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Rio de Janeiro
2010
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Rio de Janeiro
2010
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Índice
Introdução 4
Plano Cruzado 5
Plano Cruzado II 8
Plano Bresser 9
Plano Collor 10
Plano Collor I 11
Plano Collor II 12
Plano Real 13
Bibliografia 18
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Introdução
Ao longo da história, a economia brasileira passou por vários ciclos. Cada um desses ciclos
provocou sucessivas mudanças sociais, políticas e culturais no Brasil.
No ano de 1964 ocorreu o Golpe Militar e, especialmente entre 1969 e 1973, o país teve um
incrível crescimento econômico, época conhecida como “Milagre Econômico Brasileiro”, ou
“Anos de Chumbo”, sendo este termo mais usado para definir o período mais repressivo da
ditadura militar no Brasil ou, mais especificamente, o governo Médici. Neste período há também
o grande crescimento da concentração de renda e da pobreza e a instauração do pensamento
“Brasil potência”, que se evidencia com a conquista da terceira Copa do Mundo de Futebol no
México em 1970 e a criação do mote de significado dúbio: “Brasil, ame-o ou deixe-o”.
Para Elio Gaspari foi um período paradoxal e diz em sua obra A Ditadura Escancarada:
Plano Cruzado
Na pior das hipóteses, acabamos com uma inflação em cruzeiros e começamos uma inflação
nova, em cruzados", brincou Sayad numa das reuniões. "É, mas aí quem acaba é o governo",
observou alguém. Com a inflação de fevereiro prometendo estourar de novo - acabou ficando em
14,3% -, decidiu-se não esperar mais. Quinze dias atrás, numa reunião às 8 horas da manhã entre
Sarney, Funaro e Sayad, o presidente deu luz verde para que a reforma entrasse em vigor assim
que o trabalho de sua montagem ficasse pronto. "As condições para fazermos a desindexação
estão boas", disse Funaro na ocasião. "Estamos com o setor externo tranqüilo, finanças públicas
sob controle, boa perspectiva na balança comercial, reservas em divisas e alimentos em situação
regular." Sarney, então, perguntou: "E quando vocês podem entrar com a reforma?" Funaro pediu
tempo. "Precisamos de mais alguns dias", respondeu. "Vamos rechecar os planos e voltamos a
informá-lo.
“O Brasil inteiro parou hoje para conhecer o pacote econômico do governo. Foi como se o
país estivesse declarando uma guerra. Pelas ruas, o som do autofalante transmitindo a voz do
presidente dá o som de gravidade para o momento. As pessoas estão sérias e atentas. Dentro das
lojas de aparelhos de TV, o Ministro Funaro chama a atenção. O povo pára para tentar
entender melhor o que está acontecendo. Declarada a guerra, todos concordam que é preciso
acabar com o inimigo: A inflação.” Jornal Nacional, 1986
Em 28 de Fevereiro de 1986, instaura-se o Plano Cruzado tendo José Sarney como presidente
da república e Dilson Funaro como ministro da fazenda.
Além de Dilson Funaro, o plano foi elaborado com a participação de outros economistas
como João Sayad, Edmar Bacha, André Lara Resende e Persio Arida. Em 16 de Janeiro João
Sayad, Persio Arida, André Lara Resende, Oswaldo de Assis e Jorge Murad votaram a favor do
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Plano, Dilson Funaro, João Manuel Cardoso de Mello, Luiz Gonzaga Belluzzo, Andrea Calabi e
Edmar Bacha acharam-no muito arriscado. Com a recusa da maioria, João Sayad, Ministro do
Planejamento, afirmou que iria pedir demissão. Jorge Murad convenceu o seu sogro José Sarney
a adotar o Plano Cruzado, apoiando Sayad, Persio Arida, Andre Lara Resende e Jorge Murad, a
favor do Plano. Uma vez adotado o plano, ganhou grande apoio populacional.
O principal objetivo do plano era conter a inflação, e para isso foram adotadas algumas medidas,
sendo elas:
• Antecipação dos reajustes salariais, unificando a época dos dissídios, inclusive com
antecipação de 33% do salário mínimo (Kirsten, 1986);
• Implantação da escala móvel de salários ou "gatilho salarial", isto é, correção automática
dos salários sempre que a inflação acumulada pelo IPCA ultrapassasse 20%.
“Cada brasileira ou brasileiro será um fiscal dos preços em qualquer lugar do mundo. Ninguém,
a partir de hoje, poderá praticar a industria da remarcação. O estabelecimento que o fizer
poderá ser fechado, e esta prática ensejará a prisão dos representantes”
Declaração de José Sarney
Na ânsia de reclamar, o povo não poupou nem mesmo o gabinete do ministro da Fazenda -
onde o telefone 223-5859 tocou praticamente o dia todo, na sexta-feira, com queixas sobre
violações ao decreto. A secretária de Funaro, dona Sônia, atendeu-as como pôde, às vezes
consultando assessores do gabinete - a certa altura, o próprio ministro decidiu vir ao telefone,
onde ouviu uma irada denúncia de uma dona-de-casa de Salvador. Funaro interpretou esses
entreveros iniciais como sinal de que a mobilização desejada por Sarney pode estar em marcha. [4]
No inicio o povo foi tomado por uma grande euforia, onde todos os consumidores foram
convocados a se tornar fiscal do Sarney, denunciando as remarcações, para que o congelamento
tivesse êxito. A inflação foi contida, o poder aquisitivo cresceu, Com o aumento dos salários e o
congelamento, aumentou-se o consumo.
Quatro meses depois de ser implementado, o plano começou a fracassar exatamente porque
os preços relativos da economia estavam desequilibrados. Por não equalizarem o valor presente
dos preços, muitos produtores que corrigiam seus preços entre dia 1 a 15 do mês, ficaram com o
preço tabelado abaixo da rentabilidade desejada ou até mesmo abaixo do custo de produção o que
ou inviabilizava a venda dos produtos para o consumo ou levava a uma queda na qualidade dos
mesmos. Empresas que haviam reajustados seus preços nos dias anteriores ao plano, saíram
beneficiadas.
“A corrida do povo nos supermercados por causa de um litro de leite. Parece até liquidação
de loja de magazine. Meu pai, já falecido, testemunhou essa fase da economia brasileira: tentar
derrotar o mostro da inflação, ele era professor de Economia e faltava quase dois meses para eu
nascer.”
Outros fatores que levaram ao fracasso do plano foi a falta de medidas econômicas por parte
do governo para controlar os gastos públicos. O congelamento da taxa de câmbio levou o país a
perder uma parcela considerável de reservas internacionais e os juros da economia estavam
negativos o que desestimulava a poupança e pressionava o consumo.
Algumas medidas corretivas ainda foram tomadas pelo governo , mas a proximidade das
eleições fez com que o governo evitasse tomar medidas impopulares para garantir a
sobrevivência do Plano. Após as eleições, onde o PMDB elegeu 22 governadores e o PFL,
também governista, 1 governador, o governo implementou medidas impopulares como o
descongelamento de preços com o intuito de tentar salvar o Cruzado. Entretanto no ano seguinte
a inflação se reacelerou num patamar maior que o anterior ao plano.
Para muitos oposicionistas, o plano foi considerado inconsistente, populista e eleitoreiro visando
apenas a aumentar a popularidade do governo e seus candidatos para vencer a eleição. O Plano
Cruzado não apenas fracassou, como dele resultaram muitas ações judiciais até hoje em curso, na
qual cidadãos comuns exigem de bancos e governos a reparação das perdas monetárias sofridas.
Plano Cruzado II
À medida que se notou o fracasso do plano Cruzado, o então presidente José Sarney, tomou
um conjunto de medidas visando a estabilização da economia brasileira, em 21 de novembro de
1986.
O Plano Cruzado deixou para seu sucessor uma herança indesejada : alta inflação. Tomando
como ponto de partido o congelamento de preços como causa da inflação, no plano Cruzado II a
proposta foi de liberalização dos preços. Os impostos atribuídos a vários setores também
aumentam. O Cruzado II foi um pacote fiscal que acabou por fornecer uma válvula de escape
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para toda a inflação reprimida durante o congelamento de preços. O Plano pretendia controlar o
déficit fiscal aumentando a receita tributária.
Essas medidas levaram a aumentos absurdos e diários dos preços. Preços aumentavam
vertiginosamente: 45% a 120% em um só dia. Havia problemas também na frente do balanço de
pagamentos. A taxa de câmbio, oficialmente congelada, estava sobrevalorizada, favorecendo o
aumento das importações e prejudicando as exportações. O pânico veio em 20 de fevereiro de
1987, quando, diante da queda vertiginosa das reservas cambiais, que são fundos de moeda
estrangeira para momentos de instabilidade, o ministro Funaro suspendeu os pagamentos do
serviço da dívida externa aos bancos privados. Era a moratória técnica.
Sendo assim pode se dizer que o governo Sarney foi um período em que os planos
econômicos simplesmente não resolveram o problema brasileiro. Ápos o plano Cruzado II,
inflação continuava crescente, e o povo estava revoltado e sem perspectivas para solução,
havendo nesse período muitas manifestações contra Sarney.
“ ‘Acre também‚ Brasil, ei, ei, ei, fora Sarney, o povo não agüenta Sarney até 90’, gritavam os
acreanos. O aparato de segurança, inaugurado para as viagens do Presidente, desta vez funcionou
para protegê-lo do contato físico dos manifestantes, mas não das manifestações contra o seu
governo.” Veja
Plano Bresser
Em abril de 1987, em meio à crise provocada pelo fracasso do Plano Cruzado, e com a
inflação em alta, Luiz Carlos Bresser Pereira assumiu o Ministério da Fazenda do Governo José
Sarney.
Um mês após a sua posse a inflação atingiu o índice de 23,21%. O grande problema era o
déficit público, pelo qual o governo gastava mais do arrecadava, sendo que nos primeiros quatro
meses de 1987, já se havia acumulado um déficit projetado de 7,2% do PIB. Então, em junho de
1987, foi apresentado um plano econômico de emergência, o Plano Bresser, onde se instituiu o
congelamento dos preços, dos aluguéis, dos salários e a UPR como referência monetária para o
reajuste de preços e salários.
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Com o intuito de diminuir o déficit público algumas medidas foram tomadas, tais como:
desativar o gatilho salarial, aumentar tributos, eliminar o subsídio do trigo e adiar as obras de
grande porte já planejadas, entre elas o trem-bala entre São Paulo e Rio, a Ferrovia Norte-Sul e o
pólo-petroquímico do Rio de Janeiro. As negociações com o FMI foram retomadas, ocorrendo a
suspensão da moratória. Mesmo com todas essas medidas a inflação atingiu o índice alarmante de
366% no acumulado dos 12 meses de 1987. O Ministro Bresser Pereira demitiu-se do Ministério
da Fazenda em 6 de janeiro de 1988 e foi substituído por Maílson da Nóbrega. Em 1988 a
inflação chegou a 933%.
“Antes de tomar posse, o presidente Fernando Collor informou que só tinha uma bala na agulha
para disparar contra a inflação e, portanto, não poderia errar. Na sexta-feira da semana
passada, menos de 24 horas depois de subir a rampa do Planalto, Fernando Collor fez o disparo
- só que, ao invés de uma bala de revólver, detonou uma bomba nuclear sobre a economia.” Veja
1990
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Plano Collor I
“A política de combate à inflação desse governo, assentada no tripé “ajuste fiscal provisório,
congelamento de preços e salários e bloqueio dos ativos financeiros por 18 meses”, também não
conseguiu assentar as bases de estabilização a longo prazo.” revista FAE BUSINESS , n.4, dez. 2002
Em 1989, ano anterior a posse de Collor, a inflação foi de 28,94% mês. A rápida e
descontrolada remonetização da economia é tida como a causa das falhas dos planos de
estabilização da inflação adotados anteriormente. O governo Collor teria de garantir uma
remonetização "ordenada" e “lenta”, a fim de manter a inflação para baixo. Para o controle da
velocidade da remonetização, poder-se-ia utilizar uma combinação de ferramentas econômicas,
tais como impostos, taxas de câmbio, crédito e taxas de juros.
Nos poucos meses que sucederam a implantação do plano, a inflação continuou a crescer.
Em janeiro de 1991, nove meses após o início do plano, a inflação reduziu, atingindo a taxa de
20% por mês. Suas políticas planejadas incluíam:
É certo que, caso o brutal enxugamento na liquidez geral conduza efetivamente à troca da
moeda podre, o cruzado novo, pela moeda sadia, o cruzeiro ressuscitado, o sacrifício terá valido a
pena - sobretudo levando-se em conta que o governo foi sacar o dinheiro nos bolsos onde ele
existia em quantidade maior, e onde se multiplicava, sem esforço, à custa de todos. Do ponto de
vista dos cidadãos que não fizeram nada de errado, ganharam seu dinheiro trabalhando e só o
aplicaram em ativos financeiros porque essa era a única alternativa para que não sumisse, o
pacote é extremamente amargo. Pode-se até dizer que quem resolveu guardar suas economias no
over, onde, indiscutivelmente, se pagava os juros mais altos do mundo, estava envolvida numa
operação de alto risco - pois obviamente os juros só estavam tão altos porque eram pagos por um
cliente quebrado. A coisa se complica com o avanço nas cadernetas de poupança, um refúgio até
agora sagrado e do qual se pode dizer tudo, menos que servisse à especulação em favor de
tubarões. Mais grave, ainda, é o confisco no dinheiro guardado em conta corrente, que nem
investimento é - mas apenas a cautela indispensável do cidadão comum que não pode mantê-lo
em casa sob o risco de ser assaltado. Ao atacar a poupança, Collor jogou uma sombra nos
destinos de um tipo de investimento em que todos confiavam. Mais que isso, quebrou uma
promessa explícita de sua própria campanha e fez exatamente aquilo que, segundo ele, seu
adversário no segundo turno da sucessão presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva, cogitava
secretamente fazer caso fosse vitorioso. Ao confiscar o dinheiro da conta corrente, Collor
intervém de forma inédita na propriedade privada - e deixa as pessoas pensando que nada está
realmente a salvo do governo, a menos que fique fisicamente fora de seu alcance.
investimentos dos grandes empresários, e deixa retido somente o dinheiro dos poupadores
individuais.
Plano Collor II
Sucedeu o Plano Collor I uma nova tentativa heterodoxa imediatista: O Plano Collor II. A
aceleração inflacionária levou a mudança do ministério, saindo Zélia Cardoso de Mello e
entrando Marcílio Marques Moreira, que adotou o que alguns chamaram de “Plano Nada”, uma
volta a ortodoxia e uma tentativa de combate gradualista à inflação, maior preocupação com a
dívida externa e maior reaproximação do país com o sistema financeiro internacional.
De qualquer forma, o período Collor de Mello, embora marcado pela crise política do
impeachment, trouxe à baila a discussão sobre privatização e a mudança na estratégia de
comércio exterior, com a liberalização das importações (a chamada abertura comercial).
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Plano Real
Desde seu anúncio oficial, em fevereiro, o plano econômico foi elogiadíssimo. Falou-se
que era um projeto maduro, que evitava erros do passado: como o congelamento de preços do
Cruzado, que levou ao fechamento de supermercados; e o confisco de Collor, que chegou a
provocar luta corporal em agências bancárias. E todo mundo aplaudia. Também se disse que
reunia o consenso em matéria de política econômica, como o enxugamento dos gastos do Estado
e a criação de uma moeda forte. E não havia brigas. Em função das remarcações de preços, o
presidente Itamar Franco resolveu encarar os supermercados. Os bancos já pressionam o governo
para não arcarem com um prejuízo salgado na mudança da moeda. Ministros batalham para
aumentar o salário do funcionalismo e, em Porto Alegre, depois que a Justiça decretou o
congelamento de preços de 34 produtos da cesta básica, a capital gaúcha vive um clima de Plano
Cruzado.
O Plano Real, criado em 27/2/1994, foi um programa brasileiro criado com o objetivo de
estabilizar a economia e acabar com a superinflação q atingiu o Brasil nos anos 90. Dentre as
medidas desse plano econômico estão a instituição da Unidade Real de Valor (URV) e o
lançamento do Real.
A elaboração das medidas do governo, a idealização do projeto e a execução das reformas
monetária e econômica contaram com a participação de muitos economistas, liderados por
Fernado Henrique Cardoso.
O presidente Itamar Franco, responsável pelo Plano Real, autorizou que as medidas fossem
tomadas sem restrições e com o máximo progresso possível.
Esse plano foi o plano econômico de estabilização da economia mais eficiente da história do
Brasil. Alcançou seu principal objetivo (reduziu a inflação), remodelou os setores econômicos
nacionais e aumentou o poder de consumo da população.
Esse plano foi implantado em 3 etapas:
“Não fazer o Plano Real ou é incapacidade ou, o que é pior, imoralidade pela conivência com a
exploração do povo e a injustiça social.” Fernando Henrique, em artigo publicado na Folha de
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S.Paulo
Desindexação da economia
Medida Adotada: O ajuste e reajuste de preços e valores passaram a ser anualizados e
obedeceriam as planilhas de custo de produção.
Justificativa: Era necessário interromper o ciclo vicioso de corrigir valores futuros pela inflação
passada, em curtos períodos de tempo. Essa atitude agravava a inflação, tornando-a cada vez
maior. Era comum acontecer remarcação de preços várias vezes num mesmo dia.
Privatizações
Justificativa: A iniciativa privada tem meios próprios de financiar os investimentos das empresas,
e isto não produz inflação, e sim, desenvolvimento, porque não envolve o orçamento do governo.
Este deve alocar recursos para outras áreas importantes. E ainda, na iniciativa privada não há as
regras administrativas orçamentárias e licitatórias, que prejudicam a produção das empresas e a
concorrência perante o mercado.
Equilíbrio fiscal
Medida Adotada: Corte de despesas e aumento de cinco pontos percentuais em todos os impostos
federais.
Justificativa: A máquina administrativa brasileira era muito grande e consumia muito dinheiro
para funcionar. Havia somente no âmbito federal 100 autarquias, 40 fundações, 20 empresas
públicas(sem contar as empresas estatais), além de 2 mil cargos públicos com denominações
imprecisas, atribuições mal definidas e remunerações díspares. Como o país não produzia o
suficiente, decidiu-se pelo ajuste fiscal, o que incluiu cortes em investimentos, gastos públicos e
demissões. Durante o governo FHC, aproximadamente 20 mil funcionários foram demitidos do
governo federal.
Abertura econômica
Justificativa: Havia temor de que o excesso de demanda por produtos e serviços causasse o
desabastecimento e a remarcação de preços, pressionando a inflação (fato ocorrido durante o
Plano Cruzado em 1986). Existia também a necessidade de forçar o aperfeiçoamento da indústria
nacional, expondo-a a concorrência, o que permitiria o aumento da produção no longo prazo, e
essa oferta maior de produtos tenderia a acarretar uma baixa nos preços.
Contingenciamento
Medida Adotada:Aumento da taxa básica dejuros e da taxa de depósito compulsório dos bancos.
Justificativa:A taxa de juros teve inicialmente dois propósitos: financiar os gastos públicos
excedentes até que se atingisse o equilíbrio fiscal, e reduzir a pressão por financiamentos,
considerados agentes inflacionários (esfriamento da economia). Os financiamentos chegaram ter
o prazo de quitação regulado pelo governo.
O compulsório dos bancos teve o propósito de reduzir a quantidade de dinheiro disponível para
empréstimos e financiamentos dos bancos, uma vez que são obrigados a recolher
compulsoriamente uma parte dos valores ao Banco Central.
É façanha para livro de recordes. Na semana passada, o país campeão mundial da inflação iniciou
a maior troca de moedas já realizada em todos os tempos. No prazo de quinze dias, 3,4 bilhões de
cédulas antigas do cruzeiro real serão substituídas por 1,5 bilhão de notas do real, além de 3.000
toneladas de moedinhas. Essa operação tinha tudo para dar confusão. Em qualquer país do mundo
uma troca do padrão monetário, complicada pelos valores quebrados nas contas de conversão,
deixaria as pessoas alarmadas e confusas. Depois de seis planos econômicos fracassados no curto
período de oito anos, o brasileiro ganhou uma agilidade espantosa para enfrentar mudanças
monetárias. Na sexta-feira passada, quando o real começou a circular no país, tudo funcionou da
maneira mais civilizada e tranqüila que se poderia imaginar.
O Brasil da superinflação habituou os consumidores a serem tolerantes com aumentos pesados,
de até 10% ou 15%. Num regime de preços enlouquecidos, esses aumentos faziam pouca
diferença e acabavam diluídos na inflação do final do mês. Numa economia estável, como deve
ser a brasileira nos próximos meses, a coisa muda drasticamente, mesmo porque os salários estão
engessados na prática. Nos países de inflação baixa, os preços sobem 2% ou 3% ao ano - e já é
muito. Com os aumentos que fizeram na semana passada, Joaquim Francisco, Paulo Maluf e
César Maia tomaram um absurdo do passageiro de ônibus. Passam-se quatro, cinco, sete anos
antes que o cidadão de uma economia estável precise desembolsar uma diferença tão grande na
sua passagem de ônibus, como a que Maluf ou César Maia impuseram aos moradores de suas
cidades. Os transportes têm um peso enorme em todos os índices de inflação apurados no país.
Em São Paulo, só a elevação das tarifas de ônibus será responsável por mais de meio ponto na
inflação. "Os moradores dessas cidades deveriam organizar ações populares para bloquear esses
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aumentos", aconselhou na sexta-feira o ministro Rubens Ricupero. "Eles são absurdos numa
economia sem inflação."
O Plano Real está em vigência até hoje.
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Bibliografia
www.wikipédia.com.br
www.veja.abril.com.br
Google docs
www.youtube.com