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Materialidade Indireta no Homicídio

Audrey Cristine Sandoval da Mata - 1

Elielma dos Santos Silva - 2

Sandoval Araújo Fontoura Júnior - 3

Pergunta norteadora:

Com base no princípio fundamental da presunção de inocência,


tendo por base que o crime de homicídio é um delito material, a
inexistência da materialidade delitiva (corpo), seria fundamento
suficiente para esquivar da prisão preventiva o (s) acusado (s)? Ou a
prisão pode ser sustentada por outros elementos, pautados na
materialidade indireta do delito e nas provas de fundamentação e
persecução objetiva e subjetiva?

Texto Reflexivo

O Ordenamento Jurídico Brasileiro e bem claro quando dispõem que a prova


material do crime de homicídio, o corpo da vitima, e essencial para que haja o
exame de corpo de delito é possa reunir um conjunto de vestígios deixados pelo
crime capaz de acusar os indiciados a uma condenação final. Porem o artigo 167, do
Código de Processo Penal, traz em sua redação que:

Art. 167, CPP. Não sendo possível o exame de corpo de


delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal
poderá supri-lhe a falta.

Então estamos diante de uma exceção da regra, onde afirma que é sim
possível, manter preso preventivamente e acusar posteriormente um réu em crime
de homicídio sem que haja a prova material (corpo), mas conforme o artigo e
necessário a prova testemunhal. Podemos então esta diante de uma pergunta:
Acadêmicos do 4º semestre do curso de Direito da FAPAL – Faculdade de Palmas – Trabalho
Integrado 2010/02 – orientados pelo professor Virgilio Ricardo Coelho Meirelles e Fábio Chaves
- O porquê da exceção da regra processual? Ela serve unicamente para evitar a
impunidade, pois caso ela não existisse bastaria matar a vitima e fazer desaparecer
o corpo para garantir a impunidade do agente que realizou o verbo do tipo penal. Por
isso nota se que essa exceção e bem útil.

È quando não existe a exceção (prova testemunhal)? O delinqüente fica


impune?
A jurisprudência brasileira adota no sentido de admitir o chamado exame de corpo
de delito INDIRETO previsto no Artigo 158 do CPP, que consiste em aliar a prova
testemunhal, caso exista, à prova pericial feita em armas ou vestígios de sangue,
cabelo, tecidos e outros encontrados no local do crime ou ate mesmo no carro
utilizado pelo réu para transporta o corpo.

Muitos juristas fazem uma interpretação intensiva, restringindo ao que esta


escrito no texto legal, e afirmam que o exame de corpo de delito deve ser feito na
presença do corpo de forma direta, ou quando ocultado de alguma maneira por
prova testemunha (indireta) é somente. Não fala nada de um possível outro meio
isolado que são os indícios de morte, sangue e etc. isso eles contestam que a lei
não prevê. Com essa percepção eles tomam uma corrente que afirma ser contra a
acusação do réu quando não há corpo nem prova testemunhal que comprovem o
delito, pois existe um princípio penal que diz: in dúbio pro réu, ou seja, na duvida
beneficia – se o réu.

No Direito Civil, enfrenta-se, também, a questão de ser declarada a morte de


alguém, cujo cadáver não foi encontrado. O artigo 7º do Código Civil resolve a
questão, afirmando que pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de
ausência, se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de
morte, ou se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
encontrado até dois anos após o término da guerra. A declaração de morte
presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as
buscas e averiguações, devendo a sentença do juiz fixar a data provável do
falecimento. Os casos mais comuns de morte presumida decorrem de catástrofes ou
acidentes. Imagine-se o terremoto ou a explosão de um avião no meio do oceano.

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Quando analisamos casos concretos encontramos muitos julgados
decorrentes desse mesmo tipo penal, onde atualmente podemos destacar um caso
que esta gerando uma grande repercussão dentro do nosso país. O caso do ex
goleiro do flamengo Bruno, que esta preso preventivamente e sendo indiciado no
homicídio da sua ex amante Elisa Samúdio, onde ate agora não encontraram o seu
corpo. O promotor que ofereceu a denuncia afirma que existe presença da
materialidade indireta.

"Corpo de Eliza Samúdio não foi encontrado, mas todas as outras provas que são
contundentes suprimem o relatório de necropsidade", disse Fantini.

A polícia de Minas Gerais, que investigou o caso, afirma que encontrar o


cadáver é importante para o julgamento do réu por homicídio, mas não é
imprescindível. Baseando no Art. 167, CPP.

Outro caso semelhante e o do Juiz Marco Antonio Tavares, em São Paulo, ele
foi acusado de matar sua mulher, desaparecida desde 1997. O corpo jamais foi
encontrado, mas ele foi condenado pelo Tribunal de Justiça a 13 anos e meio de
prisão, como autor do crime.

Outra Versão.

A opinião do advogado criminalista Roberto Podval, que defendeu o casal


Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, é contrária. Segundo ele, "sem o corpo,
não tem crime". O advogado afirmou que em um inquérito policial, relacionado a
homicídio, o corpo é a "materialidade" do que aconteceu e não encontrar o cadáver
não só compromete como impossibilita provar que um sujeito é realmente autor do
homicídio. No caso de Eliza, diz ele, há apenas indícios do paradeiro da estudante.
"Sem o corpo, não há certeza de nada, o corpo é a principal prova de que ela está
morta e não só desaparecida", disse Podval.

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O advogado relacionou a situação a de um acidente, que enquanto o corpo
não é encontrado não há como declarar a morte da pessoa. Até com uma
"testemunha ocular, digitais e provas que liguem o suspeito à vítima é complicado",
sem o corpo, formalizar a acusação, para Podval. "Quando é assim, o inquérito pode
ser encerrado por inconclusividade", disse.

É o caso de uma mulher e um filho que desapareceram em junho de 2005,


em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Os dois iam ao encontro de um homem, que
seria o pai do garoto. A polícia chegou a prender o homem, porém, o caso foi
arquivado em 2008, pela ausência dos corpos das vítimas.

Um caso que e defendido por essa corrente é o caso dos irmãos Naves, em
Araguari-MG, é muito emblemático no que diz ao erro judicial. Foram condenados
injustamente por uma morte que não existiu. Quinze anos depois da condenação a
vítima reapareceu. Nesta altura um deles já havia morrido dentro da prisão.

Portanto apesar de existir correntes divergentes a respeito do assunto, os


tribunais brasileiros defendem a idéia de que é possível a acusação do réu nestas
circunstâncias, em uma tentativa de por fim a impunidade dos delinqüente e
assegura o principio mais valioso temos que respeitar: à vida. Porem o trabalho
técnico da pericia deve ser muito bem feito, para que os tribunais que busca a justiça
não caiam na infelicidade de promover injustiças prendendo pessoas inocentes.

Então podemos relatar que o que esta em jogo é a impunidade, de um lado, e


a possibilidade de erro judicial, de outro.

Jurisprudência

STJ, HC 79.735 (j. 13.11.2007). Da ementa transcrevo:

HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO E OUTROS CRIMES. (...)

O exame de corpo de delito, embora importante à comprovação nos delitos de resultado, não
se mostra imprescindível, por si só, à comprovação da materialidade do crime.

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No caso vertente, em que os supostos homicídios têm por característica a ocultação dos
corpos, a existência de prova testemunhal e outras podem servir ao intuito de fundamentar a abertura
da ação penal, desde que se mostrem razoáveis no plano do convencimento do julgador, que é o que
consagrou a instância a quo.

STJ, HC 51.364 (j. 04.05.2006). Da ementa transcrevo:

HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. CRIMES DE LATROCÍNIO E OCULTAÇÃO DE


CADÁVER. (...)

A simples ausência de laudo de exame de corpo de delito da vítima não tem o condão de
conduzir à conclusão de inexistência de provas da materialidade do crime, se nos autos existem
outros meios de prova capazes de convencer o julgador quanto à efetiva ocorrência do delito, como
se verifica na hipótese vertente.

STJ, HC 39.778 (j. 05.05.2005). Do voto do relator transcrevo:

Ademais, não se pode considerar a não localização do corpo da vítima como falta de um dos
elementos essenciais do tipo penal, pois, se assim fosse, em todos os casos em que o autor
praticasse, em concurso com o homicídio, a ocultação de cadáver, estaria impedida a configuração
do próprio delito de homicídio.

Cabe consignar, ainda, que o entendimento desta Corte é no sentido de que a prova técnica
não é exclusiva para atestar a materialidade do delito, de modo que a falta do exame de corpo de
delito não importa em nulidade da sentença de pronúncia, se todo o conjunto probatório demonstra a
existência do crime.

Referencia Bibliográfica

TOURINHO, Fernando da Costa . Manual de Processo Penal. 8ª ed. São


Paulo: Saraiva 2006.

BOGES, Luiz Flávio D´Urso, advogado criminalista, mestre e doutor pela USP
, é presidente da OAB SP.

NUCCI, Guilherme de Souza (Manual de processo penal e execução penal.


6. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: RT, 2010, p. 507-510)

LOPES, Aury Jr., Direito processual penal e sua conformidade constitucional.


vol. I. 5. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010,

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