Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
COSMETOLOGIA - INTRODUÇÃO
DEFINIÇÕES
COSMÉTICO: deriva do grego “Kosmetikós”, de Kosmeo, que significa adornar, enfeitar.
COSMÉTICA: também deriva da palavra grega “Kosmétiké”; arte de preparar cosméticos.
COSMÉTICO: são formulações de aplicação local, fundamentadas em conceitos científicos, destinados ao
cuidado e embelezamento da pele humana e seus anexos, sem prejudicar as funções vitais, causar
irritações, sensibilizar ou provocar fenômenos secundários indesejáveis, atribuídos à sua absorção.
COSMETOLOGIA: ciência que serve de suporte à fabricação dos produtos de beleza, permitindo, ainda,
verificar as suas propriedades.
Funções básicas dos cosméticos:
Limpeza: deve ser feita respeitando-se o equilíbrio fisiológico, sem causar desengorduramento excessivo,
sem alcalinizar e sem desnaturar as proteínas cutâneas.
Correção: restabelecer o equilíbrio alterado, devolvendo a beleza natural.
Proteção: evitar a limpeza irracional ou impedir que os agentes atmosféricos (vento, sol, frio) alterem a
epiderme.
Exemplo: protetores solares, cremes hidratantes.
HISTÓRICO
Pré-história: pintura do próprio corpo, emprego de resinas e ungüentos de perfumes (rituais tribais).
Egito:
- uso de minérios de cobre como sombra (verde de malaquita), extratos vegetais (henna).
- Cleópatra: banhos com leite de cabra
- sarcófago de Tutankamon (1400 a.C.): cremes, incenso, potes c/ azeite.
Grécia:
- Hipócrates (400 a.C.): tratados sobre higiene, banhos de água e sol.
- Vênus: protótipo da beleza feminina grega
Roma:
- Claudius Galen (180 d.C.): pesquisa e manipulação de produtos cosméticos, desenvolvimento do “cold
cream” ou cerato de Galeno.
Renascimento (meados do século XV) – retratação da beleza, através da:
- pintura da Mona Lisa por Leonardo da Vinci
- pintura da Capela Cistina por Miguelangelo
Idade Moderna: (séc. XVII e XVIII)
- uso de perucas cacheadas, comércio de produtos de beleza.
- produção de perfumes durante o reinado de Luis XIV
- Giovanni Maria Farina (1725) preparou a clássica “água de colônia” – Colônia (Alemanha).
Idade Contemporânea: (séc. XIX)
- as mulheres começam a expor o corpo em balneários
- surgem os leites e cremes de beleza caseiros
- EUA, França, Inglaterra, Alemanha e Japão, iniciam a produção de matérias-primas e o desenvolvimento
de produtos cosméticos.
Final do séc. XIX: consolidação desse mercado
Século XX:
- crescimento do mercado (sociedade mais liberal após a 2ª guerra) : aumento da produção industrial
- surgem marcas famosas:
2
Helena Rubinstein (1902), Revlon, Max Factor, Avon.
Natura e O Boticário no Brasil (1977)
- expansão do mercado (meios de comunicação como a TV)
- avanços tecnológicos, regulamentação, entidades representativas (Associação Brasileira de
Cosmetologia, de produtos de higiene perfumes e cosméticos, sindicato das indústrias de produtos de
toucador).
Cosmecêuticos - termo relativamente novo (cerca de 20 anos), destinado a descrever preparações que
visam melhorar a aparência cosmética do corpo: produtos cosméticos de interesse médico.
Exemplos: minoxidil a 2%, ácido retinóico e α-hidroxiácidos (com finalidade antienvelhecimento).
Cosmiatria: aborda assuntos relativos aos cuidados estéticos da pele sã ou enferma (acne, vitiligo, celulite,
psoríase).
Medicamento tópico: produto destinado a curar enfermidades da pele (corticóide, antibiótico).
Esteticista: profissional responsável pelo embelezamento, tratamento e preservação da saúde da pele
(limpeza de pele, “peeling”, massagens faciais, maquiagem, bronzeamento artificial, etc).
LEGISLAÇÃO
RDC ANVISA 79/2000
• Classifica os produtos cosméticos, de higiene e limpeza e perfumes quanto ao Grau de Risco.
Grau I: produtos com o risco mínimo de produzir efeitos adversos
Grau II: produtos com risco potencial de produzir efeitos adversos
Exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, informações quanto aos cuidados, modo de ação e
restrições de uso.
Além de relacionar:
• os corantes permitidos, de acordo com o número do Colour Index e campo de aplicação;
• as substâncias de uso restrito, campo de aplicação e concentração máxima autorizada;
• as substâncias proibidas;
• descrever as normas de rotulagem;
• esclarecer a respeito do registro de produtos.
No Brasil: adoção da Nomenclatura da INCI, CI e denominação botânica do Sistema Linné (Portaria ANVISA 296/98).
Os ácidos graxos são obtidos através da hidrólise alcalina de gorduras, entre outros.
Pele:
• maior órgão do corpo humano, superfície média de 2 m2;
- cerca de 10 a 15% do peso corpóreo total
• estão presentes nervos sensitivos para dor, tato, calor, frio;
• manifesta sensações emocionais: medo (palidez, ereção dos pêlos); ansiedade (sudorese); angústia (rubor).
• órgão de proteção (epiderme, anexos - pêlos, unhas, cabelo) e secreção (glândulas sebáceas e
sudoríparas).
Epiderme: formada por várias camadas (estratos) de células epiteliais e outras células
Estrato basal ou germinativo: localizado na lâmina basal (junção dos tecidos epitelial e conjuntivo); é responsável
pela regeneração das células epidérmicas (produção de queratinócitos)
Estrato espinhoso ou Malpighiano: células justapostas, em formas poliédricas, fortemente aderidas.
Estrato granuloso: células mais achatadas, sem capacidade de divisão.
Estrato lúcido: presente nas áreas mais espessas da pele.
Estrato córneo: células em contínuo processo de descamação; área abiótica (células anucleadas e sem
organelas).
Outras células
A derme é formada por tecido conjuntivo (células e fibras separadas por abundante material intercelular)
Células: fibroblastos (a maior parte) e células de defesa
Fibroblastos: síntese de fibras, glicosaminoglicanas.
Fibras protéicas: colágeno (a mais abundante) e elastina
Na derme, essas fibras tem vida de 2 e 6 meses, respectivamente. A exposição à luz solar estimula a síntese das enzimas
colagenase e elastase e, portanto, contribui para o envelhecimento precoce da pele.
Material intercelular: substância fundamental amorfa (SFA)
SFA: glicosaminoglicanas (polissacarídeos que contém hexosamina), H2O, eletrólitos.
Hexosamina: açúcar nitrogenado com 6 átomos de carbono, onde 1 grupo amina substitui 1 grupo hidroxila.
Exemplos de glicosaminoglicanas: ácido hialurônico e sulfato de condroitina
Ainda estão presentes na derme: folículos pilosos, glândulas (sebáceas e sudoríparas), vasos sangüíneos
e linfáticos, terminações nervosas.
Hipoderme: constituída de adipócitos separadas por material seroso (ácidos polissacarídeos), além de ser
vascularizada.
Funções: proteção contra pressões, frio, reserva de gordura.
Glândulas sudoríparas (secretam suor: controle da temperatura, excreção e hidratação da camada córnea)
Écrinas:
• são semelhantes a um novelo de lã com ducto que desemboca diretamente na superfície da pele.
• estão distribuídos por toda a superfície do corpo e são mais numerosas que as apócrinas
• suor composto de água 99%, eletrólitos e alguns compostos orgânicos.
6
Apócrinas:
• estão anexadas ao aparelho pilo-sebáceo
• são maiores, e estão mais concentradas nas regiões pubiana e axilar.
• suor rico em substâncias orgânicas
Glândulas sebáceas
• são glândulas anexadas ao folículo piloso, no qual desembocam e vertem sua secreção (sebo) que
contém triglicerídios, ésteres graxos, esqualeno, ácidos graxos livres e ésteres de esteróis.
• estão distribuídas por todo o corpo, exceto nas regiões palmo-plantares.
• maior concentração: couro cabeludo, face (nariz), regiões genitais e paragenitais.
Folículos pilosos
• são invaginações tubulares da epiderme, onde são produzidos os pêlos, através da queratinização das
células formadas dentro da matriz, na base do folículo. Esta região é muito irrigada por vasos sangüíneos
que asseguram a regeneração e crescimento do pêlo, mediante a proliferação de células diferenciadas.
• crescimento (cabelo): cerca de 1 cm/mês
• Fases:
anagênica (ativa): 80 a 95% dos fios do couro cabeludo; duração de 3 – 7 anos
catagência (transição): 1 a 2% do total dos fios de cabelo – 3 a 4 semanas
telogênica (fase final do ciclo de vida): 10 a 14% dos cabelos do couro cabeludo; 3 – 4 meses
pH: no estado normal, a pele tem sempre reação ácida devidos aos ácidos acético, propiônico, caprílico,
láctico, cítrico, ascórbico que são produtos da evaporação do suor.
• é dependente da idade, sexo e indivíduo, tornando-se alcalino nas camadas mais profundas.
• comporta-se como barreira de proteção a microrganismos e fungos
Couro cabeludo 4; rosto 4,7; axila 6,5; linhas interdigitais 7; tronco 4,7; linha mamárias 6; pernas e tornozelos 4,5: (Média 5,3)
7
Flora cutânea normal:
• Propionibacterium acnes (bactéria anaeróbia): folículo piloso.
• Bactérias do gênero Corynebacterium e Staphylococcus.
PERMEABILIDADE CUTÂNEA
Vias de penetração:
a) ductos sudoríparos
b) canais pilo-sebáceos
c) estrato córneo (EC) via intercelular e via intracelular
Principal via de penetração: transepidérmica através do estrato córneo devido à área superficial, sendo a
via intercelular a mais significativa.
Promotores de absorção
Características: inócuo, atóxico, não irritante, não alérgico, química e fisicamente compatível com o
princípio ativo e excipientes, aceitável cosmeticamente, inodoro, insípido, incolor, facilmente metabolizável,
de efeito reversível e com boas propriedades solventes.
• terpenos;
• pirrolidonas (N-metil-2-pirrolidona, 2-pirrolidona, ácido pirrolidono-carboxílico, sendo este último constituinte do FHN);
* azona ou laurocapramo (1-dodecilazacicloheptano-2-ona): apresenta efeito sinérgico com o propilenoglicol (PG).
• ácidos graxos e ésteres (ácido oléico, palmitoléico, linoléico);
• solventes apróticos (DMF, DMA, DMSO, DCMS): são solúveis tanto em H2O, etanol, como em éter e HCCl3.
DMF: dimetilformamida
DMSO: dimetilsulfóxido
DMA: dimetilacetamida
DCMS: decil-metilsulfóxido
• dissolventes alcoólicos (etanol, propilenoglicol);
• uréia (FNH), ácido salicílico (efeito queratolítico);
• enzimas (fosfolipases, papaína);
• tensoativos (aumentam o transporte de moléculas polares e apolares).
Outros promotores de absorção: lauramida de hexametileno, N,N-dietiltoluamida. A literatura também cita o emprego de
ciclodextrinas e seus derivados para otimizar a permeação cutânea (aumentam a solubilidade de ativos em preparações tópicas
– soluções aquosas e emulsões).
Exemplo de promotores de absorção e fármacos que melhoram a permeação através do estrato córneo:
9
terpenos, terpenóides e óleos essenciais – componentes dos óleos voláteis c/ grupos isoprenos repetidos (C5H8)
- L-mentol aumentou a permeação da testosterona (por aumento da sua solubilidade através de mistura eutética formada –
redução do PF de 153,7 39,9 ºC), das ceramidas e do oelato de colesteril;
- óleos essenciais de eucalipto, hortelã pimenta, terpentina aumentaram a absorção do 5-FU (5-fluorouracil) em pele de ratos na
ordem respectiva de 60, 48 e 28 vezes;
- timol, D-limoneno, nerolidol melhoram a permeação da hidrocortisona, carbamazepina e tamoxifeno.
Os promotores acima alteraram a propriedade de barreira do estrato córneo, desestabilizando (possivelmente) de forma
reversível as camadas lipídicas.
pirrolidonas
- N-metil-2-pirrolidona (NMP) aumentou em cerca de 3 vezes a absorção de insulina e ibuprofeno em pele de cadáver;
- 2-pirrolidona melhorou a permeação da cafeína;
- azona (uma das maiores classes de promotores de permeação cutânea) aumentou significativamente o fluxo do MTX
(metotrexato) e piroxicam em conjunto com o propilenoglicol (PG);
- a capsaicina melhorou a permeação da indometacina em pele de ratos sem pelo;
- a azona foi mais efetiva do que os terpenos no aumento de fluxo cutâneo de heparina de baixo PM.
Esses promotores intercalam-se nas matrizes de ceramidas levando à desestabilização da camada córnea e conseqüentemente
à diminuição da resistência à difusão desta camada.
ácidos graxos e ésteres (sobretudo ácidos graxos insaturados)
- ácido oléico + etanol:água (em partes iguais) aumentaram a absorção de zalcitabina, didanosina e zidovudna;
- testes com piroxicam evidenciaram que o ácido oléico foi mais eficiente do que o ácido linoleico;
- o ácido palmitoleico aumentou 64 vezes o fluxo da hidrocortisona;
- o pré-tratamento da pele abdominal de coelhos (1 hora) com 10% de ácido oléico + propilenoglicol, aumentou a absorção de
piroxicam a partir de um gel;
- a combinação de ácido láurico + cáprico e propranolol formou uma mistura eutética e aumentou o fluxo do mesmo.
Não foi identificado um único mecanismo de permeação para os ácidos graxos (são seletivos para cada fármaco estudado).
sulfóxidos e similares
- o DMSO aumentou a permeação de β-bloqueadores, cloridrato de efedrina, de papaverina.
- a DMF promove a absorção através da via polar, por incremento do coeficiente de partição e difusão (verificados para cafeína
e cloridrato de efedrina);
- a DMA promoveu melhor absorção de indometacina em pele de ratos a partir de cremes e pomadas;
- o DMSO aumentou significativamente a permeação do cloridrato de prazocina em pele de ratos, enquanto que a DMF não
resultou em melhoria significativa.
Tais solventes alteram a conformação da queratina e outras proteínas, além de interagir com os lipídios do estrato córneo. Por
espectroscopia, verificou-se que o DMSO promove a extração dos lipídios e a desnaturação de proteínas.
álcoois, glicóis e glicerídios
- o etanol é o mais empregado. Melhorou a absorção do cetoprofeno (a partir de um gel) e do salicilato de trietanolamina (em
emulsão O/A);
- o etanol combinado com água ou tricaprilina (TCP) melhorou a permeação da zalcitabina, didanosina e zidovudina. A
combinação etanol:água foi mais eficiente na absorção de alclofenaco e ibuprofeno do que os co-solventes etanol:TCP.
A extração de grandes quantidades de lipídios do estrato córneo, assim como o aumento do número de grupos sulfidrila livres
da queratina, explicam o seu mecanismo de promoção de absorção. Geralmente um pré-tratamento da pele com etanol,
aumenta a permeação de compostos hidrofílicos e diminui para hidrofóbicos.
- o propilenoglicol aumentou o fluxo da heparina, cloridrato de verapamil e cetoprofeno. Este último dependeu da concentração
do PG (muito alta, reduziu a sua absorção).
- A combinação de PG + terpenos + água aumentou o fluxo do 5-FU; PG + azona, aumentou a permeação do MTX, piroxicam,
ciclosporina A e 5-FU; PG + 5% de ácido oléico aumentou a absorção do estradiol em 10 vezes;
- 33% de PG + etanol melhoraram a absorção da naloxona em pele de ratos sem pelo.
O PG solubiliza a queratina do estrato córneo, ocupando os locais de ligação de hidrogênio. Em combinação c/ a azona,
grandes quantidades de glicol penetram no tecido promovendo a difusão intracelular do fármaco.
fosfolipídios
- derivados do fosfatidilglicerol e fosfatidilcolina aumentaram a permeação de tenoxicam e eritromicina, respectivamente, e
ambos aumentaram a absorção da indometacina.
Sugere-se que os ácidos graxos instaurados presente no grupo hidrofóbico dos fosfolipídios são fortes promotores de
permeação.
enzimas
- a hidrolase triacilglicerol (TGH) aumentou a permeação do manitol, enquanto que a fosfatase A2 aumentou o fluxo tanto do
manitol como do ácido benzóico;
- o pré-tratamento da pele com papaína aumentou a permeação de proteínas de vários pesos moleculares. A papaína produziu
alterações reversíveis na estrutura protéica do estrato córneo.
A Figura 4 demonstra a alteração da via intercelular quando os promotores de absorção são adicionados.
10
Figura 4
Os estudos de permeação cutânea são realizados in vitro e muitas vezes têm demonstrado correlações
com testes in vivo. Para tal são utilizadas células de difusão por fluxo contínuo ou estático (FRANZ), onde
se verifica ao longo do tempo, o quanto de substância teste (µg/cm2) atravessou a membrana. Todas as
condições são previamente definidas (solução receptora, pH, temperatura, tamponamento, etc.).
As membranas utilizadas nesses ensaios podem ser:
- naturais (pele humana – de cadáver, de cirurgias plásticas ou de animais como o suíno e ratos).
- artificiais (acetato ou nitrato de celulose, polissulfona, silicone).