Sei sulla pagina 1di 6

ANUAL ESTADUAL MATUTINO CENTRO

DIREITO COMERCIAL
PROF: IACOMINI
DATA: 13/08/2010

FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL (LEI 11.101/05)

Conceito de falência

A falência é um processo judicial de execução coletiva do


patrimônio do empresário ou da sociedade empresária.
Obs.: Toda a doutrina diz que a falência é uma “execução
coletiva”.

Escopo ou finalidade da falência

Par conditio creditorum – tratamento igualitário aos credores.


O processo falimentar também tem por finalidade a eliminação
das empresas deficitárias do mercado.

Pressupostos da falência

1. Sem empresário ou sociedade empresária (art. 1º1 da


LFR).
Quando se tratar de falência de empresário (pessoa física) é
este que será considerado falido e todos os seus bens serão
arrecadados no juízo falimentar.
Quando se tratar de sociedade empresária é a sociedade que
será considerada falida e somente os bens desta serão arrecadados no
juízo falimentar. Os sócios não serão considerados falidos e o art. 1022
da Lei 11.101/05 não se aplica aos sócios.
Este dispositivo determina que a partir do decreto de falência o
falido fica impedido de exercer atividade empresarial.

Obs.: Quando, no entanto, se tratar de sociedade que possua


sócios de responsabilidade ilimitada (por exemplo, sociedade em nome
coletivo), neste caso de acordo com o art. 813 da LFR a sociedade e os
sócios serão considerados falidos e, portanto o art. 102 impede que os
sócios exerçam atividade empresarial.

1 Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade
empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
2 Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação da falência e até a

sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1o do art. 181 desta Lei.
Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá requerer ao juiz da falência que proceda à respectiva
anotação em seu registro.
3 Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente responsáveis também acarreta a

falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade falida e, por isso,
deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o desejarem. (...).

1
ANUAL ESTADUAL MATUTINO CENTRO
DIREITO COMERCIAL
PROF: IACOMINI
DATA: 13/08/2010

O art. 2º4 da LFR determinou que alguns empresários estarão


afastados do processo falimentar, são eles:

I – Sociedade de economia mista e empresa pública: porque o


capital social é detido pelo Estado (existem divergências);

Obs.: Corrente minoritária do direito comercial defende que se


a sociedade de economia mista ou empresa pública não prestarem
serviços essenciais à coletividade, a falência delas poderia ser
decretada.

II – Instituição financeira pública ou privada: basicamente os


bancos (a doutrina entende que os bancos estariam parcialmente
excluídos do processo falimentar, pois para estes aplica-se inicialmente
a Lei 6.024/74 que prevê a liquidação extrajudicial das instituições
financeiras), consórcios, cooperativas de crédito, seguradoras (as
seguradoras também são parcialmente excluídas), entidades da
previdência privada, empresas de plano de saúde;

Obs.: A sociedade simples é uma sociedade não empresarial


reservada para as atividades intelectuais e, portanto, não deve se
inscrever na junta comercial e sim no cartório de registro de pessoas
jurídicas.

2. Insolvência

A insolvência é um conceito jurídico e não econômico, portanto,


basta a ocorrência de uma das situações previstas em lei para que o
pedido de falência possa ser ajuizado:

a) Impontualidade (art. 94, I5): considera-se impontual o


empresário que não paga no vencimento título executivo protestado,
valor superior a 40 salários mínimos na data do requerimento da
falência, salvo relevante razão de direito.

4 Art. 2o Esta Lei não se aplica a:


I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar,
sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras
entidades legalmente equiparadas às anteriores.
5 Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:

I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos
protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; (...).

2
ANUAL ESTADUAL MATUTINO CENTRO
DIREITO COMERCIAL
PROF: IACOMINI
DATA: 13/08/2010

Obs.: A impontualidade pode ser comprovada por meio de um


protesto específico para fins falimentares (art. 94, § 3º6).

A melhor doutrina entende que é necessário um protesto


específico para o pedido de falência, não se admitindo o título que fora
protestado para fins cambiais (protesto comum). O professor Flávio
Monteiro entende que basta um protesto para caracterizar a
impontualidade.

Obs.¹: Tanto o título executivo judicial como o extrajudicial


precisam ser protestados.

Obs.²: Hoje em dia, o título precisa superar o valor de 40


salários mínimos.

Obs.³: A lei admite que os credores se reúnam em litisconsórcio


ativo para atingir o valor mínimo necessário.

b) Execução frustrada (art. 94, II7): a execução é frustrada


quando o empresário é executado e não paga, não deposita ou não
nomeia bens a penhora suficientes (tripla omissão).

Obs.: Não há necessidade de protesto e nem de valor mínimo.


Verificar a nova regra de processo civil sobre a nomeação de bens a
penhora feita pelo credor, nesse caso não haverá falência se os bens
não forem suficientes.

c) Atos de falência (art. 94, III, “a” a “g8”): trata-se de uma lista
taxativa em que algumas situações previstas pelo legislador, que fazem

6 Art. 94. (...).


§ 3o Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na forma do
parágrafo único do art. 9o desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim
falimentar nos termos da legislação específica. (...).
7 Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: (...);

II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do
prazo legal; (...).
8 Art. 94. (...).

III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio
simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens
suficientes para solver seu passivo;
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para
prejudicar credor;

3
ANUAL ESTADUAL MATUTINO CENTRO
DIREITO COMERCIAL
PROF: IACOMINI
DATA: 13/08/2010

presumir a insolvência do empresário, por exemplo, abandono de


estabelecimento empresarial sem deixar procurador constituído.
Obs.: Em regra esta situação é reservada para o credor que
possui um título ainda não vencido.

3. Sentença declaratória (art. 999 da LFR)

A sentença de falência possui natureza constitutiva, pois é ela


que transforma o empresário em falido. A sentença de falência é
peculiar, pois além dos requisitos necessários para todas as sentenças
ela deverá conter os seguintes itens:
a) O juiz nomeará o administrador judicial (antigo síndico de
falência) conforme art. 2110 da LFR, que representará a massa falida em
juízo e também administrará os bens do falido.

e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados
suficientes para saldar seu passivo;
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona
estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. (...).
9 Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:

I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo seus administradores;
II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do
pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os
protestos que tenham sido cancelados;
III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando
endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena
de desobediência;
IV – explicitará o prazo para as habilitações de crédito, observado o disposto no § 1o do art. 7o desta Lei;
V – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido, ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1o e
2o do art. 6o desta Lei;
VI – proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do falido, submetendo-os preliminarmente à
autorização judicial e do Comitê, se houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais do devedor
se autorizada a continuação provisória nos termos do inciso XI do caput deste artigo;
VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das partes envolvidas, podendo ordenar a
prisão preventiva do falido ou de seus administradores quando requerida com fundamento em provas da prática de crime
definido nesta Lei;
VIII – ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da falência no registro do devedor, para que
conste a expressão "Falido", a data da decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei;
IX – nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei
sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei;
X – determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para que informem a
existência de bens e direitos do falido;
XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido com o administrador judicial ou da
lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 desta Lei;
XII – determinará, quando entender conveniente, a convocação da assembléia-geral de credores para a constituição de
Comitê de Credores, podendo ainda autorizar a manutenção do Comitê eventualmente em funcionamento na recuperação
judicial quando da decretação da falência;
XIII – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os
Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência.
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo a íntegra da decisão que decreta a falência e a relação de
credores.

4
ANUAL ESTADUAL MATUTINO CENTRO
DIREITO COMERCIAL
PROF: IACOMINI
DATA: 13/08/2010

Com o decreto de quebra ocorre o desapossamento. Este


consiste em: a perda da posse e administração dos bens pelo falido (o
falido não perde a propriedade dos bens).

b) Na sentença o juiz deve determinar o chamado termo legal.


Trata-se de um período suspeito em que alguns atos praticados pelo
falido, antes da sentença de quebra, serão considerados ineficazes.
Este período pode retroagir até 90 dias do requerimento de falência, do
pedido de recuperação judicial ou do primeiro protesto.

c) Deve o juiz oficiar a junta comercial para que conste a


expressão, falido, ao lado do nome do empresário.

d) Deve o juiz se manifestar a respeito da continuidade da


atividade ou da lacração do estabelecimento. Se houver continuidade da
atividade é o administrador judicial que administrará a sociedade.

Recursos contra a sentença de falência (art. 10011 da LFR)

Contra a sentença que decreta a falência cabe agravo; da


sentença que denega a falência cabe apelação.

Competência (art. 3º12 da LFR)

É competente para a decretação da falência o juízo onde se


encontrar o principal estabelecimento do empresário.
O principal estabelecimento do empresário é aquele onde
ocorre o maior volume de negócios do empresário (critério quantitativo
econômico).
O juízo falimentar é denominado na doutrina como “juízo
universal”, pois após o decreto de falência todos os credores ainda que
com título não vencido, devem se dirigir ao juízo falimentar para
habilitarem o seu crédito. O único credor que não precisa se habilitar é o
credor fiscal.
Todas as ações que estiverem em curso em face do
empresário são suspensas, salvo as seguintes exceções:

10 Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de
empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada.
11 Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe

apelação.
12 Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a

falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.

5
ANUAL ESTADUAL MATUTINO CENTRO
DIREITO COMERCIAL
PROF: IACOMINI
DATA: 13/08/2010

a) Ações trabalhistas;
b) As execuções fiscais;
c) Ações que demandam quantia líquida;
d) Ações em que a massa falida seja autora ou litisconsorte
ativa;
e) Ações de competência da Justiça Federal.

Essas exceções são chamadas de exceções ao juízo universal.

Legitimidade ativa (art. 9713 da LFR)

1. O próprio devedor (autofalência). Determina o art. 10514 da


LFR que se o empresário se encontrar em crise econômica ou financeira
e verificar que não atende aos requisitos para pleitear a recuperação
judicial este deverá requerer a sua autofalência. Trata-se de dever legal
que, no entanto, não possui sanção.

13 Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:

I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;
IV – qualquer credor. (...).
14 Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação

judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade
empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos: (...).

Potrebbero piacerti anche