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RODOVIAS&VIAS 1

2 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 3
editorial Ano 12 - Edição 51 - Abril/2011
Distribuição dirigida e a assinantes
Uma publicação da Rodovias Editora e Publicações Ltda.
CNPJ/MF.: 03.228.569/0001-05
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(41) 3267-0909 - rodoviasevias.com.br
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Tiragem - 30 mil exemplares
A tiragem desta edição de 30 mil exemplares
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Brasil. Por que não agora?
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conselho editorial
Dagoberto Rupp João Claudio Rupp
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A fé, o otimismo, a esperança são característi- João Rodrigo Bilhan João Augusto Marassi
rodrigo@rodoviasevias.com.br joao@rodoviasevias.com.br
cas rotuladas nos brasileiros. Fato ou boato, Carlos Marassi
marassi@rodoviasevias.com.br
Fábio Eduardo C. de Abreu
fabio@rodoviasevias.com.br
é diante de adversidades, de situações estremas, e Paulo Roberto Luz Edemar Gregorio
até de uma maré de azar que as forças sobrenatu- paulo@rodoviasevias.com.br edemar@rodoviasevias.com.br
auditoria e controller
rais, os poderes ocultos são evocados. Nas palavras Marilene Velasco Paula Mayara
do poeta Marcelo Nova, a mesma fé que remove mara@rodoviasevias.com.br mayara@rodoviasevias.com.br
mayara@revistanovoambiente.com.br
montanhas também traz grana e um monte de JORNALISTA RESPONSÁVEL - Davi Etelvino (SC 02288 JP)
mulher. davi@rodoviasevias.com.br
revisão - Karina Dias Occaso
Nós, da Rodovias&Vias, sabemos que, para re- karina@rodoviasevias.com.br

mover uma montanha, nada melhor do que má- Projeto gráfico e ilustrações

quinas e explosivos. Já os homens (e a mulher) que studio@verttice3d.com


decidem o futuro da nação preferem só acreditar,
Central de Jornalismo
pelo menos por enquanto. Pode ser melhor deixar Carlos Marassi Leonilson Carvalho Gomes
para a última hora mesmo, já que é no final que marassi@rodoviasevias.com.br
Fernando Beker Ronque
leonilson@rodoviasevias.com.br
Estanis Neto
tudo dá certo. fernando@rodoviasevias.com.br estanis@rodoviasevias.com.br
Davi Etelvino Marcelo Ferrari
O otimismo brasileiro está na essência da davi@rodoviasevias.com.br ferrari@rodoviasevias.com.br

Rodovias&Vias, a gente também acredita no país. Leandro Dvorak


leandro@rodoviasevias.com.br
Oberti Pimentel
oberti@rodoviasevias.com.br
Mas não podemos esperar o final do filme, tem Paulo Negreiros
negreiros@rodoviasevias.com.br
Uirá Lopes Fernandes
uira@rodoviasevias.com.br
que ser agora. Por isso buscamos para as nossas Leonardo Pepi Santos Dagoberto Rupp Filho
páginas o que está sendo e o que não está sendo leo@rodoviasevias.com.br dagoberto.filho@rodoviasevias.com.br
atendimento e assinaturas
feito para melhorar o Brasil. Não porque vamos re- Mari Iaciuk Raquel Coutinho Kaseker
ceber a Copa do Mundo, mas porque vivemos aqui mari@rodoviasevias.com.br raquel@rodoviasevias.com.br
Webdesign
e porque outros tantos viverão. Não se trata de Colaborador
Fernando Beker Ronque
Carlos Guimarães Filho
quando, e sim de quem e onde. logística
fernando@rodoviasevias.com.br

O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, Juliano Grosco


juliano@rodoviasevias.com.br
do próprio governo federal, afirmou que “dez dos Juvino Grosco Ricardo Adriano da Silva
treze aeroportos que estão recebendo investimen- jgrosco@rodoviasevias.com.br
Marcelo C. de Almeida
ricardo@rodoviasevias.com.br
Tiago Casagrande Ramos
tos podem não ser completamente finalizados marcelo@rodoviasevias.com.br tiago@rodoviasevias.com.br
Alexsandro Hekavei Aélcio Luiz de Oliveira Filho
para a Copa de 2014”. O estudo do Ipea reflete a alex@rodoviasevias.com.br aelcio.filho@rodoviasevias.com.br
burocrática velocidade com que as coisas aconte- Clau Chastalo
Bem-Estar
Maria Telma da C. Lima
cem num país tão fervoroso quanto o nosso e ao clau@rodoviasevias.com.br telma@rodoviasevias.com.br
Ana Cristina Karpovicz Paulo Fausto Rupp
mesmo tempo tão carente por infraestrutura. Se cris@rodoviasevias.com.br paulofausto@rodoviasevias.com.br
a Copa do Mundo trouxe pouco de “concreto” até Maria C. K. de Oliveira
maria@rodoviasevias.com.br
Janete Ramos da Silva
janete@rodoviasevias.com.br
agora, pelo menos está servindo para acalorar o
debate em torno do que precisamos. E não apenas
nos enchendo de esperança. Vai, Brasil!
FSC
Central de Jornalismo
Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Revista, sendo de total responsabilidade do autor.
ÍNDICE

tav 42

rodovia 44

são Paulo 46

capa 48

aeroportos 66

exclusiva 9
mercado 73

entrevista 76

ENERgia 78

abcp 84
josé de anchieta

EM TEMPO 14

imagem do mês 86
na medida 89

infopágina 92

artigo 95

ARTIGO 96

6 RODOVIAS&VIAS
nesta edição:

48 vidas em movimento

20 26

BR-101 alagoas

80

PoRTOS roraima

RODOVIAS&VIAS 7
RODOVIAS & VIAS É

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8 RODOVIAS&VIAS
exclusiva

Foto: Rodovias&Vias/Oberti Pimentel


josé de anchieta
Governador de roraima

A o chegar para o primeiro compromisso em Roraima, mais precisamente na Secretaria de


Infraestrutura, nossa equipe de reportagem tinha a singela missão de coletar dados sobre
os empreendimentos em andamento no estado. No decorrer da reunião, o telefone da Secretária
Adjunta toca e, ao desligar, ela comunica: “O chefe está vindo aqui.” Para nossa surpresa, não se
tratava do titular da pasta, mas do chefe do Executivo. Ao entrar, o Governador assume a cabeceira
da mesa e imediatamente deixa transparecer algumas características de sua personalidade. Cordial
e hospitaleiro, José de Anchieta Júnior nos dá as boas-vindas. Pragmático, passa a pontuar as mais
relevantes obras de infraestrutura em execução. Líder nato, ordena a sua equipe que nos forneça
todos os subsídios para a realização de uma boa reportagem e avisa que acompanhará pessoalmente
as visitas aos canteiros de obras.
Formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Ceará, chegou em Roraima no ano de
1991, e em 2004 assumiu sua primeira função pública como Secretário de Estado de Infraestrutura,
além de assumir temporariamente a Secretaria de Estado de Articulação Municipal. Foi Diretor do
extinto DER-RR e Presidente do Conselho Rodoviário Estadual, além de membro do Comitê Gestor
para Assuntos Fronteiriços. Anchieta elegeu-se, em 2006, Vice-Governador do estado de Roraima pelo
PSDB, na chapa de Ottomar Pinto. Assumiu o governo do estado com a morte do brigadeiro Ottomar,
reelegendo-se para o cargo nas eleições de 2010.

RODOVIAS&VIAS 9
exclusiva

Rodovias&Vias: Em relação ao setor de um dos motivos para continuarmos os inves-


obras públicas, como o senhor avalia seu man- timentos nas estradas. Iniciaremos ainda esse
dato anterior? ano os trabalhos na BR-174 no sentido norte. Os
José de Anchieta: Quando assumimos o go- 200 km daqui de Boa Vista até a fronteira com
verno, priorizamos três itens que eu conside- a Venezuela serão totalmente restaurados, com
rava fundamentais para induzir o crescimento. nova sinalização para trazer segurança ao povo
Primeiramente resolvemos o maior problema do estado de Roraima. Também temos aqui ro-
administrativo do estado, que era a questão dovias federais não pavimentadas. Nossa meta
da regularização fundiária, acabamos de vez é concluir o asfaltamento da BR-401 e asfaltar a
com a insegurança jurídica no que diz respeito BR-433, obras para as quais estamos pleiteando
à propriedade da terra. Depois concentramos recursos junto ao Ministério dos Transportes.
esforços nas obras estruturantes, com ênfase na Tornaremos permanente a manutenção das
reconstrução e recuperação das estradas. Nos- vicinais. Vamos expandir a rede de esgoto, com
so programa contemplou as rodovias federais, foco na capital, onde vive quase 70% da popu-
as estaduais e também as estradas vicinais. Em lação do estado, mas também realizando obras
convênios com o DNIT, priorizamos a restaura- de saneamento no interior, para que possamos,
ção da BR-174, que é a espinha dorsal do nosso num futuro próximo, levar esgotamento sani-
estado, a rodovia que liga Manaus a Boa Vista e tário para todos os municípios. Após definida a
interliga o Norte do Brasil ao Caribe. Também questão de geração de energia, o estado terá a
estão sendo recuperadas ou conservadas as obrigação de distribuí-la. Através do programa
BRs 210, 432 e 401. Asfaltamos algumas rodo- Luz Para Todos, vamos concluir a primeira etapa
vias estaduais, aquelas que consideramos arté- com a instalação de 9 mil transformadores e, lo-
rias de escoamento de nossa produção, e, por gicamente, partiremos para uma segunda eta-
último, demos atenção especial à manutenção pa ampliando algumas outras obras para me-
e abertura de novas estradas vicinais, das quais lhor aparelhar a estrutura do estado, principal-
200 km estão sendo asfaltados. Investimos na mente em função do crescimento econômico.
questão energética – atualmente somos abas- Segundo dados do IBGE, na região Norte, Rorai-
tecidos pela hidrelétrica venezuelana de Guri e ma foi o estado que mais cresceu economica-
nosso objetivo é acabar com essa dependência. mente, com crescimento de 7,9%. Além disso,
Estamos pleiteando junto ao governo federal ampliamos em 100% o número de empregos,
que, com a interligação de Tucuruí (Manaus) o que representa o maior índice de geração de
ao sistema integrado nacional, o “Linhão” seja emprego nos últimos dez aos. O papel do go-
estendido e essa energia venha até Boa Vista. verno é atender a demanda por infraestrutura
Outra opção é a construção de uma hidrelétrica gerada pela pujança, garantindo a manutenção
em nosso estado. Solicitamos um estudo para de altas taxas de crescimento. Isso passa não só
a barragem do Cotingo, um grande cânion que pelas obras de infraestrutura como um todo,
pode gerar aproximadamente 400 megawat- passa também pela ampliação do setor de saú-
ts, com uma área de alagação em torno de 40 de, educação e segurança.
km². Iniciamos também um grande programa
de obras de saneamento, o que tornou Boa Vis- Roraima está em obras, como o senhor mes-
ta a primeira e única capital do Brasil com 100% mo disse, experimentando um novo ciclo de
de água potável para sua população, além de desenvolvimento. Isso significa maior atrativi-
termos ampliado a rede de coleta de esgotos, dade e competitividade para o estado. Quais se-
fazendo com que a capital conte com 54% do riam, hoje, as oportunidades pra quem deseja
esgotamento sanitário coletado e tratado. investir no estado de Roraima?
Roraima tem uma aptidão muito grande no
Quais são as perspectivas com relação aos setor primário da economia. Uma vez resolvida
investimentos em obras estruturantes para os essa questão da regularização fundiária e essas
próximos quatro anos? obras estruturantes, estradas e energia, do resto a
Para se ter uma ideia, dos 15 municípios do natureza já cuidou: temos solo de qualidade, uma
estado de Roraima, nós ainda temos dois que grande extensão de terras agricultáveis, estamos
não possuem vias de acesso pavimentadas, acima da linha do equador, com um nível de lu-

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exclusiva

“Iniciamos também um grande programa


de obras de saneamento, o que tornou Boa Vista
a primeira e única capital do Brasil com 100% de
água potável para sua população, além de termos
ampliado a rede de coleta de esgotos, fazendo
com que a capital conte com 54% do esgotamento
sanitário coletado e tratado.”

Foto: Rodovias&Vias/Oberti Pimentel


minosidade muito grande, com regime pluvio- Quais seriam hoje os principais entraves
métrico constante e regular, temos em média seis ao progresso que ainda precisam ser enfren-
meses do ano com chuva. São condições favorá- tados pelo seu governo, o que ainda falta
veis ao setor produtivo de alimentos e grãos. Hoje para que o desenvolvimento possa ocorrer de
vemos em Roraima um assédio, visita de pessoas maneira mais rápida e fácil?
do agronegócio, principalmente da região Cen- Nós governadores cujos estados estão na
tro-Oeste, vindo se estabelecer, comprando ter- região de abrangência do arco da Amazônia
ras, um novo ciclo da produção. Dos 22 milhões Legal precisamos nos unir com nossa banca-
de hectares do estado, cerca de 30% são lavrados da no Congresso e definir uma política clara
ou serrados, onde estamos aptos à cultura do mi- sobre essa questão ambiental. Sabemos que
lho, da soja, do algodão, do arroz e da cana-de- tramita um projeto de lei para o novo Código
-açúcar sem agredir o meio ambiente. A posição Florestal. O Brasil tem 8,5 milhões de km², mas
geopolítica de Roraima dá um upgrade, o estado só a Amazônia tem 5,5 milhões de km², 60% do
está praticamente todo no hemisfério norte, nos- nosso território. Essa definição da legislação
sa produção está na entressafra do Brasil. Estamos ambiental precisa considerar que a Amazônia
localizados a 1.100 km do porto de Itacoatiara, no não é uma floresta única, existem vários bio-
Amazonas, e a 1.200 km da cidade portuária de mas, que devem ser tratados de forma diferen-
Porto de La Cruz, na Venezuela. A segunda ver- ciada. Em Roraima, por exemplo, possuímos a
tente é a exploração mineral. Roraima hoje deve mata, a região de transição e o cerrado, entre
ser uma das maiores reservas minerais desse país. outros. Então um dos fortes gargalos hoje é a
Estamos dando início a um processo de levanta- legislação ambiental, e não estou aqui defen-
mento do potencial mineral, para a exploração dendo o desenvolvimento a qualquer preço,
sustentável da iniciativa privada nas reservas de temos sim que preservar, mas precisamos pro-
estanho, cassiterita, nióbio, ouro, diamante. Existe gredir buscando a sustentabilidade. Um decre-
um estudo que indica a presença de minas de es- to presidencial proíbe uma planta de etanol
tanho praticamente na superfície. na Amazônia Legal. Foi feito ano passado pelo

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exclusiva

Presidente Lula, induzido pelo Ministro Carlos Roraima, até pela sua exuberância e bele-
Minc. Com todo o respeito, mas o Minc nun- za natural, parece ter um grande potencial de
ca veio a Roraima, ele conhecia Roraima pelo exploração do turismo. O que o governo tem
Google Maps, ele não conhecia Roraima como feito ou pretende fazer para que esse poten-
vocês, que estão tendo a oportunidade de es- cial seja explorado?
tar aqui vendo a situação. Agora vejamos o con- A partir do momento em que eu estruturo o
trassenso, possuímos 6 milhões de hectares de estado com a recuperação das estadas, levando
lavrado a 200 km da Venezuela, que assinou o energia, levando o desenvolvimento para todas
tratado de Kyoto e hoje adiciona álcool na ga- as áreas, estou também incentivando o turismo,
solina. Temos um potencial imenso para um melhorando o acesso das pessoas a essas bele-
grande projeto de etanol e fornecermos todo zas naturais que nós temos em nosso estado,
o álcool produzido para a Venezuela, país com fomentando o ecoturismo na Amazônia. Nós
28 milhões de habitantes e que compra o álcool temos aqui um hotel de selva no Baixo Rio Bran-
do interior de São Paulo. É um absurdo o esta- co, eleito pela revista Forbes como o quarto me-
do ser privado desse desenvolvimento tendo lhor pesqueiro esportivo do mundo, nós temos
todo o mecanismo, a terra, a condição propí- as regiões de serras belíssimas, cachoeiras, um
cia, a logística, o mercado, e Roraima não pro- estado preservado, uma natureza totalmente
duz álcool. Roraima é o estado mais preserva- virgem para mostrar para o mundo. Estamos
do da federação, temos algo em torno de 68% em parte também nos preparando para a Copa
do território preservado, e o menor índice de de 2014. Sendo Manaus subsede que receberá
desmatamento da Amazônia no Brasil, apenas quatro seleções 30 dias antes do evento, vamos
3%. Aproveito a ocasião para fazer uma denún- começar a obra de recuperação do Estádio Fla-
cia: acontece atualmente em Roraima um dos marion Vasconcelos para duplicar sua capaci-
maiores atentados ao direito constitucional de dade. Com a reforma desse estádio, esperamos
ir e vir, quando um trecho da BR-174 que corta trazer uma ou duas dessas seleções para Boa
a reserva indígena Waimiri Atroari é bloqueado Vista, a fim de que se acostumem com o clima
às 18 horas e reaberto às 6 da manhã, travando amazônico sem precisar se deslocar em meio a
o desenvolvimento de nosso estado. Não po- um trânsito complicado como o de Manaus.
demos ter uma rodovia bloqueada 50% do dia,
isso é inaceitável.

“Aproveito a ocasião para fazer uma


denúncia: acontece atualmente em Roraima um
dos maiores atentados ao direito constitucional
de ir e vir, quando um trecho da BR-174 que
corta a reserva indígena Waimiri Atroari
é bloqueado às 18 horas e reaberto às 6 da
manhã, travando o desenvolvimento de
nosso estado. Não podemos ter uma rodovia
bloqueada 50% do dia, isso é inaceitável.”

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exclusiva

Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes


“Faço um convite para que,
agora como a chefe do executivo, a
presidente Dilma Roussef venha
visitar o estado de Roraima,
haja vista que aqui já esteve, mas à
época ainda como Ministra das
Minas e Energia.”

Como é que tem sido a atuação da bancada olhados diferentemente do resto do país. Ela
roraimense de parlamentares no Congresso é uma mulher muito técnica, acompanhou o
Nacional, no sentido de garantir os recursos Presidente Lula durante todo o governo, é ex-
necessários para a manutenção do crescimento periente e profunda conhecedora do sistema
do estado? energético do Brasil. Se eu pudesse dizer algu-
Eu tenho tido um apoio da maioria da banca- ma coisa, e logicamente vou ter a oportunida-
da federal, mas, com todo o respeito aos demais de de dizer pessoalmente, pediria que, em pri-
parlamentares, no governo Lula recebi um apoio meiro lugar, nos ajudasse a resolver a questão
muito grande de dois parlamentares em espe- de geração de energia do estado, consolidar
cial, o Deputado Luciano Castro, que na época a integração no sistema nacional com a linha
foi líder do PR, partido da base do governo e que Tucuruí-Manaus-Boa Vista e a construção de
nos trouxe uma relação muito tranquila, muito uma hidrelétrica. Também pediria que priori-
serena com o governo federal. Também o Sena- zasse, visando à integração do Norte do Brasil
dor Romero Jucá, que foi líder do Presidente Lula com os países do Caribe, a construção da es-
no Senado e hoje é líder da Presidente Dilma, en- trada de Bonfim, em Roraima, até Georgeto-
tão foram esses dois os grandes interlocutores. wn, na Guiana, prevendo ainda a construção
de um porto para termos mais uma opção de
Se a Presidente Dilma tiver a oportunidade escoamento da produção na região Norte.
de ler esta entrevista assim que publicada, o Para concluir, faço um convite para que, agora
que o senhor gostaria de dizer a ela? como chefe do Executivo, a Presidente Dilma
Em primeiro lugar, gostaria de dizer que Rousseff venha visitar o estado de Roraima,
nós do governo de Roraima torcemos para que haja vista que aqui já esteve, mas à época ain-
ela faça um grande governo para o nosso país. da como Ministra das Minas e Energia.
Que no governo passado construímos uma
boa relação com o governo federal, que sem
dúvida irá continuar. Mas chamaria a atenção
para os estados da Amazônia, que precisam ser

RODOVIAS&VIAS 13
em tempo
BR-101 no Paraná
Seguindo pelo litoral brasileiro de norte a sul, a rodovia
que reserva as mais belas paisagens do país, a BR-101, até
hoje não conseguiu passar pelo Paraná. Questões ambientais
das regiões por onde passaria o traçado entravam a obra. No
entanto, após os problemas causados pelas águas de março e
registrados na edição passada da Rodovias&Vias, a discussão
sobre a BR-101 no Paraná novamente ganha força. O DER do
estado tem um projeto básico concluído para a implantação
da rodovia “litorânea”. Entre Garuva/SC e a PR-508 (rodovia
Alexandra-Matinhos), seriam 84 km e R$ 400 milhões,
aproximadamente, em investimentos. No futuro, seria feita a
ligação entre a BR-277 e a BR-116.

portos baianos avançam

Foto: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi


Os portos de Aratu, Salvador e Ilhéus,
administrados pela Companhia Docas do Estado
da Bahia (Codeba), devem receber cerca de R$ 1
bilhão em investimentos até 2014, para projetos de
modernização e ampliação. Os investimentos virão
do governo federal, da iniciativa privada e de recursos
próprios da companhia, segundo informações da
própria Codeba. Entre os projetos para modernizar
e aumentar a capacidade de movimentação dos
portos, foram feitas obras no porto de Salvador, como
dragagem de aprofundamento para 15 m, ampliação
do terminal de contêineres. Ainda estão previstas a
aquisição de novos equipamentos e a construção de
terminal de passageiros, com área de integração e lazer
e implantação da Via Expressa Baía de Todos os Santos.

portos baianos avançam ii


Foto: Divulgação

No porto de Aratu, além da dragagem,


estão previstas a ampliação do píer do Terminal
de Granéis Líquidos, com a criação de dois
novos berços de atracação; a melhoria da
acessibilidade terrestre, com duplicação dos
acessos rodoviários; e a construção de pátio
de triagem e estacionamento de veículos de
carga em área anexa ao porto. No terminal de
Ilhéus, que sofre por falta de logística em sua
acessibilidade, a Codeba tem planos de investir
na dragagem, na ampliação de sua retroárea
primária e na implementação de um canal
de tráfego direto e livre, de modo a garantir a
atração de novos volumes de cargas.

14 RODOVIAS&VIAS
em TEMPO

capital estrangeiro na infraero


A resposta deve surgir ainda neste ano
e depende do governo brasileiro. Após a
reunião anual do Banco Interamericano de
Desenvolvimento, em março, a Ministra
do Planejamento, Miriam Belchior, disse
que até meados de 2011 deve ser definida
a participação, e é provável que ela
aconteça por meio de uma oferta pública
inicial (IPO, na sigla em inglês). A Ministra
afirmou em entrevista coletiva, após a
reunião, que o governo “tem a sensação
de que isso seria necessário para melhorar
a governança da empresa”.

E vai dar tempo?


Os próximos movimentos devem definir também o tamanho da participação do setor
privado na melhoria dos aeroportos brasileiros. Para muitos representantes de entidades
internacionais ligadas a grandes eventos esportivos, como o Presidente da Fifa (Federação
Internacional das Associações de Futebol), o Brasil precisa “acelerar os preparativos para
sediar o Mundial de 2014”. Alguns Ministros discordam. O futuro dirá quem tem razão.

mais leitos para a copa


Foto: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi

Os Ministros Leônidas Cristino (Portos) e


Orlando Silva (Esportes) discutiram as obras
que vão capacitar os portos brasileiros para o
recebimento dos navios durante o evento da
Copa de 2014. A determinação do governo
federal é acompanhar rigorosamente todo o
cronograma proposto. No âmbito da SEP, o
montante poderá chegar a R$ 1 bilhão, segundo
Leônidas Cristino. Serão contemplados os
portos de Santos, Rio de Janeiro, Salvador,
Recife, Natal, Fortaleza e Manaus. A ampliação
dos portos dará lugar a navios que poderão
comportar 70 mil leitos, contribuindo com a
demanda da rede hoteleira.

RODOVIAS&VIAS 15
em TEMPO

Triunfo cria empresa de cabotagem


O grupo Triunfo, que atua em rodovias,

Foto: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi


portos e geração de energia, colocou
no mercado seu mais novo projeto. A
Maestra Logística, que tem 100% do
seu capital controlado pela Triunfo, foi
constituída para operar no segmento de
cabotagem. Ela atuará em cinco portos da
costa brasileira. A intenção da Companhia,
ao atuar nesse segmento, visa a suprir a
demanda por transporte hidroviário, que
representa apenas 14% do total de cargas
movimentadas no país.

Transportes e Meio Ambiente


A relação entre transportes e meio ambiente permeará as conversas entre os
participantes da Eco Transporte & Logística, que será realizada na capital São Paulo
nos dias 18 e 19 de maio de 2011. O evento, chamado de Expo&Conference, segue as
tendências atuais de unir palestras e debates de um fórum com uma exposição que reúne
representantes e expoentes do setor. A Eco Transporte & Logística é um dos principais
fóruns de discussão do segmento na Europa e pretende debater no Brasil o rigor da
aplicação da Lei de Crimes Ambientais, em vigor no país desde 1998 – a lei prevê reclusão
de até quatro anos e multas que podem
chegar a R$ 50 milhões em caso de
acidentes com veículos que transportem
produtos que possam causar poluição
ambiental ou danos à saúde humana.
Para o debate, estão convidados
representantes de instituições como a
Alcoa, América Latina Logística (ALL),
Ecovias, Grupo Boticário, Associação
Brasileira dos Terminais Portuários,
NTC&Logística e Petrobrás.

santa barbara engenharia tem nova direção


Dando sequência ao planejamento empresarial, a Santa Bárbara Engenharia muda o seu
comando. Assume a Presidência da empresa Francisco Leonardo, executivo experiente vindo
da OHL Brasil. “É natural que, neste momento tão favorável da economia, a companhia se
apresente como uma das principais participantes neste esforço de reconstrução e ampliação da
infraestrutura do país e da formação de capital fixo das empresas.” Inaugurada em 1967, com
sede em Belo Horizonte, a Santa Bárbara é uma das principais empresas brasileiras no mercado de
edificações, infraestrutura, indústria, óleo e gás. A empresa já realizou mais de mil obras por todo
o país. Entre elas, o Projeto Salobo, no Pará, a Refinaria Henrique Laje, em São Paulo, e a Cidade
Administrativa, em Minas Gerais.

16 RODOVIAS&VIAS
em TEMPO

ABTC – novo portal no ar


A Associação Brasileira de Logística
e Transporte de Carga (ABTC) publicou
novo portal na internet que permite
aos visitantes compartilhar conteúdo
e conferir informações atualizadas
do setor. Eventos, notícias, links para
outras entidades do segmento e o
acompanhamento de proposições em
tramitação no Congresso Nacional são
alguns dos novos recursos disponíveis no
site – www.abtc.org.br.

Mais recursos para a Zona Leste de São Paulo


Graças a investimentos que virão da parceria entre o governo estadual e a prefeitura
de São Paulo, a Zona Leste da capital paulista terá sua infraestrutura reforçada. A região vai
receber, nos próximos anos, R$ 477 milhões para obras, dos quais R$ 345 milhões serão do
governo do estado e R$ 132 da administração municipal. Estado e prefeitura já assinaram um
convênio para obras no entorno do polo institucional de Itaquera, que beneficiarão também
a região onde será construído o estádio do Corinthians, local “candidato” a ser sede do jogo
de abertura da Copa de 2014. Além da nova arena, a região ganhará com novas ligações
viárias, escolas técnicas, viadutos, passarelas e valorização imobiliária.

Foto: Rodovias&Vias/Estanis Neto


Rodovias&Vias em mãos
O Governador do Paraná, Beto
Richa conferiu a última edição de
Rodovias&Vias enquanto fazia
o balanço de seus 100 dias de
governo para o público presente em
evento promovido pelo Sindicato
da Indústria da Construção Civil
do Paraná (Sinduscon-PR). O
Governador também adiantou as
principais ações que os paranaenses
podem esperar para os próximos
meses de seu mandato.

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18 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 19
Alagoas recebe
duplicação da BR-101
A rodovia Translitorânea está sendo totalmente duplicada no Nordeste.
Depois de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, chegou a vez de Alagoas.
Fotos: Rodovias&Vias / Leandro Dvorak

20 RODOVIAS&VIAS
O borracheiro José Pereira lamenta
que terá de mudar sua borracharia
de endereço, mas é por uma boa causa. O
local onde trabalha cederá espaço aos ho-
mens e máquinas que vão duplicar a BR-
101 no estado de Alagoas. “É uma pena ter
que deixar o local, mas a obra é muito im-
portante. Com toda a certeza vai diminuir
o número de acidentes da rodovia”, afirma
José.
O comerciante Davi Souza da Silva, que
chegou a participar de interdições da ro-
dovia, também concorda. “O movimento
mata os inocentes. A gente era obrigado a
fechar a pista para que fosse tomada algu-
ma atitude. Agora, com essa modificação
vai ficar melhor.”

O Deputado Federal Maurício Quintella


Lessa (PR-AL) concorda que a população
que mora próximo à rodovia tem mais a
ganhar do que a perder. Segundo ele, que
é liderança política no estado de Alagoas,
a BR-101 significa acesso a produtos e ser-
viços. “Mesmo passando por poucas áreas
urbanas em Alagoas, a duplicação da BR-
101 trará melhorias na vida de quem mora
perto, já que é por meio da rodovia que
muitas comunidades rurais têm acesso a
serviços de saúde e educação, por exem-
plo”, afirma.
O cultivo de cana-de-açúcar é uma
das principais atividades econômicas da
região. Boa parte do traçado da BR-101
em Alagoas tem como cenário usinas e
canaviais. Um cheiro adocicado da fuma-
ça está quase sempre presente. “A nova
estrutura terá também acessos mais segu-
ros às usinas de açúcar, por onde passam
diariamente milhares de trabalhadores
alagoanos. Isso significa mais segurança
para quem trafega e agilidade no escoa-
mento da produção de uma das principais
atividades econômicas do estado”, explica
Maurício Quintella.
A obra
A obra é volumosa e complexa, corta 13
municípios e deve consumir R$ 1,3 bilhão,
aproximadamente. O Superintendente do
DNIT em Alagoas, Fernando Fontes Merlo Fi-
lho, explica que a rodovia será duplicada em
toda a extensão dentro do estado. “Os 248
km foram divididos em seis lotes. As obras
começaram efetivamente depois do inverno
do ano passado, que é quando as chuvas di-
minuem. Estamos com seis meses de obra e

RODOVIAS&VIAS 21
rodovias

“a duplicação da BR-101 trará melhorias


na vida de quem mora perto, já que é por
meio da rodovia que muitas comunidades
rurais têm acesso a serviços de saúde e
educação, por exemplo.”

Maurício Quintella,
Deputado Federal (PR -AL)
Foto: Divulgação

o cronograma está avançado. Trabalha- em relação ao CBUQ [Concreto Betumi-


mos para concluir a obra em 540 dias”, noso Usado a Quente]. Suporta melhor
afirma o Superintendente. os esforços de compressão do que o
Lourival Falcão Júnior, fiscal da obra, pavimento flexível, que temos em maior
confirma que o maior empecilho é a proporção na malha rodoviária em ge-
condição climática. “O material e a topo- ral”, explica Rommel Melo, Diretor de En-
grafia são controlados, só não podemos genharia do DNIT em Alagoas. Para se ter
controlar o tempo. Choveu, dá proble- uma ideia do volume de concreto usado,
ma”, preocupa-se o engenheiro, expli- basta levar em consideração os seguin-
cando que o período chuvoso começa tes números: as plataformas têm 10 cm
no final de abril. “Com chuva não se tra- de Concreto Compactado a Rolo (CCR) e
balha em pavimentação”, conclui ele. 22 cm de placa. São 32 cm de concreto
Um dos diferenciais desta obra de em 248 km de pista. “O investimento ini-
duplicação é o material usado na pavi- cial é maior, mas há um ganho ao longo
mentação, o concreto. Em Alagoas, o do tempo, com menos manutenção”,
concreto está sendo um produto pio- afirma Rommel Melo em relação ao pre-
neiro. “É uma mistura mais resistente ço do produto.

“O investimento inicial é maior,


mas há um ganho ao longo do tempo, com
menos manutenção.” sobre pavimento de
concreto.

Rommel Melo,
Diretor de Engenharia do DNIT em Alagoas

22 RODOVIAS&VIAS
alagoas recebe duplicação da br-101

“Estamos com seis meses de obra e o


cronograma está avançado. Trabalhamos
para concluir a obra em 540 dias.”
Fernando Fontes Merlo Filho,
Superintendente do DNIT em Alagoas

Benefícios
ça e conforto. “O trânsito não é seguro
Quando concluídas as obras da BR- com a pista simples. Cada dia tem mais
101 no Nordeste, ela será um corredor caminhão na pista. Com a duplicação,
de pista dupla que ligará os estados do vai ficar bom demais. Sem falar que vai
Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernam- diminuir os gastos com manutenção do
buco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Além caminhão.”
de incrementar o turismo, vai facilitar A obra também vem contribuindo
o escoamento de produtos agrícolas e para a geração de empregos. As cons-
industrializados. Motoristas como José trutoras estão aproveitando quase que
Sena, que há 20 anos dirige no trecho, na totalidade a mão de obra da popula-
trafegarão com muito mais seguran- ção que vive no entorno da rodovia.

A obra segue noite adentro.

RODOVIAS&VIAS 23
rodovias

novo lino

joaquim flores

flexeiras

messias

rio largo

marechal deodoro

pilar
são miguel dos campos maceió

teotônio vilela

junqueiro

são sebastião

igreja nova

BR-101 ALAGOAS
porto real
do colégio

extensão total 248 km

As obras estão divididas em 6 lotes

1.º Lote – Extensão 46,35 km - do km 0 ao km 46


Consórcio OAS/Mendes Júnior - Em obras.

2.º Lote – Extensão 45,86 km – do km 46 km 92


Preparando licitação em Brasília.

3.º Lote – Extensão 47,11 km – do km 92 ao km 139


Consórcio Barbosa Mello/Fidens/Hap/Convap – Em obras.

4.º Lote – Extensão 31 km – do km 139,32 ao km 170,32


Consórcio Barbosa Mello/Fidens/Hap/Convap – Em obras.

5.º Lote – Extensão 42 km – do km 170,32 ao km 212,32


Consórcio Ivaí/Torc/Constran/Brasília Guaíba - Em obras.

6.º Lote – Extensão 36,20 km – do km 212,32 ao km 248,5


Consórcio CR. Almeida/S.A. Paulista – Em obras.

24 RODOVIAS&VIAS
O futuro
está nos
trilhos e
o Brasil vai
bem de Trem
Todos sabem que a ferrovia foi o meio de transporte
mais importante do século XIX e que, no século XX, o
predomínio foi das rodovias. Mas a maior parte das
pessoas ainda não percebeu que os trilhos voltarão a
de 10 a 12 | Agosto | 2011
Valer Centro de Excelência em Logís�ca - CEL
ditar o rumo dos transportes no século XXI.

A realidade atual das ferrovias é muito diferente do que foi no passado. As locomo�vas de hoje são
robustas, equipadas com tecnologia de ponta, como computador de bordo e sistema de rastrea-
mento por GPS, entre outros recursos, e toda a movimentação das composições é monitorada à
distância por modernos Centros de Operação e Controle.
O grande avanço das ferrovias de carga no Brasil não acontece por acaso. Desde que assumiram a
operação da malha ferroviária, as concessionárias já inves�ram mais de R$ 24 bilhões. Esses inves-
�mentos viabilizaram os resultados que o setor apresenta nos dias de hoje.
Entre 1997 e 2010, o volume de carga transportada sobre trilhos saltou de 253,3 milhões para
471,1 milhões de Toneladas Úteis, e es�ma-se que chegue a 530 milhões de TU em 2011. Para
atender a esse crescimento, a frota de locomo�vas e vagões aumentou em 128,3% no período e a
oferta de empregos no setor subiu 131,6%. Só o que diminuiu – e muito – foi o índice de acidentes,
reduzido em 79,7%.
Além de inves�r em equipamentos e so�wares de úl�ma geração, as concessionárias implantaram
modelos de gestão focados na qualificação dos profissionais e na busca de compe��vidade,
eficiência, economia e sustentabilidade.
Participe da viagem das ferrovias no rumo do futuro, garantindo desde já sua presença no
III Encontro de Ferrovias ANTF, de 10 a 12 de agosto de 2011, na sede da Vale, em Vitória (ES).
Uma excelente oportunidade para a troca de ideias, sugestões, conhecimentos e experiências.

Mais informações pelo tel.: 11 5096-8104 ou pelo e-mail encontrodeferrovias@otmeditora.com.br

Realização: Apoio: Organização:

RODOVIAS&VIAS 25
Roraima

Roraima:
Terra de oportunidades
Uma porta para novas rotas, um celeiro para muitas nações vizinhas,
um lugar pleno de possibilidades para inúmeros empreendimentos. Apesar
de recente, a história roraimense está caminhando a passos largos para um
futuro promissor. A logística atraente, as terras agricultáveis e o potencial
turístico caminham de mãos dadas sob as cinco cores do pavilhão que tremula
inflado de perspectivas. Porém, há ainda entraves, carências energéticas e
melhorias na infraestrutura rodoviária do estado a serem implementadas.
Ciente dos gargalos, a gestão Anchieta pode ser considerada “de ação”, pois
Roraima definitivamente virou um canteiro de obras.
Foto: Rodovias&Vias/Oberti Pimentel

Palácio Senador Hélio Campos.

26 RODOVIAS&VIAS
terra de oportunidades

A
“ última fronteira agrícola do
Brasil”, assim foi definido o jo-
vem estado de Roraima pelo seu Go-
da terra e o estabelecimento dos locais
destinados ao imenso potencial produ-
tivo, só faltava um elemento para uma
vernador, José de Anchieta Júnior. Ro- história de sucesso e pujança: a infraes-
raima é um dos mais novos entes fe- trutura. Não falta mais! Com pesados in-
derados do país, pois saiu da condição vestimentos no setor de obras públicas
de “Território Federal” com a Consti- e construção pesada, Roraima passa a
tuição de 1988. Efetivamente, pode- contar com uma capital bem organiza-
-se dizer que este foi o primeiro passo da, estradas restauradas, saneamento
para uma questão crucial para seu de- implantado e luz para todos.
senvolvimento, algo capaz de moldar Este panorama organizado tem
as características hoje observadas por transmitido segurança a investidores de
lá e que permeia a história recente do todo o país e do mundo, que passaram
estado: trata-se da regularização fun- a encabeçar a lista de recém-chegados
diária. Este processo iniciou-se com ao estado, tendo em vista que houve
decreto do Presidente Lula, assinado um aumento de cerca de 97% no nú-
em janeiro de 2009, fazendo a trans- mero de empresas instaladas.
ferência para Roraima de 6 milhões Rodovias&Vias esteve lá e visitou as
de hectares de terras anteriormente principais obras da infraestrutura, que se
pertencentes à União. Passou a surtir encontram em plena execução. Tocadas
efeitos a partir da publicação da Lei por empresas que figuram entre as maio-
n.º 11.949, de 17 de junho de 2009. Fi- res, elas são a marca de uma gestão vol-
caram de fora as terras pertencentes tada para o desenvolvimento sustentável
aos assentamentos do Incra já exis- e pela consolidação da posição de lide-
tentes, as áreas de preservação am- rança que Roraima parece naturalmente
biental, das Forças Armadas e reservas ter vocação para exercer na região Norte.
indígenas. A transferência das terras Não por acaso, este é o estado que está à
para os estados permite a titulação de frente de negociações importantes com
áreas em nome dos atuais ou futuros os países vizinhos Venezuela e Guiana.
ocupantes.
Segundo avaliação do Gover-

Foto: Rodovias&Vias/Oberti Pimentel


nador, “a falta da regularização
das terras era um dos principais
entraves ao progresso enfren-
tados pelo estado, freando o
desenvolvimento da economia
roraimense. O setor primário de
Roraima era o principal prejudi-
cado, devido às dificuldades de
conseguir financiamento nos
bancos por falta de comprovan-
te de titularidade das terras”, en-
fatiza Anchieta.
Outro aspecto positivo e van-
guardista, principalmente sob
o ponto de vista da preservação
do meio ambiente, é a previsão
legal para a destinação das ter-
ras. Essas terras terão de ser usa-
das preferencialmente para agri-
cultura, conservação ambiental e
desenvolvimento sustentável.
Com as reservas indígenas
demarcadas, as áreas de preser-
vação delimitadas, a segurança
jurídica que traz a propriedade

RODOVIAS&VIAS 27
Roraima

De Boa Vista de produção e incremento nas ativi-


dades comerciais internacionais para
a Georgetown o estado – e, por que não dizer, para o
Brasil. Combinados, os dois investimen-
tos somam estimados US$ 420 milhões.
A integração com a República Coo- Paralelamente, também está previsto o
perativista da Guiana tem atenção es- desenvolvimento de um polo industrial
pecial em ambos os lados da fronteira, em Boa Vista. Atenta ao potencial do
tendo em vista o projeto para a implan- estado e ciente dos ganhos que podem
tação de uma rodovia que, partindo do ser alcançados com estas estruturas, a
município de Bonfim (que faz fronteira Deputada Federal Teresa Surita (PMDB-
com a cidade de Lethem), irá até Geor- -RR) é assertiva ao comentar os planos:
getown, capital da Guiana. O projeto “Com estradas, energia e produção,
prevê, ainda, a construção de um porto daremos importante salto econômico,
de grande calado capaz de receber na- em curto prazo. Além da infraestrutura,
vios da classe Panamax, também na ca- temos uma população empreendedora,
pital guianesa, o que abre uma possibi- o que contribui muito com a efetivação
lidade sem precedentes de escoamento desse progresso.”

28 RODOVIAS&VIAS
terra de oportunidades

BR-174: O eixo principal. Sob muitos aspectos, a BR-174 pode


ser considerada no mínimo diferente.
Pra começar, ela tem horário de funcio-
Há na anatomia do estado uma namento no trecho que corta a reserva
“boa formação congênita”, que revela indígena dos Waimiri Atroari – das 6h
um plano bem estruturado, capaz de às 18h. Fora desse horário, ela é fechada
dar suporte ao crescente setor produ- (os Waimiri Atroari suspendem corren-
tivo. Neste contexto, a BR-174 abrange tes para impedir a passagem) e só é per-
todo o estado de norte a sul, integran- mitida a passagem de ambulâncias ou
do o Brasil com a Venezuela e o Caribe veículos previamente autorizados. Nes-
(a última cidade brasileira da rota é Pa- te mesmo trecho, após debates com a
caraima, que é vizinha de Santa Helena comunidade, estipulou-se uma faixa
de Uairén, na Venezuela) e o Amazonas de domínio reduzida, de apenas 20 m,
com Roraima. Tratando de referências bastante abaixo dos 50 m previstos na
geográficas, cabe uma informação legislação federal. Apesar destas espe-
(nova para alguns) interessante: é em cificidades, o Governador José Anchieta
Roraima que se encontra o ponto ex- Júnior ressalta outros aspectos impor-
tremo Norte do Brasil, o Monte Caburaí; tantes: “Estas obras [na BR-174], e não
portanto, podemos dizer com orgulho somente elas, têm uma função social
que esta publicação cobre a infraestru- muito forte, que é a geração de empre-
tura nacional do Caburaí ao Chuí (RS), go. Roraima tem apresentado sucessi-
ao contrário do dito pelo senso comum, vos aumentos na oferta de colocações
do “Oiapoque ao Chuí”. Voltando à BR- profissionais, segundo o próprio Minis-
174, há algum tempo ela vem passando tério do Trabalho aferiu, justamente por
por intervenções ao longo de pratica- conta dessas obras”, afirma. Percorren-
mente todo seu traçado, que incluem a do o trecho que corta a reserva, conver-
restauração completa e implantação de samos com Mauro Barbosa da Silva, em-
acostamentos no trecho sul, que vai de pregado há cinco meses na obra: “Antes
Boa Vista até a divisa com o Amazonas, eu fazia bico, trabalhei com cerâmica,
e a conservação do trecho norte, de Boa de pedreiro. Minha família é de Rorai-
Vista até Pacaraima. Uma restauração nópolis e até agora tem sido muito bom
profunda deste último trecho faz par- trabalhar aqui. Quero ficar até o fim”,
te dos planos para os próximos quatro relata satisfeito. O investimento total na
anos da gestão Anchieta. BR-174 é de cerca de R$ 450 milhões. Foto: Rodovias&Vias/Oberti Pimentel

Governador José de Anchieta acompanha de perto as obras nas rodovias.

RODOVIAS&VIAS 29
Roraima

ENTREVISTA Luciano Castro (PR-RR)

Dignatário da confiança depositada pela população ao longo de 6 mandatos, o Deputado Federal


Luciano Castro é, acima de tudo, um combatente. Desafiando a inclemência do sol roraimense ou
posicionando-se de maneira firme quando o assunto é o estado que o acolheu, o economista e
administrador cearense esclarece um pouco sua forma de fazer política: “Não fazemos política para
usufruto próprio. Meus filhos e meus netos querem ter um estado melhor, os filhos e netos dos cidadãos
roraimenses querem ter uma perspectiva melhor.” Acompanhe agora, com exclusividade, as ponderações
do vice-líder do governo na Câmara sobre o estado que mais cresce na região Norte do Brasil.

Rodovias&Vias: Percorrendo o estado, BR-210 pelo menos até São João da Baliza
observamos que Roraima está um verda- e a usina de Jatapu, e o projeto de restau-
deiro canteiro de obras. Sabemos que isso, ração da BR-401 que liga daqui à Guiana. É
em boa parte, não seria possível sem uma importante que esta rodovia seja restaurada.
atuação firme dos parlamentares do esta- Também estamos fazendo o asfaltamento
do. Que tipo de ação o senhor teve que de- da BR-432, que conseguimos incluir no PAC.
senvolver em Brasília para que todos estes Ela vai ter, agora, mais de 50 km asfaltados
recursos fossem disponibilizados para o e devemos concluí-la pelo menos ate o final
estado? do ano que vem. A BR-432 corta uma região
Luciano Castro: Nós tivemos uma equa- produtora do município do Cantá, chegan-
ção que nos ajudou muito. Eu liderei o nos- do até Caracaraí. Sem dúvida nenhuma, ela
so partido, o Partido da República, por três vai ajudar a desenvolver muito o nosso esta-
anos. Durante este período, o Ministro Alfre- do. Ainda sobre a BR-174, seu trecho Norte
do Nascimento, também do PR, nos ajudou está com seu projeto aprovado e o gover-
muito. Costumo dizer a ele que, se nós não no do estado deverá licitá-lo ainda este ano
tivéssemos resolvido o problema da BR-174 para que as obras comecem. É um trecho
e das outras rodovias federais do estado, que, por merecer um tratamento diferen-
agora, por exemplo, ninguém mais resolvia. ciado, terá todo o acostamento executado
Esta equação, de ter o líder do partido no daqui até a divisa com a Venezuela, além da
estado, o Ministro e o Senador da República implantação das terceiras faixas, para facili-
também da nossa região, facilita a realiza- tar o transporte de carga. Faremos ainda a
ção de ações importantes como esta. Veja, contenção das encostas, bem como a ade-
o programa de restauração da BR-174 é um quação geométrica de algumas curvas, que
programa de desenvolvimento que vai en- precisam ser revistas. Este conjunto de obras
volver da fronteira com a Venezuela até a di- nas BRs é de fundamental importância. Acho
visa com o Amazonas. Trata-se de um inves- que não se pode pensar em desenvolvimen-
timento de cerca de R$ 700 milhões em que, to sem duas vertentes: uma das rodovias e a
além disso, estão incluídos a restauração da outra da energia.

30 RODOVIAS&VIAS
terra de oportunidades

Já que o senhor mencionou energia, po- que nós temos que buscar uma vocação in-
deria discorrer mais a respeito? dustrial, e não apenas o perfil da agroindús-
Bem, o Governador Anchieta tem feito um tria. Devemos buscar outro tipo de negocia-
esforço grande para interiorizar o programa ção, que possa nos ajudar a desenvolver um
energético, no sentido de interligar sistemas sistema industrial complementar ao da Zona
e levar energia de qualidade, saindo do mo- Franca de Manaus. Temos que ir plantando
delo de termoelétricas que acontece muito e colhendo. Estes programas, ao lado da re-
no nosso interior. Temos um sistema isolado, gularização fundiária e da titularidade de
e interligá-lo é muito importante. Estamos terras, representam avanços importantes e
vivendo um problema, pois nossa energia é transmitem sucesso aos investidores. Ain-
comprada do sistema Guri da Venezuela. Tí- da, infelizmente, temos um modelo muito
nhamos um contrato de 200 megawatts em estatizante. As pessoas, os empresários de-
compras, mas na realidade eles não têm con- pendem muito do estado. Mas é um modelo
seguido gerar isso e às vezes geram menos que tende a desaparecer com o crescimen-
de 100 megawatts. Nosso pico de demanda to, deixando de lado a “economia de con-
chega a 120 “megas”. Ou seja, daqui a pouco tracheque” e migrando para uma economia
nós teremos sérios problemas de energia no efetiva, de investimento no capital produti-
estado se não buscarmos alternativas como vo, com geração de emprego.
a interligação ao sistema Tucuruí, que viria
de Manaus até Boa Vista, e outros sistemas Como o senhor vê a inclusão da Vene-
secundários, como o governo está fazendo. A zuela no Mercosul? É positiva para Rorai-
revitalização de Jatapu, que é uma pequena ma? Como foi a articulação do senhor neste
hidrelétrica do sul do estado, também ajuda- sentido?
ria, gerando energia adicional para aquela re- Essa foi uma luta grande, porque havia
gião produtora. Há muito que fazer, são obras resistências à inclusão da Venezuela no Mer-
estruturantes, grandes e que demandam cosul em razão da atuação do Presidente
tempo. Certamente elas atenderão a esta ne- Hugo Chávez. Um regime com característi-
cessidade básica do estado para seu desen- cas ditatoriais, o que criou uma reação muito
volvimento. grande no Congresso. Independente disso,
eu costumo dizer que os regimes passam, os
Com recursos garantidos e consolidados, regimes mudam, mas a economia, a pujança
qual é a previsão de investimentos nos pró- da Venezuela, o mercado consumidor con-
ximos quatro anos? Quais serão os próximos tinua e vai continuar sempre. Nós não deve-
passos no sentido do desenvolvimento do mos abrir mão e Roraima não poderia abrir
estado? mão da incorporação deste país ao Mercosul.
É preciso criar as bases do desenvolvi- A Venezuela é uma São Paulo aqui do nosso
mento. Eu já disse que sem estradas e ener- lado, um consumidor muito grande, carente
gia não há base para o desenvolvimento, de tudo, e que sem dúvida nenhuma pode
então eu acho que o governo tem atacado servir de suporte para o nosso desenvolvi-
esses dois pilares, transmitindo segurança mento. Apesar de ela estar vivendo uma situ-
aos investidores. Naturalmente que, paralelo ação de dificuldades econômicas, isso é tem-
a isso, começa-se a chegar ao investimento porário. Não fazemos política para usufruto
no setor produtivo, atraindo, neste contexto, próprio. Meus filhos e meus netos querem
um forte contingente de agricultores e pro- ter um estado melhor, os filhos e netos dos
dutores especializados. O Governador tem cidadãos roraimenses querem ter uma pers-
feito contatos com diversos grupos interes- pectiva melhor, e eu acho que a Venezuela,
sados, e estudos indicam que podemos ele- com Chávez ou sem Chávez, perseverará. Cer-
var a área plantada de soja para 50 mil hec- tamente, com um novo regime de governo,
tares. A partir disso, há outros negócios que poderemos ter uma abertura muito forte e
passam a ser incentivados, como o processa- muito importante para o Brasil. Não podemos
mento da soja e das atividades que dão sus- esquecer que a Venezuela é um país produ-
tentação ao plantio, gerando uma série de tor de petróleo importante, inclusive no setor
subprodutos industrializados, que sem dúvi- petroquímico, que, embora tenha ficado um
da nenhuma vão dar um perfil de industria- pouco defasado pela falta de investimentos,
lização importante para o estado. Roraima é um suporte fundamental para a economia
tem vocação agrícola, mas eu costumo dizer brasileira e para nossa região.

RODOVIAS&VIAS 31
Roraima

BR-210: Integração com BR-431, 432 e 433: As


Pará e Amazonas interligações da BR-174
de Norte a Sul
Cortando o sul do estado, no sentido Tanto a BR-431 quanto a BR-432
leste-oeste, a BR-210 foi planejada para interligam-se com a BR 174 em seu tre-
comunicar Roraima com os estados do cho Sul (extremo Sul, no caso da 431). A
Pará e Amazonas, facilitando o trânsito BR-432 ainda integra um corredor com a
de cargas e pessoas da região Norte. Al- BR-401 no município do Cantá, além do
guns trechos “em terra” já têm projetos entroncamento entre a BR-210 e a BR-
para asfaltamento, e o trecho já pavi- 174/Sul, em Novo Paraíso, município de
mentado recebe obras de restauração e Caracaraí. Ambas já receberam revesti-
ampliação da plataforma, como o trecho mento primário e têm previstos serviços
entre as cidades de São João da Baliza e o de conservação. Encabeçando a ligação
entroncamento com a BR-174 (Novo Pa- Norte, está a BR-433, que liga o trecho
raíso), de aproximadamente 65 km. Este Norte da BR-174 até a BR-401. Ela ainda
segmento terá um incremento na pista não recebeu revestimento, porém conta
de rodagem, que passará a ter 7 m, e no com serviço de conservação contratado.
acostamento, que aumentará para 5 m. O Secretário de Estado de Infraestrutura
de Roraima, Carlos Wagner Briglia Rocha,
nos dá conta das vantagens logísticas,
BR-401: Fronteira citando o exemplo da BR-432: “Ela agora
conta com recursos do PAC e vai dimi-
estratégica nuir a distância entre Manaus e Boa Vis-
ta, passando pelo município do Cantá e
indo até o km 500 da BR-174, reduzindo
Principal caminho entre Boa Vista em cerca de 60 km, o que representa um
e Normandia, ela tem mais da metade ganho considerável para ambos os esta-
de sua extensão asfaltada, até Bonfim, dos.” Sobre o panorama das rodovias fe-
que faz divisa com a Guiana. Já recebeu derais no estado, a Secretária Adjunta de
revestimento primário em 75 km e tem Estado de Infraestrutura, Delchelly Ro-
contratados serviços de conserva, tais berta S. de Oliveira, comenta sobre a for-
como limpeza, tapa-buraco e aplicação ma como as obras estão sendo tocadas:
de material asfáltico. “Trata-se de restauração de pavimento
em alguns trechos e de uma completa
reconstrução em outros. Durante algum
tempo, foram realizadas operações de
cunho paliativo, porém, neste momento,
estamos construindo para que a durabi-
lidade das intervenções seja de pelo me-
nos 10 anos.”

“Ela (br-432) agora conta com recursos do


PAC e vai diminuir a distância entre Manaus e Boa
Vista, passando pelo município do Cantá e indo
até o km 500 da BR-174, reduzindo em cerca
de 60 quilômetros, o que representa um ganho
considerável para ambos os Estados.”

Carlos Wagner Briglia Rocha,


Secretário de Estado de Infraestrutura de Roraima

32 RODOVIAS&VIAS
terra de oportunidades

“Trata-se de Restauração de pavimento


em alguns trechos e de uma completa
reconstrução em outros.”

Delchelly Roberta S. de Oliveira,


Secretária Adjunta de Estado de Infraestrutura de Roraima

vias estaduais, conhecidas como RRs.


RR’s: A vez das Estaduais Comparáveis às intervenções progra-
madas para as vicinais, as obras nestas
estradas compreendem, entre terra-
A ampliação das ações nas rodo- plenagem e asfaltamento, quase 200
vias, destacadas como prioridade no km de frentes de trabalho, totalizando
estado, também contemplam as inter- um investimento que ultrapassa os R$
ligações secundárias, como as rodo- 130 milhões.

RODOVIAS&VIAS 33
Roraima

RR-203: Padrão so, ela é intitulada “Estrada Cênica do


Tepequém”. Responsável pelas obras, o
técnico e estético engenheiro Emerson de Paula Oliveira,
Chefe da Divisão de Estudos Técnicos,
Projetos e Topografia, comenta: “É uma
Talvez a mais bela das rodovias es- região de flora e fauna muito diferencia-
taduais de Roraima, a RR-230 transpõe das. Tivemos todo o cuidado na parte
a região serrana do Tepequém, com um ambiental, e a obra, que poucos acredi-
clima particular, mais ameno, que leva a tavam que sairia do papel devido à difi-
caudalosas cachoeiras, proporcionan- culdade do terreno, foi executada com
do um visual de tirar o fôlego para seus qualidade, para que as pessoas venham
usuários. Praticamente finalizada, ela é em segurança aproveitar este contato
pontilhada por pousadas aconchegan- próximo com a natureza”, diz. Certa-
tes, bem estruturadas, e tem planejada mente. A RR-203 pode ser considerada
a execução de mirantes, entre outras uma das rotas de turismo mais interes-
intervenções paisagísticas. Não por aca- santes a percorrer na região Norte.
Foto: Rodovias&Vias/Oberti Pimentel

RR 203.

34 RODOVIAS&VIAS
terra de oportunidades

“É em uma região de flora e fauna muito


diferenciadas. Tivemos todo o cuidado na parte
ambiental e, a obra, que poucos acreditavam que
sairia do papel devido à dificuldade do terreno, foi
executada com qualidade

Emerson de Paula Oliveira,


Chefe da Divisão de Estudos Técnicos, Projetos e Topografia

Vicinais
A abrangência desta ação é funda-
mental para a integração do estado.
Destaque para a Vicinal 26, que serve
de ligação entre as duas mais impor-
tantes BRs do estado, a BR-174 e a BR-
210. Vale ressaltar que elas apresentam
um padrão técnico consideravelmente
superior que o governo do estado tem
utilizado, até porque se trata de um ar-
tifício para aumentar a durabilidade do
pavimento, uma vez que, a exemplo de
outras estradas do gênero espalhadas
nos rincões do país, os municípios (que
deveriam preservá-las, pois são estradas
municipais e não estaduais) não têm
condições de conservá-las.

RODOVIAS&VIAS 35
Roraima

Obras rodoviárias
e o desafio do clima

É consenso entre os construtores o


grau de complexidade envolvido nas in-
tervenções em rodovias. Diversos fatores
contribuem para determinar o andamen-
to dos trabalhos, desde os mais adminis-
tráveis, como tráfego e logística, até os
imponderáveis, como o tempo. Justa-
mente as alterações climáticas são o que
mais tem contribuído para complicar a
vida nos canteiros. Chuvas torrenciais e
quase ininterruptas, em uma situação atí-
pica, obrigam a paralização momentânea,
quando não prejudicam o trabalho já re-
alizado. Para se ter uma ideia, durante a
primeira etapa das operações na BR-210,
em 30 dias, foram contabilizados apenas
três dias de sol. Apesar dos contratempos,
em todos os trechos visitados por nossa
equipe não há menção a atrasos nos cro-
nogramas: quando há condições, o ritmo
é acelerado.

Energia para crescer

Não por acaso, há um forte apelo pela


integração da rede roraimense ao sistema
integrado nacional de energia. Atualmen-
te, o estado “importa” energia da usina de
Guri, na Venezuela, em um contrato não
muito interessante para o estado, que no
momento consome menos do que paga
e gera menos do que consome. Não bas-
tasse o desconfortável grau de dependên-
cia do país vizinho, há ainda a dificuldade
em distribuir a energia adequadamente
em comunidades muito distantes e de
difícil acesso; por isso, nesses locais impe-
ram ainda os geradores a diesel e uma ou
outra PCH (Pequena Central Hidrelétrica).
Um passo importante para solucionar este
entrave, além da integração ao sistema na-
Foto: Rodovias&Vias/Estanis Neto

cional, é um estudo apresentado pela EPE


(Empresa de Pesquisas Energéticas), ligada
ao Ministério das Minas e Energia, em audi-
ência pública realizada no mês de novem-
bro de 2010 sobre o potencial hidroenergé-
tico de algumas localidades do estado de

36 RODOVIAS&VIAS
terra de oportunidades

Roraima, mais especificamente o Paredão 1 e


2, no rio Mucajaí, e Cachoeira do Bem Querer,
no rio Branco, que, além explorar o potencial
energético, facilitará a navegabilidade do rio
Branco até a capital, Boa Vista. “Na época da
elaboração do estudo de viabilidade, aque-
la que eu considero a localidade mais viável
economicamente para a implantação de
uma usina hidrelétrica, o rio Cotingo, foi dei-
xada de fora do estudo por conta do conflito
judicial com relação à demarcação das áreas
de reserva indígena Raposa e Serra do Sol”,
lamenta o Governador Anchieta. “Já solicita-
mos, através do governo, a possibilidade de
incluir no inventário da Bacia do Rio Branco
a barragem do Cotingo, pois a natureza pra-
ticamente já fez todo o trabalho. Trata-se de
um grande cânion que pode gerar em torno
de 400 megawatts, com aproximadamente
40 km² de área de alagação”, explica o Gover-
nador.

Boa Vista: Tratar para


não degradar

O saneamento básico também ocupa


posição de destaque nos planos da gestão
Anchieta. Boa Vista já pode se orgulhar de
possuir 100% das suas edificações conec-
tadas à rede de abastecimento de água po-
tável. Para melhor compor este conjunto,
complementado pela rede de captação de
esgoto, que registra 54% de beneficiados,
o governo do estado está realizando, por
meio da CAER (Companhia de Água e Esgo-
tos de Roraima), obras estruturantes neste
sentido, como a ampliação de capacidade
de tratamento da ETE (Estação de Tratamen-
to de Esgoto) do bairro São Bento, que visa
quadruplicar a capacidade de tratamento,
para atender a toda a demanda da capital
até o ano de 2027. Esta grande reestrutu-
ração teve início com a construção de um
emissário subfluvial de 4,5 km de extensão,
que leva o efluente do esgoto tratado até
o rio Branco, com alta capacidade de dilui-
ção. Além destas obras, estão sendo ainda
executadas redes de drenagem, eliminando
mais de 20 pontos críticos de alagamento
na capital, resultantes do rigoroso “inverno
amazônico”, em um investimento que há
três anos soma mais de R$ 282 milhões so-
Reconstrução da Estação de Tratamento de Esgotos - ETE da CAER, mente na área de saneamento.
localizada no bairro São Bento, Boa Vista/RR.

RODOVIAS&VIAS 37
Roraima

ENTREVISTA Romero Jucá (PMDB-RR)

Um dos dez mais influentes políticos do Congresso Nacional, o economista Romero Jucá nasceu
no Recife/PE, mas possui uma história estreita de colaboração com o estado de Roraima. Ativista do
desenvolvimento, é o atual líder do governo no Senado Federal. Ex-Governador de Roraima, foi o Senador
mais votado do estado e tem a fundamental missão de, junto à bancada, compor uma atmosfera propícia
às aspirações roraimenses. Ele falou com exclusividade à Rodovias&Vias, explicitando suas visões e
conceitos que evidenciam o bom-senso e a perspicácia que lhes são inerentes. O leitor agora pode ler na
íntegra como foi a conversa.
de líder do governo no Senado Federal, tan-
Rodovias&Vias: De que maneira os investi-
to na administração Lula como agora, mais
mentos em infraestrutura estão melhorando
recentemente, com a Presidente Dilma, tem
a qualidade de vida do cidadão roraimense?
ajudado o estado de Roraima?
Romero Jucá: A infraestrutura é fundamen-
A bancada tem trabalhado unida no senti-
tal para dar condições a Roraima crescer e ser
do de alocar recursos tanto para o estado quan-
um estado desenvolvido. Ainda temos proble-
to para os municípios. Somos uma bancada
mas nas estradas, no fornecimento de energia,
reconhecida na Comissão de Orçamentos no
na logística, tanto de abastecimento quanto
Congresso Nacional, que coloca recursos para
a saída de produtos. A infraestrutura, aliada à
seu estado. Como líder do Senado, tenho atu-
regularização de terras, é um passo garantido
ado de forma muito forte, nós temos consegui-
para que tenhamos um futuro de progresso.
do vitórias importantes para Roraima, não só
Estamos trabalhando para melhorar a infraes-
com recursos para estrada, asfaltamento de vi-
trutura e agilizar a regularização fundiária. As
cinais, para obras importantes de saneamento,
terras da União estão sendo passadas para o
esgoto, abastecimento de água e recursos para
estado. Muitos títulos de terras já foram conce-
as prefeituras do interior. Estamos equacionan-
didos aos produtores.
do problemas do estado, como a questão da
ZPE e a negociação do setor elétrico. Também
Como tem sido a atuação da bancada ro- a relação do Brasil com a Guiana, para que nós
raimense de parlamentares no Congresso tenhamos uma rodovia asfaltada até a cidade
Nacional, no sentido de garantirem recursos de Georgetown, construindo assim a relação
para o estado? E de que forma a sua posição Brasil-Guiana.

38 RODOVIAS&VIAS
terra de oportunidades

Qual projeto para a infraestrutura de Está em discussão no Congresso um


Roraima o senhor defende mais intensiva- projeto para o novo Código Florestal. Qual
mente e quais são as perspectivas para que é sua posição sobre o assunto?
saia do papel? Eu acho que nós temos que ter respon-
Eu defendo três linhas de investimento sabilidade com esse projeto e criar um pro-
de infraestrutura: as estradas, onde nós es- jeto padrão de código florestal que possibi-
tamos asfaltando e reconstruindo estradas lite aos estados se desenvolverem, terem o
como a BR-174, a BR-210, asfaltando vicinais, desenvolvimento autossustentável e pre-
eu defendo a interligação de Boa Vista com servarem suas florestas. É possível, de forma
Manaus. A questão energética é um ponto inteligente, preservar as florestas. Eu tenho
decisivo, queremos que seja possível ao es- apresentado uma proposta de solução para
tado de Roraima construir quatro hidrelétri- reserva legal dos lotes produtivos de forma
cas e vender energia para o restante do Brasil diferenciada, como a lei permite hoje. Eu en-
ao mesmo tempo em que levamos energia tendo que a reserva legal foi feita de forma
para o interior, porque muitas vilas de Ro- agrupada, em determinadas áreas protegi-
raima ainda têm sua energia a motor e óleo das, e onde existe infraestrutura (estrada, as-
diesel. A outra questão é a logística, da inte- falto, energia) aquele lote deve ser utilizado
gração de Roraima com o restante do Brasil para produção porque ele já está ocupado.
e com o Caribe, que é prioridade. Já estamos Vou defender esse ponto de vista durante
construindo o porto no município de Cara- a reforma do Código Florestal. É um debate
caraí. Será o primeiro porto estruturado do intenso, será uma matéria polêmica, mas eu
estado de Roraima e, junto com o Itamaraty espero que o Brasil saia com uma solução
e os governos brasileiro e da Guiana, quere- que possibilite que os estados da Amazônia,
mos que empresas brasileiras pavimentem os menos desenvolvidos, tenham uma polí-
as estradas de Georgetown e também cons- tica de desenvolvimento responsável cons-
truam o porto e uma hidrelétrica, fechando truindo o seu desenvolvimento e mantendo
o pacote de financiamento internacional de seu meio ambiente.
que o governo da Guiana precisa.
É também objeto de debates no Con-
Quais os benefícios que Roraima pode gresso Nacional a reforma do Código Mi-
ter com a entrada da Venezuela no Mer- neral. Quais são os aspectos positivos e
cosul? negativos para a exploração, no estado de
A Venezuela foi aprovada pelo Brasil, mas Roraima, daquela que pode ser uma das
ainda não ingressou porque o congresso do maiores reservas de minério do país?
Paraguai não aprovou. Isso está pendente no Eu defendendo o Código Mineral, te-
Paraguai. O governo brasileiro, junto ao go- nho cobrado isso do Ministro de Minas
verno paraguaio, tenta agilizar esses proce- e Energia, Edson Lobão, nosso parceiro.
dimentos. Para Roraima, é muito importante Eu tenho projeto que autoriza mineração
que a Venezuela esteja no Mercosul. Somos em terra indígena, que já foi aprovado no
vizinhos, é uma tradição de integração cul- Senado e está para ser aprovado em últi-
tural e humana. Queremos ampliar isso para ma instância na Câmara dos Deputados.
uma integração efetiva econômica. Roraima Eu espero que esse projeto seja aprovado
tem condições de produzir e fornecer produ- esse ano e que nós tenhamos um novo Có-
tos para a Venezuela, e o Brasil tem condições digo Mineral, que possibilite efetivamen-
de comprar produtos venezuelanos também. te a exploração da riqueza, que pague os
Eu, como Senador, trabalhei e aprovei o rela- royalties, que pague impostos, para que
tório da Venezuela no Mercosul no Senado as populações possam usufruir dessa ri-
brasileiro. Enfrentamos a oposição e conse- queza. Sem dúvida nenhuma, é um fato
guimos essa vitória, agora é construir, junto determinante para o progresso do Brasil,
com o governo da Venezuela e o governo em especial da Amazônia. O estado de
brasileiro, as alternativas dessa integração Roraima tem um potencial mineral mui-
para que todos os estados do Brasil possam to grande, onde uma parte dessa riqueza
ganhar, que a Venezuela possa ganhar, mas está em área indígena, por isso essa lei é
que Roraima possa ganhar ainda mais devido fundamental.
a sua localização geográfica.

RODOVIAS&VIAS 39
Roraima

Para descansar fica no centro de Boa Vista, na Avenida


e revigorar Ville Roy, 5.145, e o fone para contato é
(95) 3623-4022.
Já para descansar, e quiçá experi-
Durante a extensa visita realizada mentar uma boa briga com um Tucu-
pela Rodovias&Vias a Roraima, tivemos naré, recomendamos o Água Boa Ama-
a oportunidade de verificar as instala- zon Lodge, um resort no meio da flo-
ções e a comida oferecida em alguns resta amazônica que proporciona tudo
hotéis e restaurantes. O que podemos isso. Noites incomparavelmente tran-
concluir é que o visitante, ao chegar à quilas podem ser desfrutadas, embala-
capital Boa Vista, pode ficar tranqui- das pelos ruídos que vêm da mata em
lo quanto à qualidade dos serviços de instalações muito confortáveis, de pa-
alimentação e hotelaria. As opções drão internacional. Detalhe: lá se pesca
gastronômicas contemplam desde a com “Fly”, esportivamente, devolvendo
culinária local a pratos internacionais. o troféu ao rio Água Boa sem machucá-
Destaque para a Temakeria Umai, res- -lo, após uma rápida foto, é claro. Lá
taurante de ambiente requintado que não se come peixe, pois o Lodge pri-
oferece excelentes combinações de ma pela total sustentabilidade de suas
pratos da culinária japonesa. A Umai interações. Maiores informações em:
<www.aguaboaamazonlodge.com>.

Temakeria Umai
Foto: Rodovias&Vias/Oberti Pimentel

Hotel Água Boa Amazon Ludge.


40 RODOVIAS&VIAS
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PASSAGEIROS

Do projeto
ao projétil
Governo insiste, e Trem de Alta Velocidade
entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro tem
leilão marcado para o dia 29 de julho.
Ilustração: Divulgação

42 RODOVIAS&VIAS
do projeto ao projétil

A pesar da série de cortes anun-


ciados pelo governo federal, os
R$ 33 bilhões estimados para o Trem de
aproveitados se investidos na infra-
estrutura aeroviária, por exemplo. Na
metade do ano passado, a Infraero
Alta Velocidade (TAV) ainda estão man- anunciou cerca R$ 6,4 bilhões para os
tidos. A Agência Nacional dos Trans- aeroportos até a Copa de 2014, o que
portes Terrestres (ANTT) publicou um parece não ser suficiente. Segundo es-
novo cronograma para a licitação do tatísticas da própria estatal, o sistema
TAV. A manobra deve atrair interesse de movimentou 155 milhões de pessoas
empresas da França, Espanha, Coreia, no ano passado. Somados, os habitan-
Alemanha, Japão, China e Itália para o tes das três cidades que terão estações
leilão. “Os consórcios esperaram o qua- do TAV chegam a pouco mais de 30 mi-
dro político se definir para preparar suas lhões. Em um ano, toda a população de
propostas”, afirma Bernardo Figueiredo, São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas
Diretor-Geral da ANTT. precisaria viajar cinco vezes no Trem
de Alta Velocidade para alcançar o
Quanto vale número registrado nos aeroportos do
Brasil. Por último, levando em conside-
Segmentos contrários à implan- ração os investimentos da Infraero até
tação do TAV no Brasil defendem que 2014, a implantação do TAV é cerca de
R$ 33 bilhões poderiam ser mais bem cinco vezes mais cara.

Datas do cronograma do TAV


Prazo para solicitação de esclarecimentos ao edital: Até 11/06/2011

Prazo para impugnação ao edital: Até 06/07/2011

Apreciação e resposta das impugnações ao edital: Até 29/07/2011

Recebimento das propostas, qualificação e plano de negócios,


metodologia de execução: 11/07/2011

Abertura dos documentos de pré-qualificação: 12/07/2011


Abertura das propostas econômicas: 29/07/2011

Abertura dos documentos de qualificação, do plano de negócios e da


metodologia de execução da primeira colocada: 02/08/2011
Prazo para as impugnações aos recursos: De 03/10/2011 a 07/10/2011

Homologação do resultado do leilão pela diretoria da ANTT: 24/10/2011

Assinatura do Contrato de Concessão: 24/01/2012

RODOVIAS&VIAS 43
Duplicação da
Euclides da Cunha
Governo de São Paulo inicia duplicação de trecho da SP-320.
A rodovia liga São Paulo ao Mato Grosso do Sul.
Foto:Divulgação

Pista simples não comporta mais o tráfego da rodovia.

N o final de março, uma grande


obra de duplicação começou no
interior de São Paulo. A rodovia Euclides
Manifestações
da Cunha (SP-320) recebeu as máquinas
Em fevereiro, cerca de 150 motoris-
que vão trabalhar em 164 km. Ao todo,
a estadual tem 186 km, desde a cidade tas participaram de uma carreata que
de Mirassol até próximo à divisa com o resultou em um congestionamento de
Mato Grosso do Sul, no extremo oeste 15 km na SP-320. Dois foram os motivos
paulista. A rodovia dá acesso à pon- da mobilização: a demora para iniciar a
te rodoferroviária sobre o rio Paraná, duplicação e a diminuição do limite má-
fronteira dos estados de São Paulo e ximo de velocidade para veículos leves,
Mato Grosso do Sul. que passou de 100 km/h para 80 km/h.

44 RODOVIAS&VIAS
Foto: Milton Michida
165km da rodovia serão duplicados. Um investimento de
R$775 milhões, que vai beneficiar 17 municípios.

A obra
Em relação ao primeiro, o governo esta-
dual alegou dificuldades para desapro- Cerca de R$ 775 milhões serão in-
priação de algumas áreas, o que já foi vestidos na duplicação dos 165 km. A
resolvido. Quanto à diminuição do limite extensão total da rodovia Euclides da
de velocidade, a medida se deu em fun- Cunha é de 186 km, sendo que 21 km já
ção da movimentação de máquinas e são de pista dupla. Esta parte será toda
recuperada. Serão 17 municípios dire-
instalação de canteiros de obras. “A me-
tamente atendidos. Além desta obra,
dida é necessária para que as frentes de haverá duplicação também em 3,6 km
trabalho possam iniciar a obra em vários da rodovia Péricles Bellini (SP-461) e em
trechos da via, reforçando a segurança 1,8 km da rodovia Perci Waldir Senegui-
dos usuários e dos trabalhadores”, infor- mi (SP-543), que fazem entroncamento
mou em nota o governo paulista. com a SP-320.

RODOVIA EUCLIDES DA CUNHA


SP-320

RODOVIAS&VIAS 45
SÃO PAULO

para escoar
a produção
Governo paulista anuncia novos investimentos em vias
relevantes para o escoamento da produção nacional – o trecho
Norte do Rodoanel e a hidrovia Tietê-Paraná.
Foto: Milton Michida

Governador Geraldo Alckmin recebe Ministro Nascimento no Palácio dos Bandeirantes.

O estado de São Paulo e o governo ça após recente conversa do Ministro


federal já iniciaram o planeja- dos Transportes, Alfredo Nascimento,
mento dos recursos para as obras, que com o Governador de São Paulo, Geral-
devem ser finalizadas até 2014. Capazes do Alckmin (PSDB).
de transformar o modal de transportes
no estado, os investimentos chegam a
quase R$ 7 bilhões.
Trecho Norte
A conclusão das obras do Rodoa-
nel e o investimento na hidrovia Tietê- Depois de anunciar, em março, o con-
-Paraná representam uma mudança trato para a construção do trecho Leste do
importante no modal de transportes de Rodoanel, com investimentos previstos
carga no estado de São Paulo. Ao mes- em R$ 5 bilhões, o governo paulista nego-
mo tempo, favorecem o escoamento da cia a continuidade do projeto no trecho
produção nacional, que precisa chegar Norte. O Rodoanel Norte está orçado em
até o maior porto nacional, em Santos. R$ 5,8 bilhões e deve ser custeado pelo
Os investimentos estão previstos Tesouro de São Paulo, pela União, com fi-
para que as duas obras sejam executa- nanciamento do Banco Interamericano de
das até 2014. Os planos ganharam for- Desenvolvimento (BID).

46 RODOVIAS&VIAS
para escoar a produção

Porto de Santos.

Durante encontro com Alfredo Nas- transformação na utilização do modal


cimento, o Governador Geraldo Alckmin no estado, dando mobilidade ao trans-
ressaltou a importância da obra para o porte de carga no Tietê”, disse o Minis-
país: “Com a asa Norte, nós fecharemos o tro Nascimento, dos Transportes, du-
Rodoanel Metropolitano. Iremos interligar rante a reunião em São Paulo.
o maior aeroporto do país, que é Cumbica, A hidrovia Tietê-Paraná liga cinco
e o maior porto, que fica em Santos.” dos maiores produtores nacionais de
grão, cana-de-açúcar e derivados (Goi-
ás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Pelos rios Minas Gerais e Paraná) e possui 30 ter-
minais intermodais. Para as duas ações,
A outra medida pretende investir R$ atuarão em conjunto entidades esta-
1 bilhão em modernização e ampliação duais e federais, como o Departamen-
de 800 km da hidrovia Tietê-Paraná no to Nacional de Infraestrutura de Trans-
trecho paulista (a hidrovia tem mais de portes (DNIT), a Secretaria Estadual de
2.400 km de extensão total). Logística e Transportes de São Paulo, a
“É um projeto que vai melhorar a Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Der-
vida do povo de São Paulo e o fluxo de sa) e o Departamento Hidroviário do
veículos. Vamos fazer uma verdadeira Estado de São Paulo.
Foto: Luiz Natali

Ponte sobre rio Tietê entre Brejo Alegre e Buritama / Hidrovia Tietê-Paraná.

RODOVIAS&VIAS 47
Vidas em
movimento
Como garantir a mobilidade de milhões de pessoas em uma realidade
cada vez mais urbanizada? Para descobrir algumas respostas a tão complexa
questão, equipes de Rodovias&Vias permaneceram por mais de 20 dias
na maior cidade da América Latina, que não poderia deixar de ser o mais
desafiador exemplo de conglomerado urbano – São Paulo.

48 RODOVIAS&VIAS
S e somarmos todos os deslocamentos de

Foto: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi


pessoas, considerando todas as formas de
locomoção, em um único dia, no Brasil, chega-
mos ao incrível número de mais de 2,1 bilhões de
viagens. Ou seja, todos os dias, mais de 2 bilhões
de idas e vindas ocorrem no país, de ônibus, car-
ro, bicicleta, trem, metrô, embarcação e até a pé.
Deste total, nada menos que 67% (1,4 bilhão de
viagens) acontecem no estado de São Paulo.
Na capital, estima-se que em 2014 serão mais
de 10 milhões de usuários somente nos modais
sobre trilhos – os trens da Companhia Paulista
de Trens Metropolitanos (CPTM) e Metrô – dia-
riamente. E para atender a crescente demanda,
novos aliados, como o Monotrilho, integram a
carteira de obras atualmente em execução na me-
galópole.
Pensando no crescimento do número de via-
gens da população, o governo paulista segue em
frente com “investimentos vultosos”, nas palavras
do Governador do estado, Geraldo Alckmin.
“São investimentos com recursos do estado,
em parceria com o setor privado, com financia-
mentos internacionais importantes, e a priorida-
de é transporte coletivo de alta capacidade”, dis-
se Alckmin durante a inauguração da mais nova
estação do Metrô paulista, a Butantã, na Linha 4
– Amarela, concedida ao Consórcio ViaQuatro na
primeira Parceria Público-Privada do país.
“Os sistemas de transporte para uma metrópo-
le do porte de São Paulo devem ser pensados de
forma integrada, buscando-se sempre a melhor
qualidade e o maior número de possibilidade de
conexões entre os modais”, explica o Secretário de
Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir
Fernandes.
E o metrô, segundo os especialistas ouvidos
por Rodovias&Vias, não é sempre necessariamen-
te a melhor solução, mas é, sem dúvida, um siste-
ma de alta capacidade de transporte, tanto em
velocidade quanto em oferta de viagens. A mobi-
lidade urbana eficiente deve ser pautada também
por mudanças de comportamento, como explica
o Secretário. “Não basta fazer somente mais do
mesmo: mais avenidas, mais vias expressas, mais
viadutos, mais enormes autopistas. É preciso mu-
dar comportamentos e aproximar as pessoas de
seus locais de trabalho e estudo, os dois principais
motivos das milhões de viagens diárias. Ao mudar
comportamento e passando a utilizar transportes
coletivos, as pessoas aprenderão a usufruir o tem-
po gasto nas viagens pendulares lendo, enviando
mensagens pelo celular. Ao distribuirmos melhor o
uso e ocupação do solo, diminuiremos os tempos
de deslocamento, as emissões de gases de efei-
to estufa, o consumo de energia e ganharemos
milhares de horas para outras atividades mais no-
bres”, observa Fernandes.

RODOVIAS&VIAS 49
capa

o governo paulista segue em frente com “investimentos


vultosos”, nas palavras do Governador do estado,
Geraldo Alckmin: “São investimentos com recursos
do estado, em parceria com o setor privado, com
financiamentos internacionais importantes.”
Geraldo Alckmin,
Governador de São Paulo

“É preciso mudar comportamentos e


aproximar as pessoas de seus locais de trabalho e
estudo, os dois principais motivos das milhões
de viagens diárias.”
Jurandir Fernandes,
Secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos

Em todo o mundo, são mais de 150 mental na mobilidade urbana e precisa


sistemas de metrô. O de Nova York, de aliados – os outros modais – para ga-
nos Estados Unidos, é um dos únicos nhar novas possibilidades de conexões.
que operam 24 horas, todos os dias da A Companhia do Metropolitano
semana, e ele possui mais de 420 es- de São Paulo – o Metrô – nasceu como
tações. Em Londres funciona o mais uma empresa municipal, em 1968, com
antigo do mundo – seus túneis e trens total autonomia para elaborar e decidir
iniciaram as operações em 1863. Shan- seus projetos. As primeiras pesquisas e
ghai, na China, lidera entre as maiores projetos contaram com conhecimen-
redes, com mais de 400 km de linhas. to de empresas do exterior. Na mesma
No lado oposto ao dos “gigantes”, época, com alguns poucos meses de
exemplos curiosos como o sistema de antecedência, nascia o metrô do Rio de
Catania, na Sicília (Itália), composto de Janeiro.
apenas 4 km e 6 estações. Atualmente, cidades brasileiras bus-
cam recursos do “PAC da Mobilidade”
para integrar o time das urbes com sis-
Engenharia de temas de metrô. No entanto, ainda que
profundidade existam projetos prontos, os recursos
não ficam disponíveis na mesma ve-
O sistema de trens metropolitanos, locidade que os trens metropolitanos,
o metrô, figura entre os mais avançados gerando atrasos e morosidade na exe-
do mundo, ainda que não seja a única cução, o que aumenta as tensões diante
solução para as crescentes cidades glo- dos grandes eventos agendados para
bais. Seu papel, entretanto, é funda- 2014 e 2016.

50 RODOVIAS&VIAS
VIDAS EM MOVIMENTO

RODOVIAS&VIAS 51
capa

Desde seu início, a criatividade e a e conhecimentos construtivos para o


competência da engenharia brasileira Brasil, nossos engenheiros tiveram que
sempre colaboraram para o hoje mun- usar toda a criatividade em desafios
dialmente reconhecido sistema ganhar como solos contaminados com sulfeto,
cada vez mais força, inclusive moderni- elemento químico que atacava o concre-
zando métodos construtivos existentes to das obras. “Tivemos que revestir par-
à época, tornando-se referência. tes da obra com uma camada de epóxi
Um caso emblemático foi a capaci- para que o sulfeto não atacasse o con-
tação brasileira na construção de túneis creto”, explica o Diretor de Engenharia.
a partir do método conhecido como Mas os desafios não são passado,
NATM (New Austrian Tunneling Method eles existem ainda hoje. É o caso das
ou Novo Método Austríaco de Constru- obras da futura estação Adolfo Pinheiro,
ção de Túneis), em área urbana. “Apli- que atenderá a população da região de
camos a teoria austríaca, nos capacita- Santo Amaro, Zona Sul da cidade de São
mos, e depois aplicamos este método Paulo. O canteiro, que terá cinco poços,
na construção das estações na Avenida com três já perfurados – cada um com
Paulista. Foi um salto tecnológico im- 27 m de profundidade e 33 m de diâme-
portante”, relembra Sérgio Salvadori, tro –, precisou de uma ação delicada de
Diretor de Engenharia do Metrô e com engenharia para garantir a continuidade
35 anos de experiência na empresa. do abastecimento de água para mais de
Mas a engenharia nacional foi além 2 milhões de pessoas.
de aperfeiçoar métodos internacionais Tubulações de abastecimento de
para atender suas necessidades locais. água do ano de 1929 passam exatamente
Para solucionar problemas inexistentes no local da obra e precisaram ser reforça-
nos países que exportavam tecnologia das e montadas sobre uma treliça de aço.

52 RODOVIAS&VIAS
VIDAS EM MOVIMENTO

“Aplicamos a teoria austríaca, nos capacitamos,


e depois aplicamos este método na construção
das estações na Avenida Paulista. Foi um salto
tecnológico importante.”
Sérgio Salvadori,
Diretor de Engenharia do Metrô

“As juntas da tubulação eram muito anti- Metrô, são comuns os remanejamentos
gas, de chumbo, e tivemos que desviar os de tubulações de água, esgoto, linhas te-
tubos. Tudo isso sem causar vazamentos”, lefônicas, fios de eletricidade, gasodutos
explica o engenheiro Jackson Teixeira Eu- e muito mais. Tudo isso torna a engenha-
gênio, Gerente de Obras da Linha 5 (Lilás). ria complexa para garantir a chamada
O exemplo é apenas um. Em obras do “concretagem submersa”.

Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes

Linha 5 - Lilás - obras na região de Santo Amaro.

RODOVIAS&VIAS 53
capa

CONSTRUÇÃO DO METRÔ

ar ar ar

Para a construção e
acabamento da estação
Butantã, foram utilizados
9.600 m³ de concreto,
No subsolo existem tubulações de 1.000 toneladas de aço
abastecimento de água, gasodutos,
e 900 m² de vidros. Nela
linhas telefônicas e cabos elétricos.
Muitas vezes é preciso desviar ou também foram instaladas
reforçar tubos e encanamentos antigos. 14 escadas rolantes
inteligentes, 22 escadas
fixas e 5 elevadores. A
sua área construída tem
13.000 m².
ar ar

Antes de saírem carregados com a terra removida dos


túneis, os caminhões têm seus pneus e rodas lavados para
não sujar as ruas da cidade no trajeto até o bota-fora.

54 RODOVIAS&VIAS
VIDAS EM MOVIMENTO

As estações do Metrô de São Paulo têm padrão de 140 m de


comprimento. Os poços da estação Adolfo Pinheiro, por exemplo,
possuem 27 m de profundidade e 33 m de diâmetro.

Geradores garantem que, em caso de


Mais de 260 homens falta de energia elétrica, as bombas de
trabalham nas obras de retirada de água e a circulação de ar nos
uma estação. túneis não sejam interrompidas.

Bombas retiram água das escavações para


evitar que a água de lençóis freáticos e das chuvas
infiltre e dificulte os trabalhos no subsolo.

Outra forma de se escavar túneis é


utilizando a máquina Shield, chamada de
“tatuzão”. O Shield é capaz de escavar até 15 m
de túneis por dia.

ar

O método de construção de túneis


conhecido por NATM é utilizado nas obras
brasileiras. A engenharia nacional domina
o método austríaco.

RODOVIAS&VIAS 55
capa

Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes

Centro de Controle Operacional .

tir do Centro de Controle Operacional


Tecnologia na (CCO) são apenas alguns exemplos.
ordem do dia No passado, o CCO era conhecido
como a “Sala Negra”, pois precisava ser
escuro para que os técnicos e enge-
O Metrô sempre foi referência em nheiros enxergassem as lâmpadas que
tecnologia. “A característica do Metrô é acendiam e apagavam apontando o
se apropriar sempre das melhores tec- deslocamento dos trens nas linhas. “O
nologias. O Metrô de São Paulo nasceu nome ficou até hoje (Sala Negra), mas
como uma empresa que rompeu bar- a tecnologia é infinitamente superior.
reiras na engenharia brasileira”, decla- Temos painéis digitais que mostram
rou o Presidente da companhia, Sérgio toda a movimentação em tempo real”,
Avelleda, durante entrevista exclusiva conta o Supervisor do CCO, Paulo Ary
para a Rodovias&Vias. Tender Guimarães.
Hoje, linhas inteiras dispõem de re- Nos trilhos, tecnologias como a
cursos de última geração. Sistemas in- massa-mola, trazida da Alemanha, ga-
teligentes que aceleram ou atrasam as rantem um rodar mais silencioso e com
composições para garantir segurança menos vibração. A tecnologia integra
e pontualidade, o aproveitamento da os trabalhos de supervisão da empresa
energia gerada pelo calor das frena- Sistema Pri Engenharia, que acompa-
gens como forma de redução no con- nhou a instalação do material nas obras
sumo energético da rede elétrica, e o da Linha 5 (Lilás) do Metrô de São Pau-
monitoramento em tempo real a par- lo. José Carlos Teani Barbosa, Diretor

56 RODOVIAS&VIAS
VIDAS EM MOVIMENTO

“O Metrô de São Paulo nasceu como


uma empresa que rompeu barreiras na
engenharia brasileira.”
Sérgio Avelleda,
Presidênte da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos

da Sistema Pri Engenharia, conta que a fadiga com 3 milhões de ciclos e com
tecnologia massa-mola é mundialmen- uma carga de 20,8 toneladas aplicada a
te aplicada e exige alta qualidade, pois, trilhos colocados sobre os componen-
uma vez instalada, é de difícil manu- tes do sistema massa-mola”, explica
tenção posterior. Guidetti. Os projetos atuais consideram
O engenheiro Antônio Guidetti, questões que no passado não eram tão
Coordenador do Centro de Tecnologia valorizadas como hoje, explica o Presi-
da Universidade Estadual de Campinas dente do Metrô: “Quando projetamos
(Unicamp), explica que o componente uma estação, o olhar hoje é usar técni-
absorve as vibrações dos trens e não cas construtivas que diminuam as ne-
deixa que elas sejam transmitidas ao cessidades de reassentamentos, que
chão, e, assim, evitam-se ruídos e trepi- diminuam a ferida que será provocada
dações em casas próximas às linhas do por uma escavação na cidade e atinja o
metrô, por exemplo. “Fizemos testes de menor número de pessoas.”
Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes

Estação Adolfo Pinheiro: as obras não impedem que os coletivos circulem na região .

RODOVIAS&VIAS 57
capa

As mais novas e instalou mapas da linha com iluminação


LED que pisca conforme as paradas, indi-
modernas cando o local em que se está.
As estações recém-inauguradas da A mais nova estação, inaugurada
Linha 4 (Amarela), administrada pelo no início de abril, a Butantã, “é a 61.ª da
consórcio ViaQuatro, possuem portas rede”, segundo o Governador Geraldo
de plataforma que abrem simultanea- Alckmin. Para ampliar os esforços de ga-
mente com as do trem, escadas rolantes rantir mobilidade para os 2,4 milhões de
inteligentes que definem a velocidade usuários da rede da CPTM e os quase 4
em função da presença de usuários, milhões da rede do Metrô, Alckmin ain-
trens com ar-condicionado e passagem da anunciou na inauguração da nova
livre entre carros, baixo nível de ruído estação a compra de 105 trens (dos
e comunicação direta com o Centro de quais a metade já foi entregue). “Cada
Controle Operacional. trem possui oito carros, estamos falan-
Para alertar os passageiros sobre a che- do de 840 carros novos na CPTM”, res-
gada das estações de destino, o consórcio saltou o Governador.
Foto: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi

Estação de Metrô Butantã .

58 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 59
capa

Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes


Um trilho elevado
A novidade dos últimos in-
vestimentos em expansão do
governo paulista para o modal
dos trilhos é o monotrilho. Foco
de controvérsias, em grande
parte por desconhecimento
da população sobre suas ca-
racterísticas e funcionamento,
os trens “diferentes” que com-
põem o monotrilho terão papel
fundamental em regiões que
precisam de mais assistência de
transporte público.
Atualmente, duas estações
já estão sendo construídas. Se-
rão 17 no total, na linha que fará
ligação entre a Vila Prudente e
a Cidade Tiradentes, com co-
nexão com ônibus e estações
do Metrô. Sua rodagem sobre
pneus torna o transporte mais
silencioso e com menor impac-
to ambiental ao entorno.
De implantação mais rápida
e barata que o metrô, a alterna-
tiva se mostra viável; no entan-
to, críticos apontam o impacto
visual na cidade – por ser total-
mente elevado, inclusive as es-
tações – e a menor capacidade
de transporte de passageiros
como pontos negativos. A obra
está dividida em três lotes prin-
cipais. O monotrilho será geren-
ciado pelo Metrô e é construído
pela Queiroz Galvão.

oBRAS NA aV. LUIZ IGNACIO DE aNHAIA MELLO, NA ZONA LESTE,


POR ONDE PASSARÁ O MONOTRILHO - RODAGEM SOBRE PNEUS
GARANTIRÁ MENOR IMPACTO AMBIENTAL.

60 RODOVIAS&VIAS
VIDAS EM MOVIMENTO

Monotrilho

Prazo
40 mil
passageiros/hora
Extensão total

24,5 km
O TRANSPORTE ELEVADO FARÁ A LIGAÇÃO ENTRE
VILA PRUDENTE E CIDADE TIRADENTES COM
CONEXÕES COM ÔNIBUS E ESTAÇÕES DO METRÔ

Região Zona Leste

Plano que muda

Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes


a realidade
O nascimento e o desenvolvimento
das primeiras linhas levaram em conta
um tipo de estudo que acompanhou o
início do sistema do Metropolitano: a
pesquisa origem-destino. Como a pri-
meira foi feita em 1967, pouco antes
da fundação da companhia, as demais
seguiram sendo atualizadas a cada dez
anos, sempre nos anos de final sete, e
atualizadas no meio do período, a cada
cinco anos. “Desde então, estas pes-
quisas de origem-destino apontam as
tendências urbanísticas e de planeja-
mento da rede – colaboram no plane-
jamento das expansões, novas esta-
ções, e mesmo se o sistema de Metrô é
o mais indicado para atender determi-
nada região e as demandas de viagens
daquela área da cidade”, explicou o Di-
retor de Engenharia do Metrô durante
entrevista exclusiva para nossa equipe,
Sérgio Salvadori.

RODOVIAS&VIAS 61
capa

Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes


METRÔ SP EM NÚMEROS

Passageiros transportados
até 31/12/10
20,3 bilhões
Equivale a:
109 vezes a população do Brasil
15,6 vezes a população da China
3 vezes a população da Terra

Estação de Metrô da Sé .

62 RODOVIAS&VIAS
VIDAS EM MOVIMENTO

Expansão
Investimentos previstos para os próximos anos

LINHA 4_______________EM ANDAMENTO


LINHA 5_______________EM ANDAMENTO
LINHA 2_______________MONOTRILHO, OBRAS INICIADAS

LINHA 17______________MONOTRILHO

LINHA 6_______________AGUARDANDO LICITAÇÃO

LINHA 15______________AGUARDANDO LICITAÇÃO

MONOTRILHO ABC - PREVISTO

Para os projetistas, é sempre neces- Argumentos críticos à implantação


sário pensar a integração do sistema de dos sistemas de metrô ressaltam fre-
metrô com outros modais, como ôni- quentemente os altos custos das obras.
bus, bicicletas e até as viagens a pé e de O ex-prefeito de Curitiba e urbanista Jai-
carro. O metrô é um sistema segregado me Lerner lembra que “não é só o custo
e, nesse tipo de sistema, além da oferta das obras que é alto, para operar o sis-
maior, é possível um tempo de viagem tema também”. O tempo para concluir
menor, já que os sistemas não segrega- obras de metrô também é outro proble-
dos operam em velocidades mais baixas ma apontado por Lerner: “O transporte
por dependerem da reação humana. de superfície não precisa de uma década
Para Marcos Kassab, do Departamento ou mais para ficar pronto, e sim de dois
de Planejamento e Expansão, o metrô é ou três anos. Além disso, para que o me-
“um sistema totalmente segregado e de trô seja bom, a superfície precisa ser bem
baixo impacto. Ele não tem nenhum tipo operada.”
de interferência com a cidade senão a in- Para o Presidente do Metrô, Sérgio
clusão.” Avelleda, expandir é necessário, “apro-
Mas existem outros impactos na ci- ximando os canais de transporte pú-
dade quando o sistema chega a deter- blico até onde as pessoas estão. Claro
minado bairro. “Dizemos que, muitas que para isso precisa crescer o metrô. O
vezes, estamos sempre correndo atrás segredo de viabilizar a mobilidade é evi-
das pessoas menos favorecidas por cau- dentemente expandir o sistema de alta
sa do metrô. Quando construímos uma capacidade e articulá-lo de maneira ra-
estação em um bairro, seu entorno aca- cional com sistemas de média e baixa ca-
ba sendo valorizado, e as pessoas aca- pacidade e com transporte individual”.
bam vendendo seus imóveis e vão mo- Em um ponto, todos concordam: não
rar mais longe, assim temos que sempre existe sistema melhor que outro, e o se-
expandir para longe também”, observa gredo da mobilidade está na integração
Sérgio Salvadori. e não na competição.

RODOVIAS&VIAS 63
capa

Foto: Rodovias&Vias/Leonilson Gomes

METRÔ SP EM NÚMEROS
Quilometragem percorrida
pelos trens até 31/12/10
367,1 milhões
Equivale a:
966 vezes a distância da Terra à Lua
6,6 vezes a distância da Terra a Marte
Estação de Metrô Alto Ipiranga .

64 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 65
Última chamada
Sinta-se em casa. Sem o conforto de sua casa, mas em casa. Se você
está em um aeroporto qualquer do Brasil, tente ter a paciência de quem
relaxa na sua sala de estar. Pegue um bom livro, acomode-se em uma
das desconfortáveis poltronas ou, na provável falta dela, acomode-se
no chão mesmo. Até porque, ainda que, depois de um trânsito pesado
nas congestionadas avenidas que levam aos principais aeroportos
nacionais, você tenha conseguido chegar com a antecedência exigida
pelas companhias aéreas, a chance de sua aeronave atrasar é enorme.
Foto: Rodovias&Vias/Estanis Neto

Aeroporto Internacional de Brasília.

66 RODOVIAS&VIAS
A capacidade de assegurar uma
viagem rápida e segura pelas ae-
rovias nacionais já vinha sendo coloca-
No discurso, e na tardia criação da
Secretaria de Aviação Civil (SAC), que
tem status de Ministério, o governo
da em xeque há pelo menos uma déca- federal segue tropeçando diante das
da. Com o advento do crescimento eco- reais necessidades do setor. Enquanto
nômico, a demanda por viagens aéreas a presidência da Agência Nacional de
cresceu entre 2003 e 2010 ao ritmo de Aviação Civil (Anac) muda com certa
10,2% ao ano, e, apenas no biênio 2009- frequência, a realidade dos aeroportos
2010, a demanda aeroportuária saltou do Brasil segue rumo a preocupante de-
impressionantes 20,4%, elevando o nú- terioração.
mero de passageiros de 128 milhões em Exemplos não faltam. E pior, em ci-
2009 para 154 milhões em 2010. dades que sediarão a Copa de 2014,
Todos estes números superlativos como em Curitiba, capital do Paraná. O
parecem caminhar diametralmente em estacionamento do Aeroporto Interna-
sentido oposto à capacidade apresenta- cional Afonso Pena, localizado em São
da pelo governo federal de criar as condi- José dos Pinhais, na Região Metropoli-
ções de infraestrutura aeroportuária que tana, está totalmente saturado. Faltam
atendam à atual e à futura demanda. vagas e os carros têm de esperar em fila
Para desassossego do governo, no para estacionar.
último dia 14 o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), órgão do
próprio governo federal, acenou com
a possibilidade real de que 10 entre 13
aeroportos que estão recebendo inves-
timentos para a Copa do Mundo po-
dem não ter suas obras concluídas até o
Mundial de Futebol.

RODOVIAS&VIAS 67
AEROPORTOS

No Maranhão, o Aeroporto Interna- preciso avaliar os projetos e planos de


cional Marechal Cunha Machado, em investimentos da Infraero e verificar a
São Luís, teve o saguão de embarque viabilidade dos prazos previstos para
transferido para o estacionamento do a conclusão das obras para a Copa do
setor administrativo da Empresa Brasi- Mundo.
leira de Infraestrutura Aeroportuária (In- O perigo, segundo a Nota Técnica
fraero), por riscos de desabamento do “Aeroportos no Brasil: investimentos re-
telhado do terminal de passageiros. centes, perspectivas e preocupações”,
Em Campinas, interior de São Paulo, da Diretoria de Estudos Setoriais do
o Aeroporto Internacional de Viracopos Ipea, reside no fato de que “não estão
opera 54% acima de sua capacidade computados os prazos que o TCU (Tri-
e sofre para atender os 3,5 milhões de bunal de Contas da União) tem levado
passageiros que por lá circulam anu- para emitir seus pareceres quanto aos
almente, além de apresentar um dos custos estimados das obras. Pelos pra-
maiores movimentos de carga do país. zos médios de conclusão de obras, fica
Dados do estudo do Ipea mostram evidenciado que, muito provavelmen-
que, em 2010, 14 dos 20 maiores termi- te, não será possível concluir a maioria
nais de passageiros “funcionaram acima das obras em expansão de terminais até
do limite”. Ainda segundo o estudo, é a Copa de 2014”.
Foto: Rodovias e Vias / Leonardo Pepi

Carros aguardam para estacionar no aeroporto Internacional Afonso Pena.

68 RODOVIAS&VIAS
última chamada

“Abastecido por um robusto


crescimento econômico contínuo, as
perspectivas para os principais mercados
de carga aérea no Brasil continuam muito
positivas, desde que os investimentos e
melhorias necessárias sejam realizados”

Kai Heinicke,
Diretor-Geral de Carga da
Boeing Commercial Airplanes

importantes”, aponta o Diretor Regional


O peso das cargas de Cargo da Boeing Commercial Airpla-
nes, Kai Heinicke. “Abastecido por um ro-
Para o setor de cargas, o cenário não busto crescimento econômico contínuo,
muda muito. O abismo que separa os as perspectivas para os principais merca-
transportes aéreo e marítimo, no que diz dos de carga aérea no Brasil continuam
respeito às exportações brasileiras, tem muito positivas, desde que os investi-
como principal responsável a falta de in- mentos e melhorias necessárias sejam
fraestrutura dos aeroportos do país. realizados”, complementa.
Hoje, a primeira modalidade repre- Geralmente, o sistema aéreo é uti-
senta apenas 2% do setor de logística lizado pelos empresários para o trans-
destinado a esse serviço, contra 98% porte de cargas de alto valor agregado,
da carga por mar. Apesar dos valores emergenciais e produtos perecíveis,
também serem aplicáveis à indústria do como peixes, flores, frutas e legumes.
transporte mundial, especialistas do se- “Qualquer tipo de mercadoria que exige
tor apontam uma urgente necessidade um modo rápido e confiável de trans-
em investimentos, expansões e melho- porte pode se beneficiar da carga aérea.
rias nas regras. A adoção contínua de ‘just in time’ de
De imediato, principalmente visando fabricação, bem como o aumento da
à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpía- produção de commodities de alta tec-
das de 2016 no Brasil, a carga aérea pre- nologia em todo o mundo, continua a
cisa se tornar mais eficaz. Para que isso estimular a demanda por carga aérea”,
ocorra, os aeroportos requerem instala- afirma Heinicke.
ções de armazenagem adequada, espa- Já a modalidade marítima, por ser
ço de rampa de aeronaves e um eficiente mais barata, podendo chegar a um dé-
e simplificado processo nas alfândegas, cimo do valor da aérea, e com maior ca-
com operações 24 horas por dia. pacidade, absorve uma imensa deman-
“A Copa do Mundo da Fifa e as Olim- da de produtos, tais como eletrônicos,
píadas são esperadas para aumentar peças automotivas, máquinas industriais
significativamente a demanda no setor especializadas e peças de aeronaves, en-
de aviação do Brasil. É importante que tre outros. No Brasil, os maiores merca-
o país se prepare adequadamente com dos aéreos de cargas são Manaus, Rio de
antecedência para estes dois eventos Janeiro e São Paulo.

RODOVIAS&VIAS 69
AEROPORTOS

Investimentos nos aeroportos de Viracopos (Campi-


nas), Guarulhos (São Paulo) e Galeão
De acordo com a Infraero, respon- (Rio de Janeiro). A Anac afirmou que
sável pela administração dos princi- estudos das melhores práticas estão
pais aeroportos brasileiros, as ações em desenvolvimento e que eventos
necessárias para absorver os efeitos como os Jogos Militares, que serão
que os eventos esportivos vão trazer realizados em julho no Rio de Janeiro,
ao país já estão sendo tomadas. En- servirão de experiência e treino para a
tre elas, a ampliação da infraestrutura Copa e as Olimpíadas.
Foto: Rodovias&Vias/ Marcelo Almeida

Infraero garante melhorias para os aeroportos brasileiros.

70 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 71
Produtos para trabalhos pesados

Produtos de classe mundial


Para mais informações entre em contato com o distribuidor JCB mais próximo:

Valence Máquinas

72 RODOVIAS&VIAS
MERCADO

dose DUpla
Durante quatro dias, São Paulo se transformou na capital mundial
do transporte, pelo menos no que diz respeito às novas tecnologias
para intermodalidade e técnicas de construção viária e rodoviária.
Profissionais do mundo todo, somados a softwares e equipamentos
de ponta, garantiram sucesso de duas feiras do segmento.

M ais de 50 mil pessoas estiveram


em São Paulo durante os dias 4
e 7 de abril, exclusivamente motivadas
por dois eventos do setor de transportes.
A cidade que é maior destino de turismo
de negócios no Brasil sediou ao mesmo
tempo a Brazil Road Expo e a Intermodal
South America. Foi a primeira edição da
Brazil Road Expo, evento internacional
de tecnologia em pavimentação e in-
fraestrutura, realizado no Expo Center
Norte. Já a maior feira sobre Intermoda-
lidade da América Latina, a Intermodal
South America, teve sua 17.ª edição no
Transamérica Expo Center.
Fotos: Rodovias e vias/ Alexsandro Hekavei

RODOVIAS&VIAS 73
MERCADO

Brazil Road
Expo 2011
A primeira edição da Brazil
Road Expo (BRE) superou as ex-
pectativas dos visitantes e dos
expositores. Profissionais do se-
tor puderam conferir as novas
soluções e tecnologias em siste-
mas e métodos para construção
e infraestrutura de vias e rodo-
vias, aplicáveis desde o projeto
até a conservação e a manuten-
ção, incluindo inovações e ten-
dências mundiais em equipa-
mentos, produtos e serviços.
A expectativa de negócios,
segundo os 170 expositores na-
cionais e internacionais, é de R$
500 milhões gerados durante
e depois da feira. Prova disso é
que, no próprio evento, foram
renovados 40% dos espaços
para a próxima Brazil Road Expo.
“Logo no primeiro dia recebe-
mos um número acima do es-
perado e as renovações dos ex-
positores chegaram a 20%. Ano
que vem a feira será no pavilhão
azul, que é quase 40% maior que
esse. A expectativa é muito boa,
acho que o mercado estava ca-
rente de um evento assim”, ex-
plicou Guilherme Ramos, Diretor
Executivo da Quartier, empresa
que organiza a feira.
Paralelamente à exposição
foi realizado o Brazil Road Sum-
mit, programa de conferências
sobre tecnologias e inovações,
muitas delas apresentadas na
feira. A próxima Brazil Road Expo
já está marcada para os dias 02,
03 e 04 de abril do ano que vem.

EVENTO GEROU CERCA DE


R$500 milhões EM NEGÓCIOS.

74 RODOVIAS&VIAS
eventos

Intermodal pamento inédito no mercado brasileiro,


South America capaz de transportar máquinas e equi-
pamentos de até 100 toneladas. É o que
A cada edição o evento se afirma há de mais moderno no mercado mun-
como o mais importante do continen- dial de movimentação interna. Movido
te. Estandes cheios, negócios fechados por tração hidráulica, economiza tempo
e seminários concorridos garantiram o e simplifica o processo de transporte in-
sucesso da Intermodal 2011. Com mais terno de equipamento industrial”, afir-
de 45 mil profissionais reunidos, é pon- ma o gerente comercial e de qualidade
to de partida da agenda de negócios da empresa.
dos executivos do setor. Entre os expo- Profissionais do Brasil e do exterior
sitores estavam diversos portos do Bra- passaram pelo Transamérica Expo Cen-
sil e do exterior, companhias de trans- ter, em São Paulo, em busca de boas
porte aéreo, rodoviário e ferroviário. oportunidades e do que há na vanguar-
Empresas de suporte e logística, a da. A Intermodal South America é orga-
exemplo da Transremoção, aprovei- nizada pela United Business Media Limi-
taram para “vender o peixe”, como ex- ted (UBM), empresa líder global em mí-
plicou a Rodovias&Vias o engenheiro dia de negócios com sede em Londres e
Silvano Bernard. “Trouxemos um equi- presente em mais de 30 países.

A feira atraiu mais de


45 mil profissionais

RODOVIAS&VIAS 75
ENTREVISTA

De são paulo a paris


Jean-François Ambrósio é Conselheiro em Construção, Infraestrutura, Transportes,
Logística e Aeronáutica da Embaixada da França no Brasil. Durante a Intermodal
South America, representou a Ubifrance Brasil – Agência pública Francesa para o
Desenvolvimento Internacional das Empresas. No estande da agência, recebeu a
equipe de Rodovias&Vias para uma conversa sobre a Ubifrance e os sistemas de
transportes brasileiro e francês. Acompanhe:

Rodovias&Vias: O que é a Ubifrance?


Jean-François: A Ubifrance Brasil faz par-
te de uma rede internacional presente em
mais de 46 países. É uma agência do gover-
no francês que tem por objetivo ajudar em-
presas francesas a desenvolver negócios no
mercado exterior. Estamos na América Lati-
na, África, Ásia e América do Norte. No Bra-
sil, temos duas agências: uma em São Paulo
e outra no Rio de Janeiro. Trabalhamos com
agronegócio, indústria, transporte, moda e
saúde. Fazemos a intermediação entre em-
presas francesas e brasileiras. Ajudamos a
desenvolver uma estratégia, a conhecer o
mercado através de pesquisas.

Qual é o foco da agência na Intermodal


South America?
Participamos da Intermodal desde 2007,
com cerca de 10 a 15 empresas. Este ano
Fotos: Rodovias e vias/ Alexsandro Hekavei
trouxemos 22 empresas do setor de logísti-
ca, de toda a cadeia. Desde engenharia de
projeto, arquitetura, fundos, empresas que
investem em centro logístico e empresas
de transporte. Tem o caso de uma empresa
que está participando do estudo do Ferro-
anel em São Paulo. A Ubifrance ajuda nesta
prospecção de negócios. Já recebemos mais
de 1.200 visitas e acredito que poderemos
fechar bons negócios que começaram aqui.
importação de mercadorias. A França é hoje
A fórmula será mantida para a próxima o quinto maior importador e exportador do
edição da Intermodal? mundo. É um mercado de 500 milhões de
Acredito que voltaremos com um for- consumidores. Tem boa posição geográfica
mato um pouco diferente, participando e qualidade na infraestrutura logística, desde
do congresso para apresentar a tecnologia portos, rodovias, ferrovias e hidrovias. A Fran-
francesa e o que a França pode trazer para o ça tem uma estrutura logística muito ampla,
mercado na parte de engenharia, de logísti- que facilita o transporte de carga no território
ca, de transporte de carga, na exportação e nacional e em todo o território europeu.

76 RODOVIAS&VIAS
De são paulo a paris

falta mobilidade. Os ônibus não são


confortáveis. As pessoas passam duas,
Como você enxerga a relação co- três horas em uma lotação para irem
mercial da França com o Brasil? trabalhar e isso compromete o rendi-
A mensagem que queremos pas- mento do profissional. É preciso in-
sar é que a França é um parceiro natu- vestir mais em transporte público efi-
ral para o Brasil. Os exportadores bra- ciente, confortável e agradável. Esse
sileiros, quando pensam “Europa”, de- investimento, que vai ser alto e caro
veriam pensar mais na França do que no curto prazo, pode ter um impacto
na Europa do Norte. É muito mais fácil muito grande sobre toda a economia
mandar um navio para a França do da cidade. As pessoas serão mais efi-
que para a Holanda. A França tem la- cientes no trabalho, vão passar menos
ços muito fortes com o Brasil e a gente tempo no transporte e mais tempo
espera que eles se fortaleçam mais ao produzindo. Paris tem uma experiên-
longo dos anos. O setor de logística cia muito boa com Veículo Leve sobre
tem um potencial enorme devido a Trilhos. Em Paris eu não tinha carro,
essa relação. andava a pé ou de transporte público.
Comecei a dirigir, a usar o automó-
Como você compara o sistema de vel quando vim morar em São Paulo.
transporte urbano brasileiro com o Paris é uma cidade na qual você não
francês? precisa de carro, o custo é muito alto.
Moro em São Paulo há cinco anos O estacionamento é caro, a gasolina
e meio e antes morava em Paris. O que é bem mais cara. Todas essas coisas
falta aqui é um sistema de transpor- fazem com que você acabe deixando
te urbano eficiente. São Paulo é uma seu carro em casa. Usa-se para viajar
cidade que eu aprendi a descobrir e nos fins de semana ou à noite. Duran-
aprendi a amar. É uma cidade sensa- te o dia, todos usam metrô, executivos
cional, que tem quase tudo, qualida- de terno e gravata, estudantes, todo
de de vida, atividade cultural, porém mundo, é uma coisa normal.

RODOVIAS&VIAS 77
energia

Por mais
energia renovável
Deputados querem marco regulatório para a produção de energia limpa.
Foto: Rodovias&Vias Leonardo Pepi

O problema nuclear vivido pelo


Japão (e acompanhando com
receio pelo mundo todo), a instabilida-
ção Tecnologia da Câmara Federal pro-
põe a criação de um marco regulatório
para o setor.
de política dos países árabes, detento- Membro do colegiado, o Deputado
res de grande parte do petróleo mun- Pedro Uczai (PT-SC) defende um diá-
dial, somados à preocupação ambien- logo com o Poder Executivo, indústria
tal, vêm impondo uma tendência para e acadêmicos sobre políticas públicas
a produção de energias alternativas e para geração de energia renovável. “A
com baixa agressão ao meio ambien- transição levará tempo e não pressu-
te. Entre as favoritas, estão: biomassa, põe o abandono imediato dos recursos
energia eólica e energia solar. tradicionais, mas o Legislativo deve es-
Para que o desenvolvimento dessas tar atento à demanda da sociedade por
tecnologias seja uma opção competiti- um marco regulatório que permita o
va, sustentável e inclusiva socialmente, avanço do investimento e da produção
o Conselho de Altos Estudos e Avalia- no setor”, defende o Deputado.

78 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 79
Um olhar
para o futuro
Secretaria Especial de Portos e governo do Rio Grande do Sul
investem para que porto seja um dos mais importantes do mundo.

80 RODOVIAS&VIAS
O porto mais ao sul do Brasil
é o do Rio Grande. Locali-
zado na margem oeste do Canal
do Norte, que é o escoadouro na-
tural de toda a bacia hidrográfica
da Laguna dos Patos, o terminal é
dotado de características naturais
privilegiadas. Além de estar bem
próximo do oceano Pacífico, se
desenvolvido racionalmente, tem
condições de atender à navega-
ção de longo curso, que exige boas
profundidades.
“O porto do Rio Grande está
emergindo de uma profunda alte-
ração da indústria portuária brasi-
leira. Este é o momento oportuno
para redefinição de bases dentro
de um cenário mais previsível. O
país vive um momento rico de
orientação de mercado regional,
nacional e internacional, e o setor
portuário está em forte evidência”,
avalia Dirceu Lopes, Superinten-
dente do porto do Rio Grande.
No cargo desde o dia 16 de fe-
vereiro, o Superintendente já des-
tacou um conjunto de metas para
esta nova gestão. Entre elas, estão:
a conclusão da dragagem total do
complexo e a ampliação dos mo-
lhes da Barra.
Os molhes Oeste já estão pron-
tos desde o ano passado. A Supe-
rintendência do porto do Rio Gran-
de trata agora, com a Secretaria Es-
pecial de Portos, dos procedimen-
tos para a entrega final da obra de
ampliação dos molhes Leste. “Com
o término da ampliação dos mo-
lhes da Barra, a SEP [Secretaria de
Portos] veio devolver aquele im-
portante logradouro à administra-
ção do porto. Esse diálogo e essa
interação são fundamentais para o
projeto de desenvolvimento e ex-
pansão do nosso porto”, destaca o
Superintendente.

RODOVIAS&VIAS 81
PORTOS

Foto: Divlugação

“O País vive um momento rico de orientação


de mercado regional, nacional e internacional e o
setor portuário está em forte evidência.”
Dirceu Lopes,
Superintendente do porto do Rio Grande

As obras
vimentação, carga e descarga e custo
de frete depois das obras concluídas em
A obra conta com o investimento de julho do ano passado. Atualmente, o
R$ 520 milhões provenientes da União. porto opera com 16 m de profundidade
Neste molhe, cuja extensão era de 4,2 no canal interno e 18 m no canal exter-
km, o prolongamento é de 370 m. A no. O objetivo da dragagem é viabilizar
construção Oeste, que tinha compri- a operação de grandes navios (pós-pa-
mento inicial de 3,16 km, foi aumentada namax). Este tipo de navio já opera no
em 700 m. Rio Grande, porém não utiliza sua capa-
cidade máxima devido ao calado.
Dragagem A previsão é de que, depois de tudo
concluído, haja um aumento da movi-
mentação com cargas vindas da Bacia
A SEP incluiu o porto do Rio Grande do Prata, como grãos da Argentina, Pa-
no Programa Nacional de Dragagem raguai e Bolívia, minério do Mato Gros-
(PND). Os trabalhos devem consumir so do Sul e da Bolívia, madeira do Uru-
cerca de R$ 244 milhões. O porto já guai e ainda contêineres da Argentina,
apresentou ganho em aumento na mo- Uruguai e Paraguai.

82 RODOVIAS&VIAS
RODOVIAS&VIAS 83
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA PROJETO EXECUTIVO DE
PAVIMENTO DE CONCRETO
Autor
Marcos Dutra de Carvalho, Engenheiro Especialista
Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) • Projeto geométrico de distribuição de pla-
cas e detalhamento dos tipos de juntas, contendo:

É fato mundialmente reconhecido que a grande – planta, na escala 1:250 ou 1:500, com todos os tipos
de juntas, incluindo aquelas especiais de transição nos
durabilidade esperada de um pavimento de concre- encontros com estruturas ou outros tipos de pavimentos,
to está diretamente relacionada à boa qualidade da bem como os dados de topografia necessários à perfeita
execução da obra, feita com os equipamentos e os locação das juntas no campo;
materiais adequados e de acordo com o Projeto Exe-
cutivo de Engenharia previamente elaborado. Assim, – desenhos específicos com detalhes de todos os tipos de juntas
previstas no projeto, incluindo o reservatório de selagem;
um bom projeto é condição básica para que a obra
seja bem sucedida. Um projeto inadequado certa- – seções transversais típicas do pavimento, em tangente
mente comprometerá a durabilidade do pavimento. e em curva, com indicações de drenagem superficial, sub-
Nesse sentido, mostram-se a aqui as principais eta- superficial e profunda (se houver).
pas a ser seguidas na elaboração de um projeto exe-
cutivo de pavimento de concreto, extraídos do traba- • Recomendações de execução e de con-
trole de obra, com as especificações dos materiais
lho “Os dez mandamentos da pavimentação rígida” utilizáveis em todas as camadas do pavimento.
e do Capítulo 40 – Pavimentos Viários de Concreto,
integrante do livro “Concreto: Ciência e Tecnologia”, • Recomendações sobre concreto simples:
publicado este ano pelo Instituto Brasileiro do Con-
creto (IBRACON), ambos de autoria do engº Marcos – espessura das placas, definida em projeto;
Dutra de Carvalho.
– resistência característica à tração na flexão (fctM,k),
Também é fato mundialmente reconhecido que medida aos 28 dias;
o processo de execução de um pavimento de con-
creto deve estar calcado num Projeto Executivo de – parâmetros de dosagem do concreto, como relação
Engenharia, o qual deve obrigatoriamente contem- água/cimento, abatimento, consumo mínimo de
plar as etapas descritas a seguir. cimento, teor máximo de ar incorporado, dimensão
máxima do agregado graúdo e teor de argamassa;
• Estudos geotécnicos completos, incluindo a – plano de controle tecnológico do concreto no estado
verificação do nível do lençol freático. fresco e endurecido, ressaltando se aí o controle da
consistência do concreto (abatimento) e do teor de ar
• Estudos de tráfego, incluindo a determina- incorporado (estado fresco), e o controle das resistên-
ção do número total de solicitações das cargas por cias mecânicas e da espessura das placas.
eixo, para cada tipo de eixo, para o período de proje-
to de 20 anos. • Notas de serviço e quantitativos de
pavimentação.
• Estudos de geometria e traçado da via
ou rodovia.
Como comentário final, ressalta-se que
• Estudos de drenagem superficial, sub-su- o Projeto Executivo de Engenharia, bem elabo-
perficial e profunda. rado e com todas as informações necessárias
à adequada execução do pavimento de con-
• Memória de cálculo do pavimento com defi- creto e das camadas constituintes da es-
nição dos tipos, características tecnológicas e espes-
suras das camadas constituintes da estrutura. trutura de pavimentação, incluindo o trata-
mento dado ao subleito e aos dispositivos de
• Projeto geométrico planialtimétrico, com to- drenagem da estrutura, é fundamental para
das as informações topográficas necessárias à per- a qualidade final e a durabilidade da obra.
feita locação da obra.

84 RODOVIAS&VIAS
As Figuras 1 e 2)Detalhe do projeto geométrico,
mostrando os distintos tipos de juntas
2 ilustram um projeto
geométrico típico de
distribuição de placas,
mostrando os tipos de
juntas. As placas ha-
churadas são dotadas
de armadura distribu-
ída descontínua, sem
função estrutural.
1) Projeto geométrico de
distribuição de placas

Mostram-se a seguir alguns tipos clássicos de juntas de pavimentos rígidos. As Figuras 3 e 4


ilustram as juntas transversais de retração e de construção, dotadas de barras de transferência.

3) Junta transversal de retração, 4)Junta transversal de construção,


com barras de transferência com barras de transferência

As Figuras 5 e 6 ilustram as juntas longitudinais de articulação e de construção, dotadas de


barras de ligação.

5)Junta longitudinal de articulação, 6) Junta longitudinal de construção,


com barras de ligação com barras de ligação

As Figuras 7 e 8 ilustram as juntas de expansão.

7) Junta de expansão, em encontro


com outro tipo de estrutura
8) Junta de expansão, com barras
de transferência

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Foto: Rodovias&Vias/Leonardo Pepi

RODOVIAS&VIAS
FotoLegenda
iMAGEM DO MÊS
O trem é grande. Trem, não, é ônibus! Apelidado de “Ligeirão”,
o novo biarticulado de Curitiba é o maior ônibus do mundo, com
28 m de extensão. O coletivo entrou em circulação às 7:20 horas do
último dia 16 e teve como passageiro ilustre o Prefeito Luciano Ducci. Ao
todo, dez ônibus deste tipo, com capacidade para 250 passageiros,
vão operar a linha. A previsão é que o sistema transporte 25 mil
passageiros a cada dia por um trajeto de 10,3 km.

RODOVIAS&VIAS 87
88 RODOVIAS&VIAS
NA MEDIDA

Livro sobre portos


Está disponível para compra, direto com a
Editora Bela Catarina, a segunda edição do livro
Portos e Terminais Marítimos do Brasil, versão
bilíngue (português/inglês). Altamente ilustrado,
tem formato 30×31 cm. O conteúdo editorial
focaliza informações importantes de cada porto
e terminal marítimo, como localização, acessos,
estrutura, equipamentos, movimentação de cargas
e cargas predominantes. Uma das mais completas
obras sobre o sistema portuário do Brasil, mostra
em detalhes 47 portos e terminais marítimos
brasileiros, desde Manaus/AM ao Rio Grande/RS.
Destaque para as mais de 700 fotos coloridas do
fotógrafo Flávio Roberto Berger. O exemplar pode
ser comprado pelo fone (47) 3026-2579 ou pelo
e-mail <editora@editorabelacatarina.com.br>.

Livro sobre portos II


Quem acaba de lançar um livro também
sobre portos é o ex-Ministro Pedro Brito. Em
conversa com Rodovias&Vias, Brito explicou
que o livro foi uma oportunidade de colocar
no papel a experiência exitosa do governo
brasileiro em relação ao setor portuário, não só
dos portos, mas de todas as vias de acesso aos
portos. Muito a Navegar é dirigido ao público
em geral, já que o autor teve a preocupação de
não colocar uma linguagem exclusivamente
técnica e, assim, torná-lo acessível a todos que
não são iniciados no assunto.

RODOVIAS&VIAS 89
NA MEDIDA

Hyundai em São Francisco


O porto de São Francisco do Sul/SC ficou
sem investimentos durante décadas. Em 1993,
com a Lei dos Portos, passou a receber recursos
privados (que também logo se esgotaram). A
realidade só foi mudar com a criação da SEP.
A informação é do Superintendente do porto
de São Francisco, Paulo Cesar Cortes Corsi, que
trabalha para aprofundar parceria com a Hyundai.
São Francisco é um dos poucos terminais de
múltiplo uso no Sul e Sudeste. A empresa coreana
necessita deste tipo de terminal para movimentar
seus produtos e matéria-prima.

Saneamento é básico
Segundo dados do IBGE, quase metade dos
domicílios brasileiros não têm ligação com a
rede de esgoto. Por essa e outras preocupações
é que a Associação Brasileira da Infraestrutura e
Indústrias de Base encomendou um estudo de
investimentos. O documento, com propostas
para o setor de saneamento básico para os
anos de 2011 a 2014, foi entregue nas mãos do
Ministro das Cidades, Mário Negromonte, no
início de abril, na sede da Abdib, em São Paulo.
O texto faz sugestões de gestão de recursos para
melhorar os indicadores de saneamento básico.
O Ministro disse à Rodovias&Vias que o governo
federal comunga com vários pontos da agenda.

Fundo de Transportes em Goiás


O governo de Goiás criou um fundo para investimento em obras de transportes.
Aprovado pela Assembleia Legislativa, o fundo garantirá recursos a serem aplicados
na manutenção, conservação e melhoria das rodovias estaduais. Na primeira fase do
Programa de Recuperação de Rodovias Estaduais, a ser executado este ano, serão
contemplados 28 trechos de rodovias estaduais, o que representa 1.500 km. São 20
rodovias estaduais que receberão uma nova capa asfáltica, deterioradas por falta de
manutenção. Além disso, o governo prepara um levantamento de outros 4,5 mil km que
devem receber revitalização nos próximos três anos.

90 RODOVIAS&VIAS
NA MEDIDA

Rio tem Plano Diretor para Arco Metropolitano


No encontro organizado pela Secretaria
de Obras e pelo Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), foi apresentado o Plano
Diretor do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro. O
plano, recém-elaborado, aborda as potencialidades
socioeconômicas da rodovia que está sendo
construída pelos governos federal e estadual e
deverá ser entregue em dezembro de 2012. O Vice-
Governador e Secretário de Obras, Luiz Fernando
Pezão, participou da abertura do Seminário Arco
Metropolitano: Um Novo Marco no Desenvolvimento
Metropolitano, na sede da Federação das Indústrias
do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O Arco
Metropolitano terá 140 km de extensão e passará por
oito municípios: Itaboraí, Magé, Guapimirim, Duque
de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri, Seropédica e Itaguaí. Secretário de obras Luiz Fernando Pezão.

Geólogo contesta
fora da medida
duplicação da Rodovia Régis Bittencourt
O geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos entende que a duplicação da rodovia Régis
Bittencourt (BR-116) não está sendo feita da forma correta. Ex-Diretor do Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT) e autor de diversos livros sobre geologia e meio ambiente, ele
afirma que o sistema usado para a expansão da rodovia não é o correto. A pista da Régis
está sendo duplicada sem a construção de túneis e viadutos e, na opinião do especialista,
isso pode até garantir fluidez ao trânsito de cargas, mas não blindará a rodovia contra os
perigos de deslizamentos de terra, comuns no trecho da Serra do Cafezal. Álvaro explica
que a região é propensa a deslizamentos, e os cortes e aterros feitos na Serra do Cafezal
para a abertura da rodovia, nos anos 1950 e 1960, aumentam os riscos.

Fora da Copa
Segundo Paulo Godoy, Presidente da Abdib,
uma ou outra cidade-sede pode ficar fora da Copa
por falta de estádio. “Copa do Mundo de Futebol
tem uma visibilidade política muito grande;
qualquer coisa que se fale, a coisa pega fogo.” Godoy
afirmou que uma equação deve ser arrumada para
as obras de infraestrutura e mobilidade urbana.
“Nós queríamos que a evolução das intervenções
acontecesse de forma gradativa e ordenada.” Para
ele, o problema não é de falta de recurso, e sim de
gestão, já que a preparação para a Copa envolve
governo federal, estadual e municipal. “Estamos
animados com a indicação do Wagner Bittencourt
para a Secretaria de Aviação Civil, ele tem perfil e
histórico de estruturador de negócios e de projetos.”

RODOVIAS&VIAS 91
Foto: Rodovias&Vias/Alemão

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RODOVIAS&VIAS
infopágina
Fonte: Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar

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94 RODOVIAS&VIAS
ARTIGO

ASPECTOS
DA INCERTEZA
José Pio Martins
Economista e Reitor de gestão, ser minimizadas ou eliminadas. A
da Universidade Positivo
base da economia e do progresso é o setor pro-
dutivo e não o governo, e é da economia priva-
da que o governo tira os recursos necessários
para sua própria subsistência e para os serviços
públicos. Assim, criar incertezas por atos políti-
cos, a ponto de potencializar riscos e provocar

A incerteza pode ser definida como a dú-


vida diante de duas ou mais alternativas.
Incerteza é desconhecimento e ela desempe-
fuga de investidores, é comportamento estúpi-
do.
Note que há diferença entre correr riscos
nha papel central nas decisões de investimen- e assumir riscos. Uma companhia de seguros
tos. O problema é especialmente complexo nas assume riscos; seus segurados correm riscos.
decisões de investimentos empresariais de pra- Ao possuir um veículo, você corre o risco de
zo longo cujos riscos sejam muito altos no caso ser roubado ou de sofrer acidente no trânsito.
de ocorrerem cenários negativos. Você não controla esse risco, ainda que tome
Há incertezas espontâneas e incertezas cuidados para minimizar a probabilidade de
criadas. As espontâneas dizem respeito aos fe- sua ocorrência. As seguradoras, por sua vez, as-
nômenos da natureza e aos fenômenos sociais sumem riscos sobre base confiável de cálculos
não controlados diretamente por ninguém probabilísticos; por isso, elas apresentam lucros
ou de baixo poder de controle. Neste grupo em seus balanços. Elas assumem o risco que o
se encaixam as chuvas, as secas, os furacões, cliente corre e, se houver sinistro, pagam o pre-
os eventos de mercado (como a inflação e as juízo. Para tanto, cobram prêmios de seguro
recessões) e os distúrbios políticos (como os quando os clientes compram apólices de co-
ocorridos no Egito, na Líbia e na Tunísia). bertura. O que torna o ato apenas um negócio
No segundo grupo estão as incertezas cria- para a seguradora é o fato de ela operar de for-
das, em geral, pelos governantes. Clima hostil ma coletiva. Em um grupo de 100 mil clientes,
ao investimento privado, hábito de não res- é previsível o percentual de carros que serão
peitar contratos juridicamente perfeitos, rom- roubados ou acidentados, e a seguradora ofe-
pimento de regras previamente acordadas, rece proteção mediante pagamento de uns 5%
mudanças constantes na legislação de tributos, sobre o valor do veículo. Por esse dinheiro, ela
rejeição ideológica ao lucro, estes são eventos assume o risco que você corre.
criados por governos, cujo efeito principal é as- Visto sob a ótica do empresário, investir é
sustar e afugentar os investidores. Uma região arte e ciência e requer conhecimento, visão e
dedicada à busca de investidores terá maior ou intuição. O Barão de Rothschild, famoso ban-
menor êxito dependendo do grau de incerteza queiro, dizia que o melhor momento para in-
vigente. A questão é que as incertezas, espon- vestir é quando o sangue corre pelas ruas. Ele
tâneas ou criadas, produzem riscos, cabendo dizia que, na tragédia, os ativos ficam baratos
ao empreendedor a decisão de corrê-los, as- e, um dia, as guerras e os conflitos cessam e os
sumi-los ou desistir do negócio. Quanto às in- negócios se recuperam. Essa é a hora de co-
certezas espontâneas, não há o que fazer, pois lher os lucros. Todos os que compraram ações
ninguém conhece o futuro nem os fenômenos quando as bolsas despencaram e tiveram paci-
da natureza, e os eventos sociais são, em maior ência de esperar ganharam dinheiro.
ou menor medida, incontroláveis. No máximo, Pois bem, se o Estado quiser atrair investi-
é possível examinar o passado, observar o pre- mentos, a primeira coisa a fazer é acabar com
sente e imaginar os cenários futuros possíveis. a criação de incertezas nos gabinetes governa-
O caso das incertezas criadas é diferente. Estas mentais. Hostilizar investidores pode satisfazer
são obras dos governantes e estão sujeitas às a necessidade de odiar, mas não é receita de
decisões políticas. Logo, elas podem, por atos prosperidade.

RODOVIAS&VIAS 95
A TERCEIRA ONDA DA
José Allama HIDROVIA BRASILEIRA
Especialista em Regulação do Transporte
Aquaviário da Agência Nacional
de Transportes Aquaviários (Antaq)

ço da expansão de seus domínios. Com esse pro-


pósito, surgem os primeiros estaleiros e portos

S eguidamente, ouvimos pessoas manifes-


tando-se sobre a evolução da humani-
dade. Segundo Alvin Toffler, escritor e futurista
no país. Nos três séculos seguintes, a ocupação
do território se deu, primordialmente, por meio
do transporte aquaviário. As estratégias de na-
norte-americano, a trajetória do homem foi mar- vegação serviram aos diferentes ciclos explora-
cada por grandes transformações, as quais ele tórios, todavia se limitaram às condições tecno-
classificou em três ondas. A fase agrícola, defi- lógicas e aos interesses predominantes de cada
nida como Primeira Onda, iniciou-se há aproxi- época.
madamente 10 mil anos. A industrial, revelada A segunda onda inicia-se em 1808, com a
há quase três séculos, foi classificada Segunda chegada da Família Real, com a abertura dos
Onda. E mais recentemente, cerca de 60 anos portos às nações amigas, e amplia-se com o ad-
atrás, o movimento denominado como socie- vento da máquina a vapor. Tais fatos alteraram
dade pós-industrial ou sociedade da informação o contexto político, econômico, tecnológico,
simboliza a Terceira Onda. social e cultural vigentes. A colônia vira reino.
Essa introdução possibilita uma analogia Os portos brasileiros estimulam o desenvolvi-
com o processo de desenvolvimento das hi- mento nacional e o comércio internacional. Na
drovias brasileiras. Nestes 500 anos, é possível lâmina da água, a propulsão a vapor revoluciona
identificar também importantes mudanças na a navegação, substituindo de modo eficiente o
navegação verde e amarela. Este artigo sintetiza remo, a vela e o vento.
a evolução do tema hidroviário no país em três O crescimento do tráfego fluvial, marítimo
grandes ondas, considerando seus avanços, re- e portuário expôs as fragilidades do setor. Os
trocessos, potenciais e sua intrincada relação governos imperiais e os republicanos propuse-
com a navegação marítima, a cabotagem, os ram reorganizações dos transportes, por meio
portos e a indústria naval. Essa tomada de cons- de planos integrados e com uma visão racional
ciência é essencial para se compreender a situa- de uso dos rios brasileiros. Contudo, o auge da
ção atual e as perspectivas do setor aquaviário, ferrovia substitui as conexões fluviais por novos
as quais, se bem articuladas, podem colocar o trilhos. Pode-se inferir que, em algum momen-
Brasil numa posição de destaque no cenário na- to da história, a matriz brasileira de transportes
cional e internacional. esteve em equilíbrio. Os planos desenvolvimen-
A primeira onda da hidrovia já estava em tistas valorizaram as hidrovias. Porém, a partir da
movimento antes mesmo da chegada de Cabral. década de 1950, o rodoviarismo rouba a cena
Os colonizadores evidenciaram que a navega- e concentra as políticas públicas no setor auto-
ção praticada pelo nativo brasileiro, já em 1500, mobilístico. A navegação fluvial subsistiu em
apresentava características de um uso incipien- algumas regiões, mas com tendência à estagna-
te, mas bem adaptado as suas necessidades, ção e ao desaparecimento. O desenvolvimento
como, por exemplo, na pesca, nas batalhas com da Amazônia se deu por meio de suas estradas
outras tribos e no transporte de pessoas e car- d´água.
gas. O milagre econômico dos anos 70 favoreceu
Por sua vez, a Coroa portuguesa coloca todo investimentos e elevou a indústria naval ao se-
o poder e conhecimento naval da época a servi- gundo lugar do ranking mundial, atrás apenas

96 RODOVIAS&VIAS
ARTIGO
do Japão. Todavia, consolida-se o modelo ro- o grande salto da matriz é no segmento aquavi-
doviarista. A crise fiscal e financeira dos anos 80 ário, que sai dos subutilizados 13% para o nível
provocou estagnação e desinvestimentos. Nos estratégico de 29% do total das cargas nacionais
anos 90, a desestatização e a liberalização viram transportadas. Para alcançar essas metas, será
moda. Órgãos e empresas públicas foram extin- necessário priorizar os investimentos em infraes-
tas. Tais fatos produziram um apagão hidro-na- trutura de transportes, em especial nos setores
val-portuário no país. Nesse contexto, a segunda de navegação e portuário.
onda encerrou o século XX com problemas tão Um exemplo do esforço brasileiro na busca
grandes quanto os desafios que estariam por vir. pelo reequilíbrio da matriz de transporte foi a
A terceira onda da hidrovia não é um tsuna- inauguração das eclusas de Tucuruí, no rio To-
mi. Diversamente do impacto dos fatos que mar- cantins, no final de 2010. Após 30 anos de cons-
caram o início da onda anterior, esta fase é ainda trução, a envergadura dessa obra representa
embrionária. Mas já se evidencia um tratamento um divisor de águas de um novo tempo da hi-
diferenciado ao setor aquaviário. Pode-se dizer drovia e uma referência para novos projetos e
que esta onda surge a partir da Constituição de iniciativas semelhantes. Mas é preciso avançar
1988 e do arcabouço jurídico-institucional de re- ainda mais. Sabe-se que o alcance de um novo
organização do papel do Estado. Esse novo con- patamar de melhoria implica mudança de cul-
junto de leis e instituições vem possibilitando tura. Desse modo, urge romper com dois fortes
significativas alterações nos setores da infraes- paradigmas do setor de infraestrutura: o predo-
trutura brasileira. Como exemplos, têm-se as leis mínio do setor elétrico sobre o uso da água e a
de modernização dos portos, de concessões, das supremacia do rodoviarismo sobre os outros
águas, de energias e as de criação das Agências modais. O primeiro por colidir com o princípio
Reguladoras, entre outras. do uso múltiplo da água, consagrado na legis-
Esse movimento é impulsionado por vetores lação. O segundo, por ter gerado uma matriz
como a estabilidade institucional e econômica de transporte irracional e ineficiente, que drena
do país, o crescimento das correntes de comér- competitividade do produto brasileiro. Eleva o
cio e dos acordos internacionais, a demanda custo Brasil e, a cada ano, milhares de vítimas en-
por uma infraestrutura aquaviária adequada grossam as estatísticas de acidentes rodoviários.
e com tarifas módicas, maior rigor no trato das Esses e outros aspectos configuram o caldo de
questões ambientais e usuários mais exigentes cultura que vem moldando essa nova onda da
quanto à qualidade dos serviços prestados. Em hidrovia.
especial, a expansão e interiorização da fron- Concluída a analogia, percebe-se que tais
teira agrícola e da mineração vem exigindo in- processos não são isolados. Pelo contrário, as
vestimentos públicos e privados na criação de ondas coexistem. Em resumo, vale frisar que
alternativas logísticas de baixo custo e reduzido o uso das hidrovias brasileiras está muito
impacto ambiental. Quando se adicionam as aquém de seu potencial. No entanto, com a
demandas da indústria petrolífera, as perspec- correta articulação dos vários aspectos aborda-
tivas do pré-sal, dos biocombustíveis, da Copa dos, combinados com investimentos e a aplica-
de 2014 e das Olimpíadas de 2016, tem-se uma ção de tecnologias navais modernas, além do
combinação explosiva e exigente, que impõe a aproveitamento das melhores práticas de uso
reconfiguração e o aperfeiçoamento, não ape- múltiplo dos recursos hídricos, é possível redu-
nas do modal aquaviário, mas de toda a infraes- zir o desnível entre esses estágios evolutivos e
trutura de transportes. Nesse contexto, amplia- fazer com que nossos potenciais hidrográficos
-se o consenso de que a hidrovia constitui uma alcancem, efetivamente, a posição de hidrovias
solução viável e eficaz. da terceira onda. Pois, quanto mais evoluído for
No tocante ao planejamento, vale ressaltar o setor, maior e mais eficaz é sua contribuição
o Programa Nacional de Logística e Transpor- para consecução das metas econômicas, sociais
tes. No horizonte de 15 anos, o PNLT propõe so- e ecológicas do país, rumo ao desenvolvimento
lução para o grave desequilíbrio que se verifica sustentável. Por fim, é fundamental ampliar o
hoje entre os modais de transporte de cargas conhecimento de formadores de opinião, dos
do país. Nessa perspectiva, o modal rodoviário tomadores de decisão, dos agentes técnicos,
deixa o inadequado patamar de 58% de movi- acadêmicos, políticos, empreendedores priva-
mentação total da carga e passa a responder por dos e outros atores acerca da importância desse
apenas 33%. Em paralelo, o ferroviário avança tema para a sociedade, especialmente no mo-
7%, colocando nos trilhos 32% das cargas. Mas, mento favorável que o país vive atualmente.

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