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AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO ESCOLAR DO ENSINO FUNDAMENTAL EM

PRIMAVERA DO LESTE - 1997


Ruy Ferreira
Mestrando em Educação no IE-UFMT e bolsista da
CAPES/MEC. Idealizador e coordenador do Planejamento
Estratégico para implantação de Tecnologia Educacional na rede
municipal de ensino de Primavera do Leste – Mato Grosso.
E-mail: rui@cpd.ufmt.br

RESUMO

O estudo apresenta os resultados globais da avaliação do rendimento escolar da rede


escolar de Primavera do Leste – Mato Grosso, realizado em novembro de 1997. O trabalho
teve como objetivo a obtenção de dados estatísticos confiáveis e atualizados (censitários)
sobre o rendimento escolar dos alunos matriculados da 3ª à 8ª séries do Ensino
Fundamental.

PALAVRAS-CHAVES: Avaliação; Rendimento Escolar; Ensino Fundamental

INTRODUÇÃO

Em Primavera do Leste - MT, no último trimestre de 1997, a SECEL - Secretaria


de Educação, Cultura, Esporte e Lazer executou um projeto de avaliação do rendimento
escolar do ensino fundamental, lançando mão de uma considerável amostra de sua rede de
ensino.
O projeto municipal teve como objetivo o levantamento de índices, com
características censitárias, do rendimento escolar de alunos de 3ª a 8ª séries, na maioria das
escolas da cidade. Com base no currículo escolar, foram elaboradas avaliações em Língua
Portuguesa, Matemática, Estudos Sociais, Ciências Físicas, Biológicas e Programas de
Saúde, Geografia e História.
Reunidos sob a coordenação-geral do Secretário Municipal de Educação, um grupo
de professores especialistas em cada uma dessas áreas, todos voluntários, elaborou os
testes a serem aplicados. Cabendo a mim mesmo a definição da correção eletrônica das
provas, cálculos estatísticos, produção de gráficos e a elaboração do relatório final.
A cidade conta com 25 escolas, 392 professores atuantes e cerca de 9.100 alunos
matriculados (Fonte: SECEL/1997). Em novembro a avaliação foi aplicada, atingindo um
total de 2.158 alunos avaliados, representando 23,7% do total dos estudantes matriculados
em 1997 no município e cerca de 43,4% do universo das escolas voluntárias. O quadro
abaixo discrimina essas escolas e as respectivas quantidades de alunos matriculados:
ESCOLA DEPENDÊNCIA ALUNADO
CARROSSEL DO SABER PARTICULAR 56
LUTERANA CONCÓRDIA PARTICULAR 408
ESCOLA ARCO ÍRIS PARTICULAR 151
C. E. PRIMAVERA PARTICULAR 550
EMPG MAURO W. WEIS MUNICIPAL URBANA 1.048
EMPG 13 DE MAIO MUNICIPAL URBANA 383
EMPG SÃO JOSÉ MUNICIPAL URBANA 330
EMPG NOVO HORIZONTE MUNICIPAL URBANA 292
EMPG MASSAPÉ MUNICIPAL RURAL 107
EMPG CARLOS D. DE ANDRADE MUNICIPAL RURAL 28
EMPG RACHEL DE QUEIRÓZ MUNICIPAL RURAL 39
EMPG SANTA ADRIANA MUNICIPAL RURAL 29
EMPG IBERÊ MUNICIPAL RURAL 08
EMPG SANTO ANTÔNIO MUNICIPAL RURAL 13
EMPG VILA UNIÃO MUNICIPAL RURAL 35
EMPG ENTRE RIOS MUNICIPAL RURAL 10
EMPG RIO DAS MORTES MUNICIPAL RURAL 12
ESCOLA DEPENDÊNCIA ALUNADO
EMPG XAVANTE MUNICIPAL RURAL 16
EEPG GETÚLIO D. VARGAS ESTADUAL URBANA 938
EEPG JOÃO R. VILELA ESTADUAL URBANA 521
Quadro nº 1 - Escolas participantes da avaliação/1997

Em dezembro, outra equipe assume o trabalho de corrigir manualmente as provas


das 3ª e 4ª séries, afinal essa tarefa não permitia a automação na correção. Também a
prova de Redação foi corrigida por um grupo de professores de Língua Portuguesa. No
mesmo período desenvolvi uma aplicação em banco de dados (MS-Access) que permitiu a
correção automática das provas de 5ª a 8ª séries, além de exportar os dados para a planilha
de cálculos (MS-Excel). Os dados referentes às séries iniciais foram tabulados e inseridos
no banco de dados, já totalizados.

METODOLOGIA

Baseada no modelo conceitual proposto por Carron & Châu (Carron & Châu,
1996), as informações foram coletadas por meio de amostras aleatórias, não havendo
obrigatoriedade da escola em participar da avaliação. Como população-alvo, foram
avaliados os alunos das 3º a 8ª séries do Ensino Fundamental, dos turnos diurnos e
noturno, com provas diferentes entre um turno e outro. Foram aplicados testes de
desempenho dos alunos, elaborados com base em matrizes curriculares definidas pela
Comissão de Avaliação.
Esses testes mediram os conteúdos ministrados nas diversas séries e abrangendo
as disciplinas avaliadas. Em relação ao tipo de resposta, para a área de Língua Portuguesa
as provas incluíram respostas fechadas (múltipla escolha) e abertas, além de dissertivas
(Redação). Nas demais disciplinas as provas foram de resposta fechadas (múltipla
escolha). Em relação aos procedimentos de aplicação, as provas para os alunos foram
aplicadas por agentes externos à escola, com a ajuda de professores locais e seguiram
procedimentos unificados, com tempo controlado.
A entrada de dados das matrizes de respostas ocorreu por meio da digitação das
informações no banco de dados, para as provas de 5ª a 8ª séries. As Redações e as provas
de 3ª e 4ª séries foram corrigidas manualmente e, digitados os valores já totalizados. Para
as análises dos dados foi utilizado a planilha de cálculos MS-Excel 5.0, também usado na
tabulação dos dados e análises estatísticas.
Inicialmente foram realizadas análises de consistência do banco de dados; em
seguida, a produção de tabelas na planilha de cálculos, onde foram determinadas as médias
aritméticas simples das questões; depois calculados os desvios-padrão de cada média por
item e de cada resultado por escola; finalmente produziu-se os gráficos representativos de
cada disciplina por série e por escola. Foram corrigidas 10% das Redações em cada série,
escolhidas através de sorteio aleatório em cada escola.
Como havia uma adesão significativa de escolas interessadas (20 entre as 25
existentes), manifestada por seus representantes, a Comissão optou por aplicar a avaliação
em todas as turmas das escolas voluntárias. No quadro abaixo encontram-se enumerados
os valores absolutos de alunos participantes por escola-série:
TIPO DE ESCOLA 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª SOMA
ESCOLA ESTADUAL 157 141 225 176 115 43 857
ESCOLA MUNICIPAL 255 200 119 84 60 51 769
ESCOLA PARTICULAR 78 64 93 55 66 43 399
ESCOLA RURAL 64 33 17 9 4 6 133
TOTAIS 554 438 454 324 245 143 2158
Quadro nº 2 - Amostragem por tipo de escola
RESULTADOS

O trabalho de análise de dados detalhada vem sendo realizado em cada escola do


sistema educacional de Primavera do Leste, este artigo analisa o sistema como um todo, o
desempenho nas disciplinas, e o desempenho global das escolas participantes do projeto de
avaliação do rendimento escolar, em 1997.

SÉRIES MATEMÁTICA PORTUGUÊS CIÊNCIAS GEOGRAFIA* HISTÓRIA

3ª Série 62,77 59,23 66,76 68,99 \-\-\-\


4ª Série 47,40 56,56 66,44 69,01 \-\-\-\
5ª Série 31,08 42,05 54,70 51,49 37,41
6ª Série 31,19 50,89 50,89 49,27 40,97
7ª Série 29,61 49,72 39,61 53,09 40,87
8ª Série 27,42 38,00 43,75 48,41 45,45

* Estudos Sociais e Geografia


Quadro nº 3 – Médias por série-disciplina
O gráfico abaixo, baseado no Quadro nº 3, oferece subsídios para análise do
sistema educacional da cidade. Apresentando a média global por disciplina em cada série
escolar. Pode-se notar que:
a)O desempenho do alunado, em todas as disciplinas, é descendente em
relação ao avanço em cada série escolar. Isto é: maior desempenho nas séries
iniciais e menor nas séries finais do ensino fundamental;
b) Na 3ª série há um agrupamento de médias com desempenho acima de
60%;
c) A dispersão (cerca de 20%) ocorrida na 4ª série, mantém-se constante nas
demais séries;
d) A avanço da 4ª para a 5ª série, onde ocorre a divisão de áreas de
conhecimento e a participação de mais de um professor na vida escolar dos alunos
é traumática, refletindo negativamente no desempenho individual;
e) O desempenho escolar está insatisfatório em todas as disciplinas a partir
da 5ª série.

Gráfico 1 - Desempenho médio na cidade em 1997


Analisando o Gráfico nº 2, os resultados mostram um melhor desempenho no
rendimento escolar do alunado da escola particular sobre a municipal rural, nunca
ultrapassando 13% no índice de desempenho. Já entre as escolas estadual e a municipal
urbanas existe um revezamento entre a penúltima e última posição na escala gráfica.

Gráfico 2 - Desempenho por dependência administrativa

De 5ª a 8ª séries existem fortes indícios de perda de desempenho. Conseqüência de


possíveis problemas pedagógicos e/ou metodológicos a serem enfrentados pela
comunidade escolar de Primavera do Leste. Os resultados foram difundidos para as escolas
através de relatório (Ferreira & Rêgo, 1998) e para a sociedade, via informativo mensal da
SECEL (Educação Prestando Contas, 1998).
Aos professores que no cotidiano, realizam a construção do saber junto aos seus
alunos, Ivone Boechat, analisando os resultados obtidos, deixou uma mensagem: - “O lado
emocional tem fundamental importância nas Séries Iniciais, comprovado nos resultados
apresentados. O fato de muito ou pouco conhecer o lado científico, não afetou aquele
resultado. Por quê não, prosseguir nas demais séries com a mesma dedicação, carinho e
amor, dispensados nas primeiras séries?” (Boechat, 1998).
O fato das escolas municipais rurais obterem bom rendimento com seus alunos é
um bom tema para investigação educacional posterior. Afinal, em escolas rurais
multi-seriadas, o rendimento tem sido abaixo da média urbana noutras regiões brasileiras.

CONCLUSÃO

Apesar dos obstáculos à realização da avaliação do rendimento escolar em


Primavera do Leste, quer sejam de ordem econômica, de tempo ou mesmo, da natural
resistência ao controle externo, o trabalho foi levado a cabo, como experiência válida.
Com a entrega do relatório às escolas primaverense, morre o “achismo” que
sempre norteou decisões sobre o emprego do dinheiro público destinado à Educação e a
carência de informações auxiliares para o planejamento pedagógico. De agora em diante
existem dados estatísticos confiáveis e atualizados sobre o sistema educacional do
município e cabe aos dirigentes educacionais e professores planejarem, com base nesses
dados, ações voltadas para a melhoria do rendimento escolar. Atendendo assim a
proposição de Kemmerer de que é necessário dirigentes e professores assumirem seus
papéis de planejadores na escola, tornando-a mais eficiente e eficaz na realização de seus
objetivos (Kemmerer, 1991).
Vale a pena, aos dirigentes e professores das escolas envolvidas no projeto,
aprofundar a análise das questões onde ocorreram maior índice de erros. Buscando
alternativas pedagógicas na aplicação de conteúdos críticos, alterando metodologia,
agregando novas formas de ensinar. Da mesma forma, pesquisadores educacionais
interessados em conhecer a realidade do interior brasileiro, podem utilizar os dados
levantados no processo avaliativo realizado em Primavera do Leste.
Conforme Luckesi a avaliação do rendimento escolar é uma das etapa iniciais
para a melhoria efetiva da qualidade da escola (Luckesi, 1984). Outros passos serão dados
visando obter uma escola melhor, democrática e cidadã, seja avaliando o professor, a
gestão, e mesmo, a escola em relação ao público que atende.

BIBLIOGRAFIA

BOECHAT, I. I Seminário de Mobilização das Potencialidades Humanas. 1º a 06 Mar.


1998, Primavera do Leste/MT. Anais...SECEL, 1998.
CARRON, G. & CHÂU, T.N. The quality of primary schools in diferent development
contexts. Paris: UNESCO, 1996
EDUCAÇÃO PRESTANDO CONTAS. Informativo mensal da SECEL. Primavera do
Leste: Vol. 1, Nº 1, Maio de 1998.
FERREIRA, R. & RÊGO, N.S. Avaliação do Rendimento Escolar do Ensino
Fundamental: A Experiência de Primavera do Leste-MT. Brasília: INEP/MEC, 1997.
KEMMERER, F. “The role of the local communities in improving educational efficiency
and effectiveness in developing nations”. In: International encyclopedia of education,
Supllement 2. Oxford: Pergamon Press, 1991.
LUCKESI, C.C. Avaliação Educacional Escolar para além do Autoritarismo. Trabalho
apresentado em Fórum de Debates, no XVI Seminário Brasileiro de Tecnologia
Educacional, Porto Alegre, 1984.

Citar como:
FERREIRA, Ruy. Avaliação do rendimento escolar do
ensino fundamental em Primavera do Leste.
Rondonópolis-MT: 1997.

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