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Presidente
Fernando Rei
Diretoria de Tecnologia, Qualidade e Avaliação Ambiental – T
Ana Cristina Pasini da Costa
Departamento de Desenvolvimento Tecnológico e Sustentabilidade - TD
Carlos Ibsen Vianna Lacava
Divisão de Sustentabilidade e Questões Globais - TDS
Flávio de Miranda Ribeiro
Setor de Clima e Energia – TDSC
Josilene Ticianelli Vannuzini Ferrer
FICHA TÉCNICA
Coordenação Técnica
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA
Magda Aparecida de Lima
Elaboração:
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA
Magda Aparecida de Lima - Embrapa Meio Ambiente
Omar Vieira Villela - APTA - Pólo Regional do Vale do Paraíba
Marcos Antonio Vieira Ligo - Embrapa Meio Ambiente
Elton César de Carvalho - bolsista CNPq /Pibic
Maria Conceição Peres Young Pessoa - Embrapa Meio Ambiente
Coordenação Técnica
João Wagner Silva Alves
Coordenação Executiva
ene Ticianelli Vanuzini Ferrer
Josilene
Coordenação Institucional
Departamento de Cooperação Internacional
Fátima Aparecida Carrara, Luciana Morini – apoio
Editoração
Eduardo Shimabokuro
Wilson Issao Shiguemoto
Colaboradores
Bruna Patrícia de Oliveira
Calvin Stefan Iost
Carlos Alberto Sequeira Paiva
Daniel Soler Huet
Denise Soletto
Eduardo Shimabokuro
Francisco do Espírito Santo Filho
Gisele dos Anjos Passareli
Josilene Ticianelli Vannuzini Ferrer
Matheus Fernando o Kelson Batinga de Mendonça
Neuza Maria Maciel
Wilson Issao Shiguemoto
Agradecimentos
Realização:
Apoio
Embaixada Britânica
1 9
Gg = 10 g
CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA – Outubro/2010
9
1 Introdução
2 O arroz é uma planta anual, monocotiledônea, pertencente à família Gramineae
3 (PEREIRA & MACHADO, 1987), adaptada ao ambiente aquático, devido à presença de
4 um tecido (aerênquima) no colmo da planta, que permite a circulação do ar no interior
5 da planta e, consequentemente, trocas gasosas entre a atmosfera e a rizosfera.
6
7 O arroz pode ser cultivado sob diferentes sistemas de produção: a) arroz irrigado:
8 plantado em várzeas sistematizadas, apresentando possibilidade de irrigação
9 controlada através de lâmina d’água; b) arroz de sequeiro: plantado em terras mais
10 altas, dependendo exclusivamente de precipitações pluviais para seu desenvolvimento;
11 c) cultivado em condições de várzeas úmidas e em áreas favorecidas pela irrigação por
12 aspersão (PEREIRA & MACHADO, 1987).
13
14 Com base em dados disponibilizados na WEB do Instituto de Economia Agrícola (IEA)
15 (http://www.iea.sp.gov.br/out/banco/menu.php), o Estado de São Paulo, apresentava
16 em 1990 um total de 219.046 hectares de área de produção de arroz (Figura 1),
17 correspondendo ao cultivo de sequeiro e várzea. Dados de arroz irrigado são
18 apresentados somente a partir de 1992, apontando para uma área de 23.737 hectares,
19 além de 165.848 hectares de arroz de sequeiro e várzea. Juntos, o total de área de
20 produção de arroz neste ano foi de 189.585 hectares.
21
22 Figura 1 - Evolução da área colhida de arroz de sequeiro e várzea e de arroz irrigado no Estado de São
23 Paulo de 1983 a 2009, conforme dados do IEA (2010)
3 50 0 00
3 00 0 00
21 904 6
2 50 0 00
16 584 8
2 00 0 00
ha
1 50 0 00
1 00 0 00
50 0 00
0
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
Ano
3
4
5 Atualmente, novas variedades de arroz de sequeiro, mais produtivas e viáveis
6 economicamente, vêm sendo desenvolvidas no Estado de modo a que sua produção
7 tem mostrado sinais de recuperação. Além disso, a legislação ambiental prevê a
8 preservação de áreas de várzeas, o que limita a sua utilização para o cultivo de arroz.
9
10 A grande parte das áreas cultivadas de arroz inundado é mecanizada e emprega
11 fertilizantes químicos, principalmente na forma de uréia e sulfato de amônio. A adição
12 de rejeitos animais é pouco freqüente.
13
14 O arroz de várzea e irrigado por inundação no Estado de São Paulo é cultivado,
15 principalmente, em áreas de organossolos e gleissolos, como também de
16 espadossolos e cambissolos (Tabela 1).
17
18 Considerando ainda os dados disponibilizados pelo banco de dados do IEA, a partir de
19 1983, pode se observar um aumento de 22% da produtividade do arroz de sequeiro (de
20 1,85t.ha-1 em 1983 para 2,27t.ha-1 em 2009) e 42% da do arroz irrigado (de 3,37t.ha-1
21 em 1992 para 4,78t.ha-1 em 2009).
22
23
4
5 Fonte: IEA, 2010
6
7 No site do IEA, as informações sobre área de arroz de sequeiro e de várzea, em
8 hectares, encontram-se somadas, não sendo discriminadas as áreas específicas para
9 cada um destes sistemas. As áreas de arroz irrigado referem-se a cultivos com sistema
10 de irrigação por pivô central, por aspersão, gotejamento, auto-propelido, e por
11 inundação, não estando os dados de áreas discriminados por sistema de manejo de
12 irrigação. A não diferenciação de sistemas de manejo de irrigação dificulta a
13 determinação da área de cultivo sob o regime de inundação e de várzea
14 especificamente, e, por conseguinte, as estimativas de emissão de gases.
15
4 Coleta de dados
5 As estimativas realizadas para o presente inventário consideraram os resultados
6 disponibilizados pelo IEA, ao nível de município.
7
8 A base de dados do IEA oferece informações sobre área (em hectares) e produção (em
9 sacas de 60 kg) em 4 níveis: 1- por Estado; 2- por Região Administrativa, 3- por
10 Escritório Regional e 4 – por Município.
11
12 Para as estimativas de emissão de metano por cultivo de arroz inundado, foram usados
13 dados de área ao nível municipal, tendo como subsídio uma consulta intensiva junto a
14 escritórios regionais da CATI, bem como a especialistas no setor.
12 Descrição do método
13 O método para estimar as emissões de metano inclui estimativas baseadas em
14 ecossistemas de arroz relacionados a regimes de água (IPCC,1996). São eles:
15 1. Sequeiro (ou Terra Firme): os campos nunca são inundados;
16 2. Terras Baixas: os campos são inundados por um período significante de tempo;
17 2.1. Irrigado: o regime de água é totalmente controlado;
18 2.1.1. Continuamente inundado: os campos apresentam uma lâmina de água ao
19 longo da estação de crescimento de arroz e podem estar secos somente
20 para a colheita;
21 2.1.2. Intermitentemente inundado: os campos apresentam, pelo menos, um
22 período de aeração de mais de 3 dias durante a estação de cultivo;
23 2.1.2.1. Aeração única: os campos de arroz são submetidos a apenas uma
24 aeração durante a estação de cultivo em qualquer estágio de crescimento;
25 2.1.2.2. Múltiplas aerações: os campos são submetidos a mais de um período de
26 aeração durante a estação de cultivo;
27 2.2. Alimentado por chuva: o regime de água depende exclusivamente da
28 precipitação pluviométrica;
29 2.2.1. Várzea úmida: o nível de água pode subir até 50 cm durante a estação de
30 crescimento;
31 2.2.2. Várzea seca: períodos de ausência de chuva (seca) ocorrem durante cada
32 estação de cultivo;
33 2.3. Arroz de água profunda: a água de inundação sobe a mais de 50cm por um
34 período significante de tempo durante a estação de crescimento;
35 2.3.1. Campos inundados com profundidade de água de 50-100cm.
36 2.3.2. Campos inundados com profundidades de água maiores que 100cm. No
37 Brasil normalmente não são observados regimes de água como este último
38 tipo, exceto em algumas áreas da Região Amazônica, por ocasião das
39 cheias.
40
41 As informações requeridas para o cálculo das emissões são:
42 Área de cultivo de arroz por regime de manejo de água [m2]: a área é multiplicada pelo
43 número de cultivos por ano;
CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
VERSÃO PARA CONSULTA PÚBLICA – Outubro/2010
15
1
2 Fatores de emissão de metano (EF) integrados ao fator de sazonalidade, para
3 diferentes ecossistemas de arroz (em função de regimes de água) sem aplicação de
4 fertilizantes orgânicos; valores de EF são calculados com base em medições de fluxos
5 de metano integrados à estação de crescimento do arroz. Para a cultura de arroz
6 inundado sem adições orgânicas esses fatores foram estimados para diferentes locais
7 do mundo e são apresentados na Tabela 2.
8
9 Fatores de aplicação de fertilizantes orgânicos.
10 Esse método baseia-se na emissão de metano integrado à sazonalidade das culturas,
11 cuja dependência da temperatura é considerada ser fraca pelo IPCC (IPCC,1996). A
12 produção e emissão diária de metano apresentam forte correlação à variação da
13 temperatura do solo. As emissões dependem primariamente do suplemento de
14 compostos orgânicos. Embora a temperatura determine o tempo gasto na conversão
15 do substrato para o metano, esse tempo é geralmente curto comparado a uma estação.
16
17 Foi utilizado o fator de emissão de 20g.m-2 para os cálculos de emissão de metano pelo
18 cultivo de arroz inundado no estado de SP. Esse fator de emissão de metano integrado
19 sazonalmente é multiplicado a um fator de escala de emissão (Tabela 3) antes de ser
20 aplicado à Equação 1.
21
22 As emissões anuais geradas sob cada condição de regime de água são somadas para
23 a obtenção da emissão total anual de metano no país.
24
25 Tabela 2 - Fator de emissão integrado definido para vários países do mundo
Fator de emissão integrado
País Literatura
sazonalmente, EF [g/m2]
Austrália 22,5 NGGIC, 1996
China 13 (10-22) Wassman et al. 1993 a
Índia 10 (5-15) Mitra, 1996; Parashar et al., 1996.
Indonésia 18 (5-44) Nugroho et al., 1994 a,b
Itália 36 (17-54) Schutz et al., 1989a
Japão 15 Minami, 1995
República da Koréia 15 SHIN et al., 1995
Filipinas (25-30) Neue et al., 1994; Wassman et al., 1994.
Tailândia 16 (4-40) Towpryaoon et al., 1993
USA (Texas) 25 (15-35) Sass & Fisher, 1995
Média aritmética 20 (12-28)
26 Fonte: IPCC (1996)
27
28 As emissões anuais geradas sob cada condição de regime de água foram somadas para
29 a obtenção da emissão total anual de metano no estado no período de 1992 a 2008,
30 tendo em vista que em 1990 e 1991 a área de arroz irrigado não era disponível.
31
32
2,5
2,3
2,0
1,8
1,5
1,3
1,0
0,8
0,5
0,3
0,0
1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008
An o
7
8
9
Registro 1990
Registro 1991
Registro 1992 125,00 342 2,74 Irrigado por Inundação 1250000 1 0,000025 0,025 25
Registro 1993 125,00 342 2,74 Irrigado por Inundação 1250000 1 0,000025 0,025 25
Registro 1994 140,00 373,5 2,67 Irrigado por Inundação 1400000 1 0,000028 0,028 28
Registro 1995 125,00 325,2 2,60 Irrigado por Inundação 1250000 1 0,000025 0,025 25
Registro 1996 150,00 361,2 2,41 Irrigado por Inundação 1500000 1 0,000030 0,03 30
Registro 1997 152,00 330,6 2,18 Irrigado por Inundação 1520000 1 0,000030 0,0304 30,4
Registro 1998 670,00 2328 3,47 Irrigado por Inundação 6700000 1 0,000134 0,134 134
Registro 1999 670,00 3197,4 4,77 Irrigado por Inundação 6700000 1 0,000134 0,134 134
ELDORADO Registro 2008 80118 849,6 7,2 Várzea úmida 1180000 0,4 0,000009 0,009
GUATAPARA Ribeirão Preto 2000 200 464,88 2,32 Várzea úmida 2000000 0,4 0,000016 0,016
GUATAPARA Ribeirão Preto 2001 200 840 4,2 Várzea úmida 2000000 0,4 0,000016 0,016
GUATAPARA Ribeirão Preto 2002 200 600 3 Várzea úmida 2000000 0,4 0,000016 0,016
GUATAPARA Ribeirão Preto 2003 100 300 3 Várzea úmida 1000000 0,4 0,000008 0,008
GUATAPARA Ribeirão Preto 2004 100 300 3 Várzea úmida 1000000 0,4 0,000008 0,008
GUATAPARA Ribeirão Preto 2005 100 300 3 Várzea úmida 1000000 0,4 0,000008 0,008
GUATAPARA Ribeirão Preto 2008 48 144 3 Várzea úmida 480000 0,4 0,000004 0,004
GUATAPARA Ribeirão Preto 2009 185,8 780,36 4,2 Várzea úmida 1858000 0,4 0,000015 0,015
IGUAPE Registro 2009 247 1482 6 Várzea úmida 2470000 0,4 0,000020 0,020
JACAREI São José dos Campos 2000 10 36 3,6 Várzea úmida 100000 0,4 0,000001 0,001
JACAREI São José dos Campos 2001 120 360 3 Várzea úmida 1200000 0,4 0,000010 0,010
JACAREI São José dos Campos 2002 60 180 3 Várzea úmida 600000 0,4 0,000005 0,005
LORENA São José dos Campos 2002 15 45 3 Várzea úmida 150000 0,4 0,000001 0,001
LORENA São José dos Campos 2003 50 180 3,6 Várzea úmida 500000 0,4 0,000004 0,004
REGISTRO Registro 2000 630 3138 4,98 Várzea úmida 6300000 0,4 0,000050 0,050
REGISTRO Registro 2001 15 36 2,4 Várzea úmida 150000 0,4 0,000001 0,001
REGISTRO Registro 2002 15 45 3 Várzea úmida 150000 0,4 0,000001 0,001
REGISTRO Registro 2003 12 32,4 2,7 Várzea úmida 120000 0,4 0,000001 0,001
6
7 Fonte: Dados do IEA foram adaptados para as estimativas.
8
9 Figura 7 - Distribuição municipal das emissões de metano no Estado de São Paulo no ano 2008
10
11 Fonte: Dados do IEA foram adaptados para as estimativas.
12