4.37). De
fato, é uma tarefa não trivial “casar” as duas soluções através do ponto de retorno. O procedimento padrão é
baseado nas seguintes etapas:
1. Lineariza-se o potencial Vx nas proximidades do ponto de retorno x 0 , definido pela raiz de Vx 0 E. Ou seja,
Vx ≃ Vx 0 dV x − x 0
dx xx 0
d2uE − 2m dV x − x 0 u E 0
dx 2 2 dx xx 0
exatamente, para obter uma terceira solução envolvendo as funções de Bessel de ordem 1/3 (funções de Airy) válida
próximo de x 0 .
3. “Casa-se” esta solução às outras duas, escolhendo-se apropriadamente várias constantes de integração.
Vamos aplicar os resultados da análise da aproximação WKB para um poço de potencial (estados ligados),
mostrado esquematicamente na figura abaixo. Nesta figura, as regiões são caracterizada pelas seguintes
condições:
Região II
Região I Região III
x1 x2 x
As soluções são:
Regiões I e III
x
I,III x, t C1 exp 1 dx ′ 2mVx ′ − E − iEt
Vx − E 1/4
Região II
x
II x, t C2 exp i dx ′ 2mE − Vx ′ − iEt
E − Vx 1/4
Regiões de transição
Nos pontos de retorno, x x 1 e x x 2 , temos que resolver a equação de Schrödinger exata para o potencial
linearizado. Ou seja,
d 2 u E − 2 x − x u 0
0 E
dx 2
onde
1/2 1/2
2m dV 1 2mV ′ x 0
2 dx xx 0
Fazendo uma mudança de variável do tipo
1/3
z 2/3 x − x 0 1 2mV ′ x 0 x − x 0
encontra-se
d d dz 2/3 d e d 2 4/3 d 2
dx dz dx dz dx 2 dz 2
Portanto,
2 2
4/3 d u2E − 2/3 z u E 0
dz
ou
z 2/3 x − x 0 2/3 V −′ E
V
Comportamento assintótico na região II. Então, o comportamemto assintótico de Aiz para z 0 V E é
1/2
V′
Aiz cos − 2 x 0 − x 3/2 −
E − V 2/3 3 4
x
x
x 0 − x dx ′ − 2 x 0 − x 3/2
0 3
então, a forma assintótica torna-se
1/2
V′
x x 0 − x dx ′
x
Aiz cos
E − V2/3 0 4
ou
1/2
V′
x 2mV ′ E −′ V dx ′
x
Aiz cos 1
2/3 E − V 0 V 4
e, finalmente
1/2
V′
x 2mE − Vx ′ dx ′
x
Aiz cos 1 (*)
E − V
2/3 0 4
Forma assintótica nas regiões I e II. Da mesma maneira podemos obter a forma assintótica para as regiões
onde V E x 0. Encontramos
1/2
V′
x
x
Aiz exp − 1 2mVx ′ − E dx ′ (**)
E − V
2/3 0
Continuidade da função através dos pontos x 1 e x 2 . Queremos agora que a solução (aproximada) da
Da mesma forma com o ponto x 2 , ao passarmos da região III para a região II:
1/2
V′
x 2mE − Vx ′ dx ′
x
u 2
II x C2 cos 1
2/3 E − V 2 4
Solução única. Como a solução na região II deve ser única, os argumentos dos cossenos diferem, no
máximo, por um múltiplo inteiro de . Logo,
2mE − Vx ′ dx ′
x
− 1 n
x2 4
e, finalmente,
x
x2
2mE − Vx ′ dx ′ n 1 , n 0, 1, 2… (4.43
1 2
Esta equação é simplesmente a condição de quantização de Bohr-Sommerfel (exceto pelo fator 1/2, escrita
como
p dq nh
onde a integral é calculada sobre um período completo do movimento clássico, de x 1 a x 2 , ida e volta.
V(x)
⎧mgx, x>0
V (x) = ⎨
x ⎩∞, x < 0.
x=0
x
V(x)
Condição de quantização. A condição de quantização (4.43), para as soluções ímpares, nos fornece,
−E/mg dx
E/mg
2mE − mg|x| n ímpar 1 , n ímpar 1, 3, 5, …
2
ou, de forma equivalente,
0
E/mg
dx 2mE − mgx n − 1 , n 1, 2, 3, …
4
0
E/mg
dx 2mE − mgx
Logo,
2 2 E 3 n − 1 ,
3g m 4
ou
2
8 E3 n − 1 22
9g 2 m 4
e, finalmente,
2/3
3 n− 1
En 4 mg 2 2 1/3
2
que é da forma
−iE a ′ t − t 0
x ′ , t ∑ c a t 0 u a x ′ exp
′ ′
a′
onde usamos
u a ′ x ′ 〈x ′ |a ′ ,
para representar a autofunção do operador A com autovalor a ′ . Note também que
reconhecida com a regra usual em mecânica ondulatória para obter os coeficientes de expansão do estado
inicial
c a ′ t 0 d 3 x ′ u ∗a x ′ x ′ , t 0 .
′
−iE a ′ t − t 0
d 3 x ′ ∑ 〈x ′′ |a ′ 〈a ′ |x ′ exp
〈x ′ |, t 0
a′
−iE a ′ t − t 0
d 3 x ′ ∑ 〈x ′′ |a ′ 〈a ′ |x ′ exp
x ′ , t 0
a′
ou
aqui o núcleo (kernel) do operador integral, conhecido como propagador em mecânica ondulatória, é dado por
−iE a ′ t − t 0
Kx ′′ , t; x ′ , t 0 ∑ 〈x ′′ |a ′ 〈a ′ |x ′ exp
(5.8)
a′
Em qualquer que seja o problema, o progador depende apenas do potencial e é independente da função de onda inicial.
Pode ser construído uma vez que as autofunções da energia e seus autovalores sejam conhecidos.
Evolução temporal da função de onda. A evolução temporal da função de onda é completamente predita se
′′ ′ ′
Kx , t; x , t 0 é conhecido e x , t 0 é dado inicialmente.
Teoria causal. Neste sentido, a mecânica ondulatória de Schrödinger é uma teoria perfeitamente causal. A
evolução temporal de uma função de onda sujeita a algum potencial é tão determinística como qualquer outra
Capítulo 2 Dinâmica Quântica 40
coisa em mecânica clássica, desde que o sistema não seja perturbado. Talvez a única característica peculiar é
que quando se realiza uma medida, a função de onda muda abruptamente, de uma maneira incontrolável, para
uma das autofunções do observável que está sendo medido.
Propriedades do propagador. Existem duas propriedades do propagador:
1) Para t t 0 , Kx ′′ , t; x ′ , t 0 satisfaz a equação de Schrödinger dependente do tempo nas variáveis x ′′ e t, com x ′
e t 0 fixos.
∑ u ∗a x ′ , t 0 u a x ′′ , t.
′ ′
a′
Como u a ′ x ′′ , t satisfaz a equação de onda de Schrödinger, uma combinação linear (desde que x ′ e t 0 sejam
fixos) também a satisfaz e, portanto, K deve também satisfazer a mesma equação de onda.
Demonstração. Isto pode ser mostrado, usando-se a completeza da base |a ′ . De fato, a Eq. (2.5.8),
−iE a ′ t − t 0
Kx ′′ , t; x ′ , t 0 ∑ 〈x ′′ |a ′ 〈a ′ |x ′ exp
a′
reduz-se a
−iE a ′ t − t 0
Kx ′′ , t; x ′ , t 0 〈x ′′ |x ′ exp
e, portanto, usando a ortogonalidade dos |x ′ encontramos
−iE a ′ t − t 0
Kx ′′ , t; x ′ , t 0 3 x ′′ − x ′ exp .
Agora, tomando o limite quando t → t 0 , esta expressão torna-se
lim
t→t
Kx ′′ , t; x ′ , t 0 3 x ′′ − x ′ .
0
Interpretação física do propagador. Devido a essas duas propriedades, o propagador, quando considerado como
′′
função de x é simplesmente a função de onda, no instante t, de uma partícula que estava precisamente localizada no
ponto x ′ num instante anterior t 0 . De fato, esta interpretação segue, talvez de uma maneira mais elegante, da
observação de que (2.5.8) também pode ser escrita como
−iE a ′ t − t 0
Kx ′′ , t; x ′ , t 0 〈x ′′ | exp |x ′ . (2.5.
onde o operador evolução temporal atuando sobre |x ′ é justamente o estado ket no instante t de um sistema
que estava precisamente localizado na posição x ′ no instante t 0 t.
Solução geral usando o propagador. Se quisermos resolver um problema mais geral, onde a função de onda
x d3x′ 1
|x − x ′ |
x ′ (potencial eletronstático).
(potencial de q1)
Equação de Green para o propagador. O propagador pode então ser considerado como a função de Green
para a equação de onda dependente do tempo:
Cálculo da integral. Esta integral pode ser facilmente calculada, completando-se o quadrado na exponencial
′
do termo p . Ou seja,
1 dp ′ exp − it − t 0 mx ′′ − x ′
Kx ′′ , t; x ′ , t 0 p ′2 2p ′
2 − 2m t − t 0
1 dp ′ exp −a p ′ b − b 2
2
2 −
1 expab 2 dp ′ exp −ap ′ b 2
2 −
onde
it − t 0 mx ′′ − x ′
a , b
2m t − t 0
Mas,
− e −apb dp
2
a
Kx ′′ , t; x ′ , t 0 1 expab 2
2 a
1 it − t 0 m 2 x ′′ − x ′ 2
exp
2 it − t 0 2m t − t 0 2
2m
m imx ′′ − x ′ 2
exp .
2it − t 0 2t − t 0
Integral espacial envolvendo Kx ′′ , t; x ′ , t 0 . Certas integrais envolvendo Kx ′′ , t; x ′ , t 0 são de grande interesse.
Considere a integral sobre todo espaço de
−iE a ′ t
Kx ′′ , t; x ′ , t 0 ∑ 〈x ′′ |a ′ 〈a ′ |x ′ exp
a′
para x ′ x ′′ t 0 0:
−iE a ′ t
Gt ≡ d 3 x ′ Kx ′ , t; x ′ , 0 d 3 x ′ ∑ |〈x ′ |a ′ | 2 exp
a′
−iE a ′ t −iE a ′ t
∑ exp
d 3 x ′ |〈x ′ |a ′ | 2 ∑ exp
a′ a′
Por este motivo, algumas técnicas encontradas no estudo dos propagadores em MQ são també úteis em
mecânica estatística.
Integral temporal envolvendo Kx ′′ , t; x ′ , t 0 . Outra integral importante envolve a transformada de
Laplace-Fourier de Gt:
̃ E − i
G
0 dt Gt expiEt/.
Ou seja
̃ E − i
G
0 dt ∑ exp−iE a t/ expiEt/
′
a′
− i
∑ 0 dt exp iE − E a ′ t/
a′
−i ∑ ∑ −i
− iE iE a ′ − iE iE a ′
a′ a′
̃ E, encontramos
No limite lim →0 G
̃ E
G ∑ 1 .
E − E a′
a′
x ′′ , t | x ′ , t 0 .
onde |x ′ , t 0 e 〈x ′′ , t| são, respectivamente, autoket e autobra do operador posição na representação de
Heisenberg.
O que significa um produto da forma b′, t | a′ ? Na Seç. 2.2 vimos que b ′ , t | a ′ , na notação da
representação de Heisenberg é a amplitude de probabilidade para um sistema, originalmente preparado num
autoestado de A com autovalor a ′ no tempo inicial t 0 0, ser encontrado num tempo posterior t num
autoestado de B com autovalor b ′ . Foi o que se chamou de amplitude de transição para ir do estado |a ′ para o
estado |b ′ .
E o que significa Kx ′′ , t; x ′ , t 0 x ′′ , t | x ′ , t 0 ? A diferença com o caso anterior fica por conta da escolha de
t 0 0. Mas o que é relevante aqui é a diferença t − t 0 . Portanto, podemos identificar x ′′ , t | x ′ , t 0 como a
amplitude de probabilidade para a partícula preparada no instante t 0 com autovalor da posição x ′ ser encontrada num
instante posterior t na posição x ′′ . Grosso modo, Kx ′′ , t; x ′ , t 0 é a amplitude de probabilidade para uma partícula ir
de um ponto espaço-temporal x ′ , t 0 para outro ponto espaço-temporal x ′′ , t.
pode ser considerada como a transformção que conecta as duas bases em tempos diferentes.
Notação simétrica. Vamos usar uma notação mais simétrica para as coordenadas espaciais e temporais. Ou
seja, faremos a substituição
x ′′ , t | x ′ , t 0 → x ′′ , t ′′ | x ′ , t ′
d 3 x ′′ |x ′′ , t ′′ 〈x ′′ , t ′′ | 1.
Evolução temporal. Podemos usar esse operador identidade para escrever a evolução temporal de um
sistema físico do instante t ′ para o instante t ′′′ . Para isso, podemos dividir o intervalo t ′ , t ′′′ em duas partes,
t ′ , t ′′ e t ′′ , t ′′′ . Logo,
x ′′′′′′ → x N
Amplitude de transição de x 1 , t 1 x N , t N .
Com esta notação, vamos considerar a amplitude de transição
para uma partícula indo do ponto espaço-temporal inicial x 1 , t 1 para o final x N , t N . Vamos dividir o intervalo
total entre t 1 e t N em N − 1 partes iguais:
t N − t 1
t j − t j−1 Δt
N−1
Explorando a propriedade da composição, obtemos
t
(xN, tN)
tN
tN-1
tr
t3
t2
t1
(x1, t1) x
Caminhos no plano x − t.
Considere o plano espaço-tempo. Os estados inicial e final são pontos fixos neste plano: x 1 , t 1 e x N , t N ,
respectivamente. Para cada segmento de tempo, digamos entre t n−1 e t n , devemos considerar a amplitude de
transição para ir de x n−1 , t n−1 até x n , t n ; integra-se então sobre x 2 , x 3 , … , x N−1. Isto significa que devemos somar
sobre todos os possíveis caminhos no plano espaço-tempo, mantendo-se fixos os pontos das extremidades.
Como aparecem? Suponha que se tenha uma partícula sujeita a um campo de força derivável de um
potencial Vx. A Lagrangeana clássica é escrita como
2
L clássica x, ẋ mv − Vx
2
Dada esta Lagrangeana, com os pontos das extremidades especificados, existe apenas um único caminho que
corresponde ao movimento real da partícula.
Exemplo. Dados
onde h pode significar a altura da Torre Inclinada de Pisa, o caminho clássico no plano x − t pode ser apenas
gt 2
x h− .
2
De uma maneira geral, de acordo com o princípio de Hamilton, o caminho único é aquele que minimiza a ação,
definida como a integral temporal da Lagrangeana:
dt L clássica x, ẋ 0
t2
(5.35
t1
Formulação de Feynman
Diferença entre clássica e quântica. A diferença básica entre as mecânicas clássica e quântica está na
associação de caminhos no plano x-t ao movimento da partícula.
Clássica: caminho único (definido).
Quântica: todos os possíveis caminhos, mesmo aqueles que não têm nenhuma semelhança com os caminhos
clássicos. Além disso, de algum modo deve reproduzir a mecânica clássica no limite → 0 de maneira suave.
Como fazer isto? Observação de Dirac
t2 dt L clássica x, ẋ
exp i “corresponde a” x2, t2 | x1, t1 .
t1
Postulados de Feynman
Lembrando: x N , t N | x 1 , t 1 é a amplitude de probabilidade para a partícula, saindo de x 1 no instante t 1 , chegar a
x N no instante t N .
(1) xN, tN | x1, t1 é a soma de infinitas amplitudes parciais, uma para um cada dos caminho conectando x 1 , t 1 com
x N , t N .
|, t 0 ; t → Vx
|, t 0 ; t → Ṽ x Vx V 0
|, t 0 ; t → |, t t 0
|, t 0 ; t → |, t t 0 .
p2 t − t 0
|, t 0 ; t exp −i Vx |
2m
p2 t − t 0
|, t 0 ; t exp −i Vx V 0 |
2m
Em outras palavras, a dependência temporal calculada com Ṽ no lugar de V equivale à seguinte mudança:
E → E V0.
Efeitos observáveis, tais como valores esperados de 〈x e 〈S sempre dependem da diferença de energias tal que não
mudam por um fator de fase constante.
Transformações de calibre. Este é o primeiro exemplo de uma classe de transformações conhecidas como
transformações de calibre (ou de gauge). A mudança na convenção para energia de ponto zero do potencial
deve ser acompanhada por uma mudança no estado ket. Ou seja,
−iV 0 t − t 0
Vx → Vx V 0 |, t 0 ; t → exp |, t 0 ; t
Fisicamente o uso de Vx V 0 t em lugar de Vx significa que devemos escolher um novo ponto zero da
escala de energia em cada instante de tempo.
Diferença de potencial. Embora a escolha da escala absoluta de potencial seja arbitrária, diferenças de
potencial têm significado físico não trivial e pode ser detectado da seguinte maneira:
Montagem. Veja a figura e, em seguida, a explicação da montagem.
V 2(t)
ΔV = V2-V 1
Região de
interferência
V 1(t)
um feixe de partículas carregadas divide-se em 2 partes e cada uma delas entra num guia metálica (v. figura
abaixo).
pode-se aplicar uma ddp entre os dois guias através de uma bateria.
cada partícula no feixe pode ser visualizada como um pacote de onda.
Experiência. Considere a experiência relativa à figura acima.
Aplica-se uma ddp depois que os pacotes de onda (partículas carregadas) entrem nos guias e desliga-se antes que
os pacotes deixem os guias.
O potencial dentro dos guias é espacialmente uniforme: região metálica. Por isso, não há forças atuando sobre as
partículas (o campo elétrico no interior do metal é nulo).
Recombina-se as duas componentes do feixe numa região de interferência indicada na figura. Devido à existência
do potencial, cada componente do feixe sofre uma mudança de fase indicada por (2.6.7), ou seja,
t V 0 t ′
exp −i dt ′ |, t 0 ; t
t0
Como resultado disso, existe um termo de interferência observável na intensidade do feixe na região de
interferência, isto é
cos 1 − 2 , sen 1 − 2
onde
tf
1 − 2 1
t i
dt V 2 t − V 1 t
Portanto, embora a partícula não sofra a influência de uma força, existe um efeito observável que depende se a ddp
V 2 t − V 1 t foi ou não aplicada.
Conclusão. Como a massa não aparece na equação, na ausência da resistência do ar, uma pena e uma pedra
comportam-se da mesma maneira - de acordo com Galileo - sob a influência da gravidade.
Efeitos gravitacionais em mecânica quântica. Agora vamos examinar o mesmo problema sob o ponto de vista
da mecânica quântica. Neste caso, o análogo da equação de Newton é a equação de onda:
2 ∇2 m ∂
− grav i . (6.11
2m ∂t
Conclusão. Neste caso a massa não se cancela, mas aparece como combinação de /m, tal que, nos
problemas onde esperamos que m também apareça.
Teorema de Ehrenfest. Partindo da equação de Schrödinger, podemos derivar o teorema de Ehrenfest:
d 2 〈x −gẑ .
dt 2
Observe que nem nem m aparece na equação. Entretanto, para observarmos os efeitos gravitacionais
através da mecânica quântica, devemos estudar efeitos nos quais (e, portanto, m) aparece explicitamente.
Queda livre de partículas elementares. Até 1975, a única evidência experimental que estabelecesse a
presença do termo m grav foi observada na queda livre de partículas elementares; porém, a equação clássica
do movimento (ou teorema de Ehrenfest, onde não aparece) é suficiente para explicá-lo.
A força gravitacional é fraca. A força gravitacional é muito fraca para que seja facilmente observada.
Comparada com a força elétrica, a força de Coulomb nas mesmas condições é maior por um fator 2 10 39 .
D
B
D
B l2 sen δ
l2 δ
A C A C
l1
(b)
(a)
Variando gradualmente o ângulo até 90º predizemos que a intensidade na região de interferência apresenta
55, 6
uma série de máximos e mínimos; quantitativamente seriam ≃ 9 oscilações.
2
0 π
2
δ
Resultado experimental. Resultado experimental obtido por R. Colella, A. Overhauser and S. A. Werner.
Phys Rev. Lett. 34, 1472 (1975).
Hamiltoniana. A Hamiltoniana clássica para uma partícula carregada com carga e (e 0 para o elétron)
sujeita a um campo eletromagnético:
H 1 p − eA 2
e
2m c
Hamiltoniano. Em MQ, e A são funções do operador posição x da partícula carregada. Como p e A não
comutam, deve-se ter cuidado ao interpretar a Hamiltoniana. O procedimento mais seguro é escrever
2
p − ecA
2
→ p2 − e pAAp e A2.
c c
Neste forma o Hamiltoniano é hermitiano.
Como H 1 p − eA 2
e, então
2m c
p − ecA
2
x i , H x i , 1 e
2m
p − ecA x i , e x i , 1 p − ecA
2 2
xi, 1
2m 2m
1 xi, p − ecA p − cA e 1 x i , p − ecA p − ecA
2m 2m
1 xi, p − ecA p− c eA 1 p − ecA x i , p − ecA
2m 2m
onde usamos A, BC A, BC BA, C. Como x i , A 0 (A é uma função de x), então
∑ ê j x i , p j ∑ ê j i ij iê i
j j
Logo,
x i , H 1 x, p − ecA p − ecA 1 p − ecA x i , p − ecA
2m i 2m
i ê i p − ecA i p − ecA ê i
2m 2m
i eA i
m pi − c
Portanto,
i p − eA i
dx i x i , H m i c p i − eA i /c
m
dt i i
que mostra que o operador p definido neste livro como sendo o gerador das translações, não é o mesmo que
mdx/dt.
Momento canônico e momento mecânico. O momento p (gerador das rotações) é chamado de momento
canônico para diferenciar do momento mecânico
≡ m dx p − ecA
dt
Relações de comutação. Embora
p i , p j 0
para o momento canônico, para o momento mecânico o comutador não se anula:
i , j p i − ec A i , p j − ec A j
p i , p j − ec p i , A j − ec A i , p j ec A i , A j
2
− ec p i , A j − ec A i , p j − ec p i , A j A i , p j
Então
H e
2
2m
Agora sabemos que
m d 2x d F L
2
dt dt
onde F L é força de Lorentz.
Força de Lorentz: versão quântica. Vamos usar a versão quântica da força de Lorentz,
FL e E 1
cvB e E 1c dx B , ou seja
dt
FL e E 1 dx B − B dx
2c dt dt
Equação de movimento. Portanto, a equação de movimento da partícula carregada na presença de E e B
será
m d 2x d e E 1 dx B − B dx
2
dt dt 2c dt dt
que é o teorema de Ehrenfest escrito na representação de Heisenberg.
〈x ′ |H |, t 0 ; t i ∂ x ′ | , t 0 ; t .
∂t
Inicialmente vamos calcular 〈x ′ | H |, t 0 ; t, onde
H 1 p − eA 2
e
2m c
Lembrando que
〈x ′ | p | −i∇ ′ x ′ |
encontramos para o primeiro termo de H
eAx 2
〈x ′ | p − c |, t 0 ; t
eAx eAx
〈x ′ | p − c p− c |, t 0 ; t
eAx ′ eAx
−i∇ ′ − c 〈x ′ | p − c |, t 0 ; t
eAx ′ eAx ′
−i∇ ′ − c −i∇ ′ − c x ′ | , t 0 ; t
ex ′ x ′ | , t 0 ; t i ∂ x ′ | , t 0 ; t
∂t
ou
′
1 −i∇ ′ − eAx eAx ′
c −i∇ ′ − c x ′ , t
2m
Equação da continuidade. A partir da equação acima podemos obter a equação da continuidade da seguinte
maneira:
̃ ′ ∇′ − ieAx ′
Usando a notação ∇ , encontramos
c
1 ∗ −i∇̃ ′ −i∇̃ ′ e ∗ i ∗ ∂
2m ∂t
∗
1 i∇̃ ′∗ ′∗ ∂
i∇̃ ∗ e ∗ −i
2m ∂t
Subtraindo as duas equações
1 ∗ −i∇̃ ′ −i∇̃
′
e ∗ −
2m
′∗ ′∗ ∂ ∂ ∗
− 1 i∇̃ i∇̃ ∗ − e ∗ i ∗ i
2m ∂t ∂t
ou
∂ ∗
− ∗ ∇̃ ∇̃ ∇̃ ∇̃ ∗
2 ′ ′ 2 ′∗ ′∗
i
∂t 2m 2m
ou ainda
∂ ∗
i
′ ′ ′ ′ ∗
∗ ∇̃ ∇̃ − ∗ ∇̃ ∇̃
∂t 2m
Como z − z ∗ 2i Imz, encontra-se
∂ ∗ ′ ′
m Im ∗ ∇̃ ∇̃ 0
∂t
Voltando às variáveis antigas obtém-se
∇ ′ − ieA ∇ ′ − ieA
′ ′
∗ ∇̃ ∇̃ ∗
c c
2
∗ ∇ ′ ∇ ′ − ie ∗ ∇ ′ A − ie ∗ A ∇ ′ − e |A | 2 ∗
c c c
∗ ∇ ′ ∇ ′ − ie ∗ ∇ ′ A − ie ∗ A ∇ ′ − ie ∗ A ∇ ′
c c c
2
− e |A | 2 || 2
c
ou
∇ ′ ∗ ∗ ∇ ′ ∇ ′ ∗
2
− 2e A V − e |A | 2 || 2
c c
′ ∗ ′ ie ′
m Im ∇ ∇ − c ∇ A ||
2
′ ∗ ′ e ′
m Im∇ ∇ − mc ∇ A ||
2
∇′ ∗ ′ e
m Im ∇ − mc A||
2
Finalmente, a expressão
∂ ∗ ′ ′
m Im ∗ ∇̃ ∇̃ 0
∂t
pode ser reescrita como ∗
∂
∇ ′ j 0,
∂t
onde o fluxo de probabilidade é definido por
j e
m Im exp−iS/∇ expiS/ − mc A
i e
m Im ∇S − mc A
m ∇S − ecA (6.33
d3x′ 1 ∗ ′
m Im i −i∇ − mc A ||
e 2
1 d 3 x ′ ∗ −i∇ ′ −
mc d x A
m e 3 ′ ∗
〈p e〈A 〈p −eA/c 〈
m − mc m m
→ − 1c ∂ , A → A ∇
∂t
que deixam os campos, dependentes do tempo, dados por
E − ∇ − 1 ∂A , B ∇ A,
c ∂t
inalterados. Trataremos aqui de campos e pontenciais estáticos e as transformações de gauge referem-se a
→ , A → A ∇.
Resultado clássico
x̂ ∂ ŷ ∂ ẑ ∂
Bxy Bxy
∇
2 ∂x ∂y ∂z 2
By
x̂ ŷ Bx
2 2
e, portanto,
−By By
A x̂ ŷ Bx − x̂ − ŷ Bx By x̂ .
2 2 2 2
Agora, podemos mostrar que, independentemente do qual A nós usarmos, a trajetória da partícula carregada
com um dado conjunto de condições iniciais, é a mesma; tem a forma helicoidal - isto é, um movimento circular
quando projetado no plano xy, superposto com um movimento retilíneo uniforme.
O momento p não é invariante por calibre. Embora a trajetória seja indepedente do qual A for usado
(invariante por calibre), o mesmo não acontece com o momento canônico p. Por exemplo, vamos analisar p x e
p y . No caso de usarmos A na forma da Eq. (2.6.41), isto é,
A −By x̂
a Hamiltoniana clássica da partícula no campo magnético é dada por
2
H 1 p − eA 2
1 p eBy x̂
2m c 2m c
e a equação de movimento de Hamilton para o momento p x é dada por
− ∂H 0
dp x
dt ∂x
uma vez que H não depende de x. Assim, neste caso o momento p x é uma constante de movimento.
Por outro lado, usando a forma (2.6.40), a Hamiltoniana torna-se
2
H 1 p eBy x̂ − eBy ŷ
2m 2c 2c
e, portanto,
− ∂H ≠ 0
dp x
dt ∂x
deixando de ser uma constante de movimento. Ao contrário do momento canônico, o momento mecânico , ou
Resultado Quântico
Valores esperados. Podemos requerer que os valores esperados em mecânica quântica se comportem de
maneira similar às correspondentes quantidades clássicas sob transformações de calibre. Assim, 〈x e 〈 não
mudariam sob essas transformações, enquanto p sim.
Ket na presença de A. Vamos denotar por | o estado ket na presença de A; o estado ket para a mesma
situação física, quando
à A ∇
é usado no lugar de A é denotado por |̃ . Aqui tanto , quanto A, é função do operador posição x. Nossas
exigências básicas são
| x | ̃ | x |̃
e
Além disso, vamos exigir, como de costume, que a norma do estado ket seja preservada:
| ̃ | ̃ .
Portanto,
G p − ecA − e∇c G e∇c p − ecA − e∇c p − ecA
como se queria.
★ Leia a demonstração alternativa feita diretamente sobre a equação de onda de Schrödinger.
Resumo. Quando potenciais vetoriais em diferentes gauges são usados para a mesma situação física, os
correspondentes estados kets (ou funções de onda) deve ser necessariamente diferentes. Porém, apenas uma
pequena mudança é necessária: multiplicar o ket correspondente ao potencial A por expie/c para obter o
ket correspondente ao outro potencial A ∇. O momento canônico p depende do gauge no sentido de que
seu valor esperado depende do gauge particular escolhido, enquanto que o momento mecânico e o fluxo de
probabilidade são invariantes por essas transformações.
O Efeito Aharonov-Bohm
Este efeito origina-se da presença de um potencial vetorial necessário para produzir campo magnético
aplicado.
Versão de estado ligado. Considere uma partícula de carga e completamente confinada numa casca
cilíndrica, de paredes rígidas, de raio interno a e raio externo b (figura (a)). Neste caso, a função de onda
deve se anular na parede interna a e na parede externa b , assim como no topo e na base do
cilindro.
ρb
ρa
(a) L (b)
Solução. A solução deste problema requer as técnicas dos problemas de valores de contorno da física
matemática. Por exemplo, para estados estacionários, devemos resolver a equação de onda de Schrödinger
independente do tempo (em coordenadas cilíndricas):
∇ 2 2mE 0
2
Em cordenadas cilíndricas , , z, tem-se
Capítulo 2 Dinâmica Quântica 60
1 ∂ ∂ ∂2 ∂2
∂ ∂ 12 2mE 0
∂ 2 ∂z 2 2
Como neste problema se aplica a técnica de separação de variáveis, isto é, a função de onda pode ser escrita
como o produto , , z RZz, as condições de contorno,
R a R b 0, ZL/2 0
podem ser facilmente aplicadas, resultando na obtenção do espectro de autovalores.
2) Com campo magnético confinado na região a
Neste caso, a casca cilíndrica envolve uma região contendo um campo magnético uniforme, como mostrado na
parte (b) da figura acima. Nenhum campo magnético penetra na região definida por a b onde a
partícula está confinada. Intuitivamente, poderíamos conjecturar que o espectro de energia fosse o mesmo do
caso anterior (sem campo), uma vez que a região onde o campo é aplicado torna-se inacessível para a
partícula devido à presença de paredes rígidas. A MQ NOS DIZ QUE ESTA CONJECTURA NÃO É CORRETA.
Então, por que essa conjectura não é verdadeira? Embora o campo magnético se anula na região onde a
partícula está confinada, o potencial vetorial não é nulo nessa região!
Cálculo de A que produz B Bẑ . Como B ∇ A, podemos obter A através do fluxo, usando o teorema de
Stokes. Ou seja,
Como o campo é uniforme e está confinado apenas no círculo de raio a , o fluxo é dado por
A dl 2A
C
Igualando, obtém-se
B 2a
2A 2a B → A
2
Em termos vetoriais,
B 2a
A ̂
2
onde ̂ é um vetor unitário na direção azimutal (ver figura abaixo).
campo
A
ρa magnético
ρb ρ
Solução da equação de Schrödinger. Como vimos da definição de fluxo de probabilidade, Eq. (2.6.32), para
∇ → ∇− ie A.
c
Em coordenadas cilíndricas, isto equivale à seguinte substituição:
∇ → ∇− ie  ̂ ∂ ̂ 1 ∂ ẑ ∂ − ie Â
c ∂ ∂ ∂ c
2
̂ ∂ 1 ∂ ẑ ∂ − 1 ie B a
̂ c
∂ ∂ ∂ 2
2
̂ ∂ ̂
1 ∂ − ie B a ẑ ∂
∂ ∂ c 2 ∂
Então, basta substituir
∂ → ∂ − ie B 2a
∂ ∂ c 2
1 ∂ ∂ ∂ − ie B 2a ∂ − ie B 2a
∂ ∂ 12
∂ c 2 ∂ c 2
∂2
k2 0
∂z 2
Ou seja,
2
1 ∂ ∂ ∂2 ∂2 e 2 B 2a
∂ ∂ 12 2mE − 0
∂ 2
∂z 2 2 c 2
ou
1 ∂ ∂ ∂2 ∂2 ̃
∂ ∂ 12 2mE
∂ 2
∂z 2
2
onde
2
2 B 2a
Ẽ E − e
2m c 2
mostrando explicitamente que o espectro de energia é modificado em relação ao caso com B 0. Este
resultado é muito marcante, uma vez que, embora a força magnética (Lorentz) sobre a partícula seja nula, o
espectro de energia depende se o campo magnético está presente ou não na região oca, que é inacessível
para a partícula.
Versão original. A figura abaixo ilustra o efeito Aharonov-Bohm em sua versão original: um feixe de elétrons
se divide em duas partes e atravessa uma região desprovida de campo magnético, reencontrando-se na região
de interfência.
cilindro
impenetrável
região de
C1
fonte
G B região de
A B≠0 interferência
C2
G
B=0
Lagrangeana e ação. Na presença de campo magnético, obtém-se daquela em que o campo está ausente,
da seguinte maneira:
→ S 0 n, n − 1 ec dt dx A
tn
Ação S 0 n, n − 1
t n−1 dt
A integral
t
tn
t
tn
e dt dx A ec A ds
c n−1 dt n−1
onde ds é o elemento diferencial de linha ao longo do segmento do caminho. De acordo com (2.5.47) e
(2.5.49):
x N , t N |x 1 , t 1
N
Sn, n − 1
x
xN
1
Dxt exp i
todos os Dxt exp i
SN, 1
n2 caminhos
Então, a amplitude de probabilidade na presença de campo é obtida daquela em que o campo está ausente,
através da substituição
x
xN
exp ie A ds
c 1
Mas,
SN, 1
Dxt exp i
C2
onde C 1 são todos os caminhos que passam acima do cilindro e C 2 , abaixo. Logo, na presença do campo,
teremos que fazer a seguinte substituição
S 0 N, 1 S 0 N, 1
C 1
Dxt exp i
C2
Dxt exp i
0
S N, 1
C x
xN
→ Dxt exp i exp ie A ds
1 c 1 C1
S 0 N, 1
x
xN
Dxt exp i exp ie A ds
C2 c 1 C2
x
xN
x
xN
e
c
A ds − e
c
A ds e
c
A ds
1 C1 1 C2
cil
e B
c
uma vez que (teorema de Stokes)
A ds S ∇ A n da S B n da B
C
onde B é o fluxo do campo magnético dentro do clilindro impenetrável (ver figura acima).
Isto significa que a probabilidade de encontrar a partícula na região de interferência depende da componente
senoidal nessa probabilidade, com um período dado por uma unidade fundamenta de fluxo magnético, ou seja
2c 4, 135 10 −7 Gauss-cm 2 .
|e|
Como no caso de estado ligado, aqui também a força magnética sobre a partícula é nula. Mesmo assim, o
padrão de interferência depende da presença ou ausência do campo magnético. Em ambos os casos, os
efeitos dependem apenas do fluxo de B, B.
★ Leia o restante da seção.