Expressionismo
UMA DAS SETE VANGUARDAS
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Introdução
O tema abordado ao longo deste trabalho realizado pelas alunas Diana Costa,
Sofia Miranda e Maria Silva da turma 1208 é o expressionismo, uma das
vanguardas enquadradas na estética modernista. Foi um movimento artístico e
cultural de vanguarda surgido na Alemanha no início do século XX, transversal
aos mais variados campos artísticos.
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1. Expressionismo – definição
O expressionismo integra o que se convencionou chamar de "vanguardas
históricas"; o imenso grupo de movimentos artísticos que emergiu do início do
século XX antes da Primeira Guerra Mundial até o final da Segunda Guerra
Mundial em 1945. A vanguarda está intimamente ligada ao conceito de
modernidade, caracterizada pelo fim do determinismo e da supremacia da
religião, substituída pela razão e pela ciência, pelo objetivismo e individualismo,
e pela confiança na tecnologia, no progresso e nas próprias capacidades do ser
humano. Desta forma, o artista pretende colocar-se na vanguarda do progresso
social e dar voz às ideias progressistas através da sua obra
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como Berlim, Colônia, Munique, Hanover e Dresden. Mesmo assim, o seu
trabalho que se espalhou por publicações, galerias e exposições ajudou a
estender o novo estilo por toda a Alemanha e, posteriormente, por toda a
Europa. Foi um movimento heterogêneo que, para além da diversidade das suas
manifestações, realizadas em diferentes linguagens e suportes artísticos,
apresentou no seu interior inúmeras diferenças e mesmo contradições, com
grande divergência estilística e temática entre os vários grupos que surgiram ao
longo do tempo, e até mesmo entre os artistas que faziam parte deles. Até
mesmo os limites cronológicos e geográficos desta corrente são imprecisos: se
bem que a primeira geração expressionista (Die Brücke, Der Blaue Reiter) foi a
mais emblemática, a Nova Objetividade e a exportação do movimento a outros
países implicou a sua continuidade no tempo até à Segunda Guerra Mundial;
geograficamente, se bem que o centro neurálgico deste estilo se situou na
Alemanha, pronto se estendeu por outros países europeus e inclusive do
continente americano.
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2. Expressionismo – contextualização da vanguarda
Embora fosse conhecido por expressionismo o movimento artístico desenvolvido
na Alemanha no início do século XX, muitos historiadores e críticos da arte
também utilizam este termo mais genericamente para descrever o estilo da
grande parte de artistas existentes ao longo da História. Entendida como a
deformação da realidade para encontrar uma expressão mais emocional e
subjetiva da natureza e do ser humano, o expressionismo é pois extrapolável a
qualquer época e espaço geográfico. Assim, qualificou-se de expressionista a
obra de diversos autores como Hieronymus Bosch, Matthias Grünewald e
Quentin Matsys.
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realidade em formas geométricas que terminou no cubismo, reduzindo as
formas a cilindros, cones e esferas, e dissolvendo o volume a partir dos pontos
mais essenciais da composição. Colocava a cor por camadas, imbricando umas
cores com outras, sem necessidade de linhas, trabalhando com manchas. Não
utilizava a perspetiva, mas a superposição de tons pálidos e frios que davam a
sensação de profundeza. Em segundo lugar Paul Gauguin, que contribuiu uma
nova conceção entre o plano pictórico e a profundeza do quadro, através de
cores planas e arbitrárias, que têm um valor simbólico e decorativo, com cenas
de difícil classificação, situadas entre a realidade e um mundo onírico e mágico.
A sua estadia em Taiti provocou que a sua obra derivasse em um certo
primitivismo, com influência da arte da Oceania, refletindo o mundo interior do
artista em vez de imitar a realidade. Finalmente, Vincent Van Gogh elaborava a
sua obra segundo critérios de exaltação anímica, caracterizando-se pela falta de
perspetiva, a instabilidade dos objetos e cores que provêm do interior do artista.
Devido à sua frágil saúde mental, as suas obras são reflexo do seu estado de
ânimo, depressivo e torturado, refletindo-se em obras de cores violentas.
3. Expressionismo – características
O expressionismo é caracterizado, sobretudo, pela subjetividade,
experimentação formal e uso do figurativismo e da simbolização, especialmente
relacionado com a natureza, como por exemplo o zoomorfismo, ou seja, edifícios
com forma de animais e o
antropomorfismo, que
consiste em edifícios com
formas humanas.
3.1. Pintura
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Emil Nolde (1867-1956), Adão e Eva,1921
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Wassily Kandinsky, Paul Klee, Lyonel Feininger, Heinrich Campendonk;
arquitetos como Walter Gropius, Erich Mendelsohn e Ludwig Mies van der Rohe
e o dramaturgo Bertolt Brecht. Contudo, este grupo foi dissolvido com a chegada
do nazismo.
3.2. Arquitetura
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3.3. Escultura
Nos anos 1920, a escultura deriva para a abstração, seguindo o curso das últimas
obras de Lehmbruck, com uma marcada estilização geométrica tendendo para a
abstração. Assim, a obra de escultores como Rudolf Belling, Oskar Schlemmer e
Otto Freundlich caracterizou-se pelo abandono da figuração por uma libertação
formal e temática da escultura. No entanto, persistiu um certo classicismo,
influenciado por Maillol, na obra de Georg Kolbe, dedicada especialmente ao nu,
com figuras dinâmicas, em movimentos rítmicos próximos do ballet, com uma
atitude vitalista, alegre e saudável que foi bem acolhida pelos nazis. Outros
escultores expressionistas foram Bernhard Hoetger, Ernst Oldenburg e Renée
Sintenis, enquanto fora da Alemanha valeria a pena mencionar o francês
Antoine Bourdelle, o britânico Jacob Epstein, o croata Ivan Meštrović, o
espanhol Victorio Macho, o holandês Lambertus Zijl, o polonês August
Zamoyski e o finlandês Wäinö Aaltonen.
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3.4. Cinema
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personagens, o seu estado de ânimo, as suas intenções, de modo que a decoração
apareça como a tradução do seu estado de espírito.
Em 1917 foi criado a UFA (Universum Film Aktien Gesellschaft), apoiada pelo
Deutsche Bank e pela indústria alemã, para promover o cinema alemão fora das
fronteiras. O selo UFA caracterizou-se por uma série de inovações técnicas,
como a iluminação focal, os efeitos especiais como a sobreimpressão, os
movimentos de câmara como a "câmara desencadeada", o desenho de
decorados, etc. Era um cinema que assegurava um claro controle do diretor
sobretudo os elementos que incorriam no filme. Por outro lado, as suas
montagens lentas e pausada criavam uma sensação de subjetividade, de
introspeção psicológica e emocional.
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3.5. Teatro
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instrutivo e Bertolt Brecht, fundador do "teatro épico", na qual, tentou que o
público começasse a ter um papel ativo.
3.6. Literatura
3.7. Narrativa
A narrativa expressionista implicou uma profunda renovação da prosa
tradicional, tanto temática como estilisticamente, assumindo um contributo
essencial para o desenvolvimento do romance moderno, tanto alemão como
europeu. Os autores expressionistas procuravam uma nova forma de captar a
realidade, a evolução social e cultural da era industrial. Portanto, rejeitaram a
cadeia de argumentos, a sucessão espaço-tempo e a relação causa-efeito típica da
literatura realista com raiz positivista. Por outro lado, introduziram a
simultaneidade, rompendo a sucessão cronológica e rejeitando a lógica
discursiva, com um estilo que mostra mas não explica, em que o próprio autor é
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apenas um observador da ação, na qual os personagens evoluem de forma
autônoma. Na prosa expressionista, a realidade interior é destacada sobre o
exterior, a visão do protagonista, sua análise psicológica e existencial, em que os
personagens expõem a sua situação no mundo, a sua identidade, com um
sentimento de alienação que provoca comportamentos desordenados,
psicóticos, violentos, irrefletido, sem lógica ou coerência. Essa visão concretizou-
se numa linguagem dinâmica, concisa, elíptica, simultânea, concentrada,
sintaticamente deformada.
3.8. Poesia
A lírica expressionista desenvolveu-se nos anos anteriores à guerra mundial, com
uma temática ampla e variada, centrada, sobretudo, na realidade urbana, mas
renovadora a respeito da poesia tradicional, assumindo uma estética do feio, o
perverso, o deforme, o grotesco, o apocalíptico, o desolado, como nova forma de
expressão da linguagem expressionista. Os novos temas tratados pelos poetas
alemães são a vida na grande cidade, a solidão e a incomunicação, a loucura, a
alienação, a angústia, o vazio existencial, a doença e a morte, o sexo e a
premonição da guerra.
Por outro lado, alguns poetas como August Stramm produziram uma escrita
realmente inovadora, abolindo as regras de sintaxe e a pontuação. Outro efeito
da dinâmica linguagem expressionista foi o simultaneísmo, a percepção do
espaço e do tempo como algo subjetivo e heterogêneo. Entre os principais
poetas expressionistas estiveram Franz
Werfel, Georg Trakl, Gottfried Benn,
Georg Heym e Johannes R. Beiter.
3.9. Música
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O expressionismo concedeu muita importância à música, ligada estreitamente à
arte sobretudo no grupo Der Blaue Reiter: para estes artistas, a arte é
comunicação entre indivíduos, por meio da alma, sem necessidade de um
elemento externo. A música expressionista, seguindo o espírito das vanguardas,
visava a desligar a música dos fenômenos objetivos externos, sendo instrumento
unicamente da atividade criadora do compositor e refletindo nomeadamente o
seu estado anímico, fora de todas as regras.
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3.10. Ópera
A ópera expressionista desenvolveu-se com base na música atonal elaborada por
Schönberg. A ópera também desligou totalmente do passado e, sendo assim, este
compositor austríaco criou um sistema onde todas as notas tivessem o mesmo
valor e a harmonia fosse trocada pela progressão de tons. Schönberg compôs
duas óperas devido a essa situação: “Moses und Aron” (composta desde 1926 e
incompleta) e “De hoje a manhã” (“Von Heute auf Morgen”, 1930). Contudo, a
principal ópera do atonalismo foi Wozzeck (1925), de Alban Berg, uma vez que
era uma obra com uma intensa expressão psicológica. Esta consistia numa ópera
romântica que experimentou todos os recursos musicais à disposição desde o
classicismo até à chegada do modernismo. A sua segunda ópera “Lulu” é baseada
em dois dramas de Wedekind.
3.11. Dança
Um dos maiores coreógrafos foi Rudolf von Laban, na qual, criou um sistema
que pretendia integrar corpo e alma, sublinhando a energia emitida pelo corpo,
e analisando o movimento e a sua ligação com o espaço. Procurava também
incorporar a perda de equilíbrio intencional e, com isto, afastou-se do ballet
clássico, visto que os movimentos dos bailarinos eram totalmente espontâneos.
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A principal dançarina expressionista foi Mary Wigman, esta defendia que a
dança era uma expressão do interior das pessoas, sendo assim, dava importância
à expressividade, à gestualidade, à improvisação, e também ao uso de máscaras.
Os seus movimentos eram livres e naturais, optava por diferentes formas de se
mover, como arrastar ou deslizar pelo palco ou movimentando partes do corpo
com uma postura estática, como na dança oriental.
A dança teve uma época de grande auge na época do pós guerra devido à
população desejar esquecer todas as desgraças que aconteceram na guerra.
Porém, a crise econômica e o aparecimento do nazismo conduziram ao
enfraquecimento da dança expressionista. Contudo, devido a coreógrafos como
Kurt Jooss e bailarinas como Pina Bausch, a dança expressionista contribuiu para
a dança contemporânea, que faz parte da atualidade.
3.12. Fotografia
A fotografia expressionista desenvolveu-se nomeadamente durante a República
de Weimar, constituindo um dos principais focos da fotografia europeia de
vanguarda. A nova sociedade alemã do pós-guerra, no seu afã quase utópico de
regenerar o país após os desastres da guerra, recorreu a uma técnica
relativamente nova como a fotografia para romper com a tradição burguesa e
construir um novo modelo social baseado na colaboração entre classes sociais. A
fotografia da década de 1920 seria herdeira das fotomontagens antibelicistas
criadas pelos dadaístas durante a contenda, e aproveitaria a experiência de
fotógrafos procedentes do leste que pararam na Alemanha após a guerra, o que
levaria para a elaboração de um tipo de fotografia de grande qualidade tanto
técnica como artística.
Alguns dos nomes que se destacaram nesta área foram August Sander, cujos
retratos eram frios, objetivos, científicos, desapaixonados, mas por esse motivo
resultavam de uma grande eloquência pessoal, sublinhando a sua
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individualidade. Destacou-se ainda Karl Blossfeldt, especializado em fotografia
de vegetais, Hans Finsler, especializado em naturezas-mortas, que ainda criou
em Zurique o departamento fotográfico da Kunst Gewerbeschule, onde se
formaram numerosos fotógrafos, como Werner Bischof e René Burri.
4.2. Literatura/Poesia
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4.3. Arquitetura
4.5.
4.6. Música
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Arnold Schoenberg (1874-1951) Alban Berg (1885-1935)
Anton Webern(1883-1945)
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4.7. Ópera
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4.8. Teatro
4.10. Dança
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5. “Mulher com chapéu” - Henri Matisse
A obra que decidimos destacar, Mulher com chapéu (A senhora) é um óleo sobre
tela do francês Henri Matisse, de 1905. Atualmente encontra-se na posse de um
colecionador particular.
Este já havia feito com que o louco e impercetível Vincent van Gogh, o seu
melhor amigo, se soltasse e sofresse uma incrível explosão de cor, bem notável
em “Doze girassóis numa jarra” foi, durante os primeiros anos da trajetória de
Matisse, quem mais influenciou o artista, tendo conseguido que este se
libertasse de todas as tendências naturalistas.
Porém, no meio de tais cores, sobressai o distinto chapéu com flores da senhora.
As flores que o chapéu preenchem, foram vistas na época em que foi exibido
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pela vez primeira como sendo ridículas, sem contornos definidos, incompletas.
Todavia, os críticos de arte que tais afirmações fizeram, esqueceram-se de referir
que estas são brilhantemente expressivas e, diga-se, frias, enaltecidas pela beleza
entristecida de Madame Matisse, que, por sua vez, suporta elegantemente um
leque de cor azul, formando uma composição sem precedentes.
“Mulher com chapéu” foi alvo de muitas críticas, já que adquiriu padrões
completamente revolucionários. Nunca ninguém havia visto algo assim. Todas
as convenções foram abatidas, simplesmente ignoradas, um facto que se fez
ecoar até pela América Latina.
Além disso, o público, mesmo que não o admitindo, necessitava de algo que o
enchesse de rir, que o fizesse libertar-se e algo que conseguisse, por fim,
transmitir sentimentos, sensações.
“Mulher com chapéu” foi de facto um das obras mais controversas e inovadoras
dos primórdios do século XX, junto com “A alegria de viver”, também de
Matisse, “Les Demoiselles d'Avignon” e “Três Mulheres”, ambas de Picasso, entre
várias outras.
Conclusão
Com este trabalho, concluímos que o expressionismo tem o objetivo de
transmitir as emoções do artista, desconectando-se completamente da fidelidade
ao real. Destacou-se em vários campos artísticos, contudo, os principais foram a
pintura e a literatura.
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Bibliografia/Webgrafia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Expressionismo
https://www.todamateria.com.br/expressionismo/
https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/expressi
onismo.htm
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