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paço em Giddens
Introdução............................................................................................................................3
Modernidade........................................................................................................................4
As ambiguidades da modernidade em Simmel....................................................................5
Simmel e Bauman Modernidade e individualização….......................................................6
As dimensões institucionais da modernidade......................................................................7
Tempo e espaço...................................................................................................................7
Conclusão............................................................................................................................9
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Introdução
3
Modernidade
O autor define modernidade como sendo um “estilo, costume de vida ou organização social,
que emergiram na Europa a partir do séc. XVII e que ulteriormente se tornaram mais ou menos
mundiais em sua influência”. Giddens rompe com a abordagem feita pelo Jean-François Lyotard no
que toca ao conceito sobre pós-modernidade. Para este o conceito de pós-modernidade está
relacionado com a crença no progresso humanamente pensado; Lyotard acredita igualmente, que é
possível demonstrar “um conhecimento generalizável sobre a vida social e padrões de
desenvolvimento social”.
Existe diferenciação entre os conceitos: modernidade, modernismo, pós-modernidade e pós-
-modernismo. Passarei a explicitá-los de acordo com a óptica do autor d'As consequências da
modernidade.
Modernismo está relacionado com as artes plásticas, literatura e arquitectura, o seu objectivo
compromete-se pela reflexividade estética sobre a “natureza da modernidade”1.
Por seu lado o pós-modernismo está intimamente ligado a uma rescisão com a própria
modernidade, ou seja, é um momento de passagem da modernidade (está relacionada com
descobertas, tais como, a relatividade do conhecimento, o fim da ilusão de uma História com
teleologia, e esta é uma verdadeira crítica ao progresso, nem sempre ele trás um futuro melhor, um
futuro de paz) para algo que advém após ela, mas esta passagem de uma para outra não se faz com
um carácter evolutivo, mas sim, volto a frisar, de uma forma em que não permite à História ter ma
coerência ao ponto de nos podermos situar-nos nela.
Tradição e modernidade são termos contrastantes, nas palavras de Giddens. Tradição para o
autor é um “modo de integrar a monitorização da ação com tempo e o espaço(…), insere qualquer
atividade ou experiência particular dentro da comunidade do passado, presente e futuro (…). Não
é inteiramente estática”2. Esta tradição quando é justificada pela reflexividade torna-se uma
tradição “forçada”, na medida em que ela está falsificada
A reflexividade está “na base do sistema”3, ela está responsável pelo exame das práticas
sociais, de forma a que as mesmas praticas possam ser reformadas. E este tipo de mentalidade busca
sempre o novo, como diz Giddens, mas esta busca é apenas uma reflexão sobre ela própria.
A vivência proporcionada pela modernidade livrou-nos de qualquer tipo de características da
ordem das sociedades tradicionais, como sejam, “em extencionalidade quanto em sua
intencionalidade”4, ou seja, no nível da extencionalidade devido à sua magnitude global, no
patamar da intencionalidade no que concerne à alteração das vivências/existências quotidianas. No
entanto isto, segundo ao autor, não significa que não se encontram presentes nas nossas existências
1 In As consequências da modernidade, p. 45
2 Idem, p. 38
3 Idem, p.39
4 Idem, p.10
4
traços característicos da ordem tradicional, estas encontram-se entrelaçadas e ligadas. Quais as
diferenças entre as sociedades de ordem tradicional e a moderna? A primeira diferença assenta
precisamente no “ritmo de mudança”5, exemplo disto é a tecnologia; uma outra descontinuidade é
o “escopo da mudança”; a terceira característica é “natureza intrínseca das instituições
modernas”6.
O autor vai, agora, analisar a segurança e o risco presentes na modernidade. O risco que os
fundadores da Sociologia, em comum, aceitam é o trabalho industrial, este tem a capacidade de
degradar quem nele labora; o segundo é o poder político (aqui enquadra-se o poder ditatorial, que os
fundadores associavam às sociedades pré-modernas); o terceiro é o desenvolvimento militar, este
ganhou um amplo poder destrutivo, o qual é visto pelos fundadores na I Guerra Mundial e desde a
uns tempos a esta parte o perigo de um confronto tão destrutivo como um conflito nuclear.
Com todos estes perigos associados à modernidade, o autor, justifica a decrescente crença no
progresso, levando mesmo a admitir que a História “leva a lado nenhum”7. Ao fazer uma viagem
pelos clássicos da Sociologia, Giddens, afirma que vivenciamos, no tempo presente, uma
modernidade “multidimensional no âmbito das dimensões”8
A metrópole coloca num mesmo local as variadas diferenças dos seus habitantes, ao invés de
um lugar pequeno onde as diferenças são consideradas negativas, na cidade elas são consideradas
um símbolo do individualismo.
Para Bauman existem duas modernidades a sólida e a líquida. Estas consistem na seguinte
diferenciação:
1.Modernidade sólida: esta existe na medida em que se tem ideia da modernidade; tem como base o
domínio do mundo pela razão, técnica, por forma a que o mundo se tornasse um local melhor para
se viver; as unidades de análise são os Estados-Nações 13 e a própria ciência 14. Assim o projecto
moderno pode seguir para a sua realização. Foi graças aos avanços técnicos que houve uma
destruição dos fundamentos do espaço e do tempo. Considerado por Bauman como uma pré-
modernidade.
2.Modernidade líquida: aqui, ao contrário da modernidade anterior, a diferença é um factor de
extrema importância, ou seja, existe o valor da individualização.
Pode-se perceber em Simmel que a modernidade trouxe maior autonomia ao indivíduo
(como exemplo disto temos o próprio desenvolvimento do individualismo). Dentro da análise de
12 In Ciências Sociais Unisimos 43 (1):57-67, Janeiro/Abril 2007; Geog Simmel e as ambigiodades da modernidade, p.
60
13 " (...) fornecia os critérios para avaliar a realidade do dia presente. Esses critérios dividiam a população em planas
úteis a serem estimuladas e cuidadosamente cultivadas e ervas daninhas a serem removidas ou arrancadas”; autor
citado no artigo Simmel e Bauman: modernidade e individualização, emTeses, revista electrónica de pós-graduados
em sociologia política na UFSC, nº4 Agosto-Dezembro/2007
14 " A ciência moderna nasceu da esmagadora ambinção de conquistar a Natureza e suburdiná-la às necessidades
humanas. A louvada curiosidade cintífica que teira levado os cientístas «aonde nenhum homem ousou ainda»
nunca foi isena da estimulante visão de controle e administração, de fazer as coisas melhores do que são (isto é,
mais flexívies, obedientes, desejosas de servir)" , idem
6
Simmel pode-se encontrar dois tipos de individualismo, o quantitativo e o qualitativo. O primeiro
está relacionado com os ideais Iluministas que se prendem com a liberdade individual. O segundo
só existe se forem considerados os valores da igualdade e liberdade enquanto valores universais
(isto está relacionado com o primeiro tipo de individualismo), e este está relacionado com os ideais
românticos.
Pode-se observar a importância da cultura como forma de objectivação, ela é vista como um
processo e progresso. Como consequência da autonomia do dinheiro face aos indivíduos, tornam-se
progressivamente valores da modernidade a técnica e a especialização, assemelhando-se com a
análise de Weber. Para Simmel modernidade é responsável pela aceleração e diluição do tempo e do
espaço; o objecto de Simmel é os modos de vida característicos da modernidade, influenciados pela
introdução do dinheiro na metrópole e na cultura moderna.
Para esta temática o autor segue com uma questão de partida: “as instituições modernas são
capitalistas ou modernas?”.
Para responder a esta pergunta, primeiro há que definir os conceitos. Capitalismo “é um
sistema de produção de mercadorias, centrado na exploração da propriedade privada do capital e
o trabalho assalariado sem posse de propriedade”15, por seu turno, industrialismo “é o uso de
fontes inanimadas de energia material na produção de bens, combinado ao papel central da
maquinaria no processo de Produção”16. Autor, no entanto, afirma que um é o sub-tipo do outro.
O industrialismo traz com ele toda uma forma de organização social com ele, indica
Giddens. Visto ser importante coordenar máquina, homem e “as aplicações e produções de
matérias-primas e bens”17.
Mas respondendo à questão, o autor socorre-se de Marx, dizendo que o capitalismo precedeu
o industrialismo. Giddens reconhece ao capitalismo a importância do impulso para o
desenvolvimento das instituições modernas, mas este impulso não se deve apenas ao capitalismo,
deve-se igualmente ao Estado-Nação, estes detém o poder administrativo, contrapondo aos estados
pré-modernos.
Tempo e espaço
O tempo nas sociedades pré-modernas era medido pelo calendário, e esta invenção é
comparada à invenção da escrita nos tempos antigos. Na modernidade a invenção de calcular o
tempo foi o relógio mecânico, este segundo Simmel era de extrema importância, de tal modo, que
15 Idem, p. 53
16 Idem, p.53
17 Idem, p53
7
se a hora se atrasasse ou adiantasse causaria enormes distúrbios; esta mudança foi acompanhada
pela expansão da modernidade, de forma planetária, no entanto, esta transformação ainda está em
curso. Relacionado a este momento do trabalho – tempo – é “a padronização do tempo através das
regiões”18. E com isto quer o autor dizer que antigamente, mesmo em regiões dentro do mesmo
Estado, a diferença, no que toca ao tempo, era diferente, assim sendo o tempo passou a ser
calculado da mesma forma e de forma igual. A consequência que esta alteração trouxe foi a de
permitir controlar os espaço de forma mais eficiente, pois, a condição para o controle ser mais
rigoroso é uniformizando o tempo em todos os locais num mesmo Estado.
Com o surgimento da modernidade, o espaço e o tempo vão se separar. E isto deve-se à
“representação do espaço sem referencia a um local privilegiado que forma um ponto favorável
específico”19 e “a substituição de diferentes unidades espaciais”20. O que causou estas mudanças,
no que toca ao espaço, foi, segundo ao autor, o movimento das descobertas. Este precisou de um
mapeamento, no qual estava presente o globo, um planisfério. Para o autor a importância que teve
este acontecimento (descontinuidade entre o tempo e o espaço) prende-se com os seguintes tópicos:
1.É o principal factor de descontinuidade entre “a actividade social e seus «encaixes»”21;
2.“Proporciona os mecanismos de engrenagem para aquele lugar distintivo da vida Social
moderna, a organização racional”.
3.“Historicidade radical associada à modernidade depende de modos de «inserção» no tempo e no
espaço que não eram disponíveis para as civilizações precedentes”.
No que toca ao papel do dinheiro, Giddens, concorda com Simmel, ele é um dos traços
característicos da modernidade. E aqui Giddens, segundo Parsons, caracteriza os diversos tipos de
dinheiro. O primeiro tipo é o “dinheiro mercadoria”, estes está relacionado com “um primeiro passo
no caminho da transformação da permuta numa economia de dinheiro”22; o segundo é o “dinheiro
bancário”, aqui o Estado tem que intervir na forma qualidade de fiador e padronizador dos valores
que são emitidos de forma privada, e pela acção do Estado se torna difundido. As sua qualidades
estão aos níveis de crédito e débito.
Em Simmel o dinheiro é uma forma privilegiada de união e separação dos indivíduos.
União, porque através das relações comerciais une pessoas que, se não fosse o comércio, não
estariam juntas, separa porque cria relações de poder, ou seja, criam-se relações impessoais, sem
vínculos. O dinheiro tem, também, a capacidade de nivelar a sociedade reduzindo tudo ao comércio.
18 Idem, p. 22
19 Idem, p. 23
20 Idem, p. 23
21 Este ponto e os ulteriores são retirados da mesma obra e página (As consequências da modernidade, p.)
22 Idem, p. 26
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Conclusão