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HAGADÁ CABALÍSTICA DE PESSACH

Autoria do Cabalista Rav Berg


Editada por seu filho Rabi Yehuda Berg
(tradução de alguns trechos)

O PROPÓSITO DE PESSACH
Imediatamente após a nossa chegada a este mundo físico, o Satan rapidamente obteve mão forte no jogo da vida.
Em outras palavras, ele nos ajudou a nos tornarmos uma espécie totalmente governada pelo ego e pelos instintos
reativos.

Foi esse comportamento reativo, induzido pelo Satan, que se tornou a fonte e o manacial de todo o caos que afeta
o nosso mundo. Caos refere-se tanto a distúrbio global quanto pessoal. De pobreza, doenças e terremotos, até
estresse pessoal, medo e péssimos relacionamentos, o Satan foi e é a causa invisível e desconhecida por trás de
tudo.

O Satan guarda um segredo que não quer que saibamos: ele não possui absolutamente poder ou Luz próprios.
Ele obtém toda sua Luz do nosso comportamento reativo.

A verdade é que a humanidade não tinha qualquer chance nas primeiras fases do jogo. Era o equivalente a enviar-
se um boxeador amador peso leve para o ringue contra um campeão mundial peso pesado.

A humanidade estava nas cordas. Ego, avareza, auto-indulgência, inveja e ódio preocupavam as mentes dos
homens. O Satan brincava com uma pessoa durante 50 anos, construindo seu ego, recompensando-a com
ilusões. Tudo isso estimulava o comportamento reativo, a força vital do Satan.

Como qualquer bom predador, ele engordava suas presas, dando-lhes riqueza, orgulho, a ilusão de controle, e
quando elas menos esperavam, ele lhes puxava o tapete. Aquela técnica produzia as reações mais negativas
possíveis em uma pessoa. Essas reações por sua vez davam ao Satan a força de que ele necessitava para o
golpe de morte final.

Durante o tempo no Egito, o jogo atingiu um ponto crítico. O Satan estava no completo controle. Ele tinha o
domínio sobre nós e não havia meio de vencermos. Este é o significado espiritual e o código oculto na história da
escravidão dos judeus no Egito.

Egito é uma palavra em código para o nosso ego e comportamento reativo. Escravidão refere-se ao completo
domínio do Satan sobre a humanidade. Estávamos indo para o buraco. E foi aí que algo marcante ocorreu. A Luz
interveio a nosso favor . Esse constitui o poder de Pessach.

De repente, 10 choques massivos de energia espiritual (conhecidos pelo nome em código “10 Pragas”) foram
lançados ao nosso mundo. A onda de choque fez o Satan cambalear. Seu domínio de morte foi quebrado. De
repente, nos encontramos em pé de igualdade com nosso oponente. No instante em que seu domínio foi rompido,
o caos foi vencido. Isto é representado pelo êxodo dos judeus do Egito e pelo estado de imortalidade que foi
alcançado no Monte Sinai.

Os Cabalistas nos ensinam que este não foi o fim do Satan. Foi simplesmente uma chance para recuperarmos o
fôlego e nivelarmos o campo de jogo. Se reagíssemos novamente, o Satan poderia continuar a sugar nossa Luz.

O SEDER
Todas essas ações históricas espirituais da Páscoa serviram ao propósito designado para beneficiar nossas vidas
hoje. Elas criaram um reservatório e um banco de energia espiritual, para que as futuras gerações pudessem
acessar em suas próprias lutas contra o Satan. Isto constitui o propósito do Seder.

O prato do Seder é um microcosmo da nossa vida e do mundo físico e espiritual.

Nós somos o prato, e os ítens sobre ele correlacionam-se às 10 Sefirot e às dez detonações de energia que
atingiram nosso mundo lá no Egito. Cada componente do prato do Seder constitui uma ferramenta específica e um
instrumento, que nos permitem manipular essas 10 forças espirituais.

Em nossa própria vida pessoal, durante o ano todo, o Satan literalmente nos retém sob um jugo de morte. Ele
controla cada pensamento, desejo e impulso nosso, tornando virtualmente impossível para nós transformar nossa
natureza. Ele é tão poderoso, que pode até mesmo injetar dúvidas dentro de nós relacionadas à realidade da sua
existência ou à verdade de todas estas explicações cabalísticas.
Nossas ações na Páscoa geram suficiente energia nua e pura para combater o Satan com quantidades massivas
de corrente espiritual. Quebramos seu domínio, e iniciamos o resto do ano em pé de igualdade. Com o Satan sob
choque e zonzo, removemos efetivamente todo o caos de nossas vidas, já que o Satan é a fonte de todos os
distúrbios.

Sua única chance de retorno é a força renovada. Isso só pode acontecer se o permitirmos, através do nosso
comportamento reativo insensível.

Lembre-se de que o Satan não possui absolutamente poder próprio. Ele obtém toda a sua Luz do nosso
comportamento reativo. O Satan tem que se alimentar e nutrir como nós. Ele é a única entidade neste mundo com
quem não devemos compartilhar.

Esta noite quebramos o poder da morte, acabamos com o caos e igualamos o placar. Amanhã, depende de nós
continuar nosso trabalho, mantendo uma consciência espiritual.

O PRATO DO SEDER
Os ítens que aparecem no Prato do Seder, quando carregados com a energia de Pessach, se tornam instrumentos
altamente sofisticados, que nos conectam aos diversos níveis das Dez Sefirot – a Árvore da Vida Cabalística.

CHOCHMÁ, BINÁ E DÁAT


As três Matzót nos conectam às três Sefirot superiores: Chochmá, Biná e Dáat (1). Essas Três Superiores são
a fonte de toda a plenitude e bem que aparecem em nossa vida.

Moshé foi o único ser humano a atingir o nível de Dáat. Os Cabalistas dizem que ele era meio humano e meio
anjo. Pode-se assumir que ele atingiu o status de maior profeta já existente, como resultado de sua natureza
angélica. No entanto, os Cabalistas nos ensinam que a grandeza verdadeira de Moshé era a sua parte meio
humana. Como homem, Moshé se importava com cada ser humano. Ele queria doar-se e ajudar a todos, em base
individual. Embora fosse o líder de uma nação inteira, ele tinha o coração, a alma e a mente direcionados para
importar-se e cuidar das necessidades de cada pessoa.

Não importa quão elevados espiritualmente nos tornemos na vida, nunca seremos tão elevados que não possamos
ajudar as pessoas - não importa em que nível achemos que elas estejam. Na verdade, quando uma pessoa
atinge um alto grau de espiritualidade, importar-se e ter consideração com todos e com qualquer um torna-se
automático. É esta preocupação que eleva a pessoa inicialmente. Podemos tomar isto como uma medida do
nosso próprio nível espiritual. Se pensarmos que estamos acima, ou que somos mais importantes do que qualquer
outra pessoa, então não teremos atingido um estado elevado de espiritualidade.

(1) Dáat é uma Sefirá única, e não é considerada parte das Dez Sefirot. O propósito de Dáat é coletar a energia
nua e crua das Três Sefirot Superiores – Keter, Chochmá e Biná e combiná-las em uma força que é transferida
para as sete Sefirot inferiores. Dáat funciona mais como uma estação de passagem do que como uma Sefirá
verdadeira.

CHESSED
Nossa primeira conexão com o Prato do Seder envolve o osso da canela ou um pedaço de carne queimada. Isto
significa o sacrifício que foi levado ao Templo durante Pessach, e corresponde à Sefirá de Chessed. O nível de
Chessed representa e está contido na água e em ações de compartilhar, dar e de misericórdia. Qual é a relação
com o sacrifício de um animal?

De acordo com os Cabalistas, a fim de realmente compartilhar, precisamos sacrificar e renunciar às nossas
próprias características negativas. Por podermos compartilhar somente o que possuímos, ao livrar-nos das
nossas qualidades negativas, podemos compartilhar toda a nossa energia positiva com os outros.

GUEVURÁ
O ovo infelizmente representa a nação judaica (quanto mais fervemos um ovo, mais duro ele fica). Representa
também o nível de energia conhecido como Guevurá. Guevurá pode quebrar este padrão. Todos nós nos
aferramos às nossas opiniões e idéias. Quanto mais as pessoas se opõem a nós, mais duros e entrincheirados
ficamos em nossas idéias. Geralmente sacrificamos o lado bom de uma situação se isto servir para validar e
reforçar nossa própria posição. Nossa natureza é gastar o máximo de energia possível para provar nosso ponto –
para estarmos certos a qualquer custo. Ao fazer esta conexão, podemos dominar a valiosa arte de ceder.
Obtemos disciplina para escutar os nossos adversários na vida. Obtemos força e sabedoria para desapegar-nos
de nossas próprias idéias, e aceitar visões opostas que possam realmente servir ao bem comum. Esta conexão
suaviza nossa resolução em situações onde nossa inclinação aferrada realmente nos fere e também às pessoas
em nossas vidas.
TIFERET
A Sefirá de Tiferet é coluna central – o equilíbrio entre direita e esquerda.
O Maror – erva amarga (super forte) é nossa conexão com esta energia de equilíbrio. Superficialmente, Maror
parece ser uma ferramenta dura, por causa do seu sabor pungente e da sensação de morte. No entanto, se
realmente queremos alcançar algo de importância espiritual neste mundo, precisamos enfrentar um processo (2)
que envolva desafio e desconforto. Para alguns de nós, esse processo é de curta duração, para outros dura uma
vida inteira. Toda dor, sofrimento e tormento que enfrentamos na vida, qualquer que seja a medida, é parte desse
processo. Podemos, porém, encurtar ou prolongar este processo através das nossas ações. Se trouxermos mais
equilíbrio espiritual para nossas vidas, automaticamente encurtamos o processo. Se somos desequilibrados,
inclinados ao comportamento reativo, prolongamos o processo. Quando comemos da erva amarga Maror,
vivenciamos um gosto de morte de forma proativa, e encurtamos nosso próprio processo de Tikun, removendo
assim o caos da nossa vida.

Há um outro ensinamento para nós: muitas vezes, quando sentimos inveja dos outros, olhamos apenas o
resultado final do que aquela pessoa possui. Mas será que realmente paramos e consideramos o processo pelo
qual ela teve que passar para alcançar seus resultados? Se pudéssemos observar a figura completa,
aprenderíamos a apreciar tudo em nossas próprias vidas.

(2) Isto é conhecido em termos Cabalísticos como o Processo de Tikun e refere-se às correções específicas que
cada um de nós deve fazer durante sua vida. Essas correções espirituais são baseadas nos atos negativos
cometidos nesta ou em vidas passadas. Qualquer provação com que nos defrontemos, qualquer dor ou dificuldade
que enfrentemos, é parte do nosso Processo de Tikun. Ele nos dá a oportunidade de corrigir atos reativos do
passado, ao não reagirmos no presente. Se reagirmos, encontraremos as mesmas provações vezes e vezes
seguidas, até que finalmente corrijamos o problema. Aqui está o desafio: o Satan usará todo o seu poder para
estimular reações em nós durante o nosso Processo de Tikun. O Satan possui um domínio praticamente
inquebrantável sobre nós, que ele usa para disparar reações físicas e emocionais. Pessach afrouxa este domínio
de morte, para que possamos despertar força interna, a fim de interromper nossas reações.

NETZACH
A conexão com a Sefirá de Netzach é representada por uma mistura única de frutas e temperos chamada
Charósset. Esta substância similar a uma geléia foi formulada pelo Cabalista do século 16, Rabi Isaac Luria.
Incluído no nome Charósset (em hebraico) , encontramos o nome Ruth, uma ancestral materna do Rei David.
Um dos ancestrais de Ruth foi Moav, um homem nascido de uma relação incestuosa entre pai e filha. Por causa
de sua ancestralidade, Ruth poderia facilmente ter escolhido o caminho onde não tivesse qualquer chance de
trazer Luz espiritual para o mundo, mas em vez disso ela fez escolhas que a levaram a gerar o Rei David, que é a
semente do Mashiach. O que a Torá está tentando nos dizer com esta história? Não importa quão sórdido ou
vergonhoso possa ser nosso passado, ainda assim podemos nos elevar a grandes alturas espirituais no momento
em que tomamos a decisão e assumimos o compromisso de fazê-lo. Quando comemos Charósset, somos
imbuídos com a força para assumir este compromisso.

HOD
O Karpás (aipo ou salsa) nos conecta com o reino de Hod.
Podemos rearrumar as letras hebraicas da palavra Karpás para soletrar a letra Sámech mais a palavra Pérach. A
expressão Sámech Pérach refere-se ao trabalho árduo das 600.000 pessoas no Egito. O conceito de trabalho
árduo durante o cativeiro constitui uma metáfora para julgamento. Mergulhamos o Karpás na água salgada para
adoçar quaisquer julgamentos que estejam vindo em nossa direção no ano que se segue. De acordo com a
Cabala, sal é uma força positiva, água representa o aspecto de misericórdia e sangue contém a força de
julgamento. Eis aqui como tudo se encaixa em conjunto: a hemoglobina no nosso corpo é uma solução salina
como o sal. A força espiritual por detrás do sal e da água conecta-se com a hemoglobina em nosso sangue. No
instante em que comemos o Karpás, adoçamos qualquer julgamento que possa estar pairando sobre nós.(3)

(3) Julgamentos não são necessariamente algo ruim. Julgamentos também podem ter um efeito positivo, já que
ajudam a nos direcionar para um modo de vida mais espiritual (desde que aprendamos com nossas dificuldades e
reconheçamos o princípio de causa e efeito em funcionamento no universo). Por exemplo, um pai carinhoso
repreendendo seu filho por mau comportamento é produtivo, julgamento adoçado. Ao contrário, qualquer tipo de
tragédia pessoal é julgamento duro, sem qualquer forma de adoçamento. Nossa conexão com o Charósset adoça
todos os julgamentos que nos são devidos como resultado de atos negativos passados.

YESSOD
A conexão com Yessod é chamada Chazeret e é representada no Prato do Seder pela alface romana. Yessod é
um reservatório que coleta toda a energia de todas as Sefirot acima de si. A Cabala explica que o personagem
bíblico Yosef, o Justo, representa a Sefirá de Yessod. Enquanto esteve vivo, Yosef acumulou toda a riqueza do
mundo no Egito e a distribuiu pelo mundo. Yosef tanto realiza esta tarefa no mundo espiritual, como também
através de Yessod. Utilizamos este mesmo poder para acumular todas as nossas características negativas e todo
o caos que surge em nossa vida, para combiná-los em um único alvo. Agora, podemos eliminar e remover todo o
caos da vida com um único tiro em Pessach.

MALCHUT
O prato físico é nossa conexão com Malchut, que corresponde à nossa existência material. O prato em si não
possui valor espiritual. Os elementos espirituais sobre ele é que determinam o valor do prato. Da mesma forma,
não temos sustento espiritual próprio neste mundo físico. Obtemos toda a nossa energia espiritual das Sefirot
com as quais nos conectamos através dos ítens contidos em nosso Prato de Seder. (4)

(4) O Prato de Seder é um microcosmo da nossa vida e do mundo físico e espiritual. Somos o prato e os ítens
sobre ele se correlacionam às 10 Sefirot nos mundos superiores. Cada componente no prato de Seder é uma
ferramenta específica e um instrumento que nos permite manipular as forças espirituais que governam o cosmo.
Ao controlar as 10 Sefirot, estamos assumindo controle sobre a usina energética para todo o universo. Conforme
aprendemos mais atrás, durante o nosso ano, o Satan literalmente nos tem sob um jugo de morte. Ele controla
cada um dos nossos pensamentos, desejos e impulsos, tornando virtualmente impossível para nós transformar
nossa natureza. Ele é tão poderoso, que pode até mesmo nos injetar dúvidas sobre sua existência ou sobre a
verdade desta explicação. Ao assumirmos controle sobre a usina energética podemos acionar a produção e o
fluxo de energia. Isto gera energia nua e crua, suficiente para produzir choques de quantidades massivas sobre o
Satan. O bombardeio o faz cambalear. Seu domínio é quebrado e iniciamos o resto do ano em pé de igualdade.
E aqui está o bônus adicional: com o Satan atônito, teremos eliminado todo o caos de nossas vidas, já que é o
Satan que constitui a fonte de toda a negatividade e distúrbios. Sua única chance de retorno e de ter a força
restaurada, é se o realimentarmos através de nossas ações reativas. A Cabala nos ensina que o Satan não
possui absolutamente qualquer poder ou Luz próprios. Ele adquire toda a sua Luz do nosso comportamento
reativo. O Satan precisa alimentar-se e nutrir-se tanto quanto nós. Ele é a única entidade neste mundo com quem
não devemos compartilhar.

ESTÁGIO UM DO SEDER: O KADESH (pág 12)


O primeiro copo de vinho: ATZILUT
São servidos quatro copos de vinho durante o Seder. Eles significam, e nos conectam com as quatro letras do
nome de Deus – o Tetragrama (5) – e aos quatro Mundos Superiores em nossa atmosfera espiritual. Os nomes
desses mundos são Atzilut, Briá, Yetzirá e Assiá.

(5) O Tetragrama é uma combinação poderosa de letras hebraicas que literalmente transmite as forças espirituais
do Mundo Superior em nossa existência física. As quatro letras do Tetragrama são ‫הוֹיה‬

ESTÁGIO DOIS: URCHÁTZ (pág 17)


Lavagem das mãos
Lavamos as mãos sem pronunciar uma bênção.
A palavra hebraica Urchátz possui as mesmas letras que a palavra hebraica Rotzêach, que significa ‘assassino’.
Queremos assassinar e destruir as forças negativas que criam devastação em nossas vidas. Podemos aniquilar
toda a negatividade em nós e nas diversas coisas que nos afetam diretamente em nosso ambiente, ao derramar
água em nossas mãos.

As mãos representam julgamento e negatividade, porque carregam nossos atos negativos. Através do poder de
purificação espiritual da água, lavamos nossas mãos, e destruímos todas as formas de negatividade.

Há um Vav extra na palavra Urchátz. Esse Vav extra indica a importância de fisicamente lavarmos nossas mãos
ao invés de apenas meditarmos sobre elas. Cada vez que atraímos Luz, temos que manifestá-la através de uma
ação física. Bons pensamentos não são suficientes. Tem que haver um ato que acompanhe o pensamento.
Conforme se diz, as ações falam mais alto do que as palavras. O ato de lavar as mãos destrói as forças negativas.
O pensamento tão-somente jamais alcançará os mesmos resultados.

ESTÁGIO TRÊS: KARPÁS (pág 17)


Podemos rearrumar as letras da palavra Karpás para formar Samech Perach – “o árduo trabalho das 600.000
pessoas no Egito”.

Tradicionalmente nos é dito que a escravidão e o trabalho duro que os judeus enfrentaram envolviam chicotadas,
correntes e o temível Faraó, que mantinha os israelitas escravizados no Egito. No entanto a Torá afirma que os
judeus levavam uma vida razoável no Egito. Eles viviam pedindo a Moisés para levá-los de volta para o Egito cada
vez que as coisas ficavam um pouco mais duras no deserto durante seu Êxodo.

O grande Cabalista o Ari explica que o exílio não era de natureza física. Era um exílio espiritual. A história de
Pessach é sobre libertação do ego e negação interior.
Enquanto foram escravos no Egito, os judeus não eram responsáveis por suas vidas. Eles eram vítimas. Se
qualquer caos os atingisse, eles não tinham que se olhar no espelho e assumir a culpa. É mais fácil ser uma vítima
(escravo) do que assumir responsabilidade pelos problemas na vida.

A mentalidade de vítima era a real escravidão que estava ocorrendo no Egito. O exílio dos judeus levou a uma
genuína liberdade e controle sobre o cosmos, mas com liberdade e controle vem a responsabilidade – e essa era
uma perspectiva desconfortável para os judeus. Este é o significado espiritual por detrás das constantes
reclamações dos judeus e seu desejo de retornar ao Egito. Eles estavam tentando afastar a responsabilidade que
estava prestes a ser colocada sobre eles. Era muito mais fácil para eles permanecer escravizados pelos seus
egos e serem vítimas das circunstâncias, ao mesmo tempo em que sua natureza reativa jogava toda a culpa pelo
caos nas pessoas e eventos “fora do seu controle”.

Mas a realidade é esta: nenhum evento se encontra fora de controle. E cada um de nós possui o mesmo
problema. Nossa natureza reativa nos faz ficar cegos para a liberdade que nos é possível alcançar. Ignorância é
uma bênção, como diz o ditado popular. É mais fácil ser um escravo da ignorância e permanecer uma vítima, do
que ser libertado dessa escravidão e assumir a pesada responsabilidade que acompanha o fato de sermos donos
de nossos destinos. De repente, temos que nos olhar no espelho e nos culpar por cada milímetro de caos e
dificuldade que nos atinja. Mas um momento após assumirmos a responsabilidade, temos o poder da liberdade e
do controle sobre o cosmos na palma da nossa mão.

Através do karpás, obtemos a capacidade de nos tornar donos do nosso destino. Obtemos a força para aceitar a
verdade espiritual de que somente nós somos responsáveis por nossa sorte ou por nosso infortúnio.

Podemos perguntar, “Como pode um pedaço de salsa conceder-nos este enorme poder de liberdade? Assim
como um átomo microscópico contém energia crua suficiente para vaporizar uma cidade inteira, a energia espiritual
da salsa, nesta noite específica, possui o poder de vaporizar nossa natureza reativa. A energia está contida nas
letras hebraicas que compõem a palavra salsa. Comer a salsa é simplesmente o ato físico requerido para
manifestar esta energia.

Pegamos um pedaço de aipo/salsa, mergulhamos em água salgada, e dizemos a bênção.

ESTÁGIO QUATRO: YACHÁTZ (pág 18)


Esta palavra significa “dividir”. Pegamos a Matzá física e a dividimos em dois. Uma parte é o Afikoman. A outra
permanece sobre o prato do Seder. O ensinamento para nós é compreender que metade da nossa natureza é
negativa. A outra metade é positiva. Em qualquer momento somos meio a meio. Uma ação positiva nos move
para o positivo. Da mesma forma, uma ação negativa empurra a outra metade para o negativo.

O Afikoman é considerado a parte positiva. É sempre maior do que a outra, para nos mostrar que, se fizermos um
ato positivo, podemos mover tudo para o lado positivo. Nunca devemos acreditar que o Satan e o nosso lado
reativo são mais fortes. Este estágio específico nos ajuda a derrotar o Satan.

Um outro ensinamento refere-se à idéia de separar a consciência espiritual da consciência corpórea. Podemos
escolher conectar-nos à essência da nossa alma ou aos desejos do corpo em nossa vida diária.

Um ser humano possui três níveis de energia:

1. Neshamá – a alma (nível superior)


2. Ruach - o espírito (nível intermediário)
3. Nefesh - o corpo físico (nível inferior)

A tendência natural do corpo físico é desejar e receber somente para si mesmo. Todas as nossas características
negativas e atributos impuros são originados do corpo. Nossa alma é imbuída apenas por características positivas,
inclusive um constante anseio de compartilhar.

As decisões que tomamos na vida, e as ações que praticamos, deveriam ser sempre baseadas no nível
intermediário do espírito – Ruach. No âmbito do espírito, temos o livre arbítrio de escolher com qual lado
queremos nos conectar – com o nível inferior do corpo ou o nível superior da alma.

O instinto reativo natural é escolher sempre o corpo, pensando somente em nós mesmos. A alternativa é eliminar
o instinto reativo do corpo e tornar-nos proativos. Podemos exercer nosso livre arbítrio (7) e escolher conectar-nos
com o nível superior, nossa alma, onde começamos a pensar primeiro nos outros. Fazemos um esforço para
começar a aprender como compartilhar e a nos importar com as pessoas à nossa volta. Não porque seja
moralmente correto, mas porque compartilhar é a maneira de gerar Luz espiritual duradoura em nossas vidas.
(7) A única vez que nos tornamos verdadeiros seres humanos, elevando-nos acima do nível do reino
animal, é quando exercemos a maior dádiva que o Criador nos deu – o livre arbítrio. Contrário à maioria
dos ensinamentos filosóficos, o livre arbítrio é o atributo mais difícil de entender e dominar. Noventa e
nove por cento do tempo, nunca usamos nosso livre arbítrio. Vivemos nossas vidas de uma maneira
puramente robótica, seguindo cegamente cada capricho e desejo do corpo. Somos escravizados ao
desejo reativo dos nossos egos. O livre arbítrio ocorre somente quando escolhemos não reagir a um
determinado evento externo. É isto aí. Todo o resto na vida é meramente um filme pré-gravado, com
cenas e personagens designados a disparar as reações dentro de nós. O Satan tenta nos alimentar
com linhas de diálogo, e cria cenas que alimentarão e nutrirão nossos egos. Nosso objetivo é sair do
filme do Satan e ir para o papel principal em um filme produzido pelo Criador.

DIVIDINDO A MATZÁ (pág 19)


O conceito de conectar-se ao nível superior da alma relaciona-se com a Matzá de cima. A Matzá do meio
representa o nível do espírito, enquanto a Matzá de baixo significa o corpo. (8)áf

Agora, vamos usar esses três instrumentos chamados matzá para nos ajudar espiritualmente a nos purificar e a
reprogramar nossas vidas. A próxima instrução dada a nós pelos Cabalistas antigos envolve a divisão da Matzá
do meio. A divisão significa dividir e separar o bem do mal. Isso nos dá a capacidade de reconhecer tanto as
nossas boas tendências quanto as más. Quando fazemos a separação, é importante quebrar a Matzá em um
pedaço maior e outro menor. A parte maior da Matzá é conhecida como Afikoman.

(8) Essa estrutura de três níveis das Matzót não é simbólica. Não estamos falando em termos metafóricos.
Cada Matzá é um instrumento singular e um mecanismo de conexão com os três níveis da nossa
própria alma e essência. Assim como a areia é usada para confeccionar os microchips mais poderosos
do planeta, o trigo nos campos é usado para fazer o mais poderoso microchip espiritual – a Matzá.

O AFIKOMAN (pág 20)


A parte maior da divisão da Matzá é conhecida como Afikoman. Existe uma tradição de se esconder o Afikoman
em algum lugar do cômodo, e então fazer com que todas as crianças procurem por ele após a refeição. O pedaço
menor da Matzá permanece conosco. Na Cabala, tradição não é um motivo por si só para o desempenho de
qualquer rito ou ritual. Deve existir um benefício prático para a nossa vida. Entender o significado espiritual por
trás deste ato nos possibilita uma revelação sobre a natureza humana, e ajuda a tornar nossas mentes mais
direcionadas para o espiritual e a sermos pessoas mais felizes.

O pedaço maior de Matzá (Afikoman) representa prazer físico, material. O pedaço menor representa plenitude
espiritual (e por esta razão é menor).

Nos primeiros anos de vida, uma criança é predominantemente feita de desejo. Quando um bebê nasce, ele quer
prazer material somente para si mesmo – comer, dormir, brincar. Não existe o conceito de compartilhar ou
espiritualidade em sua natureza. A criança sabe instintivamente que seu choro obterá tudo o que ela desejar. À
medida que o bebê cresce, esperamos que seus desejos pelo mundo físico diminuam, enquanto seus desejos por
bens espirituais se expandam gradualmente. A refeição do Seder é um microcosmo deste desenvolvimento
espiritual.

Comemos o maior pedaço de Matzá - significando nosso mundo físico – depois do Seder, já que nosso desejo de
comer não está mais nos controlando. Terminamos nossa refeição, e supostamente, através das ferramentas do
Seder, purificamos nossa alma e nosso desejo de receber para nós mesmos. Resistimos a comer o pedaço
maior no começo, quando nosso apetite estava no nível mais alto. Agora, participamos do mundo físico
(representado pelo ato de comer a Matzá maior) sem qualquer desejo de receber nos controlando. Esta ação
simples, mas espiritualmente poderosa, nos injeta a força interna para controlar todos os nossos desejos auto-
indulgentes durante todo o ano.

Um outro segredo espiritual relativo ao ocultamento do Afikoman refere-se às ações positivas, bons atos, e a
maneira pela qual devemos conduzir nossas vidas. Todas as nossas ações positivas, inclusive a caridade, devem
ficar ocultas e escondidas (10). Uma oração recitada em Rosh Hashaná diz que Deus se lembra de tudo o que
é esquecido. Os Cabalistas explicam que Deus se lembra somente das boas ações e valores, e conta somente os
atos positivos que as pessoas esquecem(11). Esta conexão de Yachátz nos ajuda a esquecer nossos atos
positivos passados, que geralmente nos tornam espiritualmente complacentes, e nos concentram na próxima série
de ações positivas que ainda podemos desempenhar hoje e amanhã.

(10 ) Caridade, de acordo com a Cabala, não depende de quanto uma pessoa dá em dinheiro mas sim de quanto
ela dá de si, com relação à sua situação pessoal. Em outras palavras, caridade dada com o intuito de
abatimento de imposto, placas em paredes, nomes em edifícios ou jantares honorários são desprovidos de
qualquer valor no âmbito espiritual. Muitas pessoas fazem ações positivas em função do que outras pessoas
irão dizer sobre elas. A real caridade ocorre quando saímos da nossa zona de conforto e quando existe um
elemento real de sacrifício. Uma ação de caridade deve ficar oculta sem qualquer recompensa ou
reconhecimento para o ego. A forma mais elevada de caridade é quando uma pessoa dá sem saber para
quem, e o recebedor não sabe quem deu. Esses atos trazem bênçãos verdadeiras para o doador.

(11) Em vez de tapinhas nas costas e congratulações frequentes sobre nossos atos de caridade, devemos
esquecê-los e seguir para a próxima ação positiva. Crescimento espiritual é uma constante ascenção para o
nível seguinte. Ficar parado ou tornar-se espiritualmente complacente é o mesmo que entrar em uma escada
rolante descendente. Se não seguirmos adiante, mas ficarmos no mesmo lugar, andaremos para trás.
Devemos subir continuamente a escada descendente, que é o nosso ego.

ESTÁGIO CINCO: MAGUID (pág 21)


Maguid é um derivativo da palavra hebraica para “falar” e “dizer”, representando o poder da palavra. Estamos
usando o poder da palavra quando recitamos estas histórias da Hagadá. O ato de falar através desta seção nos
conecta com os 13 Atributos (12) do Criador. Esta conexão nos injeta a força da energia de milagres. Moisés
utilizou esta antiga meditação Cabalística para disparar todos os milagres (13) que foram necessários para libertar
os judeus do Egito.(14)

(12) Os 13 Atributos são 13 virtudes ou propriedades que refletem 13 aspectos do nosso relacionamento com
o Criador. Esses 13 Atributos são a forma como interagimos com Deus em nossas vidas diárias,
sabendo ou não. Eles funcionam como um espelho. Quando olhamos para um espelho e sorrimos, a
imagem sorri de volta. Quando olhamos para um espelho e xingamos, o espelho reflete energia negativa
de volta para nós. Existem 13 Atributos que possuem essas propriedades reflexivas dentro de nós. À
medida que tentamos transformar nossa natureza reativa em proativa, esse ‘feedback’ nos direciona,
orienta e corrige. O número 13 também representa um acima dos 12 signos do zodíaco. Os 12 signos
controlam nossa natureza instintiva e reativa. O número 13 nos proporciona controle sobre os 12 signos,
o que em essência nos propicia controle sobre o nosso comportamento.

(13) Podemos usar esta energia antiga associada a milagres para gerar milagres em nossas próprias vidas.
Geralmente achamos difícil nos livrar de hábitos negativos e prejudiciais. Da mesma forma, achamos
que hábitos positivos são quase impossíveis de serem adquiridos. A energia de milagres pode nos dar a
força adicional de que precisamos para alterar nossas vidas permanentemente, a fim de que os hábitos
negativos e o comportamento destrutivo não administrem mais nossas vidas.

(14) Egito é uma palavra em código para o nosso ego e para o desejo egoísta de receber para nós
mesmos. Todos nós somos escravos da nossa natureza reativa. É nosso ego – o Satan – que é nosso
verdadeiro mestre. O Satan é tão bom em seu trabalho, que a maioria de nós sequer se dá conta de que
está sob sua custódia.

REVELANDO AS MATZÓT E A ELEVAÇÃO


DO PRATO DO SEDER (pág 22)
O prato do Seder representa a Sefirá de Malchut(15), nosso mundo físico. O nível de Malchut também representa
a presença de Deus em nosso mundo, conhecida pelo nome em código de Shechiná.

A Shechiná se materializa neste mundo pairando no Templo Sagrado em Jerusalém. Deste lugar único, ela
transmite a Luz de Deus para o mundo inteiro. Sem o templo físico, a Shechiná não tem lugar para se revelar.
Durante os muitos exílios dos judeus (16), inclusive a expulsão da Espanha em 1492 e o Holocausto em 1942, a
Shechiná também permaneceu em exílio. Por este motivo, falta-nos o poder de proteção da Shechiná. Ao
elevarmos o prato do Seder, estamos ajudando a elevar-nos a nós próprios e à Shechiná do exílio (17).

Uma outra forma de conceder poder a esta ação é sentir a dor da Shechiná. Uma razão por que a Shechiná não
se encontra em seu espaço correto – o templo - é porque nós não estamos no lugar mental correto (18). Temos
que sentir a dor da Shechiná, já que são nossos atos negativos que basicamente constituem a causa por trás do
seu exílio.

Depois que descobrimos as Matzót, e levantamos o prato do Seder, dizemos Leshem Yichud.

(15) As 10 Sefirót são 10 dimensões que separam nosso mundo físico do âmbito do Mundo Sem Fim, onde a
Luz de Deus brilha com iluminação infinita.
(16) O exílio dos judeus é causado pela insensibilidade, intolerância e inveja entre um judeu e outro. O Rav
Berg nos ensina que existem dois tipos de inveja, um dos quais é muito mais perigoso e constitui a causa
do exílio. O primeiro tipo é quando alguém inveja os bens de outro. Ele pode estar motivado a adquirir
bens similares, mas não deseja qualquer mal à outra pessoa. O segundo tipo de inveja, que a propósito
o Talmud e a Cabala dizem ser exclusiva à natureza dos judeus, é quando uma pessoa tem os mesmos
bens do seu vizinho, mas ainda assim sente inveja, e lamenta que a outra pessoa possua os mesmos
bens que ela própria. Em outras palavras, nenhuma outra pessoa pode ter nada, somente ela. Este tipo
de inveja em relação aos outros é o que gera forças tremendamente negativas que eventualmente
atacam de volta a nação judaica.

(17) Todas as nossas ações, inclusive a elevação do prato, não são simbólicas; elas constituem verdadeiras
ferramentas e chaves que ativam forças metafísicas poderosas, que podem alterar nossas vidas
dramaticamente para melhor. Ter certeza sobre o poder espiritual do ritual é o que coloca estas forças
metafísicas em ação. Em outras palavras, quando acreditamos, alcançamos.

(18) Através da história, as pessoas têm estado ignorantes sobre essas explicações espirituais por trás dos ritos e
rituais da Páscoa. Consequentemente, a meditação e a intenção apropriadas não estiveram presentes. Este é o
motivo pelo qual dor e sofrimento têm sido a marca registrada dos judeus durante séculos. Cada um de nós deve
apreciar o fato de que agora possuímos a Cabala para pelo menos nos explicar as ações e as forças espirituais
por trás desses rituais.

A HISTÓRIA DOS CINCO ESTÁGIOS (27) (pág 28)


Numa noite de Seder, há 2000 anos atrás, cinco grandes sábios estavam sentados na cidade de Bnei Barak em
Israel, tendo uma longa discussão sobre o Êxodo do Egito. De repente, seus discípulos foram dizer-lhes que a
hora das orações da manhã havia chegado. Os sábios haviam perdido completamente a noção do tempo,
absortos no encantamento da história. Os Cabalistas nos dizem que quando nos encontramos absortos em nosso
trabalho espiritual, esquecendo completamente as limitações de tempo, espaço e movimento, Deus remove todas
as limitações que estejam nos retardando. O Rei David disse, “Deus é nossa sombra.” Se permanecermos
escravizados aos constrangimentos físicos de tempo, espaço e movimento, essas limitações se refletiraão de volta
para nós. Se simplesmente nos desapegarmos, deixarmos de lado o controle, e pararmos de nos preocupar com
as limitações do nosso mundo físico, a fim de abraçar mais trabalho espiritual, a Luz removerá toda o atrito,
obstáculos e barreiras associados a tempo, espaço e movimento.

Um outro ensinamento desta simples história é que a Hagadá dedicou espaço valioso para incluir o surgimento dos
discípulos, dando-lhes igual importância aos gandes sábios sagrados. O ensinamento é que todos nós podemos
aprender com todos e com cada um. O Talmud faz a seguinte afirmativa, “Quem é uma pessoa inteligente?
Aquela que aprende com cada um!” Todos neste mundo são nossos mestres – as pessoas positivas e as
negativas. Todos e tudo com que temos contato está ali para nos ensinar algo sobre nosso próprio caráter e área
de correção.

AS DEZ PRAGAS (pág 53)


O termo Dez Pragas é um código, significando os 10 níveis de energia que sustentam as Klipot. As Klipot são
cascas de negatividade criadas pelos nossos atos e ações negativos. Chamamos de cascas, porque elas
aprisionam faíscas de Luz, da mesma forma que uma casca oculta uma noz. As Klipot na verdade nos roubam
faíscas de Luz toda vez que cometemos um delito. Existem Klipot em cada uma das 10 Sefirot, as 10 dimensões
que compõem a nossa realidade. Cada uma das 10 pragas que agora recitamos remove a Luz das Klipot em
todas as 10 dimensões. Com sua força vital cortada, as Klipot morrerão, libertando-nos de suas garras.

De acordo com a Cabala, os egípcios representam as Klipot. Por que os sábios consideram os egípcios como
estando em um estágio tão baixo? Mesmo com toda sua magia negra, seu constante comportamento reativo e
ações negativas, será que essas características seriam suficientes para classificá-los como sendo Klipot? Não. O
motivo por que eles representam as Klipot é porque nenhum egípcio tratava ao menos um israelita ou mesmo um
outro egípcio com dignidade humana e sensibilidade.

O Rav Berg nos ensina que se não tratarmos as pessoas com dignidade humana, não haverá genuína liberdade e
plenitude na terra, ou paz entre as nações. Nunca. Não importa quanto meditemos, oremos ou desempenhemos
ritos e rituais, se tratarmos nossos amigos e nossos inimigos sem qualquer traço de compaixão humana e
sensibilidade, isto nos levará diretamente de volta ao caos, mutilação e destruição.

Existem dois nomes sagrados que nos ajudam neste processo:


Iud Vav Hei Chaf final ‫ יוהך‬e Chaf Hei Tav ‫כהת‬

PESSACH, MATZÁ UMARÓR (pág 62)


PESSACH
O Pessach original incluía a prática de levar sacrifício ao Templo Sagrado. O templo físico não existe mais, assim
temos que nos tornar o sacrifício para o nosso comportamento reativo (43).

(43) Temos que olhar para dentro e sacrificar pelo menos uma das nossas características negativas. Se for fácil e
confortável, não é considerado sacrifício. Este sacrifício poderia envolver aproximar-se de um amigo ou membro
da família durante o Pessach, e trabalhar uma situação difícil, abrindo mão do ego e admitindo estar errado.
Podemos abordar um amigo ou inimigo e confessar nossas invejas. Quanto mais difícil, mais Luz receberemos.
De acordo com os princípios da Cabala, ficaremos surpresos com a repentina mudança nos eventos e respostas
que receberemos das pessoas abordadas. No instante em que baixarmos a guarda, removermos nosso ego, e
oferecermos às pessoas Luz genuína através do nosso próprio sacrifício e humildade, elas nos surpreenderão e
responderão positivamente.

MATZÁ (pág 63)


De acordo com a tradição, não havia tempo para os israelitas esperarem o pão fermentar, assim eles partiram com
Matzá. Esta situação é meramente o efeito e não a causa espiritual. A Cabala pergunta por que os eventos se
passaram desta forma originalmente. O Ari nos ensina que nunca devemos examinar o efeito, mas sim ir ao nível
de semente, à causa oculta: Matzá é pão sem ego. O pão se expande e cresce (como nossos egos) porque
contém uma enorme energia espiritual. Com a Matzá, existe um aspecto de restrição em funcionamento. Matzá é
um instrumento que nos dá força para exercer a restrição do nosso ego durante o ano inteiro.

MAROR (pág 63)


Maror possui o mesmo valor numérico da palavra morte. Para alcançarmos o estado de imortalidade, que
podemos atingir em Shavuot, temos que sentir o gosto da morte. O Maror é nosso instrumento para sentir o gosto
da morte. Infelizmente, a vida de algumas pessoas é pior do que a morte. Ao mastigar lentamente o Maror e
abraçar a dor intensa que isto gera, podemos proativamente sentir o gosto da morte e assim gradualmente
remover a força da morte de nossas vidas. Cada mastigação do Maror, por cada pessoa no planeta que esteja
guardando o Pessach, nos leva um passo adiante, mais próximos à genuína imortalidade.

ESTÁGIO SEIS: RACHTZÁ (pág 69)


NETILAT IADÁIM: LAVAGEM DAS MÃOS
Durante a noite, muitas forças negativas se ligam às nossas mãos enquanto dormimos. Nossas mãos são como
imãs que atraem estas forças, porque as mãos desempenham muitos dos nossos atos negativos em nossa vida
diária, e são as culpadas por manifestar os pensamentos negativos que residem em nossos corações e mentes.
De acordo com a Cabala, o pensamento negativo é a causa do comportamento negativo, e as mãos são os
instrumentos que o manifesta. Os Cabalistas também ensinam que a energia positiva conecta-se com a causa e o
nível de semente da realidade, e a negatividade sempre conecta-se com o efeito. Ao lavar nossas mãos toda
manhã, atingimos dois objetivos importantes:

1. Limpamos e lavamos todas as forças negativas que se ligam a nossas mãos.


2. Conectamo-nos com a causa e o nível de semente da realidade (positividade) e não somente com o efeito.
Esta obrigação nos ajuda a ter um dia mais positivo e pleno.

Reebemos um outro benefício importante quando invocamos esta bênção. Dentro das palavras encontramos um
código notável. As três últimas palavras são Al Netilát Iadáim. As primeiras letras de cada uma dessas três
palavras compõem Aní, palavra em hebraico para “pessoa pobre”. Quando se tiram as últimas letras dessas três
palavras, Lamed, Tav e Mem, elas possuem o mesmo valor numérico da palavra Ashir. Em português, Ashir
significa “uma pessoa rica”. Ao lavar nossas mãos a cada manhã e impedir que a energia negativa ligue-se a elas
durante todo o dia, começamos por nos afastar do nível de Aní (pobre) e nos conectamos com a energia de Ashir
(rico) (47).

Antes de recitar a bênção, vamos até a pia, e derramamos um copo de água sobre a nossa mão direita e depois
sobre a esquerda. Fazemos isso duas vezes em cada mão.

(47) “Rico” refere-se não somente a sustento financeiro, mas também ao conceito de ser rico por possuir uma
família próxima e amorosa, rica em saúde, ou vivendo uma vida cheia de ricos significados. A bênção será
direcionada para a área onde estejamos necessitados da energia de riqueza.

ESTÁGIO SETE: MOTZÍ MATZÁ (pág 71)


Antes de partir o pão, devemos orar pelo sustento. O valor numérico de Hamotzí, Léchem, Min Haáretz – a bênção
do pão – iguala o mesmo valor numérico de Pei Alef Iud ‫פאי‬, Samech Alef Lamed ‫ סאל‬e Chet Tav Chaf ‫ חתך‬- três
meditações cabalísticas para criar sustento e prosperidade. Mesmo quando comemos, devemos rezar pelo
sustento com o entendimento de que nada é nosso. Toda felicidade emana da Luz. Essa consciência ajuda a
intensificar nossas orações.

ESTÁGIO OITO: MATZÁ (pág 71)


Matzá é o único tipo de pão que requer uma bênção especial. Pão é o único alimento com uma natureza dupla.
Comemos pão durante o ano, acessando toda a sua energia positiva. Mas não podemos comer pão durante
Pessach por causa de seus efeitos potencialmente danosos para o nosso caráter e natureza espirituais (48).

Este aspecto duplo do pão é espelhado em nosso comportamento. Às vezes necessitamos ativar e usar nosso
desejo de receber (representado pelo pão) em situações onde estamos carentes de auto-estima, ambição e auto-
confiança. Esta bênção ajuda a nos dar equilíbrio e a revelar quando aplicar nosso desejo de receber e quando
não fazê-lo. As ações são tanto positivas quanto negativas. Mas os desejos e pensamentos situam-se em uma
área cinzenta. Às vezes eles ocorrem para nos testar, a fim de que possamos superá-los. Há vezes em que
temos que sentir raiva da negatividade do mundo para mudá-lo. Se não ficarmos com raiva ou profundamente
preocupados com os males do mundo, nunca poderemos ficar motivados a ajudar a melhorar as vidas dos outros.
Usar nossos desejos internos é como pisar no acelerador de um carro. Pisamos mais forte quando temos que
ganhar velocidade. Uma vez em movimento, aliviamos a pressão e tiramos o pé do pedal. Da mesma forma,
podemos usar nosso desejo de receber para nos motivar a agir, mas uma vez em movimento, temos que eliminar
nossos egos (o que é representado pela Matzá) e transformá-los em desejos de compartilhar. Reconhecemos que
trata-se de um ato de equilíbrio difícil, mas ele torna-se mais fácil através desta poderosa conexão.

(48) Um dos motivos por que nos abstemos de comer pão durante Pessach, por que não podemos ter
sequer uma migalha em nossas casas, é devido à imensa infusão de energia que o pão transmite. Em
Pessach, esta infusão atinge níveis ultra elevados. Considere este exemplo: uma pessoa dirige um
carro a 50 km por hora. Se você abaixar a janela do carro, a mudança na pressão do ar é tão mínima,
que você ainda consegue controlar o veículo sem qualquer problema. Se no entanto você estivesse
voando em um Concorde à velocidade do som, uma mínima rachadura na janela colocaria o jato fora
de controle. Pessach é como voar à velocidade da luz. Esta é a intensidade da Luz de liberdade.
Mesmo uma mínima migalha de pão em seu sistema irá enviá-lo e ao seu comportamento reativo para
um forte curso de colisão com o caos pelo resto do ano.

ESTÁGIO NOVE: MAROR (pág 73)


Maror é a mais elevada, e ainda assim a mais difícil conexão em Pessach. Maror possui o mesmo valor numérico
da palavra morte. Para atingirmos o estado de imortalidade, temos que sentir o gosto da morte. Ao mastigar
lentamente o Maror e abraçar a dor intensa que isto gera, podemos sentir o gosto da morte proativamente, e por
conseguinte remover gradualmente a força de morte de nossas próprias vidas (49). Cada mastigação do Maror
nos leva um passo adiante, em direção à genuína imortalidade. Enquanto estivermos engasgados com o Maror,
precisamos reter esta consciência. Nosso objetivo é abrir mão de um pequeno conforto agora, no momento, para
alcançar plenitude infinita e conforto duradouro para sempre. Muito frequentemente nos contentamos com um
pequeno conforto agora e acabamos pagando por isso com muito mais caos e dor posteriormente.

(49) A força da morte não se limita ao corpo físico. A morte também pode atingir um negócio, um casamento ou
qualquer tipo de relacionamento.

ESTÁGIO DEZ: KÓRECH (pág 74)


O propósito por trás da conexão com Kórech é elevar-nos acima das estrelas e dos signos do zodíaco. Esta é uma
das razões por que Áries – o Carneiro – foi escolhido para o sacrifício no templo em Pessach. Áries é o primeiro
signo, a semente, e é aqui que se encontra todo o controle. É também um dos signos mais difíceis, como qualquer
ariano pode atestar. Se pudermos ir acima de Áries, podemos superar todos os obstáculos e influências negativas.
Logo, o grande sábio Hillel usava o poder de Pessach (o Áries), Matzá e Maror para elevar-se acima das
influências negativas das 12 constelações.

Pegamos o Maror, colocamos sobre uma Matzá, e os comemos juntos, inclinando-nos para a esquerda, sem dizer
qualquer bênção. Antes disso, recitamos o seguinte:
(ver bênção na pág 74 da Hagadá Cabalistica)

ESTÁGIO ONZE: SHULCHÁN ÓRECH (pág 74)


Esta próxima fase da refeição parece apelar diretamente ao nosso desejo de receber para si mesmo. Exceto
que, após tudo o que realizamos durante o nosso Seder, este não é o caso. Não estamos vivendo para comer,
como a maioria das pessoas faz, mas comendo para viver. Compartilhamos a refeição para obter forças, a fim de
continuar em nosso caminho espiritual. Comer não serve apenas como gratificação física. Tudo o que fazemos
pode adquirir uma dimensão espiritual, se simplesmente tivermos a consciência e a intenção de usar nossas
conexões físicas para servir a um propósito espiritual mais elevado.

Jantamos o máximo possível em homenagem ao feriado.

Costuma-se comer um ovo.

ESTÁGIO DOZE: TZAFÚN (pág 75)


Comer o Afikoman. Tzafún significa “o que estiver oculto é agora revelado”. Existe uma história na Torá em que
Jacob vai a seu pai Isaac para receber uma bênção. Ele leva consigo um sacrifício para Pessach, que hoje é
representado pelo nosso Afikoman. Quando Jacob entrou no quarto de seu pai, a Torá nos diz que ele pôde
sentir o aroma do Jardim do Éden. Depois que Jacob levou o sacrifício, recebeu a bênção de seu pai.

Como esta história se relaciona com nossa vida? Sabemos que o poder do Afikoman é igual aos sacrifícios que
ocorriam nos tempos antigos. O valor numérico de Afikoman é o mesmo que artifício ou logro. Isto se conecta
com Jacob, que usou o artifício contra seu mau irmão, Esaú. Isaac quis originalmente conceder a bênção a Esaú,
mas Jacob vestiu a roupa do irmão, enganou seu pai, e recebeu a bênção em seu lugar.

Isto nos fornece uma pista para o significado por trás do ocultamento do Afikoman. Esta ação nos conecta ao
sacrifício e aos esforços para enganar desempenhados por Jacob, a fim de que possamos enganar o Satan e
removê-lo de nossa vida. Podemos provar agora do Jardim do Éden (representado por Jacob) em oposição a
provar do fogo do Inferno (representado por Esaú).

Pegamos a Matzá do Afikoman, em lembrança à oferenda de Pessach, a ser comida depois que estamos
satisfeitos. Comemos enquanto nos reclinamos para a esquerda e recitamos o seguinte:
(ver Leshem Yichud pág 75 Hagadá Cabalística)

ESTÁGIO TREZE: BARÊCH (pág 76)


O Leshem Yichud atua como uma conexão que ativa nosso desejo de nos conectar com a energia espiritual.
Serve também como um processo de preparação para as imensas forças transmitidas pelo Birkát Hamazon.

Birkát Hamazon eleva as faíscas reais de Luz ocultas dentro dos alimentos que comemos, e as conecta com os
Mundos Superiores. Remove o aspecto físico da refeição (energia temporária), deixando-nos com o sustento
espiritual, que é eterno e duradouro.

Temos quatro bênçãos dentro do Birkát Hamazon, o que nos conecta com os quatro Mundos Superiores da
atmosfera espiritual. Os nomes desses quatro mundos são Atzilút, Briá, Yetzirá e Assiá. Esses quatro mundos
são parte das 10 dimensões do nosso universo.

O líder do Seder mobiliza agora todos os esforços e energia em uma única força coletiva, elevando-a aos Mundos
Superiores ao lançar o Birkát Hamazon.

Servimos o terceiro copo e recitamos a seguinte bênção sobre o alimento:


(ver página 76 da Hagadá Cabalística)

ESTÁGIO QUATORZE: HALEL (pág 94)


O Halel conecta-se com Malchut, nosso âmbito físico de existência. O valor numérico de Halel é o mesmo de
Lámed, Lámed, Hei ‫ ללה‬, um dos 72 Nomes de Deus (56). É também o mesmo valor numérico de Álef, Dalet,
Nun, Iud ‫אדני‬, o nome de Deus que se correlaciona diretamente e transmite energia para o nosso mundo físico.

(56) Os 72 Nomes de Deus é uma fórmula usada por Moisés para engendrar milagres no Egito. Esta fórmula
esteve oculta dentro do Zohar sagrado por mais de 2000 anos. Consiste nas 72 sequências de três letras
codificadas dentro da história do Êxodo na Torá. Cada sequência de três letras nos fornece um poder específico
para superar as diversas características negativas da natureza humana, da mesma forma que Moisés usou esta
tecnologia espiritual para suplantar as leis da mãe natureza.

ESTÁGIO QUINZE: NIRTZÁ (pág 118)


Através das ações do Nirtzá, estamos assegurando que todos os nossos esforços e solicitações feitos até agora
sejam aceitos no Mundo Superior. Estamos utilizando o poder da certeza para garantir que temos o poder de sair
do “Egito” (caos). Estamos injetando certeza no processo e no resultado. Queremos que todos aqueles no mundo
que estejam tomando parte no Seder de Pessach também completem suas tarefas com sucesso.

Antes de recitar o Nirtzá, temos que remover toda incerteza ou dúvida de nossa consciência.

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