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COSMETOLOGIA - INTRODUÇÃO

DEFINIÇÕES
COSMÉTICO: deriva do grego “Kosmetikós”, de Kosmeo, que significa adornar, enfeitar.
COSMÉTICA: também deriva da palavra grega “Kosmétiké”; arte de preparar cosméticos.
COSMÉTICO: são formulações de aplicação local, fundamentadas em conceitos científicos, destinados ao
cuidado e embelezamento da pele humana e seus anexos, sem prejudicar as funções vitais, causar
irritações, sensibilizar ou provocar fenômenos secundários indesejáveis, atribuídos à sua absorção.

PRODUTO COSMÉTICO, DE HIGIENE PESSOAL E PERFUMES.


Segundo a Portaria SVS nº 31/95 de 24/04/95
São preparados constituídos por substâncias naturais ou sintéticas ou suas misturas, de uso externo nas
diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, dentes, e membranas mucosas da
cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e/ou
corrigir odores corporais, protegê-los, ou mantê-los em bom estado.

COSMETOLOGIA: ciência que serve de suporte à fabricação dos produtos de beleza, permitindo, ainda,
verificar as suas propriedades.
Funções básicas dos cosméticos:
Limpeza: deve ser feita respeitando-se o equilíbrio fisiológico, sem causar desengorduramento excessivo,
sem alcalinizar e sem desnaturar as proteínas cutâneas.
Correção: restabelecer o equilíbrio alterado, devolvendo a beleza natural.
Proteção: evitar a limpeza irracional ou impedir que os agentes atmosféricos (vento, sol, frio) alterem a
epiderme.
Exemplo: protetores solares, cremes hidratantes.

HISTÓRICO
Pré-história: pintura do próprio corpo, emprego de resinas e ungüentos de perfumes (rituais tribais).
Egito:
- uso de minérios de cobre como sombra (verde de malaquita), extratos vegetais (henna).
- Cleópatra: banhos com leite de cabra
- sarcófago de Tutankamon (1400 a.C.): cremes, incenso, potes c/ azeite.
Grécia:
- Hipócrates (400 a.C.): tratados sobre higiene, banhos de água e sol.
- Vênus: protótipo da beleza feminina grega
Roma:
- Claudius Galen (180 d.C.): pesquisa e manipulação de produtos cosméticos, desenvolvimento do “cold
cream” ou cerato de Galeno.
Renascimento (meados do século XV) – retratação da beleza, através da:
- pintura da Mona Lisa por Leonardo da Vinci
- pintura da Capela Cistina por Miguelangelo
Idade Moderna: (séc. XVII e XVIII)
- uso de perucas cacheadas, comércio de produtos de beleza.
- produção de perfumes durante o reinado de Luis XIV
- Giovanni Maria Farina (1725) preparou a clássica “água de colônia” – Colônia (Alemanha).
Idade Contemporânea: (séc. XIX)
- as mulheres começam a expor o corpo em balneários
- surgem os leites e cremes de beleza caseiros
- EUA, França, Inglaterra, Alemanha e Japão, iniciam a produção de matérias-primas e o desenvolvimento
de produtos cosméticos.
Final do séc. XIX: consolidação desse mercado
Século XX:
- crescimento do mercado (sociedade mais liberal após a 2ª guerra) : aumento da produção industrial
- surgem marcas famosas:
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 Helena Rubinstein (1902), Revlon, Max Factor, Avon.
 Natura e O Boticário no Brasil (1977)
- expansão do mercado (meios de comunicação como a TV)
- avanços tecnológicos, regulamentação, entidades representativas (Associação Brasileira de
Cosmetologia, de produtos de higiene perfumes e cosméticos, sindicato das indústrias de produtos de
toucador).

Cosmecêuticos - termo relativamente novo (cerca de 20 anos), destinado a descrever preparações que
visam melhorar a aparência cosmética do corpo: produtos cosméticos de interesse médico.
Exemplos: minoxidil a 2%, ácido retinóico e α-hidroxiácidos (com finalidade antienvelhecimento).
Cosmiatria: aborda assuntos relativos aos cuidados estéticos da pele sã ou enferma (acne, vitiligo, celulite,
psoríase).
Medicamento tópico: produto destinado a curar enfermidades da pele (corticóide, antibiótico).
Esteticista: profissional responsável pelo embelezamento, tratamento e preservação da saúde da pele
(limpeza de pele, “peeling”, massagens faciais, maquiagem, bronzeamento artificial, etc).

LEGISLAÇÃO
RDC ANVISA 79/2000
• Classifica os produtos cosméticos, de higiene e limpeza e perfumes quanto ao Grau de Risco.
Grau I: produtos com o risco mínimo de produzir efeitos adversos
Grau II: produtos com risco potencial de produzir efeitos adversos
Exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, informações quanto aos cuidados, modo de ação e
restrições de uso.
Além de relacionar:
• os corantes permitidos, de acordo com o número do Colour Index e campo de aplicação;
• as substâncias de uso restrito, campo de aplicação e concentração máxima autorizada;
• as substâncias proibidas;
• descrever as normas de rotulagem;
• esclarecer a respeito do registro de produtos.

Exemplo de categorias e grau de risco, segundo RDC acima:

Categoria: Produtos de higiene Grau


Grupo: Sabonetes
Sabonete facial, corporal, abrasivo ou esfoliante 1
Sabonete anti-séptico 2
Grupo: Produtos p/ higiene dos cabelos e couro cabeludo
Xampu, xampu condicionador, condicionador 1
Xampu anti-caspa, condicionador anti-caspa 2
Grupo: Produtos p/ higiene dental e bucal
Dentifrício, aromatizante bucal 1
Dentifrício antiplaca, anticárie, antitártaro, enxaguatório anti-séptico 2
Grupo: Desodorantes e antitranspirantes
Desodorante axilar, corporal, perfumado 1
Desodorante íntimo 2
Desodorante antitranspirante ou antitranspirante/antiperspirante 2
Grupo: Produtos para barbear e após barbear 1

Categoria: Cosméticos Grau


Grupo: Produtos para lábios 1
Grupo: Produto para área dos olhos (exceto globo ocular)
Sombra para pálpebras, máscara para cílios, lápis, delineador 1
Creme, gel e loção para área dos olhos 2
Grupo: Produtos para bronzear e anti-solares 2
Grupo: Produtos para tingimento dos cabelos 2
Grupo: Produtos para clarear os cabelos 2
Grupo: Produtos para ondular os cabelos 2
Grupo: Produtos para alisar os cabelos 2
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Categoria: Cosméticos Grau
Grupo: Neutralizantes capilares 1
Grupo: Produtos para modelar e assentar os cabelos 1
Grupo: Cremes e loções de beleza
Creme e loção para o rosto, corpo e mãos 1
Creme e loção para o rosto, corpo e mãos com fotoprotetor ou para clarear a pele 2
Creme e loção para celulite/estrias 2
Creme e loção para rugas, para pele acneica 2
Creme e loção de limpeza facial ou tonificante 1
Creme ou mascar esfoliante “peeling” mecânico 1
Creme ou máscara esfoliante “peeling” químico 2
Grupo: Produtos para maquilagem facial 1
Grupo: Depilatórios
Depilatório mecânico ou epilatório 1
Depilatório químico 2
Grupo: Produtos de uso infantil 2

Algumas siglas e seus significados


FD&C: Food, Drug and Cosmetics
D&C: Drug and Cosmetics
Ext. D&C: External Drug and Cosmetics
CI: Colour Index (conforme legislação da União Européia)
- Exemplo: o corante FD&C blue n° 1 (azul brilhante) é reconhecido internacionalmente como CI 42090.
OTC: over the counter (venda sem a necessidade de prescrição médica)
CIR: Cosmetic Ingredient Review (comitê do CTFA que avalia a segurança de ingredientes usados em cosméticos)
CFR: Code of Federal Regulation (publicação governamental americana que contém regras e legislação sobre fabricação
e venda de produtos, inclusive cosméticos).
MSDS: Material Safety Data Sheet (literatura que alerta manipuladores sobre o potencial risco dos ingredientes). No
Brasil MSDS é denominado de FISPQ (Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico)
NDA: New Drug Application (processo para se aprovar novo ativo que não se enquadra na lista de produtos OTC)
CTFA: The Cosmetic, Toiletry, and Fragrance Association (principal associação comercial e política da indústria
cosmética americana).
IUPAC: International Union of Pure and Applied Chemistry
INCI: International Nomenclatura of Cosmetic Ingredient (nomenclatura internacional de ingredientes cosméticos)

No Brasil: adoção da Nomenclatura da INCI, CI e denominação botânica do Sistema Linné (Portaria ANVISA 296/98).

SISTEMA INCI – NOMENCLATURA DE ALGUNS ÁCIDOS E ÁLCOOIS GRAXOS (Exemplos)

Número de C IUPAC INCI IUPAC INCI


(cadeia principal) Ácido... Ácido... (Álcool) Álcool...
6 Hexanóico Capróico Hexanol Hexílico
8 Octanóico Caprílico Octanol Caprilílico
10 Decanóico Cáprico Decanol Decílico
12 Dodecanóico Láurico Dodecanol Laurílico
14 Tetradecanóico Mirístico Tetradecanol Miristílico
16 Hexadecanóico Palmítico Hexadecanol Cetílico
18 Octadecanóico Esteárico Octadecanol Estearílico

Os ácidos graxos são obtidos através da hidrólise alcalina de gorduras, entre outros.

NOMENCLATURA INCI (Outros exemplos)


• ácido 16-metil-hepta-decanóico (IUPAC)
- ácido iso esteárico (INCI)
• cadeia 18 C (estearila) + cadeia 16 C (cetila), ligados por 1 oxigênio: éter estearil-cetílico
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• álcool cetílico + ácido palmítico → palmitato de cetila
• lauramida: fusão de 1 grupo alquila (12 C) com 1 amida
• substituição do N por (CH2CH2OH)2: lauramida DEA (dietanolamida)
• brometo de cetrimônio C16H33N+(CH3)3 Br-
• óxido de etileno polimerizado ou óxido de polietileno (IUPAC) ou,
- polietilenoglicol: PEG (INCI)
- H(OHCHCH2)n OH → n = grau de polimerização ou moles de glicóis polimerizados
- PEG 10: contém em média 10 unidades de óxido de etileno
- reação PEG 2 + ácido láurico → PEG 2 laurato (éster)
- reação PEG 20 + álcool cetílico → ceteth 20 (éter)
• laureth 9: C12H25(OCH2CH2)9OH

PELE E PERMEABILIDADE CUTÂNEA

Pele:
• maior órgão do corpo humano, superfície média de 2 m2;
- cerca de 10 a 15% do peso corpóreo total
• estão presentes nervos sensitivos para dor, tato, calor, frio;
• manifesta sensações emocionais: medo (palidez, ereção dos pêlos); ansiedade (sudorese); angústia (rubor).
• órgão de proteção (epiderme, anexos - pêlos, unhas, cabelo) e secreção (glândulas sebáceas e
sudoríparas).

A pele é composta de três camadas:


EPIDERME: camada mais externa, constituída de tecido epitelial pavimentoso estratificado, formado por
células que se renovam, a partir do estrato basal, e se diferenciam constantemente.
Espessura de 0,004 a 0,15 mm (é mais espessa nas palmas e plantas dos pés)
Função principal: proteção do organismo (externa e internamente)
DERME: tecido conjuntivo, raízes dos pêlos, glândulas, vasos sangüíneos, terminações nervosas.
Espessura: cerca de 20 vezes mais do que a epiderme
Funções básicas: proteção de lesões mecânicas e nutrição da epiderme
HIPODERME: camada mais profunda da pele
Funções: proteção mecânica, reserva de gordura, isolante térmico.

Epiderme: formada por várias camadas (estratos) de células epiteliais e outras células
Estrato basal ou germinativo: localizado na lâmina basal (junção dos tecidos epitelial e conjuntivo); é responsável
pela regeneração das células epidérmicas (produção de queratinócitos)
Estrato espinhoso ou Malpighiano: células justapostas, em formas poliédricas, fortemente aderidas.
Estrato granuloso: células mais achatadas, sem capacidade de divisão.
Estrato lúcido: presente nas áreas mais espessas da pele.
Estrato córneo: células em contínuo processo de descamação; área abiótica (células anucleadas e sem
organelas).

Figura 1: Queratinização da epiderme


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A partir da camada basal até o desprendimento de células na camada córnea são necessários 15 a 40
dias, dependendo da idade do indivíduo.

Estrato córneo (espessura de 0,075 a 0,15 mm)


Exerce a função de barreira, sendo formada por queratinócitos e lipídios localizados principalmente no
espaço intercelular (ceramidas, ácidos graxos livres e colesterol).
Conteúdo lipídico: formam a membrana celular que circunda as células, além de concentrarem-se na fase
extracelular (espaço intercelular), sendo fundamentais p/ a retenção de água no estrato córneo, controlam,
portanto, a perda transepidérmica da água mantendo a maciez e elasticidade da pele. O envelhecimento e
agressões ambientais (luz solar) resultam numa diminuição da capacidade do estrato córneo em reter o
seu conteúdo de umidade ideal, tornando a pele seca e rugosa. A quantidade ingerida de água também é
um fator que interfere no estado de hidratação da pele.
Ceramidas: são esfingolipídios formados por cadeias graxas diferentes (existem seis classes de acordo c/ a cadeia) ligadas à
base esfingóide.

Outras células

Melanócitos: síntese de melanina (há cerca de um melanócito para cada 36 queratinócitos)


Melanina: pigmento natural da pele humana, além de atuar como filtro solar.
Tipos: eumelanina (cor negra); feomelanina (vermelha). São produzidas a partir do aminoácido tirosina,
estimuladas pela luz solar e enzima tirosinase.
Os melanócitos localizam-se na camada basal e base do folículo piloso (próximos à papila dérmica); sintetizam melanina nos
melanossomas (organela presente nos melanócitos) que é transferida aos queratinócitos vizinhos. Há cerca de 1.500
melanócitos por mm2 de superfície de pele, sendo este número, em média, igual para todas as raças. A variedade de cor é
devido ao tamanho dos melanossomas e atividade dos melanócitos ativos, ou seja, daqueles que ainda não se descamaram
juntamente com os queratinócitos. O seu número diminui gradualmente com a idade do indivíduo.
Nota importante: o melanócito não sofre divisão celular. Caso isto ocorra, tratar-se-á de um melanoma (célula neoplásica).
Células de Langerhans: estão relacionadas com a imunidade (presentes nos estratos intermediários)
Células de Merkel: provável função sensorial para a pele (presentes no estrato basal)
A epiderme confere proteção à pele através da síntese de proteínas, sobretudo a queratina, lipídios
(durante a renovação dos queratinócitos) e a melanina (a partir dos melanócitos).
α-queratina: proteína fibrosa, insolúvel em H2O, formada por três moléculas enroladas entre si, interligadas por pontes
dissulfeto e de hidrogênio.

A derme é formada por tecido conjuntivo (células e fibras separadas por abundante material intercelular)
Células: fibroblastos (a maior parte) e células de defesa
Fibroblastos: síntese de fibras, glicosaminoglicanas.
Fibras protéicas: colágeno (a mais abundante) e elastina
Na derme, essas fibras tem vida de 2 e 6 meses, respectivamente. A exposição à luz solar estimula a síntese das enzimas
colagenase e elastase e, portanto, contribui para o envelhecimento precoce da pele.
Material intercelular: substância fundamental amorfa (SFA)
SFA: glicosaminoglicanas (polissacarídeos que contém hexosamina), H2O, eletrólitos.
Hexosamina: açúcar nitrogenado com 6 átomos de carbono, onde 1 grupo amina substitui 1 grupo hidroxila.
Exemplos de glicosaminoglicanas: ácido hialurônico e sulfato de condroitina
Ainda estão presentes na derme: folículos pilosos, glândulas (sebáceas e sudoríparas), vasos sangüíneos
e linfáticos, terminações nervosas.

Hipoderme: constituída de adipócitos separadas por material seroso (ácidos polissacarídeos), além de ser
vascularizada.
Funções: proteção contra pressões, frio, reserva de gordura.

Glândulas sudoríparas (secretam suor: controle da temperatura, excreção e hidratação da camada córnea)
Écrinas:
• são semelhantes a um novelo de lã com ducto que desemboca diretamente na superfície da pele.
• estão distribuídos por toda a superfície do corpo e são mais numerosas que as apócrinas
• suor composto de água 99%, eletrólitos e alguns compostos orgânicos.
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Apócrinas:
• estão anexadas ao aparelho pilo-sebáceo
• são maiores, e estão mais concentradas nas regiões pubiana e axilar.
• suor rico em substâncias orgânicas

Glândulas sebáceas
• são glândulas anexadas ao folículo piloso, no qual desembocam e vertem sua secreção (sebo) que
contém triglicerídios, ésteres graxos, esqualeno, ácidos graxos livres e ésteres de esteróis.
• estão distribuídas por todo o corpo, exceto nas regiões palmo-plantares.
• maior concentração: couro cabeludo, face (nariz), regiões genitais e paragenitais.

Folículos pilosos
• são invaginações tubulares da epiderme, onde são produzidos os pêlos, através da queratinização das
células formadas dentro da matriz, na base do folículo. Esta região é muito irrigada por vasos sangüíneos
que asseguram a regeneração e crescimento do pêlo, mediante a proliferação de células diferenciadas.
• crescimento (cabelo): cerca de 1 cm/mês
• Fases:
˜ anagênica (ativa): 80 a 95% dos fios do couro cabeludo; duração de 3 – 7 anos
˜ catagência (transição): 1 a 2% do total dos fios de cabelo – 3 a 4 semanas
˜ telogênica (fase final do ciclo de vida): 10 a 14% dos cabelos do couro cabeludo; 3 – 4 meses

Figura 2: Desenho esquemático da pele

O que mantém a pele hidratada:


• estrutura do estrato córneo (arranjo das células, presença de proteínas e lipídios intercelulares);
• teor de água na camada córnea associado às moléculas solúveis do fator de hidratação natural (FHN) e
às proteínas da epiderme;
• película hidrolipídica (mistura do suor e sebo).
˜ FHN ou NMF (Natural Moisturizing Factor): aminoácidos, ácido pirrolidona carboxílico (PCA), uréia, lactatos, ácido urocânico,
eletrólitos (Na+, K+, Ca2+, PO43-, Cl-).
Fatores de desidratação:
• vento, sol, temperatura, ar seco;
• solventes orgânicos, tensoativos demasiadamente desengordurantes, loções c/ alto teor alcoólico;
• certas doenças (dermatoses, psoríase e eczemas);
• senescência cutânea.

pH: no estado normal, a pele tem sempre reação ácida devidos aos ácidos acético, propiônico, caprílico,
láctico, cítrico, ascórbico que são produtos da evaporação do suor.
• é dependente da idade, sexo e indivíduo, tornando-se alcalino nas camadas mais profundas.
• comporta-se como barreira de proteção a microrganismos e fungos
  Couro cabeludo 4; rosto 4,7; axila 6,5; linhas interdigitais 7; tronco 4,7; linha mamárias 6; pernas e tornozelos 4,5: (Média 5,3)
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Flora cutânea normal:
• Propionibacterium acnes (bactéria anaeróbia): folículo piloso.
• Bactérias do gênero Corynebacterium e Staphylococcus.

Estados da pele relacionados à deficiências nutricionais


• vitamina A: desidratação (redução da espessura da epiderme)
• vitamina B2: dermatite escamosa ao redor do nariz, olhos e orelhas.
• ácido nicotínico: enrijecimento e descamação da pele
• vitamina C: escorbuto, deficiência na síntese do colágeno (também depende do silício orgânico, magnésio e cálcio).
• proteínas: descamação, rugas, diminuição no crescimento dos cabelos.
• ácidos graxos: descamação, desidratação.

Tipos de fluorescência versus tipos de pele


Fluorescência Tipos de pele
Leve, azul violeta, com ligeira tonalidade de alfazema. Normal
Violeta intenso Hidratada
Violeta pálido Desidratada
Esbranquiçada Espessa (fortemente queratinizada)
Escura Fina (pouco queratinizada)
Amarelo pálido Oleosa
Luz UV (315 nm) à distância de 15 a 30 cm da pele (luz de Wood)

Tipos de pele Exame e etiologia


Pele normal Aspecto opaco, flexível, firme, sólida (pele de bebê)
Pele oleosa Aspecto brilhante
Pele seca: a) alípica Aspecto s/ brilho, por insuficiência de material graxo
b) desidratada Diminuição de componentes que a mantém hidratada
Pele hiperhidratada Aspecto inchado congestivo e túrgico (rara)

Além desses tipos, ainda pode ser caracterizada como:


Fina (relevo suave, poros invisíveis a olho nu).
Espessa (textura grossa, poros dilatados).
Envelhecida (perda de elasticidade, desidratação).

PERMEABILIDADE CUTÂNEA

Vias de penetração:
a) ductos sudoríparos
b) canais pilo-sebáceos
c) estrato córneo (EC) ˜ via intercelular e via intracelular
Principal via de penetração: transepidérmica através do estrato córneo devido à área superficial, sendo a
via intercelular a mais significativa.

Figura 3: Representação esquemática das vias intracelular e intercelular


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A penetração de substâncias pelo estrato córneo (membrana semi-permeável) ocorre por difusão passiva,
conforme 1ª Lei de Fick:
A velocidade de difusão (V) é diretamente proporcional ao coeficiente de difusão do ativo no veículo, ao
coeficiente de partilha entre a membrana e o meio que contém a substância a difundir (Pc), à superfície da
membrana (S) e a diferença de concentração nos dois lados daquela e inversamente proporcional
espessura da membrana:
V = K x Pc x S x dC
dX
Fatores que afetam a penetração cutânea de ativos:
• concentração do ativo no veículo;
• dimensão molecular;
• lipossolubilidade e estado de dissociação (conforme pH do veículo e pH do local da aplicação);
• solubilidade do ativo na formulação;
• veículos miscíveis com o sebo;
• veículos que aumentam a hidratação da pele/estado de hidratação;
• viscosidade do veículo;
• integridade da pele;
• espessura da camada córnea;
• área aplicada;
• tempo e intensidade de fricção;
• tempo de contato;
• aplicação em mais de um local, mais de uma vez por dia.

Permeabilidade Cutânea (Síntese)


• é maior para substâncias lipossolúveis (vitamina D, esteróides).
• é impermeável aos eletrólitos
• proteínas, carboidratos: dificuldade de penetração (alto peso molecular e hidrossolubilidade).
• baixa viscosidade e menor tamanho da partícula melhoram a permeação
• espessura da camada córnea: maior dificuldade quanto mais espessa
• hidratação da camada córnea: facilita a permeabilidade
  Preparações cosméticas destinam-se à penetração do ativo apenas nas estruturas superficiais da pele.

Promotores de absorção
Características: inócuo, atóxico, não irritante, não alérgico, química e fisicamente compatível com o
princípio ativo e excipientes, aceitável cosmeticamente, inodoro, insípido, incolor, facilmente metabolizável,
de efeito reversível e com boas propriedades solventes.
• terpenos;
• pirrolidonas (N-metil-2-pirrolidona, 2-pirrolidona, ácido pirrolidono-carboxílico, sendo este último constituinte do FHN);
* azona ou laurocapramo (1-dodecilazacicloheptano-2-ona): apresenta efeito sinérgico com o propilenoglicol (PG).
• ácidos graxos e ésteres (ácido oléico, palmitoléico, linoléico);
• solventes apróticos (DMF, DMA, DMSO, DCMS): são solúveis tanto em H2O, etanol, como em éter e HCCl3.
DMF: dimetilformamida
DMSO: dimetilsulfóxido
DMA: dimetilacetamida
DCMS: decil-metilsulfóxido
• dissolventes alcoólicos (etanol, propilenoglicol);
• uréia (FNH), ácido salicílico (efeito queratolítico);
• enzimas (fosfolipases, papaína);
• tensoativos (aumentam o transporte de moléculas polares e apolares).
Outros promotores de absorção: lauramida de hexametileno, N,N-dietiltoluamida. A literatura também cita o emprego de
ciclodextrinas e seus derivados para otimizar a permeação cutânea (aumentam a solubilidade de ativos em preparações tópicas
– soluções aquosas e emulsões).

Exemplo de promotores de absorção e fármacos que melhoram a permeação através do estrato córneo:
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  terpenos, terpenóides e óleos essenciais – componentes dos óleos voláteis c/ grupos isoprenos repetidos (C5H8)
- L-mentol aumentou a permeação da testosterona (por aumento da sua solubilidade através de mistura eutética formada –
redução do PF de 153,7  39,9 ºC), das ceramidas e do oelato de colesteril;
- óleos essenciais de eucalipto, hortelã pimenta, terpentina aumentaram a absorção do 5-FU (5-fluorouracil) em pele de ratos na
ordem respectiva de 60, 48 e 28 vezes;
- timol, D-limoneno, nerolidol melhoram a permeação da hidrocortisona, carbamazepina e tamoxifeno.
Os promotores acima alteraram a propriedade de barreira do estrato córneo, desestabilizando (possivelmente) de forma
reversível as camadas lipídicas.
  pirrolidonas
- N-metil-2-pirrolidona (NMP) aumentou em cerca de 3 vezes a absorção de insulina e ibuprofeno em pele de cadáver;
- 2-pirrolidona melhorou a permeação da cafeína;
- azona (uma das maiores classes de promotores de permeação cutânea) aumentou significativamente o fluxo do MTX
(metotrexato) e piroxicam em conjunto com o propilenoglicol (PG);
- a capsaicina melhorou a permeação da indometacina em pele de ratos sem pelo;
- a azona foi mais efetiva do que os terpenos no aumento de fluxo cutâneo de heparina de baixo PM.
Esses promotores intercalam-se nas matrizes de ceramidas levando à desestabilização da camada córnea e conseqüentemente
à diminuição da resistência à difusão desta camada.
  ácidos graxos e ésteres (sobretudo ácidos graxos insaturados)
- ácido oléico + etanol:água (em partes iguais) aumentaram a absorção de zalcitabina, didanosina e zidovudna;
- testes com piroxicam evidenciaram que o ácido oléico foi mais eficiente do que o ácido linoleico;
- o ácido palmitoleico aumentou 64 vezes o fluxo da hidrocortisona;
- o pré-tratamento da pele abdominal de coelhos (1 hora) com 10% de ácido oléico + propilenoglicol, aumentou a absorção de
piroxicam a partir de um gel;
- a combinação de ácido láurico + cáprico e propranolol formou uma mistura eutética e aumentou o fluxo do mesmo.
Não foi identificado um único mecanismo de permeação para os ácidos graxos (são seletivos para cada fármaco estudado).
  sulfóxidos e similares
- o DMSO aumentou a permeação de β-bloqueadores, cloridrato de efedrina, de papaverina.
- a DMF promove a absorção através da via polar, por incremento do coeficiente de partição e difusão (verificados para cafeína
e cloridrato de efedrina);
- a DMA promoveu melhor absorção de indometacina em pele de ratos a partir de cremes e pomadas;
- o DMSO aumentou significativamente a permeação do cloridrato de prazocina em pele de ratos, enquanto que a DMF não
resultou em melhoria significativa.
Tais solventes alteram a conformação da queratina e outras proteínas, além de interagir com os lipídios do estrato córneo. Por
espectroscopia, verificou-se que o DMSO promove a extração dos lipídios e a desnaturação de proteínas.
  álcoois, glicóis e glicerídios
- o etanol é o mais empregado. Melhorou a absorção do cetoprofeno (a partir de um gel) e do salicilato de trietanolamina (em
emulsão O/A);
- o etanol combinado com água ou tricaprilina (TCP) melhorou a permeação da zalcitabina, didanosina e zidovudina. A
combinação etanol:água foi mais eficiente na absorção de alclofenaco e ibuprofeno do que os co-solventes etanol:TCP.
A extração de grandes quantidades de lipídios do estrato córneo, assim como o aumento do número de grupos sulfidrila livres
da queratina, explicam o seu mecanismo de promoção de absorção. Geralmente um pré-tratamento da pele com etanol,
aumenta a permeação de compostos hidrofílicos e diminui para hidrofóbicos.
- o propilenoglicol aumentou o fluxo da heparina, cloridrato de verapamil e cetoprofeno. Este último dependeu da concentração
do PG (muito alta, reduziu a sua absorção).
- A combinação de PG + terpenos + água aumentou o fluxo do 5-FU; PG + azona, aumentou a permeação do MTX, piroxicam,
ciclosporina A e 5-FU; PG + 5% de ácido oléico aumentou a absorção do estradiol em 10 vezes;
- 33% de PG + etanol melhoraram a absorção da naloxona em pele de ratos sem pelo.
O PG solubiliza a queratina do estrato córneo, ocupando os locais de ligação de hidrogênio. Em combinação c/ a azona,
grandes quantidades de glicol penetram no tecido promovendo a difusão intracelular do fármaco.
  fosfolipídios
- derivados do fosfatidilglicerol e fosfatidilcolina aumentaram a permeação de tenoxicam e eritromicina, respectivamente, e
ambos aumentaram a absorção da indometacina.
Sugere-se que os ácidos graxos instaurados presente no grupo hidrofóbico dos fosfolipídios são fortes promotores de
permeação.
  enzimas
- a hidrolase triacilglicerol (TGH) aumentou a permeação do manitol, enquanto que a fosfatase A2 aumentou o fluxo tanto do
manitol como do ácido benzóico;
- o pré-tratamento da pele com papaína aumentou a permeação de proteínas de vários pesos moleculares. A papaína produziu
alterações reversíveis na estrutura protéica do estrato córneo.

A Figura 4 demonstra a alteração da via intercelular quando os promotores de absorção são adicionados.
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Figura 4

Os estudos de permeação cutânea são realizados in vitro e muitas vezes têm demonstrado correlações
com testes in vivo. Para tal são utilizadas células de difusão por fluxo contínuo ou estático (FRANZ), onde
se verifica ao longo do tempo, o quanto de substância teste (µg/cm2) atravessou a membrana. Todas as
condições são previamente definidas (solução receptora, pH, temperatura, tamponamento, etc.).
As membranas utilizadas nesses ensaios podem ser:
- naturais (pele humana – de cadáver, de cirurgias plásticas ou de animais como o suíno e ratos).
- artificiais (acetato ou nitrato de celulose, polissulfona, silicone).

Figura 5: Célula de FRANZ

Métodos físicos para aumentar a penetração:


• iontoforese: envolve a liberação de compostos químicos com cargas através da membrana da pele,
usando campo elétrico (o ativo deve estar na forma iônica).
• sonoforese: emprego de ultra-som de alta freqüência.

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