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Colégio Pedro II - Unidade São Cristóvão III

Coordenação de História

Ana Carolina de Almeida Pinho


Ester Dantas Dória Levi
Luciana Silva de Lima
Raisa Silva da Rocha

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO PÓS-DITADURA MILITAR


2

Rio de Janeiro
2010

ANACAROLINA DE ALMEIDA PINHO


ESTER DANTAS DÓRIA LEVI
LUCIANA SILVA DE LIMA
RAISA SILVA DA ROCHA

A LIBERDADE DE IMPRENSA NO PÓS-DITADURA MILITAR


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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO
4

Este trabalho tem como objetivo analisar os aspectos gerais da censura com foco nos
meios de comunicação, veículo chave para a transmissão de fatos, conceitos e ideologias.

Considera-se por ponto de partida a Ditadura, momento crucial na censura brasileira


em que se opõe a censura atual, mostrando que a restrição persiste em nossas vidas.

Mesmo após o fim da Ditadura, ainda havia um resquício da censura excessiva, uma
lei que punia exageradamente os jornalistas que tentavam cumprir sua função na sociedade, a
de informar o povo, porém eram impedidos por artigos que ao mesmo tempo em que dão
liberdade, retiram-na.

Posteriormente, será feita uma análise do poder de coerção da mídia, apontando o seu
reflexo na opinião da sociedade, além de mostrar como se comporta em relação aos aspectos
da moral e da ética.

CAPÍTULO 1

CENSURA NA DITADURA
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No período do regime militar, na década de 60 e 70, os veículos de comunicação


estavam sujeitos a uma forte censura, que foi um dos meios utilizados pelo regime militar para 
calar seus opositores e impedir que qualquer tipo de mensagem contrária aos seus interesses 
chegasse a ser divulgada. 

   

Figura 1- Censura

Em dezembro de 1968 foi publicado o Ato Institucional nº5, que foi um decreto
emitido no qual era suspensa várias garantias constitucionais, e que institucionalizou o caráter
ditatorial do regime e tornou a censura implacável até o início do governo Geisel, em 1975.
Logo após o golpe, a censura passou a ser exercida de um modo propriamente oficial
e institucionalizada por leis. “Pequenos jornais de esquerda ligados a João Goulart, como
“Politika”, “Folha da Semana” e “O Semanário”, foram depredados, igualmente ocorreu com
um grande jornal da época, o “Última Hora” por ser simpático ao presidente deposto. á o
"Correio da Manhã", por denunciar os excessos dos militares, teve sua proprietária presa,
além da sede invadida e interditada.

Foi instituída a censura previa pelo decreto-lei 1.077, de 21 de janeiro de 1970, que
permitia a execução da lei de duas formas: ou censores instalavam-se nas redações dos jornais
e das revistas permanentemente para vetar caso necessário ou jornais e revistas eram
obrigadas a enviar antes para a Divisão de Censura do Departamento de Policia Federal,
localizado em Brasília, o que pretendiam publicar. Trabalhos artísticos ou informativos eram
submetidos a uma avaliação realizada por agentes da policia federal, com base em critérios
morais ou políticos, a fim de decidirem sobre a conveniência de serem ou não autorizados
para apresentação ao público. Isso quer dizer que a população só podia ver e ouvir o que a
polícia federal previamente aprovasse. O objetivo era filtrar as “impurezas” dos veículos de
comunicações. Podemos até dizer que naquela época a conduta brasileira era controlada pela
polícia federal através dos veículos de comunicação.
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O controle sobre a imprensa já havia sido regulamentado pela lei 5.250, de 9 de


fevereiro de 1967, a Lei de Imprensa, que obviamente restringia a liberdade de expressão. No
entanto, a situação se tornou mais crítica com a edição do AI-5, bem como com a do decreto-
lei 898, denominado Lei de Segurança Nacional ou LSN, de 29 de setembro de 1969,
complementada no ano seguinte pelo já citado decreto-lei 1.077.

Além disso, a atividade de censura era exercida informalmente por meio de


telefonemas e comunicados por escrito que não autorizavam a publicação de determinados
assuntos. Não satisfeito, o governo também utilizava da pressão econômica, prejudicavam as
empresas estatais dos órgãos que o contrariavam, retirando a publicidade. O “Jornal do Brasil
do Rio de Janeiro foi vitima desta situação, perdeu 15% de sua receita, sendo obrigado a
mudar sua postura com relação aos militares, isto é, abrandar sua postura crítica em relação ao
governo.

A liberdade de expressão passou por várias fases, que em certos momentos a


população era reprimida, oprimida, praticamente impossibilitada de expor sua opinião. Os
jornais só podiam publicar o que lhes eram permitidos, ou seja, não poderiam fazer críticas
nem ir contra o governo reprovando suas atitudes, pois assim induziriam a sociedade a se
rebelarem, e era o que obviamente não era desejado pelos detentores do poder, devido a isso
havia uma forte censura que não deixava tais informações se espalharem.
7

Figura 2-

Sobre isso escreveu, Albert P. e Terrou F., jornalistas que eram impedidos de tratar
dos assuntos políticos da atualidade e praticamente não tinha mais sobre o que falar, já que
tudo passava por censores.

Desde que eu não fale, nos meus escritos, nem da autoridade, nem do culto, nem da
política, nem das pessoas bem situadas, nem das corporações acreditadas, nem da
Ópera, nem dos outros espetáculos, nem de ninguém que dependa de alguma coisa,
posso imprimir tuo livremente, sem a inspeção de dois ou três censores. Para
aproveitar essa doce liberdade, anuncio um escrito periódico e, acreditando não
invadir a seara de ninguém, o chamo de Jornal inútil. Bah! Vejo levantarem-se
contra mim mil pobres diabos na folha: sou suprimido e eis-me outra vez sem
emprego.
( Albert P. e Terrou F., 1990, p.15)

Durante o período de censura movimentos culturais e estudantis foram oprimidos


com a finalidade de que estes não incitassem a população contra o governo vigente que fora
instaurado através do uso da força. Essa época foi caracterizada pelo desaparecimento, tortura
e morte de muitos dos considerados 'rebeldes' ao passo que muitos artistas foram mandados
para o exílio. Posteriormente, com o fim da ditadura e com a anistia, a população tentou
reaver o direito, que lhes foi tirado e iniciou uma corrente ideológica que almejava a garantia
da liberdade de expressão e imprensa.
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Figura 3- Anistia

As formas de manifestação da insatisfação com o governo militar que atuava, era desde
músicas que continham mensagens às vezes de forma subentendida, como a música Cálice de
Chico Buarque e Gilberto Gil:
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta

__________________________
1
ALBERT P. E TERROU F. História da Imprensa. Tradução de Edison Darci Heldt. São Paulo: Martins
Fontes, 1999.
9

Os trechos da música acima poderiam ser confundidos com uma divagação religiosa,
porém a mensagem real era de que a palavra Cálice, possuía o som idêntico à Cale-se,
trazendo consigo uma critica implícita.
Outras de maneira mais explicitada como, por exemplo, a música Para não dizer que
não falei das flores ( Caminhando ) de Geraldo Vandré:
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão...

A música de Geraldo Vandré foi proibida de ser executada durante o regime militar
devido sua letra trazer mensagens de insatisfação com o poder autoritário da época, como, por
exemplo, nos versos mencionados acima. Além dessas mensagens, os versos da composição,
muitos terminavam com “ão” o que tornava à música mais fácil de ser memorizada e com isso
a idéia contida na mesma, se disseminavam mais rapidamente.
Porém as idéias contra a ditadura não estavam somente nas músicas, peças teatrais
como Arena dos Zumbis e Arena Contra Tiradentes escritas por Boal e Guarnieri e O Rei da
Vela escrita por Oswald de Andrade também continham mensagens contra o regime.

CAPÍTULO 2

LEI DE IMPRENSA

A Lei de Imprensa foi aprovada em fevereiro de 1967, no ápice da Ditadura Militar,


regime autoritário, cujo objetivo era de regular a liberdade de manifestação do pensamento e
de informação. Por esta razão, um projeto para a aprovação de uma nova lei está sendo
considerado. Na prática, a lei serviria para punir de forma mais dura os profissionais dos
meios de comunicação, pois garante desde a censura prévia, a apreensão de publicações e a
prisão de jornalistas até a proteção das autoridades diante do trabalho investigativo da
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imprensa, que segundo a ação, fere princípios da Constituição Federal de 1988. Entretanto,
diferentemente do esperado, não houve um consenso entre as partes em questão, gerando um
conflito de interesses e desencadeou uma série de questionamentos sobre a real necessidade
de uma lei específica de imprensa.

Desde o início da Lei nº 5.250, críticas foram feitas pelos profissionais da área e pela opinião
pública, pois a proposta foi elaborada pelo Presidente Castello Branco, general do Exército,
que chegou ao poder pela força. O relator foi o Deputado Federal, do Rio Grande do Sul, Ivan
Luz (ARENA) que conduziu uma manobra política no Congresso para impedir a aprovação
de um substitutivo.

Em um debate entre a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e a Revista Imprensa, o


presidente da OAB, Rubens Approbato Machado e o editor da revista Imprensa, Sinval Leão
expuseram suas opiniões sobre o assunto. Para Rubens, a lei de imprensa era um rastro do
autoritarismo e por isso, devia ser banida da legislação e também pôs em questão a
necessidade da elaboração de uma nova lei. Já o editor da revista, era a favor da inexistência
de qualquer lei referente à Imprensa. Para ele, nos códigos civil e penal já existiam
instrumentos suficientes para resolver os problemas de crimes de imprensa, assim os
jornalistas não seriam discriminados perante outros cidadãos, defendendo apenas, que a
importância do direito de resposta deveria ser assegurado e regulamentado.

A garantia da pluralidade de versões, sobretudo para impedir a manipulação e a


distorção da notícia é, por exemplo, fundamental à nova Lei de Imprensa e alguns aspectos
que geraram intensa polêmica de prisões e indenizações por danos morais precisavam ser
revistos. Citando como exemplo, no caso da privação da liberdade, substituir-se-ia tal pena
pela prestação de serviços à comunidade, reconhecendo que esta punição só deve ser aplicada
para crimes bárbaros, como homicídios, seqüestros, entre outros, sintonizando assim a nossa
legislação à dos países democráticos do mundo.

Entretanto o maior problema centrado na discussão do projeto da nova lei de


imprensa é a pouca receptividade do Congresso para regulamentar as disposições dos arts.
220 a 224 da Constituição, que trata da democratização dos meios de comunicação. São temas
que não encontram consenso nem sequer na classe jornalística.
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A Lei de Imprensa foi questionada no Supremo pela primeira vez em 2007, quando o
deputado Miro Teixeira, autor da ação, alegou que a atual legislação impõe sanções muito
severas e, portanto, acaba sendo usada como instrumento contra a liberdade de expressão dos
meios de comunicação.

Na primeira análise do caso, em Fevereiro de 2008 , o STF havia suspendido


provisoriamente a vigência 20 dos 77 artigos da lei de Imprensa. Entre os artigos suspensos
estão dispositivos relacionados às punições previstas para os crimes de calúnia e difamação.
Citando como exemplo, a Lei de Imprensa estabelece pena de seis meses a três anos de
detenção, enquanto no Código Penal o período máximo de detenção é de dois anos.

A lei que carregava o ranço do regime militar foi elaborada para inibir qualquer ação
que poderia ir contra o Governo e não poderia permanecer nos dias atuais, em que deveria
predominar uma visão mais democrática e igualitária.

Devido à imprensa lidar com os fatos cotidianos que movem a sociedade, exerce
significativa influência na formação da opinião pública. O direito à informação, à coletividade
e à privacidade da pessoa são questões que se encontram em constante conflito. Pelo princípio
da proporcionalidade, a sociedade merece acima de tudo o direito à informação, porém
mesmo sendo só um cidadão ofendido terá ele direito à tutela legal. A Associação Brasileira
de Imprensa, pelo seu representante, manifestou-se após a decisão do STF, explicando que o
salutar é uma legislação mínima, que garanta os direitos individuais diante do direito maior da
sociedade à liberdade de expressão, mas que nunca possa significar intimidação contra essa
liberdade.
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Figura 4

O ministro Carlos Britto, relator do caso, disse que era necessário extinguir a lei
totalmente, considerando que a lei é materialmente contrária à Constituição de ponta a ponta.
“Há uma necessária linha direta entre a imprensa e a sociedade civil. Se se prefere, vigora em
nosso ordenamento constitucional uma forma de interação imprensa/sociedade civil que não
passa, não pode passar pela mediação do Estado (Ministro Carlos Britto) e ainda lembra que
“Cada conteúdo poético é tão importante que exige para si uma forma exclusiva. Não existe
uma única forma para todo e qualquer poema” e conclui: “Na imprensa, é tudo tão importante,
que para cada matéria que a circunda é necessário uma lei”

Britto defende que sejam feitas leis específicas para tratar de indenização em caso de
ofensa, outra para tratar das sociedades em empresas jornalísticas, outra que regule direito de
resposta e assim por diante, mas nunca uma regra que influa na atividade específica de
informar. “Não pode haver lei dispondo sobre o tamanho e a duração do exercício da
liberdade de expressão.”

Na retomada do julgamento, no dia 30 de Abril de 2009, o ministro Menezes Direito


defendeu o equilíbrio entre a liberdade de imprensa e a dignidade da pessoa humana. Para
Direito, a democracia, para subsistir, depende da informação, e não apenas do voto.

O ministro considerou que é preciso encontrar um ponto que nem destrua a liberdade
de imprensa, nem rebaixe a dignidade do homem, mas não se podem criar condições de
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intimidação para o exercício da atividade jornalística, como fazia a lei da Imprensa. Relata
Direito :

A liberdade de imprensa não se compraz com uma lei feita com a preocupação de
restringí-la, de criar dificuldades ao exercício dessa instituição política. Qualquer lei
que se destine a regular a liberdade de imprensa não pode revertir-se de caráter
repressivo que a desnature por completo.

“A imprensa pode ser destrutiva de pessoas públicas e privadas como temos


assistido neste país. Sou defensor da mais ampla liberdade de imprensa especialmente sobre a
fiscalização de agentes públicos, mas tenho reticências que o mesmo tratamento seja dado ao
cidadão comum”, defendeu o Ministro Joaquim Barbosa.

Único que votou pela rejeição total da ação, e defendeu a manutenção total da lei, o
ministro Marco Aurélio começou sua explanação com uma questão: “A quem interessa o
vácuo legislativo?”. Para, em seguida, responder: “Com a revogação da lei não passaremos a
ter liberdade. A liberdade já existe. Passaremos a ter conflitos de interesse resolvidos com
critério de plantão, estabelecido pelo julgador”.

O que muda com a derrubada da Lei de Imprensa

Com a alteração das regras, ações terão de ser baseadas nos códigos Penal e Civil.
Como conseqüência, haverá mudanças nas possíveis penas a serem aplicadas.

• Calúnia
O que dizia a Lei de Imprensa: quem cometia calúnia poderia ser punido com
detenção de 6 meses a 3 anos e multa de 1 a 20 salários mínimos.
O que dizem os códigos Civil e Penal: no Código Penal, quem comete calúnia está
sujeito a penas de 6 meses a 2 anos de detenção e multa.
• Difamação
O que dizia a Lei de Imprensa: quem difamava alguém poderia ser punido com
detenção de 3 a 18 meses e multa de 2 a 10 salários mínimos.
O que dizem os códigos Civil e Penal: pelo Código Penal, quem difama pode ser
punido com detenção de 3 meses a 1 ano e aplicação de multa.
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• Injúria
O que dizia a Lei de Imprensa: quem cometia injúria poderia ser punido com detenção
de 1 mês a 1 ano ou multa de 1 a 10 salários mínimos.
O que dizem os códigos Civil e Penal: pelo Código Penal, a pena para quem comete
injúria pode ser de detenção de 1 a 6 meses ou multa.
• Indenização
O que dizia a Lei de Imprensa: a eventual indenização deveria ser fixada em valores
que variavam de 2 a 20 salários mínimos.

O que dizem os códigos Civil e Penal: o Código Civil não prevê limitação para os
valores referentes a eventuais indenizações.

ALGUNS ARTIGOS

Art. 53.( Lei da Imprensa)

No arbitramento da indenização em reparação do dano moral, o juiz terá em conta,


notadamente:
I - a intensidade do sofrimento do ofendido, a gravidade, a natureza e repercussão da
ofensa e a posição social e política do ofendido;
II - a intensidade do dolo ou o grau da culpa do responsável, sua situação econômica
e sua condenação anterior em ação criminal ou cível fundada em abuso no exercício
da liberdade de manifestação do pensamento e informação;
III - a retratação espontânea e cabal, antes da propositura da ação penal ou cível, a
publicação ou transmissão da resposta ou pedido de retificação, nos prazos previstos
na lei e independentemente de intervenção judicial, e a extensão da reparação por
esse meio obtida pelo ofendido.

Art. 60. ( Lei da Imprensa)

Têm livre entrada no Brasil os jornais, periódicos, livros e outros quaisquer


impressos que se publicarem no estrangeiro.

§ 1º O disposto neste artigo não se aplica aos impressos que


contiverem algumas das infrações previstas nos arts. 15 e 16, os quais
poderão ter a sua entrada proibida no País, por período de até dois
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anos, mediante portaria do juiz de direito ou do Ministro da Justiça e Negócios


Interiores, aplicando-se neste caso os parágrafos do art. 63.
§ 2º Aquele que vender, expuser à venda ou distribuir jornais,
periódicos, livros ou impressos cuja entrada no País tenha sido
proibida na forma do parágrafo anterior, além da perda dos mesmos,
incorrerá em multa de até Cr$ 10.000 (dez mil cruzeiros) por exemplar
apreendido, a qual será imposta pelo juiz competente, à vista do auto
de apreensão. Antes da decisão, ouvirá o juiz o acusado, no prazo de
quarenta e oito horas.
8§ 3º (Revogado.)

Art. 15. ( Lei da Imprensa)


Publicar ou divulgar:
a) segredo de Estado, notícia ou informação relativa à
preparação da defesa interna ou externa do País, desde que o sigilo
seja justificado como necessário, mediante norma ou recomendação
prévia determinando segredo, confidência ou reserva;
b) notícia ou informação sigilosa, de interesse da segurança
nacional, desde que exista, igualmente, norma ou recomendação
prévia determinando segredo, confidência ou reserva.
Pena - de um a quatro anos de detenção.

Art. 16. ( Lei da Imprensa)


Publicar ou divulgar notícias falsas ou fatos verdadeiros
truncados ou deturpados que provoquem:
I - perturbação da ordem pública ou alarma social;
II - desconfiança no sistema bancário ou abalo de crédito de
instituição financeira ou de qualquer empresa, pessoa física ou
jurídica;
III - prejuízo ao crédito da União, do Estado, do Distrito Federal
ou do Município;
IV - sensível perturbação na cotação das mercadorias e dos
títulos imobiliários no mercado financeiro.
Pena - de um a seis meses de detenção, quando se tratar do autor
do escrito ou transmissão incriminada, e multa de cinco a dez salários
mínimos da região.

A Lei da Imprensa é permissionária e antagônica, ao mesmo tempo em que cita a


liberdade, informa que se tem um limite para a expressão, ou seja, ao mesmo tempo em que
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permite expressões, pune quem expressa a verdade direcionada a pessoas específicas. A


liberdade é vista como um mundo cheio de aparos e arestas.

O artigo 60 expõe a liberdade de publicação, porém limitada por outros dois artigos,
15 e 16, da mesma, ocasionando assim uma contrariedade de informações tornando- a
incoerente e de difícil compreensão.

CAPÍTULO 3
CENSURA

Definição: Censura é toda a forma de repressão a qualquer manifestação de idéias.

Assim, define- se liberdade de expressão como liberdade de pensamento e


discussão; liberdade de explorar e descobrir, coodenar e divulgar aquilo que
conhecemos, pensamos ou sentimos.
(Nicholas Capaldi, Da liberdade de expressão)

A verdadeira missão da imprensa, mais do que a de informar e divulgar fatos, é a de


difundir conhecimentos, disseminar a cultura, iluminar as consciências, canalizar as
aspirações populares. Enfim, orientar a opinião pública no sentido do bem e da verdade. Para
tanto, é preciso, necessariamente, liberdade de expressão e manifestação de pensamento, pois,
a imprensa tem o dever de informar e a população o direito de ser informado. A imprensa livre
é a interprete da opinião pública e orientadora do destino dos povos.

__________________________
2
CAPALDI, Nicholas. Da Liberdade de Expressão: uma antologia de Stuart Mill a Marcuse. Rio de Janeiro:
FGV, 1974. 237p
17

Figura 5 – “Se a informação não chega, a opinião não sai.”

Não apenas jornalistas, mas os cidadãos em geral devem saber o que está
acontecendo no país. Independente de qualquer coisa cabe aos veículos de comunicação fazer
esse papel afinal, um dos princípios do jornalismo é a prestação de serviço a comunidade,
fiscalizando e denunciado o que está errado. Se jornalistas forem julgados por uma lei que
teve como base um período ditatorial, e passa por cima até da Constituição Federal, fica sem
sentido a profissão. Uma vez que estamos vivendo em tempos atuais de democracia, onde as
necessidades de informação são diferentes, a sociedade hoje exige saber os fatos para serem
analisados, exigem saber a verdade. O que é um direito de todos.

“Todo cidadão tem direito à liberdade de expressão, compreendida a liberdade de


opinião e de crítica, e a de receber ou comunicar informações ou idéias, sem a
intervenção de autoridade pública ou de poderes relacionados a cada país.”
(Nicholas Capaldi, Da liberdade de expressão).

__________________________
3
CAPALDI, Nicholas. Da Liberdade de Expressão: uma antologia de Stuart Mill a Marcuse. Rio de Janeiro:
FGV, 1974. 237p
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Hoje   em   dia,   recebemos   um   “bombardeio”   de   informações   vindas   de   diversos 


veículos de comunicação, como o rádio, a televisão, os jornais, as revistas, a Internet, etc… É 
muito discutido o quanto a imprensa em geral nos influencia. Sempre se soube que a imprensa 
pode   formar   opiniões.   Evidentemente   este   foi   um   dos   motivos   que   levou   a   censura   da 
imprensa.

Um fato que ajudou a aumentar a censura foi o conflito entre deputados e a mídia.
Através da mídia, os escândalos de corrupção, lavagem de dinheiro e esquemas ilícitos eram
escancarados para a grande população que se revoltava cada dia mais com a política
brasileira, prejudicando assim, a imagem dos políticos. Com isso foram os projetos, emendas
e substitutivos engendrados para limitar à ação dos jornalistas e dos veículos de comunicação.
Com essas modificações na lei de imprensa, quem desrespeitasse a mesma, seria punido e
arcaria com as conseqüências, variando de acordo com os atos cometidos, não apresentavam
critérios nem limites para indenizações por calúnia, injúria e difamação.

Figura 6 – Charge ficha suja


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Um caso em que é explícito o uso da mídia e de leis a fim de divulgar somente o


benéfico e o necessário, é o caso que ocorreu em Minas Gerais com Aecio Neves, neto de
Tancredo Neves, que foi governador e concorreu a presidência. Estranhamente não se ouvia
críticas a ele nos jornais nem na televisão. Isso se deve ao fato de que ele, sufocava as vozes
que se levantavam contra ele.

No jornal Le Monde, um jornal francês, saiu uma matéria sobre Aecio Neves, na qual
foram ouvidos os críticos ao seu governo:

Com quais idéias esse filhinho de papai irá enfrentar este adversário?”, se pergunta
Fernando Massote, um professor de ciências políticas na Universidade Federal de
Minas Gerais. ‘ Ele não passa de um aventureiro que não defende valores
importantes para uma nação’. Para ele, o governador mineiro representa ‘a direita
conservadora a serviço de uma elite favorável à privatização de todos os serviços’. A
sua opinião vem se acrescentar àquela dos críticos para os quais o ‘choque de
gestão’ do governador não passa de uma ‘simples variante do Estado mínimo’, e o
‘déficit zero’ de uma simples maquiagem.
(Jornal Le Monde, 4 de janeiro de 2007)

Fernando Massote era um admirador de Tancredo, mas tornou-se um adversário


implacável do herdeiro, a quem ele atribui a responsabilidade pela sua demissão do jornal
local, o “Estado de Minas”. Após 23 anos de colaboração com esta publicação, o seu último
artigo opinativo, de tom acerbo, contra Aécio Neves, foi censurado. Assim, outros jornalistas
teriam sido demitidos em circunstâncias similares, o que incitou o sindicato dos jornalistas
mineiros (SJPMG) a condenar “o autoritarismo do governador”.

Mas a mídia não demonstrava este lado, só conseguimos saber da verdadeira


realidade através do jornal de outro país que fala a verdade por não depender de verbas
públicas; e através da internet, onde podemos encontrar o documentário intitulado “Liberdade,
essa palavra”, realizado por estudantes em jornalismo de Belo Horizonte, que denunciam as
pressões que têm sido exercidas pelo entourage do governador Aécio Neves.

Um noticiário brasileiro se referiu a matéria que saiu no jornal francês, dizendo que o
governador já estava sendo reconhecido no cenário internacional para a sucessão de Lula e
20

destacando apenas o charme e a espontaneidade do governador de Minas, que foi lembrado no


jornal, mas nem mencionaram as críticas feitas a ele.

Poupado pela imprensa política, Aécio Neves era paparicado pelas revistas dedicadas
às celebridades, que capricham na elaboração de uma imagem de play-boy. Em 2002, ele foi
eleito “um dos 25 homens os mais sexy do Brasil” pela revista “Isto É Gente”, que o
descreveu como “um solteiro charmoso, poderoso e inteligente, que faz sucesso na noite
carioca”.

Mesmo após anos com o fim de ditadura militar o que podemos encontrar é a censura
a liberdade de expressão, e principalmente a liberdade de imprensa, se pondo de forma
subjetiva, camuflada através dos meios.

Figura 7 – Censura disfarçada

A censura se encontra tão presente quanto no período militar, uma prova disso é o
fato de que os próprios arquivos e documentos deste período que até os dias atuais não são
disponibilizados integralmente para a população, somente uma pequena parte deste, é
colocado a disposição do povo brasileiro. Somente alguns arquivos do DOPS (Departamento
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de Ordem Política e Social ), órgão criado para manter o controle do cidadão e vigiar
manifestações políticas no período militar, dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo estão
disponibilizados porém, a maioria dos arquivos deste mesmo segmento ainda estão mantidos
sob sigilo e muitos estão até mesmo perdidos. Arquivos do DOI-CODI (Destacamento de
Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna), que foi um órgão
subordinado ao Exército, de inteligência e repressão criado pelo governo militar com a
finalidade de combater quem fosse contra o governo, são dados pelas autoridades como
destruídos.
Um exemplo de como a censura se mostra é o documentário Beyond Citizen Kane,
que foi um documentário britânico produzido por Simon Hartog e veiculado pela primeira vez
em 1993, onde mostrava a relação de poder entre imprensa e a ditadura militar. Esse
documentário foi censurado e declarado como proibido de ser veiculado no Brasil, porém, a
Rede Record comprou os direitos autorais de transmissão exclusiva. A obra mostra como a
Rede Globo apoiava e exercia grande influência nos meios políticos durante a ditadura
militar, os autores do documentário classificaram as atitudes da emissora como manipuladora
e formadora de opiniões. O grande acusado foi o ex-presidente da emissora, Roberto Marinho,
que no documentário chegou a ser comparado com Charles Foster Kane, um personagem
criado por Orson Welles para o Cidadão Kane, no qual Charles era um magnata da
comunicação dos Estados Unidos. Segundo o documentário, Roberto Marinho utilizava a
mesma estratégia que o personagem Kane utilizava para manipular as opiniões no filme.
A primeira exibição deste documentário no Brasil aconteceria no MAM-RJ (Museu
de Arte Moderna) em março de 1994. Um dia antes da estréia a policia militar recebeu uma
ordem judicial para apreender a cópia do filme e os cartazes de divulgação do mesmo,
ameaçando multar a administração do MAM-RJ, caso o filme fosse veiculado. A
conseqüência política foi a demissão do Secretário da Cultura, três dias após do fato ocorrido.
Durante os anos 90, o filme foi exibido em muitas universidades e em eventos que
não continham o anuncio de partidos políticos. Em 1995, a Rede Globo de Televisão entrou
com um pedido na justiça para tentar deter a veiculação do filme e apreender todas as cópias
do respectivo documentário, porém, teve seu pedido negado. Com a chegada dos anos 2000, o
vídeo se tornou muito popular e disponível na internet.
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Rede Globo tentou comprar os direitos autorais do documentário, porém, Hartog


havia feito um acordo antes de morrer, com organizações brasileiras impedindo que a Globo
tivesse meios para conseguir os direitos do filme. Até os dias atuais, o filme permanece
censurado, e a Rede Record aguarda a liberação da justiça para a transmissão do filme.

Hoje em dia, há artigos que se opoẽm a censura, na Constituição Federal, protegendo


o direito de se expressar:

Art. 5º, XIV (Constituição Federal/1988)


É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional.
Art. 220 (Constituição Federal)
A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer
forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto
nesta Constituição.
Art. 220 parágrafo 1º (Constituição Federal):
Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de
informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o
disposto nos art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.

Mas apesar destes artigos, podemos ver que não há uma real liberdade.

Uma das contradições que podem ser notadas, entre o período em que a Lei de
Imprensa foi suspensa e atualmente, deve-se ao fato de que a lei foi suspensa por ir contra a
constituição, contraria a nossa democracia, mas apesar disso foram criados outros decretos
que não condizem com nossa liberdade de expressão, nem com nossos direitos.

O protesto que teve na praia de Copacabana no dia 22 de agosto de 2010 é um


exemplo recente. Tiveram pessoas vestidas de palhaço e muitos profissionais dos meios de
comunicação e do teatro, atores e humoristas protestando no Rio de Janeiro contra a lei que
proíbe charges e sátiras de políticos durante o período eleitoral.
No protesto foram recolhidas assinaturas contra a lei, com o objetivo de romper com
a lei ou modificá-la, aprovada pelo parlamento em 1997 e em vigor até hoje, ela proíbe nos
programas de rádio ou de TV a trucagem, a montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo
que, de alguma forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido político ou coligação nos
90 dias que antecedem as eleições, o que acaba inviabilizando piadas com candidatos, pois
essas não podem ser feitas sem os expor ao ridículo.
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Em outras democracias como a dos Estados Unidos, são autorizadas as piadas com
os políticos, fazem parte do processo eleitoral, até os candidatos chegam a participar de sátiras
e programas de humor, próximos a eleições. Há consciência de que a brincadeira acaba por
ajudar o povo a decidir em quem votar, pois a sátira não é uma distorção da realidade, mostra
às vezes de forma subjetiva verdades que ajudam a construir opiniões e debates públicos.

CAPÍTULO 4
MORAL E ÉTICA

Passado o regime militar, o retorno à Democracia aboliu todos os órgãos de censura. 
Saímos do extremo de “filtro em demasia” e fomos parar no extremo oposto, “nenhum filtro”. 
A conseqüência disso logo floresceu, deixamos de ser controlados pela polícia federal e 
passamos a ser controlados pelos diretores de rádio e de TV. Hoje eles fazem de nós tudo o 
que bem querem, nos induzindo a isso ou àquilo através do que denominam arte, cultura e 
entretenimento, (programas de auditório, novelas, entrevistas manipuladas, reportagens 
tendenciosas, etc...). 

A mídia manipula as informações para mostrar para nós apenas o que ela quer que 
nós saibamos. Ela pode dar mais ênfase em alguma coisa para tirar a nossa atenção de outras 
coisas mais importantes que estejam acontecendo no mundo. A mídia nos manipula e 
funciona como uma censora também só fala o que quer que a população saiba e do jeito que 
quer que ela saiba, ela diz ser imparcial, mas sempre apresenta a situação de uma forma que já 
nos induz a acreditar no que eles querem.
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Figura 8-Charge sobre a manipulação de informações

Recentemente o Jornal Nacional fez uma entrevista com os candidatos ao governo e 
eles foram visivelmente a favor de José Serra (PSDB), por outro lado, não facilitaram para 
Dilma Rousseff(PT) e Marina Silva(PV) questionando a capacidade delas de governar. Já as 
perguntas direcionadas a Serra foram menos “pesadas” e ele contornou na resposta, e não foi 
questionado sobre o escândalo do DEM, que atingiu seu vice, José Roberto de Arruda, que foi 
preso após ser descoberto uma corrupção generalizada no Distrito Federal, que governava à 
época.
              Outro exemplo que nos mostra que só é mostrado na televisão o que é conveniente, é 
o caso de estupro que teve em Florianópolis, onde o filho do diretor , Sérgio Sirotsky, da Rede 
Brasil Sul de Comunicação (RBS), a retransmissora da Rede Globo no sul do país, estuprou 
uma menina de 14 anos com alguns amigos, e o caso não foi exibido na globo, nem no SBT, 
nem na Bandeirantes, nenhum jornal com grande fama, apenas o Domingo Espetacular, da 
Record, noticiou o ocorrido.

Esse com certeza é apenas um dos casos que não foram transmitidos na televisão, que 
não foi debatido e não chegou ao conhecimento de muitos. A globo, por exemplo, vive 
mostrando caso de estupro, violência, pedofilia entre outros. Então por que esse não foi 
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noticiado?! Apenas pelo fato de serem pessoas famosas e com dinheiro.

Outro caso recente que mostra o quão ético é o país, é o caso do filho da Cissa 
Guimarães, Rafael Mascarenhas, pelo que foi relatado, policiais viram o carro saindo 
amassado do túnel Zuzu Angel, pararam o carro e o deixaram seguir. Ao que tudo indica o pai 
do infrator que atropelou o menino, ia pagar propina aos policiais para o caso ficar abafado, e 
só veio a tona por ser quem é, filho de pessoa famosa, caso contrário, ia ser apenas mais um 
atropelado no mundo, afinal o carro que atropelou o rapaz, já estava no concerto tirando os 
amassos.

 Os meios de comunicação têm um papel fundamental na formação de jovens e de 
toda uma sociedade, na medida em que são formadores de opinião. Considera­se agentes 
multiplicadores de comportamentos, de atitudes, disseminadores de conhecimentos e de 
opiniões.

Porém, acredita­se que, objetivando manter os índices de audiência, vemos cenas 
impróprias e inadequadas em função de uma possível “quebra negativa de paradigmas”. Na 
verdade a televisão e os outros meios de comunicação têm por obrigação criar uma cultura na 
sociedade brasileira baseada na ética, nos bons costumes, nas boas relações dentro das 
empresas e da família, etc.

Muitos jornalistas, autores e diretores de TV, não se contentam em apenas dar lazer, 
divertimento e informação. A maioria quer reformatar o comportamento humano induzindo 
em nós (telespectadores) todos os seus desejos e fantasias para que os absorvemos e os 
pratiquemos como se fossem realidades. Eles se justificam dizendo: “é a vida imitando a 
arte”. 

Com o intuito de transmitir diversas idéias que influem em nossa visão da realidade,
os jornalistas podem disseminar idéias que não condizem com a moral e com a ética ferindo
assim a reputação de muitos, configurando crimes contra a honra.
Ao divulgar uma informação, o jornalista deverá de saber dissipar somente o
necessário para não deparar-se com processos de injuria, calunia e difamação.

No sistema penal brasileiro, existem três espécies básicas de crimes contra a honra: 
calúnia, difamação e injúria, os quais se encontram previstos nos artigos 138, 139 e 140 do 
Código Penal Brasileiro. Cada um desses tipos penais apresenta uma imposição própria de 
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pena. 

Artigo 138 do Código Penal: “caluniar alguém, imputando­lhe falsamente fato 
definido como crime.” Isto é, quando alguém atribui a uma pessoa crime que não ocorreu ou 
que não foi por ela praticado. A pena estabelecida para esse delito é de seis meses a dois anos 
de detenção e multa.

A calúnia contra os mortos é punível também, de acordo com o artigo 138, § 2º, do 
Código Penal. Apesar de os mortos não terem qualquer tipo de conduta, deve ser respeitado a 
memória dele em consideração a família. 

 Artigo 139 do Código Penal: “difamar alguém, imputando­lhe fato ofensivo à sua 
reputação”.  Ofender alguém, mesmo que seja verdade ou não, é um crime com pena de 
detenção prevista  de três meses a um ano de multa.

 Artigo 140 do Código Penal: “injuriar alguém, ofendendo­lhe a dignidade ou o 
decoro”. 

É o crime menos grave contra a honra, a injuria pode ser cometida com uma mera 
ofensa à dignidade ou o decoro, é caracterizado por atribuir qualidades negativas a uma 
pessoa. A pena pode variar de um a seis meses de detenção e multa. 

A liberdade de Imprensa não deve existir para benefício dos jornalistas ou das
empresas em que atuam. Seu objetivo, seja desde trabalhar a informação até servir para
concepção de leis, tem que ser o bem da Sociedade. No entanto, pode desequilibrar a balança
quando estão nela o interesse social e o bem do indivíduo. Segundo Nobre4: “Os meios de
comunicação, que devem ter como tarefa a defesa da sociedade e da estabilidade das
instituições, dentro do sistema político adotado pela população, necessita, fixar os próprios
limites éticos de atuação e prestigiar os dispositivos legais que lhes disciplinam o nascimento
como empresa, sua atividade comercial, suas responsabilidades em relação a comunidade e
eleitores e terceiros atingidos pelas informações que divulgam”
Mais adiante, pondera5 “Quando os meios de comunicação reclamam da reforma do
sistema penitenciário, o fazem dentro dos critérios que englobam o dever de informar, a
obrigação social da crítica e da defesa da sociedade.”. Isso norteia o pensamento dos
jornalistas de boa-fé, de que seu trabalho é um objeto de pressão para que se corrija o que está
errado, usando o peso da opinião pública.
__________________________
27

4
NOBRE, Freitas José. Imprensa e liberdade: os princípios constitucionais e a nova legislação. São Paulo:
Summus, 1988. p. 31.
5
Ibid., p. 33.
O empresário quer liberdade para a busca e divulgação de notícias; aspira a opinar
denunciar e, sobretudo, orientar. Então, ele deve ter a obrigação e a preocupação de averiguar
os fatos antes de espalhar para todos. Tal poder o iguala ao Estado e até o eleva acima do
mesmo. O Estado tenta interferir nessas ações relacionadas a comunicação a fim de restringir
notícias que possam afetar a segurança nacional, impedindo que chegue ao conhecimento do
povo algum assunto,que possa alarmá-los sem necessidade.

Considerando o mundo capitalista em que vivemos, e em face do processo


civilizatório alcançado, o Estado de Direito, a conquista da Democracia, compete-nos lutar
sem desanimo pela continuidade da imprensa pluripartidária, que admita a controvérsia, que
se auto-censure para não prejudicar o Estado e a sociedade, que não se julgue acima da lei e
siga um código de ética rígido; imprensa que não calunie, não injurie, não noticie falsamente,
nem afronte as exigências da segurança nacional; enfim, que exija e exerça a liberdade com
responsabilidade.
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CONCLUSÃO

Em face de todo o exposto neste trabalho, constatou-se que apesar da disseminação


das idéias de Liberdade e Direito, percebe-se uma realidade distinta da idealizada, em que a
censura permanece atuante nos meios de comunicação, porém de maneira camuflada. Não
existe mais a figura do censor, pois este papel foi substituído pela autocensura, na qual se
deve respeitar limites muito mais restritos pelo fato de não podermos ofender ninguém, nem
publicar fatos que venham prejudicar pessoas influentes que usam da censura para benefício
próprio.

Pessoas tentavam encobrir seus delitos com base na Lei de Imprensa o que confirma
o quanto ela era inadequada no contexto da democracia atual. Mas apesar disso, atualmente
ainda a quem se esconda por trás da censura. É o meio encontrado para continuar impune.

Pelo fato da mídia ser o canal principal por da qual as informações chegam a
população, ela se torna alvo das restrições, para que não chegue ao povo algo que possa afligi-
los e que interfira na segurança nacional, provocando um estado de caos, ou até mesmo em
questões menores, como escândalos políticos, para não afetar a imagem dos políticos perante
a sociedade , ocasionando um descrédito na democracia.

Para controlar os abusos da imprensa deveria existir um órgão regulador imparcial,


que fiscalizasse o que fosse direcionado ao povo. Além disso, deveriam parar de tentar
distorcer a realidade.

Seria preciso conciliar interesses e buscar o equilíbrio entre os direitos de informação


e de liberdade de expressão com os deveres de informar corretamente e preservar a
privacidade das pessoas, buscando informar com consciência sem inventar, mostrando apenas
os fatos, sem julgar o caráter do cidadão para que não sejam cometidos crimes contra a
reputação, mostrando todos os ângulos do assunto para que cada um possa ter um ponto de
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vista, e para que o povo não se iluda e volte a ter esperanças numa democracia igualitária,
justa e transparente.

BIBLIOGRAFIA

ALBERT P. E TERROU F. História da Imprensa. Tradução de Edison Darci Heldt. São


Paulo: Martins Fontes, 1999.

CAPALDI, Nicholas. Da Liberdade de Expressão: uma antologia de Stuart Mill a


Marcuse. Rio de Janeiro: FGV, 1974.

NOBRE, Freitas José. Imprensa e liberdade: os princípios constitucionais e a nova


legislação. São Paulo: Summus, 1988.

SEGISMUNDO, Fernando. Comunicação: do tijolo ao lêiser. Rio de Janeiro: Unigraf, 1995

Disponível em: < http://www.canaldaimprensa.com.br/canalant/83edicao/impresso2.htm


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Acesso em: 26 julho 2010

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em: 26 julho 2010

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30

Disponível em: < http://www.estadao.com.br/noticias/nacional, stf-derruba-lei-de-


imprensa,363661,0.htm >. Acesso em: 26 julho 2010

Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2009-abr-30/lei-imprensa-inconstitucional-


decide-supremo >. Acesso em: 24 julho 2010
FIGURAS

Figura 1 Disponível em: <http://liberdadeexpressao.wordpress.com/> Acesso em: 24 julho


2010

Figura 2 Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/maio/dia-mundial-da-


liberda. php> Acesso em: 25 julho 2010

Figura 3 Museu da República

Figura 4 Disponível em: < http://viagemaleatoria.wordpress.com/2009/06/> Acesso em: 24


julho 2010

Figura 5 Disponível em: <http://blogln.ning.com/profiles/blog/list?q=imprensa


%2C+estupidez> Acesso em: 24 julho 2010

Figura 6 Disponível em:< http://www.gazetadopovo.com.br/blog/namira/> Acesso em:


25julho 2010

Figura 7 Disponível em: <http://blogueando.com.br/blog/a-censura-nunca-desiste/> Acesso


em: 24 julho 2010

Figura 8 Disponível em: <http://rhco.blogspot.com/2009/04/dia-mundial-da-imprensa.html>


Acesso em: 25 julho 2010

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